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O ensino de Propriedade Intelectual para o fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA – POSGRAP PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL – PPGPI. ALEXANDRE CARDOSO TOMMASI. O ENSINO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO. São Cristóvão (SE) (2015).

(2) ii. ALEXANDRE CARDOSO TOMMASI. O ENSINO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO. Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação. em. Ciência. da. Propriedade. Intelectual, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciência da Propriedade Intelectual.. Orientador: Prof. Dr. Antônio Martins de Oliveira Junior. São Cristóvão (SE) (2015).

(3) iii. T655e. Tommasi, Alexandre Cardoso O ensino de Propriedade Intelectual para o fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação / Alexandre Cardoso Tommasi ; orientador Antônio Martins de Oliveira Junior. – São Cristóvão, 2015. 83 f. : il.. Dissertação (mestrado em Ciência da Propriedade Intelectual) – Universidade Federal de Sergipe, 2015.. 1. Propriedade intelectual – Estudo e ensino (Superior). 2. Inovações tecnológicas. 3. Ensino superior. 4. Política pública. I. Oliveira Junior, Antônio Martins de, orient. II. Título. CDU 347.77.

(4) iv. ALEXANDRE CARDOSO TOMMASI. O ENSINO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO Dissertação de Mestrado aprovada no Programa de Pós – Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual da Universidade Federal de Sergipe em 12 de fevereiro de 2015.. BANCA EXAMINADORA. _____________________________________________________________ Prof. Dr. Antônio Martins de Oliveira Junior - Orientador (Universidade Federal de Sergipe – UFS - PPGPI). _____________________________________________________________ Prof. Dr. Gláucio Jose Couri Machado – Examinador Interno (Universidade Federal de Sergipe – UFS- PPGPI). _____________________________________________________________ Prof. Dr. Eugênio Rubens Cardoso Braz – Examinador Externo (Universidade Federal de Sergipe – UFS- DSI).

(5) v. A minha esposa Iranci pela força, amor e estímulo constantes. A Sofia e Alexandre, meus filhos queridos. A minha mãe, Núbia, que sempre me conduziu nesse caminho de aprendizado e conquista. Ao meu saudoso pai Caetano..

(6) vi. AGRADECIMENTOS. Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar nesse longo caminho da vida. Agradeço à minha mãe Núbia, por ser a grande responsável pelas minhas conquistas. A minha tia Tereza Cardoso, grande apoiadora e fonte de inspiração. Ao meu orientador, Dr. Antônio Martins por todas as valiosas contribuições que possibilitaram a elaboração dessa pesquisa. Aos colegas da PPGPI pelo bom convívio, amizade e troca de experiência durante as aulas, em especial a Adonis, Edilson e Luciano. A todos os professores do mestrado pelos conhecimentos transmitidos e debates construtivos durante as aulas e em momentos de dúvidas e, em especial, aos coordenadores do programa, Suzana e Gláucio. A todos que direta ou indiretamente contribuíram de alguma maneira para a consecução de mais uma etapa na minha vida..

(7) vii. A necessidade que é a mãe da invenção. Platão.

(8) viii. RESUMO A propriedade intelectual (PI) vem cada vez mais sendo considerada relevante para o desenvolvimento dos países. Em um mundo globalizado, a geração de ativos intangíveis, com alto valor agregado, é a base do modelo de desenvolvimento adotado pela parcela mais desenvolvida de países. O processo de apropriação desses ativos requer um conjunto de fatores tais como: um sistema de propriedade intelectual efetivo, recursos humanos capacitados e um sistema legal confiável. O Brasil, apesar de ser um país pioneiro no que se refere à legislação de PI e de ser signatário dos mais importantes acordos internacionais sobre PI, não consegue traduzir essa vanguarda em indicadores de inovação favoráveis, especialmente patentes. Desde a década de 90, com o surgimento de Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS), verificou-se a necessidade dos países desenvolvidos promoverem, de forma mais ampla e segmentada, uma diretriz para formação e capacitação de pessoas para suprir a deficiência na oferta de profissionais das mais diversas áreas, além de promover a pesquisa sobre o tema. Inicialmente sugiram as academias de propriedade intelectual e, mais recentemente, vem se observando um aumento no número de programas de especialização, mestrado e doutorado em Universidades. Este trabalho de dissertação tem com foco contribuir com o desenvolvimento do ensino de PI, bem como a capacitação das equipes de P&D e gestão da PI com vistas ao fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação (SNI). Foram realizados mapeamentos sobre a produção científica e tecnológica nacionais onde se verificou um expressivo aumento no número de publicações, inclusive em relação ao total de publicações no mundo; buscou-se demonstrar a correlação entre PI e desenvolvimento; a evolução do ensino de PI, sua segmentação por públicos alvo, novas metodologias, as ações de ensino e pesquisa no país que demonstraram a criação de cursos de mestrado e doutorado. Também foram observadas oportunidades em concursos para os egressos dos cursos de PI, demonstrando que existem editais em empresas e instituições de ensino públicas que exigem a formação em PI para preenchimento de cargos de gestão e pesquisa em PI o que abre um novo horizonte para estudantes e profissionais que desejem seguir carreira nesse tema. Os diagnósticos sobre o nível de conhecimento dos pesquisadores sobre o tema PI demonstraram a baixa utilização das bases de patentes e o baixo conhecimento sobre o tema, em contrapartida ao alto número de pesquisadores que se utilizam de bases de artigos. Esse cenário pode favorecer os indicadores de inovação nas empresas e instituições de ciência e tecnologia (ICT´s), impactando positivamente no SNI.. Palavras-chave: Propriedade intelectual, Inovação; Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação..

(9) ix. ABSTRACT Lately the Intellectual property (IP) has been considered relevant for the development of countries. In a globalized world, the generation of intangible assets, with high aggregated value is the basis for the development model adopted by most developed countries. The appropriation process of these assets requires a set of factors such as: an effective intellectual property system, qualified human resources and a trustworthy legal system. Although Brazil is a pioneer when it comes to IP legislation and a signatory of the most important international agreements dealing with IP, can not be said that ahead in innovation indicators, especially patents. Since the 90s, with the rise of Agreement on Aspects of Intellectual Property Rights Related to Trade (TRIPs), there was the need for developed countries to promote, wider and targeted way, a guideline for training and qualification of people to supply weakness in supply of professionals of different areas, beyond promoting research about the topic. First appeared academies of intellectual property and, more recently, has been observed an increase in the number of specialization, master's and doctoral degrees in universities. This paper aim at contribute to the development of IP education and training of R&D teams and IP management with a view to strengthening the National Innovation System (NIS). Mappings were made on scientific production and national technology in which we detected a significant increase in the number of publications, including in relation to all publications in the world; the aim is to demonstrate the correlation between IP and development; the evolution of IP education, its segmentation in target audiences, new methodologies, teaching and research activities in the country that have shown the creation of master's and doctoral courses; Were also observed opportunities in tenders for graduates of IP courses, showing that there are public notice in companies and public educational institutions which require training in IP to fill management positions and research in IP which opens up a new horizon for students and professionals willing to pursuing a career in this theme. The results about the level of knowledge of researchers on the topic IP demonstrated the low utilization of patent and the low knowledge on the subject. In contrast to the high number of researchers who use article databases. This scenario can promote the innovation indicators in companies and Institutions of Science and Technology (IST), impacting positively on NIS. Keywords: Intellectual Property, Innovation; Politics on Science, Technology and Innovation.

(10) x. LISTA DE TABELAS. 1. Tabela 1- Produção científica brasileira recente: número de documentos publicados anualmente, parcela da produção mundial representada pela produção brasileira e porcentagem dos artigos publicados em colaboração com outros países. ........................... 17 2. Tabela 2- Comparação do perfil de produção científica entre Brasil e China. Áreas com maior produção científica no período de 10 anos, de 2000 a 2009. .................................... 19 3. Tabela 3- Posição mundial (rank) em número de artigos e em número de citações em algumas áreas do conhecimento para Brasil, Espanha e China em 2008. ........................... 20 4. Tabela 4- Brasil: produção técnica no diretório dos grupos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 2000-2010 ................... 30.

(11) xi. LISTA DE FIGURAS. 5. Figura 1 – Evolução da legislação de PI no Brasil ................................................................ 8 6. Figura 2-Evolução na formação de doutores no Brasil........................................................ 12 7. Figura 3- Evolução na formação de doutores no Brasil e evolução de artigos publicados (ISI) ...................................................................................................................................... 12 8. Figura 4- Percentual de empresas que implementaram inovações, segundo a atividade selecionada da indústria 2000/2011. .................................................................................... 14 9. Figura 5- Brasil: distribuição percentual dos pedidos de patentes depositados (1) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), segundo origem do depositante 19992011 ..................................................................................................................................... 15 10. Figura 6- Quantidade de artigos científicos publicados nos anos 1994, 2000 e 2006 por autores com residência no Brasil e quantidade de citações por artigo, dois anos após a publicação. ........................................................................................................................... 16 11. Figura 7- Número de artigos brasileiros publicados em periódicos científicos indexados pela Thomson/ISI e Scopus, 1996-2011 .............................................................................. 17 12. Figura 8- Posição mundial (rank) segundo o número de documentos publicados e o número de citações recebidas pelo Brasil, Rússia, Coreia do Sul, Suécia e a Índia em comparação aos dez líderes mundiais de produção científica: Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Canadá, Itália, Espanha e Austrália. ................................................ 18 13. Figura 9- Número de patentes concedidas pelo USPTO (1963-2011, distribuído por ano de concessão e País estrangeiro de origem ............................................................................... 21 14. Figura 10: Evolução da produtividade total dos fatores em países selecionados considerando capital em tecnologia da informação e comunicação (1989=1) .................... 22 15. Figura 11: Produtividade do Trabalho (PIB/PO): Brasil e Coréia do Sul - 1960-2011 (US$ PPP 2011) ............................................................................................................................ 22 16. Figura 12- Atividades e número de Alunos formados no período de Janeiro de 2011 a Setembro de 2012 ................................................................................................................. 24 17. Figura 13- publicações no período de janeiro de 2011 a setembro de 2012 ........................ 25 18. Figura 14- Comparação entre o número de pessoas atendidas em 2009, 2010, 2011 e 2012 (até agosto), dividido por tipo de atividade ........................................................................ 26 19. Figura 15- Amostra e respondentes ..................................................................................... 33 20. Figura 16 – Buscas em bases de artigos .............................................................................. 35 21. Figura 17– Acesso ao site de periódicos da Capes .............................................................. 35 22. Figura 18 – Buscas em bases de patentes ............................................................................ 36 23. Figura 19 – Uso de bases de patentes .................................................................................. 36 24. Figura 20 – Frequência em disciplinas de PI ....................................................................... 37 25. Figura 21– Curso de PI ........................................................................................................ 37 26. Figura 22 – Requisitos de patenteabilidade ......................................................................... 38 27. Figura 23 – Quantidade de requisitos de patenteabilidade .................................................. 38 28. Figura 24 – Requisitos de patenteabilidade ......................................................................... 39 29. Figura 25 – Abrangência da proteção de uma patente ......................................................... 40 30. Figura 26 – Vigência de patentes ......................................................................................... 40.

(12) xii. 31. Figura 27 – Disponibilização de uso de patente .................................................................. 41 32. Figura 28 – Divulgação de informação x pedido de patente ............................................... 41 33. Figura 29 – Período de graça ............................................................................................... 42 34. Figura 30 – Formas de proteção dos resultados de projetos ................................................ 42 35. Figura 31– Formas de TT sobre os resultados dos projetos ................................................ 43 36. Figura 32– Necessidades de gestão da inovação ................................................................. 45 37. Figura 33– Interesse em participar de cursos de PI ............................................................. 46 38. Figura 34 – Grupo Temático ................................................................................................ 47 39. Figura 35- Idade ................................................................................................................... 48 40. Figura 36- Unidade de lotação ............................................................................................. 48 41. Figura 37- Gênero ................................................................................................................ 49 42. Figura 38- Cargo .................................................................................................................. 49 43. Figura 39– Área de formação .............................................................................................. 50 44. Figura 40– Tempo na empresa............................................................................................. 51.

(13) xiii. LISTA DE ABREVIATURAS. BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento BINA - Identificador de chamadas ("B” identifica número de "A") C&T - Ciência e Tecnologia CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CT&I - Ciência, Tecnologia e Inovação CUP – Convenção da União de Paris CUP - Convenção de Paris para a proteção da propriedade industrial EAD - Educação a Distância EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ENAPID - Encontro Acadêmico de Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento FADERGS - Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul FGV - Fundação Getulio Vargas FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico FORTEC -- Fórum dos Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia GATT – General Agreement on Tariffs and Trade ou Acordo Geral de Tarifas e Comércio GNIPA - Rede Global de Academias de Propriedade Intelectual IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICT - Instituições Científicas e Tecnológicas IFES - Institutos Federais de Educação Superior IFSUL - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense.

(14) xiv. INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ISI - Institute for Scientific Information LAMB - Placa Eletrônica de Substituição LPI – Lei de Propriedade Industrial MCTI - Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação MEC - Ministério da Educação NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica NIT - Núcleo de Inovação Tecnológica OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OMC – Organização Mundial do Comércio OMPI – Organização Mundial da Propriedade Intelectual P&D - Pesquisa e Desenvolvimento PCT - Patente Cooperation Treaty PDTI – Plano Diretor de Tecnologia da Informação PI – Propriedade intelectual PIB – Produto Interno Bruto PINTEC – Pesquisa de Inovação PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PND - Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social PNE - Plano Nacional de Educação PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PO – População Ocupada PPC – Paridade do Poder de Compra.

(15) xv. PPP- Posicionamento por Ponto Preciso PTF – Produtividade Total dos Fatores PUC – Pontifícia Universidade Católica Rede NIT-NE - Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Nordeste RH – Recursos Humanos SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SJR - SCImago Journal Rank SNI - Sistema Nacional de Inovação TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação TRIKKE - Triciclo Cambável de Três Pontos TRIPS – Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro UFS - Universidade Federal de Sergipe UNESP - Universidade Estadual de São Paulo UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas USP - Universidade de São Paulo USPTO – United States Patent and Trademark Office WIPO – World Intellectual Property Organization.

(16) xvi. SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 4 2.1. Propriedade intelectual (PI) ............................................................................................ 5 2.2. Inovação .......................................................................................................................... 8 2.3. Ensino de propriedade intelectual ................................................................................. 23 2.4. Sistema nacional de inovação ....................................................................................... 29 3.MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 31 4.RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 35 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................ 52 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54 ANEXOS ................................................................................................................................. 57.

(17) 1. 1.INTRODUÇÃO. A propriedade intelectual (PI) é um dos temas centrais da economia contemporânea. Em uma economia fundada sobre o conhecimento, a competitividade depende precipuamente da acumulação de informações, servindo os direitos de propriedade intelectual como garantidores da proteção dos criadores e como incentivo à inovação e à criação. De acordo com Sherwood (1992), a PI pode ser considerada como parte da infraestrutura de uma nação, podendo contribuir para a mudança técnica, a difusão do conhecimento, a expansão dos recursos humanos, o financiamento da tecnologia, o crescimento industrial e o desenvolvimento econômico. O Brasil se consolida no mundo em termos de formação de pesquisadores e geração de conhecimento. Em 2012, foram titulados cerca de 14.000 doutores no país e os artigos científicos produzidos por autores com endereço no Brasil, e publicados em revistas indexadas em bases de dados internacionais eram cerca de 2,7% do total da produção mundial. Em contrapartida, quando se faz uma análise da produção tecnológica não se mantêm o mesmo desempenho, Segundo Zago (2011), somente cerca de 0,2% das patentes aqui se originam. Há de se mudar a ideia do conhecimento científico distanciado do tecnológico nas universidades e centros de pesquisa. Resultados de pesquisas não podem ficar restritos aos laboratórios e, mesmo, às publicações. Os recursos investidos devem gerar resultados econômicos, financeiros, sociais, ambientais, ou seja, devem sair do ambiente da instituição e, efetivamente, atuar na resolução de problemas técnicos reais (PIMENTEL, 2009).. O Brasil possui qualificadas atividades de pesquisa aplicada e inovação que não são devidamente registradas pelos indicadores de patentes e produção científica, principalmente nas áreas agrícola e biológica, desempenhados tanto por pequenas e médias empresas quanto por universidades e institutos de pesquisa. Esse quadro se deve a diversos fatores, dentre eles a falta de uma cultura voltada para a inovação. A deficiência na formação do pesquisador em relação ao ensino de temas de propriedade intelectual (PI), tais como: propriedade industrial, prospecção tecnológica em bancos de patentes, negociação e avaliação de ativos de propriedade intelectual, proteção da PI. Esses aspectos podem influenciar diretamente na produção tecnológica e no processo de transferência de tecnologia das instituições de pesquisas públicas (SENNES E FILHO, 2011)..

(18) 2. Essa deficiência pode promover diversos ruídos no processo de geração de tecnologias. A falta de sintonia com o setor produtivo e com o mercado favorece a geração de tecnologias desalinhadas com a demanda real. Dessa forma, inviabilizando comercial e economicamente sua transferência impedindo o ciclo de inovação. O processo de proteção também pode ser prejudicado, já que o produto estimado como resultado do projeto de pesquisa pode existir no estado da técnica e, ainda, ser de propriedade de terceiros, ou seja, além dos recursos financeiros, materiais e humanos terem sido usados para produzir tecnologias já existentes, podem-se gerar passivos com significativos custos financeiros e interinstitucionais. Para mitigar esses problemas o mercado deve buscar profissionais com formação em propriedade intelectual, para que possam, dentro de suas áreas de atuação, cumprir requisitos legais e negociais, promovendo assim a geração, o desenvolvimento, a proteção, a transferência e a avaliação de impacto dessas tecnologias sob o aspecto técnico, econômico, comercial, ambiental e social. A demanda por profissionais com formação multidisciplinar favorece a contínua expansão do ensino de propriedade intelectual, antes ofertado somente em cursos de direito e algumas capacitações técnicas para gestores de tecnologias. Atualmente, existem disciplinas em cursos de graduação e em alguns cursos de pós-graduação Lato Sensu, e Stricto Sensu (mestrado e doutorado). O estudo do nível de conhecimento do pesquisador a cerca do tema propriedade intelectual, possibilita que as instituições possam conhecer melhor o perfil de seus recursos humanos responsáveis pela produção dos seus ativos intangíveis. As informações podem servir de base para iniciar o planejamento de diversas ações de gestão, dentre elas: contratações, capacitações técnicas e estratégicas, ações de comunicação, definição de procedimentos operacionais padrão, mapeamento de processos, mudanças nas grades curriculares de cursos, dentre outras. Além dessas vantagens, as informações podem auxiliar na gestão e no planejamento das metas das instituições, dos setores responsáveis pelo assessoramento das questões relativas à PI e dos pesquisadores. Nesse sentido, promover a integração entre pesquisa e desenvolvimento (P&D) e transferência de tecnologia (TT), além do alinhamento destas com os objetivos institucionais, potencializar a ação da instituição, na otimização de sua estrutura e força de trabalho para a geração da inovação e no fortalecimento do sistema de inovação e na disseminação da cultura da inovação. A Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), enquanto empresa de pesquisa, tem como um de seus objetivos a geração de tecnologias produtos e serviços. Para potencializar os recursos investidos em P&D o processo de gestão da inovação promove a proteção dos ativos.

(19) 3. intangíveis, para assegurar a titularidade em relação à instituição e a autoria relacionada ao inventor. Dessa forma, possibilitando uma maior atratividade para o investimento de terceiros (empresas), visando à introdução desses produtos, tecnologias e serviços no mercado e, consequentemente disponibilizando-os para a sociedade. Uma forma de controlar o atingimento desse objetivo é a utilização de indicadores de desempenho, que podem ser financeiros e/ou sociais, estratégicos e ambientais. O estudo ora abordado é relevante para a análise da correlação entre conhecimento e geração sobre o tema PI e a conscientização dos pesquisadores sobre a relevância estratégica do tema PI na atividade de P&D. No sentido de nortear os indicadores de geração de ativos intangíveis, a promoção da cultura da inovação e, por conseguinte, o fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação. O objetivo geral do trabalho foi demonstrar a importância do ensino de propriedade intelectual no fortalecimento do Sistema Nacional de Inovação SNI. A pesquisa foi dividida em quatro capítulos, sendo o primeiro uma breve introdução sobre a temática abordada. O seguinte trata da explanação de conceitos e perspectivas de alguns autores demonstrando a importância do conhecimento sobre PI e seu impacto na geração de ativos intangíveis. O terceiro capítulo demonstra a metodologia que foi utilizada para elaboração do trabalho. Já no quarto capítulo são apresentados os resultados alcançados..

(20) 4. 2. REVISÃO DA LITERATURA. Segundo Cruz (2011), no Brasil, as políticas contínuas para a pós-graduação levaram ao desenvolvimento de um sistema bem superior ao da maioria dos países com indicadores de desenvolvimento semelhantes ao do Brasil. A formação do pesquisador em PI compreende o período desde sua graduação até os cursos de pós-graduação. Nesse contexto, é possível encontrar especialistas em áreas da fronteira da ciência, a exemplo de nanotecnologia e genética avançada, que não tiveram acesso às informações básicas sobre propriedade intelectual (necessidade de sigilo antes do início de um processo de pedido de patente), informação tecnológica (busca em bases de patentes), inovação (royalties) e outros temas relevantes que possibilitam ao pesquisador um leque de ferramentas para desenvolver suas pesquisas de forma mais efetiva e com mais chances de gerar inovações. A velocidade da geração de novos conhecimentos e tecnologias exige que o pesquisador tenha uma visão multidisciplinar sobre sua pesquisa/projeto. Em países da Europa, América do Norte e Ásia existem iniciativas de mudanças nas grades curriculares de cursos de graduação e pós-graduação. Desde a época da elaboração do TRIPS a questão da falta de expertise em PI foi debatida. Segundo Drahos (1995), o tema era considerado incipiente e pouco estudado, sendo previsto no referido acordo o auxílio técnico e financeiro dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento para a elaboração e adequação das legislações nacionais e na capacitação de recursos humanos. De acordo com Borher (2007), a expertise em PI, durante muitas décadas, restringiuse a alguns advogados que dominavam o tema. A inserção da propriedade intelectual nas grades de cursos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos tende a se intensificar nos próximos anos, em função do envolvimento dos acadêmicos com o tema e da demanda no mercado de trabalho, com crescimento de postos para examinadores de patentes, especialistas em transferência de tecnologia, ativistas, consultores, etc. Para Tigre (2006), a capacitação técnica para P&D precisa ser dinâmica e flexível. Algumas inovações requerem tecnologias complementares. para. se. viabilizarem,. como. também. de. equipes. e. processos. multidisciplinares. Borher (2007) defende que as disciplinas ligadas ao tema PI não devem se restringir aos cursos de direito e, até, não devem ser de caráter optativo. A melhoria da formação quanto ao tema PI pode favorecer os indicadores de gestão da inovação, tais como: depósito de patentes, licenciamento de patentes, registro de software, registro de marca, arrecadação em royalties, dentre outros. Segundo Tidd (2008), a criação e o compartilhamento de propriedade.

(21) 5. intelectual é um papel central de uma universidade. Analogamente pode-se também considerar isso para instituições de pesquisa e, mais ainda, para empresas de pesquisa. Entender como proteger os ativos e como negociar os contratos de transferência e desenvolvimento de tecnologias pode ser o principal fator estratégico para alavancar pesquisas que antes eram consideradas inviáveis, seja pelo fator custo ou mesmo, capacidade operacional. A gestão da inovação é um processo que não está restrito ao final do processo de pesquisa, pelo contrário, inicia-se antes, desde a prospecção de demandas, passando pelo assessoramento em informação tecnológica, com buscas em bases de patentes e artigos, definição de rotas tecnológicas, estudos de liberdade de uso de tecnologias assessórias, estudos de viabilidade técnica e econômica, proteção da propriedade intelectual gerada, contratos de desenvolvimento e comercialização, até a retroalimentação do sistema, com o estudo de impacto das tecnologias geradas e transferidas, que possibilita o feedback ao pesquisador que por sua vez pode fazer ajustes necessários na tecnologia, com foco no mercado.. A tecnologia é estratégica por que otimiza o uso dos insumos e matérias-primas de forma racional dentro do quadro de esgotamento de muitas fontes naturais, é estratégica por que agrega valor em serviços, é estratégica por que permite um diferencial na concorrência empresarial, é importante para a sociedade por que permite encontrar soluções necessárias, como, por exemplo, medicamentos para enfermidades antes incuráveis, alimentos mais saudáveis, comunicações, transportes, etc. (PIMENTEL, 2005).. O conhecimento dos diversos temas que envolvem o assunto PI possibilita ao pesquisador um maior embasamento teórico para a geração, proteção e transferências das tecnologias produzidas e à empresa melhoria dos indicadores de controle nos resultados tecnológicos e de inovação. Segundo Ferreira (2010), os direitos de propriedade intelectual protegem as criações intelectuais, facultado aos titulares direitos econômicos, os quais ditam a forma de comercialização, circulação, utilização e produção de bens intelectuais ou dos produtos e serviços que incorporam tais criações.. 2.1. Propriedade intelectual (PI) Propriedade Intelectual segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual WIPO (2004) significa, de forma muito ampla, os direitos legais que resultam da atividade intelectual nos campos literários e artísticos, científicos e industriais. Assim:.

(22) 6. “... às obras literárias, artísticas e científicas; às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão; às invenções em todos os domínios da atividade humana; as descobertas científicas; os desenhos e modelos industriais; às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais; à proteção contra a concorrência desleal e “todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico.” (Convenção que instituiu a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, assinada em Estocolmo em 14 de julho de 1967; Artigo 2, § viii). Esses direitos influenciam diretamente sobre a possibilidade dessa tecnologia chegar ao mercado. A forma com que uma tecnologia é protegida pode determinar seu valor, assim como, sua capacidade de atrair investimentos para o seu desenvolvimento. Outro fator importante é o grau de apropriabilidade, quanto mais objetiva e original for uma tecnologia maior será o alcance de sua proteção. Segundo Bezerra (2010):. A apropriabilidade, nesse sentido, apresenta‑se como uma propriedade do conhecimento tecnológico que viabiliza as inovações e as protege em graus variados das imitações dos seus concorrentes, garantindo os benefícios econômicos acumulados. As condições de apropriabilidade podem variar significativamente entre as indústrias e entre as tecnologias.. Ainda segundo Bezerra (2010), quando uma tecnologia for de fácil difusão e acesso, seu grau de apropriabilidade será baixo, com maiores chances de empresas imitadoras copiarem seus produtos e, consequentemente, gerarem um baixo poder de atração de investimentos para inovação. Em contra partida, o grau de apropriabilidade será maior se houver dificuldade de imitação por parte de terceiros. Há que se considerar que a proteção da PI é um direito sobre a tecnologia, sobre a parte intelectual e não sobre o bem físico, ou seja, quando se tem uma patente, por exemplo, há o direito de exploração e de contrafação embutido no título de propriedade temporário que foi expedido pelo Estado, demonstrando, de forma objetiva, o grau de apropriabilidade que está sendo oferecido. De acordo com Tigre (2006), propriedade intelectual é essencialmente um direito outorgado pelo Estado por meio de leis específicas, por um prazo determinado. Dessa forma, permite que seu detentor possa excluir terceiros de sua fabricação e comercialização. A propriedade intelectual está divida em propriedade industrial e direito autoral. Na propriedade industrial as formas de proteção são: patentes de invenção e de modelo de utilidade, registro de desenho industrial, registro de marcas, repressão às falsas indicações geográficas e a repressão à concorrência desleal..

(23) 7. No direito autoral as formas de proteção atuam sobre o direito do autor e conexos: livros ou roteiros de filmes; composições musicais; filmes; fotografia; desenhos; pinturas; gravuras; esculturas; ilustrações; cartas geográficas; projetos; esboços e obras plásticas relacionadas à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; programas de computador; enciclopédias; dicionários; bases de dados. A proteção sui generis; Topografia de Circuito Integrado; Cultivar; Conhecimento Tradicional. Os primeiros documentos de patentes de invenção foram emitidos na Itália. Existem duas versões, segundo Polakiewicz (1998), a primeira teria sido em Florença, no ano de 1421, sobre a invenção de uma embarcação para transporte de mármores. No entanto a referência da patente mais antiga que é encontrada em mais documentos é reputada a patente de Veneza, no ano de 1474, sobre a técnica de produção cristais coloridos, na ilha de Murano. Esse documento conferia o direito exclusivo para os artesãos, sobre a produção e comercialização de cristais coloridos. É oportuno observar que esses primeiros registros de emissão de documentos de patentes já previam a abrangência territorial da proteção como também o prazo de vigência, que no caso de Florença era de três anos. A lei veneziana continha definições que são utilizadas atualmente para definir se uma tecnologia pode ou não ser protegida e qual a abrangência e período dessa proteção. Novidade, aplicação industrial, exploração exclusiva, salvaguarda dos interesses do Estado, licença de exploração, sanções a terceiros, etc. Segundo o Manual de Oslo (1997), uma patente é um direito de propriedade sobre uma invenção, concedido por departamentos nacionais de patentes. Uma patente dá a seu detentor um monopólio (de duração limitada) sobre a exploração da invenção patenteada como contrapartida da divulgação (com o que se pretende permitir uma utilização social mais ampla da descoberta). O Brasil, desde a época do Império, demonstra estar na vanguarda no aspecto da legislação sobre o tema propriedade intelectual, sendo o quarto país a editar uma lei para tratar do assunto. O Alvará de 28 de abril de 1809, introduzido por Dom João VI, concedia o direito de exploração exclusiva de 14 anos aos seus inventores e continha termos e definições que poderiam ser aplicadas atualmente. Segundo Deorsola (2008), a evolução sobre a legislação ocorreu da seguinte forma:.

(24) 8. Figura 1 – Evolução da legislação de PI no Brasil. 1785 - Alvará que determinou o fechamento das indústrias no Brasil;. 1809 - Alvará do Príncipe Regente;. 1830 - Lei Brasileira. 1945 - Código da Propriedade Industrial;. 1970 - Criação do INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial;. 1971 - Novo Código da Propriedade Industrial;. 1988 – Constituição Federal, Artigo 5°. 1996 - Lei Brasileira No 9.279, em vigor:. 1997 - Lei de Cultivares, no 9.456/97 - vigor desde abril de 1997. Institui a proteção para plantas. 1998 -Lei de Programa de Computador, no 9.609/98 em vigor desde fevereiro de 1998;. 1998 - Lei de Direitos Autorais, no 9.610/98 em vigor desde junho de 1998, substituiu a Lei 5.988/73. 2001- Lei no 10.196/01 altera e acresce dispositivos n° 9.279. Decretos, Resoluções e Atos Normativos do INPI.. Fonte: DEORSOLA (2008). O país é signatário dos principais acordos internacionais sobre o tema, estando alinhado com as mudanças e adequações dos órgãos internacionais, a exemplo da Convenção de Paris – CUP (1883) e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI fundada em 1957. Em 1970, do Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT), importante tratado internacional sobre patentes. Em 1994, do Acordo sobre Aspectos dos Direitos da Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (AADPIC) ou de forma mais usual a sigla em inglês (TRIPS), que foi assinado na Rodada Uruguai da OMC. Entre os principais objetivos do TRIPS pode-se destacar a harmonização entre as legislações nacionais de PI, de acordo com os interesses dos países mais desenvolvidos e o estabelecimento de parâmetros mínimos de proteção.. 2.2. Inovação Em um ambiente globalizado, de alta competitividade, padrões técnicos elevados são requisitos básicos e não critérios para definição de liderança em fatias de mercado. Segundo Tidd et al. (2008), a maioria das novas tecnologias não chega a se tornar produtos e serviços e.

(25) 9. a maioria dos produtos e serviços novos não é sucesso comercial. A diferenciação e novos requisitos surgem para exigir ainda mais das instituições na elaboração de produtos e serviços conectados com a realidade do mercado. Critérios como meio ambiente, balanço social e alimentação saudável são cada vez mais relevantes no momento da decisão do consumidor e, consequentemente, no sucesso de uma tecnologia chegar ao mercado. Nesse contexto de incertezas é cada vez mais importante atuar nas variáveis menos complexas ou mais facilmente controláveis. Integrar e capacitar equipes de P&D e atuar na gestão da PI visando um melhor entendimento sobre o tema pode favorecer a elaboração de resultados mais efetivos. Tecnologias, produtos e processos devem ser desenvolvidos com vistas às demandas que se apresentam ao mercado (market pull), ou criando a demanda pela tecnologia (technology push). O pesquisador deve propor soluções inéditas, de forma eficiente, aos problemas técnicos que se apresentam, com viabilidade técnica-econômica-ambientalcomercial e social, tendo consequentemente potencial para se chegar ao mercado. Além desses fatores, deve-se ter como foco o comprometimento com o tema PI, potencializando a imagem da Instituição e do próprio pesquisador. O Brasil tem condições técnicas e legais para basear seu desenvolvimento por meio da inovação. Diversas ações foram elaboradas para fomentar a inovação. A Lei nº 10.973/04, chamada Lei de inovação, estabeleceu um cenário favorável à constituição de parcerias entre centros de pesquisa, universidades e empresas para possibilitar a geração de inovações. No entanto, o que se observa é um fraco desempenho de alguns dos principais indicadores de inovação, que demonstram a existência de diversos fatores que comprometem a eficácia do Sistema Nacional de Inovação. Apesar de ser um país com tradição em matéria de direitos em propriedade industrial, seus indicadores de inovação ainda não conseguem atingir índices equiparados aos países em que a inovação é a base do desenvolvimento. De acordo com Stefan Sweig (1941), em seu livro “Brasil, o país do futuro”, o país é cheio contrastes e tem um grande potencial. Nesse período já era possível fazer previsões sob seu desenvolvimento tecnológico e econômico. Por décadas, o título dessa publicação foi replicado em inúmeros meios como forma de justificar os baixos índices de desenvolvimento. Observando-se os indicadores sociais e econômicos desde a última década, pode-se notar que esse cenário está se consolidando. A dívida externa e a inflação foram controladas, os índices de forma geral mostram sinais de melhoria contínua, porém esse desenvolvimento não está sendo baseado em modelos que centralizam seu foco na inovação. Pelo contrário, alguns índices como o saldo da balança comercial.

(26) 10. demonstram que o país continua a ser tecno-dependente dos países exportadores de tecnologia. A criatividade do brasileiro é notada em diversas invenções. Não é de hoje que inventores brasileiros ganham notoriedade pelos seus feitos tecnológicos, a exemplo dos grandes inventos e inventores como: o avião de Santos Dumont, o identificador de chamadas, “B” identifica o número de “A” (BINA), de Nélio Nicolai; o painel eletrônico para substituição de jogadores em partidas de futebol “LAMB”, de Eduardo Lamboglia; a urna eleitoral eletrônica; a pílula anticoncepcional masculina, de Elcimar Coutinho; o facebook, que tem como co-fundador Eduardo Saverin; o revolucionário “knect”, de Alex Kipman; O triciclo TRIKKE, de Luiz Osório V. Trentini e José Gildo Beleski Junior, que foi patenteado nos Estados Unidos da América EUA e, em 2002, recebeu um prêmio da revista TIME como invenção do ano. Estes exemplos, além de serem emblemáticos por exaltarem a criatividade, também demonstram, em alguns casos, a pouca importância dada à propriedade intelectual. O exemplo clássico se refere ao caso de Santos Dumont, inventor brasileiro de renome, que possui credito em diversas invenções importantes, que não foram protegidas e, consequentemente não tiveram seu nome vinculado ao seu inventor. Por outro lado, algumas invenções foram reivindicadas por terceiros que se tornaram seus inventores oficiais. Ao se proteger um invento, via documento de patente, além de possibilitar a correta denominação do inventor, podem-se auferir todos os benefícios, tais como aumento da relevância dos resultados de pesquisa, reputação no meio acadêmico, ganhos financeiros. De acordo com Crestana e Silva (2008), o modelo adotado para trazer inovação ao país, como regra, foi o de importar fábricas e pacotes tecnológicos fechados. Para mudar esse cenário foram planejadas e implementadas diversas ações para fomentar a inovação no país, dentre elas a criação de diversos cursos e vagas em programas de pós-graduação, que possibilitaram um aumento da população de mestres e doutores em um ritmo de crescimento expressivo. O mercado demonstra sinais de demanda crescente para cursos de especialização, em nível Lato Sensu. Os cursos de mestrado e doutorado são cada vez mais frequentados por estudantes que querem se especializar e aumentar sua empregabilidade, como também por profissionais que vislumbram atingir objetivos mais importantes dentro das instituições. A necessidade de formação e capacitação de recursos humanos especializados e a inovação são questões relevantes em instituições que querem atingir seus objetivos organizacionais. Segundo Tidd et al (2008), o escritório britânico de ciência e tecnologia.

(27) 11. define que a inovação pode extrapolar o ambiente da empresa e ser o “motor da economia moderna, transformando ideias e conhecimento em produtos e serviços”. A Embrapa é um exemplo de empresa que adota essa estratégia. Quando da sua constituição, foi desenvolvido e operacionalizado um intensivo programa de pós-graduação, que envolveu a maioria de seus pesquisadores. Os pesquisadores deveriam se especializar, em cursos de mestrado e doutorado no Brasil e em diversas partes do mundo. Mais de 40 anos depois, a empresa continua colhendo os frutos dessa decisão. De acordo com informações disponíveis em seu portal, em julho de 2014, contava com um quadro de 9.790 funcionários, sendo 2.444 pesquisadores, 2.503 analistas, 1.780 técnicos e 3.063 assistentes. Possui uma rede de 47 Unidades em todas as regiões do país. Contava com um portfólio de 679 patentes, 537 cultivares protegidas, 339 marcas registradas e 78 registros de softwares, além de contar com um acervo de mais de 27.939 livros/publicações editados na sua própria editora, estando disponíveis para compra ou download no portal da empresa. É atualmente reconhecida internacionalmente como líder em pesquisa e inovação na agricultura tropical. Além de contar com um programa de pós-graduação, elaborou um programa de parcerias internacionais para intercâmbio e treinamento de seus pesquisadores e técnicos, possibilitando acesso aos mais modernos laboratórios, novos equipamentos e novas técnicas que dificilmente teriam no Brasil. Essa ação é importante também no que se refere à colaboração e formação de redes de pesquisa que, naturalmente, podem favorecer o inicio de projetos de pesquisa em parceria. Isto corrobora a afirmação de Sennes e Filho (2011), de que há uma crescente internacionalização da comunidade científica brasileira. Segundo o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGEE, a formação de doutores atingiu níveis nunca antes alcançados. No ano de 1996, o Brasil titulava apenas cerca de um trigésimo do numero de doutores titulados nos Estados Unidos. Pouco mais de vinte anos depois, em 2008, o numero de doutores titulados no Brasil já representava mais de um quinto dos titulados nos Estados Unidos. Em 2012 o país formou cerca de 14.000 doutores e produziu cerca de 2,7% dos artigos científicos publicados no mundo, totalizando 34.210 artigos, como mostram as Figuras 2e 3 (CAPES/MEC, 2013)..

(28) 12. Figura 2-Evolução na formação de doutores no Brasil. Fonte: Capes/MEC 2013. Figura 3- Evolução na formação de doutores no Brasil e evolução de artigos publicados (ISI). Fonte: Capes/MEC (2013).

(29) 13. Para Salomon et al (1993), um dos grandes problemas para a geração da inovação são as características sociais, políticas e culturais de cada país, que influem diretamente na eficácia do desenvolvimento econômico baseado na inovação, demonstrando que se trata de um fator endógeno. Ao se adotar um modelo que não considera esta característica, diminui-se a probabilidade de sucesso. A utilização de indicadores para medir o grau de inovação é uma forma de monitorar a eficácia das políticas de inovação vigentes no país. A Pesquisa de Inovação (PINTEC) é uma pesquisa, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), para verificar o nível de inovação nas empresas. Seu objetivo é a construção de indicadores setoriais nacionais e, no caso da indústria, também regionais, das atividades de inovação das empresas brasileiras, comparáveis com as informações de outros países. O foco da pesquisa são os fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, sobre as estratégias adotadas, os esforços empreendidos, os incentivos, os obstáculos e os resultados da inovação (IBGE). São definidas algumas categorias de atividades levantadas: - Atividades internas de P&D - Aquisição externa de P&D - Aquisição de outros conhecimentos externos -Aquisição de máquinas e equipamentos - Treinamento - Introdução das inovações tecnológicas no mercado - Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição A Figura 4, apresenta o percentual de empresas, do ramo da indústria que apresentaram inovações..

(30) 14. Figura 4- Percentual de empresas que implementaram inovações, segundo a atividade selecionada da indústria 2000/2011.. Empresas que implementaram inovações 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 2000. 2003. 2005. 2008. 2011. Fonte: Pesquisa de Inovação tecnológica (PINTEC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – (IBGE) Tabelas 1.1.2 (2003, 2005, 2008, 2011) e Tabela 1 (2000) editada pelo autor.. Os dados demostram que o índice de empresas que implementaram inovações era de 31,52% no ano de 2000, cresceu para 33,27% em 2003, manteve a tendência de crescimento no ano de 2005 com 33,36% e chegou ainda em crescimento no ano de 2008, com 37,97%. Em 2011 houve uma diminuição nesse indicador para o patamar de 35,59%. Para se obter uma informação mais relevante pode-se fazer uma correlação entre dois indicadores de inovação: número e característica dos doutores do país pela geração de depósitos de patentes no INPI por residentes no país. Outra forma de se chegar a indicadores mais efetivos seria correlacionar depósitos de patentes entre residentes e não residentes. A Figura 4, demonstra a inferioridade e a recente tendência de queda do número de depósitos e pedidos de patentes de residentes frente aos depósitos de não residentes. Os esforços para a inovação ainda não produziram resultados em indicadores como depósitos de patentes..

(31) 15. Figura 5- Brasil: distribuição percentual dos pedidos de patentes depositados (1) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), segundo origem do depositante 1999-2011 100% 90% 80% 70% 60% 50%. não-residentes. 40%. residentes. 30% 20% 10% 0%. Fonte: adaptada de Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI (2012).. Segundo Zago (2011), a dissociação dos indicadores de publicações e patentes está diretamente ligada à recente tomada de rumo em direção à inovação no país e isso é perfeitamente natural. Enquanto que universidades de referência como Harvard, nos EUA, foi fundada em 1636, no Brasil a USP, sua principal e primeira universidade de pesquisa foi fundada em 1934. Ainda segundo Zago (2011), o Estado de São Paulo já demonstra uma nova realidade, onde o número de pesquisadores nas empresas supera o número de pesquisadores na academia e a produção de patentes segue a mesma proporção. Outro importante indicador é a qualidade dos artigos produzidos no Brasil, que pode ser obtida indiretamente por meio da quantidade de citações feitas em outros trabalhos. Dessa forma, pode ser feita uma classificação dos artigos com maior impacto, de acordo com o número de citações sobre o trabalho publicado. Brito Cruz (2011) realizou um estudo sobre este indicador demonstrando que no período de 1994 a 2006, houve uma evolução no número de artigos, e também no número de citação desses artigos em outros trabalhos conforme Figura ..

(32) 16. Figura 6- Quantidade de artigos científicos publicados nos anos 1994, 2000 e 2006 por autores com residência no Brasil e quantidade de citações por artigo, dois anos após a publicação.. Fonte: adaptado Cruz (2011). dados pesquisados <http://thomsonreuters.com/news_ideas/articles/>.. no. Web. of. Science. Ao produzir textos acadêmicos e técnicos o pesquisador deve referenciar seu trabalho com outros trabalhos publicados. Dessa maneira, promovendo o avanço do conhecimento. Nas décadas de 60 e 70, os artigos eram acessados em revistas e deveriam ser folheados para se encontrar as informações necessárias. Com o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação TIC’s, as revistas passaram a ser organizadas em CD-ROM´s. Após o surgimento e expansão da internet, as bases de artigos científicos foram disponibilizadas em sites, onde foram organizados, de forma sistemática os artigos o que possibilitou o acesso rápido e preciso à informação. No Brasil, o site de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que está disponível na rede de cerca de 424 instituições de ciência e tecnologia e de ensino públicas, é disponibilizado o acesso gratuito a mais de 37 mil periódicos de texto completo e 126 bases de dados em um amplo espectro de temas e áreas. A quantidade de artigos publicados nas bases Thonson/ISI e Scopus demonstram a tendência de crescimento no número de artigos publicados sendo significativamente maior na base Scopus, com o se observa na Figura 7..

(33) 17. Figura 7- Número de artigos brasileiros publicados em periódicos científicos indexados pela Thomson/ISI e Scopus, 1996-2011 50 45 40 35 30 25. Thomson/ISI. 20. Scopus. 15 10 5 2011. 2010. 2009. 2008. 2007. 2006. 2005. 2004. 2003. 2002. 2001. 2000. 1999. 1998. 1997. 1996. 0. Fonte(s): SCImago. National Science Indicators (NSI) da Thomson Reuters Scientific INC e SJR SCImago Journal & Coutry Rank. (2012). A Tabela 1 apresenta uma correlação sobre a produção científica no país. A participação em colaboração com outros autores de outros países que em 2000 era de 32,3% declinou até 2001, estabilizou-se de 2001 a 2002. No período de 2002 a 2004 demonstrou crescimento até 35,9% declinando até 2008 e ficando no patamar de 32.6%. Tabela 1- Produção científica brasileira recente: número de documentos publicados anualmente, parcela da produção mundial representada pela produção brasileira e porcentagem dos artigos publicados em colaboração com outros países. Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008. N° de documentos 13.228 13.595 15.744 17.852 19.608 22.176 27.776 30.385 34.145. Fonte: CGEE (2010).. No mundo (%) 1,08 1,03 1,17 1,26 1,25 1,28 1,53 1,61 1,77. Colaboração (%) 32,3 27,7 27,7 33,1 35,9 35,7 34,0 33,2 32,6.

(34) 18. A Figura 8 demonstra a posição dos países em relação à produção de artigos e o nível de citação destes. O Brasil está numa posição abaixo de quase todos os países listados em relação à citação somente sobressaindo à Rússia e novamente ficando abaixo de quase todos os países no critério produção somente tendo um nível superior de produção de artigos em relação à Rússia e à Suécia. Figura 8- Posição mundial (rank) segundo o número de documentos publicados e o número de citações recebidas pelo Brasil, Rússia, Coreia do Sul, Suécia e a Índia em comparação aos dez líderes mundiais de produção científica: Estados Unidos, China, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Canadá, Itália, Espanha e Austrália.. Fonte: ZAGO (2011). De acordo com Zago (2011), a produção científica brasileira é muito diversificada, ao contrário dos países de desenvolvimento acelerado. Ao ordenar, de forma decrescente, por quantidade e por tema verifica-se a seguinte ordem: medicina; ciências biológicas e agronomia; física e astronomia; Bioquímica, genética e biologia molecular; e engenharia. Se comparação for feita com a realidade chinesa, verifica-se uma inversão, com engenharia em primeiro lugar, física e astronomia em segundo, ciência dos materiais em terceiro, ciência da computação em quarto e química em quinto, como mostra a Tabela 2..

(35) 19. Tabela 2- Comparação do perfil de produção científica entre Brasil e China. Áreas com maior produção científica no período de 10 anos, de 2000 a 2009. Rank Brasil da área Total de artigos no período = no país 237.484 1° Medicina 2° Ciência Biológicas e agronomia 3° Física e astronomia 4° 5° 6° 8° 9° 10° 11° 12° 13° 14° 15°. Bioquímica, genética e biologia molecular Engenharia Química Imunologia e microbiologia Matemática Ciência da computação Farmacologia, toxicologia, farmácia Ciências ambientais Ciências da terra e planetárias Engenharia química Neurociências. China Total de artigos no período = 1.384.263 Engenharia Física e astronomia Ciência de materiais Ciência da computação Química Medicina Matemática Engenharia química Ciências da terra e planetárias Ciência Biológicas e agronomia Energia Ciências ambientais Farmacologia, toxicologia, farmácia Ciências sociais. Fonte: ZAGO (2011). A Tabela 3 demonstra que o Brasil desponta como um dos líderes em produção de artigos na área de odontologia, ocupando a segunda posição e também se destaca em outras áreas da saúde como: medicina, biologia e agricultura. Se fizermos uma correlação com os indicadores da china poderemos ver que o país que mais se desenvolve no mundo está em primeiro lugar na produção de artigos nas áreas de engenharia e ciências de materiais. Segundo em agricultura e ciências biológicas, física e astronomia, computação e terceiro em administração e contabilidade. Pode-se observar que a China está liderando diversas áreas ligadas à inovação tecnológica, enquanto que o Brasil, mesmo em comparação com a Espanha só lidera na área de odontologia..

(36) 20. Tabela 3- Posição mundial (rank) em número de artigos e em número de citações em algumas áreas do conhecimento para Brasil, Espanha e China em 2008.. Odontologia Agricultura e ciências biológicas Ciências sociais Medicina Ciências de materiais Física e astronomia Computação Engenharia Administração e contabilidade. N° de artigos N° de citações Brasil Espanha China Brasil Espanha China 2° 8° 14° 2° 13° 10° 10° 10° 14° 16° 16° 18° 21°. 8° 9° 9° 13° 11° 9° 12°. 2° 5° 4° 1° 2° 2° 1°. 14° 29° 17° 23° 22° 24° 22°. 8° 9° 10° 9° 10° 9° 11°. 6° 7° 13° 1° 2° 2° 2°. 27°. 10°. 3°. 32°. 9°. 6°. Fonte: ZAGO (2011). A Figura 9 demonstra como foi a evolução no número de patentes concedidas ao Brasil e a Coréia, pelo USPTO. O Brasil, em 1963 recebia a concessão cerca de duas dezenas de patentes nos EUA e a Coréia não tinha registro nesse período. No início da década de 1980, a Coréia deu início a uma crescente aceleração no número de depósitos e obtenção de cartas patentes, ultrapassando o Brasil e se distanciando ano após ano. No ano de 1995 o número de concessões coreanas, já havia ultrapassado o número de 1.161 enquanto que o Brasil somente recebia cerca de 63. No ano de 2013 a Coreia obteve cerca de 14.548 patentes enquanto que o Brasil somente 254..

(37) 21. Figura 9- Número de patentes concedidas pelo USPTO (1963-2011, distribuído por ano de concessão e País estrangeiro de origem KOREA, SOUTH BRAZIL 16000. 14000. 12000. 10000. 8000. 6000. 4000. 2000. 2013. 2011. 2009. 2007. 2005. 2003. 2001. 1999. 1997. 1995. 1993. 1991. 1989. 1987. 1985. 1983. 1981. 1979. 1977. 1975. 1973. 1971. 1969. 1967. 1965. 1963. 0. Fonte: Elaborado pelo autor. Dados USPTO (2013). A Figura 10 demonstra a evolução da produtividade total dos fatores na Coreia em relação ao Brasil e a outros países. Verifica-se que a produtividade cresceu cerca de 60% enquanto que no Brasil, no mesmo período, houve um decréscimo, demonstrando uma tendência a continuar diminuindo..

(38) 22. Figura 10: Evolução da produtividade total dos fatores em países selecionados considerando capital em tecnologia da informação e comunicação (1989=1). Fonte: Penn World Table 8.0. Obs.: PTF inclui capital humano. Para o Brasil os dados de PPC foram recalculados ignorando a comparação internacional de preços de 1996 e os dados de escolaridade foram recalculados a partir das PNADs e Censos.(MATION, 2014). Ao observar-se a Figura 11 verifica-se que na Coréia do Sul, o aumento da produtividade do trabalho teve um crescimento maior do que o no Brasil a partir de 1982. Esse período coincide com o ponto de inflexão das duas linhas da Figura 9, demonstrando uma correlação positiva entre o número de patentes concedidas no USPTO e o aumento da produtividade no trabalho. Figura 11: Produtividade do Trabalho (PIB/PO): Brasil e Coréia do Sul - 1960-2011 (US$ PPP 2011). Fonte: MACEDO (2012)..

(39) 23. 2.3. Ensino de propriedade intelectual Em um cenário de desenvolvimento baseado na economia do conhecimento, existe uma crescente valorização e ampliação dos ativos intangíveis. Na busca pela inovação, empresas estão cada vez mais investindo na geração desse tipo de produto. Segundo Idris (2003), na década de 80, cerca de 38% dos ativos das empresas estadunidenses eram intangíveis. Nos anos 2000, esse percentual avançou para mais de 70%. Essa tendência impulsiona o sistema de PI e naturalmente, aumenta a demanda por recursos humanos capacitados para gerar e fazer a gestão desses ativos. Outro aspecto a ser analisado é a necessidade de um sistema efetivo de PI que permita a apropriação do conhecimento gerado e, dessa forma, possibilite o retorno, financeiro ou não. Esse sistema necessita de um arcabouço legal e uma série de ações, a exemplo de elaboração de políticas públicas e sintonia com o sistema internacional para que possa operar em benefício do país, possibilitando a proteção e a comercialização dos ativos intangíveis, que podem ser traduzidas em agregação de valor ao produto de P&D e desenvolvimento econômico. Assim, o ensino de PI vem sendo cada vez mais difundido e considerado estratégico para a formação do profissional que produz e que faz a gestão de ativos intangíveis. Historicamente, a oferta de disciplinas e cursos que envolvem o tema, somente estavam disponíveis na área de direito. Paralelamente, existiam os cursos de curta duração, oferecidos pelos escritórios nacionais de PI e os cursos “in company”, para os técnicos da área de gestão da PI. Na década de 1990, os institutos nacionais de PI ampliaram suas ações de capacitação, criando programas que buscavam formar o profissional para atuar de forma a integrar as políticas nacionais de inovação e de desenvolvimento industrial. Por essa nova diretriz, foram criadas as Academias de Propriedade Intelectual, que seriam responsáveis pelas atividades de ensino e pesquisa em PI. Posteriormente, em 2007 foi criada a Rede Global de Academias de PI (GNIPA). As ações de capacitação do INPI e da Academia do INPI já resultaram em mais de 100.000 pessoas treinadas, sendo somente em 2011 realizadas 63 ações e o número de pessoas treinadas no INPI chegou a 2367, ultrapassando em mais de 47% a meta projetada para aquele período. Em 2012, até o mês de setembro, já haviam sido capacitadas mais de 1950 pessoas o que indicava que o resultado iria ser próximo ao período anterior, conforme a Figura 12..

Referências

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