Recuperação de Bacias
Hidrográficas
Professor Marcos Koiti Kondo
Unimontes
Departamento de Ciências Agrárias Campus Janaúba
APPs desmatadas
Erosão nas áreas agrícolas, topos de morros e encostas
Cultivo morro abaixo
Poluição dos corpos d’água
Ocupações irregulares
Áreas reflorestadas
Terraceamento, cultivo em nível, estradas conservadas
Matas ciliares
Saneamento básico, crescimento urbano ordenado
Turismo e economias sustentáveis
Precipitação anual no Brasil – ano hidrológico 2007 e média de 1961 a 2007. Fonte: Brasil (2009)
Problemas comuns das bacias
hidrográficas brasileiras (MMA)
• Monitoramento ambiental insuficiente;
• Falta de articulação interinstitucional e intergovernamental; • Conflitos pelo uso da água;
• Poluição da água e ausência de saneamento; • Desmatamento;
• Manejo inadequado do solo; • Redução da biodiversidade;
• Erosão e assoreamento dos rios;
• Escassez de água em termos de quantidade e/ou
Figura: Localização de poços cadastrados em 14/5/2013, no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS) no Brasil.
Fonte: Serviço Geológico do Brasil (CPRM), disponível em: <siagasweb.cprm.gov.br/layout>. Acesso em 27 mai. 2013.
Princípios da recuperação ou
revitalização
1. A microbacia é a unidade de referência das intervenções;
2. Há uma inter-relação estreita entre o uso da terra, o solo e a água (o que acontecer a um, afetará os
outros);
3. Há interligação entre as cabeceiras, a média bacia, baixa bacia e o estuário;
4. A ação antrópica desordenada é a principal causa da degradação;
5. O planejamento deve buscar os limites naturais das microbacias hidrográficas, superando os limites de propriedade, município, etc.;
Microbacia hidrográfica da Fazenda Experimental Edgardia
Critérios para Execução de Projetos em
Microbacias Hidrográficas
1. Áreas com grande número de pequenos produtores;
2. Áreas de produção de alimentos básicos;
3. Locais com problemas de erosão ou degradação
ambiental;
4. Áreas com cursos d’água importantes para o
abastecimento urbano e ou rural;
5. Comunidades organizadas, com disponibilidade de
recursos humanos e materiais, para contrapartida;
6. Respeito à aptidão agrícola e capacidade de uso das
Principais ações de recuperação
• Diagnóstico físico e socioeconômico da bacia;
• Planejamento e mobilização dos agentes;
• Práticas mecânicas, vegetativas e edáficas de
conservação do solo e da água (práticas
conservacionistas);
• Construção de terraços e bacias de contenção;
• Recuperação e estabilização de voçorocas;
• Readequação e realocação de estradas, retificação de
cursos d’água;
• Obras de saneamento urbano e rural (lixo e esgoto);
• Construção e recuperação de poços;
• Recuperação de áreas degradadas, assoreadas e
mineradas;
Principais ações de recuperação
• Cercamento das reservas legais e áreas de preservação
permanente (nascentes de água)
• Reflorestamento em matas ciliares e APPs;
• Instalação de viveiros e aquisição de mudas;
• Implantação de unidades demonstrativas;
• Treinamento e educação ambiental de gestores,
técnicos, produtores rurais e outros personagens
envolvidos;
• Produção e difusão de material técnico e informativo;
• Custo aproximado da recuperação: R$2.500,00/ha
(Gerência de Conservação e Recuperação do Cerrado e
da Caatinga - GCORC/IEF/MG, bacia do São Francisco,
fevereiro de 2012)
O problema da erosão hídrica
Erosão com processo de sedimentação. Serro, Minas Gerais. Abril de 2007.
Fonte: Luiz Lucena, Deflor Bioengenharia
Erosão em Camaçari, Bahia. Junho de 2007
Erosão pelo impacto da chuva
Erosão laminar e em sulcos
Erosão laminar e em sulcos
R. Derpsch
Erosão em voçorocas. Nazareno, Minas Gerais. 2002
Morro do Ferro, Distrito de Oliveira, Minas Gerais. 1999. Foto: Marcos Koiti Kondo
© Marcos Koiti Kondo
© Marcos Koiti Kondo
© Marcos Koiti Kondo
Morro do Ferro, Distrito de Oliveira, Minas Gerais. 1999.
Foto: Marcos Koiti Kondo
© Marcos Koiti Kondo
© Marcos Koiti Kondo
Gado Cabeceirinha 15°10'59.64"S 45° 7'36.93"O Foto: danialkmim http://www.panoramio.com/user/6380210 Gado Cabeceirinha 15°10'12.82"S 45° 7'4.86"O Foto: danialkmim http://www.panoramio.com/user/638021 0 Alto Pandeiros
Recuperação de áreas erodidas
• Isolamento da área com cercamento ou restrição do acesso humano e de animais domésticos;
• Controle da erosão acelerada a montante da área
degradada (nascentes e cabeceiras das encostas), com proteção do solo, terraceamento e bacias de
contenção;
• Retenção de sedimentos por barramento (gabiões, paliçadas), terraceamento e bacias de contenção;
• Estabilização das paredes internas da voçoroca, com taludamento e ou revegetação;
• Recomposição da vegetação nativa com possibilidade de espécies exóticas (capim vetiver, buffel, andropogon e leguminosas, por exemplo).
Terraceamento
• Indicado para captação e infiltração de água da
chuva
• Custo de implantação intermediário
• Volume de captação dependente do canal (3 m
largura, 0,5 m profundidade, 200 m = 150 m
3)
• Perdas por evaporação reduzidas, pela maior
infiltração
• Exige dimensionamento, locação e construção
cuidadosa para eficiência
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Fazenda Gouveia, Distrito de Barreiro da Raiz, Janaúba, MG, 2008
Terraços em pastagem e solo arado. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Erosão em pastagem recém terraceada (construção Nichols, com arado. Catuti, MG. 2008. Foto: Marcos Koiti Kondo
Terraceamento em vertente desprotegida. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Terraceamento em pastagem. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Final do terraço. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Rompimento da ponta do terraço. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Cordões de vegetação sobre os terraços
Lynn Betts, USDA Natural Resources Conservation Service http://commons.wikimedia.org/wiki/File:TerracesBuffers.JPG
CULTIVO EM NÍVEL
CULTIVO EM NÍVEL E PULVERIZAÇÃO (Floresta, PR, nov. 2009)
Bacias de contenção, miniaçudes
ou barraginhas
• Risco de rompimento com chuvas intensas
• Construir da região mais elevada para mais baixa (evitar rompimentos)
• O uso de barraginhas é voltado para calhas secas (enxurradas) e não para córregos;
• O período de construção deverá ocorrer no período das águas e até três meses após o encerramento do ciclo chuvoso, aproveitando a umidade residual do solo, que facilita a construção, baixa os custos e dá qualidade de compactação às mesmas;
• Deve-se utilizar a pá carregadeira, que aumenta em até três vezes o rendimento em relação ao trator de esteira.
Construção de bacia de contenção em Cambissolo. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Construção de bacia de contenção em Cambissolo. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Bacia de contenção ao lado de estrada recuperada, sobre antigo leito de córrego intermitente. Catuti, MG. 2008. Foto: Marcos Koiti Kondo
Bacia de contenção. Catuti, MG. 2009 Foto: Marcos Koiti Kondo
Bacia de contenção em Cambissolo. Guaraciama, MG. 2009 Foto: Marcos Koiti Kondo
Bacia de contenção rompida em Cambissolo. Guaraciama, MG. 2009 Foto: Marcos Koiti Kondo
Barragem assoreada em curso d’água. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Barragem assoreada em curso d’água. Catuti, MG. 2008 Foto: Marcos Koiti Kondo
Terraço de base estreita do tipo “cordão em contorno”, Pinheiral, RJ
(A terra retirada é colocada abaixo do terraço, formando um camalhão para aumentar sua eficiência)
MACHADO, R.L. Perda de solo e nutrientes em voçorocas com diferentes níveis de controle e recuperação no Médio Vale do rio Paraíba do Sul, RJ. 2007, 86 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Agronomia.
Cordão em contorno vegetado com capim vetiver
Recursos financeiros
• Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais - FHIDRO (SEMAD, BDMG e IGAM) • Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e Parnaíba (CODEVASF)
• Programa de Recuperação de Sub-Bacias Hidrográficas Formadoras dos afluentes mineiros do rio São Francisco - Governo do Estado de MG/RURALMINAS/EMATER
• Oferta de Água para o Semiárido Mineiro -RURALMINAS
• Projeto Veredas da Saúde - Secretaria Municipal de Saúde de Bonito de Minas e SESC/MG
Programas de recuperação
• Programa de Revitalização de Bacias Hidrográficas em Situação de Vulnerabilidade e Degradação Ambiental – Ministério do Meio Ambiente)
• Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PR-SF) (Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Integração Nacional).
• Programa Produtor de Água (Agência Nacional das Águas)
• Projetos de Revitalização das Bacias de Minas, Projeto
Estratégico Revitalização da Bacia do Rio das Velhas – Meta 2014
Projeto Estratégico Meta 2014
Governo Estadual
• Revitalização da Bacia do Rio das Velhas • Saneamento rural e urbano
• Despoluição da Lagoa da Pampulha • Qualificação de gestores municipais • Expedições pelo rio das Velhas
• Efluentes industriais
• Conservação da biodiversidade • Resíduos sólidos urbanos
• Benchmarking
Implantação dos Centros de
Referência de Recuperação de Áreas
Degradadas – CRADs
• Parceria – MMA, MI, Universidades Federais e Unimontes. • Definição de modelos de recuperação florestal, produção de
mudas, mobilização de produtores rurais, articulação interinstitucional e formação de rede de intercâmbio técnico–científico.
• CRAD - Alto São Francisco, Arcos, UFLA • CRAD - UnB, Brasília, UnB
• CRAD - Caatinga, Petrolina, UNIVASF
• CRAD - Baixo São Francisco, Arapiraca (UFAL) e Propriá (UFS) • CRAD - Cerrado Baiano, Barreiras, UFBA
• CRAD - Serra Talhada, Serra Talhada, UFRPE
Inaguração do CRAD - Mata Seca, Campus de Janaúba, Unimontes, 24/10/2014 Foto: Marcos Koiti Kondo
Projetos de pesquisa em
desenvolvimento
QUANTIFICAÇÃO, MONITORAMENTO E CONTROLE DA EROSÃO NA BACIA DO RIO PANDEIROS
Aprovado no Edital Fapemig 13/2014 (Sustentabilidade da Bacia do Rio Pandeiros)
Valor: R$183.108,45
IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DO USO DA TERRA NOS RECURSOS HÍDRICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS DO SEMIÁRIDO
Aprovado no Aviso ETENE/FUNDECI/BNB 01/2013 (Apoio à
Pesquisa e Difusão de Tecnologias de Combate à Desertificação e/ou de Convivência com o Semiárido)
Pesquisa CNI-IBOPE: retratos da sociedade brasileira: problemas e prioridades do Brasil para 2014: fevereiro 2014. Confederação Nacional da Indústria. Brasília: CNI, 2014. 44 p.
http://www.sistemafindes.org.br/download/pesquisa _cni-ibope-problemas_e_prioridades_2014.pdf