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Análise da Evolução da Rentabilidade do Investimento e Capital a partir do Balanço Patrimonial da Empresa: Estudo de caso “Empresa JOSEMINA, LDA” no Tr 2014/2016 - Xikola Yetu

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Departamento de Ciências Sociais e Económica

Trabalho de Fim de Curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria.

Apresentado por:

Marcela Bernardina Muenho Uahadi Nº1907

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA RENTABILIDADE DO INVESTIMENTO E CAPITAL A PARTIR DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA: ESTUDO

DE CASO “EMPRESA JOSEMINA, LDA” NO TRIÉNIO 2014/2016

Orientador: Mestre Mário Munto Ndala Nº de Registo:

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Departamento de Ciências Sociais e Económicas

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA RENTABILIDADE DO INVESTIMENTO E CAPITAL A PARTIR DO BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA: ESTUDO

DE CASO “EMPRESA JOSEMINA, LDA” NO TRIÉNIO 2014/2016

Apresentado por: Marcela Bernardina Muenho Uahadi

Orientador: Mestre Mário Munto Ndala

Luanda, ______/ _________/ 2018

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2 | P á g i n a

EPÍGRAFE

”Não há nada como os sonhos para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.

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3 | P á g i n a

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à todos que fizeram do meu sonho uma real, especialmente aos meus pais, familiares e amigos.

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4 | P á g i n a

AGRADECIMENTO

A Deus por me conceder vida e sabedoria para terminar este trabalho. Ao Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ) pela oportunidade de fazer o curso.

Aos professores, por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e educação no processo da aprendizagem e formação profissional.

Aos meus familiares por todo apoio e amor prestado durante o período da minha formação superior.

Os cumprimentos são extensivo aos meus amigos que no finalmente se tornaram companheiros da longa caminhada no trilha da graduação em contabilidade e auditoria. Dizer que vocês estarão sempre presente na minha vida.

De uma maneira muito especial, agradeço ao professor Mestre Mario Munto Ndala que me orientou incansavelmente durante toda etapa da pesquisa e elaboração deste trabalho, pois, nos contactos mantidos visando o esclarecimentos sobre a formatação do desenho metodológico para elaboração desta pesquisa foi possível a partilha de seus conhecimentos, que de agora em diante servirão de ferramentas para a longa caminhada imposta pela investigação cientifica, não descorando o tempo disponibilizado, auxílio, que no fundo gerou em mim a confiança, crença e determinação em tornar este trabalho um produto com características de aceitação no mundo académico.

A todos quanto de forma direta e indireta participaram que aqui não foram mencionados.

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5 | P á g i n a

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resumo de dimensões e objectivo da análise financeira ... 23

Tabela 2: Modelo de demonstração de resultados ... 26

Tabela 3: Estrutura do balanço ... 26

Tabela 4: Evolução do Balanço Patrimonial (Activos) ... 41

Tabela 5: Evolução do Balanço Patrimonial (Passivo) ... 42

Tabela 6: Evolução das contas de resultados (Proveitos e custos) ... 44

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6 | P á g i n a

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura da Pesquisa ... 18 Figura 2: Figura da Análise de Valor da empresa ... 25 Figura 3: Formulações possíveis de retornos ... 28 Figura 4: Cálculo do WACC de Brealey e Myers com Kd explicita e não

explícito ... 34 Figura 5: Configuração do Impacto dos juros na Rentabilidade da dos

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7 | P á g i n a

LISTA DE GRÁFICOS

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8 | P á g i n a

ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBOLOS

ROI – Return on Investiment (Retorno do Investimento) ROE – Return on Capital (Retorno do Capital)

Ka – Custo Aparente do Capital Kd – Custo Efectivo do Capital PGC – Plano Geral de Contabilidade DR – Demonstração de Resultados Dfs – Demonstrações financeiras ATM – Activo Total Médio

IR – Imposto de Rendimento

CMPC – Custo Médio Ponderado do Capital WACC – Weighted Average Cost of Capital

LAJIR – Lucro Antes do Juros e Imposto de Rendimento LAIR - Lucro Antes do Imposto de Rendimento

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9 | P á g i n a

RESUMO

Este trabalho tem como propósito compreender a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda, a análise delimitou-se no período de 2014 à 2016 e teve como foco: a rentabilidade dos activos (ROI), dos capitais próprios (ROE) e de terceiros (Ka,d). Para materialização do propósito, fez-se recurso ao método de análise financeira com enfâse no modelo de indicadores e índice. Tratando-se de um estudo quantitativo com abordagem descritiva, utilizou-se numa primeira fase a análise bibliográfica para se familiarizar-se com os principais conceitos e numa segunda fase, com análise documental, por via do qual, foi possível escalpelizar o reportório de indicadores de rentabilidade demandado na problemática da pesquisa. Os resultados apresentam uma evolução satisfatória dos indicadores de rentabilidade dos activos, e dos capitais próprios, pois, estes se apresentaram superior face ao retorno do capital de terceiro proposto pelo mercado bancário, formando pelo custo aparente e efectivo do capital. Como contribuição recomendou-se que a empresa, a manutenção da política de negociação de custos do capital, pois, por via deste, poderá manter a tendência de ganhos gerados pelos benefícios fiscais decorrente da utilização do capital de terceiros. Palavras-Chave: Rentabilidade do activo, Rentabilidade do capital próprio, Rentabilidade de capital de terceiro, Custo aparente do capital e Custo efectivo do capital.

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10 | P á g i n a

ABSTRACT

The purpose of this study was to understand the evolution of the profitability in terms of investments and capital from the Josemina, Lda., financials, the analysis was delimited within the period 2014 to 2016 and focused on the profitability of assets (ROI ), equity (ROE) and capital cost (Ka, d). To perform the purpose, the financial analysis method was used with emphasis on the index and index model. As a quantitative study with a descriptive approach, the bibliographic analysis was used in a first phase to familiarize with the main concepts and in a second phase, with documentary analysis, through which it was possible to scalpel the repertoire of indicators of profitability demanded in the research problem. The results show a satisfactory evolution of the indicators of profitability of assets and equity, since these were higher than the return of the third party capital proposed by the banking market, forming the apparent and effective cost of capital. As a contribution it was recommended to the company, the maintenance of the policy of trading capital costs mediation, because, through this, the company can maintain the trend of gains generated by the tax deferrals arising from the use of third-party capital.

Keywords: Profitability of the asset, Return on equity, Profitability of third party capital, Apparent cost of capital and Effective cost of capital

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11 | P á g i n a SUMÁRIO EPÍGRAFE ... 2 DEDICATÓRIA ... 3 AGRADECIMENTO ... 4 LISTA DE TABELAS ... 5 LISTA DE FIGURAS ... 6 LISTA DE GRÁFICOS ... 7

ABREVIATURAS, SIGLAS E SIMBOLOS ... 8

RESUMO... 9

ABSTRACT ... 10

SUMÁRIO ... 11

INTRODUÇÃO ... 13

Formulação do problema ... 13

Definição do objecto do estudo ... 15

Objectivos da pesquisa ... 15

Justificativa da pesquisa ... 16

Limitação e delimitação ... 16

Estrutura da pesquisa ... 17

CAPITULO I – REVISÃO TEÓRICA ... 19

1.1. Conceitos de análise financeira ... 19

1.2. Objectivos da análise financeira ... 20

1.3. Conceitos e definições sobre rentabilidade e custo do capital ... 22

1.4. INDICADOR DE RENTABILIDADE ... 24

1.4.1. Rentabilidade do investimento ... 27

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12 | P á g i n a

1.4.3. Custo do capital de terceiro ... 31

1.4.4. Custo Médio Ponderando do Capital... 34

CAPITULO II - METÓDOLOGIA ... 38

CAPITULO III – RESULTADOS (ANÁLISE E DISCUSSÃO) ... 40

3.1 Estudo de caso ... 40

3.1.1. Caracterização da unidade de análise ... 40

3.1.2. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos activos ... 40

3.1.3. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos passivos ... 42

3.1.4. Analise das principais rubricas da conta de resultados (proveitos e custos) ... 43

3.2. ANÁLISE DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE RENTABILIDADE ... 45

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

SUGESTÕES ... 52

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13 | P á g i n a

INTRODUÇÃO

Numa perspectiva empresarial a rentabilidade indica a percentagem da remuneração dos capitais investidos nas empresas que resulta necessariamente da combinação de vários factores dos quais destacamos: factores de produção de natureza operacional, nomeadamente as mercadorias, e financeiros, no caso, os produtos financeiros (dividendos e/ou juros), que no geral constitui os tipos de investimentos. Bruni (2011).

Diante do descrito, seria de esperar que as empresas ao analisarem tipologias de investimentos optassem por aquelas que maximizam os retornos em termos económicos e financeiros para a empresa. Daí que, o conhecimento da evolução da rentabilidade dos investimentos e capitais se afigura por estas, um factor determinante e capaz de condicionar o processo de tomada de decisões na gestão das empresas. (TÓFOLI, 2012).

Neste caso para que os gestores possam desempenhar suas funções ao nível adequado às exigências impostas pelo mercado, o desconhecimento da evolução da rentabilidade ao nível do investimento e do capital, torna-se numa lacuna tendente a conduzir as decisões financeiras da empresa ao fracasso. No caso da empresa JOSEMINA, LDA, a realidade não é diferente, pois, durante os exercícios o triénio em análise a empresa financiou as suas actividades tendo como recursos capitais de terceiros, porém, não se sabe qual foi o retorno ditos capitais na rentabilidade da empresa em termos de investimentos e/ou financiamentos.

Formulação do problema

O conhecimento técnico da rentabilidade, forma da sua construção, pode se constituir num critério natural de avaliação de retorno de investimento e do seu financiamento com recursos próprios, qualificando-se, portanto, como um indicador muito importante nas decisões de financiamentos dos projectos empresarias. (SILVA, 2006).

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14 | P á g i n a

Na quadra das acções perspectivadas para o triénio 2018/2020, a empresa prevê aumentar o volume de investimento seja em capitais estruturantes e capitais circulantes, tendo como premissa o aumento dos níveis de rentabilidade da empresa, impondo a gestão a necessidade de conhecer qual o retorno esperado em ternos de investimentos e de capitais para a empresa, destapando aqui uma necessidade.

Esta necessidade, demanda de estudo analítico e racional capaz de produzir elementos de fundamentação para a tomada de decisão de gestão. O desenvolvimento de estudos analíticos e racionais, envolve uma complexa tarefa de articulação técnica e científica, que pode ser feita, aluz da análise prospectiva ou retrospectiva. Assim, o conhecimento do passado, pode ajudar a projectar o futuro. Consoante o tempo de análise (futuro/passado) o processo que determina os indicadores de decisão é audacioso, constituindo-se numa problemática. Na tentativa de busca de soluções para a situação problemática descrita no contexto da empresa, e dada a importância implícita nas acções perspectivadas, se afigura analisar o passado da empresa com intuito de ajudar a formulação daquelas acções, levando a colocar a seguinte questão de pesquisa: Como se dá a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016?

Formulação das hipóteses

A hipótese é uma provável resposta ao problema de pesquisa. A origem das hipóteses pode estar na observação dos fatos, nos resultados de outras pesquisas e também em teorias já existentes (GIL, 1991). Com base na observação dos factos descritos no contexto problemático foi elaborado a seguinte hipótese:

H1: “A evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016 é satisfatórias”.

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15 | P á g i n a

H1: “A evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016 não é satisfatórias”

Definição do objecto do estudo

O objecto de estudo da presente pesquisa é a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016.

Objectivos da pesquisa

Segundo Marconi e Lakatos, (2003) “Os objetivos da pesquisa científica representam, além das intenções propostas pelo pesquisador, possibilidades de obtenção de resultados mediante o trabalho realizado”. Nesta pesquisa pretende-se obter um resultado antes desconhecido.

a) Objetivo geral

O objectivo geral deste trabalho consiste em compreender a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016.

b) Objectivos específicos:

Para auxiliar a pesquisa foram definidos quatro objetivos específicos tais como: - Rever alguns enfoques teóricos sobre as principais variáveis da

problemática do estudo.

- Caracterizar os principais indicadores de rentabilidade empresarial tendo como referência o lastro da problemática da pesquisa.

- Determinar os principais indicadores de rentabilidade empresarial tendo como referência as variáveis da problemática da pesquisa.

- Analisar os principais indicadores de rentabilidade empresarial delimitadas pela problemática da pesquisa.

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16 | P á g i n a

Justificativa da pesquisa

Este trabalho tem como premissa compreender a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016.

Como justificativa prática, quanto a gestão da empresa do estudo de caso, há possibilidade da mesma conhecer por meios da pesquisa a evolução da rentabilidade dos investimentos e capital, e por via deste, realinhar as suas estratégias em matérias de decisões económicas tendo em conta a acções perspectivadas em matérias de investimentos e financiamentos para o triénio 2018/2020, consistindo fundamentalmente, na negociação das melhores taxas de remuneração tanto ao nível do investimento e do financiamento, sem o desprimor de os estabelecer num horizonte temporal (prazos de retornos) bem delimitado capaz de gerar sempre ganhos para a empresa.

Sob a óptica social, o trabalho traz um grande contributo, pois grande partes dos empreendedores com projectos empresariais no contexto angolano no geral, e na cidade de Luanda em particular, desenvolvem na maioria das vezes suas actividades empresariais desprovidos de ferramentas com precisão e fiabilidade técnica e científica válida que lhes permita auxiliar na tomada de decisões económicas, pelo que, este trabalho poderá servir como instrumento técnico capaz de despertar os mesmos, bem como, a comunidade estudantil nas áreas de gestão e contabilidade sobre a importância do conhecimento prévio sobre rentabilidade e sua evolução na gestão das empresas.

Limitação e delimitação

Considerando o vasto reportório de informações que podem ser extraídas das demonstrações financeiras da empresa visando inferir o objecto do estudo, se afigura pertinente delimitar o foco da abordagem desta pesquisa, atendendo que, uma análise rigorosa e global dos indicadores a serem seleccionados fornecerão uma base suficiente para retirar conclusões sobre a evolução da rentabilidade do investimento e do financiamento da empresa no triénio em análise.

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17 | P á g i n a

Assim sendo, o estudo limita-se em determinar os seguintes indicadores de rentabilidade:

1) Indicadores de Investimento: nesta categoria será analisado o ROI (Indicadores de Rentabilidade do Investimento)

2) Indicadores de financiamento: nesta categoria, serão analisados os indicadores de retorno de capitais próprios e de terceiros, nomeadamente: ROE (Indicador de Retorno do Capital dos Socios); Ka (Custo Aparente do Capital de Terceiros), no caso, representando a taxa de juros do mercado; Kd (Custo Efectivo do Capital de Terceiros), representando a taxa de juros do mercado levando em consideração os efeitos de benefícios fiscais proporcionados face a taxa de imposto de renda, no caso Angolano, alíquota em análise cifra-se em 30%.

A cobertura de análise dos indicadores em destaque compreende o triénio de 2014/2016, e, serão determinados a partir das demonstrações financeiras da empresa JOSEMINA,LDA.

Estrutura da pesquisa

Em termos de exposição deste trabalho tal como se depreende do sumário, são identificados três capítulos, querendo responder as regras de elaboração de trabalho de fim de curso instituído no regulamento da instituição.

Na parte introdutória, o estudo procura apresentar a contextualização da temática da pesquisa, o problemático e problema da pesquisa, objectivos, hipóteses, justificativa e delimitação/limitação do estudo.

O primeiro capítulo apresenta o marco teórico que no essencial procura resumir os principais conceitos da temática da pesquisa recolhidos de um vasto reportório bibliográfico.

No segundo capítulo, o estudo irá tratar da abordagem metodológica, que no essencial, espelha os procedimentos e métodos usados para descortinar a problemática da pesquisa.

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18 | P á g i n a

O terceiro e último são dedicados a análise e discussão de resultados, culminando com a conclusão e sugestões que por sinal irão levantar hipóteses empíricas que demandam pesquisas científicas futuras. (Figura 1)

Figura 1: Estrutura da Pesquisa

Fonte: Produção Própria, 2017 • Contexto temático

• Problematica e problema • Hipóteses

• Objecto do estudo

• Objectivos (geral e especificos) • Justificativa

• Delimitação e limitação • Estutura da pesquisa

INTRODUÇÃO

CAPITULO I - REVISÃO TEÓRICA

CAPITULO II - METODOLOGIA

CAPITULO III - RESULTADOS (ANÁLISE E DISCUSSÃO)

CONCLUSÃO

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19 | P á g i n a

CAPITULO I – REVISÃO TEÓRICA

1.1. Conceitos de análise financeira

Segundo Nabais, (2010) A análise financeira “é um processo, baseado num conjunto de técnicas, que tem por fim avaliar e interpretar a situação económico-financeira de uma empresa”. O autor vai mais adiante, dizendo que, esta avaliação e interpretação centra-se em torno de questões fundamentais para a sobrevivência e desenvolvimento da empresa, tais como: o equilíbrio financeiro, a rentabilidade, o valor e o risco do negócio.

Dada a limitação que as técnicas de análise financeira possam apresentar, sobre a situação financeira da empresa, o autor, propõe outras medidas com vista contornar a limitação das ditas técnicas, tais como: entrevistas com pessoal do topo da gestão da empresa, visitas às instalações e ao processo produtivo, consulta a especialistas do mercado, estudos de mercado, análise de relatórios dos concorrentes. (Nabais, 2010).

Segundo KEEN, (2012) a análise financeira é uma “técnica estabelecida pelos

analistas financeiros consiste em estabelecer relações entre contas e grupos de contas do Balanço e de Demonstração de resultados entre outras grandezas económico – financeiras”

Já para ASSAF Neto, (2010) conceptua análise financeira como sendo a “capacidade de avaliar a rentabilidade das empresas, em função das condições actuais e futuras, verificar se os capitais investidos são remunerados e reembolsados de modo a que as receitas superem as despesas de investimento e de funcionamento”.

A análise de balanços através de rácios só adquire consistência e objectividade quando os índices são comparados com padrões, pois, do contrário, as conclusões se sujeitam à opinião e, não raro, ao humor do analista de balanços (MATARAZZO, 2008, p 187)

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20 | P á g i n a

1.2. Objectivos da análise financeira

O objectivo da análise financeira são amplos consoante a visão de cada autor, com base no PGC, (2001) analise financeira consiste em apresentar um quadro de indicadores financeiros capazes de informar aos seus utentes sobre a saúde financeira da empresa. Segundo a doutrina financeira, esta análise pode ser classificada como: análise tradicional e contemporânea. Está-se perante a análise tradicional quando se faz recurso a indicadores financeiros baseados nas demonstrações financeiras históricas. Exemplo, indicadores de liquidez, endividamento, lucratividade, actividade e rentabilidade. O mesmo não acontece com a análise contemporânea, pois, este faz recursos aos indicadores de mercado numa perspectiva prospectiva tais como, o balance scorcard, Valor Economico de Mercado, de entre outros.

Outrossim, o diagnóstico da situação financeira de uma empresa pode surgir de uma necessidade interna ou externa. Um diagnóstico interno pode ser necessário para tomar decisões de gestão, utilizando a análise financeira como um instrumento de previsão no âmbito de planos de financiamento e investimento ou para o controlo interno (acompanhamento da actividade e comparação entre as previsões e a desempenho real). Pode também servir como objecto de informação financeira sendo instrumento de comunicação interna ou como elemento de relações sociais na empresa.

Quanto ao diagnóstico externo, surge como instrumento de decisão para entidades externas com influência junto da empresa, tais como bancos, investidores institucionais, governos, fornecedores e clientes. O diagnóstico externo surge também como ferramenta de comunicação com os investidores, o público, os Mídias, as agências de rating e as entidades que elaboram estudos estatísticos financeiros.

Quanto as fontes de informação para análise financeira, temos as principais fontes:

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21 | P á g i n a

a) O balanço: segundo o PGC, (2001) constitui o documento contabilístico que expressa a situação patrimonial e financeira de uma empresa num determinado momento (geralmente um trimestre, semestre ou ano). Este documento permite comparar o activo (bens que a empresa possui assim como o dinheiro que tem e as dívidas de terceiros), com o passivo ou capital alheio (o que a empresa deve a terceiros, quer seja empréstimos bancários, responsabilidades para com o Estado, dívidas a fornecedores, etc.).

A diferença entre o que tem e o que deve é designada de Situação líquida (composta pelo Capital que foi usado para criar a empresa, pelo acumular de resultados positivos ou negativos ao longo dos anos de funcionamento da empresa, e por eventuais reavaliações de componentes do activo), Ndala, (2014).

Num balanço, o Activo é igual à soma do Capital de Terceiro com a Situação líquida, ou seja, o Capital Alheio (Passivo) e a Situação líquida (Capitais próprios) financiam o Activo, logo, Activo = Capital de Terceiro + Situação líquida.

b) Demonstração de resultados: segundo o PGC (2001), este demonstrativo evidencia a formação de resultados num certo período (entre dois balanços), avalia a situação económica da empresa. Esta formação de resultados demonstra-se pela síntese dos custos e proveitos em grupos homogêneos, sendo que: Resultados = Proveitos – Custos.

Duas hipótese de resultados podem advir da formulação anterior, nomeadamente, se proveitos > custos = resultado positivo (lucro). Se proveitos < custos = resultado negativo (prejuízo)

A partir dos principais documentos citados acima, pode-se extrair um vasto reportório de indicadores, que podem ser, económico-financeiros, a partir dos quais, se torna possível conhecer através da análise temporal, a evolução da rentabilidade do investimento e do capital. Partindo da abordagem tradicional,

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22 | P á g i n a

cria-se as premissas para abordagem prospectiva, estando aqui, implícito o conhecimento da evolução de uma dada variável.

Existem muitos indicadores de rentabilidade que podem ser calculados mas só interessa calcular aqueles que tenham interesse para a análise pretendida, só assim é que terão sentido e serão úteis. (MATARAZZO, 2008)

No caso deste estudo, o fenómeno em pesquisa é a evolução dos indicadores de rentabilidade do investimento e do capital a partir do balanço patrimonial no triénio 2014/2016. Espera-se que os resultados da pesquisa possam a ajudar no conhecimento da situação financeira e económica e consequentemente ajudar as decisões de investimentos e sua rentabilização, bem como, na escolha das melhores alternativas de financiamento, no caso, mediante a escolha das melhores taxas de remuneração do capital, seja próprio ou alheio.

1.3. Conceitos e definições sobre rentabilidade e custo do capital O estudo da evolução da rentabilidade do investimento e do capital (próprio e alheio), enquanto indicador da avaliação das decisões financeiras, se reveste de suma importância, pois, estes são susceptível de revelar fenómenos financeiros que podem estar relacionados com a rentabilidade, a lucratividade, o endividamento, liquidez. (Bruni, 2011).

Segundo KEEN, (2011), considera rácio de rentabilidade ao indicador (expresso em %) da relação entre o resultado (lucro ou prejuízo) e as vendas ou uma grandeza de capital, que pode ser, o capital próprio ou alheio. Podendo assim gerar vários indicadores de rendibilidade. No caso de uma empresa, a rentabilidade toma três dimensões distintas segundo os objectivos da análise: rendibilidade comercial, rendibilidade económica, funcionamento e rendibilidade financeira (ASSAF, 2010).

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23 | P á g i n a

Tabela 1: Resumo de dimensões e objectivo da análise financeira

DIMENSÕES OBJECTIVO DA ANÁLISE

RENDIBILIDADE COMERCIAL

Está estreitamente relacionada com a política de preços da empresa e a margem bruta que esta reserva sobre o preço de custo das mercadorias vendidas. É o Rácio que analisa a relação entre os resultados e as vendas. Consoante o tipo de numerador, assim se tem uma diferente noção de rendibilidade das vendas.

RENDIBILIDADE ECONÓMICA

Caso se queira analisar a rendibilidade, separadamente das decisões financeiras, tem de se recorrer ao rácio Rendibilidade do Activo, que é um rácio de avaliação do desempenho dos capitais totais investidos na empresa, independentemente da sua origem (próprios ou alheios): A rendibilidade do investimento total permite avaliar a eficácia da aplicação de capital na operação.

RÁCIOS DE FUNCIONAMENTO

Os rácios de funcionamento servem para analisar a eficiência das decisões na gestão dos recursos aplicados. Os rácios de funcionamento apuram - se em termos. Devem utilizar - se valores médios de balanço de forma a não serem afectados pelos valores acidentais em determinadas datam do balanço.

RENDIBILIDADE FINANCEIRA

A rendibilidade dos capitais próprios analisa a remuneração que eles geram. Este rácio pode considerar-se o mais importante em finanças empresariais. Mede a rentabilidade absoluta entregue aos accionistas. Um bom número traz êxito ao negócio, tornando fácil atrair novos fundos que permitirão à empresa crescer, havendo condições favoráveis de mercado, e isso, por sua vez, conduz a maiores proveitos.

Fonte: Adatpado a partir de (ASSAF, 2010)

Segundo FIPECAFI, (1996) a rentabilidade do activo da empresa constitui-se num rácio útil quando se quer analisar a rentabilidade de forma separada das decisões financeiras. A maioria das empresas está interessada com um mínimo de activos que seja gerador do maior resultado possível. É o chamado "Earning Power). (Bruni, 2011).

Este indicador além de ser útil ao cálculo da rentabilidade, é importante para a definição da estrutura de capitais ou do endividamento das empresas, permitindo aferir se um aumento de endividamento potencia ou amortece a rentabilidade dos capitais próprios de uma empresa. FIPECAFI, (1996).

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24 | P á g i n a

Segundo IUDÍCIBUS (1995) refere que “se o custo do capital alheio for inferior a este rácio, um aumento de dívida melhora a rentabilidade dos capitais próprios da empresa; se for superior, um aumento de endividamento deteriora a rentabilidade dos capitais próprios da empresa, isto é, diminui a sua rentabilidade financeira”.

Daí, que a necessidade do conhecimento do custo do capital se reveste de suma importância, pois, seu efeito poder ser analisados na combinação com a conclusão de IUDÍCIBUS (1995), permitindo uma boa decisão por parte do gestor da empresa.

1.4. INDICADOR DE RENTABILIDADE

Os indicadores de rentabilidade procuram evidenciar qual foi a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, o resultado das operações realizadas por uma organização, por isso, preocupam-se com a situação económica da empresa. Quando se trabalha com análise de rentabilidade, é imprescindível que a verificação dos lucros esteja relacionada com valores que possam expressar a "dimensão" destes lucros dentro das actividades da empresa.

Para Nabais, (2010), A rentabilidade é uma das mais importantes perspectivas de análise do valor da empresa, uma vez que funciona como indicador da performance dos capitais investidos. De cuja analise é feita segundo três dimensões, tais como: (i) Análise da capacidade de geração de resultados, (ii) Controlo de gestão, e, (iii) eficiência da gestão. (Figura 2).

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25 | P á g i n a

Figura 2: Figura da Análise de Valor da empresa

Fonte: Adaptado a partir de Nabais (2010)

Em suma, cada quadrante da análise do valor da empresa vista sob a óptica da rentabilidade pode ser descrita da seguinte forma:

(i) Análise da capacidade de geração de resultados: Determina o nível de remuneração que a empresa pode oferecer aos seus investidores. (ii) Controlo de gestão: Indicador de Monitorização da performance por

segmentos de investimentos.

(iii) Eficiência da gestão: Consequências da forma como são utilizadas os recursos da empresa (recursos humanos, equipamentos, meios monetários), independentemente da sua forma de financiamento. No medio e longo prazo, é um indicador da qualidade da Gestão.

Segundo o autor (Op. Cit), A fonte de informação privilegiada para análise da rendibilidade é a demonstração dos resultados. Dependendo dos objectivos da análise, são vários os resultados que podem ser utilizados, pelo que importa reorganizar a DR nos seguintes moldes:

Rentabilid ade capacidade de geração de resultados Eficiência de Gestão Controlo de gestão

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26 | P á g i n a

Tabela 2: Modelo de demonstração de resultados

DR a Custos Variável

Rendimentos - Custos Variáveis

= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MB) - Gastos fixos

= RESULTADOS DAS OPERAÇÕES + Resultados Financeiros

= RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS - Impostos sobre Lucros

= RESULTADO DO PERIODO

Fonte: Nabais, 2010

Já para o balanço o mesmo deve ser organizado segundo o autor (Op.Cit) de forma a espelhar o investimento é activo económico e respectivo financiamento. (Figura 3)

Tabela 3: Estrutura do balanço INVESTIMENTO FINANCIAMENTO

ACTIVO FIXO CAPITAL PRÓPRIO

NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO CAPITAL ALHEIO MLP ENDIVIDAMENTO LÍQUIDO CP

ACTIVO ECONÓMICO

FINANCIAMENTO DO ACTIVO ECONÓMICO

Fonte: Nabais, 2010

IUDÍCIBUS (1995) observa: "O melhor conceito de "dimensão" poderá ser ora volume de vendas, ora valor do activo total, ora valor do activo operacional, ora valor do património líquido, ora valor do capital social etc. Todos têm suas vantagens e desvantagens".

No caso dos indicadores de rentabilidade, assim como dos demais, dizer que um indicador encontrado é alto ou baixo dependendo das características do empreendimento, tais como segmento de mercado, dimensão, tempo de existência, etc.

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27 | P á g i n a

Importa realçar, novamente, que o relacionamento das variáveis para a construção de um indicador (índice) dependerá da decisão a ser tomada ou do elemento a ser analisado. De posse das demonstrações financeiras, a empresa pode construir dezenas de índices, relacionando, a cada um, variáveis diferentes. No entanto, é o fim pretendido que irá determinar o que analisar ou qual índice utilizar.

Através da análise das demonstrações financeiras, podem-se obter os indicadores de retorno sobre o investimento, retorno sobre as vendas e retorno sobre o capital próprio, entre outros, todos também qualificados de rentabilidade. No entanto, neste estudo, haverá o enfoque apenas em três indicadores.

Rentabilidade dos investimentos (expressos nos activos da empresa), a rentabilidade dos capitais próprios (expressos através do património liquido da empresa) e a rentabilidade dos capitais de terceiros, no caso, expresso através da taxa de remuneração dos financiamentos, seja, a remuneração aparente e efectiva.

1.4.1. Rentabilidade do investimento

A concretização das estratégias organizacionais de uma empresa está dependente da gestão adequada de projectos, programas e portfólios. Nesse sentido, a responsabilidade financeira aumenta permanentemente e a sua mensuração é obrigatória. Embora hoje, o uso desta ferramenta de análise seja generalizado a todo o tipo de investimentos, o cálculo da rentabilidade do investimento não é contudo uma “moda” recente. Já em 1920 a Harvard Business Review referia a rentabilidade do investimento como a medida de análise essencial para conhecer o valor do resultado de investimento de capital. O seu conhecimento antecipado tem um impacto importante não só no seio da organização que gere o processo de investimento, como também junto de potenciais investidores. Para além da “venda” interna e externa do projecto, é fundamental para o seu acompanhamento dando de uma forma clara o impacto no negócio face às metas pré-definidas.

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Em finanças, rentabilidade sobre investimento (em inglês, return on investment ou ROI), também chamado taxa de retorno (em inglês, rate of return), taxa de lucro ou simplesmente retorno, é a relação entre a quantidade de dinheiro ganho (ou perdido) como resultado de um investimento e a quantidade de dinheiro investido. (Brealey, 2007).

A partir da concepção de Brealey, (2007) pode-se formular três possíveis de retorno, (Figura 1).

Figura 3: Formulações possíveis de retornos

Fonte: Produção própria, 2017

A taxa de retorno prevista: é função do preço (ou custo) do investimento e do fluxo de cash-flows futuros atribuíveis ao investimento. Sendo incertos estes cash-flows, resulta que a taxa de retorno prevista é também incerta, apresentando-se mesmo como uma variável aleatória. Aqui reside o seu risco, que terá que ser medido, para ser tido em conta na estimação dos prémios de risco a incluir nas taxas de retorno exigidas. A seguir faz-se uma caraterização de cada taxa de retorno ou rentabilidade enunciado:

a) A taxa de retorno exigida: é a que permite determinar o valor de um investimento. De facto, o valor de um investimento é o equivalente actual dos seus cash-flows futuros, sendo estes convertidos em equivalente actual (ou actualizados) justamente à taxa de retorno exigida. Assenta na ideia de que qualquer investimento deve proporcionar uma taxa de retorno igual a uma taxa sem risco acrescida de um prémio de risco função do grau de incerteza que afecta os cash-flows futuros do investimento. (Op.

cit). Rentabilidade prevista Rentabilidade exigida Rentabilidade efectiva

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b) A rentabilidade efectiva: serve como medida de avaliação do desempenho de um investimento, aferido a posteriori. O retorno previsto serve como medida ex ante do desempenho de um investimento; é a sua taxa implícita ou interna de retorno, aquela que iguala o valor do investimento do seu preço ou custo.

O montante de dinheiro ganho ou perdido pode ser referido como juros, lucros ou prejuízos, ganhos ou perdas ou ainda rendimento líquido ou perdas líquidas. O dinheiro investido pode ser referido como activo, capital, principal ou custo básico do investimento. A rentabilidade do investimento é geralmente expresso como percentagem1.

O seu cálculo possui diversas metodologias, algumas simples, outras nem tanto. Cada metodologia vária em função da finalidade ou do enfoque que se deseja dar ao resultado. A seguir estão algumas das mais conhecidas e facilmente encontradas em livros de Contabilidade, Economia e Finanças:

1. Rentabilidade do investimento = (Lucro Líquido ÷ Vendas) × (Vendas ÷ Total de activos): representa a relação entre a lucratividade e o giro dos estoques.

2. Rentabilidade do investimento = Lucro líquido ÷ Total de activos: Representa o retorno que o activo total oferece. Utilizado geralmente para determinar o retorno que uma empresa gera sobre o negócio.

3. Rentabilidade do investimento = Lucro Operacional Antes do Imposto de Rendimento ÷ Investimentos: representa o retorno que determinado investimento oferece. Geralmente é utilizado para determinar o retorno de investimentos isolados. Invertendo-se a relação (Rentabilidade do investimento = Investimento ÷ Lucro Líquido), obtém-se o tempo necessário para se reaver o capital investido. O que a literatura sobre finanças empresariais, trata por Payback period.

1Taxa = [(Lucro Líquido do Exercício)/(Vendas Líquidas)]*[(Vendas Líquidas)/ATM]*100=[(Lucro

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Para Cohen, (1995) a rentabilidade dos investimentos consiste em analisar a capacidade do activo em gerar valor para a manutenção do ciclo de exploração da empresa. Tem como fórmula de cálculo: ROI = Resultado do exercício/ Total do activo.

Segundo o autor (Op. Cit) o indicador em análise, permite analisar em que medida o capital investido na actividade, independentemente da fonte de financiamento (capital próprio ou alheio), foi capaz de gerar meios para remunerar esse mesmo investimento. A conclusão chegada pelo Cohen, (1995), é quanto maior for o valor do rácio, implica maior capacidade dos activos em gerarem resultados.

Segundo COPELAND, KOLLER e MURRIN (2002) A rentabilidade do activo é calculada quando se deseja ter uma idéia da lucratividade, como um todo, do empreendimento, venham de onde vierem os recursos, admitindo-se as aplicações realizadas, sendo esta, uma das premissas do presente estudo. Pois, resulta de inquietação ventilada pela gestão.

1.4.2. Rentabilidade do capital próprio

Segundo a literatura consultada, foi possível aferir alguns conceitos sobre rentabilidade dos capitais próprios, na sua maioria, conceituam a rentabilidade dos capitais próprios como sendo um instrumento de análise financeira, (MATARAZZO 2008).

Assim sendo, para uma empresa assegurar a manutenção do seu equilíbrio financeiro, necessita de gerar excedentes, ou seja, tem que ser rentável. A análise da rentabilidade dos capitais inicia-se com o seguinte cálculo:

Rentabilidade dos capitais próprios = resultado líquido do exercício / capitais próprios x 100.

A fórmula prescrita é um indicador do desempenho dos capitais investidos na empresa, a partir dos rendimentos retidos na empresa decorrentes de actividades anteriores. Segundo NABAIS, (2011) A rentabilidade dos capitais próprios determina a sobrevivência financeira da empresa a longo prazo e a atração de capitais, quer próprios quer alheios.

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MATARAZZO (2008) chama atenção para a necessidade de observar que o cálculo da Rentabilidade dos capitais próprios permite saber quanto a administração, através do uso dos activos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura de despesas financeiras, considerando-se o nível de relacionamento percentual entre o capital próprio e o de terceiros.

Em última instância: evidencia qual a taxa de rendimento do Capital Próprio, que no caso, se trata da taxa de rentabilidade do património liquido. Uma das grandes utilidades da dita taxa, está na sua comparação com a taxas de rendimento de mercado, sendo possível, por esta comparação, avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções, pois, na perspectiva de Neves, (2002) quanto maior melhor. Esta interpretação também é corroborada por (NABAIS , 2011; DAMODARAN, 1997).

BREALEY & MYERS, (1984) também confirmam que este rácio traduz a relação entre os capitais investidos pelos accionistas e a parte dos resultados que está disponível para lhes ser distribuída, ou seja, após remunerados os credores por via do pagamento de juros (Banca) e impostos (Estado), contrariando o que prescreve taxa de rentabilidade de capitais de terceiros, ou mesmo, a taxa de remuneração de capitais de terceiros tomados por empréstimos. De cuja descrição com pormenor, constituirá o tema do ponto a seguir.

1.4.3. Custo do capital de terceiro

O custo do capital de terceiro, que também pode ser denominado como Rentabilidade de capitais de terceiros, é medido a partir do resultado líquido do exercício sobre o total dos capitais alheios, contabilisticamente designado de passivo.

Segudo Atkinson et. al., (2000) O custo do capital pode ser representado pela taxa de juros que as empresas usam para calcular, descontando ou compondo, o valor do dinheiro no tempo. NABAIS, (2011) diz que “é calculado considerando-se os custos dos recursos de todas as fontes, postos à disposição da empresa, e levando-se em conta a participação percentual de cada fonte”.

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Na perspectiva de Milton Fridman, o custo do capital tem efeito sobre as operações da empresa e, subsequentemente, afecta a sua lucratividade. (Brealey at el. 2007) diz que que “os proprietários ou terceiros, ao investir ou aplicar recursos em uma determinada empresa, exigem um retorno mínimo a título de remuneração do seu capital”, exemplo prático, aplica-se aos bancos e outras instituições financeiras, A taxa de captação dos recursos entregues à administração da empresa, pode ser também tratada como taxa de financiamento da empresa, (Bruni, 2011).

O custo do capital de uma empresa é fator de fundamental importância para uma variedade de decisões a serem tomadas, alguma delas são relacionadas por Easley e Maureen (2004), no paper "Information and the Cost of Capital, The Journal of Finance n° 4", de 2004, por meio do qual demonstram que as diferenças na composição de informações entre públicas e privadas afectam o custo do capital, bem como que a taxa de obtenção de capitais para projectos de investimentos influenciam a estrutura de capital da empresa.

Moreira (1997) define custo do capital como sendo a taxa de captação de capital de terceiros para fazer parte da estrutura de capital da empresa.

Na perspectiva de Bruni, (2011), o efeito do aumento do montante do capital de terceiros no custo de capital da empresa, cresce na medida da redução do custo do capital de terceiros, que também pode ser conceituado por custo da divida, (Moreira, 1997).

Segundo Assaf Neto (2003), o custo de capital de terceiros – Ka – “é definido de acordo com os passivos onerosos identificados nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa”. Em termos gerais, o Ka é determinado (Bruni, 2011) através das seguintes variáveis:

1. O nível corrente das taxas de juros: à medida que o nível das taxas de juros aumenta o custo da dívida para a empresa, em tese, também crescerá.

2. O risco de inadimplência da empresa: à medida que o risco de inadimplência da empresa aumenta o custo de tomar dinheiro emprestado, em tese, também crescerá.

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3. Os benefícios fiscais associados aos empréstimos (dívida): como os juros são dedutíveis do imposto de renda, o custo da dívida após tributação é uma função da alíquota fiscal. O benefício fiscal decorrente do pagamento de juros torna mais baixo o custo da dívida após tributação em relação ao custo antes do pagamento dos impostos

Dessa forma, segundo (Bruni, 2011) a expressão de cálculo que representa o custo da dívida (após incidência de impostos) apresenta-se:

Kd = Ka x (1 – IR), onde:

Ka = custo da divida antes o IR Kd = Custo da divida após o IR IR = Alíquota de imposto de renda

A partir da decomposição do custo do capital de terceiro, pode se, explitar o Custo Aparente (Ka), que reflecte o a taxa do juros que o mercado financeiro esta disposto a receber como remuneração do seu capital, Ndala, (2014) e o Custo Efectivo ou Real (Kd) que representa o valor real considerando o efeito fiscal, na medida em que os juros pagos para remuneração a utilização de capital de terceiro, é classificado como custo aceite fiscalmente no caso da realidade angolana conforme consta do Código do Imposto Industrial aprovado pela Lei n.º 19/14 de 22 de outubro.

Damodaran (1997), por sua vez, destaca o que o custo da dívida não é a taxa do cupom dos bônus que a empresa tem a pagar, nem é a taxa à qual a empresa conseguiu tomar dinheiro no passado. Embora essas possam ajudar a determinar o custo dos juros que a empresa terá que pagar no ano em questão, não determinam o custo da dívida após o pagamento de impostos.

Dessa forma, uma empresa que contabilizou uma dívida contraída quando as taxas de juros estavam baixas não pode alegar que tem um baixo custo de dívida se o nível geral das taxas de juros ou seu risco de inadimplência aumentou nesse período.

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1.4.4. Custo Médio Ponderando do Capital

O custo médio ponderado do capital (CMPC) (Weighted Average Cost of Capital ou WACC em inglês) é uma taxa que mede segundo Bruni, 2011) a remuneração requerida sobre o capital investido em uma determinada empresa ou entidade com fins lucrativos.

Essa taxa mede também o custo de oportunidade dos investidores ou credores do negócio. Os termos "Médio" e "Ponderado" são utilizados já que nem todos os investidores e credores requerem a mesma taxa de remuneração sobre o capital que investiram e, portanto, deve-se calcular uma média ponderada (pelo capital investido de cada credor ou investidor) das remunerações requeridas (ou custos de capital) por cada um dos credores e investidores

O CMPC é obtido pelo custo de cada fonte de capital, ponderado por sua respectiva participação na estrutura de financiamento da empresa.

Para Damodaran (1997), o Custo Médio Ponderado de Capital – WACC – pode ser intuitivamente definido como “a média ponderada dos custos dos diversos componentes de financiamento, incluindo dívida, património líquido e títulos híbridos, utilizados por uma empresa para financiar suas necessidades financeiras”.

Brealey e Myers (1984) afirmam que a idéia que está por trás da fórmula do WACC é simples e intuitiva. Para esses autores, se um novo projecto é lucrativo o suficiente para pagar os juros sobre a dívida contraída para financiá-lo e, também, para gerar uma taxa de retorno superior à esperada sobre o património investido, deve-se considerá-lo como um bom projecto. Essa taxa de retorno superior ao esperado nada mais é do que uma extrapolação da taxa de retorno exigid a pelos investidores da empresa (accionistas).

Conforme o exposto, o WACC é definido como a média ponderada dos custos dos diversos componentes de financiamento utilizados por uma empresa, (Brealey e Myers, 1984) (Figuras 5):

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Fonte: Brealey e Myers (1984)

Um destaque a ser evidenciado quando da utilização do modelo WACC é sua vinculação às ponderações a valor de mercado. Damodaran (1997) afirma que “os pesos atribuídos ao património líquido e à dívida no cálculo do custo médio ponderado do capital precisam ser baseados em valor de mercado, não em contabilístico”. Pensamento que também está implícito nas formulações de Bruni (2011), pois, segundo este, o custo de capital resulta da soma de custo de emissão de títulos, tanto de acções quanto de bônus, para financiamento de projectos, e que esses títulos são emitidos a valor de mercado, não pelo valor contabilístico.

Copeland, Koller e Murrin (2002) afirmam que existe um problema de circularidade envolvido na estimativa do WACC. Essa circularidade advém da utilização das ponderações a valor de mercado para determinar o WACC, mas não temos como fazê-las sem antes saber o valor de mercado – em especial o valor de mercado do património líquido, que é objectivo do processo de avaliação de empresas. Em essência, não se pode saber o valor do WACC sem ter em

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mãos o valor de mercado do património líquido e não se pode saber o valor do património líquido sem saber o WACC.

Uma das formas de superar essa barreira é simplesmente iterar entre as ponderações usadas no WACC e o valor resultante do património líquido (COPELAND, KOLLER e MURRIN, 2002). Para tanto, utiliza-se o fluxo de caixa livre para determinar a nova composição (estrutura) patrimonial da empresa e determinar, também, novo WACC. Uma forma simples e intuitiva de determinar o valor de mercado da empresa é descontar o fluxo de caixa dos accionistas pelo custo do capital próprio. A partir da obtenção desses dados, pode-se calcular um único WACC válido para a empresa como um todo.

Para Damodaran (1997) existem três argumentos-padrão contra a utilização de valor de mercado. Primeiro, argumenta-se que o valor contabilístico é mais confiável do que o valor de mercado por não ser tão volátil. Embora seja verdade que o valor contabilístico não muda tanto quanto o de mercado, tal fato é mais um reflexo de fraqueza do que de força, uma vez que o valor real da empresa muda ao longo do tempo, à medida que informações tanto específicas da empresa quanto de mercado são divulgadas. Se argumentaria que o valor de mercado, com sua volatilidade, constitui um reflexo muito melhor de valor real do que o contabilística.

Segundo, sugere-se usar o valor contabilístico em vez do de mercado é uma abordagem mais conservadora à estimativa dos índices de endividamento. Assume-se que os índices de endividamento baseados em valor de mercado são sempre mais baixos do que os baseados em valor contabilístico, uma suposição que não se apóia em factos e, terceiro, alega-se que os credores não emprestarão com base em valor de mercado, mas esta alegação, também, parece ser baseada mais em percepção que em realidade.

Depois de escalpelizado os conceitos chaves para a compreensão do fenómeno em estudo, no caso, a evolução da rentabilidade dos investimentos e capitais a a partir do balanço patrimonial, é possível então, visualizar a sua esquematização. (Figura 5).

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Figura 5: Configuração do Impacto dos juros na Rentabilidade da dos Investimentos e dos Capitais Próprios

Fonte: produção própria, 2017 Ki

•Taxa de juros do sistema bancário

Rentabilidade (ROI & ROE)

•Taxa de remuneção dos investimentos e dos capitais dos accionistas

Kd

•Taxa de juros efectivos, estando implicito no mesmo o beneficio fiscal

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CAPITULO II - METÓDOLOGIA

Segundo FACHIN (1993, p. 23), “o conhecimento científico se caracteriza pela presença do acolhimento metódico e sistemático dos factos da realidade sensível”. Pressupondo que é através de procedimentos metodológicos, tais como classificação, comparação, análise e síntese, da aplicação de métodos, que o pesquisador extrai princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido e universal.

No presente estudo, pretende-se a partir do balanço patrimonial da empresa Josemina, que no essencial representam a população do estudo, identificar os principais indicadores de rentabilidade e posteriormente a sua análise querendo por vezes comparar os resultados empíricos com a teoria predominante.

Quanto à finalidade a pesquisa trata-se de uma descritiva, na medida em que, pretende apenas descrever a evolução dos indicadores de rentabilidade no período 2014 á 2016 a partir do balanço patrimonial sem alteração da sua originalidade, mais por vezes, pressupondo nexos de causalidade.

Quanto ao quadro paradigmático, trata-se de uma pesquisa quantitativa com hipóteses a serem abstraídos através do modelo hipotético-dedutivo.

O estudo também pode ser classificado como pesquisa documental na medida em que fez recurso a documentos tais como, balanço patrimonial, tidas como fontes primárias, a partir dos quais foram extraídos os indicadores de análise que permitiu compreender a evolução da rentabilidade do investimento e do capital. Fez-se também recurso a técnica de Pesquisa bibliográfica, na medida em que, para familiarizar-se com significado dos principais termos e conceitos mesclados no propósito da pesquisa, foi necessário fazer uma vasta revisão a fontes tidas como secundárias que versão sobre a temática, tais como: livros, revistas, artigos científicos, monografias, localizados em sites na internet.

A pesquisa é classificada como Estudo de Caso na medida em que circunscreve-se em estudar o fenómeno que ocorre num espaço delimitado, tratando-circunscreve-se da,

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evolução da rentabilidade dos investimentos e capital na empresa Josemina, Lda.

Quanto ao nível: trata-se de um estudo exploratório, na medida em que é o primeiro a ser realizado na empresa, em torno da temática de estudo.

Quanto ao método técnico da pesquisa: o estudo faz recurso a vários métodos tais como: Análise temporal, Métodos de indicadores, Análise vertical e horizontal.

O tratamento de dados foi feito com o recurso as ferramentas complexas do Excel 2013, sendo os resultados apresentados por meio de tabelas e gráficos

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CAPITULO III – RESULTADOS (ANÁLISE E DISCUSSÃO)

3.1 Estudo de caso

Com o intuito de compreender a evolução da rentabilidade dos investimentos e dos capitais da empresa, são apresentados nesta parte do trabalho os resultados da pesquisa, caracterizando os principais indicadores da problemática pesquisada, seguindo-se da interpretação e discussão, tudo isso, precedido de uma breve caracterização da unidade de análise.

3.1.1. Caracterização da unidade de análise

A empresa Josemina, Lda. foi constituída por escritura pública celebrada no Cartório Notarial do Guiché Único da Empresa, sendo titular do cartão de contribuinte Nº 541320180. A sociedade tem como objecto social, Prestação de Serviços e Comércio Geral podendo ainda dedicar-se a qualquer outro ramo do Comércio ou Indústria. Tem a sua sede em Luanda, Município de Belas, bairro golf 2. É uma sociedade por quotas, constituída por dois (2) sócios. Contendo cada 50% de participação do capital subscrito.

A sua estrutura orgânica está constituída por um Director geral, função que é desempenhada pelo socio gerente com poderes de vincular a empresa em todos os actos privados e públicos; um Chefe de Departamento Comercial, com responsabilidade de assegurar o politica comercial da empresa, controlando a carteira de mercado da empresa, no caso, representado pelos seus clientes; um Chefe de Departamento Administrativo e Financeiro, que de entre as várias responsabilidades, assegura a gestão interna no domínio do pessoal, serviços gerais, financeiros e contabilísticos da empresa; um Chefe de Departamento Logistica e Aprovisionamento, que de entre as várias responsabilidades, assegura a gestão da cadeira de logística e a provisionamento de bens e serviços para a empresa, gerindo os stocks de bens e serviços e não só.

3.1.2. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos activos Os mapeamentos das principais contas do activo encontram-se detalhados na Tabela 1. Em ordem a conhecer sua evolução, procurou-se apresentar um

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balanço sucessivo das contas do activos para, mediante análise horizontal e vertical permitir extrair conclusões sobre a sua evolução ao longo do triénio em análise. os valores encontram-se expressos em Kwanzas.

Tabela 4: Evolução do Balanço Patrimonial (Activos)

BALANÇO PATRIMONIAL 2014 2015 2016

ACTIVOS

Disponibilidades 66.575.520 16.388.680 78.470.480 Clientes 23.116.280 77.284.680 159.495.050 Existências 70.508.790 108.421.390 104.127.430 Outros Activos Circulantes 1.419.880 6.482.850 6.350.190

Subtotal Activos Circulantes 161.620.470 208.577.600 348.443.150 Realizáveis a Longo Prazo 45.863.070 78.387.760 123.271.830

Investimento 500.060 1.192.180 0 Imobilizado 1.247.290 5.470.630 5.449.070

Intangível 275.440 1.438.030 2.322.100

Subtotal Activos Não Correntes 47.885.860 86.488.600 131.043.000

Total do Activo 209.506.330 295.066.200 479.486.150 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

A partir do balanço patrimonial, nota-se que o activo circulante da empresa apresenta um crescimento significativo nos três anos de análise, representando mais de 70% do activo total, bem como, superior em valores se comparados aos passivos circulantes em todos os anos analisados, isso significa dispunha no período em análise liquidez para honrar com seus compromissos no curto prazo. A rubrica de disponibilidades registam uma taxa de crescimento negativo no período 2015/2014 de 75%, invertendo a tendência no período 2016/2015 com taxa de crescimento na ordem de 379%. Quanto aos stocks, a realidade é diferente, pois, esta rubrica regista no período uma taxa de crescimento positivo na ordem de 54%, invertendo a tendência em 2016/2015 a uma taxa de -4%. Em termos de avaliação, a variação assinalada pode estar associado ao incremento da taxa de rotação dos stocks que por consequência, resultou no aumento dos meios líquidos na tesouraria.

Os activos não circulantes com destaque para os imobilizados, apresentaram um peso diante do total de activos em 2014 de (0,60%), em 2015 (1,85%), e 2016

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(1,14%), porém, em termos de análise horizontal, assinala-se um crescimento no período 2015/2014 de 339%, sendo menos acentuado no período 2016/2015 com taxa de -0,39%, ou que vale dizer que no período em análise a empresa prestou pouca atenção na carteira dos seus investimentos de longo prazo. Em termos de produção esta a politica adoptada é susceptível de abrandar a capacidade instalada e como consequência reduzir a sua produtividade. Talvez se justifique a realização de acções tendentes ao aumento do investimento em capital estruturante visando aumentar a capacidade de produção da empresa que por via disso poderá alavancar a rentabilidade global da empresa.

3.1.3. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos passivos Nesta parte, a análise da evolução incide nas contas que representam as fontes de financiamento da atividade operacional da empresa, que contabilisticamente, são designados por Passivos, dos quais, inclui os capitais próprios.

Tabela 5: Evolução do Balanço Patrimonial (Passivo)

BALANÇO PATRIMONIAL 2014 2015 2016

PASSIVOS

Empréstimos Curto Prazo 1.688.170 7.044.950 26.571.600 Fornecedores 3.205.070 5.436.530 10.616.540 Impostos Curto Prazo 1.317.910 1.005.950 1.209.450 Outros Passivos Circulante 41.322.490 45.404.700 92.994.440

Subtotal Passivos Circulantes 47.533.640 58.892.130 131.392.030

Subtotal Passivos Não Corrente

10.944.560 65.480.360 84.872.920 Património líquido 151.028.130 170.693.710 263.221.200

Total do Passivo e Património Liquido

264.739.817 372.856.380 605.896.135 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

No passivo os empréstimos de curto prazo registaram um aumento de 417% de 2014 para 2015, porém em 2016 cresceu 377% face o período homólogo. Este crescimento consolida as conclusões extraídas aquando da análise da taxa de crescimento dos activos circulantes, esperando que estes, tenham sido financiados com passivos de curto prazo resultantes em grande parte dos empréstimos obtidos com períodos de maturação não superior a um ano.

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Nos impostos a pagar ocorreu o inverso, assiste-se uma taxa de redução no período 2014/2015 de -24%, enquanto no ano 2016 a taxa de crescimento foi +20%.

O património líquido da empresa aumentou em 13% de 2014 para 2015 e 54% de 2015 para 2016, este aumento pode ser explicado pelos resultados líquidos de cada exercício e acumulados ao longo do período.

Notou-se que e empresa nos anos de 2014 a 2016, seus capitais próprios foram maiores do que seus passivos, significa que o valor do património liquido é suficiente para cobrir todas as dividas da empresa. Ou seja tem capacidade para satisfazer suas obrigações para com terceiros nos prazos previsto.

3.1.4. Analise das principais rubricas da conta de resultados (proveitos e custos)

A conta de resultado a presenta a evolução das receitas e despesas divididas segundo a sua classificação em operacionais e financeira. Tendo em conta o propósito da pesquisa, a análise da evolução pormenorizada das contas nesta secção tem um impacto significativo no objectivo desenhado, dai que se afigura de extrema importância fazer uma breve caracterização da sua tendência evolutiva para ajudar a consolidação das conclusões extraídas aquando da análise das principais contas do balanço.

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Tabela 6: Evolução das contas de resultados (Proveitos e custos)

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2014 2015 2016 Receita Bruta 48.559.170 137.030.630 190.950.540 (-) Deduções -6.305.970 -14.848.350 -9.716.740 Receita Líquida 42.253.200 122.182.280 181.233.800 (-) Custo das Mercadorias Vendidas -25.331.020 -75.916.610 -117.671.290 Lucro Bruto 16.922.180 46.265.670 63.562.510 (-) Desp. Operacionais -13.624.820 -20.449.000 -24.220.240 LAJIR 3.297.360 25.816.670 39.342.270 (-) Desp. Financeiras 4.034.910 4.517.370 4.217.510 LAIR 7.332.270 30.334.040 43.559.780 (-) IR -2.623.940 -4.920.740 -5.343.360 LL 4.708.330 25.413.300 38.216.420 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

Em termos de evolução, convém assinalar um crescimento substancial das receitas líquidas em 2015 de 189% em relação ao ano 2014. Registando um abrandamento em termos de crescimento na ordem de 48% em 2015 face ao período homólogo.

Os custos das mercadorias vendidas e consumidas registaram relativa estabilidade no período se comparado com as receitas, com taxa anual de 60% em 2014, passando para 62% em 2015 e 65% em 2016. A taxa de crescimento assinalado embora tímido, permite consolidar as conclusões extraídas a quando da análise das contas do balanço, com destaque para a redução da taxa de crescimento dos stocks em relação ao aumento de meios líquidos na tesouraria. É importante salientar que, ao fazer uma análise horizontal, o aumento dos custos pode gerar preocupação para empresa uma vez que neste período a cifra de negócio aumentou apenas 289% de 2014 para 2015 e diminuindo em 148% no ano 2016 em relação ao ano 2015, e os custos das mercadorias vendidas e consumidas tiveram um crescimento de 300% e 155% nos anos de 2015/2014 e 2016/2015 respectivamente.

O lucro líquido do exercício apresentado com base nos dados observados, revela uma taxa de crescimento de 540% no ano 2015 em relação ao ano 2014, esse

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crescimento registou uma queda para 150% no ano 2016 em relação ao ano 2015. Parte desta redução pode ser explicado pela dissonância verificada na relação da taxa de crescimento das vendas líquidas em comparação com os custos das mercadorias vendidas e consumidas, havendo aqui a necessidade de se instituir na empresa um mecanismos que permita a conciliação das vendas e o movimento dos stocks físicos, pois, pode se estar diante de saídas de mercadorias que não geram vendas, implicando-se negativamente na correlação já anunciada, Já que o peso das despesas operacionais e financeiras não apresentam taxas significativas capaz de cobrir o hiato da correlação que podia contribuir com o aumento da taxa de crescimento do lucro liquido e consequente impacto na rentabilidade.

3.2. ANÁLISE DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE RENTABILIDADE

Nesta secção serão apresentados os resultados calculados para análise da evolução dos indicadores de rentabilidade, escalpelizados em: Rentabilidade dos Activos (ROI), Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROE), Custo aparente do capital (Ka), Custo efactivo do capital (Kd). A caracterização destas variáveis, representam o culminar da trajetória da análise que a pesquisa se propõe de cujo propósito é de analisar a evolução da rentabilidade da empresa no período 2014/2016, a fim de responder a pergunta de partida pesquisa.

Tabela 7: Tendência de indicadores de rentabilidade INDICADORES DE RENTABILIDADE 2014 2015 2016 ROI (%) 1,78 6,82 6,31 ROE (%) 3,12 14,89 14,52 Ka (%) 2,39 0,64 0,16 Kd (%) 1,67 0,45 0,11

Fonte: Produção própria, 2017

Em termos gerais, os índices de rentabilidade mostram na generalidade uma tendência de evolução positiva no período em análise, pois, partindo da premissa de que os indicadores mapeados representam o ganho, expresso sob a forma de lucros líquido da operação, relativo aos investimentos ou activos totais da

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