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CAPITULO III – RESULTADOS (ANÁLISE E DISCUSSÃO)

3.2. ANÁLISE DOS PRINCIPAIS INDICADORES DE RENTABILIDADE

Nesta secção serão apresentados os resultados calculados para análise da evolução dos indicadores de rentabilidade, escalpelizados em: Rentabilidade dos Activos (ROI), Rentabilidade dos Capitais Próprios (ROE), Custo aparente do capital (Ka), Custo efactivo do capital (Kd). A caracterização destas variáveis, representam o culminar da trajetória da análise que a pesquisa se propõe de cujo propósito é de analisar a evolução da rentabilidade da empresa no período 2014/2016, a fim de responder a pergunta de partida pesquisa.

Tabela 7: Tendência de indicadores de rentabilidade INDICADORES DE RENTABILIDADE 2014 2015 2016 ROI (%) 1,78 6,82 6,31 ROE (%) 3,12 14,89 14,52 Ka (%) 2,39 0,64 0,16 Kd (%) 1,67 0,45 0,11

Fonte: Produção própria, 2017

Em termos gerais, os índices de rentabilidade mostram na generalidade uma tendência de evolução positiva no período em análise, pois, partindo da premissa de que os indicadores mapeados representam o ganho, expresso sob a forma de lucros líquido da operação, relativo aos investimentos ou activos totais da

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operação, os dados empíricos revelam uma tendência de crescimento positivo. Ou seja, as taxa rentabilidade do investimento e capitais próprios apresentam uma tendência positiva. De igual modo, as taxas de remuneração dos capitais (Ka,d, acusam uma tendência de redução no período o que equivale que o custo do financiamento tende a reduzir, concorrendo para o aumento dos lucros da empresa e consequente rentabilidade.

Assim, é possível perceber que o ROI, ROE, Ka e Kd podem sere considerados quocientes complexos, já que compara os ganhos sob o ponto de vista dos sócios (lucros líquidos com os capitais investidos pelos sócios e terceiros, sendo que a parcela relativa aos terceiros, representada pelos juros já tenha sido quitada antes da obtenção do lucro. Gráfico 1.

Gráfico 1: Resumo dos indicadores de rentabilidade

Fonte: Produção própria, 2017

a) Rentabilidade dos Activos ou Investimentos (ROI) iniciais da expressão em líqua inglesa Return On Investiment, corresponde a relação dos resultados da empresa e o volume de recursos nele investido por sócios e terceiros, valor representado pelo activo total da empresa.

1,78 6,82 6,31 3,12 14,89 14,52 2,39 0,64 0,16 1,67 0,45 0,11 - 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 2 0 1 4 2 0 1 4 , 22 0 1 4 , 42 0 1 4 , 62 0 1 4 , 8 2 0 1 5 2 0 1 5 , 22 0 1 5 , 42 0 1 5 , 62 0 1 5 , 8 2 0 1 6

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Relativamente aos dados empíricos do estudo, este indicador apresenta uma performance positiva saindo de uma taxa de 1,78 em 2014 para 6,82 em 2015 e 6,31 em 2016 equivalendo a uma taxa de crescimento médio de 4,97 no período, ou seja, esse crescimento traduz que, para cada unidade monetária investida nos activos, a empresa obtinha um retorno de 4,97% resultado bastante satisfatórios se comparados com a taxa de remuneração oferecido pelo mercado.

b) Rentabilidade do Capital dos Sócios (ROE) do inglês Return On Equity, expressa os resultados globais auferidos pela gestão dos recursos próprios e de terceiros em benefícios dos accionistas.

Em termos práticos, os dados analisados revelam a semelhança da análise feita na alínea anterior, um resultado satisfatório, na média em que, os indicadores apurados em cada ano são superiores aos indicadores do custo do capital oferecido pelo mercado bancário. Ou seja, em 2014 apresenta a taxa de 3,12; em 2015 (14,89%) e, em 2016 (14,52%), revelando em média uma taxa de 10,89% no triénio, indicador superior se comparado com a taxa de remuneração dos activos.

Assim, sob a óptica dos accionistas estas evolução é positiva, pois, revela que os investimentos efectuados na empresa geraram valor acrescentado que pode servir para a diversificação da carteira de investimentos, e, por via disso, reduzir o risco de negócios dos accionistas.

c) Rentabilidade de capitais de terceiros (Ka,d). Teoricamente, esta variável representa o custo do capital tomado de empréstimo a partir do mercado bancário. O termo custo decorre da alíquota aplicada sobre o capital que serve de valor para remunerar o uso do capital de terceiro, tradicionalmente, este valor é designado por Juros de empréstimos (Ka). Termo que na língua inglesa significa Interest (juros).

Já o custo efectivo da divida (Kd) é igual ao custo aparente reduzido do beneficio fiscal. Ou seja, Kd = Ka (1-%IR). Neste caso, baseando-se desta

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variável em comparação com a taxa de remuneração dos capitais próprios, pode-se aferir a viabilidade de um negócio.

Com base nos dados apurados em 2014 (1,67%); 2015 (0,45%) e 2016 (0,11%) revela uma tendência de redução custo do capital ao longo do período em análise, o que revela-se bastante satisfatório, pois, há um crescimento da rentabilidade do negócio a custo de uma remuneração cada vez mais reduzido ao longo do triénio.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objectivo geral compreender a evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016 de cujas conclusões são apresentadas conforme leitura extraída a partir do Gráfico 1:

1. Através da análise das principais rubricas de demonstrações financeiras, observou-se que a rubrica de disponibilidades registou uma redução no ano de 2014 para 2015 de -75% paralelamente os stocks aumentam em +379% o que significa que a empresa naquele período imobilizou as suas disponibilidades em capitais circulantes com enfase para os stocks. 2. Da análise extraída a partir das contas que compõe o capital não

circulante com destaque para a rubrica de imobilizado, foi possível constatar que a empresa prestou pouco atenção a componente que compõe os capitais estruturantes, pois, em 2014 aquela composição representava apenas 0,60% do total do activo. Em 2015 (1,85% e 2016 registando um peso de 1,14%.

Esta constatação pode ser explicada pelo aumento significativo da carteira de capitais circulantes com enfase para a conta de existências tal como descrito na conclusão exposta em 1.

3. Quanto aos passivos de curto prazo, dos quais, se destaca as contas de empréstimos e fornecedores, foi possível observar um crescimento exponencia no ano de 2015/2014 com taxa cifrando em 417%, esta evolução manteve uma tendência continua em 2016 mais a uma taxa reduzida face ao período anterior com 377%.

Este crescimento consolida as conclusões extraídas aquando da análise da taxa de crescimento dos activos circulantes, esperando que estes, tenham sido financiados com passivos de curto prazo resultantes em grande parte dos empréstimos obtidos com períodos de maturação não superior a um ano.

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4. O património líquido da empresa aumentou em 13% de 2014 para 2015 e 54% de 2015 para 2016, este aumento pode ser explicado pelos resultados líquidos de cada exercício e acumulados ao longo do período. 5. Quando as contas de resultados, os dados analisados apresentaram na generalidade um aumento das receitas líquidas de 2014/2015 a uma taxa de 189%, esta evolução reduzir em 2016 com taxa cifrando-se em 48%. 6. Os resultados citados na conclusão constante do ponto 5, são

sustentando pelos custos das mercadorias vendidas e consumidas, onde em 2014 apresentaram uma taxa equivalente a 62% face as receitas liquidas, em 2015 com taxa de 60% e finalmente, em 2016 com a taxa de 65%.

As taxas de crescimento assinalados embora tímido, permitem consolidar as conclusões extraídas a quando da análise das principais rúbricas das contas do balanço, com destaque para a redução da taxa de crescimento dos stocks em relação ao aumento de meios líquidos na tesouraria. 7. Quando analisado o resultado líquido, percebe-se em 2015 o registo de

crescimento face ao ano 2014 de 540%, este crescimento foi menos acentuado 2016 face 2015 com a taxa de 150%.

A correlação hipotética das principais rubricas da conta de resultados permitiu concluir em parte que, a redução revelada na conclusão exposta no parágrafo anterior, pode ser explicado pela dissonância verificada na relação da taxa de crescimento das vendas líquidas em comparação com os custos das mercadorias vendidas e consumidas, havendo aqui a necessidade de se instituir na empresa um mecanismo que permita a conciliação das vendas e o movimento dos stocks físicos.

8. Quanto aos indicadores de rentabilidade, assiste-se na generalidade uma tendência de evolução satisfatória com o ROI e ROE revelando retornos líquidos favoráveis, pois são superior a taxa que representa o custo do capital, que no período registou redução.

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Conclusão extraída da análise anterior, permite concluir a existência de um bom desempenho da actividade operacional da empresa, na medida em que, tanto os activos e o capital próprio eram foram remunerados a uma taxa superior se comparada com a taxa oferecida pelo mercado. 9. Com base na problemática da pesquisa e as hipóteses previamente

cogitadas, pode-se validar partindo de uma dedução hipotética, como aceite a primeira hipótese (H1) segundo à qual: “A evolução da rentabilidade em termos de investimentos e capital a partir do balanço patrimonial da Empresa Josemina, Lda no triénio 2014/2016 é satisfatórias”.”

A conclusão extraída de forma hipotética é consequência da tendência generalizada que os indicadores de rentabilidade apresentaram no triénio em estudo, sendo que a credibilidades dos seus resultados é suportado pelo método de comparação temporal, que por sinal é um método científico, e por conseguinte, proporciona resultados para efeitos de análise empírica de fenómenos tal como ocorreu neste estudo.

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SUGESTÕES

Consenciente de que qualquer trabalho de natureza científica é suscetível de conter erros ou insuficiência, que podem ser caracterizados quer pelo seu desenho metodológico ou pela forma da exposição do seu conteúdo, neste trabalho:

1. Entende-se como lacunas que demandam de estudos com um pendor mais exploratórios, a agregação na temática deste estudo, variáveis que permitam o diagnostico da rentabilidade económica, de mercado ondem se pode aferir os ganhos obtidos por cada acção na bolça de valores mercado de capitais.

2. Desenvolvimento de estudo exploratório que contemple a variável associada a rentabilidade social, com destaque para a rentabilidade do trabalho.

3. Considerando como um dado os resultados apurado pela pesquisa, sugere-se a administração da empresa Josemina, a manutenção da política de negociação do custo do capital tomado de empréstimo, pois, este tem produzido bons resultados em termos de rentabilidade, fundamentalmente, há um aumento da taxa de retorno do capital resultante do benefício fiscal gerando pelo custo do capital de terceiros.

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