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CAPITULO III – RESULTADOS (ANÁLISE E DISCUSSÃO)

3.1 Estudo de caso

Com o intuito de compreender a evolução da rentabilidade dos investimentos e dos capitais da empresa, são apresentados nesta parte do trabalho os resultados da pesquisa, caracterizando os principais indicadores da problemática pesquisada, seguindo-se da interpretação e discussão, tudo isso, precedido de uma breve caracterização da unidade de análise.

3.1.1. Caracterização da unidade de análise

A empresa Josemina, Lda. foi constituída por escritura pública celebrada no Cartório Notarial do Guiché Único da Empresa, sendo titular do cartão de contribuinte Nº 541320180. A sociedade tem como objecto social, Prestação de Serviços e Comércio Geral podendo ainda dedicar-se a qualquer outro ramo do Comércio ou Indústria. Tem a sua sede em Luanda, Município de Belas, bairro golf 2. É uma sociedade por quotas, constituída por dois (2) sócios. Contendo cada 50% de participação do capital subscrito.

A sua estrutura orgânica está constituída por um Director geral, função que é desempenhada pelo socio gerente com poderes de vincular a empresa em todos os actos privados e públicos; um Chefe de Departamento Comercial, com responsabilidade de assegurar o politica comercial da empresa, controlando a carteira de mercado da empresa, no caso, representado pelos seus clientes; um Chefe de Departamento Administrativo e Financeiro, que de entre as várias responsabilidades, assegura a gestão interna no domínio do pessoal, serviços gerais, financeiros e contabilísticos da empresa; um Chefe de Departamento Logistica e Aprovisionamento, que de entre as várias responsabilidades, assegura a gestão da cadeira de logística e a provisionamento de bens e serviços para a empresa, gerindo os stocks de bens e serviços e não só.

3.1.2. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos activos Os mapeamentos das principais contas do activo encontram-se detalhados na Tabela 1. Em ordem a conhecer sua evolução, procurou-se apresentar um

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balanço sucessivo das contas do activos para, mediante análise horizontal e vertical permitir extrair conclusões sobre a sua evolução ao longo do triénio em análise. os valores encontram-se expressos em Kwanzas.

Tabela 4: Evolução do Balanço Patrimonial (Activos)

BALANÇO PATRIMONIAL 2014 2015 2016

ACTIVOS

Disponibilidades 66.575.520 16.388.680 78.470.480 Clientes 23.116.280 77.284.680 159.495.050 Existências 70.508.790 108.421.390 104.127.430 Outros Activos Circulantes 1.419.880 6.482.850 6.350.190

Subtotal Activos Circulantes 161.620.470 208.577.600 348.443.150 Realizáveis a Longo Prazo 45.863.070 78.387.760 123.271.830

Investimento 500.060 1.192.180 0 Imobilizado 1.247.290 5.470.630 5.449.070

Intangível 275.440 1.438.030 2.322.100

Subtotal Activos Não Correntes 47.885.860 86.488.600 131.043.000

Total do Activo 209.506.330 295.066.200 479.486.150 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

A partir do balanço patrimonial, nota-se que o activo circulante da empresa apresenta um crescimento significativo nos três anos de análise, representando mais de 70% do activo total, bem como, superior em valores se comparados aos passivos circulantes em todos os anos analisados, isso significa dispunha no período em análise liquidez para honrar com seus compromissos no curto prazo. A rubrica de disponibilidades registam uma taxa de crescimento negativo no período 2015/2014 de 75%, invertendo a tendência no período 2016/2015 com taxa de crescimento na ordem de 379%. Quanto aos stocks, a realidade é diferente, pois, esta rubrica regista no período uma taxa de crescimento positivo na ordem de 54%, invertendo a tendência em 2016/2015 a uma taxa de -4%. Em termos de avaliação, a variação assinalada pode estar associado ao incremento da taxa de rotação dos stocks que por consequência, resultou no aumento dos meios líquidos na tesouraria.

Os activos não circulantes com destaque para os imobilizados, apresentaram um peso diante do total de activos em 2014 de (0,60%), em 2015 (1,85%), e 2016

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(1,14%), porém, em termos de análise horizontal, assinala-se um crescimento no período 2015/2014 de 339%, sendo menos acentuado no período 2016/2015 com taxa de -0,39%, ou que vale dizer que no período em análise a empresa prestou pouca atenção na carteira dos seus investimentos de longo prazo. Em termos de produção esta a politica adoptada é susceptível de abrandar a capacidade instalada e como consequência reduzir a sua produtividade. Talvez se justifique a realização de acções tendentes ao aumento do investimento em capital estruturante visando aumentar a capacidade de produção da empresa que por via disso poderá alavancar a rentabilidade global da empresa.

3.1.3. Análise das principais rubricas do balanço com ênfase nos passivos Nesta parte, a análise da evolução incide nas contas que representam as fontes de financiamento da atividade operacional da empresa, que contabilisticamente, são designados por Passivos, dos quais, inclui os capitais próprios.

Tabela 5: Evolução do Balanço Patrimonial (Passivo)

BALANÇO PATRIMONIAL 2014 2015 2016

PASSIVOS

Empréstimos Curto Prazo 1.688.170 7.044.950 26.571.600 Fornecedores 3.205.070 5.436.530 10.616.540 Impostos Curto Prazo 1.317.910 1.005.950 1.209.450 Outros Passivos Circulante 41.322.490 45.404.700 92.994.440

Subtotal Passivos Circulantes 47.533.640 58.892.130 131.392.030

Subtotal Passivos Não Corrente

10.944.560 65.480.360 84.872.920 Património líquido 151.028.130 170.693.710 263.221.200

Total do Passivo e Património Liquido

264.739.817 372.856.380 605.896.135 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

No passivo os empréstimos de curto prazo registaram um aumento de 417% de 2014 para 2015, porém em 2016 cresceu 377% face o período homólogo. Este crescimento consolida as conclusões extraídas aquando da análise da taxa de crescimento dos activos circulantes, esperando que estes, tenham sido financiados com passivos de curto prazo resultantes em grande parte dos empréstimos obtidos com períodos de maturação não superior a um ano.

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Nos impostos a pagar ocorreu o inverso, assiste-se uma taxa de redução no período 2014/2015 de -24%, enquanto no ano 2016 a taxa de crescimento foi +20%.

O património líquido da empresa aumentou em 13% de 2014 para 2015 e 54% de 2015 para 2016, este aumento pode ser explicado pelos resultados líquidos de cada exercício e acumulados ao longo do período.

Notou-se que e empresa nos anos de 2014 a 2016, seus capitais próprios foram maiores do que seus passivos, significa que o valor do património liquido é suficiente para cobrir todas as dividas da empresa. Ou seja tem capacidade para satisfazer suas obrigações para com terceiros nos prazos previsto.

3.1.4. Analise das principais rubricas da conta de resultados (proveitos e custos)

A conta de resultado a presenta a evolução das receitas e despesas divididas segundo a sua classificação em operacionais e financeira. Tendo em conta o propósito da pesquisa, a análise da evolução pormenorizada das contas nesta secção tem um impacto significativo no objectivo desenhado, dai que se afigura de extrema importância fazer uma breve caracterização da sua tendência evolutiva para ajudar a consolidação das conclusões extraídas aquando da análise das principais contas do balanço.

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Tabela 6: Evolução das contas de resultados (Proveitos e custos)

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 2014 2015 2016 Receita Bruta 48.559.170 137.030.630 190.950.540 (-) Deduções -6.305.970 -14.848.350 -9.716.740 Receita Líquida 42.253.200 122.182.280 181.233.800 (-) Custo das Mercadorias Vendidas -25.331.020 -75.916.610 -117.671.290 Lucro Bruto 16.922.180 46.265.670 63.562.510 (-) Desp. Operacionais -13.624.820 -20.449.000 -24.220.240 LAJIR 3.297.360 25.816.670 39.342.270 (-) Desp. Financeiras 4.034.910 4.517.370 4.217.510 LAIR 7.332.270 30.334.040 43.559.780 (-) IR -2.623.940 -4.920.740 -5.343.360 LL 4.708.330 25.413.300 38.216.420 Fonte: Dfs da Empresa, 2014, 2015 e 2016

Em termos de evolução, convém assinalar um crescimento substancial das receitas líquidas em 2015 de 189% em relação ao ano 2014. Registando um abrandamento em termos de crescimento na ordem de 48% em 2015 face ao período homólogo.

Os custos das mercadorias vendidas e consumidas registaram relativa estabilidade no período se comparado com as receitas, com taxa anual de 60% em 2014, passando para 62% em 2015 e 65% em 2016. A taxa de crescimento assinalado embora tímido, permite consolidar as conclusões extraídas a quando da análise das contas do balanço, com destaque para a redução da taxa de crescimento dos stocks em relação ao aumento de meios líquidos na tesouraria. É importante salientar que, ao fazer uma análise horizontal, o aumento dos custos pode gerar preocupação para empresa uma vez que neste período a cifra de negócio aumentou apenas 289% de 2014 para 2015 e diminuindo em 148% no ano 2016 em relação ao ano 2015, e os custos das mercadorias vendidas e consumidas tiveram um crescimento de 300% e 155% nos anos de 2015/2014 e 2016/2015 respectivamente.

O lucro líquido do exercício apresentado com base nos dados observados, revela uma taxa de crescimento de 540% no ano 2015 em relação ao ano 2014, esse

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crescimento registou uma queda para 150% no ano 2016 em relação ao ano 2015. Parte desta redução pode ser explicado pela dissonância verificada na relação da taxa de crescimento das vendas líquidas em comparação com os custos das mercadorias vendidas e consumidas, havendo aqui a necessidade de se instituir na empresa um mecanismos que permita a conciliação das vendas e o movimento dos stocks físicos, pois, pode se estar diante de saídas de mercadorias que não geram vendas, implicando-se negativamente na correlação já anunciada, Já que o peso das despesas operacionais e financeiras não apresentam taxas significativas capaz de cobrir o hiato da correlação que podia contribuir com o aumento da taxa de crescimento do lucro liquido e consequente impacto na rentabilidade.

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