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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5.ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

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PARTE A : MARIANA PIRES DE SÁ VALERIANO

PARTE R : UFS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE REPTE : PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL - 5ª REGIÃO REMTE : JUÍZO DA 1ª VARA FEDERAL DE SERGIPE (ARACAJU) ORIGEM : 1ª VARA FEDERAL DE SERGIPE

RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA E M E N T A

ADMINISTRATIVO. CONCURSO. RESIDÊNCIA MÉDICA. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFS. ENTREVISTA. ETAPA DE AVALIAÇÃO. FINALIDADE NÃO DEFINIDA NO EDITAL. AUSÊNCIA DE PARÂMETRO PRÉ-DEFINIDO E TRANSPARENTE. NULIDADE.

1. Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIANA PIRES DE SÁ VALERIANO contra ato coator do Coordenador de Residência Médica da Universidade Federal de Sergipe, em razão de ter havido uma alteração ilegal na sua posição na classificação final do concurso para residência médica da UFS, na especialidade Dermatologia, quando passou da 2ª para a 3ª colocação e, por isso, ficou fora do número de vagas oferecido. Afirma que a candidata inicialmente classificada em 3ª lugar teria interposto “novo recurso”– não previsto no edital – contra o resultado final do concurso e que, em razão do seu acolhimento, teria passado a ocupar a 2ª posição, tomando a sua vaga. A impetrante também se insurge contra a entrevista, umas das três etapas da avaliação prevista no Edital nº 19/2008, da Coordenação de Residência Médica, por ter se baseado em critérios puramente subjetivos e, mesmo assim, ter sido um elemento decisivo para a classificação final do concurso.

2. Na sentença, a segurança foi parcialmente concedida apenas para declarar a nulidade da entrevista como etapa de avaliação do concurso, atribuindo os pontos igualmente aos candidatos.

3. No que tange à ilegalidade sustentada pela demandante em relação ao resultado definitivo do certame, ao se acolher o “novo recurso” interposto pela candidata

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qualquer subjetivismo, preferências ou preterições aos resultados violam o princípio da impessoalidade.

5. No caso em comento, “vislumbra-se a inidoneidade da entrevista enquanto critério de classificação dos candidatos, uma vez que o Edital não diz a sua finalidade, nem traz parâmetros confiáveis para que o candidato possa analisar a sua avaliação e impede a revisão do ato pelo Poder Judiciário sob o prisma da impessoalidade, moralidade, legalidade e da publicidade”. “Tal comportamento termina por transformar a referida prova em um método sigiloso, opaco a qualquer reexame, impedindo que qualquer candidato e o Judiciário possam saber quais as razões e critérios adotados na definição da nota de um ou de outro candidato. Portanto, parece ser duvidoso e inidôneo o critério adotado para a classificação no concurso consistindo numa entrevista sem qualquer parâmetro pré-definido e transparente, constatando-se a presença do fumus boni juris nas alegações da parte autora quanto a este aspecto do concurso” (trecho da sentença).

6. A entrevista, como fase de avaliação do certame em discussão, deve ser anulada.

Remessa obrigatória improvida.

A C Ó R D Ã O

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do egrégio Tribunal Regional Federal da 5.ª Região, por unanimidade, negar provimento à remessa obrigatória, nos termos do relatório e voto constantes dos autos, que integram o presente julgado.

Recife, 11 de outubro de 2012 (data do julgamento).

JOSÉ MARIA LUCENA, Relator.

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R E L A T Ó R I O

O Desembargador Federal JOSÉ MARIA LUCENA (Relator):

Cuida-se de remessa obrigatória de sentença que concedeu parcialmente a segurança, confirmando a liminar anteriormente deferida, para “ tão-somente declarar a nulidade da entrevista como etapa de avaliação do concurso de residência médica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – COREME/UFS, na especialidade Dermatologia, atribuindo os pontos igualmente aos candidatos, ficando a classificação definitiva conforme a lista de fl. 140”.

Entendeu o ilustre sentenciante que a entrevista, uma das etapas de avaliação dos candidatos, adotou critérios subjetivos para a definição da classificação dos candidatos, o que não se admite.

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V O T O

O Desembargador Federal JOSÉ MARIA LUCENA (Relator):

Trata-se de mandado de segurança impetrado por MARIANA PIRES DE SÁ VALERIANO contra ato coator do Coordenador de Residência Médica da Universidade Federal de Sergipe, em razão de ter havido uma alteração ilegal na sua posição na classificação final do concurso para residência médica da UFS, na especialidade Dermatologia, quando passou da 2ª para a 3ª colocação e, por isso, ficou fora do número de vagas oferecido.

Afirma a impetrante que a candidata TATIANE ANDRADE MENDONÇA, inicialmente classificada em 3ª lugar, teria interposto “novo recurso” contra o resultado final do concurso e que, em razão do seu acolhimento, teria passado a ocupar a 2ª posição, tomando a sua vaga.

Alega que, por inexistir no edital previsão quando à possibilidade de interposição desse “novo recurso”, o seu recebimento feriu os princípios constitucionais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da publicidade.

A impetrante também se insurge contra a entrevista, umas das três etapas da avaliação prevista no Edital nº 19/2008, da Coordenação de Residência Médica, por ter se baseado em critérios puramente subjetivos e, mesmo assim, ter sido um elemento decisivo para a classificação final do concurso.

No que tange à ilegalidade sustentada pela demandante em relação ao resultado definitivo do certame, ao se acolher o “novo recurso” interposto pela candidata classificada em 3º lugar, o que lhe rendeu uma mudança de classificação para 2º lugar, o ilustre sentenciante entendeu que o ato da Comissão de Residência Médica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – COREME/UFS foi legal e se pautou pelos princípios da administração pública, não

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aferição. Esse entendimento se baseia no fato de que as entrevistas individuais que tenham qualquer subjetivismo, preferências ou preterições aos resultados violam o princípio da impessoalidade.

Nesse sentido são as ementas abaixo transcritas:

ADMINISTRATIVO. PROCESSO SELETIVO. CURSO DE

MESTRADO. REPROVAÇÃO. ENTREVISTA DESPROVIDA DE

CARÁTER OBJETIVO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA

IMPESSOALIDADE.

1. De acordo com o Edital do concurso a fase de entrevista do processo seletivo se dará nos seguintes termos: "2.1.3. Terceira etapa: Entrevista sobre o projeto de pesquisa - Eliminatória/ A Entrevista versará, prioritariamente, sobre o projeto de dissertação do candidato selecionado na segunda fase, sendo também avaliados outros aspectos julgados relevantes. As entrevistas serão realizadas na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará/ [...]".

2. É evidente, portanto, a subjetividade que vai se imprimir à avaliação já que não são destacados quais são os "outros" aspectos relevantes a serem avaliados.

3. A realização de entrevistas individuais que possam imprimir qualquer subjetivismo, preferências ou preterições aos resultados violam o princípio da impessoalidade. A entrevista como fase de seleção para ingresso no Mestrado deve ter caráter objetivo, tornando possível o controle da autoridade administrativa, não ficando os candidatos submetidos ao livre critério de definição dos examinadores.

4. Remessa oficial e apelação da Universidade Federal do Ceará improvidas. Apelação da impetrante provida, para assegurar a vaga no mestrado em Educação Brasileira da Faculdade de Educação da UFC.

(PROCESSO: 00090117520104058100, APELREEX19120/CE, DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI, Primeira Turma, JULGAMENTO: 10/05/2012, PUBLICAÇÃO: DJE 21/05/2012 - Página 93)

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSO SELETIVO. CURSO DE MESTRADO. ENTREVISTA. CRITÉRIOS OBJETIVOS.

DEFINIÇÃO PRÉVIA. INEXISTÊNCIA. PRINCÍPIOS DA

PUBLICIDADE E IMPESSOALIDADE. VIOLAÇÃO. INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.

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1. Ação em mandado de segurança na qual se analisa a possibilidade de anulação do ato que determinou a eliminação das impetrantes na fase de entrevista (4ª e ultima fase do certame), da seleção para o curso de Pós-graduação (Mestrado) em Ciências Animal da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA, de forma a assegurar a aprovação das recorridas, de acordo com a classificação que lhes forem atribuídas.

2. A entrevista, como fase de seleção para ingresso no mestrado, assemelha-se ao exame psicotécnico, e são ambos ilegítimos quando realizados com base em critérios subjetivos não suficientemente divulgados, afrontando diretamente o princípio da impessoalidade, posto que atribui excessivo subjetivismo à Comissão da Seleção.

3. In casu, observa-se que, em avaliações anteriores à própria universidade recorrente, em observância ao princípio da publicidade e, por conseguinte, da impessoalidade, cuidou de divulgar os critérios que necessariamente seriam examinados pela comissão do certame, consoante se constata do Anexo I do Edital nº 07/2010 -que cuidou de regulamentar a seleção para o Mestrado em Ambiente, Tecnologia e Sociedade, mas não teve os mesmos cuidados em respeito à entrevista, em cujo exame excluiu as recorridas.

4. Não obstante a previsão dos itens 3.4 e 3.5 do Edital nº 02/2005-PROPPG, no que diz respeito ao caráter eliminatório da entrevista, não se pode admitir a realização de uma entrevista, ou exame psicotécnico, para ingresso em curso de Mestrado, com critérios subjetivos não suficientes divulgados, como ocorrido na hipótese. 5. É de se ressaltar que, a Comissão do Certame deve zelar pela prévia divulgação dos critérios objetivos que serão observados nessa etapa do concurso, devendo adotar sistemática que permita publicidade de seu resultado para que o candidato não fique

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E continua:

“Tal comportamento termina por transformar a referida prova em um método sigiloso, opaco a qualquer reexame, impedindo que qualquer candidato e o Judiciário possam saber quais as razões e critérios adotados na definição da nota de um ou de outro candidato.

Portanto, parece ser duvidoso e inidôneo o critério adotado para a classificação no concurso consistindo numa entrevista sem qualquer parâmetro pré-definido e transparente, constatando-se a presença do fumus boni juris nas alegações da parte autora quanto a este aspecto do concurso”.

Portanto, a entrevista, como fase de avaliação do certame em discussão, deve ser anulada.

Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO À REMESSA OBRIGATÓRIA. ASSIM VOTO.

Referências

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