Motores
Teste
Chevrolet
Volt
Silêncio
que
se
vai
andar
de
carro
Poderia
ser
apenas mais
um
carro
eléctrico.
Mas
o
Volt
chegou com
ambições mais
elevadas:
tornar
os
eléctricos
numa
verdadeira
opção,
alargando
a
autonomia
até
500
km
graças a
um
extensor
a gasolina.
Algo que faz com agilidade
e
sem
ruído.
Pelo menos
fora
do
pára-arranca.
Carla
B.
Ribeiro
(texto)
e
Pedro
Maia
(fotos)
«^^^^k^^H
iga-se o carro eouve-se um som que parece saído
de um filme de ficção científica.
De-pois, nada. Osilêncio éanota
do-minante do Volt da Chevrolet, que
marcou uma das primeiras incursões
da General Motors no segmento dos eléctricos. Mas oVolt não éapenas
um eléctrico: embora todo o seu
funcionamento sebaseie neste
mo-do
-
mesmo quando asua bateriaacusa o descarregamento, a
unida-de eléctrica continua afuncionar
-,
beneficia de um motor/gerador,a gasolina, que lhe garante
autono-mia até aos 500 km. E oconsumo
de combustível costuma manter-se
dentro de níveis aceitáveis para um
modelo deste tamanho. Razões que
levaram aque osistema de extensão
de autonomia, que também equipa
o Opel Ampera, tenha sido
recen-temente eleito Motor Verde doAno
(Chevrolet Volt eOpel Ampera foram
também eleitos, em conjunto, Carro
do Ano internacional).
Há, aliás, qualquer coisa de
vi-ciante nesta coisa de ir observando consumos
-
no caso, dir-se-ia antes não consumos. Etentando quebrarrecordes. Nem édifícil. Com as bate-rias carregadas, representadas pelo desenho de uma pilha com carga ver-de, depressa secompreende como a inércia funciona anosso favor.
Desa-celerar etravar torna-se quase uma
obsessão. Éque, de cada vez que se
opta por uma daquelas acções, vê-se
apilha a recarregar. E osquilómetros
de autonomia verde asubirem. 67.
Foi esse o máximo conseguido
-
amarca avança com uma autonomia
eléctrica garantida de 56 km (a
ver-são de 2013 chegará com 61km).
Ainda que, depois de esgotada a
pilha einiciado o uso do modo de
combustão, de vez emquando o
sis-tema volte adisponibilizar alguma
energia acumulada (pouca, mas o
ecrã averde torna-se sempre mote
para alguma animação). "Olha, olha!
Está outra vez em eléctrico." Eéaí
que se redobram cuidados.
A verdade éque ocarro, em modo
eléctrico, étão, mas tão silencioso
que depressa se percebe como os
outros veículos em circulação não dão por ele. "Mas donde éque este
saiu?", parecem perguntar ao ve-rem-se ultrapassados. Mas não há
regra sem excepção. E esta sente-se, sobretudo, no pára-arranca citadino, sempre que omotor de combustão interna é chamado a alimentar a
bateria. Nessas situações, o ruído
invade o habitáculo. Oque, depois dehabituados ao silêncio, deixa um
travo amargo.
Ocerto é que, com ou sem
baru-lho, por onde quer que passa
cha-maaatenção, atraindo olhares nada discretos evárias interpelações de
estranhos, curiosos por este novo
sistema: "Aguenta mesmo 500km?".
Em andamento também não éraro
sentirmo-nos observados. Não éque
este Volt seja uma máquina de
velo-cidade: nãovai além dos 160 km/h.
Mas o poder de aceleração
-
dos 0aos 100km/h em9s
-
aliado ao factode revelar um binário instantâneo
do propulsor eléctrico de 370 Nm,
permite colocar-se entre os mais
ágeis. Mais ainda quando os ventos
cruzados atrapalham os veículos
mais altos, enquanto oVolt passa
ileso.
Para mais, o seu desempenho
ajusta-se adiferentes modos:
eco-nómico em modo normal,
em modo montanha ou inteligente
em Hold. Este último permite não
usar a carga eléctrica, poupando-a
para serutilizada em determinadas
circunstâncias
-
no nosso caso,fizemo-nos às estradas nacionais,
rodeados de verde, com acerteza
de quase não deixarmos qualquer
pegada ambiental.
Verificados os desempenhos, o
conforto não se deixa ficar atrás.
Com estofos em pele econsola cen-tral assim como acabamentos das portas em laçado (em branco, con-trastando de forma elegante com o
preto das peles ou dacarroçaria), o
carro ecómodo ao corpo e agradá-vel ao toque. Depois há espaço. Para esticar as pernas, para esticar
bra-ços (apesar deos mais altos baterem
com acabeça no tecto, atrás). Oque
setorna mais importante quando se
opta por longas distâncias. Já a
ba-gageira vê-se reduzida pela inclusão das baterias. Não permite carregar
nada de grandes dimensões, mas
ainda assim serve para transportar
abagagem de fim-de-semana dos
quatro passageiros (com os bancos
rebatidos acapacidade de carga che-ga aos mil litros).
MECÂNICA
Sistema eléctrico
Potência: 150 cv
Binário: 370 Nm
Bateria: lões de lítio
Energia: 16kWh
Tempo decarregamento: 4h
em tomada de230
v;
8a10hemtomadas de
220
(domésticas)v
Motor de extensão de autonomia
Cilindrada: 1398 cc Potência: 86cv às
4800
rpm Binário: 130 Nm às4250
rpm Cilindros: 4 em linha Válvulas: 16 Alimentação: Unidade de comando eléctricaMotor extensor de autonomia a
gasolina
Tracção: Dianteira
Travões: Discos ventilados à
frente eatrás
Dimensões
Comprimento: 449,8 cm
Largura: 212,6cm
Altura: 143,9 cm
Distância entre eixos: 268,5 cm
Peso: 1732 kg Pneus: 215/55 Rl7
Capac. depósito: 35,3 litros
Capac. mala: 310 litros (1005com
bancos rebatidos) Prestações*
Veloc. Máxima: 160 km/h
Aceleração O a100 km/h: 9s
Consumo misto: 1,2litros/100 km
Emissões C
02
:27g/km Preço 41.9506 (viatura ensaiada: 44.850 C) *Dados do construtorEQUIPAMENTO
SegurançaAirbags frontais: Sim
Airbags laterais: Sim
Airbags de cortina: Sim
Airbag frontal de joelho para o
condutor: Sim
Desactivação do airbag do
passageiro: Sim
Protecção anti-roubo: Sim
Trancamento eléctrico da coluna
dedirecção: Sim
Controlo Electrónico de
Estabilidade: Sim
Trancamento das portas
programável: Sim
Sistema ISOFIX: Sim
Alerta para peões: Sim
Vida abordo
Ignição por botão Start: Sim
Direcção assistida
electricamente: Sim
Volante ajustável em altura e
profundidade: Sim
Travão de mão eléctrico: Sim
Cru/se control: Sim
Sensor deLuz: Sim
Nivelamento defaróis: Sim
Arcondic. automático: Sim
Desembaciador eléctrico do
vidro traseiro: Sim
Bancos aquecidos: Sim (condutor
epassageiro)
Iluminação interior emLED: Sim
Bancos traseiros rebatíveis: Sim
(40/40)
Painel de instrumentos com ecrã
de7": Sim
Computador de Bordo: Sim
Bluetooth, AUX-in eUSB: Sim
Sistema de navegação e áudio
Bose: Opcional (1850 C)
Pack de câmara e assistência
ao estacionamento: Opcional
(700€)
Comandos da consola central
sensíveis ao toque: Sim
Comandos áudio no volante: Sim
Bancos em Pele: Sim
Chave mãos-livres: Sim
Espelhos retrovisores eléctricos:
Sim
Espelhos retrovisores aquecidos:
Sim
Espelhos retrovisores com
indicador de mudança de
direcção integrado: Sim Luzes diurnas em LED: Sim
Vidros com protecção solar: Sim
Faróis dianteiros em halogéneo:
Sim
Luz detravão traseira em LED:
Sim
SENSÍVEL
Acoluna central acumula quase
todas asfunções desejadas.
Nela, liga-se o rádio, ajusta-se
oarcondicionado, escolhe-se
omodo de condução,
controla-se atransmissão automática.
Para qualquer uma das
funcionalidades, basta encostar
um dedo. O problema é que é
tão sensível, que mesmo sem
querer, écomum ter algo ligado
que não era suposto. Como o
aquecimento dos bancos com
30°
láfora. Além disso, não são precisos grandes descuidos paraque as partes laçadas mostrem
riscos.
CADA
PASSAGEIRO
SEU
BANCO
Eisum carro assumidamente para
quatro. O que, no caso, parece
ser uma vantagem. Averdade é
que aopção de equipar o interior
com quatro bancos —atenção:
são mesmo quatro bancos; cada
assento é individual —permite
uma viagem muito confortável em
quaisquer lugares. Enos bancos
traseiros tem-se direito atecto
panorâmico, oque acrescenta
um toque deluxo àviagem. Só
mesmo os mais altos éque se
poderão queixar de baterem com
acabeça no tecto.
LIGADO A CORRENTE
Viver num piso térreo pode ser
um incentivo aoptar por um
plug-in, deixando ocarro acarregar
durante anoite (uma tomada
doméstica pode ser usada para o
carregamento das baterias desde
que tenha corrente de terra).
Outra opção passa pelos postos
de carregamento, alguns com
opção rápida, conseguindo cerca
de 80%da carga em cerca de
30
minutos. Mais difícil, porém, é
encontrar um onde se possa de
facto abastecer. Éque amaioria
dos postos que seencontra,
pelo menos por Lisboa, estão
ocupados por veículos que não
AERODINÂMICO
Com uma frente totalmente
compacta —até agrelha é
mais fechada para melhorar os
desempenhos —,o Volt
apresenta-seaerodinâmico, oque o torna
mais económico assim como
capaz de enfrentar quaisquer
adversidades. Excepto asque se
apresentem em forma de qualquer
saliência. Ocarro ébaixo e o
melhor será não tentar subir ou
descer qualquer pequeno degrau
porque o som ouvido será uma
desagradável experiência.
Pode-sesempre tentar ultrapassar o
incómodo retirando o avental de
borracha, mas aaerodinâmica