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Guimarães. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

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P á g i n a | 1 Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito da 1ª Secção de Comércio Instância Central de Guimarães

J3

Processo nº 689/15.6T8GMR V/Referência:

Data: Insolvência de “Ana Paula Figueiredo Ferreira Sousa Lima”

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na

Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como o respectivo anexo (inventário).

Mais informo que não foi elaborada a lista provisória de créditos prevista no artigo 154º do CIRE, uma vez que vai ser junto aos autos a relação de credores a que alude o artigo 129º do CIRE.

P.E.D.

O Administrador da Insolvência

(Nuno Oliveira da Silva)

Castelões, 9 de abril de 2015

Assinado de forma digital por NUNO RODOLFO DA NOVA OLIVEIRA DA SILVA

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I – Identificação da Devedora

Ana Paula Figueiredo Ferreira Sousa Lima

, N.I.F. 192 291 386, residente na Rua Calouste Gulbenkian, 613, 1º Esq., freguesia de Oliveira, concelho de Guimarães.

II – Situação profissional e familiar da devedora

A devedora encontra-se actualmente aposentada e aufere uma pensão da Caixa Geral de Aposentações no valor mensal de Euros 334,72.

A devedora é solteira e reside sozinha na morada supra referida, que é propriedade sua.

III – Actividade da devedora nos últimos três anos e os seus

estabelecimentos

(alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.)

Os problemas da devedora advêm de uma série de contractos de crédito celebrados com diversas entidades bancárias e financeiras. Vejamos:

1- Em 29.06.2009 celebrou com o “Banco Popular de Portugal, S.A.” um contrato de

mútuo no valor de Euros 11.500,00 e que nunca foi cumprido. Face à acumulação de juros resultante, o valor em dívida actualmente ascende a mais de Euros

22.000,00;

2- Cartão de crédito contratado com o “Novo Banco, S.A.”, à data “Banco Espirito

Santo S.A.”, em 2009. A devedora utilizou o cartão de crédito até 08.08.2009, não tendo pago qualquer valor ao Banco a partir de então, o que agora resulta num acumular de Euros 9.669,67.

3- Em 25.06.2009 a devedora celebrou com o “Banco Santander Consumer Portugal,

S.A.” um financiamento no valor de Euros 15.330,15 para aquisição de veículo automóvel. Este contrato nunca chegou a ser cumprido, pelo que foi accionada a

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livrança que o garantia e interposta a acção executiva nº 2587/10.0TBGMR1 em que é demandado o pagamento de Euros 18.316,07, a que acrescem juros, reclamando o Banco actualmente o valor de Euros 21.923,08.

4- Cartão de crédito contratado com a “Unicre – Instituição Financeira de Crédito,

S.A.” a 22.07.2009. A devedora utilizou o cartão de crédito em Março de 2010, não tendo pago qualquer valor ao Banco a partir de então. Este incumprimento resultou na reclamação de créditos no valor de Euros 1.419,34.

5- A 01.06.2009 a devedora celebrou com o “BNP Paribas Personal Finance, S.A.”,

agora designado “Arrow Global Limited”, um contrato de mútuo. Pelo não cumprimento das obrigações a que se vinculou, estes reclamam o valor de Euros

5.987,79.

6- A 09.06.2009 a devedora celebrou mais um contrato de crédito com a “Caixa

Leasing e Factoring – Instituição Financeira de Credito, S.A.” no valor de Euros

15.280,86. O incumprimento das obrigações assumidas a partir de 15.08.2011

resultou na interposição da acção executiva nº 3130/11.0YYLSB2.

7- Em 06.07.2009 a devedora celebrou dois contractos de mútuo com hipoteca com a

“Caixa Geral de Depósitos, S.A.” no valor de Euros 80.000,00 e Euros 7.000,00 para aquisição de habitação própria e financiamento de investimentos múltiplos em imóveis, respectivamente. Tendo a devedora cessado o cumprimento de tais contractos no início do ano de 2010, vem este credor reclamar um valor que ascende a Euros 105.000,00;

8- Entre 2010 e 2013 a devedora acumulou um passivo de cerca de Euros 3.700,00

junto da “NOS Comunicações, S.A.”, pelo que resultou a acção executiva nº 144711/11.9YIPRT3

9- Já no decurso dos anos de 2011 a 2014 a devedora acumulou um passivo de mais

de Euros 2.007,37 junto da Fazenda em resultado do não pagamento de diversos valores de IUC, IRS, Coimas e demais custas e encargos.

1 A correr termos na Comarca de Braga – Guimarães – Instância Central – 1ª Secção de Execução – J1 2

A correr termos na Comarca de Braga – Guimarães – Instância Central – 1ª Secção de Execução – J2

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Verificamos assim no ano de 2009 a celebração de contractos de crédito que ascenderam a mais de Euros 132.000,00, tanto para aquisição de habitação própria como de diversas viaturas4. O incumprimento quase imediato destes contractos gerou uma acumulação massiva de juros, sendo o valor actual em dívida relativo aos mesmos contractos de mais de Euros 175.000,00.

Até Fevereiro de 2012 a devedora exerceu funções como enfermeira, tendo um rendimento mensal que ascendia a cerca de Euros 1.000,00. A partir de Março de 2012 a devedora ficou aposentada, passando a auferir um rendimento mensal de Euros

334,72.

Apesar do indicado na petição inicial, pela informação constante das reclamações de créditos recepcionadas, verificamos que os problemas da devedora são bem anteriores a esta data, encontrando-se já a correr contra a devedora diversas acções de carácter executivo.

A redução drástica dos rendimentos da devedora determinou a total irreversibilidade da situação financeira da devedora, tendo a mesma requerido apoio judiciário para a sua apresentação à insolvência em Julho de 2012.

IV – Estado da contabilidade da devedora

(alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.)

Não aplicável.

V – Perspectivas futuras

(alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.)

A devedora apresentou o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do artigo 235º e seguintes do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas.

Estabelece o nº 4 do artigo 236º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas que na assembleia de apreciação do relatório é dada aos credores e ao

4

Viatura Peugeot 207 com a matrícula 03-HT-55; Mercedes Benz com a matrícula 46-AA-16; Honda ST 1300 com a matrícula 60-HT-07.

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administrador da insolvência a possibilidade de se pronunciarem sobre o requerimento do pedido de exoneração do passivo.

Por sua vez, o artigo 238º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas enumera as situações em que o pedido de exoneração do passivo é liminarmente indeferido.

A aceitação do pedido de exoneração do passivo determina que durante um período de 5 anos o rendimento disponível que a devedora venha a auferir se considere cedido a um fiduciário. Integram o rendimento disponível todos os rendimentos que advenham a qualquer título aos devedores com exclusão do que seja razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno da devedora e do seu agregado familiar, não podendo exceder três vezes o salário mínimo nacional (subalínea i da alínea b) do nº 3 do artigo 239º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas).

Actualmente o salário mínimo nacional mensal é de Euros 505,00. Conforme atrás foi referido, a devedora aufere uma pensão no valor de Euros 334,72, pelo que não dispõe de momento de qualquer rendimento disponível.

De acordo com a alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE, o pedido de exoneração é liminarmente indeferido se o devedor tiver incumprido o dever de apresentação à insolvência ou, não estando obrigado a se apresentar, se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo em qualquer dos casos para os credores, e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica.

Da análise da alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE verifica-se que, para além do incumprimento de apresentação à insolvência se torna necessário que disso advenha prejuízo para os credores e, ainda, que o devedor saiba, ou não possa ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica. Tal significa que, se do atraso na apresentação não advier prejuízo para os credores, o mesmo não deve ser negativamente valorado. E ainda é necessário que o

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devedor saiba que a sua situação é definitiva, no sentido de não ser alterável a curto prazo, ou que não possa deixar de disso estar consciente, a não ser por inconsideração grave. Tais requisitos são cumulativos.

A nível doutrinal e jurisprudencial têm existido diferentes entendimentos sobre o segundo requisito (advir prejuízo para os credores): enquanto uma corrente defende que a omissão do dever de apresentação atempada à insolvência torna evidente o prejuízo para os credores pelo avolumar dos seus créditos, face ao vencimento dos juros e consequente avolumar do passivo global do insolvente, outra corrente defende que o conceito de prejuízo pressuposto no normativo em causa consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se assim dum prejuízo de outra ordem, projectado na esfera jurídica do credor em consequência da inércia do insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência), ou, mais especificamente, que não integra o ‘prejuízo’ previsto no artigo 238º, nº 1, d) do C.I.R.E. o simples acumular do montante dos juros.

O signatário tem defendido esta última posição, entendendo que não basta o simples decurso do tempo para se considerar verificado o requisito em análise (pelo avolumar do passivo face ao vencimento dos juros). Tal entendimento representaria uma valoração de um prejuízo ínsito ao decurso do tempo, comum a todas as situações de insolvência, o que não se afigura compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores enquanto requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente. Enquanto requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente, o prejuízo dos credores acresce aos demais requisitos – é um pressuposto adicional, que aporta exigências distintas das pressupostas pelos demais requisitos, não podendo por isso considerar-se preenchido com circunstâncias que já estão forçosamente contidas num dos outros requisitos. O que se pretende valorizar neste quesito, como acima foi posto em evidência, é a conduta do devedor, de forma a apurar se o seu comportamento foi pautado pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que

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respeita à sua situação económica, devendo a exoneração ser liminarmente coarctada caso seja de concluir pela negativa.

Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei não visa mais do que penalizar os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles comportamentos geradores de novos débitos (a acrescer àqueles que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer). São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé cuja observância por parte do devedor é impeditiva de lhe ser reconhecida possibilidade (verificados os demais requisitos do preceito) de se libertar de algumas das suas dívidas, e assim, conseguir a sua reabilitação económica. O que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem (ou diminuam a possibilidade de) os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem.

Exposta esta questão, verificamos assim que o indeferimento do pedido de exoneração do passivo restante por violação do dever de apresentação à insolvência passará pela verificação cumulativa de três pressupostos:

1- Incumprimento do dever de apresentação à insolvência ou, não estando o devedor

obrigado a se apresentar, se o devedor se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência;

2- Inexistência de perspectivas sérias de melhoria da situação financeira do devedor

que o mesmo conhecesse ou não pudesse ignorar sem culpa grave;

3- Existência de prejuízo para os credores, decorrente do atraso do devedor na

apresentação à insolvência;

A fim de procedermos à análise do preenchimento de tais pressupostos, devemos ter em consideração os seguintes factos:

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1- Em 2009 a devedora celebrou sucessivamente contratos de crédito com diferentes

entidades bancárias, num valor que ascende a Euros 132.000,00, nomeadamente para aquisição de habitação própria e de diversas viaturas;

2- Parte dos contractos celebrados nunca chegaram a ser cumpridos e nos demais o

incumprimento deu-se pouco depois da celebração dos mesmos;

3- Assim, no decurso do ano de 2010 a devedora tinha já entrado em incumprimento

com a generalidade dos seus credores;

4- Assim, a partir de 2010, e com mais enfase no decurso de 2011, foram contra a

devedora intentadas diversas acções de carácter executivo;

5- Em 2012, com a redução drástica dos seus rendimentos, a devedora viu vedada

qualquer possibilidade de reverter a sua situação financeira;

6- Já depois do sucedido, entre 2011 e 2014 a devedora acumulou um passivo de

cerca de Euros 2.000,00 junto da Fazenda Nacional;

Verificamos que no decurso do ano de 2009 a devedora assumiu diversas obrigações que não tinha qualquer capacidade de cumprir. Assim, com o incumprimento da generalidade dos seus compromissos no ano de 2010, em especial os contractos celebrados com a “Caixa Geral de Depósitos, S.A.”, cujo valor é suficientemente relevante para determinar a irreversibilidade da situação financeira da devedora.

Não podia assim a mesma ignorar a partir dessa data que não poderia cumprir tais contractos. Na verdade, não entende o signatário como no espaço de alguns meses a devedora teve a necessidade de adquirir pelo menos três viaturas. Para a aquisição das mesmas e do imóvel onde habita, a devedora realizou diversos contractos de crédito que demonstrou não ter capacidade para cumprir logo desde o primeiro momento.

Preenchidos os dois primeiros pressupostos supra mencionados, resta verificar da existência de prejuízo decorrente do atraso da devedora na sua apresentação à insolvência.

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Pela análise das informações existente verificamos que, já depois de se encontrar comprovadamente numa situação de insolvência, a devedora veio a constituir ainda mais passivo com a acumulação de facturas junto da “Nos Comunicações, S.A.” nos anos de 2011 a 2013 e ainda junto da Fazenda Nacional nos anos de 2011 a 2014.

A acrescer a esta situação, a devedora vendeu duas das viaturas de que era proprietária no ano de 20105. Ou seja, já depois de se encontrar na obrigação de se apresentar à insolvência a devedora alienou parte do seu património, prejudicando todos os credores que teriam usufruído do valor desses activos caso os mesmos viessem a ver vendidos em sede de processo de insolvência.

Concluindo, já depois de se encontrar na obrigação de se apresentar a tribunal, a devedora agravou ainda mais o seu passivo, bem como alineou parte do seu activo, prejudicando claramente a posição dos seus credores e as possibilidades de os mesmos virem a ser ressarcidos dos seus créditos.

Por todo o exposto, não restam dívidas para o signatário quanto ao preenchimento dos três pressupostos previstos na alínea d) do nº 1 do artigo 238º do CIRE, concluindo o signatário pelo indeferimento do pedido de exoneração por

violação do dever de apresentação à insolvência da devedora.

Os credores deverão ainda deliberar no sentido da liquidação dos activos

constantes do inventário elaborado nos termos do artigo 153º do CIRE.

Castelões, 9 de Abril de 2015 O Administrador da Insolvência

______________________________________ (Nuno Oliveira da Silva)

5

Viatura de matrícula 03-HT-55 em 4 de Outubro de 2010 e viatura de matrícula 60-HT-07 em Dezembro de 2010.

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I n v e n t á r i o

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Relação dos bens e direitos passíveis de serem

apreendidos a favor da massa insolvente:

Verba Tipo Localização Descrição da Verba

1 Imóvel

Rua Calouste Gulbenkian, 613, 1º Esq., freguesia de Guimarães (Oliveira do Castelo), concelho de Guimarães

Prédio urbano constituído por uma fracção autónoma do tipo T-2 designada pela letra C, correspondente ao 1º andar esquerdo e garagem privativa na cave.

Descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Guimarães sob o nº 86-E da freguesia de Guimarães (Oliveira do Castelo) e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1301º-E.

O Administrador da Insolvência

_____________________________________ (Nuno Oliveira da Silva)

Referências

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