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1) A liderança exemplar: atitude motivada pela vocação

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Academic year: 2021

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Lição 2 - Um modelo de liderança para a igreja

Texto bíblico: 1Tessalonicenses 1.2,5; 2.1-2,7-8

A igreja experimenta uma crise de liderança em nossos dias? Uma resposta honesta, pela vivência no meio eclesiástico, há de pender para um "sim". Na sua cultura organizacional, a igreja opera sob a forte influência das estratégias empresariais. Não poderia ser diferente, se ela deseja acompanhar o ritmo da “aldeia global”. Ainda assim, nossa crise continua, pois carecemos de líderes que compreendam e pratiquem os princípios do Evangelho, que é mais importante do que apenas serem excelentes estrategistas ou gestores.

Neste estudo, focalizaremos a liderança de Paulo, que foi um líder exemplar diante da igreja em Tessalônica e de todas as comunidades formadas a partir do seu testemunho (Fp 2.25). Sua vida ressalta uma grande verdade: servir é um esforço conjunto, um dividir de tarefas e de responsabilidades. Junto com Paulo, atuaram líderes como Silas e Timóteo, dentre vários outros discípulos de Cristo.

Busquemos, então, na experiência do apóstolo Paulo, os princípios para uma liderança sadia e exemplar, a qual apresenta as seguintes características, dentre tantas outras possibilidades:

1) A liderança exemplar: atitude motivada pela vocação

A liderança da igreja primitiva foi formada por discípulos vocacionados, isto é, chamados para testemunhar. Na carta aos Tessalonicenses, encontramos Paulo e seus companheiros na missão de evangelizar a região da Acaia. Eles o fizeram com certeza e convicção, a partir da decisão efetivada no Concílio de Jerusalém (At 15). Acerca desse testemunho, Paulo diz: “...porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza...” (1Ts 1.5a).

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Silas, que se faz presente na vida de Paulo nas campanhas missionárias, foi descrito pelo evangelista Lucas como “profeta” e homem “influente entre os irmãos em Jerusalém” (At 15.22,32). Além de acompanhar de perto a trajetória da missão cristã como pregador, foi partícipe das prisões e tribulações do apóstolo.

Mas nem só de homens dependia a atuante liderança da igreja em Tessalônica. Nas entrelinhas das duas cartas aos Tessalonicenses, lemos sobre mulheres de posição que compunham a comunidade e, com certeza, muito a influenciavam, uma vez que o mundo gentílico via a mulher de modo diferente do mundo judaico (At 17.1-4). À medida que o Evangelho avançava, pelas mãos operosas de Paulo e seus companheiros, a mulher foi recebendo de Deus oportunidades iguais de serviço e atuação.

• Liste algumas oportunidades do exercício da liderança a partir desta vocação geral para o testemunho do evangelho por homens e mulheres e discuta com a classe.

2) A liderança exemplar: atitude orientada para a gratidão

A segunda característica de uma liderança-modelo é saber agradecer. Tal exemplo pode ser encontrado em 1Tessalonicenses 1.2a, onde se lê: "Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações". Nessa afirmação, Paulo usa uma palavra grega especial, "eucharistoumen", que traduz a ideia de “gratidão”.

Em orações que faz para agradecer, o apóstolo dos gentios tem a preocupação de mencionar as pessoas que, durante suas campanhas missionárias, converteram-se a Deus. Assim, todos os convertidos eram por ele lembrados, incessantemente, pois se constituíam uma prova viva de que o trabalho em Tessalônica frutificou no poder do Espírito (1Ts 1.3a).

Um coração agradecido é uma das mais poderosas forças de divulgação da fé, pois tal expressão de fé é um “tributo” a Deus (1Ts 3.9). Esta palavra grega

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sugere a ideia de "recompensa, devolução". Esta é uma proposição interessante, principalmente, nesses dias em que a mentalidade religiosa evangélica prega o receber de Deus, em vez de o retribuir a ele.

• Paulo tinha um coração agradecido e orientava a igreja a agir assim (1Ts 5.18). E nós? Temos agradecido a Deus pelas oportunidades de realizar sua obra? Experimente.

3) A liderança exemplar: atitude vinculada à orientação

A terceira característica de uma liderança-modelo é sua capacidade para orientar. Paulo fazia isso por meio de palavras, nos momentos iniciais, e por meio de cartas, à distância.

Nos três séculos que se seguiram à formação da igreja, pouco a pouco, as cartas apostólicas foram unidas aos Evangelhos, ao livro de Atos e ao Apocalipse, para formar o Cânon do Novo Testamento. Dentre os critérios de seleção, estão a autoria apostólica (ou a de um companheiro direto de um apóstolo), a centralidade da pessoa e da obra redentora de Cristo, e a inspiração divina da Palavra de Deus.

As cartas paulinas tinham impacto imediato na vivência religiosa das igrejas. Era por meio desses escritos que os convertidos eram guiados em relação à sua fé e ao seu comportamento. As cartas do Novo Testamento permanecem como orientações para os nossos dias, mas com o cuidado interpretativo de entender seu contexto de produção e seus objetivos específicos.

• Outras literaturas têm servido como elemento de orientação da igreja, porém, não estão em pé de igualdade com as orientações bíblicas das Cartas neotestamentárias. Por quê? O que isto nos ensina, no que se refere ao processo de estudo bíblico dominical?

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Você já ouviu falar em mnemônica? É uma técnica de memorização por associação de imagens, que utiliza a vivência, a associação e o repasse de informações(1). É do poder da memória que Paulo fala no início de

1Tessalonicenses 1.3: “Lembrando-nos sem cessar...” O advérbio grego “adialeiptos” (sem cessar, ininterruptamente) aparece em 1Tessalonicenses 1.3; 2.13 e 5.17. Nesse primeiro versículo, indica uma memória costumeira, habitual. É a quarta característica de uma liderança-modelo: a inteligência emocional.

Paulo faz questão de trazer à memória fatos vividos por ele naquela cidade. Com certeza, à medida que escrevia a carta, as lembranças e emoções do apóstolo vinham à tona. Uma delas transparece no capítulo 2, versículo 2, quando diz: “...tivemos a confiança em nosso Deus para vos falar o evangelho de Deus em meio de grande combate”. O apóstolo se referia às perseguições sofridas em Filipos, cidade vizinha de Tessalônica, a primeira parada de Paulo na evangelização da Europa (At 16).

De fato, quando há emoção envolvida, dificilmente a gente esquece alguma coisa. Seria muito edificante para a igreja promover encontros nos quais pudéssemos recordar ensinamentos recebidos e também as emoções prazerosas dos retiros e congressos espirituais de que participamos. Isso concorre para que o cristão continue animado e firme no propósito inicial da fé. • Pergunta circular:

– Você consegue citar três momentos importantes da história da igreja da qual faz parte? Quais? Compartilhe com o restante da classe.

Conclusão

Fomos chamados por Deus para liderar? Então, entendamos de uma vez por todas que o sucesso nessa empreitada depende da “cooperação”. Não há lugar para disputas internas, ou para inveja dos dons e habilidades do outro, nem receio de não sermos o centro das atenções.

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Outro aprendizado deste estudo é que Deus não vê o papel da mulher com restrições, no que se refere à sua obra, inclusive na liderança. Esse pensamento é um resquício da mentalidade androcêntrica da cultura judaica, a qual serve como pano de fundo para o perfil masculino da liderança na igreja primitiva. Precisamos superar esse modelo para que a igreja de Cristo continue avançando contra as trevas.

Paulo nos ensina em Tessalonicenses que a missão do líder é orientar, pela exortação (aconselhamento), num engajamento emocional direcionado para a simpatia e não para a antipatia; para a empatia e não para a apatia (1Ts 2.7-8,11-12). Temos feito a nossa parte?

Para pensar e agir

• Paulo demonstrou todo o cuidado para não ser uma liderança “pesada” à igreja em Tessalônica, ainda que pudesse exercer esse direito pela condição de apóstolo de Cristo (1Ts 2.6,9). Ao agir assim, descreveu a liderança branda: “Vós e Deus sois testemunhas de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos houvemos para convosco, os que crestes” (1Ts 2.10). São esses os nossos verdadeiros motivos para liderar na obra de Deus?

Referências

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