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Autor(es) MARISOL MARTINELLI WATANUKI. Orientador(es) THAIS ADRIANA DO CARMO. Apoio Financeiro FAE/UNIMEP. 1. Introdução

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11º Seminário de Extensão

DIMENSÕES E POTENCIALIDADES NA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO

GEOGRÁFICA - SIG, NA ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE DA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA - SANTA RITA AVENCAS

Autor(es)

MARISOL MARTINELLI WATANUKI

Orientador(es)

THAIS ADRIANA DO CARMO

Apoio Financeiro

FAE/UNIMEP 1. Introdução

Geoprocessamento é um conjunto de técnicas de coleta, tratamento e exibição de informações referenciadas geograficamente. Destacam-se: sensoriamento remoto, digitalização dos dados, automação de tarefas cartográficas, Sistema de Posicionamento Global (GPS) e o SIG - Sistema de Informação Cartográfica (SANTOS,2004).

O uso do SIG na saúde (SANTOS, 2004) tem mostrado a possibilidade de associar informações de diversas bases de dados, podendo contribuir para o avanço das análises espaciais para os sistemas de vigilância da saúde, pois a produção de mapas permite visualizar situações de risco a saúde resultante da intersecção e complementariedade dos eventos, sendo coerente com um conceito epidemiológico de vigilância do espaço.

Observando-se o projeto do Programa de Saúde da Família (PSF), identificou-se a possibilidade de construir através do SIG, um perfil epidemiológico que auxiliasse as ações da equipe de Saúde da Família.

O PSF foi criado como alternativa de reestruturação dos serviços de saúde, dentro do modelo de descentralização, previsto pelo Sistema Único de Saúde – SUS ( BRASIL,1998; VEBER, 2005; SECRETARIA DE POLÌTICAS DE SAÙDE,2000 ). Enquanto estratégia para reorganização da atenção básica exige dos profissionais de saúde, a incorporação de discussões sobre seu processo de trabalho, o conhecimento da realidade das famílias, a identificação dos problemas de saúde e as situações de risco as quais a população atendida está exposta.

Já existe um banco de dados, o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) que sistematiza variáveis que podem ser utilizadas na construção de um perfil epidemiológico. Foi implantado, em 1998 para substituir o Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (SIPACS), pela então Coordenação da Saúde da Comunidade - Secretaria de Assistência à Saúde, hoje Departamento de Atenção Básica - Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE, para o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF) (Manual SIAB,2003).

O SIAB foi desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária, inseridos no contexto de reorganização do SUS no país, o que fez com que assumisse características distintas dos demais sistemas existentes. Tais características significaram avanços concretos no campo da informação em saúde. Como exemplos que podemos destacar são a micro-espacialização de problemas de saúde e de avaliação de intervenções; utilização mais ágil e oportuna da informação; produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organização das ações de

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saúde a partir da identificação de problemas; consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos agregados para mais agregados. (Manual SIAB,2003)

Por meio do SIAB obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, condições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composição das equipes de saúde. (Manual SIAB,2003)

2. Objetivos

. Identificar conjuntamente com uma das equipes do PSF do Município de Piracicaba (Santa Rita Avencas), quais as premissas que podem ser utilizadas na construção de um “modelo de vigilância em saúde“;

. Identificar variáveis socioeconômicas e nosológicas, definindo etapas metodológicas na construção de indicadores e estratificando espacialmente as situações de risco;

. Capacitar a equipe de profissionais da Unidade de Saúde da Família USF) na utilização da metodologia de georreferenciamento; orientando a equipe de saúde na utilização e discutição das informações geradas pelo Sistema de Informação Geográfica;

. Caracterizar a distribuição espacial das variáveis sociais, demográficas e biológicas de interesse para a equipe;

. Capacitar docentes e discentes da Unimep, na prática da utilização dos Sistemas de Informação Geográfica e análises espaciais voltadas a área da saúde.

3. Desenvolvimento

Primeira fase

- Levantamento bibliográfico de trabalhos publicados nos últimos dez anos sobre o tema do projeto; - Sistematização e elaboração do processo de documentação bibliográfica;

- Discussão e socialização do material bibliográfico entre os membros da equipe em reuniões periódicas;

- Reuniões de sensibilização com a equipe de professores, alunos e equipe da Unidade da Saúde da Família – Santa Rita Avencas. Segunda Fase

- Elaboração do Plano de Implantação do SIG;

-Fase de preparação: reflexão sobre os objetivos do projeto, definição da estrutura necessária (banco de dados), organização da estrutura (metodologia e fluxo do trabalho, formas de comunicação e de registro, controles de processo e resultados) e avaliação dos resultados;

-Discussão junto a equipe da USF para definição das variáveis a serem utilizadas na caracterização espacial;

- Discussão e avaliação do andamento do projeto com os membros da equipe em reuniões periódicas. Apresentação e discussão do material produzido com equipe da USF.

Terceira Fase

- Capacitação dos profissionais da equipe da USF em relação aos conceitos básicos sobre SIG, Banco de Dados e planejamento das ações a partir do indicadores epidemiológicos;

- Confecção dos instrumentos para a elaboração da estrutura do banco de dados: criação de fichas eletrônicas e em papel para o cadastramento das famílias e das variáveis definidas;

- Cadastramento das 10 fichas iniciais para avaliação da estrutura do banco de dados (pré – teste do instrumento);

- Discussão e avaliação do andamento do projeto com os membros da equipe, em reuniões periódicas. Apresentação e discussão do material produzido com a equipe da USF.

Quarta Fase

- Cadastramento das famílias que residem na região de abrangência do USF- Santa Rita Avencas e das variáveis de interesse; - Levantamento e discussão sobre os softwares livres existentes, que podem ser utilizados para sistematização e elaboração do SIG; -Treinamento para utilização do software para elaboração do SIG pela equipe por meio de reuniões periódicas;

- Discussão e avaliação do andamento do projeto com os membros da equipe em reuniões periódicas. Apresentação e discussão do material produzido com a equipe da USF.

Quinta Fase

- Georreferenciamento das famílias cadastradas e que residem na região de abrangência da USF;

- Elaboração de mapas para visualizar a distribuição espacial das variáveis a serem utilizadas na caracterização espacial; Sexta Fase

- Discussão da caracterização espacial como subsídio para o planejamento das ações;

_Avaliação do desenvolvimento do projeto e de seus resultados. Socialização dos mesmos com a equipe da USF. 4. Resultado e Discussão

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Unidade de Saúde da Família (USF) 933 famílias. Destas, 848 foram envolvidas no projeto, totalizando 2961 pessoas. As famílias que não foram geocodificadas (9%) enquandraram-se nas seguintes situações:

. endereço fora da área do território delimitado pelo projeto; . endereço não encontrado na base cartográfica utilizada; . endereço inexistente;

. famílias que mudaram de endereço.

Em relação as condições de moradia, observou-se que 796 (93%) possuíam abastecimento de água pela rede pública e 22 (2%) utilizam água de poço ou nascente, sendo esse perfil semelhante ao relatado por Vitti em trabalho anterior realizado na mesma área.(VITTI, 2004). Possuíam casas construídas com tijolo/adobe e energia elétrica, 839 das famílias (99%) e 720 (85%) utilizavam o sistema de esgoto, enquanto 152 (18%) utilizavam fossa.

Quanto à renda familiar na região encontrou-se variação entre menos de um salário até mais de 4 salários mínimos / mês. Sendo a maior freqüência 324(38%) na faixa entre 02 a 04 salários mínimos.

O número de pessoas na família variou entre 1 a 7 pessoas, sendo

predominante famílias com 3 (31%) e 4 pessoas (25%). Foram encontradas 59 famílias (7%) com apenas 1 pessoa.

Do total de famílias, 288 possuíam plano de saúde familiar (34%), e 203 (24%) relataram procurar para atendimento à saúde o Pronto Socorro e 560 (66%) a Unidade de Saúde.

Quanto ao saneamento 824 (97%) das famílias tem seu lixo coletado, 377 (45%) tratam a água através da filtração e 345 (40%) declaram que água utilizada no domicílio não tem tratamento. Das famílias envolvidas no projeto, 720 (85%) tem seus domicílios conectados a rede de sistema de esgoto e 101 (12%) tem fossa.

Em caso de doença 310 (36%) famílias procuram o hospital e 564 (66%) declaram procurar a Unidade de Saúde e chama a atenção que 209 (24%) procuram o Pronto Socorro.

Em relação a presença de animais em casa, 494 famílias (.58,%)

possuem e 339 (39,%) não. Das que possuem animais, 436 (51%) tem cachorro, 87 (10%) gatos e 137 (16%) aves.

Quando perguntado sobre o meio de comunicação que as famílias mais utilizam 447 (53%) relatam utilizar rádio e 691(81%) a televisão.

Das 848 famílias georreferenciadas, totalizando 2874 pessoas sendo que, 1433 (49,85%) são do sexo masculino e 1441 (50,15%) são do sexo feminino.

A maioria 1408 (49%) pertencem a faixa etária de 20 a 49 anos, 431(15%) dos residentes pertencem a faixa etária de 1 a 9 anos e 489 (17%) são pessoas com 50 anos e mais.

Em relação ao perfil nosológico, de um total de 2961 pessoas, 241 (8,13%) eram hipertensas, 84 (2,83%) diabéticas, 14 (0,47%) obesas, 169(5,70%) tabagistas, 7 (0,23%) com doenças cardiovasculares, 8 (0,27%) com etilismo, 20 (0,67%) com doenças respiratórias.

A partir da análise dos mapas elaborados para visualizar a distribuição espacial das pessoas hipertensas, tabagistas e com 50 anos e mais, observamos que a distribuição desses eventos são muito semelhantes, mostrando que existe uma correlação entre eles

5. Considerações Finais

Durante todo o desenvolvimento do trabalho, as atividades campo foram voltadas para sensibilizar a Equipe de Saúde da Unidade do PSF, que a utilização de uma nova tecnologia poderia contribuir na busca de fatores de riscos ou proteção não disponibilizado nos sistemas de informações de rotina.

A instalação de um sistema informatizados no PSF e principalmente das geotecnologias de informação espacial permitirão a produção de informações e acompanhamento da saúde da população de forma mais ágil e também a geração de informações que não estavam sendo realizadas por demandarem maior apoio logístico. Tais facilidades certamente levarão ao fortalecimento das análises espaciais no planejamento e prestação dos serviços de saúde.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica.SIAB: Manual do Sistema de Informação de Atenção Básica. Brasília,2003.

BRASIL Ministério da Saúde. Saúde da Família: uma estratégia para reorientação do modelo assistencial. Brasília; Ministério da Saúde, 1998.

SANTOS, C.B. dos et al.Utilização de um Sistema de Informação Geográfica para descrição de casos de tuberculose.Boletim de Pneumologia Sanitária. a.12, n.1, p.5 – 10. 2004

SECRETARIA DE POLITICAS DE SAUDE. Departamento de Atenção Básica. Programa Saúde da Família. Revista Saúde Pública, , v.34, n.3, p.316-319, jun. 2000.

VEBER, AP. A atuação do farmacêutico na Saúde da Família. In: Cordeiro, BC & Leite, SN. O farmacêutico na atenção à saúde. Itajaí: Univali Editora, 2005. p.43 – 49.

VITTI, M. A. Territorialização e diagnóstico comunitário Bairro Santa Rita – Avencas Piracicaba – SP Anexos

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