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A cidade do vício e da graça: o consumo de tóxicos e entorpecentes no Rio de Janeiro, 1890-1930

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de. E e na metr6pole, vista e sentida como que 0 homem modemo podera reconciliar-se a sua tradi<;ao.

nao conla 0 JeU paSJ'ado, ela 0 contem como as iinhas

esctito nos angulos das mas, nas grandesjaneias, nos da! cstudas, nas antenas dos para-raios, nos mastros 'ras, LUda segmento rist'ado por arranhoes, J'erradeias, eifoladuras. (Calvino, 1995:14-5)

do espa<;o de uma cidade con tam os ~do. ~ada rua ~berta, cada pra<;a ou predio dos oJolo por tlJolo, porque uma determinada o exigiu, 0 movimento de homens e mulheres

e

que define seu tra<;ado, dependendo, e claro,

grupo.

Rio de Janeiro: Nova

bre Alguns Temas em Baudelaire". In: ObraJ' udelaire urn lirico no auge do capitalismo. 3'

,1994.

'S lnvisiveis.

sa

ed. Sao Paulo: Companhia das

·situarao da ClaJ'J'e Trabalhadora na lnglaterra. Sao

Visualidade da Vida Urbana: Metropoij e Biade Tese (Doutorado em Hist6ria), PUC/SP.

opole e a Vida Mental. In: VELHO Otavio . 3' ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. '

40

A CIDADE DO ViCIO E DA GRA<,;A:

o consumo de t6xicos e entorpecentes

no Rio de Janeiro, 1890-1930.

Cellliio Naso'enteJ da Cunha 1

Resumo: Abstract:

o

texto se propoe a acompanhar 0 The text intents to follow the growth

crescimento do consumo de t6xicos in drugs consumptions in Rio de

e entorpecentes na cidade do Rio de Janeiro, in the early 20th century,

Janeiro no inicio do seculo XX, showing that the consumption

mostrando como tal consumo changed from an out of the law to a

pas sou de uma atividade marginal a social accepted one. uma arividade socialmente valoriza­

da.

Durante a decada de 1920, 0 Rio de Janeiro aSS1S tm um espantoso crescirnento do uso de entorpecentes, principalmente da cocaina e da morfina, fazendo com que pela primeira vez os toxicomanos se tomassem um problema social. A policia foi obrigada a intervir e 0 uso de varias substancias foi declarado ilegal, salvo quando usada sob supervisao medica. Entretanto, a presen<;a e 0 consumo de t6xicos entre os habitantes da capital era bastante anterior. Procuraremos seguir aqui algumas pistas sobre 0 seu consumo nos primeiros anos do seculoXX" .

o

primeiro grande relato da presem;a do consumo de drogas no Rio de Janeiro e, certamente, 0 ja ciassico arcigo de Jmio do Rio publicado em A Alma En(antadom daJ RitaJ. Vale a pena seguir parte de sua narratlva:

En/ramo.!' de c,rgllelha, e logo a ro/u/a Je jCdJcJ tmm quadro inedito. 0 n. 19 do bcc'o do.!' Ferreiro.!' If a vi.rao oriental daJ' IObregaJ bode..gas de Shangai. Hd uma vaJ!a Jala (fJlrei!a e wmprida, inteimmente em treva.r. /1 atmo4em pe.rada, o/em'a,

qua.re .ru/ot'tJ. Dol... renqueJ de meJaJ, com aJ mbCfCimJ mladaJ as paredeJ, eJtendem-Jc ate ofundo (obertt1J de eJ/eirinhaJ. Em mda lima dCJJa,r mCJaJ, do /ado eJquerdo tremeluz a (llama de tlma ,undeia de azeite ou de dkoo!.

1 Professor do Curso de Hist"ri. da UFGiCAe. Doulor em Hislori. pel. UnB. Integrant. do NIESe.

'Segundo Guido Fonseca a prese.". de entorpecemes em S10 Paulo pode ser scntidaja no seeulo XVIII. (Fonseca, 1994:11-4).

(2)

,

r

_A (Uslo, os nossos oihos acoslumam-sc it em/riMo, acompanham a candeldria de IUZeJ ate ojim, ate uma aita parede em'ardida, e descobrem em ''ada meJa um t'achimbo grande e um corpo amarelo, nu da dntura para dma, um corpo que se levan/a aSJuJ"tado, conton'ionando os brafos moles. Rei .hins magros, chinsgordos, de tubelo brant'O, de turas de.rpeladas, thins triguciros, "Jm apele cor de manga, .-bins tvr de oca, chim- t'om a amarelidiio da t'Cra nos drios.

/tJ Idmpada,f tremem, estitum-se na amia de queimaro nanritico

mortaL Aofundo um velho idiola, (om as pernas 'TUzadas em lorno de um balde, a/ira ,vm dois pauzinhos arroz it bOt'a.

0

ambiente tem um ,'heiro inenarreivel, OJ corpos movem-se (,'omo as larvas de um pesade/o, IJ w'as quinze ,'aras utupidas, arrant'adas

ao bdisamo que Ihes ,i''atriza a alma, o/ham-nos ,'om 0 JUJto rovarde de coolies espancadoJ. E todos murmuram medrosamente, ,'Om os pis nus, a.r maos .rzgas:

_ Nao lem dinheiro... nao lem dinheiro... faz mal!

(Rio,

1908:100-1)

Nessa primeira visita, mesmo com todo 0 horror demonstrado

pelo autor, os frequentadores estavam apenas no inicio do proeesso de entorpecimento. Saindo do beco dos Ferreiros, Joao do Rio e seu guia seguiram para outra fumerie, desta vez na Rua D. Manuel, numero 72. Nessa, ja estao todos em estado adiantado de imersao nos efeitos da droga e a visao se torna ainda mais lugubre:

/1 intoxicafiiojd os tran~j'orma. Um deles, a ''abef'a pendente, a lingua roxa, as peilpebras apertadas, ront'tl utirado, It 0 seu pescofv amarelo e longo, quebrado pela pont a da mesa, mo.rtra a papeira mole, ,'omo it eJpera da lamina de umafa,'a. Outro, de ajcoras, mastigando pedafoJ' de massa cor de azinhavre, mos/ra os dentes, e.rpumando. E hd mai.r: um com as pernas .TUzadas, lambendo 0 ripio liquido naponta do l'tlt-bimbo; dot's oulros deitados, queimando na dJama das ''tlndeias asporfOes do sumo enervante.

EJteJ ten/am erguer-se, ao ver-nOJ, com um identico e.r!orfv, 0 Jemb/ante trandigurado. (Rio, 1908:104)

A visao dos usuarios de opio apresentados por J oao do Rio e corroborada por outro cronista do inicio do seculo. Luiz Edmundo tra<;a um perfil bastante parecido, se nao identico, da casa do chim Afonso, situ ada no numero 15 do Beco dos Ferreiros, enquanto aquele havia visitado 0 numero 19. Nas duas estao presentes a escuridao, 0

mau cheiro insuportavel, as mesmas esteiras manchadas de suor, os mesmos corpos deitados, seminus, e em grande quantidade, os cachimbos, as lanternas de azeite. Apenas a descri<;ao dos homens parece ganhar um contorno ainda mais repugnante, apesar da narra<;ao de Luiz Edmundo nao ter os floreios dramadcos da realizada por Joao

42

do Rio:

Estao os /oxicomanos, nus, da , que silo verdadeiros mcifos

de

1/1,

cor de chocolate e manchadas

de

j se descnham em meio a IIIZ que j

antiga, as hediondas ma.rcaras m. Ming,jisionomias de desenterra~

negra, mmo que t'Omida pela ler:

pipo dos l'tlfhimbos, sao bo,w morrem nllm espasmo de sqftimen franzinos, reluzente.r

de

SIIOr.

Q,

um deJJ-es t'Orpos seminuJ, senle I

que se desfaz

a

mais leve pressiio ~

ofegam (...). (Edmundo, 1957

o Beco dos Ferreiros aparece come

opio na ddade. Brasil Gerson, em seu livre refere ao Beco dos Ferreiros simplesmente CI ainda neste seculo, de boa parte dos chinese! tomava opio". (Gerson,

sl

d) Constituindo-sc da Rua da Misericordia, andga regiao do

pi

Beco dos Ferreitos com suas variasfumerieser esquecido.

Essa condic;ao de "uma estranha sobretudo pelos deserdados: marinheiro desempregados ou subempregados, pare consumo de opio na regiao nao ter merecic parte das autoridades. Alem disso, as cranil Edmundo colocavam os cruneses na posi<;ii que os unieos envolvidos no consumo de 6

Apesar da China ter se constituido r vido se espalhou por todo 0 globo. Em

chegaram a ~er Iouvados. Foi 0 caw de Bat Comedor de Opio, no qual ele comenta as c

Quincey, um jovem ingles que no inicio do sec ao consumo de opio na Inglaterra. No 1 qualidades positivas do opio, principalmentt prov-?cados pelo aleool:

o prazer t'{lusado pelo tinho J/igll, do qual fOmef'tl a de.-air, enqual criado, permanca igual durante agudo, enquanlo 0 oulro e,roni,' igual epermanente.

E completa um pouco mais

a

fren

(3)

os nossos olhos aeoJ'tumam-se d eseuridiio, a,'Ompanham , de luzes ali ofim, ali uma alta parede em"ardida, em i'l1da mesa um i"a(himbo grande e um i'orpo nu da lintura para dma, um ,'orpo que se levan/a contorlionando os brafOS moles. Ra "hins magroJ', de cabelo branm, de caras deJpeladas, t'hins !rigueims, cor de manga, .'hin.r cor de Ot'l1, chinf com a amarelidiio

drioJ'.

tremem, utitam-se na ansia de queimaro nan;otit'O lundo um velho idiota, com as pernas trnzadas em 11m balde, atira com dois pauzinhos arroz d bOt"a.

a

lem 11m cheiro inenamivel, os corpos movem-se como as 11mpcsade/o, eeJJaJ quinze t'aras eJtdpidas, arraneadas que Ihes ti('"atriza a alma, olham-nos t'Om 0 mslo de coolies cJpancadoJ', E lodos murmuram

com ospis nus, as maos sujas:

lem dinheiro... nao lem dinheiro... faz mal! (Rio,

1)

mesmo com to do 0 horror demonstrado

estavam apenas no inido do processo de do beco dos Ferreiros, Joao do Rio e seu guia , desta vez na Rua D. Manuel, numero 72, estado adiantado de imersao nos efeitos da ainda mats lugubre:

jei

os tran4orma. Um de/e.r, a t"abef"a pendente, a

af palpebras apertadas, ront"a cstirado, e 0 seu .ml1,relo elongo, quebrado pela ponta da mefa, mostra a como

a

ejpera da lamina de uma./at(J. Outro, de

~"l1r'(1or1ntfnpedafos de ma.fJ"a cor de azinhavre, mostra

espumando. E hd mais: um ."Om as pernas tTUzadas, o,;pio liquido naponta do fat-himbo; dois outros deilados, na t'hama das t'tJndeiaJ' asporfiieJ do JUmo enervanle. erguer-se, ao ver-nos, ,"Om um identh'o e4'or[,0, 0 /ranifigurado. (Rio, 1908: 104)

de 6pio apresentados por

J

oao do Rio e cronista do inkio do seculo. Luiz Edmundo pareddo, se nao idenrico, da casa do chim 15 do Beco dos Ferreiros, enquanto aquele 19. Nas duas estao presentes a escuridao, 0

as mesmas esteiras manchadas de suor, os seminus, e em grande quantidade, os . Apenas a descri<;ao dos homens parece mais repugnante, apesar da narra<;ao de os floreios dramaticos da realizada por J oao

42

do Rio:

Eslao os /oxicomanos, nJU, da tin/ura para dma, sobre t'alres que sao vcrdadeiros tlJt!ios de madeira, jorrados de cSleirinhas (or de t·hot'olale e mam"hadas de JUor. Sao ros/os ,'or de OtlJ, que se desenham em meio a luZ que bruxuleia, maStlJras da China antiga, as hediondas masl:aras mand..hus dos tempos da dinaJtia Ming,jisionomias de desenterradoJ', mostrando a .·ova dos o/hos negra, t"Omo que mmida pela terra. As bOllJS, de onde pende 0 pipo dos t"at'himbos, sao bO('"as alerradoras, fomo as doJ' que

morrem num espasmo de J'qftimento ede dor. Tram'os esquelitll."OJ', franzinos, reluzentes de JUor. Quando a genIe se abaixa c tota um deSJ"cs corpos Jcminus, senfc uma ('arne mole, quc aliparcee que se deJfaz

a

maiJ' Icvc preJsao doJ nOSSOJ dedoJ. Alguns arfam, o.legam (...). (Edmundo, 1957:194)

o

Beco dos Ferreiros aparece como 0 centro do consumo do

6pio na cidade. Brasil Gerson, em seu livro sobre as ruas do Rio, se refere ao Beco dos Ferreiros simplesmente como "residencia predileta,

atnda neste seculo, de boa parte dos chineses do Rio, e onde

a

noite se

tomava apio". (Gerson, sid) Constituindo-se num dos becos que saiam da Rua da Misericordia, an riga regiao do porto do Rio de Janeiro, 0

Beco dos Ferreiros com suas variasfumeries era um aspecto que se queria

esquecido.

Essa condi<;ao de "uma estranha cidade

a

parte", habitada sobretudo peIos deserdados: marinheiros, soldados, prostitutas,

desempregados ou subempregados, parece explicar 0 porque do

consumo de apio na regiao nao ter merecido maior preocupa<;ao por parte das autoridades. Alem disso, as cronicas de Joao do Rio e Luiz Edmundo colocavam os chineses na posi<;iio de responsaveis e quase que os unicos envolvidos no consumo de opio,

Apesar da China ter se consrituido no principal consumidor, 0

vido se espalhou por todo 0 globo. Em muitos casos seus efeitos

chegaram a ~er louvados. Foi 0 caso de Baudelaire, com seu livro Um Comedor de Opio, no qual ele comenta as confissoes de Thomas De

Quincey, um jovem ingles que no inido do seculo XIX havia se entregado ao consumo de opio na Inglaterra. No livro, Baudelaire real<;a as qualidades positivas do 6pio, principalmente se comparadas aos efeitos

provocados pelo alcool: , / .

o prazer cau.rado pelo vinho .regue um llJminho a.rcendente, aojlm do qual t'Ome?lJ a det"air, enquanto que 0 ~leito do 6Pio, uma vez criado, permanea? igual durante oilo ou dez horaJ; um i prazer agudo, enquanto 0 oulro

i

crdnit"O,' aqui, um darao; /d, um ardor igual epermanente.

E completa um pouco mais

a

frente:

(4)

if a parte puramente humana, muitas veZeJ ati a parte brutal do bomem que, com 0 au.\.ilio do vinho, UJurpa a Joberania, enquanto que 0 .·omedor de opio Jente plenamente que aparte purijicada de Jetl Jer esuus ajiJiroeJ moraisgozam do ma.'<:imo dejlexibtlidade e, Jobretudo, que sua inte/{glnda adquire uma luddez cOnJoladora e.rem nUlJcns.(Baudelaires, sld)

Apesar da forte influencia francesa nos meios intelectuais brasileiros, a boemia litenltla do inkio do seculo nao parece ter se utilizado do opio(Baudelaire, sid) \ , permanecendo 0 alcool como 0 principal entorpecente. Entretanto, Guido Fonseca acredita que em meados do seculo XIX, influenciados pelos autores do chamado "mal do seculo", em especial Lord Byron, teriam levado os estudantes da Faculdade de Direito aos mais divers os desregramentos, inclusive 0 consumo de opio. Os exemplos apresentados pelo autor, contudo, n;w mostram nenhuma referenda direta ao uso do opio, sendo que 0 alcool

e

a presen<;a mais constante.(Fonseca, 1994: 25-37)

Voltando aos nossos dois cronistas, vemos que existem entre seus depoimentos algumas diferen<;as que podem ser significativas e que nos dao algumas pistas sobre os fumadores de opio da cidade. Quando Joao do Rio visita asjumerie.r, 0 clima apresentado e claramente

de um ambiente proibido para eles. Para entrar, eles se utilizavam do subterfugio de se passarem por traficantes. Os frequentadores, por seu lado, mostram-se assustados com a sua presen<;a.(Rio, 1908:99-100)

o

texto de Joao do Rio era fruto de uma reportagem. A primeira edi<;ao do livro

e

de 19081

, portanto, sua visita se fez pouco antes desta data. 0 livro de Luiz Edmundo, ao contrario, sao suas memorias, 0 que torna mais difkil estabelecer uma data para 0 seu

contato com os opiomanos. A primeira edi<;ao dos livros de memoria de Luiz Edmundo foi realizada em 1938, mas suas lembran<,:as podem, em sua maioria, ser localizadas no inkio do seculo. Existe sempre a possibilidade de que acontecimentos posteriores tenham afetado sua narrativa.

Quando Luiz Edmundo fala sobre as jllmerieJ do Beco dos Ferreiro::., ele es ta se referindo a uma parte da vida carioca que, pela forma assumida, nada tinha de desconhecida ou de proibida. Ao contririo, as /timerieJ se apresentam como uma parte constituinte da vida da cidade. Luiz Edmundo nos fala delas, como nos fala dos teatros,

, Em croniea puhlicada na Gazeta de Noticias no diu 02 de abril de 1894. Olavo Bilae cita 0 livro de Baudelaire. conhecido dos lileratos hrasileiros, Entretanlo, Bilae diz logo no iniein: "Pois afin11o-lhes eu,

com conhecimento de causa. que a emhriaguez do "pio uao tem uenhum dos encantos que Ihe atribui Baudelaire ... e passa a narrar sua experiencia para coneluir: "Mas aeonselho·lhes que nao experimentem. Denllis. sahem quem tem r.izao'! EBalzac. que. apesar de tazer parte de um c1ube de hehedores de haxixe. nWIC. beheu a droga. porque (dizi. elel a homem que volunlariamenle se despoja do mais helo alribulo humano­ a voulade deve ser. na escala animal. colocado abaixo do caramujo e d. lesma ... (Bilae, 1996: 31-7) • )0110 do Rio tinha pOT habito transfonnar em livro as reportagens que haviam sido publicadas anteriom>enle nos jomals. Fazia~o sempre pouco tempo depois para aproveitar ainda 0 impacto das notlcias.

44

dos bares, dos morros, das pessoas. E e con: que de entra na casa do chim Afonso', sem pre oUtra coisa. Nao ha resistencia a sua ptesem;a, jamais pergunta ao visitante ao que vai, porque senao cachimbos com opio e catres para dormit A presen<;a aqui tambem

e

predominantemente "na maioria chins como 0 Afonso" nos

<liz

0 clara a presen<;a de oUtros elementos.

Em 1907, 0 jomal 0 Pai~ publicou un

(0 Pai=\, 02 jun. 1907, p.3), relatava 0 crescent! varias partes do mundo, principalmente em p:ili e da chegada da droga na Europa por in term reportagem seguia falando da prepara<;ao da d dos meios de combater 0 vido e dos estragos apenas no individuo, mas na sociedade COll entretanto, qualquer referencia

a

presen<;a de Brasil. Esse era um problema que comec;ava a ~

partes do mundo", se propagando a partir do que no Brasil e no Rio de Janeiro ainda nao tinha! o amigo de J oao do Rio the fala da presen<;a resposta foi de surpresa, "Mas aqui!".

A estranheza revelada pelo cronista sug. o opio deveria estar realmente restrito quase que \ chinesa, que deve ter trazido 0 vicio quando de En tretan to, a frequenda

as

jumerieJ do I

ficou por muito tempo como uma exclusivid poucos outros membro::; da sociedade carioca f( transformando 0 Beco numa parte integrante Janeiro e da sua vida.

Mas, se opio nao era, no inkio do sec utilizada por parte da alta sociedade do Distnto o eram. Em 1897, 0 poeta Figueiredo Pimentel

famoso com a sua coluna "0 Bin6culo", na Ga: em poema, urn elogio

a

morfina:

Morjina ~,

, Note-so que ele se uliliza do nome do responsavel pel. casa. demollstra lugar.

• ('ertamenle a presell~a UO opio na Europa em anlerior adata da pUblic;

te~tode De Quince,. co",enlado pm Baudelaire. sou primeiro COlllato con' em Franl'" FII1-,k-S,,'c/('. apollta as decau.s de I X4H e I R50 como as d

Em 1907. quando epublicada • notici •. 0 probkma estava fl. "erdade Neste mesmo ano. as Estados Unidos la,,~arall1 um apelo para que 50 flZl sobre a "pio. Esse Conferencia leve lugar em Shang.,. em 1909, conla Estados Unidos. Imperio A len!:lo. Gra-Bretanha. Fr.""•. ltalia.lapilo. Pais4 Persia. Portugal. Russia e SIAM. I,,: Hoijer. 1925' 29),

(5)

f)ur~lm,en!p. humana, muita.r vezc.r ate aparte brutal do com 0 au:dlio

do

vinho, umrpa a Joberania, enquanto de dpio Jenlc plenamcnte que aparte pur#ft.'()da de JIIaJ afeif/jeJ moraiJ,gozam do ma.,,;imo dejlexibilidade

que Jua inteiigenda adquire uma iudcieZ ronJoladora (Baudelaires, s

I

d)

influencia frances a nos meios intelectuais Itter~.na do inkio do seculo nao parece ter se

. . .';I ...L\..,

sid)"

permanecendo 0 alcool como 0

Entretanto, Guido Fonseca acredita que em influenciados pelos autores do chamado "mal Lord Bvron, teriam levado os estudantes da mais divers os desregramentos, inclusive 0 exemplos apresentados pelo autor, contudo,

referencia clireta ao uso do opio, sendo que 0 constante.(Fonseca, 1994: 25-37)

.IlU~:'U~ dois cronistas, vemos que existem entre cliferen<;as que podem ser significativas e pistas sobre os fumadores de opi~ da cidade. as tumeric.\', 0 clima apresentado e claramente p~ra eles. Para entrar, eles se utilizavam do por traficantes. Os frequentadores, por seu ""'tlU'1~ com a sua presem;a.(R.io, 1908:99-100)

do Rio era fruto de uma reportagem. A

e

de 1908~, portanto, sua visita se fez pouco de Luiz Edmundo, aD contrario, sao suas mais clificil estabelecer uma data para

°

seu _lano~. A primeira ecli<;ao dos liVIOS de memoria realizada em 1938, mas :mas lembram;as podem,

_),-".uL"U"~ no inkio do seculo. Existe sempre a

alcontt:cunentc)s posteriores tenham afetado sua Edmundo fala sobre as /umeriCJ' do Beco dos

""l,"UUUV a uma parte da ~ida carioca que, pela

tinha de desconhecida ou de proibida. Ao apresentam como uma parte constituinte da U!l1lun,aonos fala delas, como nos fala dos teatros,

de Nolieias no dia 02 de abril de 1 &94. Olavo Bilae cita 0 livro de brasileiros. En!retanto, Bilac diz logo no inieio: "Pois aftrmo-Ihes cu. a embriaguez do opin nilo tem nenbum dos encalllos que n~e atribui experiencia para concluir: "Mas acollselho·lhes que nao e~penmenlenL

que. apesarde fazerparte de um clube de bebedores de haxl~e, nWlca que voluntariamente se despoja do mais belo atributo humano

abai~o do caramujo e da lesma ... " (Bllac. 1996: 31-7)

em Ii\'TO as reportagens que haviam sido publicadas anteriomlente

ten..,a depois para aproveilar .inda 0 impacto das noHcias.

44

dos bares, dos morros, das pessoas. E e com a mesma naturalidade que de entra na casa do chirn Afonso' , sem precisar fingir ser qualquer outra coisa. Nao ha resistencia

a

sua presenc;a, "0 homem [0 porteiro] jamais pergunta ao visitante ao que val, porque na casa nada mais existe senao cachimbos com opio e catres para dormir".(Edmundo, 1957:193) A ptesenc;a aqui tambem e predominantemente chinesa, nao ha duvidas, "na maio ria chins como 0 Afonso" nos cliz 0 autor, deixando assim clara a presen<;:a de outros elementos.

Em 1907, 0 jornal

0

Paiz publicou uma noricia sem des taque

(0 Pal:::, 02 jun. 1907, p.3), relatava 0 crescente consumo do opio em varias partes do mundo, principalmente em paises do Extremo Oriente e da chegada da droga na Europa por intermedio de marinheiros. A reportagem seguia falando da preparaC;ao da droga e, principalmente, dos meios de combater 0 vido e dos estragos que de provocaria nao apenas no individuo, mas na sociedade como um todo. Nao ha,

entretanto, qualquer referencia

a

presen<;a de fumadores de opio no Brasil. Esse era um problema que come<;:ava a ganhar corpo em varias partes do mundO<' , se propagando a partir do Extremo Oriente, mas que no Brasil e no Rio de Janeiro ainda nao tinha sido percebido. Quando o amigo de

J

oao do Rio lhe fala da presen<;:a do opio na cidade sua tesposta foi de surpresa, "Mas aquil".

~\ estranheza revelada pelo cronista sugere que nesse momento o opio deveria estar realmente restrito quase que unicamente

a

populac;ao chinesa, que deve ter trazido 0 vieio quando de sua imigra<;ao.

Entretanto, a frequencia asfumerieJ do Beco do;; Ferreiros nao ficou por muito tempo como uma exclusividade dos chineses. Aos poucos outros membros da sociedade carioca foram aderindo ao vicio, transformando 0 Beco numa parte integrante das noites do Rio de Janeiro e da sua vida.

Mas, se opio nao era, no inkio do seculo XX, uma droga ja utilizada por parte da alta sociedade do Distrito Federal, outras drogas o eram. Em 1897,0 poeta Figueiredo Pimentel, que mais tarde fica ria famoso com a sua coluna "0 Binoculo", na Gazeta de Notkia, elaborou em poema, um elogio

a

morfina:

lvtorjinu ~"lo Dr. /lfjonJo I /ianna)

, Note-s. que ele se utili7l! do nonle do respollsilvel pela casa, demollstrando uma certa familiariililde com 0

lu~ar.

«('crtamente a preselll;a do opio na Europa era anterior iI data da publica~iio da reportag.em em () /'''';:' No teMa de De Quincey. comentado por Baudelaire. seu primeiro contato com a dro~a foi em 1804. Eugen Weber. em Frall,'u j·/,,·"c-S,,'C/c. apollla as decadas de 1840 e 1850 como as de introducao do vieio naquele pais. Em 1907. quando

e

publicado a noticia. 0 problema estava na verdade ganhando uma dinlensiio mundial. Neste mesmo ano. os Estados Unidos lall,aram um apelo para que se lizesse uma Conferencia Inlemacional sobre 0 opio. Esse Confercncia leve lugar em Shangai. em 1909. contando com representantes da China, Estados Unidos. Imperio Alemilo. Gril-Bretanha. Fran,a. ltalia. Japiio. Paises Baixos. Inlperio Austro-Hullgam. Persia. Portugal. Russia e SIAM. In: Hoi.ier. 1925: 29).

(6)

l

Homens maus, para que tirastes dos meus brafos Essa mulher que, um dia, os seus braf'OS me abriu? Que

i

q 'importava queJosse de ferro os lafos

E prostitutajosse a que me sedu:{ju? E/a era md: eu sci. Eia me assassinava Dia a dia, a sorrir. Entre stas taricias; Q 'importava, porim, se, con/en/e, eu athava Nos seus betjos semjim as maiores delicias? Quando cia penetrava em meu ser, em meu sangue

Eu saia cia Terra, em demancla do Ceu, Vivendo sem viver, inerte, exaus/o, langue... Era rei; J(j en/ao deixava de ser reu! Tinha-a dentm de mim, pe/as veias wrrendo, l-'azendo-me sonhar n'11m imenso delirio

E, por tocla uma node, eu vivia esquetmdo

A minha dor semjim, 0 meu true! martirio... Homens maus, para que tirasteJ dos meus brafos EJsa mu/her que, um dia, os J'eus braf1JJ me abriu? Que

i

q 'importa quejoJJe de ferro os lafos

E prostitutajossc a que me seduziu? (0 Pait; 04 fev. 1897, p.l)

A presenc;a de tal poema nesse momenta pode ter sido causado pela influencia francesa entre os escritores brasileiros, ja que na Franc;a a morfina havia se tornado urn vicio ha ja alguns anos.7

A utilizac;:ao da morfma no fmal do seculo XIX, nao foi, contudo, urn habito largamente difundido. Nao encontramos outros relatos de sua utiliza<;ao para essa epoca. Da mesma forma, Guido Fonseca coloca 1907 como a data do primeiro incidente com morfina em Sao Paulo. Naquele ano, urn estrangeiro, Hermann Rosembaun, hospedado no Hotel D'Oeste, teria tentado se matar utilizando a droga.(Fonseca, 1994:46)

Dois anos depois, em 1909, e novamente emJoao do Rio que encontramos nova referencia aos vicios da cidade. A historia se passa num trem de suburbio, as onze horas da noite. Urn homem conta a outro 0 seu vicio, espetar mulheres com alfinetes. Para justificar seu

comportamento diz ao companheiro de viagem:

(. ..j Umbras-Ie cia Jeanne Dambreuil quando J'e picava com morjina? Umbras-Ie do Joao Guedes quando nos wnviclava para ""A mornna chegou com. a guerra em 1870. quando foi u"ada contra 0 dor. Muitos veteranos tornaram-se

viciados. Oreulos elegantes logo a adotaram Romancistas escreviam sobre ela. Damas da sociedade reuniam ..

se para trocar inje,Oes. Joalheiros tinham um prospero comercio de senngas de praIa banhadas a aUTO au

folheadas de ouro. Alexandre Dumas Filho. chegou a dizer que: ••A mornna

e

0 absitlto das mulheres". Em

1892 elaja se tomara uma I'raK<I."(Weher.1988: 40)

46

fumeries d'ripio? Sabiam ambos, podiam resistir. (. ..j

(Rio,

1910:0: Apesar da curta menc;:ao feita

a

morfina reveladora.. Em primeiro lugar, conftrma a u opio nao apenas por chineses, mas tambem I segundo lugar, e mais irnportante: apesar de

texto, Jeanne Dambreuil era certamente uma

I

que se deduz tanto pdo nome frances, come ambos. Ja estava presente nesse momento, po sera bastante acentuada mais tarde como veren o uso de entorpecentes. Por outro lado, 0 COl fun do a extrema difusao de diferentes vicios r

Em romance publicado em 1911, AJ

curta menc;:ao ao uso da morfina. Quase no fi.1 urn jovem escultor e personagem principal decepc;:ao ao ser preterido por Lucia, sua

pri

mostrou apaixonado desde que voltou ao R.i

antes. Ao surpreende-la com Maya, um seu am

torturado pelo ciume e pela frustras:ao. Es

"pensou [Carlos] na profanac;:ao de uma 0 fhampa..gne, morfina...". Entretanto, Carlos nao

os amigos de sua roda, "nao sabia nem enttal s/d:463), nao podia, assim, usar dos remedios ( a disposic;:ao para esses momentos. Fica claro, morfina nas rodas mais elegantes da cldade e, forma ate certo ponto aberta, ja que feita num Life,

Alem do opio e da morfina, dentre em tambem, a utilizac;:ao do eter. Este deveria e~ quantidade e era considerado um vicio aristo menor risco. Isto e 0 que nos diz 0 guia de Joil<

na abertura da narrativa:

- Sim, dizia-me 0 amigo com quell que nO.r evola, 11m vitia de mis/om, brutaiJ. -0 opio, 0 dempero do tipt

A utilizac;ao do eter crescia durante' usado na forma de lanc;a perfumes, mas nao fica claro em varios artigos public ados no ink

Careta, criticando a presenc;a cada vez maior de

, Essa visao da presen~a quase que onipresente de uma forma ou outra d no texto de Julia Lopes de Almeida ellamado. "Os vieios deles...~

conversalldo sobre os vieios dos mandos. Cada um pnssuia 0 sell, trail

o tabaco. 0 jogo. 0 vinoo e as mulheres. (Almeida. 1910). 47

(7)

maIlS, para que tiras/es dos meus brafos que, um dia, os seus braros me abriu? 'importava quefom deferro os lafos

fosse a que me seduziu?

a somr. Entre slas ttlricias; porim, se, con/en/e, eu afhava beijos semjim as maiores delfaas? ela penetrava em mell ser, em meu sanglle

do Terra, em demanda do Cell, scm viver, incrle, exausfo, langue... so entrio deixava de ser reu! denIm de mim, pelas veiaJ correndo,

sonhar n'um imenso delirio uma noite, eu vivia csquecendo dor J'cm jim, 0 meu cruel martfrio... maus, para que tirasles dos meUJ brafos

que, um dia, os Jeus braf'OJ' me abriu? -.,'" ... +.,0"'., quefouf! deferro OJ Jaros

fom a que me seduziu? (0 Pait; 04 fev. 1897, p.l)

poema nesse momenta pode ter sido causa do os escritores brasileiros, ja que na Fran<;a a

urn vicio ha ja alguns anos.7 A utiliza<;ao da

XIX, nao foi, contudo, urn habito largamente .:arrIOS outros rclatos de sua utiliza<;ao para essa Guido Fonseca coloca 1907 como a data morfina em Sao Paulo. N aquele ano, urn .losem.oallln, hospedado no Hotel D'Oeste, teria

.

companheiro de viagem: a droga.(Fonseca, 1994:46)

em 1909, e novamente em Joao do Rio que aos vicios da cidade. A hist6ria se passa as onze horas da noite. Urn homem conta a mulheres com alfinetes. Para justificar seu

do Jeanne Dambreuil quando se pittlva t'om umbras-Ie doJorio Guedes quando nos convidava para quando foi usada contra a dar. Muitos veteranos tornaranrse Romancistas escreviam sobre ela. Damas da sociedade reuniam· prospero con~rcio de serillgas de praia banhadas a ouro au chegou a dizer que: "A marlin. e 0 absinto das mulheres". Em

46)

46

a

fumeries d'dpio? Sabiam ambos que afabavam a vida e nao podiam resistir. (. ..

J

(Rio, 1910:03)

Apesar da curta men<;ao feita a morfina e ao 6pio, ela e bastante reveladora. Em primeiro lugar, conflrma a utiliza~ao das Ilimeries de 6pio nao apenas por chirleses, mas tambern por outros grupos. Em segundo lugar, e mais irnportante: apesar de nao ser explicitado no texto, Jeanne Dambreuil era certamente uma prostituta, uma mmtte, 0 que se deduz tanto pelo nome frances, como por ser conhecida de ambos. Ja estava presente nesse momento, portanto, uma liga<;ao que sera bastante acentuada mais tarde como veremos, da prostitui<;ao com o uso de entorpecentes. Por outro lado, 0 conto parece trazer como fundo a extrema difusao de diferentes vkios na sociedade.N

Em romance publicado em 1911, Afranio Peixoto fez uma curta men<;ao ao uso da morfrna. Quase no frnal de A E{/inge, Carlos, urn jovem escultor e personagem principal da trama, safre outra decep<;ao ao ser preterido por Lucia, sua prima, e por quem ele se mostrou apaixonado desde que voltou ao Rio de Janeiro, tres anos antes. Ao surpreende-Ia com Maya, urn seu amigo, Carlos sat andando, tortutado pdo ciume e pda frustra<;ao. Escteve Afranio Peixoto "pensou [Carlos] na profana<;ao de uma orgia... jogo, mulheres, thampagne, morfina...". Entretanto, Carlos nao era urn mundano como os amigos de sua roda, "nao sabia nem entrar no High-Lije" (peixoto,

5/

d:463) , mio podia, assirn, usar dos remedios que a sociedade colocava

a

disposi~ao para esses momentos. Fica claro, portanto, a presen<;a da morfina nas rodas mais elegantes da cidade e, possivelmente, de uma forma ate certo ponto aberta, ja que feita num clube de jogo, 0 High­ Life.

Alem do 6pio e da morfina, dentre esses vkios estava presente, tambem, a utiliza<;ao do eter. Este deveria estar presente em maiar quantidade e era considerado urn vkio aristocratico, e tido como de menor risco. Isto e 0 que nos diz 0 guia de Joao do Rio as/limerieJ, logo na abertura da narrativa:

Sim, dizia-me 0 amigo t'Om quem eu lis/ava, 0 iter e 11m z!ido que nos Clio/a, um vUio de ariJ'tmratia. Eu mnhc?'O outmJ' maiJ' brutaiJ, -0 rJpio, 0 ducJpero do dpio. (Rio, 1908:98)

A utiliza<;ao do eter crescia durante 0 Carnaval, quando era usado na forma de lan<;a perfumes, mas nao se limitava a ele, como fica claro em varios artigos publicados no inkio da decada de 1910 na Careta, criticando a presen<;a cada vez maiar de odores de eter na cidade:

, Essa visao da presen~a quase que onipresente de uma fomJa ou outra de vieios !ambem pode ser enconlrada no texlo de Julia Lopes de Almeida chamado. "Os vieio. deles ... ". Aqui. e"conlramas qualro amigas conversando sobre as vido. do. nJaridos. Cada um pos.uia 0 seu. tratava-5O de descobrir qual seria 0 pi~r:

o !abaco. ojogo. 0 vinho e as mulheres. (Aln1eida. 1910).

(8)

o

t'o~/ete, depoiJ'do Carnava/, ainda nOJ'pmegue por 2,3,4 e

a.r

vezcJ', .rciJ'meJeJ'(...)

EJ'te ano ao ton/ete veio J'e reunir uma outra ret'ordafiio: 0 iter,

o e,!joativo e l"';pertinente iter que noJ' fitoU no o!fato e que por vezeJ', ineJperadamente, J'entimoJ', mmo J'IJ perto de noJ' tiveJ'J'em

deJ'arrolhado um /ra.l'to desse volcilil! (/:'on, Fon, anaV, n.l0,

11 mar. 1911)

A cada dia 0 problema tomava dimensoes maiores, e pela primeira vez como um grave desafio as autoridades. Em 1913,0 jornal

A i\'oite, publicou uma serie de reportagens denunciado a facilidade de se conseguir todo tipo de entorpecentes nas farmkias da cidade, 0 que for~ou uma ac;:ao da policia. Tal a~ao se tornava entao ainda mais urgente em razao de um novo uso dado as drogas, 0 suicidio. ("A venda franca de venenos". Care/a, ana VI, n.259, 17 maio 1913)

Ha muito tempo 0 Rio de Janeiro vinha convivendo com uma onda de suicidios, onde os casos se apresentavam quase que diariamente nos jornais. Os meios utilizados cram os mais variados e, em geral, a op~ao se fazia pela ingestao de alguma coisa t6xica'l, vindo em seguida

a utiliza~ao de armas de fogo.

Os efeitos mortais de drogas como a morfina e a cocaina parecem ter sido descobertos pelos suicidas cariocas em 1912. Os casos de utiliza~ao dessas drogas repentinamente aumentaram. Apenas no mes de agosto daquele ana quatro pessoas tentaram por flm a vida se utilizando de uma dessas substancias (jornal do BraJil, dias 02,03 e 13 de agosto de 1912).

A reportagem de A Noite nao conseguiu diminuir a venda e, consequentemente, a utiliza<;ao desses produtos nos suicidios que ocorriam no Rio de Janeiro. No ana seguinte a Careta publicou a seguinte anedota:

Ele

0

amor, minha Jenhora, leva 0 homem ao Juiddio. Eu

ret'Onhe?,o que JUiUmbirei ingerindo morjina.

EIa- Etl direi depoiJ: Tratava-.re de um amor-flOado. (Careta, ana VII, n. 323, 29 ago. 1914).

Se nesse momento a cocaina e a morfina tinham na sociedade carioca 0 papel de arma privilegiada para aqueles que queriam por flm

it propria existencia, isso nao deve ser interpretado como um sinal de que seu uso como entorpecente tivesse desaparecido au diminuido. Ao contrario, 0 consumo certamente se manteve e se preparava para atingir seu ponto mais alto.

., Entre os anos de 1908 e 1912 foram registrados 1716 casas de suiddio lla cidade do Rio de Janeiro. sendo 519 fatais e 1197 nao falais. Do lola I de casos, 848 ou 49,42% foram por envenenamenlo e 314 ou 18,3% utilizaram amlas de togo. (Lima. 1913 : 17-20)

48

Em livro publicado em 1919,

Benj31

"0 eter, 0 opio, a cocaina, [para] 0 esque (CostalIat, 1919:120) Naquele momento, 0 c, tinha atingido um ponto em que se tomara 1

uso nao parou de crescer, tornando-se urn largamente, principalmente pelas classes m: ainda usado por todas as classes sociais,

par:

um novo sentido, passando mesmo a ser v: Em 1924, Ribeiro Couto publicou anos de 1921 e 1922, A Cidade do Vi,io eclat noturno). 0 livro deveria ter como subtitulo escreveu no prefkio, "Aspectos do Rio de Ja da comemorar;iio do Primeiro Centenat Brasil"(Couto, 1998:11).

E

realmente Isto de de difetentes aspectos das noites do Rio, on capitulo trata do vieio dos entorpecentes. 0

autor amando como cicerone de um jovem re mostrando-Ihe sua vida noturna. No ultir estavam na bare a voltando de Niter6i, e vian

- Cidade do pccado inoc'Cnte! A in.rinua nOJ homens e nas mll/h,

~lemeridade da vido. 0

pe''(Jdo

e

J

o

amor Je re.rpira a todas as hOI wiJm: Tudo pam-e dizer: '/lpem o amor. .. "A mulher de saboro, mreto deJqo Jom, nao esta tao I OUJat.4 tidade 0 quer... '["kamos siientioJ'os. l--amoJ Jile~

E.rtd perlo a tidade. Ja se defal Pray'(J 15. Parece que muito tem)

agora nos awlhe emjeJ'ta.

- E

a ddade do amor... Ell Ii.

ju£~ueJ que 0 mm/Jensamentop Eu d~go: 0 amor. Compreena eni'antadoras que podemos ler e. todoJ OJ wrpOJ quejloreJt'Cm na til

e

um bem qm Je atinge aqui... H

im/into de pemdo... (Couto, 19t

A visao de Ribeiro Couto era a de q que procuravam vive-Ia ate it vertigem. Era quem procurasse, todas as possibilidade! exacerbasse todos os desejos, todos os praze se a vida tivesse de ser vivida de urn timco jal Como nos diz Ribeiro Couto, era como s todos ousassem, experimentassem todas as

(9)

depotS do Carnava/, ainda nOJ'pmegue por 2,3,4 e seis meseJ'(...)

ao confete veto se reunir uma outra ret'Ordarilo: 0 eter, . iter que nOJ'jiwu no olfoto e que por

1911)

. fogo.

.

:17·20)

RJ'eJl'Jefl1di;'mc'nte. sentimos, mmo se perlo de nos tivessem umfra,fw dem volatil! (t'on, 1-'on, anaV, n.lO,

problema tomava dimensoes maiores, e pela grave desafio as autoridades. Em 1913, 0 jornal serie de reportagens denunciado a facilidade de entorpecentes nas farmacias da cidade, 0 que

Tal a<;:ao se tornava en tao ainda mais urgente dado as drogas, 0 suicidio.('~\ venda franca VI, n.259, 17 maio 1913)

o Rio de Janeiro vinha convivendo com uma casos se apresentavam quase que diariamente eram os mais variados e, em geral, a de alguma coisa toxica" , vindo em seguida de drogas como a morfina e a cocaina pelos suicidas cariocas em 1912.

Os

casos repentinamente aumentaram. Apenas no quatro pessoas tentaram por fun

a

vida se substancias (Jornal do BraJil, dias 02, 03 e 13 de

:,,1 Noite nao conseguiu diminuir a venda e,

~IUll;Ga\;aU desses produtos nos suicidios que No ano seguinte a Care/a publicou a seguinte

amor, minha senhora, leva 0 homem ao suiddio. Eu que JIIt'umbirei ingerindo mortina.

dire; depoir: Tralava-Je de u~ amor-fin ado. (Careta, n. 323,29 ago. 1914).

a cocaina e a morfina tinham na sociedade privilegiada para aqueles que queriam por fun

nao deve ser interpretado como um sinal de

lroecc~nte tivesse desaparecido ou diminuido. certamente se manteve e se preparava para

1716 casas de suicidio na cidade do Rio de Janeiro. selldo cases. 848 ou 49.42% ti"am por envenenamento e 314 ou 18.3%

48

Em livro publicado em 1919, Benjamim Costallat ainda situava "0 eter, 0 opio, a cocaina, [para] 0 esquecimento de uma mulher". (Costallat, 1919:120) Naquele momento, 0 consumo dessas substancias tinha atingido um ponto em que se tornara urn problema social e 0 seu uso nao parou de crescer, tornando-se urn "vieio elegante", adotado largamente, principalmente pelas classes mais elevadas. Mesmo sendo ainda usado por todas as classes sociais, para a elite seu consumo toma um novo sentido, passando mesmo a ser valorizado.

Em 1924, Ribeiro Couto publicou um livro escrito entre os anos de 1921 e 1922, A Cidade do J/Mo e da Grafa (vagabundagem pelo Rio noturno). 0 livro deveria ter como subtitulo, segundo 0 proprio autor escreveu no preficio, '~spectos do Rio de Janeiro nOturno, meses antes da comemora<;ao do Primeiro Centenario da Independencia do Brasil"(Couto, 1998:11).

E

realmente isto de que se trata, de um retrato de diferentes aspectos das noites do Rio, onde, na verdade, apenas um capitulo trata do vieio dos entorpecentes. 0 texto se desenvolve com 0 autor atuando como cicerone de urn jovem recem-chegado da provincia, mostrando-lhe sua vida notuma. No ultimo capitulo do livro, eles estavam na barca voltando de Niter6i, e viam a cidade se aproximando: - Cidade dIJ pet:ado inoamte! A natureza ali

e

tilo Jensual que iminua nos homem e nas mulhereJ 0 penJamento com/ante da ~femeridade da vida.

0

pemdIJ i uma perversa s'{gestdo ambiente.

o

amor se respira a todas aJ horaJ, eJtd espalhado por todas as

"'OiJas. Tudo paretoe dizer: ~1penas0 amor

e

bom. Eu Ie aconselho o amor... " A mu/her de saboroJo wrpo a quem, na rna, 0 teu selreto desejo Jom, nilo esta tilo longe da tua milo l'Omo penJas... Ousa! A ddade 0 quer. ..

f:;-it'amos JilemioJos. Vamos silenliosos 0 reJto da viagem. EJtd perlo a ddade. Ja SIJ deta/ham os edi/kios, as arvores da

Praf'Cl 15. Parei'll que muito tempo andamoJ longe eque a ddade a..go!,a nOJ a.-olhe emfesta.

E a ddade do amor. .. Eu d~go: dIJ amor. EntendeJ'? Nilo jutgues que 0 meu penJamento pom'a naJ mulhereJ l'Omenims... Eu digo: 0 amor. Compreendes que Jilo aJ pOJsibilidadeJ'

enl'Cln!adoraJ' que podemos fer em !odoJ OJ olhoJ, no ritmo de /odIJs OJ ('oryos quejloreJcem na ddade... S e Joubenes! A feliddade

i um bem que se ati~ge aqui... Porque a ddade

e

inocente no seu ins/into de pemdo... (Couto, 1998:71-2)

A visao de Ribeiro Couto era a de que a cidade levava aqueles que procuravam vive-la ate

a

vertigem. Era como se ela permitisse, a quem procurasse, todas as possibilidades de amor. Como se ela exacerbasse todos os desejos, todos os prazeres, todos os vicios. Como se a vida tivesse de ser vivida de urn unico jato, quase que sem respirar. Como nos diz Ribeiro Couto, era como se a cidade mandasse gue todos ousassem, experimentassem todas as alternativas, e i550 em urn

(10)

---momento em que estas nao paravam de crescer.

Nessa vertigem em que se tornava a vida de muitas pessoas, 0 creseimento da utiliza<,:ao de entorpecentes pareee ter seguido a mesma dinamica. A cidade assistiu 0 desenvolvimento do consumo de nao urn, mas de todos os entorpeeentes ao mesmo tempo:

o

Rio, como todaJ aJ ~~randeJ tidadeJ, jd

i,

hqje, um imenJo centro de vidadoJ ele~~anteJ.

0

bairro dOJ fhineJeJ (r. da Mimiajrdia eadjadmiaJ) i bem mnheddo de toda agenie. Em miJeroJ anlroJ, onde nunm brilha um raio de Jol, umicWJ etriOJ, Jobre estrado.f, que sao mmaJ e (uixote.r vazioJ, Jobre meJ:aJ, OJ fumadoreJ de rJpio, roJtOJ CClVacWJ, madlentoJ, olhoJ morloJ, quebradoJpelo vitio, raquitimJ, IJJquelitiwJ, bochechaJ jlddda.l', chupam, deJeJperadamente, OJ JeUJ (mhimboJ. E, 11Yupando

Jempre, pouco a pouw VaG caindo num verdadeiro utado de ind{/erenra, perdendo a nopio de Jua individualidade. num abatimento e numa prOJtrarao que OJ inibem do menor e~forfv. Depois, inJenJizJelmente (mm na prOJtraf'aO de um .rono prqfimdo.

o

rorpo lombado. em qualquerpOJi(ao. mostrando, num relevo doloroJo. a.r/orma.r e,rque!i/i.'tlJ; ou/ro, muzJ'pobre, .re aproxima, dvido de .remwoeJ nova.r, a "hupar 0 boml do meJmo i'tll'himbo. a e...perimentar aJ me.rmaJ emoroe.r.

Como carneiroJ batldoJpela invernia. SI! agrllpam Jempre, mUlto

juntoJ. muito unidoJ, nllma Jolidariedade que faz paJ'mar OJ

IJJpirifoJ malJ (ric/u/oJ da Jin(endade... (...)

OJ' t'ot'tlinomanoJ no.r OJ enmntramOJ Jobretudo no Catete e acjjaa?nciaJ. ServldoJ pelo exerdto de "rdpidoJ ': tendo 0 amtro dOJjornecimentoJ' na rna Machado de A.fJiJ', lJivem iiJ daras, mOJ'!rando, aOJ olhos da (tmoJidade, Jetl tortdo de miJirias.

OJ

morfinomano,r JaO malJ raro.r em popularidade, porem matJ tomun.r na alta JOdeclade. Sao maiJ mirterioJOS que as .reus irmaos. Gera/mente J~/rem de todoJ' oj' maleJ e padea:m de toclaJ a.r

doen(r./J'. Apenax a mOljina OJ alenta. E um paliafillo... um deJt'tlnJo paJ"c{geiro...

OJ eferomaniatoJ JaO mais rarOJ. Talve::::.,pela pouca ivmodidade

Oil pdo meindalo da dro,ga. 0 iter tenha um menor numero de adep/oJ.

Conquanto menOJ eieganteJ. os aleoo/a/raJ Jao. lall)e::::." OJ mai.r

nlimerOJOJ. Desde a pobre, que utende a mao d caridade para logo depois tiniro niqlle/ sabre 0 mdrmore do botequim, Ii twaca maiJ e!e~~ante dos holiis.de luxo, 0 dlcool impera Job miUormas

e mil com. (Sodre, ,Alvaro. "Pagmas da cidade". [<on­

ron.

ano XVIII, n.21, 24 maio 1924)

Segundo relatava Gilberto Amado, nos anos finais da decada de 1910:

50

no Rio de Janeiro nunca if os/em

.rem gOJto, tanta eJtupidez na ti4

falta de eJpirito e no CJpirito de J

atrazJCJJamOJ um per/odo de tor senJualidade, dejaita de Ilergonha. Culminando num processo que havia come~ Pereira Passos, quando naseeu 0 bordao "0 civiliza<,:ao, como bern lembrou Wilson

M

"elegancia c requinte".(Martins, 1996: 442t'

o

Rio de entao tinha uma sociedade moderniza<,:ao, acelerada renova~ao das opc das apreensoes provocadas pelo I Guerra ~ busea do prazer.ll Entre esses "novas"

praz

dos entorpecentes, que permitia acentuar 1

consumo tomava dimensoes maiores entre a.

disponibilidadc de tempo para 0 lazeI', os jove da cidade. Nao era por outra razao a preocu NOJ meio.\' alegreJ. ambas eJJas d. aqui de UJO corrente; enOJ hospiti1l

eft'.. nao JaO tambim POUt'(Js as

aJ'j'ij'tcnteJ~ que delaJ' sc JtrtJem

fJem

o mallaltJez irremedidvel i que, Europa. onde so OJ homens eas m,

nOJ i percentua/mente assustadol crianra.r. que Je picam {om

a

ag palma da mao, OJ tOximJ terrifit'o,

Opia, marfina, cocaina". 0 Pail '" W. Martins cila. em seguida. como exemplo l) livro de AWn!o Pei, em Pans. 56 podcria ser considerado como ciencia por seT escrito en " Nesse sentido. ebast.nle Interessante 0 seguinte di.logo. eserito ('omo Lisboa soniss•. 0 poela continuou. cruamente. retendo a pala Emoda chinesa. como a do mail-long: moOO pervers•. jogo complie ou do sexo: as mulheres de cabelos cortados. scm colo. fumando. de Qii' bigod". de relogio-pulseir•. unhas polid.s. espartilhos. em mUtua ilT dup!. ;nversao. pela moda ...

-E a morte do .mor, pel. civihza~ao. disse Lisbo •. Ali.sdc fl. muito o aleool. 0 opio. a cocaina. 0 jogo. principalmel1le a dal1~a. aquilo ( "bag.tela". hoje em di. raro e burgues prazer. 0 amor !lsieo. 0 almr-: faz no sociedade. Porque nao h,;, mais tempo. Banhos de mar. mas cortes e ondula~6es no cahclo. vestir-se para t:ada um dos ritos j""lmg. Ilerte. cha.jantar. reeep<;ao, jogo. lealro ... ludo demanOO tank de passagem os peoes. m;o h;i mats am para 0 .mor. scja qual for... ~

pois os parceiros. ainda que 0 queirant nan acham oc.siao. 0 quar1 certa tranqiiilidade. nas poueas horas de repouso. eapenas refUgio reeonie,ar a mesma lutu. no dia seguinte. Civiliza,ao. quem 0 dina Perversidade eantes 0 nome ... arriscou 0 ~·aqUTO. em VOl baixa, ve

o alllor passa de moda nu de tempo. mas ticam as sucedimeos... 0 m

par~isos artiliciais 00 morlina. da cocaina e do cler. e. sobretudo ( sensual musicauo e coletivo. Houve uma e\'olu~ao do prazer: intitm, ll1udou-se e111 superficial. extemlr. publico. de todos os pares... Fez­

169-170)

(11)

nao paravam de crescer.

em que se tornava a vida de muitas pessoas, 0 ttu 0

UfO '(1,

~e entorpecentes parece ter seguido a mesma desenvolvimento do consumo de nao torpecentes ao mesmo tempo:

mo !ocia.r aJ ~~randeJ tfciadeJ, jd

e.

hqje, um imenso

~madoj' eleganteJ. 0 bairro dOJ chine.re.r (r. da

a e a4fat·efuia.l) i hem mnheddo de loda agenIe. Em . /roJ, onde nunca brilha um raio de .rol, umidoJ e/riOJ, udlJJ, que JaO tumaJ' e tuLvoteJ vaZioJ, Jobre meJ'aJ', 0.1' .if de opio, roJ/OJ tuvadoJ, madlen/os, olhoJ' mOr/oJ, 'pelo vitio, raquitkoJ, eJqueiiticos, bOt'hedJaJ fld,idaJ', deseJperaciamente, OJ Jeus lachimbos. E, • jillpando a POUfO vllo taindo num verdadeiro utado de perdendo a nor-Ilo de Jua indizfidualidade, num e numa PrOJtrarao que OJ inibem do menor e~toTf;o. ffnJtvelmenle laem napro.rtrarao de um .rono pro/undo. mbado, em qua/querPOJirao, mo.r/rando, num relevo formaJ eJquelelilaJ; outro, mazJ'pobre, .re aproxima, nJatoe.r novaJ, a l'huparo bOlal do mesmo t'al'himbo, a tar a.r meJmaJ emo?,oeJ.

e!ro.r batidIJspela intJernia, JC qgmpam Jempre, muito lillo u~idIJ.r, numa solician'edade que faz pasmar OJ

au mdu/oJ cia Jina:ndade... (...)

omanos nOJ OJ enconlramoJ Jobreludo no Calelc e

.. JervidoJ pdo exinito de "rdptdoJ ': tendo 0 (enfro men/OJ na rna iVlac/:;ado de .-1,rJIJ, zJivem

as

daraJ, , aOJ o/hoJ cia mrioJiciade. Jeu cor/ejo de mi.reriaJ. omanoJ.Jlio malJ rarOJ em poplliaridade, porim maiJ

alia J~i1eciade. Jao mail' mt:.'tenoJoJ qlle OJ SeUJ irmaoJ. Ie J'~jrem de tO~OJ OJ males e padet'em de foda.\' aJ

nas a motjma os a/enta. E um pa/ia/ivo... 11m :ragezro. ..

~iacoJsao mai! raros. Ta/t'ezpela pOllia ,'omodidade ncialo cia droga, 0 eter tenha tim menor numero de menos eI~g(jnleJ, OJ alcoa/atraJ silo, talvez, 0.1' mail' T?esde ~pobre, qlle eJ/ende a mao Ii mridade para Itmro mquelJobre 0 mdrmore do botequim.

a

t'(JJa«(j

Ie dos hoteiJ~de luxo, 0 dlcoo/ imperil Job mi/lorma.!'

(Sodre, Alvaro. "Paginas da cidade". FOR­

III, n.21, 24 maio 1924)

ilberto Amado. nos anos finais da decada

50

no Rio de Janeiro nunt'a se ostentou tanto /IIXO, tanla riqueza

sem gOJlo, tanta cJ'lupidez na devassidJo, tanta groJ'Seria na falla de eJpirito e no espirito de prazer - quer se mnduir que alravCJJamOJ um periodo de torpe materialidade, de ignabi/ sen,ruafidade, defalta de vergonha e pudor':(Amado:1963:145) Culminando num processo que havia come<;:ado com as reformas de Pereira Passos, quando nasceu 0 bordao "0 Rio civiliza-se", no qual civilizacao como bern lembrou Wilson Martins, era sinonimo de

"elegan~ia ~

requinte".(Martins. 1996: 442)W

o

Rio de entao tinha uma sociedade sob 0 impacto de rapida moderniza<;:ao, acelerada renova<;:ao das oportunidades, recem saida das apreensoes provocadas pelo I Guerra Mundial e voltada para a busca do prazer. 11 Entre esses "novos" prazeres estavam a utiliza<;:ao dos entorpecentes, que permitia acentuar todas as sensa<;:oes. Seu consumo tomava dimensoes maiores entre aqueles que tinham maior disponibilidade de tempo para 0 lazer, os jovens das principais familias da cidade. Nao era por outra razao a preocupa<;:ao dos jornais:

NOJ meioJ alegreJ, ambas eJJ'as drogas [m01jina e mminaJ siio aqui de UJO mrrente; e nOJ hospitais, msaJ de .Imide, laboratrfrios etc., nao Jao tamblfm poumJ aJ en./ermeiraJ, OJ mMit-os, OJ aSJistentes, qlle delaJ sc Jervem peJJoalmente. 0 malmaior, panm, o mal talz'ez irremedidlJe/ i que, ao mntrdrio do que se dd na Europa, onde

Ja

OJ homenJ eaJ mu/here..-Je dJo a tal vitio, entre naJ e percentJlalmente aJJustador 0 numero de jovenJ, quaJe crianfaJ, que Je pi,am com a agtilha ..api/ar ou a.rpiram, na palma da miio, OJ tOxiWJ terr(fiwJ... (".\5 questoes palpitantes. ()pio, morfina, cocaina". 0 Paiz. 19 dez. 1924, p.3)

---~---til W. Martins cita. em seguida, como excmplo

0 liVTO de Arranio Peixoto, Viol ellv!L;dlUmmtr..;, que impresso

em Paris. s6 poderia ser collsiderado como clt!llcia pOT ser eserito em frances, sinal de requillte intelecluai.

! 1 Nesse senti do. ebastante interessante 0 seguinte dhilogo. escrito por A frfmio Peixoto: Como Lisboa somsse. 0 poeta continuou. crnamente. retendo a palavr.:

- E moda chinesa, como a do mah~J()ng: moda perversa, jogo complicado. 1a naa sabemos mais da natureza. au da sexa: as mulheres de cabelos conados. sem colo. fumanda. de pijama. canfundem·se com os rap.zes sem bigode. de relogia-pulseira. unhas polidas. espartilhas. em mutua impressaa equivoca e talvez repugnanle: dupla inversilo, pela mod •..

- Ea morte do amor. pel. civiliza,ao. disse Lisboa. Alias de M muilo que isso se veio tramando. Com 0 funla, o alcoal. a 6pio. a cocaina, 0 jogo, principalmente a dan,a. aquila que era esseneial. pass~u a ser trivial. a "bagalela". hoje em dia raro e burgues prazer. 0 amOT fisico. 0 amor'sensa,lio, eproletario E" que menos se faz na sociedade. Porque mio ha mais tempo. Banhos de mar. massagens, ginasticas. pedicura. ll'lanicura. cortes e ondula,oes no cabelo. vestir·se para cada um dos ritos socia is. miss. esporte. ""·"'Y0);", Jazz. loof/II);. Ilerte. eha.jantar. rece~iio. jogo. teatro ... tudo demanda tanto tempo. que ainda a automovel. matando de passagem as pe6es. nao hi mais azo par. 0 .mor. scja qual for .. adultero. venal. conjugal. qualqucr deles. pois os parceiros. ainda que a queiram. nao acham oC3si.o. 0 quarto de dom11r. quarto ,eparado para IllalS certa tranquilidade. nas poucas hora:; de repouso. eapenas refugio lndispensave1 ao minima do 50110, para reconie,ar a mesl11a luta. no dia seguinte, Civiiiza,iio. quem 0 diria. que havias de Irazer a c.stidade? Perversidade eantes" nOllle... amscou 0 Navarro. em voz baixa. vendo entretida a .'pos. com 0 Vilhena, ­

o amor passa de moda ou de tempo. mas ficalll os sueed.neos... 0 nu dos vestidos, as excita~6es do flerte. as pam'sos artilicia's da morfina. da cocaina e do eler. e. sobretudo os atritos e contalos da dan,a. turbilh:io sensual musicado e colelivo. Houve uma evolucao do prazer: illtilllo. profundo. seereto. apenas para cada par. l11udou-se em superficial. exterior. publico, de lodos os pares ... Fez·,. a misterio bacanaL ". (Peixoto I. sid:

169-170)

(12)

Benjamim Costaliat, urn dos principais cronistas da vida do Rio de Janeiro na decada de 1920, confrrma essa penetra<;ao do vicio entre "os mhos das melhores e das mais tradicionais familias". Eram nas garfonnieres desses jovens que as drogas se instalavam. Em meio da decora<;ao em estilo oriental, numa mistura de oriente medio e extremo oriente, era sempre encontrado 0 "cachimbo chines, 0 cachimbo de ebano, 0 cachimbo tragico e fatal, onde a bolazinha de opio incandescente se transforma em fuma<;a e em sonho... Se nao

e

0 opio, e urn dos seus companheiros de morte de ilusao - eter, cocaina, morfina!"(Costallat, 1924: 110-1)

A

presen<;a dos entorpecentes nas garfonniires levanta tambem a questao cia liga<;ao entre erotismo e entorpecentes. Esses espa<;os eram essencialmente utilizados como locais de encontros amorosos pelos homens de melb~r poder aquisitivo. A presen<;a constante de toxicos nos leva a pensar no seu pape! enquanto fetiche ou estimulante sexuaL No conto "A aventura de Rosendo Moura", de Joao do Rio, Rosendo tenta salvar Corina da persegui<;ao de seu amante que amea<;ava mata­ lao Ela the contou a razao de sua fuga:

Ha tres ano.r .ruporto a.r torturaJ de um mom-tro. TucW quanto ganho

e

dele. ,Quando vou ao club loma-me 0 dinheiro. Depois jet'ha 0 quarto lodo, abre variosj'rClJt'os deter, poe-me inteiramente nua, prende-me 0.1' {'abe/os

a

gaveta da almoda, egoza naquela atmo{/era desvairante, gotryando sobre mim iter. Oh! Niio ima.gina! Niio ima.ginaJ Cada lpta que {'ai dd-me um arrepio. Ao ('abo de t'erto tempo

e

uma .ren.rafiio de queimadura de gelo atiii sensibilidade... (Rio, 1995:58)

No mesmo livro, no conto "Cleopatra", 0 relacionamento entre

Raul Guimacies e Miss Glayds Fire, tambem nao dispensava a utiliza<;ao de estimulantes. Urn amante anterior de Glayds havia morrido de uma overdose de morfina. Com Raul Guimaraes "ela era canina, com urn apetite de amor canino. E inofensiva. Trazia as vezes urn revolver ou pretendia faze-Io tomar opio"(Rio, 1995:109-110), mesmo que nao chegasse a faze-Io. Havia ainda a aumentar a rela<;ao entorpecentes/ erotismo, a liga<;ao que se fazia entre toxic os e prostitui<;ao.12

A

utiliza<;ao desses alcaloides era, para esses jovens, sinal de modernidade, de civiliza<;aoB

, num momenta em que era ..hie ser urn

pouco out-sider. Nao estranha, partanto, 0 louv~r feito em varias partes ao seu con sumo.

A preocupa<;ao com 0 consumo generalizado de entorpecentes come<;ara em meados da decada de 1910, quando foi publicado a

11 Em esludo publicado em 1924. os doutores Adauto Botelho e Pernambuco Filho afinllaram que cerca de

dois !en;os das prostitutas do Rio de Janeiro faziam uso de cocalna.

I.'"Afinal. a pollcia e osjomais tem um ceno orgulho de que haja 'uma casa de 6pio' na cidade.Principalmente assim com aT lobrego. Damos ao estrangeiro. que salba do segredo. a impressao de uma civiliza~iio. com tudos os vicios,"(C'outo. sid: (2)

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serie de reportagens em A Noite. No

final da

d

consolidado e ja como urn problema social, vez a policia foi obrigada a intervir. A policia f

controlar a venda, que era abertamente feita produtos eter, morfina, cocaina e opio medicamentos.

A

imprensa da epoca nao cc ten tar con trolar 0 vieio como capaz dt necessarios.(Careta, ana XI, n.506, 02 mar. 191

o

jornal

0

Paiz publicou em outubro reclama da a<;ao cia policia, que segundo 0 autol

o

delegado do 5° Distrito Policial, havia acaba( Lein e Leek, responsaveis pela fHmerie do n. 2

(0 mesmo citado por Luiz Edmundo, que, I

dono como Afonso). A grande preocupa<;ac continuidade da a<;ao policial e 0 medo de q\l transferencia do local de venda do opio.(,'As t Paiz, 20 out. 1919, p.6)

o

artigo publicado numa segunda-feir imediata pela policia, que determinou a proib: exceto aqueles que apresentassem receita med tambem foi questionada, como podemos

I

publicada pela Careta, no sabado da mesma chefe de policia colan do a porta de uma fartill proibido vender cocaina, morfina etc. etc.". D

municipal desligado, sobre 0 qual se ve uma

do Vicio. Fornecedora dos Clubes do Rio". mesmo". Care/a, ana XII, n.592, 25 out. 1919

No inkio de 1921, novamente 0 jo; quem saberia para onde teriam ido os chinese naquela opera<;ao da policial4

• E isso porque

das autoridades sanicirias em mio acompanhar as que antes comercializavam 0 opio havia permiti( a exercer seu oficio, atendendo seus antigos entravam disfar<;ados de peixeiros, quitand guloseimas. Com 0 tempo, percebendo que a constante, voltaram a abrir suasjumeries. Agora, e: jumerieJ' hi toxicos para todos os paladares: modi comercio de narcoticos". 0 Pa/~ 16 efv. 1921, Nao era de estranhar, portanto, que air

flZesse uma apreensao de duas latas e quatto p t:.'hl.1t n. 2<}, 00 'Beco aos Ferrettos, onde, segun pessoas iriam todos os dias fumar.(O Paii) 04

N esse momento, entre tanto, a luta con de erer, opio, cocaina e morfina estava ganhaJ

" Uma pista talvez possa ser encontrada no romance i'rala de /pone mantem sua fumerie no novo bairro apOs ler sido expulso da rna da M

(13)

tallat, urn dos principais cronistas da vida do de 1920, confttma essa penetra<;ao do vieio ores e das mais tradicionais familias". Eram

yens que as drogas se instalavam. Em meio da

taL nurna mistura de oriente medio e extremo ontrado 0 "cachimbo chines, 0 cachimbo de

ragico e fatal, on de a bolazinha de 6pio rma em fuma<;a e em sonho. .. Se nao e 0 6pio,

heiros de morte de ilusao eter, cocaina, 4:110-1)

entorpecentes nas garfonniires levanta tambem

e erotismo e entorpecentes. Esses espa<;os eram s como locais de encontros amorosos pelos er aquisitivo. A presen<;a constante de t6xicos papel enquanto fetiche ou estimulante sexual. e Rosendo Moura", de Joao do Rio, Rosendo ersegui<;ao de seu amante que amea<;ava mata­

~0 de sua fuga:

anol' suporto aJ torturas de um momtro. Tudo quanto dele. Quando vou ao club loma-me 0 dinheiro. DepoiJ 'IIario fodo, abre variasfTUJWJ d'iter, poe-me inteiramenle nde-me os fabe/os dgaveta da mmoda, egoza naque!a desvairante, gote/ando sobre mim iter. Oh! Nao

! Nao imaginaJ Cada gota que cal dd-me um arrepio. de ,'trio tempo

e

uma senJa{aO de queimadura de

cg

e10 ibilidade... (Rio, 1995:58)

, no conto "Cle6patra", 0 relacionamento entre

layds Fire, tambem nao dispensava a utiliza<;ao te anterior de Glavds havia morrido de uma om Raul Guimarae; "cia era canina, com um E inofensiva. Trazia

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sses alcaloides era, para esses jovens, sinal de a<;ao n , num momento em que era chit' ser um ha, portanto, 0 louvor feito em varias partes

com 0 consumo generalizado de entorpecentes

da decada de 1910, quando foi publicado a

doutores Adaulo Botelho e Pernambuco Filho afirnlaram que cerca de Janeiro faziam uso de cocaina.

certo orgulho de que haja 'Wlla casa de apio' na cidade.Principallllcmc ira, que saiba do segredo. a impressao de uma ci,;lizal'ao, com lodos

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serie de reportagens emA Noite. No fmal da decada, 0 consurno estava

consolidado e ja como um problema social, tanto que pela primeira vez a policia foi obrigada a intervir. A pollcia procurou nesse momenta controlar a venda, que era abertamente feita nas farmacias, ja que os produtos eter, morfina, cocaina e 6pio eram utilizados como medicamentos. A irnprensa da epoca nao considerou essa forma de tentar controlar 0 vicio como capaz de produzir os efeitos necessarios,(Careta, ana XI, n.506, 02 mar. 1918)

o

jornal 0 Paiz publicou em outubro de 1919 urn artigo onde

reclama da a<;ao da pollcia, que segundo 0 autor carecia de continuidade.

o

delegado do 5° Distrito Policial, havia acabado de prender os chineses

Lein e Leck, responsaveis pela fumerie do n. 29 do Beco dos Ferreiros (0 mesmo citado por Luiz Edmundo, que, no en tanto, se refere ao dono como Afonso). A grande preocupac:;:ao do rep6rter era com a continuidade da a<;ao policial e 0 medo de que ocorresse apenas uma

transferencia do local de venda do 6pio.("As campanhas policiais". 0 Paiz, 20 out. 1919, p.6)

o

artigo publicado numa segunda-feira parece ter cido resposta

imediata pela pollcia, que determinou a proibi<;ao da venda de drogas, exceto aqueles que apresentassem receita medica. A eficiicia da medida tambem foi questionada, como podemos perceber por ilustra<;ao

publicada pela Careta, no sabado da mesma semana. Nela vla-se

?

chefe de pollcia colando aporta de uma farmacia 0 seguinte cartaz "E proibido vender cocaina, morfioa etc. etc.". Do lado estava um guarda municipal desligado, sobre 0 qual se ve uma tabuleta "Farmacia Flor

do Vieio. Fornecedora dos Clubes do Rio".("Sua Excelencia fez 0

mesmo". Care/a, ana XII, n.592, 25 out. 1919)

No inieio de 1921, novamente 0 jornal 0 Paiz perguntava,

quem saberia para onde teriam ido os chineses expulsos de suas casas naquela operac:;:ao da pollcia1-l. E iS80 porque 0 descuido da policia e das autoridades sanicirias em nao acompanhar as a<;oes seguintes daqueles

que antes comercializavam 0 6pio havia permitido que des continuassem

a exercer seu ofieio, atendendo seus antigos clientes em casa, onde entravam disfar<;ados de peixeiros, quitandeiros e vendedores de guloseimas. Com 0 tempo, perce bendo que a ac:;:ao da policia nao era

constante, voltaram a abrir suasfumerieJ. Agora, entretanto, nas "modernas jumerieJ h:i t6xicos para todos os paladares: morfrna, cocaina, eter etc."("O

comercio de narc6ticos". 0 Pai~ 16 efv. 1921, p.3)

Nao era de estranhar, portanto, que aioda naquele ana a policia fizesse uma apreensiio de duas latas e quatro potes de 6pio, na mesma cas a n. 29, do Beco dos Ferreiros, onde, segundo a policia, cerca de 50 pessoas iriam todos os dias fumar.(O Pai~ 04 mar. 1921, p.5)

Nesse momento, entretanto, a luta contra 0 excessivo con sumo

de eter, 6pio, cocaina e morfina estava ganhando uma dimensao cada

" Vnla pista talvez poss. ser enco11lrada no romance J'rwu de lpanema, de Theo-Filho. Nele um chines mantem sua fumerie no novo hairro apos ter sido expuiso da rna da Misericordia.

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