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Contabilidade do Terceiro Setor no Brasil: Análise bibliométrica de publicações acadêmicas entre os anos 2012 a 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E APLICADAS CAMPUS DE CAICÓ

NATHÁLIA MEDEIROS DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR NO BRASIL: ANÁLISE

BIBLIOMÉTRICA DE PUBLICAÇÕES ACADÊMICAS ENTRE OS

ANOS 2012 A 2015

CAICÓ – RN 2016

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NATHÁLIA MEDEIROS DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR NO BRASIL: ANÁLISE

BIBLIOMÉTRICA DE PUBLICAÇÕES ACADÊMICAS ENTRE OS

ANOS 2012 A 2015

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador(a): Profª. Ms. Izabel de Medeiros Coelho

CAICÓ – RN 2016

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NATHÁLIA MEDEIROS DE ARAÚJO

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR NO BRASIL: ANÁLISE

BIBLIOMÉTRICA DE PUBLICAÇÕES ACADÊMICAS ENTRE OS

ANOS 2012 A 2015

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas do Centro de Ensino Superior do Seridó da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________ Prof.ª Ms. Izabel de Medeiros Coelho - UFRN/CERES

Orientadora

_______________________________________________________ Prof. Ms. Ricardo Aladim Monteiro – UFRN/CERES

Examinador

________________________________________________________ Prof. Ms. Sócrates Dantas Lopes – UFRN/CERES

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó

Araújo, Nathália Medeiros de.

Contabilidade do terceiro setor no brasil: análise

bibliométrica de publicações acadêmicas entre os anos 2012 a 2015 / Nathália Medeiros de Araújo. - Caicó, RN: UFRN, 2016.

53f.: il.

Orientador: Ms. Izabel de Medeiros Coelho. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ensino Superior do Seridó.

Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas. Curso de Ciências Contábeis.

Monografia - Bacharelado em Ciências Contábeis.

1. Terceiro Setor. 2. Pesquisa Bibliométrica. 3.

Contabilidade. I. Coelho, Izabel de Medeiros. II. Título. RN/UF/BS-CAICÓ CDU 657:002

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Aos meus pais, em especial à Maria das Graças de Medeiros (in memoriam), minha mãe, por todos os ensinamentos e por ser inspiração para as batalhas diárias.

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AGRADECIMENTOS

À Deus pelo dom da vida, por ser presença constante principalmente em momentos difíceis, por ser sustento e força, e por todos os dons à mim ofertados. À Ele toda honra e glória.

Ao meu pai, Joaci Medeiros de Araújo, e ao meu irmão, João Paulo Medeiros de Araújo, por serem minha base e fortaleza, pelo amor diário e sem compromisso, e pelos cuidados e atenções dedicados à mim cotidianamente. Pra vocês, todo o amor do mundo. Sou e serei eternamente grata por tudo. Agradeço, igualmente, à Michel Giotto Cunha da Silva, meu namorado, por ser uma pessoa tão especial, que também tem contribuindo para o meu sucesso, seja em qual âmbito for, sem medir esforços e com todo carinho que eu possa receber.

Aos amigos e demais familiares por estarem sempre disponíveis, pelo abraço acolhedor e renovador, e pelas risadas garantidas a cada encontro, esses momentos de descontrações são necessários para revigorar o ser, especialmente depois de acumuladas horas, e até mesmo dias, de intensos estudos.

À todos os professores que passaram pela minha vida, pois cada um deixou sua contribuição e apoio para eu chegar até aqui. De maneira especial, cito o professor Sócrates Dantas Lopes, que se disponibilizou a me ajudar no que fosse necessário, bem como Izabel de Medeiros Coelho, minha orientadora, que tem me assistido, principalmente nesta reta final, por quem tenho um carinho e admiração enorme.

Por fim, deixo meu singelo agradecimento à minha eterna guerreira, que me deixou como legado o estudo e a força para batalhar na vida. À minha mãe, Maria das Graças de Medeiros, meu anjo protetor, todos os agradecimentos.

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“Tudo que sou, ou pretendo ser, devo a um anjo: minha mãe.” Abraham Lincoln

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RESUMO

No Brasil, assim como em outros países, a sociedade é dividida juridicamente pelos setores Público, Privado e Terceiro Setor. Este último assume, bem como os demais, papel fundamental no desenvolvimento do país, principalmente porque busca suprir as lacunas deixadas pelo Governo nas atividades básicas destinadas à população. É constituído pelas instituições privadas, não governamentais e sem fins lucrativos, e classificáveis em fundações e associações. Com as amplas pesquisas e inúmeros trabalhos destinados aos 2 primeiros setores (Público e Privado), o referente estudo busca observar e analisar a evolução das publicações relacionadas ao setor das entidades beneficentes (terceiro setor), com foco à área contábil e aos anos de 2012 a 2015. Consiste em uma pesquisa bibliométrica, bibliográfica e descritiva, tendo como amostra pesquisas publicadas em periódicos e programas de pós graduação strictu sensu. Ao fim do trabalho, constatou-se que em todos os anos citados houve publicações de dissertações sobre a área contábil do Terceiro Setor, totalizando 18 trabalhos publicados entre dissertações e artigos em congressos, durante os 4 anos. No entanto, observou-se que a média anual caiu, sugerindo que o interesse pela área não vem evoluindo. Foi verificado a presença de 22 autores nos registros das produções dos referidos anos, onde somente 2 desses estiveram presentes em outros trabalhos com a mesma temática, sugerindo pouco interesse dos autores em dar continuidade ao tema. A instituição com mais representatividade foi a FURB, com 3 dissertações no período abordado. Observou-se que há uma predominância dos estudos voltados para o aspecto Contingencial, com estudos estatísticos ou empíricos e com abordagens positivas, sugerindo preocupação por parte dos pesquisadores em propor respostas para questões práticas.

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ABSTRACT

In Brazil, as in other countries, a society is legally divided by the public, private and third sector. This latter assumes, as the others, a fundamental role in the development of the country, mainly because it seeks to fill the gaps left by the government in the basic activities intended for the population. It consists of private institutions, governmental and non-profit organizations, classifiable in foundations and associations. With extensive research and numerous works for the two first sectors (public and private), the referent study seeks to observe and analyze the evolution of publications related to the sector of charities (third sector), focusing on the accounting area from 2012 to 2015. It consists of a bibliometric, bibliographical and descriptive research, taking as a sample researchs published in periodicals and postgraduate programs strictu sensu. At the end of this study, It was verified that in all the mentioned years there were publications of dissertations about the accounting area of the third sector, totaling 18 (eighteen) works published among dissertations and articles in congresses during the 4 years. However, it was observed that the annual average fell, suggesting that interest in the area hasn't been evolving. The presence of 22 (twenty two) authors was verified in the records of the productions of the mentioned years, in which only 2 (two) of these were present in other works with the same theme, suggesting little interest of the authors in giving continuity to it. The most representative institution was FURB, with 3 (three) dissertations in the period covered. It was observed there is a predominance of studies focused on the contingency aspect, with statistical or empirical studies and with positive approaches, suggesting concern of the researchers to propose answers to practical questions.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Enfoques à Pesquisa Contábil ... 30

Quadro 02 – Tipologias de Estudo Aplicadas à Pesquisa Contábil ... 30

Quadro 03 – Produção Acadêmica e sua Divulgação no Período 2000 a 2015 ... 35

Quadro 04 – Produção Acadêmica de Dissertações no Período de 2012 à 2015 ... 43

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Produções Acadêmicas nos anos 2000 a 2015 ... 37

Gráfico 02 – Redução de publicações nos anos de 2012 a 2015 ... 38

Gráfico 03 – Médias comparadas dos anos de 2000 a 2011 e de 2012 a 2015 ... 38

Gráfico 04 – Comparativo de médias ... 39

Gráfico 05 – Distribuição das publicações dos anos de 2012 a 2015 ... 40

Gráfico 06 – Percentual da produção acadêmica por tipo de pesquisa ... 40

Gráfico 07 – Enfoque das pesquisas contábil do terceiro setor dos anos de 2012 a 2015 ... 45

Gráfico 08 – Tipologia das pesquisas contábil do terceiro setor dos anos de 2012 a 2015 .... 45

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CFC Conselho Federal de Contabilidade CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis CRC Conselho Regional de Contabilidade DFC Demonstração do Fluxo de Caixa

DLPA Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DRE Demonstração de Resultados do Exercício

DVA Demonstração do Valor Adicionado

ENANPAD Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

FEA/USP Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo

FUCAPE Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e Finanças

FURB Universidade Regional de Blumenau ITG Interpretações Técnicas Gerais

NBC T Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas NSI National Science Indicators

PUC Pontifícia Universidade Católica UEM Universidade Estadual de Maringá UERJ Universidade Estadual do Rio de Janeiro UFAM Universidade Federal do Amazonas UFBA Universidade Federal da Bahia UFC Universidade Federal do Ceará

UFES Universidade Federal do Espírito Santo UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPB Universidade Federal da Paraíba UFPE Universidade Federal do Pernambuco UFPR Universidade Federal do Paraná

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UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UFU Universidade Federal de Uberlândia UNB Universidade de Brasília

UNIFECAP Centro Universitário Álvares Penteado UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos USP Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA ... 15

1.2 JUSTIFICATIVA ... 16 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 17 1.3.1 Geral ... 17 1.3.2 Específicos ... 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18 2.1 TERCEIRO SETOR ... 18

2.2 ENTIDADES DE INTERESSE SOCIAL: FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES ... 20

2.2.1 Fundações ... 20

2.2.2 Associações ... 21

2.3 CONTABILIDADE APLICADA AO TERCEIRO SETOR ... 22

2.3.1 Normas ... 23

2.3.2 Contabilidade por Fundos ... 24

2.3.3 Demonstrações Contábeis ... 25

2.4 Pesquisa Contábil ... 29

3 METODOLOGIA ... 32

3.1 TIPO DA PESQUISA ... 32

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ... 32

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS ... 33

3.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ... 33

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 35

4.1 QUANTIFICAÇÃO DOS TRABALHOS APRESENTADOS ... 35

4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS AUTORES RESPONSÁVEIS PELA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS ENCONTRADOS NO PERÍODO DE 2012 À 2015 ... 41

4.3 ORIGENS DAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS DO PERÍODO DE 2012 À 2015, POR INSTITUIÇÃO/PROGRAMA ... 42

(16)

4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS QUANTO AO ENFOQUE, A TIPOLOGIA E A

ABORDAGEM ... 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47

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15

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA DO TEMA

Atualmente, existem três maneiras e setores distintos de como as Pessoas Jurídicas podem atuar no desenvolvimento de atividades sociais e econômicas no Brasil, são eles: Setor Público, Setor Privado e Terceiro Setor. O Setor Público, ou o primeiro setor, é constituído pela organizações que compõem o Governo, isto é, caracteriza-se por ser o próprio Estado, e objetiva administrar bens públicos para atender às necessidades da sociedade. O Setor Privado é composto pelas empresas privadas, que exercem atividade econômica, visando a lucratividade e interesses próprios. O Terceiro e último setor, é visto, no geral, por organizações que não visão o lucro e dedicam-se à obtenção de objetivos sociais.

É relevante dizer que o terceiro setor ainda não é alvo de discussões tanto quanto os demais setores, uma vez que este tema ainda é pouco abordado, especialmente por se tratar de um conceito relativamente novo no Brasil. No entanto, Olak (2010) afirma que o crescimento desse setor vem de longa data, e as principais causas são:

(a) crise no setor público e conseqüente redução dos recursos destinados às áreas sociais; (b) crescimento do trabalho voluntário, motivado por maior conscientização das pessoas, apoio da mídia e normatização desse serviço; (c) crescimento da violência urbana e rural; (d) maior envolvimento empresarial, buscando “cativar” os consumidores com a política da “cidadania empresarial

Dessa forma, o terceiro setor passou a existir quando o Estado não atendia todas as necessidades da população de modo satisfatório e, com isso, a própria sociedade passou a se organizar para suprir tais lacunas deixadas pelo setor público.

É importante ressaltar que diferencia-se do segundo setor por não visar o lucro, no entanto, isto não implica dizer que essas organizações não o gerem. O lucro, ou superávit como é chamado nas organizações, não é distribuído entre seus dirigentes. Este é aplicado na própria organização, a fim de garantir a continuidade e o cumprimento de seus propósitos institucionais. (Olak e Nascimento, 2010).

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16 Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcela do seu patrimônio, auferidos, mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objetivo social.

Contudo, é perceptível a importância dessas organizações para o desenvolvimento do país. Entretanto, Segundo Olak, Alves e Slomski (2008), estudos relacionados às entidades de Terceiro Setor ainda são embrionárias, existindo muito ainda a ser investigado, desde a forma de registro dos diferentes tipos de recursos, até a divulgação dos resultados obtidos com a aplicação dos mesmos.

Com isso, o referente estudo busca evidenciar a evolução nas pesquisas referentes à área, fazendo um estudo bibliométrico, a fim de contribuir para a disseminação da importância de estudos contábeis sobre terceiro setor, tendo em vista a seguinte questão: Como evoluiu a produção acadêmica sobre contabilidade do terceiro setor no Brasil, nos anos de 2012 a 2015?

1.2 JUSTIFICATIVA

Com a deficiência nas políticas e prestações de serviços públicos, surgem as entidades sem fins lucrativos, que visam atender as necessidades básicas da população, numa tentativa de melhores qualidades de vida à sociedade, estando estas aliadas à Administração Pública.

Tal qual os setores público e privado, o terceiro setor necessita da contabilidade para auxiliar no controle financeiro, tal como na gestão e gerenciamento de suas atividades, na prestação de contas e, ainda, na busca por melhores resultados, bem como proporcionar melhores condições para a tomada de decisões.

No entanto, muitas são as pesquisas relativas à contabilidade dos dois primeiros setores, o que não acontece com a mesma proporção e frequência no terceiro. Com isso, surge a preocupação da necessidade de mais pesquisas e trabalhos referentes ao assunto, uma vez que a contabilidade é importante também para essas organizações, bem como Silva (2009, p. 15), enfatiza: “como estas instituições habitualmente têm o apoio do poder público ou têm seus projetos subsidiados por financiadores. É importante que apresentem informações financeiras corretas, claras e seguras.”

Contudo, com as poucas pesquisas a respeito do mencionado assunto no Brasil, se faz necessário um mapeamento dessas produções para que se tenha maiores conhecimentos sobre

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17

o assunto, além de traçar o perfil dessas pesquisas, evidenciando suas características, autores e instituições/programas que foram publicadas, auxiliando, entre outras coisas, no direcionamento de novos estudos na área.

Em 2008, 2010 e 2012 foram publicados pesquisas com essa mesma perspectiva, a fim de observar a evolução nas produções acadêmicas do Terceiro Setor no Brasil. Em 2008, Olak, Slomski e Alves pesquisaram sobre as publicações dos anos de 2000 a 2006. Em 2010, Chagas, Luz, Cavalcante e Araújo abordaram as produções de 2007 a 2009. E em 2012, Garcia focou nos anos de 2010 e 2011. Com isso, justifica-se o trabalho a dar continuidade a essas pesquisas, envolvendo, desta vez, os anos de 2012 a 2015.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 1.3.1 Geral

Verificar a evolução da produção acadêmica da pesquisa contábil acerca do terceiro setor nos anos de 2012 a 2015 no Brasil.

1.3.2 Específicos

 Quantificar as produções acadêmicas que foram publicadas no período em análise;  Identificar as autorias, bem como as Instituições/Programas de onde se originaram

essas pesquisas;

 Analisar a evolução dessas publicações, conforme pesquisas já realizadas em outros períodos;

(20)

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 TERCEIRO SETOR

Na ânsia de definir o que é e em que consiste o Terceiro Setor, é essencial partir do pressuposto que existem dois setores que antecedem a este, que são o Primeiro Setor e o Segundo Setor, representados, respectivamente, pelos Setores Público e Privado, que, por sua vez, são facilmente conceituados e naturalmente entendidos. Salamon (2012, apud COELHO, 2012, p. 22) ao definir Terceiro Setor assegura que é um dos setores mais importantes, porém um dos menos explorados.

De acordo com França et al (2015, p. 25):

Até recentemente, a ordem sociopolítica compreendia apenas dois setores – o público e o privado –, tradicionalmente bem distintos um do outro, tanto no que se refere às suas características como à personalidade. De um lado ficava o estado, a administração pública, a sociedade; do outro, o Mercado, a iniciativa particular e os indivíduos.

Considerando a existência e a discrepância conceitual e de atuação dos dois primeiros setores, o Guia de Orientação para o Profissional da Contabilidade - Terceiro Setor - do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) do Rio Grande do Sul (2016, p. 13), defini-os como:

Primeiro setor: É representado pelo Estado, tendo como uma das principais características em relação aos recursos, que esses são oriundos dos tributos e de financiamentos. Portanto, a aplicação desses recursos deve ser direcionada integralmente na infraestrutura, no bem-estar da sociedade e demais funções pertinentes ao Estado.

Segundo setor: Representado pelas empresas privadas. Tem como característica principal visar ao lucro. Quanto aos recursos, esses são oriundos da própria atividade/operação e de financiamentos. Tendo a aplicação do seu resultado, ou seja, o lucro, observada a Lei das Sociedades por Ações, distribuído aos investidores. E para as sociedades de responsabilidade limitada, conforme designação dos sócios.

Dessa forma, o Setor Público caracteriza-se por usar de recurso público para benefício público, diferenciando-se do Setor Privado por usar recurso privado para benefícios privados, visando, sobretudo, lucratividade. Por conseguinte, a própria Guia do CRC/RS (2016, p. 13) ainda conceitua o Terceiro Setor como:

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19 É representado pelas organizações sem fins lucrativos. A característica principal dessas organizações é que não visam ao lucro. Os recursos são oriundos da própria atividade, além de doações, subvenções e financiamentos, públicos ou privados, sendo a aplicação de tais valores integralmente destinada à manutenção do objetivo a qual foi instituída, de acordo com estatuto. O superávit ao final de cada exercício não deve ser distribuído aos associados/membros, mas, sim, reinvestido nas suas atividades-fim, no país.

Contudo, apesar das dificuldades existentes por partes dos autores da área de elaborarem um conceito definitivo para o que seria o Terceiro Setor, grande parte defende a ideia de que este mescla um pouco dos dois outros setores, especialmente por usar de dinheiro privado para proporcionar o bem-estar da sociedade e de forma voluntária. Dessa forma, Silva (2008, apud PELEGRIN, 2015, p. 17) vem evidenciar que o terceiro setor é visto como uma conjunção entre as finalidades do setor público e a natureza do setor privado, ou seja, é composto por organizações que visam à benefícios coletivos, porém de natureza privada. Além disso, ao obter resultado positivo, este é revertido para a própria organização, a fim de melhorar suas atividades direcionadas à sociedade.

Fischer (2003) ensina que a compreensão sobre os papéis desempenhados pelos diversos tipos de organizações existentes é facilitada pela sua representação no modelo tri-setorial, que surge como uma alternativa à dualidade público-privado que, para as economias capitalistas avançadas, tendeu a colocar-se como sinônimo de Estado versus Mercado.

É apropriado dizer que o Setor Público é responsável pelo atendimento às questões sociais. No entanto, o Estado passou a não conseguir atender à todas as necessidades e precisou de ajuda do setor privado. Por isso, entende-se que o Terceiro Setor são as organizações sem fins lucrativos, porém não governamentais, mas com o objetivo de gerar serviços de caráter público. Paes (2003, p. 88), evidencia que o Terceiro Setor é visto “como o conjunto de organismos, organizações ou instituições sem fins lucrativos dotados de autonomia e administração própria que apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente junto à sociedade civil visando ao seu aperfeiçoamento.”

Segundo Coelho (2012, p. 23) “as entidades que formam o Terceiro Setor têm natureza privada, não almejam, entre seus objetivos sociais, o lucro e prestam serviço em áreas de interesse social e público”. Assim, faz-se necessário aclarar o que representam as entidades de interesse social.

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20

2.2 ENTIDADES DE INTERESSE SOCIAL: FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES

As entidades de interesse social podem ser constituídas, juridicamente, sob a forma de fundação ou associação, ambas sem finalidade lucrativa, podendo ter como objetivo atender às necessidades da sociedade em geral.

2.2.1 Fundações

O CRC/RS ainda através da sua Guia de Orientação para o Profissional da Contabilidade – Terceiro Setor (2016, p. 16), conceitua as Fundações como “organizações sem fins lucrativos, as quais podem ser públicas ou privadas. São instituídas a partir da destinação de um patrimônio com a finalidade de servir a uma causa, podendo esta ser de fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.” Isto é, as fundações são constituídas de bens que visam ser utilizados para algum objetivo específico, desde que esteja vinculado à realização de atividades definidas em seu estatuto. Diniz (1998, p. 11) defende que:

A fundação [grifo da autora] é um complexo de bens livres (universitas bonorum), colocado, por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas, sem intuito de lucro, a serviço de um fim lícito e especial com alcance social, em atenção ao disposto em seu estatuto. É portanto, um patrimônio destinado a uma finalidade socialmente útil, ou seja, filantrópica, que lhe dá unidade.

Dessa maneira, as fundações destinam-se à interesses públicos ou sociais, onde seu patrimônio é constituído por um instituidor, por meio de testamento ou escritura pública, que desliga-se deste para torna-se público, em concordância com o que diz o art. 62 do Código Civil “para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.” O patrimônio, por sua vez, deve ser suficiente para a manutenção da fundação.

Além disso, de acordo com Araújo (2005, p. 17), “uma fundação pode ser criada pelo desejo de apenas um indivíduo, não necessitando que haja a reunião de pessoas para que ela exista”. Deste modo, a fundação não parte de uma reunião de pessoas, podendo esta ser criada a partir do desejo particular. No entanto, Olak e Nascimento (2010, p. 15), defendem que para a existência de uma fundação, se faz necessária a presença dos seguintes elementos:

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21 Um instituidor; uma dotação patrimonial de bens livres; um ato de instituição (testamento, escritura pública ou lei); um estatuto, contendo as regras que irão geri-la e sua estrutura organizacional; aprovação da escrita e dos estatutos pelo representante do Ministério público que exerce a função de curador de fundações; registro da escrituração pública de instituição e dotação no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Novamente conforme o Código Civil, no entanto focando no que dispõe o art 66, as fundações são controladas e fiscalizadas pelo Ministério Público do Estado, sendo acompanhadas por este desde sua fundação até sua extinção.

A fiscalização inclui, entre outras coisas, a prestação de contas dessas fundações, que busca acompanhar com clareza a utilização dos recursos disponibilizados por elas, através de registros e documentos contábeis.

2.2.2 Associações

A outra classificação das entidades de interesse social, são as associações, que assimila-se com as fundações por ambas não objetivarem o lucro. No entanto, segundo o Art. 53 do Código Civil:

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocas.

Diferente das fundações, as associações são constituídas a partir de reuniões de pessoas físicas, que, por sua vez, possuem objetivos em comum. Estas se organizam e decidem desemprenhar atividades sem fins lucrativos, que estão voltadas, principalmente, para o atendimento de interesses sociais ou de seus próprios associados. Diferem-se das fundações também no que diz respeito ao patrimônio, uma vez que as associações não necessitam deste para serem constituídas, visto que seus recursos são adquiridos por meio de doações dos associados e da sociedade.

O Estatuto é o instrumento de constituição de associações. Segundo o art. 54 do Código Civil, o Estatuto deve abranger:

Art. 54. Sob a pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V - o modo de

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22 constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos; (Lei nº 11.127-2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução; VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Lei nº 11.127-2005)

Deve estar previsto também no Estatuto das associações a forma de dissolução destas. Os procedimentos para criação de uma associação são definidos pelo Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor: Elaboração de minuta de estatuto, que será discutida e submetida à deliberação e aprovação da Assembleia Geral; Assembleia Geral de Constituição da Associação, a fim de aprovar o estatuto, bem como realizar a eleição dos membros que irão compor os órgãos internos (diretoria, conselho fiscal, etc) e a sede da associação; Lavratura da ata contendo as seguintes deliberações: o estatuo aprovado, os membros eleitos e a sede da associação; e Registro dos atos constitutivos (ata e estatuto).

2.3 CONTABILIDADE APLICADA AO TERCEIRO SETOR

A contabilidade é conceituada por Silva (2009) como uma ciência social que estuda o patrimônio de uma entidade e suas variações, e proporciona a geração de informações necessárias à tomada de decisões, tornando-se evidente sua importância na configuração de toda entidade, seja esta de fins lucrativos ou não. Com isso, é indispensável que as entidades apresentem todas essas informações, de modo que estas sejam verídicas e seguras, a fim de que possam ser utilizadas na contabilidade e, por conseguinte, na tomada de decisões.

Dessa forma, a contabilidade não é importante apenas para empresas públicas e privadas. Esta tem sua relevância também nas entidades do Terceiro Setor, bem como defendem Niyama e Silva (2008) ao dizerem que a contabilidade deve mostrar preocupação com o trabalho social das entidades do terceiro setor, incluindo os atendimentos aos mais carentes e os benefícios à parcela menos favorecida, tornando-se um parâmetro para que o doador de recursos avalie o impacto social promovido pela organização. Além disso, essas entidades necessitam de Leis próprias para que possam se desenvolver de maneira mais sólida e organizada.

Um das principais obrigações das entidades beneficentes, bem como evidencia o Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor, está associada à prestação de contas, isso porque os recursos obtidos por essas organizações advém tanto do governo como de iniciativas privadas, e estes, por sua vez, podem desejar acompanhar a aplicação desses recursos.

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23

O Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015), ainda define a Prestação de contas como:

o conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos administradores das entidade, segundo as competências de cada órgão e autoridade, na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei.

Dessa maneira, a prestação de contas torna-se fundamental para que os doadores continuem a contribuir com essas organizações, uma vez que a partir dela pode-se verificar se os recursos estão sendo utilizados para seus devidos fins, tornando os doadores usuários das informações contábeis dessas instituições.

2.3.1 Normas

As Organizações sem fins lucrativos, assim como as demais empresas, devem seguir as Normas Brasileiras de Contabilidade. No entanto, essas instituições possuem termologias específicas, que fazem com que sejam criadas Normas exclusivas para essas entidades.

O Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015, p. 81), quanto às Normas aplicadas ao referido setor, diz que:

No primeiro momento, em busca de orientação normativa para o terceiro setor, foi editada a Lei n.º 9.790, de 23/3/1999, e sua regulamentação, que se inserem de forma inquestionável no Direito positivo brasileiro como a legislação que nasceu para servir de parâmetro e de referência para a contabilidade das entidades sem fins lucrativos.

No entanto, o mencionado Manual ainda afirma que a estrutura das demonstrações exigidas pela referida Lei para as organizações do Terceiro Setor têm suas estruturadas estabelecidas na Lei das Sociedades Anônimas. Em consonância à isso, Alves (2008) evidencia a exigência de uma legislação própria para essas entidades, uma vez que estas possuem necessidades específicas que precisam ser abrangidas em lei exclusiva. Pensando nisso, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) editou algumas Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas (NBC T) e Interpretações Técnicas Gerais (ITG) para atender às particularidades das organizações do Terceiro Setor.

De acordo, ainda, com o Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015), as primeiras resoluções emitidas a fim de enquadrar as organizações sem fins lucrativos foram a de n° 686/1990, que aprovou a NBC T 3, e aborda conceito, conteúdo e nomenclatura das

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demonstrações contábeis, já revogada pela Resolução CFC 1.283/2010; a de n° 837/1999, que aprovou a NBC T 10.4, tratando das Fundações, e a de n° 877/2000, que aprovou a NBC T 10.19, que versa sobre as entidades sem fins lucrativos, sendo a primeira Norma Brasileira que traz um esquema de como deve ser a adequada contabilização das organizações sem fins lucrativos.

A Resolução n ° 1305/2010 tem importância significativa na busca pelo enquadramento específico em Normas e Leis contábeis para entidades do terceiro setor. Essa aprovou a NBC TG 07, regulamentando o tratamento contábil da Subvenção e da Assistência Governamentais, consoante aos padrões internacionais de contabilidade, expondo definições, regras e procedimentos de contabilização e controle para as subvenções e para as doações realizadas pelo Poder Público.

Em 2012 foi aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) a ITG 2002, a fim de consolidar e integrar as resoluções e normas que tratam das entidades de interesse social, visando estabelecer critérios e procedimentos contábeis específicos para entidades do Terceiro Setor, no âmbito das normas internacionais de contabilidade. (Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor, 2015). Esta Interpretação Técnica consolidou e revogou as NBC T 10.19, NBC T 10.4 e NBC T 10.18.

A ITG 2002 é destinada à nortear as exigências legais que dizem respeito aos procedimentos contábeis à serem cumpridos pelas entidades sem fins lucrativos. Afirma, entre outras coisas, que os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, bem como que estas devem ser reconhecidas mensalmente através do regime contábil de competência.

2.3.2 Contabilidade por Fundos

Olak e Nascimento (2000, p. 5) defendem que “nos domínios contábeis, o termo “Fundo” é normalmente empregado para designar a concentração de recursos de várias procedências para a consecução de determinado fim. É, no entanto, no Sistema de Contabilidade por Fundos que esta visão se consolida.” Dessa forma, os fundos são registrados de maneira que possam atender às atividades e projetos aos quais foram doados ou obedecer às restrições impostas pelos órgãos diretivos da própria entidade. Com isso, o GASB apud Olak e Nascimento (2000, p. 5) conceitua fundo como:

uma entidade contábil e fiscal com um elenco próprio de contas para registro de caixa e outros recursos financeiros, suas dívidas relacionadas, bem como

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25 o fundo líquido e suas respectivas alterações, cujas contas são segregadas para assegurar o cumprimento de atividades específicas ou para obtenção de certos objetivos de acordo com as regras, limitações e restrições especiais.

Dessa maneira, é possível dizer que um fundo detém de recursos próprios para serem aplicados em projetos específicos, possuindo, portanto, ativos específicos e limitados. Sendo assim, a contabilidade pode registrá-los separadamente, uma vez que em uma mesma entidade podem existir vários tipos de fundos.

Olak e Nascimento (2000, p. 6) afirmam que as principais categorias de fundos são as contribuições, doações e subvenções, e que estas podem obter finalidades específicas ou não “As principais fontes de recursos nas entidades sem fins lucrativos são, via de regra, as contribuições, doações e subvenções. Esses recursos recebidos podem vir ou não acompanhados de “imposições” quanto à sua utilização”. Isto é, há recursos que devem respeitar as finalidades as quais foram arrecadados. No entanto, isso não implica dizer que isso ocorrerá com todos os recursos angariados. Existem também aqueles que não necessariamente precisam obedecer à exigências específicas, podendo estes serem utilizados livremente. Sendo assim, quanto à esse tipo de recurso, Olak e Nascimento ainda dizem que “Para as contribuições recebidas sem qualquer restrição, os órgãos diretivos da entidade têm autonomia para decidir quando e onde gastar os recursos recebidos. Não há nenhuma restrição externa quanto a sua utilização.”

Para Martins (1997) a Contabilidade por Fundos é uma forma de registro contábil, onde as entidades segregam os ativos, os passivos e até o patrimônio líquido, em função da natureza dos recursos que estão sendo utilizados, de acordo com a necessidade de se manter o controle em função do uso desses mesmo recursos.

Nesse sentido, a Contabilidade por Fundos é tida como de fundamental importância para as entidades do terceiro setor, uma vez que o controle dos fundos patrimoniais se faz necessário, especialmente para garantir transparência na administração e na prestação de contas aos usuários em geral.

2.3.3 Demonstrações Contábeis

São entendidas por demonstrações contábeis relatórios que devem ser feitos regularmente e que apresentam informações sobre a real situação financeira e patrimonial de uma determinada entidade. É necessário que essas informações sejam transmitidas

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corretamente, uma vez que servem para tomadas de decisões e avaliações por parte dos usuários.

A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 1° afirma que o objetivo das Demonstrações Contábeis é de “fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuário em suas avaliações e tomada de decisão econômica.”

As Demonstrações Contábeis são 7, sendo elas: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) e Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas.

Quanto às demonstrações contábeis exigidas às organizações sem fins lucrativos, a ITG 2002 afirma que:

as demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pela Entidade sem Finalidade de Lucros são o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado do Período, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicáveis.

Embora as demonstrações contábeis das organizações coincidam com as das empresas dos demais setores, estas possuem contas específicas e, com isso, nomenclaturas diferentes, mas que também estão evidenciadas na Interpretação Técnica já mencionada:

No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido. No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período, das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do período.

Percebe-se que nas entidades do Terceiro Setor, o Capital passa a ser chamado por Patrimônio Social. Cabe dizer ainda que foi apenas uma alteração na nomenclatura, uma vez que a equação para esta conta permanece a mesma das empresas privadas: Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido.

Santos (2010, apud Silva, 2015, p. 25) declara que “independentemente da terminologia adotada, é essencial para as entidades sem fins lucrativos evidenciar as ações dos gestores em termos de volume de recursos obtidos e custos e despesas empregadas nas atividades dessas organizações.”

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É imprescindível que a elaboração das demonstrações contábeis seja feita de forma correta, atendendo especificações legais, uma vez que isso implica na permanência dos doadores de recursos, bem como nos benefícios de fiscais com a isenção de impostos.

No que diz respeito ao balanço patrimonial, este evidencia a real situação patrimonial e financeira de uma entidade em uma data específica. Segundo Martins et al (2013) “O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, uma posição estática.”

O Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015, p. 189) diz que “os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido.” O ativo resume-se aos bens e direitos da empresa que possuem valor econômico; O passivo, por sua vez, são as dívidas e obrigações frente à terceiros; E, por fim, o Patrimônio Líquido, que é constituído pelos direitos e obrigações dos acionistas, e seu valor é encontrado a partir da equação: Ativo (-) Passivo.

Quanto à DRE, esta é um demonstrativo que busca a formação do resultado líquido em um exercício, confrontando as receitas, os custos e despesas apuradas segundo o princípio da competência.

Marion (2013) defende que:

A Demonstração do Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de tempo, onde sobressai um dos valores mais importantes às pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período – Lucro ou Prejuízo. Ao mostrar como se formou o lucro ou o prejuízo, muitas das variações do Patrimônio Líquido ficam esclarecidas.

Este demonstrativo é chamado por Demonstração do Resultado do Período nas entidades do Terceiro Setor. Nesta demonstração, as organizações devem destacar as informações de gratuidades concedidas e serviços voluntários obtidos, e divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade. (Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015))

Já a DMPL mostra a movimentação ocorrida nas contas do patrimônio líquido durante o exercício social. O Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015, p. 204) analisa a DMPL como:

Essa demonstração contábil tem o propósito de apresentar as variações ocorridas no patrimônio líquido da Entidade sem Finalidade de Lucros, e a sua posição contábil-financeira ao final do período, tendo como base a movimentação ocorrida nas contas que fazem parte de sua composição.

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Com isso, Marion (2013) afirma que a DMPL é uma demonstração de muita utilidade, visto que fornece toda a movimentação ocorrida durante o exercício nas contas que fazem parte do Patrimônio Líquido, indicando o fluxo de uma conta para a outra, bem como a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição do Patrimônio Líquido durante o exercício. A Demonstração do Fluxo de Caixa, por sua vez, permite visualizar a posição financeira da entidade, propiciando saber as modificações relacionadas as entradas e saídas de caixa (numerários em mãos e depósitos bancários disponíveis) ou equivalentes (aplicações de alta liquidez, com curto prazo, facilmente convertidas em dinheiro), durante um determinado período. Essas variações são realizadas e alocadas conforme as necessidades da empresa (suas despesas e ganhos diversos).

Marion (apud MARION 2013, pg. 75) afirma que: “a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) indica a origem de todo o dinheiro que entrou no Caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do Caixa em determinado período, e ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro.” Sendo provável um melhor entendimento à respeito dos recursos financeiros da entidade, uma vez que é possível constatar a natureza e a destinação destes.

O Fluxo de Caixa é divido em atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. No entanto, no que tange às entidades do Terceiro Setor, na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser classificadas nos fluxos das atividades operacionais, segundo o próprio Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (2015).

O Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, através da sua Guia de Orientação para o Profissional da Contabilidade – Terceiro Setor (2015), evidencia que “As notas explicativas complementam o conjunto das demonstrações contábeis e visam a evidenciar, por meio de notas claras e precisas, os procedimentos adotados pelos profissionais da Contabilidade quanto à elaboração das demonstrações contábeis.” Dessa forma, as Notas Explicativas são essenciais à qualquer entidade, uma vez que facilita a compreensão dos demonstrativos contábeis.

Em síntese, nota-se que a contabilidade assume um papel fundamental nas entidades não governamentais sem fins lucrativos, uma vez que esta disponibiliza informações gerenciais para a organização, satisfazendo, inclusive, exigências legais, bem como está presente na prestação de contas e, consequentemente, no exercício da transparência dos seus atos e da aplicabilidade dos seus recursos. Com uma gestão transparente, torna-se possível a entrada de mais recursos, mantendo, dessa forma, a sustentabilidade dessas organizações.

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2.4 Pesquisa Contábil

É sabido que a principal fonte da produção científica tem sua origem nas universidades. Mota e Torkomian (2011) alertam que a ciência brasileira responde por 2,7% da produção científica mundial e que essa participação dobrou entre 2000 e 2009, período em que o número de publicações indexadas na base de dados National Science Indicators (NSI) aumentou 205%. Costa (2011) também se vale do crescimento científico do país para justificar a importância das fundações de apoio e destaca que o Brasil ocupava, em 2008, a posição de 13º produtor de conhecimento novo no mundo. No mesmo ano, o país produziu, 26.482 artigos científicos, sendo que 90% das publicações brasileiras são oriundas das universidades públicas.

Conforme publicado pela Nature Index 2015, o Brasil ocupa posição de destaque em ranking de qualidade científica, medido a partir de periódicos de impacto: primeiro lugar na América Latina e 23º no ranking global. Caldas (2007 apud ESPEJO et al, 2009, p. 95) defende que “o papel das publicações nacionais é veicular o resultado da investigação científica derivada da realidade local e também promover a inserção da produção nacional no cenário internacional”.

No cenário da contabilidade tem-se um crescimento dos programas de pós-graduação strictu sensu, o que sugere um aumento nas pesquisas da área contábil. Nesse contexto, Oliveira (2002, p. 72) defende que “o estudo do estado-da-arte dos periódicos brasileiros especializados em contabilidade é muito importante, uma vez que eles estão entre os principais instrumentos de divulgação da produção científica contábil”.

Ainda no que se refere à pesquisa contábil, Espejo et al (2009), defendem que ela pode ser entendida como um elo funcional entre a teoria e os problemas e oportunidades pragmáticos. Os mesmo autores propõe a classificação da pesquisa contábil a partir dos enfoques, da abordagem e das tipologias metodológicas.

No que se refere aos enfoques, Espejo et al (2009, p. 96) afirmam que “a pesquisa em contabilidade – no sentido amplo – não é guiada somente por princípios econômicos; há interferências dos fatores sociais e estruturais”, os quais são elencados no quadro 1.

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Quadro 01: Enfoques à Pesquisa Contábil

Fonte: ESPEJO, et al (2009, p.97), adaptado de Belkaoui (1986), Burns e Scapens (2000) e Morgan (1996)

Assim as pesquisas em contabilidade podem ser classificadas como econômico, contingencial, comportamental e institucional. Tais pesquisas podem ser classificadas ainda quanto às tipologias de estudo, que podem ser conforme descrito no quadro abaixo.

Quadro 02: Tipologias de Estudo Aplicadas à Pesquisa Contábil

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No contexto da pesquisa contábil, Espejo et al (2009) apresentam ainda classificação em relação à abordagem normativa ou positiva. Os autores entendem que a abordagem normativa refere-se a pesquisas relativas à soluções de problemas práticos profissionais, enquanto que a abordagem positiva leva em consideração também as inter-relações da contabilidade e a sociedade.

Quanto às pesquisas com foco no Terceiro Setor,Chagas et al (2011) afirmam que “é notório que muitas pesquisas têm sido realizadas no âmbito da Contabilidade nas áreas de auditoria, custos, normas contábeis, mas poucas na área do Terceiro Setor”. Nesse mesmo pensamento, os próprios autores ainda evidenciam que não se pode descuidar das pesquisas nesta área, uma vez que são necessárias para o aprimoramento das informações contábeis deste setor.

Garcia (2012) assegura que no estudo realizado por Alves et al (2008) foi constatado que somente a partir do ano 2000 foi que se deu início ao surgimento dos primeiros trabalhos acadêmicos no Brasil, que tratavam de aspectos contábeis no Terceiro Setor. Nessa mesma pesquisa, os autores ainda afirmam que esses primeiros trabalhos foram estimulados pela publicação das primeiras Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas que tratavam do terceiro setor, em 1999.

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3 METODOLOGIA 3.1 TIPO DA PESQUISA

Inicialmente, para a realização da pesquisa, foi efetuado uma série de pesquisas bibliográficas e descritiva com o propósito de adquirir e aprimorar os conhecimentos teóricos do assunto tratado.

Segundo Lakatos e Marconi (2010, pg. 166):

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas.

Posteriormente, a análise dos dados foi feita de modo qualitativo, a fim de realizar o levantamento dos dados necessários para a análise, interpretando os resultados e ampliando os conhecimentos acerca do assunto. Quanto à amostra da pesquisa, Gerhardt e Silveira (2009) afirmam que o objetivo é produzir informações aprofundadas e ilustrativas, seja ela pequena ou grande, o importante é que seja capaz de produzir novas informações.

Com vista à coleta de dados, ela é realizada através de uma pesquisa bibliométrica, que caracteriza-se por ser, segundo Macia-Chapula (1998, apud PELEGRIN, 2015), um estudo da produção, disseminação e uso da informação registrada.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

No referente trabalho foi desenvolvida uma réplica adaptada da metodologia adotada nos trabalhos produzidos por Olak, Slomski e Alves (2008) que abordaram a respeito das “Publicações acadêmicas da pesquisa contábil no Brasil, no âmbito das organizações do terceiro setor”, tomando como base o intervalo de tempo entre os anos de 2000 a 2006; por Chagas et al (2010), que tratou das “Publicações Acadêmicas de Pesquisas em Contabilidade sobre Terceiro Setor no Brasil: Análise do Período de 2007 a 2009”; e ainda por Garcia (2012), que abordou as “Produções Acadêmicas de pesquisas contábeis no terceiro setor no Brasil entre os anos 2010 e 2011”. Visando dar prosseguimento à esses trabalhos,

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objetivou-33

se atualizar e obter novos dados a fim de serem comparados com os já coletados nos mencionados trabalhos. Dessa forma, a referida pesquisa girou em torno dos anos de 2012 a 2015. Também foi inserida a análise dos estudos encontrados com base na metodologia adaptada do trabalho de Espejo et al (2009) intitulado “Estado da Arte da Pesquisa Contábil: Um estudo bibliométrico de periódicos nacional e internacionalmente veiculados entre 2003 e 2007”.

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DOS DADOS

Tendo em vista que o objetivo principal da pesquisa é analisar a evolução dos trabalhos realizados na área do terceiro setor, comparando, dessa forma, com trabalhos anteriores, foi necessário que utilizasse o mesmo roteiro destes referidos trabalhos. Dessa forma, a pesquisa foi feita por meio de consultas eletrônicas, onde foi possível coletar os artigos científicos, as dissertações e teses que tratavam do terceiro setor, e que foram escritos com foque à contabilidade, nos anos de 2012 a 2015, acompanhando os avanços dessas pesquisas nessa área.

Contudo, a pesquisa utilizou do seguinte banco de dados para que pudesse dar prosseguimento à realização do trabalho: Teses e Dissertações da Capes, FEA/USP, FUCAPE, FURB, PUC/SP, UFAM, UFC, UFMG, UFPE, UFPR, UFSC, UnB/UFPB/UFRN, UNIFECAP, UNISINOS, USP, UFES, UFU e UEM. Todas essas instituições são programas de Mestrado e Doutorado em Ciências Contábeis no Brasil. Os programas UERJ, UFBA e UFRJ não foram inclusos na pesquisa, uma vez que as páginas dos repositórios não estavam acessíveis.

3.3 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Para a realização da pesquisa, que utilizou do banco de dados acima, fez-se uso das seguintes palavras-chave: Terceiro Setor; Organizações Sociais; Organizações não-governamentais; Entidades sem fins-lucrativos; Entidades filantrópicas; Entidades beneficentes e Organizações da Sociedade Civil. Refinou-se a pesquisa associando essas palavras à área de Contabilidade e aos anos de interesse (2012 a 2015). Por conseguinte, foram analisados os trabalhos apresentados pelos repositórios, observando os títulos, palavras-chaves e resumos, a fim de identificar os que se encaixavam perfeitamente na pesquisa.

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Com isso, foi possível definir os trabalhos e apresenta-los em forma de planilha, constando os títulos e seus respectivos autores, que estão apensados nos anexos deste trabalho.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a realização da pesquisa, atendendo aos parâmetros já mencionados, a coleta de dados apresentou os seguintes números: Foram catalogados 18 trabalhos, estando esses distribuídos da seguinte maneira: 16 dissertações e 2 artigos científicos. Classificando por ano, temos que em 2012 foram produzidas 7 dissertações, mas nenhum artigo. No ano de 2013, foram desenvolvidos 4 dissertações e 1 artigo. Já no ano de 2014, teve-se apenas 2 dissertações e 1 artigo. E, por fim, no último ano de análise, foram produzidas 3 dissertações.

Ao final, pôde-se observar que 22 autores participaram da produção desses trabalhos. Portanto, é cabível destacar que nem todos os trabalhos foram produzidos por apenas um único autor.

4.1 QUANTIFICAÇÃO DOS TRABALHOS APRESENTADOS

Para uma melhor visualização da coleta de dados, os dados foram separados e organizados conforme suas distinções e apresentados em forma de planilha. Dessa maneira, estão demonstrados todos os trabalhos dos anos de 2000 a 2011, que foram coletados a partir dos trabalhos já mencionados, acrescido dos anos de 2012 a 2015, que resultaram desta pesquisa. Com isso, é possível analisar, nestes específicos anos, se houve uma evolução quantitativa nas produções de trabalhos e pesquisas referentes ao Terceiro Setor no panorama do curso de Ciências Contábeis.

Quadro 03 – Produção Acadêmica e sua Divulgação no Período 2000 a 2015

Ano Tese Dissertações Congressos Revistas TOTAL

2000 1 1 1 - 3 2001 - - - - 0 2002 - 2 1 - 3 2003 - 6 3 1 10 2004 - 6 2 - 8 2005 - 3 4 - 7 2006 - 2 4 1 7 2007 - 4 2 - 6

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36 2008 - 4 2 1 7 2009 4 5 9 1 19 2010 1 7 - - 8 2011 - 6 4 2 12 2012 - 7 - - 7 2013 - 4 1 - 5 2014 - 2 1 - 3 2015 - 3 - - 3 Total 6 62 34 6 108

Fonte: Adaptado do trabalho de Olak et al (2008)

Após a coleta dos trabalhos abrangendo os anos de 2000 a 2015, foi possível perceber que até o período anterior ao da referente pesquisa (2000 a 2011), foram desenvolvidos 90 trabalhos, entre teses, dissertações e artigos. Os 4 anos posteriores, objetos desta análise, somaram 18 trabalhos, apontando um percentual de 20% no aumento total das produções relativas ao Terceiro Setor, na área contábil. Dentre esses 18 trabalhos, estão contabilizados apenas dissertações e artigos. Não houve publicações de teses nesse período.

Mesmo com o aumento de 20%, a evolução nas publicações nessa temática diminuíram consideravelmente, uma vez que ao calcularmos uma média anual de todo o período abordado, temos um valor de 6,75 publicações/ano. Com isso, percebemos que os anos de 2013 a 2015 estão abaixo da média anual. Apenas o ano de 2012 atinge a média, onde, neste ano, foram publicadas 7 dissertações.

A seguir, o gráfico demonstra a oscilação da evolução nas publicações de trabalhos e pesquisas do Terceiro Setor.

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Gráfico 01: Produções Acadêmicas nos anos 2000 a 2015

Fonte: Adaptado do trabalho de Garcia (2012)

Ao observar o intervalo de 2000 a 2009, temos uma média de 7 publicações por ano, descantando-se o ano de 2001, por ter sido o único que não constatou nenhuma publicação referente ao assunto, e o ano de 2009 por ter sido o com mais trabalhos publicados nesse período e até então, somando 19 pesquisas na área. Inclusive, Garcia (2008) evidencia que essa quantidade de trabalhos em 2008 se deve a grande parte ter sido publicada no Encontro da Associação nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ENANPAD), que este trazia como uma dos temas de suas edições “Contabilidade Governamental e Terceiro Setor”, o que estimulou a produção de trabalhos a cerca do assunto.

Na terceira análise, que envolve os anos de 2010 e 2011, a média anual foi de 10 trabalhos, a maior dos períodos analisados. Com isso, a menor média de publicações é, de fato, a dos últimos 4 anos, que é de apenas 4,5 publicações/ano. Com isso, os últimos anos acabaram contriduindo para a redução da média anual, que até 2011 era de 7,5, passando a ser agora de 6,75.

Ao analisarmos apenas os anos os quais se referem este estudo, temos o gráfico a seguir:

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Gráfico 02 – Redução de publicações nos anos de 2012 a 2015

Fonte: Elaboração própria

Ao observamos somente os anos em questão, é possível notar uma redução no registro de publicações quase que em todos os anos. Do ano de 2011 para 2012, foi reduzido em 5 publicações, uma vez que em 2011 foi registrado 12 produções, como visto no Quando 01, e no ano de 2012 apenas 7. A partir daí, a redução de publicações vem mostrando-se frequente. De 2012 para 2013, reduziu em 2 publicações, e o mesmo acontece de 2013 para 2014. Os únicos anos em que a quantidade de publicações se mantém constante é em 2014 e 2015, com 3 registros em cada ano.

Gráfico 03 – Médias comparadas dos anos de 2000 a 2011 e de 2012 a 2015

Fonte: Adaptado do trabalho de Garcia (2012)

Com vista ao gráfico acima, é possível observar a discrepância das médias dos anos abordados, principalmente no que se trata das publicações de congressos. Nesse aspecto, houve uma diminuição na média de 2,17, um valor bastante significante. No entanto, no que

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diz respeito às Revistas e Teses, essa redunção não teve tanta expressividade, uma vez que em ambas a diferença foi de 0,5 na média. Porém, essa diminuição levou às médias dos anos de 2012 a 2015 em revistas e teses à indice 0, isto é, identificando que não houve nenhuma publicação desse porte. Quanto às dissertações, houve um aumento pouco significativo de 0,17, o único aumento de médias analisados por essa ótica.

Tendo em vista que a quantidade de publicações dos anos de 2012 a 2015 mudaram de acordo com a média existente entre os anos de 2000 a 2011, obtivemos uma nova média, agora incluindo os referentes anos. Com isso, o gráfico abaixo faz um comparativo entre a média existe antes e depois da pesquisa dos 4 últimos anos.

Gráfico 04 – Comparativo de médias.

Fonte: Elaboração própria.

A partir do gráfico acima, percebemos que com as publicações dos últimos 4 anos a média de todo o período diminuiu no que diz respeito às Revistas, os Congressos e as teses, de 0,5 para 0,375, de 2,67 para 2,62 e de 0,5 para 0,375, respectivamente. Em contra partida, quanto a média das dissertações, esta foi a única que subiu, partindo de 3,83 para 3,87. No entanto, em uma visão abrangente, a redução das médias é um dado preocupante, uma vez que mostra, no geral, que as pesquisas têm diminuido ao longo desses últimos anos.

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Gráfico 05 – Distribuição das publicações dos anos de 2012 a 2015

Fonte: Elaboração própria

O gráfico acima mostra a distruição das publicações do terceiro setor nos anos de 2012 a 2015. Observa-se que as dissertações ocupam grande parte das publicações, obtendo um percentual bastante significativo de 89% das publicações totais desse período. Os artigos de congressos ocupam os 11% restantes, evidenciando, mais uma vez, que não houve publicações em Revistas e Teses nesse período e, com isso, temos que a distriuição não é vista com excelência nesse intervalo de tempo. Fazendo um compartivo dessa distribuição antes e depois do período total das pesquisas na área, obtivemos o gráfico abaixo:

Gráfico 06 – Percentual da produção acadêmica por tipo de pesquisa

Fonte: Elaboração própria

Como é possível observar, as dissertações, mais uma vez, destacam-se por manter a maioria das produções acadêmicas do terceiro setor quando analisados os períodos de 2000 a 2011 e o período total das análises já feitas sobre o assunto. Esta, por sua vez, aumenta de

0% 11%

89% 0%

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51% para 57,40% das publicações totais. No entanto, no que diz respeito as demais publicações, todas sofrem uma redução no seu percentual, e isso justifica-se pelo fato das dissertações terem assumido grande parte das publicações entre 2012 a 2015, estando as Revistas e Teses ausentes nesse mesmo período. Com isso, as Revistas passam de 7% a 5,56%, bem como as teses. Já os congressos, de 35% para 31,48%.

É cabível dizer que existe uma melhor distribuição das produções no primeiro intervalo de tempo (de 2000 a 2011), ainda que as dissertações de mestrado tenham sido as que mais tem contribuindo para os avanços das pesquisas e, consequentemente, para os estudos da área do teceiro setor.

4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS AUTORES RESPONSÁVEIS PELA REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS ENCONTRADOS NO PERÍODO DE 2012 À 2015

Abaixo estão listados todos os autores dos trabalhos encontrados no período em questão, evidenciando a quantidade de trabalhos publicadaos por cada um.

Tabela 01 – Autores e a Produção Acadêmica no Período 2012 a 2015

N° Autor Dissertações Participação

em Artigos (*)

Soma

1 Andréa Marques Freire 1 - 1

2 Cláudia de Queiroz Cançado Gontijo

1 - 1

3 Cristiane Nagai 1 - 1

4 Dayane Mendes Santos - 1 1

5 Fabiano Ferreira 1 - 1

6 Fernando Maciel Ramos 1 - 1

7 Izabel de Medeiros Coelho 1 - 1

8 Jorge Eduardo Scarpin - 1 1

9 Kevin Joseph Good 1 - 1

10 Leandro Politelo - 1 1

11 Leila Lucia Arruda 1 - 1

(44)

42

13 Luciana Parreira Pinheiro Pereira

1 - 1

14 Marco Antonio Figueiredo Milani Filho

- 1 1

15 Marcus Vinicius Moreira Zittei - 1 1

16 Milton José de Souza 1 - 1

17 Rejane Da Rocha Pacheco 1 - 1

18 Sandra Mara Ribeiro 1 - 1

19 Sayuri Unoki de Azevedo 1 - 1

20 Sheila Jeane Schulz 1 - 1

21 Suelen Bevilaquia 1 - 1

22 Tatiane Ferreira Gaiot - 1 1

TOTAL 16 6 22

* Os dois artigos encontrados foram escritos por 3 autores cada. Fonte: Adaptado do trabalho de Olak et al (2008)

Ao analisar o Quadro 2, observa-se que, no período em questão, cada autor participou de apenas uma produção. No entanto, ressalta-se que um dos autores apresentados, Marco Antônio Figueiredo Milani Filho, possui outras 4 produções, sendo essas 2 artigos (2003 e 2006), uma dissertação (2004) e uma tese (2009). Os demais autores apresentados na análise de 2012 a 2015 não possuem outros registros de publicações de trabalhos referentes ao Terceiro Setor, na visão contábil, no período referente aos anos de 2000 a 2015.

Evidencia-se, contudo, que mais autores, salvo Marco Antônio F. Milani Filho, se destacam pela quantidade de publicações na área em questão durante os últimos 16 anos. A exemplo disso, tem-se Cássia Vanessa Olak Alves Cruz, que possui 6 trabalhos produzidos, um a mais do que o autor anteriormente citado. Entre seus trabalhos estão 4 artigos, 1 dissertação e 1 doutorado.

Apesar disso, é incontestável a real necessidade de estímulo aos autores, para que estes possam continuar produzindo à respeito do tema em questão, dando continuidade aos seus trabalhos, enriquecendo cada vez mais as informações contábeis relativas ao Terceiro Setor, tornando este um tema amplo e bem abordado.

4.3 ORIGENS DAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS DO PERÍODO DE 2012 À 2015, POR INSTITUIÇÃO/PROGRAMA

(45)

43

Ao observarmos a origem das produções acadêmicas no período descrito, constatamos que a FURB foi a que mais contribui na realização desses trabalhos, publicando 3 dissertações, perfazendo 18,75% do total das publicações nesse intervalo de tempo. Em seguida, tem-se FEA/USP, PUC/SP, UFPR, UnB/UFPB/UFRN e UNISINOS, onde cada uma publicou 2 dissertações cada. As demais que foram registradas tiveram pouca representatividade, com apenas 1 dissertação cada.

Quadro 04 – Produção Acadêmica de Dissertações no Período de 2012 à 2015

Instituição/Programa Dissertações FEA/USP 2 FUCAPE 1 FURB 3 PUC/SP 2 UFPR 2 UFSC 1 Unb/UFPB/UFRN 2 UNIFECAP 1 UNISINOS 2 TOTAL 16

Fonte: Elaboração própria

Ao compararmos com as pesquisas anteriores, observamos que a grande maioria das instituições/programas se repetem nesse rol, com exceção da FURB e FUCAPE, que foi a primeira vez que registraram publicações sobre o assunto. É importante dizer, ainda, que isso é um dado relevante, porque à medida que consideramos uma informação positiva, pelo surgimento de novas instituições/programas nesses quadro, julgamos um número ainda pouco expressivo.

Contudo, é essencial dar um destaque especial à FURB, que além de ter aparecido a primeira vez nessas pesquisas, foi a que teve mais publicações no período em questão (2012 a 2015).

Em uma análise de todas as pesquisas realizadas de 2000 a 2015, constata-se que as instituições/programas que mais publicaram à respeito do assunto, foram FEA/USP e

Referências

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