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Caracterização morfodinâmica e vulnerabilidade à erosão do Litoral Leste da Ilha de Itamaracá - PE

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS PÓS – GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA SEDIMENTAR E AMBIENTAL. Juvenita Lucena de Albuquerque CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ – PE Dissertação de Mestrado 2009.

(2) Juvenita Lucena de Albuquerque Geógrafa, Universidade Federal de Pernambuco, 1982. Especialista em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, 1986.. CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E VULNERABILIDADE À EROSÃO DO LITORAL LESTE DA ILHA DE ITAMARACÁ - PE. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Geociências do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco, orientada pelo Profº Valdir do Amaral Vaz Manso, em preenchimento parcial para obter do grau de Mestre em Geociências, área de concentração Geologia Sedimentar e Ambiental, defendida e aprovada em 30 de abril de 2009.. Recife, PE 2009.

(3) A345c. Albuquerque, Juvenita Lucena de. Caracterização morfodinâmica e vulnerabilidade à erosão do litoral leste da ilha de Itamaracá-PE / Juvenita Lucena de Albuquerque. – Recife: O Autor, 2009. xxi, 125 folhas, il : grafs., tabs., figs. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Geociências, 2009. Inclui Bibliografia e Anexos. 1. Geociências. 2.Morfodinâmica. 3.Granulometria. 4 Morfoscopia. 5. Vulnerabilidade I. Título UFPE 551. CDD (22. ed.). BCTG/2009-099.

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(5) DEDICATÓRIA. À Profª Drª Maria Marlene da Silva, minha primeira mestra, que me mostrou os caminhos da Geografia Agrária e me encorajou nos vários momentos da minha vida. À Profª Drª Maria José de Araújo Lima, que me ensinou os fundamentos da Ecologia Humana e me incentivou na retomada da minha capacitação profissional..

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus pela saúde, paz e serenidade nos momentos de angústia. A Fundação Joaquim Nabuco, que me concedeu dispensa parcial para cursar o mestrado. A Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, que me disponibilizou infra-estrutura e apoio logístico para execução do meu trabalho, mas principalmente acreditou na minha capacidade. Ao Prof. Dr. Valdir do Amaral Vaz Manso, que acreditou no meu trabalho e na condição de orientador científico muito contribuiu para o desenvolvimento desta dissertação. A Profa. Dra. Margareth Alheiros, que me despertou o interesse Geologia Ambiental. Ao Prof. Dr. Virgínio Henrique Neumann, pelo cordial acolhimento em minha chegada ao Departamento de Geologia e incondicional amizade e apoio. A Profa. Dra. Lúcia Maria Mafra Valença, que na qualidade de professora do Programa sempre se mostrou solidária e predisposta em colaborar na trilha da qualificação profissional dos seus alunos. Ao Prof. Dr. Gorki Mariano, que na condição de Coordenador do Programa de Pósgraduação, esteve sempre empenhado e dedicado em atender as solicitações dos mestrandos e doutorandos. Aos professores e professoras com os quais tive o privilégio de vivenciar com as suas experiências profissionais na área de conhecimento da Geologia, e que em muito contribuíram para o meu crescimento profissional. Aos colegas da Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia, em especial a Tarcísio Quinamo, Coordenador do Projeto Dinâmicas Ecológicas em Ambientes Estuarinos: interações e intervenções, cujo subprojeto possibilitou a elaboração desta dissertação. Ao Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM) que disponibilizou os equipamentos necessários aos trabalhos de campo e de laboratório. A todos que fazem o Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) pelas colaborações e amizades, especialmente a Miguel Arrais, Daniel, João, Joathan, Tiago, André e Bruno. Ao Laboratório de Sismologia (Sismos), em especial a Antônio Barbosa e Felipe, pelas sugestões e apoio na seleção e fotografias das amostras para morfoscopia..

(7) A Elida Regina Lima, pela confecção dos mapas de localização dos perfis, das amostras de sedimentos, bem como pela paciência em me capacitar para o uso dos programas Anased, Grapher e Surfer. Aos colegas e amigos Marinete Xavier, pelas sugestões e empréstimos bibliográficos, e Luciano Cintrão, pelos esclarecimentos sobre os parâmetros estatísticos e análise morfoscópica. A Walmisa Araújo, ex-secretária da pós-graduação em Geociências, pelo seu profissionalismo e dedicação. A Elizabeth Galdino, secretária da pós-graduação em Geociências, pela paciência e dedicação aos mestrandos e doutorandos. A minha família, cuja compreensão e paciência pelas ausências foram indispensáveis. E em especial, a Reginaldo Gomes Maciel, esposo e companheiro, sempre presente em todas as etapas do trabalho. A Luíza Maria, minha auxiliar, cujo apoio e dedicação são indispensáveis nos afazeres do lar. Ao Sr. Luis, que mesmo aposentado, sempre disposto a atender uma solicitação e a nos oferecer um cafezinho. E finalmente, a todos e a todas que direta ou indiretamente, contribuíram para a conquista desse título..

(8) RESUMO. O propósito deste trabalho foi fazer um diagnóstico das atuais condições da orla de Itamaracá, através da morfodinâmica praial e da sua vulnerabilidade à erosão. Os trabalhos de campo foram realizados nos meses de abril, julho e outubro de 2008, nas praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim, as quais, para definição da vulnerabilidade, foram divididas em 10 setores. No ano de 2004, constatou-se erosão em todas as praias monitoradas, com exceção do Forte Orange onde ocorreu sedimentação. Já em 2008, houve erosão nas praias do Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; e sedimentação em Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego e Enseada dos Golfinhos. A análise granulométrica revelou que, na zona litorânea da Ilha, predomina a fração areia fina a média e, na desembocadura do rio Jaguaribe, há predomínio da fração areia muito grossa a grossa, constituída por material bioclástico. A análise morfoscópica revelou que as partículas detríticas da fração areia são subarredondadas, com alta esfericidade e brilho. indicativo. de. ambiente. subaquoso.. A. composição. mineralógica. é. predominantemente siliciclástica, porém apresenta alto percentual de bioclásticos. A vulnerabilidade foi definida conforme os parâmetros de grau de desenvolvimento urbano, variação da linha de costa, morfologia praial e medidas de proteção da costa. Assim, constatou-se que os setores 4, 7 e 9 apresentam baixa vulnerabilidade; os setores 2 e 6, uma média vulnerabilidade e os setores 1, 3, 5, 8, e 10, vulnerabilidade alta.. Palavras-chave: morfodinâmica, granulometria, morfoscopia e vulnerabilidade..

(9) ABSTRACT. The purpose of this study is to diagnose the Itamaracá coast current conditions by means of beach morphodynamics and erosion vulnerability. Work was performed in the months of April, July and October 2008 in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal, Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, and Sossego, Enseada dos Golfinhos and Fortim which were divided into 10 sectors for vulnerability definition. In 2004 the erosion of all monitored beaches was confirmed with the exception of Forte Orange, where sedimentation occurred. In 2008 erosion took place in the beaches of Forte Orange, São Paulo, Forno da Cal e Fortim; and sedimentation in Bairro Novo, Pilar, Jaguaribe, Sossego and Enseada dos Golfinhos. Granulometric analysis revealed that in the coastal zone of the Island fine and medium grained sand are predominant whereas in the mouth of the Jaguaribe River very gross and gross grained sand predominate formed by bioclastics materials. Morphoscopic analysis determined that dendritic particles of the sand fraction are subrounded with marked sphericity and sheen indicative of a sub-aqueous environment. Mineralogical composition is predominantly siliclastic but with a high percentage of bioclastics. Vulnerability was defined according to urban development degree, coastal line definition, beach morphology and coastal protection methods. Therefore, it was established that sectors 4, 7 and 9 have low vulnerability; sectors 2 and 6 medium vulnerability and sectors 1, 3 ,5, 8 e 10 high vulnerability.. Key words: morphodynamics, granulometry, morphoscopy and vulnerability.

(10) x SUMÁRIO. DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE FOTOGRAFIAS LISTA DE TABELAS E QUADROS. v vi viii ix xiv xvii xx. Capítulo 1 – INTRODUÇÃO. 1. 1.1 – Aspectos Gerais. 1. 1.2 – Objetivos. 3. 1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica. 3. 1.4 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa. 5. Capítulo 2 – MATERIAIS E MÉTODOS. 6. 2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica. 6. 2.2 – Procedimentos. 6. 2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos. 6. 2.2.2 – Tratamento das amostras. 6. 2.2.3 – Tratamento dos dados. 7. 2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia. 8. 2.2.5 – Levantamento de perfis de praia. 8. 2.2.6 – Análise de vulnerabilidade à erosão. 9. Capítulo 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO. 11. 3.1 – Condições Climáticas. 11.

(11) xi 3.2 – Cobertura Vegetal. 11. 3.3 – Recursos Hídricos. 13. 3.3.1) Superficiais. 13. 3.3.2) Subterrâneos. 13. 3.4 – Solos. 13. 3.5 – Condições Oceanográficas. 14. 3.5.1 Ondas. 14. 3.5.2 ) Marés. 16. 3.5.3) Ventos. 17. 3.6 – Geologia. 17. 3.7 – Geomorfologia. 25. Capítulo 4 – AMBIENTE PRAIAL. 29. 4.1 – Definição e limites da praia. 29. 4.2 – Classificação morfodinâmica das praias. 31. 4.3 – Avaliação dos perfis morfodinâmicos das praias da Ilha de Itamaracá. 33. 4.4 – Morfodinâmica praial – Variações de curto prazo. 34. 4.4.1 – Análise dos perfis morfodinâmicos da Ilha de Itamaracá. 37. 4.4.1.1 – Praia Forte Orange. 37. 4.4.1.2 – Praia São Paulo. 42. 4.4.1.3 – Praia Forno da Cal. 45. 4.4.1.4 – Praia Bairro Novo. 49. 4.4.1.5 – Praia do Pilar. 53. 4.4.1.6 – Praia de Jaguaribe. 58.

(12) xii 4.4.1.7 – Praia do Sossego. 62. 4.4.1.8 – Praia Enseada dos Golfinhos. 66. 4.4.1.9 – Praia do Fortim. 69. 4.5 – Sedimentologia. 77. 4.5.1 – Caracterização sedimentológica da Ilha de Itamaracá. 78. 4.5.1.1 – Análise Granulométrica. 80. 4.5.1.2 – Diâmetro Médio. 81. 4.5.1.3 – Desvio Padrão (grau de seleção). 82. 4.5.1.4 – Assimetria. 82. 4.5.1.5 – Curtose. 84. 4.5.1.6 – Relação entre os parâmetros estatísticos. 85. 4.5.2 – Morfologia, textura superficial e composição dos sedimentos. 86. 4.5.2.1 – Arredondamento. 87. 4.5.2.2 – Esfericidade. 88. 4.5.2.3 – Textura superficial. 90. 4.5.2.4 – Composição dos grãos. 91. Capítulo 5 – VULNERABILIDADE À EROSÃO. 95. 5.1 – Aspectos Gerais. 95. 5.2 – Vulnerabilidade do litoral leste da Ilha de Itamaracá. 96. 5.2.1 – Setor 1. 97. 5.2.2 – Setor 2. 100. 5.2.3 – Setor 3. 102. 5.2.4 – Setor 4. 104.

(13) xiii 5.2.5 – Setor 5. 105. 5.2.6 – Setor 6. 107. 5.2.7 – Setor 7. 108. 5.2.8 – Setor 8. 111. 5.2.9 – Setor 9. 113. 5.2.10 – Setor 10. 114. Capítulo 6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES. 119. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 122. ANEXOS.

(14) xiv LISTA DE FIGURAS. Figura 01 – Mapa de localização da área de estudo. 5. Figura 02 – Fluxograma do método utilizado para análise granulométrica (Anexo II) Figura 03 – Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco. 14. Figura 0 4 – Mapa de geologia do litoral norte de Pernambuco. 18. Figura 05 – Diagrama do perfil de praia segundo Albino (1999) adaptado de Davis (1985). 30. Figura 06 – Característica morfológicas dos estados de praia, em perfil e em planta (Whright & Short, 1984). 33. Figura 06a – Mapa de localização dos perfis de praia. 36. Figura 07a – Perfil praial na Praia do Forte Orange. 40. Figura 07b – Perfil praia na Praia Forte Orange. 41. Figura 08 – Variação de volume de sedimentos na Praia Forte Orange. 42. Figura 09 – Perfil praial na Praia São Paulo. 44. Figura 10 – Variação de volume de sedimentos na Praia São Paulo. 45. Figura 11a – Perfil praial na Praia Forno da Cal. 47. Figura 11b – Perfil praial na Praia Forno da Cal. 48. Figura 12 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Forno da Cal. 49. Figura 13a – Perfil praial na praia Bairro Novo. 51. Figura 13b – Perfil praial na Praia Bairro Novo. 52. Figura 14 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Bairro Novo. 53. Figura 15a – Perfil praial na Praia do Pilar. 56. Figura 15b – Perfil praial na Praia do Pilar. 57. Figura 16 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Pilar. 58. Figura 17a – Perfil praial na Praia de Jaguaribe. 60. Figura 17b – Perfil praial na Praia de Jaguaribe. 61.

(15) xv Figura 18 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Jaguaribe. 62. Figura 19a – Perfil praial na Praia do Sossego. 64. Figura 19b – Perfil praial na Praia do Sossego. 65. Figura 20 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Sossego. 65. Figura 21 – Perfil praial na Praia de Enseada dos Golfinhos. 68. Figura 22 – Variação de volume de sedimentos na Praia de Enseada dos Golfinhos. 68. Figura 23 – Perfil praial na praia do Fortim. 71. Figura 24 – Variação de volume de sedimentos na Praia do Fortim. 71. Figura 25 – Volume depositado nas praias da área. 73. Figura 26 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forte Orange. 73. Figura 27 – Variação de aporte sedimentar na Praia Forno da Cal. 73. Figura 28 – Variação de aporte sedimentar na Praia Bairro Novo. 74. Figura 29 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Pilar. 74. Figura 30 – Variação de aporte sedimentar na Praia de Jaguaribe. 74. Figura 31 – Variação de aporte sedimentar na Praia do Sossego. 74. Figura 32 – Área da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz. 75. Figura 33 – Migração de barra arenosa no sentido sul-norte. 76. Figura 34 – Retenção de material sedimentar formando bancos arenosos. 76. Figura 35 – Mapa de localização dos pontos de coleta de sedimentos. 79. Figura 36 – Diagrama triangular de classificação de sedimentos conforme Shepard (1954). O ponto azul representa a área onde predominaram as granulometrias das areias. 80. Figura 37 – Diagrama triangular da fração areia com os resultados obtidos através da análise granulométrica das amostras coletadas. 80. Figura 38 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fração areia. 81. Figura 39 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fração areia. 82.

(16) xvi Figura 40 – Distribuição espacial das classes da Assimetria da fração areia. 83. Figura 41 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia. 85. Figura 42 – Diagrama de dispersão – assimetria /desvio padrão dos sedimentos da área estudada. 86. Figura 43 – Percentual do grau de arredondamento dos grãos da amostra estudada (fração 1 ou 0,5 mm). 88. Figura 44 – Percentual do grau de esfericidade dos grãos da amostra estudada (fração 1 ou 0,5 mm). 89. Figura 45 – Proporção entre os grãos de quartzo e bioclásticos da amostra total. 94. Figura 46 – Localização dos setores de vulnerabilidade. 117. Figura 47 – Análise do mapa dos setores de vulnerabilidade. 118.

(17) xvii LISTA DE FOTOGRAFIAS. Foto 01 – Panorâmica do Canal de Santa Cruz. 11. Foto 02 – Contato entre o Mangue e a Mata Atlântica. 12. Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na Praia do Fortim. 19. Foto 04 – Formação Barreiras na Praia São Paulo. 20. Foto 05 – Terraço Marinho Pleistocênico. 21. Foto 06 – Contato entre o Terraço Pleistocênico e o Holocênico. 22. Foto 07 – Terraço Marinho Holocênico na Praia Enseada dos Golfinhos. 23. Foto 08 – Manguezal no Canal de Santa Cruz (Barra Orange). 24. Foto 09 – Depósitos praiais visualizadas na Praia de Bairro Novo. 24. Foto 10 – Afloramento de calcário da Formação Maria Farinha na foz do rio Jaguaribe, margem direita (beachrocks). 28. Foto 11 – Localização do perfil 01 – Praia Forte Orange. 38. Foto 12 – Panorâmica da Praia Forte Orange. 39. Foto 13a – Vista do Forte Orange e da Coroa do Avião. (Gerco – CPRH). 39. Foto 13b – Vista da Coroa do Avião, a partir de Vila Velha. 40. Foto 14 – Localização do perfil 01A – Praia São Paulo. 43. Fotos 15a e 15b – Vista do esquerdo e direito da Praia São Paulo. 44. Foto 16 – Localização do perfil 02 (out/08) – Praia Forno da Cal. 46. Foto 17 – Perfil 02 (Silva, 2004) – Praia Forno da Cal. 46. Foto 18 – Panorâmica da Praia Forno da Cal no trecho do Iate Clube de Itamaracá. 47. Foto 19a – Localização do perfil 03 – Praia do Bairro Novo. 50. Foto 19b – Panorâmica do Perfil 03 – Praia do Bairro Novo. 51. Foto 20 – Localização do perfil 04 – Praia do Pilar. 54. Foto 21 – Panorâmica do perfil 04 – Praia do Pilar (Silva, 2004). 55. Fotos 22abc – Panorâmicas da Praia do Pilar. 55. Foto 23 – Localização do perfil 05 – Praia de Jaguaribe. 59.

(18) xviii Fotos 24a e 24b – Panorâmica da Praia de Jaguaribe. 59. Foto 25 – Localização do perfil 06 – Praia do Sossego. 63. Foto 26 – Panorâmica da Praia do Sossego. 63. Foto 27 – Localização do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos. 66. Foto 28 – Panorâmica do perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos. 67. Fotos 29a e 29b – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos. 67. Foto 30 – Localização do perfil 08 – Praia do Fortim. 69. Foto 31 – Panorâmica do perfil 08 – Praia do Fortim. 70. Fotos 32a e 32b – Panorâmica da Praia do Fortim e vista para Barra de Catuama. 70. Foto 33 – Grãos de quartzo subanguloso a subarredondado. 88. Foto 34 – Grãos de quartzo com alta esfericidade. 89. Foto 35 – Presença de brilho nos grãos de quartzo. 90. Foto 36 – Presença de película de argila nos grãos de quartzo. 91. Foto 37 – Presença de variadas proporções de siliciclásticos e bioclásticos. 92. Foto 38 – Presença de bioclásticos de cores variadas. 93. Foto 39 – Panorâmica da célula 1 na Praia Forte Orange. 98. Foto 40 – Panorâmica da célula 2 na Praia Forte Orange. 99. Foto 41 – Panorâmica da célula 3 na Praia São Paulo. 100. Foto 42 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo. 101. Foto 43 – Panorâmica da célula 4 na Praia São Paulo. 102. Foto 44 – Panorâmica da célula 5 na Praia Forno da Cal. 103. Foto 45 – Panorâmica do Iate Clube de Itamaracá. 103. Foto 46 – Panorâmica da Praia Bairro Novo. 104. Foto 47 – Panorâmica das dunas na Praia Bairro Novo. 105.

(19) xix Foto 48 – Panorâmica da Praia do Pilar. 106. Foto 49 – Panorâmica da Praia do Pilar. 106. Foto 50 – Panorâmica da Praia do Pilar. 107. Foto 51 – Panorâmica da Praia do Pilar. 108. Foto 52 –Vista da Praia de Jaguaribe. 109. Foto 53 – Panorâmica da Praia de Jaguaribe. 109. Foto 54 – Panorâmica da Praia do Sossego. 110. Foto 55 – Panorâmica da Praia do Sossego. 111. Foto 56 – Trecho sul de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego. 112. Foto 57 – Trecho norte de ocupação do estirâncio na Praia do Sossego. 112. Foto 58 – Panorâmica da Praia Enseada dos Golfinhos. 113. Foto 59 – Panorâmica da Praia do Fortim. 114. Foto 60 – Panorâmica da Praia do Fortim onde as edificações possuem estruturas de contenção da erosão. 115. Foto 61 – Detalhe dos tipos de estruturas de contenção da erosão – Praia do Fortim. 115. Foto 62 – Panorâmica do Pontal da Ilha. 116.

(20) xx LISTA DE TABELAS E QUADROS. Tabela 01 – Perfil 01 (Praia Forte Orange). 41. Tabela 01A – Perfil 01 (Praia Forte Orange). 42. Tabela 02 – Perfil 01A (Praia São Paulo). 45. Tabela 03 – Perfil 02 (Praia Forno da Cal). 48. Tabela 03A – Perfil 02 (Praia Forno da Cal). 49. Tabela 04 – Perfil 03 (Praia Bairro Novo). 52. Tabela 04A – Perfil 03 (Praia Bairro Novo). 53. Tabela 05 – Perfil 04 (Praia do Pilar). 56. Tabela 05A – Perfil 04 (Praia do Pilar). 57. Tabela 06 – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe). 60. Tabela 06A – Perfil 05 (Praia de Jaguaribe). 61. Tabela 07 – Perfil 06 (Praia do Sossego). 64. Tabela 07A – Perfil 06 (Praia do Sossego). 65. Tabela 08 – Perfil 07 (Praia Enseada dos Golfinhos). 68. Tabela 09 – Perfil 08 (Praia do Fotim). 71. Tabela 10 – Balanço sedimentar entre os anos de 2004 e 2008. 72. As tabelas seguintes são referentes aos dados primários e encontram-se nos anexos Tabela 11 – Distribuição das classes texturais segundo Folk & Ward (1957) Tabela 12 – Dados com coordenadas e parãmetros estatísticos Tabela 13 – Distribuição espacial do Diâmetro Médio da fraçao areia (total de 30 amostras) Tabela 14 – Distribuição do Desvio Padrão ou grau de seleção da fraçao areia (total de 30 amostras) Tabela 15 – Distribuição espacial das classes de Assimetria da fração areia.

(21) xxi Tabela 16 – Distribuição espacial das classes de Curtose da fração areia As demais tabelas referem-se aos dados sobre os perfis de praia e levantamento morfodinâmico realizado.. Quadro 01 – Parâmetros para categorizar os segmentos de costa 96.

(22) 1 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO. 1.1 – Aspectos Gerais. Apesar de o Brasil possuir uma extensa faixa costeira, durante muito tempo o mar foi considerado como o lugar de despejo dos dejetos domésticos. Remotamente, eram os rios os principais responsáveis pelo lazer urbano. Somente a partir da década de 1950 é que o mar torna-se atrativo, principalmente por questões de saúde. Daí então, a procura dessa zona em busca de cura para vários males, depois para veraneio e, finalmente, para residência, conferiu um novo modelo ao tipo de ocupação e uso desses espaços, incorporando-lhes um valor que, atualmente, ultrapassa a realidade local. Assim, o homem urbano vai, cada vez mais, se introduzindo ou penetrando em pequenas comunidades praieiras, modificando o seu espaço físico e social. Porém, essa ocupação tem ocorrido, na maioria das vezes, desordenadamente, desrespeitando os limites ou imposições da natureza, contribuindo para o desencadeamento de uma série de problemas decorrentes da própria dinâmica do ambiente costeiro. Historicamente, os maiores centros urbanos brasileiros foram edificados na zona litorânea. Atualmente, é esta área a mais densamente ocupada, porém de forma desordenada, o que acarreta vários problemas de natureza socioeconômica e geoambiental. Quando o homem avança sobre o domínio da ação do mar, a reação é, muitas vezes, violenta. A morfodinâmica da linha de costa é um fenômeno constante, cujo propósito é a busca do equilíbrio entre a entrada e a saída de aporte sedimentar. Assim, quando a linha de costa recua em direção ao continente, ocorre a erosão; quando avança mar adentro, ocorre sedimentação. O fenômeno da erosão resulta, essencialmente, desse conflito entre o processo natural e a atuação antrópica. Esse fenômeno não implica necessariamente a destruição da praia arenosa; simplesmente, ela recua continente adentro durante esse processo. Os principais estudos realizados na zona costeira do Brasil indicam que os principais casos de erosão são explicados por: a). padrões de dispersão e transporte de sedimento na zona costeira e. b). intervenções humanas, tais como obras de engenharia ou formas de uso e ocupação. inadequadas do solo. A zona litorânea é caracterizada como uma das feições mais dinâmicas do planeta. A linha de costa varia, é modelada e remodelada em várias escalas temporais como resultado do balanço de sedimento e a variação do nível do mar, intrinsecamente relacionados à dinâmica costeira e/ou às atividades e intervenções antrópicas (obras de engenharia, represamento dos.

(23) 2 rios, dragagem etc.) Localizada na estreita faixa de contato da terra com o mar, é uma região de intensa entrada de energia e, consequentemente, é caracterizada por frequentes mudanças morfológicas que contribuem para dissipar a energia incidente protegendo a terra contra a ação erosiva do mar (Brown, 1999). Quando, nesse ambiente, o processo de transporte de sedimento é alterado por destruição da vegetação e construção de edificações, o resultado é o desequilíbrio do balanço sedimentar e, consequentemente, da estabilidade da linha de costa, gerando riscos potencialmente elevados de perdas por erosão (Muehe, 2001). Assim, tanto para o estabelecimento de uma zona de proteção litorânea contra fenômenos erosivos, quanto de ações voltadas para a preservação da paisagem, Muehe (2001) apresentou limites mínimos, englobando a zona marinha e terrestre. Os critérios adotados consideraram o alcance do processo morfodinâmico atual, a tendência erosiva baseada em taxas de erosão anual e o efeito de elevação do nível relativo do mar. O critério morfodinâmico considera a capacidade de mobilização dos sedimentos do fundo marinho por ação das ondas, seu deslocamento ao longo de um perfil perpendicular à costa e a resposta morfológica da porção emersa do litoral aos critérios de erosão, transporte e acumulação resultantes desse processo sedimentar. Entretanto, a amplitude dessas respostas depende do grau de exposição do segmento costeiro, ou seja, se é uma praia exposta, semiexposta ou protegida. O estado de Pernambuco destaca-se pela história de ocupação do seu território, a partir do litoral, desde o período colonial. Sua faixa costeira se estende por apenas 187 km, de caráter predominantemente transgressivo e entrecortado por vários rios formando estuários. O rápido crescimento pelo qual tem passado o litoral norte de Pernambuco tem como consequência as alterações no comportamento dos agentes naturais que controlam o frágil equilíbrio da zona costeira. Atualmente, esta porção do litoral pernambucano encontrase bastante alterada do ponto de vista do processo de uso e ocupação do seu solo, apresentando características bem diferenciadas no trecho da Ilha de Itamaracá, onde é notória a expansão urbana de todo o trecho de praia de uma forma desordenada, avançando sobre a área de domínio da pós-praia (faixa situada acima da preamar e somente atingida por ondas de marés excepcionais), área de domínio dos Terraços Marinhos. Nessa área, encontram-se núcleos ou vilas de pescadores, casas de veraneio, condomínios de luxo, coexistindo conflituosamente devido a interesses específicos..

(24) 3 1.2 – Objetivos. Geral:. Foi propósito da pesquisa, realizar um estudo que permitisse identificar e analisar as diversas formas de atuação dos processos hidrodinâmicos e morfodinâmicos do litoral leste da Ilha de Itamaracá, correlacionando-os com o grau de ocupação urbana e de sua vulnerabilidade à erosão, bem como apontar implicações ambientais decorrentes de tais processos erosivos e sugerir possíveis medidas para mitigar o problema.. Específicos: -. Monitorar e analisar perfis morfodinâmicos em 2008 e correlacionar com os dados de 2004;. -. Fazer análise sedimentológica de sedimentos do estirâncio médio;. -. Identificar os processos erosivos atuantes nas praias do litoral leste da Ilha de Itamaracá;. -. Com base em parâmetros específicos, elaborar um mapa de vulnerabilidade à erosão e. -. Sugerir medidas de mitigação para os problemas decorrentes da ação erosiva. 1.3 – Referencial teórico e revisão bibliográfica. Para subsidiar teoricamente o estudo, fez-se necessária uma revisão bibliográfica sobre a temática a ser abordada. Dentre os textos que deu suporte teórico destacam-se:. - Geologia do Quaternário Costeiro do Estado de Pernambuco (Dominguez et al., 1990); - Processos Costeiros Condicionantes do Litoral Brasileiro (Tessler & Goya, 2005); - Critérios Morfodinâmicos para o Estabelecimento de Limites da Orla Costeira para fins de Gerenciamento (Muehe, 2001); - Tópicos de Geociências para o Desenvolvimento Sustentável: as regiões litorâneas (Suguio, 2003); - Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro / Pernambuco (Manso et al., 2006); - A Análise Sedimentar e o Conhecimento dos Sistemas Marinhos (Dias, 2004); - Introdução à Sedimentologia (Suguio, 1973); - Análise da Ocupação Urbana das Praias de Pernambuco, Brasil (Araújo et al., 2007);.

(25) 4 - Aspectos Físicos das Dinâmicas de Ambientes Costeiros, seus Usos e Conflitos (Angulo, 2004); - The Problem of Critically Eroded Areas (CEA): Na Evaluation of Florida Beaches ( Esteves & Finkl, 1998), entre outros.. Para melhor entender as ações desenvolvidas para a zona costeira, em nível nacional e estadual, buscou-se conhecer os principais programas e projetos voltados para essa área, tal como o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (MMA, 1988), o Projeto Orla – PE (CPRH) e o Projeto Monitoramento Ambiental Integrado – MAI (UFPE e CPRH).. Os trabalhos que relatam aspectos históricos da Ilha de Itamaracá são:. - LOPES (1987) - História e Segredos de uma “Ilha” (Itamaracá) - MOTA (1985) - Itamaracá (o antigo e o moderno) uma análise sócio- econômica da história da ilha pernambucana e - RODRIGUES (1972) - História de Itamaracá.. Os trabalhos que relatam aspectos físicos e ambientais da ilha são: - LIRA (1975). Geologia do Canal de Santa. Cruz e praia submarina adjacente a. Ilha de Itamaracá – PE;. As teses e dissertações sobre a Ilha de Itamaracá utilizadas como referências foram: - MAGNO (1987) – Carta Geomorfológica da Ilha. - ASSIS (2000) – A difusão do Turismo de segunda residência nas paisagens insulares: um estudo sobre o litoral sul da Ilha de Itamaracá – PE.. Os trabalhos que relatam pesquisas feitas sobre o Canal de Santa Cruz são: - SILVA (2001) – Estudo Socioambiental na margem urbana do Canal de Santa CruzItapissuna, Pernambuco – Brasil. - SILVA (2004) - Sedimentologia do Canal de Santa Cruz - Ilha de Itamaracá (2004 e 2008) - QUINAMO (2006) – Pesca Artesanal e Meio Ambiente em áreas de manguezais no complexo estuarino – costeiro de Itamaracá, Pernambuco: o caso de Itapissuma..

(26) 5 Os trabalhos que tratam sobre questões de gestão, meio ambiente, turismo e morfodinâmica da Ilha são: - MARTINS 1997) – Caracterização Morfológica e Vulnerabilidade do Litoral da Ilha de Itamaracá- PE. - MORAIS (2000) – Utilização do Grau de Desenvolvimento Urbano (GDU) como Instrumento de Gestão Ambiental: o uso e ocupação da zona costeira da Ilha de Itamaracá - SILVA (2005) – Relações entre dinâmica costeira e a meio fauna dos sedimentos praias do litoral da Ilha de Itamaracá – PE.. 1.3 – Localização da área objeto de estudo da pesquisa. A Ilha de Itamaracá está localizada no litoral norte de Pernambuco, a cerca de 50 km do Recife, entre os paralelos 7º41’35” e 7º48’51” de latitude sul e os meridianos 34º49’21” e 34º53’17” de longitude oeste, compreendendo uma área total em torno de 84km². (figura 01) Limita-se ao leste com o Oceano Atlântico, ao Norte, Sul e Oeste, com o Canal de Santa Cruz. Os estuários a nordeste e sudeste separam a ilha dos municípios de Goiana, Igarassu e Itapissuma. Devido à sua importância histórica e beleza natural, vem sendo alvo de interesse turístico e ocupação desenfreada desde a década de 1970.. Figura 01 – Mapa de localização da área. (Morais 2000).

(27) 6 CAPÍTULO 2 – MATERIAIS E MÉTODOS. 2.1 – Reconhecimento exploratório da área e pesquisa bibliográfica. Foram feitas várias viagens à área na qual se pretendia trabalhar, visando definir o objeto de estudo. Inicialmente, pretendia-se trabalhar na Ilha de Itamaracá, no trecho que vai do rio Jaguaribe até a praia de Catuama, no município de Goiana. Entretanto, por questões logísticas, preferiu-se restringir os trabalhos à Ilha, considerando, porém, todo o seu litoral. Para proceder ao estudo, utilizou-se a análise da vulnerabilidade com base nos parâmetros adotados por Esteves & Finkl (1998). A revisão bibliográfica foi feita, inicialmente, no banco de teses e dissertações já desenvolvidas sobre a Ilha de Itamaracá, de caráter geoambiental, no âmbito da pósgraduação da UFPE. Posteriormente, buscaram-se textos e obras que tratassem das temáticas que seriam tratadas na pesquisa. Como carta-base, utilizou-se a carta topográfica da Sudene na escala 1.100.000 Posteriormente, confeccionaram-se mapas em AutoCad tendo como referência a carta da Sudene ( 1974 ).. 2.2 – Procedimentos 2.2.1 – Coleta das amostras de sedimentos. Para se ter uma referência dos tipos de sedimento constituintes da faixa litorânea da Ilha, foram feitas duas visitas ao campo, nos meses de abril e julho de 2008, para coleta de sedimento num total de 30 amostras colhidas na faixa de praia ou estirâncio durante a maré de sizígia. Essas foram sempre coletadas a cada mil metros, partindo da desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Forte Orange), até a desembocadura norte (Barra de Catuama). Os pontos de coleta foram georreferenciados pelo Sistema de Posicionamento Global – GPS (modelo Garmin 12).. 2.2.2 – Tratamento das amostras. As amostras coletadas foram submetidas a estudos granulométricos no Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) do Departamento de Engenharia de Minas da.

(28) 7 UFPE. Todas as amostras foram submetidas às seguintes etapas laboratoriais (Figura 02 do anexo II ). a). pré-secagem a temperatura ambiente;. b). secagem à temperatura de 60ºC em estufa;. c). quarteamento manual e pesagem de 100g em balança semianalítica, com erro. aproximado de 0,050g. Parte da amostra foi reservada como contra-amostra, para eventual erro de processamento; d). após a primeira pesagem, foi feito o peneiramento úmido em água corrente para a. primeira separação das frações granulométricas. Nesse processo, utilizam-se duas peneiras, sendo uma com abertura de malha de 2mm e outra com 0.063mm. As partículas que ficam retidas na primeira peneira são as do tamanho de cascalho, as que ficam na peneira de abertura 0,063mm são as areias, e as que passarem são menores do que 0,063, portanto silte e/ou argila que, para este estudo, não foram consideradas; e). Após a lavagem, as areias e cascalhos foram colocados para secar na estufa em. beckeres a uma temperatura de 60º; f). Após a secagem, as amostras foram novamente pesadas, separando-se as frações. cascalho e areia; essas foram colocadas num jogo de peneiras com aberturas de 1,00mm, 0,500mm, 0,250mm e 0,125mm e um fundo onde são retidas as partículas entre 0,125mm e 0,063mm. As amostras são agitadas durante 10 minutos. As partículas retidas correspondem às frações areia muito grossa (acima de 1,00mm), areia grossa (entre 1,00 e 0,500mm), areia média (entre 0,500 e 0,250mm), areia fina ( entre 0,250 e 0,125mm ) e areia muito fina (entre 0,125 e 0,063mm); g). Separadas as frações areia, pesa-se cada um delas acondicionando-as, devidamente. identificadas, em sacos plásticos.. 2.2.3 – Tratamento dos dados.. De posse das informações referentes às frações areia, introduziram-se os dados no programa Anased (UFCE), que se encarrega de tratá-los, gerando uma tabela contendo todos os parâmetros estatísticos (média, mediana, desvio padrão, assimetria e curtose), tendo como referência a classificação de Folk & Ward (1975). Com base nesses parâmetros, geraram-se planilhas e gráficos do tipo diagrama triangular e histograma..

(29) 8 2.2.4 – Análise morfoscópica e composicional dos sedimentos de praia. Foram selecionadas 15 amostras referentes à segunda coleta realizada no mês de julho de 2008 dentre as quais consideraram-se para análise morfoscópica e composicional as frações de 0,500mm. Para cada fração, efetivou-se a separação de 100 grãos com fins de cálculos percentuais das proporções dos minerais compostos na fração. Para melhor visualização e contagem na lupa binocular dividiu-se a fração em montículos. Com o auxílio da lupa identificaram-se os siliciclastos e bioclastos. Para os demais, atribuiu-se a categoria outros. Identificadas as categorias, elaborou-se a tabela com os parâmetros de arredondamento, esfericidade, textura superficial e composição. Com essas informações procedeu-se ao cálculo das proporções (%) existentes de siliciclastos e bioclastos na fração, e definiu-se a representação gráfica. Finalmente, foram selecionadas as amostras mais representativas para o registro fotográfico.. 2.2.5 – Levantamento de perfis de praia. Para avaliar o aporte de sedimentos e a variação da linha de costa no litoral da Ilha de Itamaracá, foram reconsiderados os seis perfis já anteriormente feitos por Silva (2005) e as suas respectivas referências de níveis ou pontos de referência de cota (RNs) e acrescidos mais três e novas RNs, totalizando nove perfis. Os equipamentos utilizados foram: um nível Pentax com tripé, GPS (Garmin 12), régua de seis metros, trena e em torno de dez estacas de ferro. Os levantamentos dos perfis de praia foram realizados nos meses de abril, julho e outubro de 2008, sempre durante as marés de sizígia, conforme especificados a seguir: Perfil 01 – Praia Forte Orange [(25M) 0297122 E e 9136148 N (UTM))] Perfil 01a – Praia São Paulo [(25M) 0297432 E e 9138376 N (UTM)] Perfil 02 – Praia Forno da Cal [(25M) 0297959 E e 9140259 N (UTM)] Perfil 03 – Praia Bairro Novo [(25M) 0298448 E e 9141759 N (UTM)] Perfil 04 – Praia do Pilar [(25M) 0298790 E e 9144033 N (UTM)] Perfil 05 – Praia de Jaguaribe [(25M) 0298542 E e 9145369 N (UTM)] Perfil 06 – Praia do Sossego [(25M) 0297957 E e 9146294 N (UTM)] Perfil 07 – Praia Enseada dos Golfinhos [(25M) 0297848 E e 9147857 N (UTM)] Perfil 08 – Praia do Fortim [(25M) 0297596 E e 9148742 N (UTM)].

(30) 9 Após as três idas ao campo e efetuadas todas as leituras e calculadas as distâncias, foram feitos os cálculos das cotas absolutas, colocados em planilhas do programa Grapher 4 que gerou os respectivos gráficos para todos os perfis. Os cálculos dos volumes foram feitos no programa Surfer 8 e, posteriormente, colocados em planilha do Excel, gerando os respectivos gráficos.. 2.2.6 – Análise da vulnerabilidade à erosão. Para se definir o potencial à vulnerabilidade, percorreu-se todo o litoral leste da Ilha a fim de identificar todos os parâmetros constantes de uma ficha adotada pelo LGGM (anexa). Considerando a morfologia da linha de costa e as diferentes variáveis, foram identificados 10 setores em todo o litoral leste da Ilha (aproximadamente 16km) partindo da praia do Forte Orange (desembocadura sul do Canal de Santa Cruz (Barra de Orange) até a praia do Pontal da Ilha (desembocadura norte do Canal de Santa Cruz (Barra de Catuama). Foi feito o levantamento fotográfico dos setores. Partindo-se dos 10 setores identificados, dividiu-os em células, de acordo com as características particulares de cada trecho da praia.. Setor 1: composto pelas células 1, 2 e 3, referentes à praia do Forte Orange e trecho sul da praia de São Paulo. Setor 2: composto pela célula 4 que corresponde ao trecho norte da praia de São Paulo e à praia de Forno da Cal. Setor 3: composto pela célula 5 que corresponde ao trecho do Iate Clube de Itamaracá. Setor 4: composto apenas pela célula 6 que corresponde à praia do Bairro Novo e trecho sul da praia do Pilar. Setor 5: composto pela célula 7 que corresponde ao trecho da praia do Pilar onde as edificações estão situadas na pós-praia e avançam para o estirâncio Setor 6: composto pela célula 8 que corresponde ao trecho norte da praia do Pilar. Setor 7: composto pelas células 9 e 10 que correspondem à praia de Jaguaribe e trecho sul da praia do Sossego. Setor 8: composto pela célula 11 que corresponde ao trecho norte da praia do Sossego, na área onde existe um conjunto de quatro casas edificadas sobre a pós-praia e avançam para o estirâncio..

(31) 10 Setor 9: composto pela célula 12 que corresponde ao trecho sul da praia Enseada dos Golfinhos. Setor 10: composto pelas células 13, 14 e 15 que corresponde ao trecho norte da praia Enseada dos Golfinhos e as praias do Fortim e do Pontal da Ilha.. Essas informações permitiram traçar o mapa de vulnerabilidade, considerando, como ponto de referência, os parâmetros adotados por Esteves e Finkl (1998), relativos ao grau de desenvolvimento urbano, variação de linha de costa, medidas de proteção da costa e sedimentologia da praia..

(32) 11 CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS DA ÁREA DE ESTUDO. 3.1 – Condições Climáticas. Segundo a classificação de W. Köppen o clima da área é do tipo As’ ou pseudo tropical, quente e úmido com chuva de outono-inverno derivadas da Frente Polar Atlântica. As temperaturas médias anuais oscilam em torno dos 24º nos meses de julho a agosto (menos quentes) e 27º nos meses de novembro a fevereiro (mais quentes). Quanto à precipitação pluviométrica anual da área, esta varia de 1610,7mm a 2000mm. Os ventos que sobram no litoral pernambucano têm direção geral de Sudeste.. 3.2 – Cobertura Vegetal. A cobertura vegetal do Litoral Norte de Pernambuco está associada às condições de solo e clima e ação das marés. Na zona litorânea, nos terrenos submetidos à influência constante das marés, desenvolve-se a vegetação de mangue, destacando-se as espécies mais comuns, a exemplo do vermelho (Rhizophora Mangle), o branco (Laguncularia Racemosa) e o mangue siriúba (Avicennia), além de espécies menos freqüentes, como o mangue de botão (Conocarpus Erectus), a samambaia do mangue (Acrostichum Aureum), o junco (Eleocharis), a tiririca (Scleria Bracteata), entre outros. Os manguezais mais extensos desta área localizam-se nos municípios de Goiana, Itapissuma, Igarassu e Itamaracá, margeando os rios Goiana, Megaó, Itapessoca e o Canal de Santa Cruz (Fotos 01 e 02).. Foto 01 - Panorâmica do Canal de Santa Cruz vista a partir de Vila Velha.

(33) 12. Foto 02 – Contato do Mangue com a Mata Atlântica (Quinamo, 2006). Na porção situada nos Terraços Marinhos Holocênicos, a vegetação é composta por espécies herbáceas, bastante degradada pela ocupação antrópica, reduzindo-se a estreita faixa descontínua ao longo da costa. Na faixa correspondente aos Terraços Marinhos Pleistocênicos que não foram ainda degradados pela ocupação antrópica encontra-se vestígios da vegetação de restinga, destacando-se o cajueiro e a mangabeira, ainda bastante representativa no trecho da praia do Sossego e Enseada dos Golfinhos. Nas demais áreas, esta vegetação foi substituída por plantações de coco e/ou edificações. Nas áreas de tabuleiros da Formação Barreiras encontram-se testemunhos da Mata Atlântica. Em função do relevo plano, esta área tem uma ocupação histórica com a cana-deaçúcar. Com a preocupação de garantir a preservação do que ainda resta deste patrimônio natural do Litoral Norte de Pernambuco, foi criada em 1995, pelo governo federal, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, incorporando os municípios de Igarassu, Itapissuma e Itamaracá..

(34) 13 3.3 – Recursos Hídricos 3.3.1 - Superficiais A Ilha de Itamaracá possui uma única bacia hidrográfica com cerca de 730 km2, cujo dreno principal é o rio Jaguaribe com aproximadamente 9 km de extensão e 212 ha de área estuarina (Fidem, 1987). O Jaguaribe é perene e segue a direção Sudoeste-Nordeste. Ao sul encontra-se o rio Paripe. Contornando toda a Ilha, separando-a do continente e possibilitando a entrada das águas oceânicas, encontra-se o Canal de Santa Cruz, braço de mar de 22 km de extensão aproximadamente, largura máxima de 1,5 km e com uma área estuarina de cerca de 5.292ha. Essa rede de drenagem fluvial da Ilha de Itamaracá, no inverno, contribui com uma descarga média total de 55,9m 3/s e no verão de 0,8m3/s.. 3.3.2 – Subterrâneos. Os aquíferos existentes na área são enquadrados nos domínios hidrogeológicos da Bacia Sedimentar Paraíba e do Embasamento Cristalino. A Bacia Paraíba, no estado de Pernambuco, localiza-se na parte norte da zona costeira, estendendo-se do município de Olinda em direção ao estado da Paraíba. Sua extensão está na ordem de 750km2. O domínio da Bacia Paraíba é constituído por aquíferos dotados de porosidade e permeabilidade boas a regulares. Ali se encontra o Aquífero Beberibe considerado o mais importante. Porém o domínio do Embasamento Cristalino constitui um aquífero fissural característico de rochas cristalinas fraturadas, com porosidade e permeabilidade baixas. Nessa área, as águas subterrâneas vêm sendo explotadas há mais de 50 anos. Entretanto, nas três últimas décadas (1980 e 2000), com a expansão urbana e o crescimento populacional decorrente, a demanda por água potável aumentou causando um déficit, suprido através da perfuração de poços artesianos e poços rasos.. 3.4 – Solos. Os principais tipos de solo da Ilha de Itamaracá são: podzólicos amarelo, podzóis hidromóficos, solos de mangues, areias quartzosas marinhas e gleissolos (Embrapa, 2003). Esses solos refletem a relação entre o clima, às unidades litoestratigráficas e os componentes biológicos. Nas praias, os solos apresentam granulometria maior e maior seletividade em seus.

(35) 14 grãos, são de baixa fertilidade natural e se mantêm sempre enxutos devido à sua baixa capacidade de reter água (Figura 03).. Figura 03 - Mapa de solos do litoral norte de Pernambuco (CPRH). 3.5 – Condições Oceanográficas 3.5.1 - Ondas. As ondas geradas pelo vento são umas das principais fontes de energia que governam as mudanças da praia. Quando uma onda quebra, dependendo da inclinação da praia, alguma energia pode voltar para o mar (quanto menor for o ângulo de inclinação da praia, menor será a energia refletida), mas boa parte é dissipada. Uma parte dessa energia contribui para fraturar rochas e minerais transformando-os em partículas menores, mas a maior parte da energia será para movimentar sedimentos e aumentar a altura e, consequentemente, a energia potencial da forma da praia (Brown, 1999)..

(36) 15 Os processos que causam mudanças morfológicas na costa são os de transporte de sedimentos. Essas mudanças ocorrerão indefinidamente até que, eventualmente, a entrada de energia seja dissipada sem qualquer transporte de sedimento (Peyhick, 1986). Portanto, mudanças na morfologia ocorrem sempre que ocorre uma mudança na entrada de energia e a função da zona costeira é de, justamente, dissipar esta energia. As correntes longitudinais (longshore currents) são correntes paralelas à costa que transportam sedimentos colocados em suspensão pelas ondas incidentes, potencialmente podendo movê-los ao longo de vários quilômetros através do processo de meso-escala temporal conhecido deriva litorânea (litoral drift). Tipicamente, estas correntes crescem em intensidade da costa em direção ao mar, atingindo um máximo aproximadamente no meio da zona de surfe, a partir de onde passam a decrescer. Em praias interrompidas por obstáculos naturais ou artificiais os efeitos da deriva litorânea são visivelmente notados, embora sejam igualmente importantes para o balanço de sedimentos de praias não interrompidas. Já em praias semi-fechadas como as praias de bolso, a deriva litorânea tende a ser fraca em comparação ao transporte normal à costa. A direção da corrente longitudinal está associada com a direção dos ventos que são responsáveis pelo clima de ondas na região. Assim foi verificado por Bittencourt et al (2000) em seus estudos na costa da Bahia. Eles constataram que a deriva para sul produzida pelas ondas vindas de NE associadas aos ventos alísios, por serem as mais freqüentes, forneciam grande influência sobre a dispersão de sedimento nesta região. Entretanto, regularmente, a deriva litorânea mostrou uma direção prevalecente de sul para norte, que estava relacionada com o avanço da Frente Polar Atlântica que é responsável pelas ondas vindas de S e SE. Os autores também verificaram que a dispersão do sedimento ao longo da costa da Bahia era também regulada pela orientação do litoral. A deriva litorânea era mais forte em alguns trechos onde a direção da linha de costa favorecia a chegada das ondas formando expressivos ângulos de incidência. As correntes de retorno (rips currents) são caracterizadas por fluxos estreitos, posicionados normal ou obliquamente em relação à costa, que atravessam a zona de surfe em direção ao mar. Sua origem pode estar associada às correntes longitudinais convergentes nas proximidades da praia e tendem a desaparecer logo após a zona de surfe em direção ao mar, formando células de circulação e, como é mais comumente aceito, são originadas pelas variações longitudinais na altura da arrebentação que, por sua vez, são produzidas pelas ondas de borda (edge waves). Diferentemente das ondas incidentes, essas são ondas estacionárias por formarem alternadamente uma crista e uma cava em pontos fixos, os anti-nós, e, entre.

(37) 16 esses pontos, os nós, pontos onde a superfície da água se mantém em nível constante. Os fluxos longitudinais à praia desenvolver-se-ão a partir dos pontos de maior elevação da superfície média (os anti-nós) em direção àqueles de menor elevação (os nós), para os quais devem convergir e formar as correntes de retorno propriamente ditas (Pethick, 1986). A presença dessas correntes pode ser notada pelas variações topografias rítmicas sobre a face da praia, denominadas cúspides. A intensidade, o tamanho e o espaçamento das correntes de retorno e, conseqüentemente das cúspides, variam em função do clima de onda incidente. Ondas altas produzem correntes fortes e pouco espaçadas, enquanto ondas mais baixas produzem correntes numerosas, porém, fracas (Davis, 1985). Assim como as correntes longitudinais, as correntes de retorno são efetivas no transporte de sedimentos e desempenham um papel importante nas zonas de surfe em que ocorrem, apesar de não serem necessariamente erosivas (Short, 1985) O clima de ondas da área caracteriza-se por duas estações anuais bem definidas: verão, entre os meses de dezembro e abril, e inverno, correspondendo ao período de maio a novembro. Apesar de distintas, as estações têm valores médios de altura significativa da onda (Hs), do período significativo (Tz) e direção bastante próximos. Os valores médios anuais são os seguintes: direção média anual =115q;Hs = 1,05 m e Tz = 6,5 s.. 3.5.2 – Marés. As marés são importantes ondas dos oceanos, e apresentam um movimento de levantamento e abaixamento rítmico num intervalo de tempo de várias horas. Traduzem-se por uma oscilação periódica do nível do mar, de período e amplitude variáveis no tempo e no espaço, causados pela força gravitacional exercida pelo planeta terra, a lua e o sol sobre as águas oceânicas. No sistema costeiro a amplitude da maré pode ser a causadora de profundas modificações no processo de sedimentação do litoral, seja acumulando ou erodindo a zona costeira. Hayes (1979) distingue as seguintes classes de marés: micromarés (0.1m); fraca mesomaré (1-2m); forte mesomaré (2-4m); fraca macromaré (4-5m) e macromré (>5m). As marés que atuam na costa de Pernambuco são do tipo mesomaré, dominada por ondas e sob constante ação dos ventos alísios, representando grande influência sobre o ambiente praial e estuarino. São marés semi-diurnas, representada por um ciclo de preamar e baixa-mar que se.

(38) 17 repete duas vezes ao dia, com diferenças pequenas de altura e duração entre sucessivas preamares e baixa-mares. A maré na Ilha de Itamaracá é do tipo semi-diurna, com período médio de 12 h e 30 minutos, apresentando duas preamares e duas baixamarés por dia. Os valores representativos da altura da maré são: 2,40m para sizígia máxima; 2,10m para sizígia média; 1,10m para maré intermediária e 0,70m para quadratura. E devido à presença de barras arenosas e recifes, que promovem a refração das ondas, fazendo-as chegar às praias com tamanho diminuto, as marés exercem um papel relevante nas modificações morfológicas e sedimentológicas desta parte do litoral pernambucano.. 3.5.3- Ventos. Os ventos são os grandes responsáveis pela dinâmica costeira, caracterizando-se, principalmente, pela sua direção (sentido) e velocidade, exercendo um papel importantíssimo na sedimentação litorânea. Sobre um plano d’água, são responsáveis pela formação das ondas, contribuindo, também, para a geração das correntes litorâneas. O transporte de sedimentos que ocorre na zona costeira é influenciado pela ação dos ventos que incidem sobre ela, podendo produzir depósitos de areia que contribua para o equilíbrio das praias. Os campos de dunas constituem uma das principais fontes supridoras de areia para as praias. A direção predominante dos ventos na área de estudo é de SE, cujas velocidades máximas estão compreendidas entre 12 e 14 m/s, porém com frequências bastante reduzidas. A classe de maior frequência pertence ao intervalo de 4 a 6 m/s.. 3.6 – Geologia. O Litoral Norte de Pernambuco geologicamente faz parte da Bacia Costeira Paraíba, constituise, na sua maior parte, por depósitos Terciários e Quaternários, e apenas numa faixa estreita a oeste da área é que aflora o Embasamento Cristalino. Conforme estudos realizados pelo Laboratório de Geofísica e Geologia Marinha (LGGM da UFPE, 1992), que serviu de suporte para o Diagnóstico Socioambiental do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH, 2001), identificaram-se seis Formações Geológicas, a saber: Formação Barreiras, Formação Beberibe, Formação Gramame, Formação Maria Farinha, Embasamento Cristalino e.

(39) 18 Sedimentos Recentes (terraços marinhos, depósitos aluviais, depósitos flúvio-lagunares, depósitos de mangue, depósitos de praia e recifes).(Figura 04).. Figura 04 – Mapa da Geologia do Litoral Norte de Pernambuco (CPRH).. O Embasamento Cristalino, de idade Pré-Cambriana, aflora na porção ocidental da área. Mergulha suavemente para leste ao longo da Bacia Sedimentar, servindo de substrato impermeável. É encontrado em profundidades que variam de 20 a 30m na periferia da planície costeira e até 240m nas proximidades da costa litorânea. Na Ilha de Itamaracá foi encontrado em profundidade de 401m. É constituído por granitos, gnaisses, migmatitos e xistos e apresenta-se cortado por falhas transversais. O relevo resultante apresenta-se de forma mamelonizada com altitude superior a 60m e declividade alta, e recoberto por um espesso manto de alteração..

(40) 19 A Formação Beberibe, datada da transição entre o Cretáceo Médio e Superior, encontra-se assentada diretamente sobre o Embasamento Cristalino. É a segunda unidade geológica em extensão da área. Localiza-se na borda continental entre a Formação Barreiras e os depósitos de Mangue, tem cerca de 25km de extensão e largura média de 3 a 4km, estendendo-se no sentido norte-sul. O relevo dessa Formação varia de plano a suave ondulado, com altitudes, em geral inferiores a 30m e baixa declividade. Devido ao seu caráter aqüífero, é considerada a mais importante reserva de água subterrânea. A Formação Gramame, de idade Cretáceo Superior, é a terceira em extensão e aflora na porção oriental da área, à retaguarda dos Terraços Marinhos, dos depósitos de mangue e dos depósitos aluviais. De origem marinha e caráter fossilífero tem sua deposição associada à fase de transgressão marinha do Cretáceo Superior. Apresenta duas fácies: uma fosfática sobreposta diretamente na Formação Beberibe, e uma calcária, constituída por calcários areno-argilosos e argilosos, sobreposta na fácies anterior. O relevo oriundo desta Formação apresenta altitude entre 10 e 40m, constituído por colinas com encostas de média e baixa declividade. A Formação Maria Farinha (Foto 03), de idade Terciária (Paleoceno-Eoceno) apresenta-se como uma sequência sedimentar incompleta, típica do início da regressão marinha. Ocorre em alguns pontos da área. É um calcário de origem marinha, apresenta elevado teor fossilífero, tem uma espessura máxima de 35m, e encontra-se diretamente sobreposto na Formação Gramame. Tanto os depósitos da Formação Gramame quanto os da Formação Marinha Farinha têm sido bastante explorados pela indústria para produção de cimento e cal, provocando o desmonte do relevo e a degradação ambiental nas áreas de lavra desse mineral.. Foto 03 – Calcário da Formação Maria Farinha na praia do Fortim..

(41) 20 A Formação Barreiras (Foto 04), idade Terciária (plio-pleistocênica), é a mais extensa unidade geológica que ocorre nessa porção do litoral de Pernambuco. É constituída predominantemente por sedimentos argiloarenosos de origem continental cujos depósitos têm sido removidos para fins de construção civil, levando ao desmonte dos morros, com desmatamento da vegetação nativa, provocando impactos de natureza socioambiental. O relevo elaborado sobre esta estrutura é típico de tabuleiros, cuja altitude varia entre 40 e 50m, próximo à planície costeira e cerca de 160m na porção oeste da área. Por sua característica de topo plano tem sido, por muito tempo, ocupada por culturas de cana-de-açúcar, granjas, chácaras e núcleos urbanos.. Foto 04 – Formação Barreiras na praia São Paulo (Quinamo, 2006). Os Sedimentos Recentes são depósitos quaternários (Pleistoceno-Holoceno) acumulados na planície costeira, resultantes da interação de vários fatores, tais como: variação do nível do mar, mudanças climáticas e processos dinâmicos costeiros (CPRH – Recife, 2001). Os Terraços Marinhos Pleistocênicos (Foto 05) têm sua origem associada às fases de regressão marinha do Quaternário, o que lhes permitiu o recorte e modelo nos níveis atuais. Ocorrem geralmente, nas porções mais internas da planície costeira, ora no sopé das formações mais antigas, ora isolados na própria planície. De uma maneira geral, apresentamse descontínuos, de formas distintas, geralmente paralelos à linha de costa, cuja largura varia entre 0.5 e 2km, e altitude entre 3 e 8m. Outra característica desses terraços é a ausência de cordões litorâneos na superfície, como consequência direta do retrabalhamento parcial devido.

(42) 21 à ação eólica e/ou à erosão causada pelos eventos flúvio-marinhos subseqüentes à sua deposição. São constituídos por areia média, quartzosa, inconsolidada, com grãos subangulosos, com moderada seleção e em superfície, apresentam coloração branca. Na sua parte basal, tais depósitos podem exibir coloração marrom ou preta e certa coesão, aspectos atribuídos à presença de ácidos húmicos e óxido de ferro, resultantes de processos pedogenéticos atuantes. A existência dessa camada, associada à altitude e à ausência de cordões litorâneos na superfície, constitui um fator de grande importância para a identificação dos terraços pleistocênicos. Como compõem uma área de relevo plano, estão situados na retaguarda das praias, são densamente povoados, e passam por um intenso processo de urbanização desordenada. Tal processo tem causado grandes impactos nos recursos naturais dessas áreas, a exemplo do avanço das edificações sobre a faixa de praia, o aterro dos maceiós e a retirada da cobertura vegetal primária visando a loteamentos, contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos causada pelos esgotos e o acúmulo de lixo, salinização dos aquíferos, além da retirada desenfreada da areia para ser utilizada pela construção civil.. Foto 05 - Terraço Marinho Pleistocênico (nível da estrada) com a Formação Barreiras acima.. Do ponto de vista hídrico, esses depósitos contam com a possibilidade de captar água subterrânea, visto que o lençol freático está a menos de 10m (aquífero livre). Apresentam restrições ao uso de agrotóxicos, à instalação de indústrias, lixões e fossas, como.

(43) 22 medida para evitar a contaminação dos aquíferos rasos. Suas areias brancas são bastante utilizadas na construção civil. Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 06) apresentam-se sob a forma de corpos alongados, mais ou menos contínuos, paralelos à linha da costa, com largura média de 500m. Na superfície, geralmente ocorrem alinhamentos de cordões litorâneos. Podem conter conchas de moluscos em bom estado de conservação e apresentam-se ocasionalmente retrabalhados pela ação eólica. Os sedimentos que constituem esta feição são classificados como areias médias à grossas, moderadamente à bem selecionadas, assimetria variando de muito negativa a muito positiva e platicúrticas, traduzindo flutuações do nível energético do agente de transporte.. Foto 06 – Contato entre o Terraço Marinho Pleistocênico e Holocênico, na praia do Fortim, verificado pelo desnível do terreno.. Os Terraços Marinhos Holocênicos (Foto 07) formam áreas susceptíveis à erosão marinha, na maioria das vezes, como resultado de uma ocupação urbana desordenada. Representam o grande estoque de areia necessário à manutenção do equilíbrio morfodinâmico das praias atuais, uma vez que funciona como um anteparo natural na dissipação da energia das ondas incidentes. Apresentam também a possibilidade de acumulação de água em subsuperfície, embora sujeito à contaminação por águas salgadas e poluídas..

(44) 23. Foto 07 - Terraço Marinho Holocênico na praia de Enseada dos Golfinhos.. Depósitos. Fluviais. são. representados. por. sedimentos. arenoargilosos,. de. granulometria variada, como também variada é a forma de seus grãos, que tem como principal componente o quartzo. Ocorrem a oeste da Ilha, em depósitos situados ao longo dos principais vales, sendo o produto da erosão e do transporte fluvial ocorridos nas unidades Pré-Quaternárias, durante as grandes precipitações pluviométricas. Atualmente tais depósitos encontram-se sob franca ação de processos pedogenéticos, além de sofrerem uma forte intervenção antrópica. Os Depósitos de Mangues (Foto 08) da área estudada classificam-se segundo Lugo & Snedaker (1974 in: Coutinho e Morais, 1986), como pertencentes ao tipo 1, isto é, “mangues de margens de rios”, que estão submetidos ao fluxo lateral de água de baixa salinidade e são extremamente sensíveis às alterações no regime hidrológico. Ocupam toda a extensão do Canal de Santa Cruz e os estuários que compõem o sistema. Caracterizam-se como área de grande potencialidade de recursos biológicos, como o de reprodução de espécies marinhas (berçário ecológico), contêm uma grande variedade de peixes, crustáceos e moluscos, e propiciam o desenvolvimento da pesca artesanal e da ostreicultura, bem como apresentam potencial turístico. Destacam-se pela expressiva beleza da paisagem..

(45) 24. Foto 08 – Manguezal do Canal de Santa Cruz na Barra de Orange (Quinamo, 2006). As Praias – morfologicamente as praias compreendem três setores: antepraia (porção submersa), praia ou estirâncio (zona situada entre o nível da maré baixa e o da maré alta), e pós-praia (zona situada acima da preamar e somente atingida por marés excepcionais), estando as duas últimas separadas por um declive denominado de berma.. Foto 09 - Depósitos praiais visualizados na praia de Bairro Novo.. As areias (Foto 09) formam a estreita faixa da atual zona de praia, que por sua vez representa a porção mais externa da planície costeira. Esses sedimentos encontram-se.

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