Diversidade e nomeclatura
zoológica
Tópicos da aula
• Diversidade biológica - os seis reinos • Reino Animalia (= Metazoa)
• Quais são as características de um animal? • Quem são os animais?
• Qual a diversidade dos animais? • Onde vivem os animais?
Diversidade Biológica
Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa)Diversidade Biológica
Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa)Diversidade Biológica
Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa)Diversidade Biológica
Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa)Diversidade Biológica
Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa)Os 6 reinos da vida • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa) PROCARIOTOS EUCARIOTOS
Mas o que são Pro e Eucariotos?
procariotos
PROCARIOTOS (“antes do núcleo”)
• poucas organelas e núcleos não envolvidos por membrana • esféricas ou ovais
EUCARIOTOS (“núcleo verdadeiro”)
• várias organelas envolvidas por membranas e com núcleo envolto por membrana
• células ganham um apoio estrutural de uma rede interna de proteínas fibrosas chamadas de citoesqueleto
• geralmente maiores que os procariotos e contém mais DNA, células com formas variadas
Diversidade Biológica
Reino Eubacteria
• bactérias, nenhuma produtora de metano • solo, água e dentro de organismos
• aeróbicas e anaeróbicas
Reino Archaea (= Archaebacteria)
• incluem as bactérias produtoras de metano
• composição dos ribossomos, membrana plasmática e parede celular diferente das eubactérias
• geralmente ambientes extremos - fossas oceânicas, fontes quentes e ácidas, lagos salinos
Diversidade Biológica
antes de 1970
Reino Eubacteria Reino Archaea
• 4 mil espécies (spp.) descritas, estimativas de 1 a 3 milhões de spp.
Diversidade Biológica
Reino Fungi
• fungos – mofos, cogumelos, orelhas de pau, leveduras • heterotróficos e multicelulares
• 72 mil spp. descritas (5-10% da diversidade real)
Reino Plantae
• plantas – algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas, angiospermas
• Autotróficos e multicelulares
Reino Protista
• Maioria unicelulares e heterotróficos, mas também alguns multicelulares e autotróficos
• 80 mil spp. descritas (~ 10% da diversidade total)
Reino Animalia (= Metazoa)
• Animais
• ~ 1,3 milhão de spp. (estimativas entre 100 e 200 milhões de spp.)
Recentemente foi sugerida uma nova categoria acima de reino chamada de domínio: Eubacteria,
Archaea e Eukaryota • Eubacteria • Archaea • Fungi • Protista • Plantae • Animalia (= Metazoa) Eukaryota (= Eukarya)
Características dos animais
• Eucariotos
• Multicelulares
• Heterotróficos
• Potencialmente móveis
• Sistema nervoso baseado em acetilcolina/
colinesterase
peixe
tartarugas
Macaco e homem Beija flor
aranha
siri
formiga
mosquito
minhoca
esponja
nematomorfo
lombriga tênia
água-viva
sipúnculo
acantocéfalo
equiúro
anfioxo
Diversidade zoológica: Filos (espécies)
• 1. Porifera (5.500)* • 2. Placozoa (1)* • 3. Monoblastozoa (1)* • 4. Rhombozoa (70)* • 5. Orthonecitda (20)* • 6. Cnidaria (10 mil)* • 7. Ctenophora (100)* • 8. Platyhelmintes (20 mil)* • 9. Nemertea (900)* • 10. Rotifera (1.800)* • 11. Gastrotricha (450)* • 12. Kinorhyncha (150)* • 13. Nematoda (25 mil)* • 14. Nematomorpha (320)* • 15. Acantocephala (1.100)* • 16. Entoprocta (150)* • 17. Gnathostomulida (80)* •18. Priapula (16)* •19. Loricifera (10)* •20. Cycliophara (1)* •21. Sipuncula (320)* •22. Echiura (135)* •23. Annelida (16.500)* •24. Onycophora (110)* •25. Tardigrada (800)* •26. Arthropoda (1.100.000)* •27. Mollusca (90 mil)* •28. Phoronida (20)* •29. Ectoprocta (4.500)* •30. Brachiopoda (335)* •31. Echinodermata (7 mil)* •32. Chaetognatha (100)* •33. Hemichordata (85)* •34. Chordata (50 mil) * invertebradosDiversidade zoológica
Destas, • Arthropoda - 82% • Mollusca – 7% • Chordata – 4% • Nematoda – 1,9% • Platyelminthes – 1,5% • Annelida – 1,2% • Cnidaria – 0,7% • Echinodermata – 0,5%Espécies que possuem vértebras (subfilo Vertebrata do Filo Chordata) representam menos de 4% dos animais, ~ 46 mil spp.) Estimativas variam de 10 a 30 milhões até 100 a 300 milhões de espécies ainda não descritas!
A diversidade dos animais
comparada com outros organismos
• Bactérias... 5.000 • Fungos ...69 mil • Protistas... 80 mil • Plantas... 250 mil • Animais... 1.335.749
Oceanos
• Dos 34 filos animais, 18 são exclusivamente marinhos, 8 predominantemente marinhos, 7 possuem espécies marinhas e 1 sem
Oceanos
Zonas
• Supralitoral – zona de borrifos - é raramente coberta com água, mas está sujeita a ondas de tempestades e ao borrifar das ondas
Oceanos
Zonas
Oceanos
Zonas
• Sublitoral - nunca é descoberta - ao longo da plataforma continental - pode ter apenas alguns km ou estenderse até mil km da costa
-profundidade de até 150-200m
• Batidal - talude ou encosta continental – profundidade entre 200 e 2 mil m
• Abissal planície abissal e fossa oceânica -abaixo de 2 mil m
Oceanos
Animais pelágicos – vivem na coluna d’água - zona pelágica Nécton - nadadores - peixes, lulas, baleias
Plâncton - flutuam ou são levados - águas vivas, crustáceos
Animais bentônicos - vivem no fundo
na superfície – epifauna - esponjas, anêmonas
enterrados no substrato mole – infauna - vermes, mariscos quanto a capacidade locomotora:
errantes - móveis e ativos - caranguejos, polvos
sésseis - fixos ao substrato - esponjas, corais, cracas
sedentários - são soltos ou fracamente presos, mas não se locomovem muito - anêmonas
Estuários
• Rios entram no mar - ambiente bastante variável em
termos de temperatura e salinidade, velocidade da água e quantidade de oxigênio, com grande quantidade de
nutrientes vindos da drenagem terrestre das suas fontes de água doce – caranguejos, peixes
Água doce
• Peixes, peixe boi, boto cor de rosa, moluscos, artrópodos
• Ambientes lóticos (corredeiras) e lênticos (água “lenta”)
Terra
• Relativamente poucos filos animais invadiram com sucesso o ambiente terrestre “seco”- artrópodos e
Um tipo especial de ambiente: simbiose
• Viver junto a outros organismos
• Geralmente organismo maior (hospedeiro) provê um ambiente para um organismo menor (simbionte) viver. • Algumas associações são passageiras e outras são
obrigatórias (os organismos não sobrevivem separados)
• Parasitismo – ecto (sanguessuga, carrapato, piolho, pulga) e endo (tênia, lombriga) - vantagem para o simbionte e
desvantagem para o hospedeiro
• Mutualismo (cupins e protistas) vantagem para ambos -obrigatório
• Cooperação (anêmona e ermitão) – vantagem para ambos – não obrigatório
• Comensalismo inquilinismo, forésia (= “pegar carona”) -vantagem para o simbionte e nulo para hospedeiro
Nomeclatura zoológica
• Atribuir nomes formais aos táxons – independe da classificação
• TÁXONS (em latim taxa) – qualquer grupo de organismos que recebe um nome
• Antes da metade do século XVIII os nomes de animais e plantas consistiam de uma a várias palavras
• Em 1758 – Carolus Linnaeus (latim) ou Carlos Lineu
(português) – o nome da espécie precisa ter 2 partes (binômios) – nomeclatura binomial - gênero (substantivo) + epíteto
Linnaeus (1707-1778) – listou ~ 4 mil spp. animais - hoje mais de 9 mil spp. formigas –
• Confusão – vários organismos com o mesmo nome • 1842 – Código de Strickland – regras elaboradas pela
Associação Britânica para o Avanço da Ciência
• 1901 – V Congresso Internacional de Zoologia - Código internacional de nomeclatura zoológica – elaborado pela Comissão Internacional de Nomeclatura Zoológica
• Última edição do código publicada em 1999 - disponível em: http://www.iczn.org/iczn/index.jsp
• Esse código estabeleceu 1 de janeiro de 1758 (ano da
décima edição do Systema Naturae) como a data inicial da nomeclatura moderna
• Também existem códigos para plantas, bactérias, vírus e plantas cultivadas
Todos os códigos compartilham os mesmos princípios básicos
1. São independentes um do outro
É permissível mas não recomendável que um táxon de planta tenha o mesmo nome que de um animal (ex. Cannabis é gênero de planta e de ave)
• Porém, dentro do mesmo código (ex. o de
Zoologia) não é possível existir 2 espécies com o mesmo nome:
– Se um pesquisador nomear uma espécie com um nome já utilizado, este é chamado de homônimo e deve ser substituído por outro nome
Exemplos:
• Kingia (mosquito) não é homônimo de Kingia (planta) –códigos diferentes
• Gerris (percevejo) não é homônimo de Gerres (peixe) – a grafia precisa ser idêntica
• Mononychus (dinossauro) é um homônimo de
Todos os códigos compartilham os mesmos princípios básicos
2. Nomes latinos ou latinizados (nunca com
cedilha ou acento) e, no caso de categorias
abaixo de gênero, grifados (itálico, sublinhado ou negrito)
Todos os códigos compartilham os mesmos princípios básicos
3. Os nomes devem se manter constantes ao longo
do tempo – princípio da estabilidade
4. As mesmas regras e nomes devem ser usados em
todo o mundo – princípio da universalidade
5. Um táxon pode ter apenas 1 nome válido –
princípio da exclusividade
6. Os nomes mais antigos (data da publicação) é que valem – princípio da prioridade
Sinonímia
• Diferentes pesquisadores trabalhando em diversas partes do mundo ou espécies em que machos e
fêmeas são muito diferentes – possibilidade de existir nomes diferentes para o mesmo animal –
sinônimos
• Clemensia pantheroides - 1788 • Baritius pintadensis - 1852
Sinônimo (= sinônimo júnior)
Nome válido (=
sinônimo sênior): geralmente o que foi descrito primeiro
Código Internacional de Nomeclatura
Zoológica
• Abrangência: todos animais vivos ou fósseis • Estabelece regras para formação de nomes das
• Domínio • Reino • Filo • Superclasse • Classe • Subclasse • Coorte • Superordem • Ordem • Subordem • Superfamília • Família • Subfamília • Tribo • Gênero • Subgênero • Espécie • Subespécie Seguem as normas do Código de Nomeclatura Zoológica Táxons do grupo da família
Táxons do grupo do gênero
CATEGORIA SUFIXO EXEMPLOS
• Domínio qualquer palavra latinizada Eukaryota • Reino Metazoa • Filo Arthropoda • Superclasse • Classe Insecta • Subclasse • Coorte • Superordem • Ordem Lepidoptera • Subordem
• Superfamília OIDEA Papilionoidea • Família IDAE Nymphalidae • Subfamília INAE Heliconiinae • Tribo INI Heliconini • Gênero qualquer palavra latinizada Heliconius
• Subgênero
• Espécie Heliconius erato
Tipos
• Espécimes de referência que têm a finalidade de estabilizar os nomes – depositados em instituições (museus) de confiança
• O tipo de uma espécie é um exemplar, o tipo de um gênero é uma espécie e um tipo de uma família é um gênero
• Holótipo – um exemplar designado na descrição original da nova espécie ou quando a descrição foi baseada num único exemplar
• Parátipos - outros exemplares estudados para a descrição original
Coleções
• Didáticas
• Científicas (= de pesquisa) – públicas ou particulares
• Regionais
• Especiais – grupos de interesse econômico/ médico, levantamentos faunísticos locais
• De identificação ou referência
• Os nomes das espécies são normalmente descritivos: característica morfológica, distribuição geográfica, mas também em homenagem a alguém Aethria pyrrhopyga Paracles minuta Leishmania braziliensis Rothschildia beckeri Viviennea magniplaga
Descrição de uma espécie
• Diagnose – quais são as características distintivas da espécie
• Descrição do holótipo
• Número de tombo e localização de holótipo e parátipos • Coloração
• Tamanho • Variação
• Distribuição geográfica
• Dados de imaturos, ecologia • Figuras
Algumas regras de nomeclatura
• Nomes dos táxons podem ser uninominais,
binominais, trinominais ou tetranominais
Família Nymphalidae
Espécie Heliconius erato
Subespécie Heliconius erato phylis
Subespécie + Subgênero Heliconius
(Aclytia) erato phylis
• Categorias espécie e subespécie sempre com inicial
minúscula
• As demais categorias sempre com inicial maiúscula • Gênero, subgênero, espécie e subespécie sempre em
itálico
• Arctiidae • Homo
• Homo sapiens
• Heliconius erato phylis
• Gênero pode ser abreviado: H. erato
• Epíteto específico nunca pode ser escrito isoladamente
• Subgênero
: entre parênteses, inicial
maiúscula e itálico - entre o gênero e a
espécie
• Subespécie
: itálico e minúscula - depois da
espécie
Ex. Heliconius (Aclytia) erato phylis
• Categorias acima de gênero – são uninominais, inicial maiúscula – sem regra da prioridade – a recomendação é usar o nome mais citado
• Exemplos de ordens de insetos:
Blattodea = Blattaria
Phasmatodea = Phasmida
Algumas regras de nomeclatura: autor
e ano de descrição
• Autor e ano não fazem parte do nome • Vírgula entre autor e ano, sem itático
• Caso a espécie seja transferida para outro gênero o nome do autor e ano originais devem ficar entre parênteses
• Ex. Syntermes dirus (Burmeister, 1939) foi descrito originalmente como Termes dirus Burmeister, 1939
• Note que o autor que fez a mudança de gênero não é citado
• O nome do autor pode ser abreviado: Musca domestica L., 1758 (L. = Linnaeus)
Algumas regras de nomeclatura:
sp. e spp.
• sp. = abreviatura de espécie não determinada – usado depois do gênero
Ex. Nereis sp.
• spp. = espécies – conjunto de espécies do mesmo
gênero
Ex. Tytius spp.
• Ambos sem itálico, letras minúsculas e com ponto final; sem itálico
Código Internacional de Nomeclatura
Zoológica
• Quando a aplicação do código resulta em
confusão, os problemas são encaminhados ao secretário da comissão cerca de 1 ano antes dos Congressos Internacionais de Zoologia. Durante esses congressos, as alterações são apresentadas e aprovadas na seção de nomeclatura zoológica é eleita uma nova comissão. As decisões são
publicadas no periódico Bulletin of Zoological Nomeclature