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PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - DEF CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Leoni Curato da Silva

PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Natal 2021

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Leoni Curato da Silva

PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito final para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientadora: Profa. Dra. Priscilla Pinto Costa da Silva

Natal 2021

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Leoni Curato da Silva

PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito final para a obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

RESULTADO: Aprovado .

Natal, 23 de abril de 2021.

__________________________________________ Profa. Dra. Priscilla Pinto Costa da Silva

(Presidente da Banca Examinadora)

__________________________________________ Prof. Dr. Tadeu João Ribeiro Baptista

(Primeiro Membro)

__________________________________________ Profa. Dra. Thais Reis Silva de Paulo

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DEDICATÓRIA

Agradeço a Deus por me dar forças, saúde e coragem para cumprir mais uma jornada.

A família e amigos pelo apoio e compreensão nos momentos de ausência, pois assim pude manter o foco no objetivo.

Aos docentes e discentes da UFRN pela troca de conhecimento ao longo da caminhada.

A minha professora orientadora pela disponibilidade, correções e incentivos. Aos Profissionais de Educação Física do NASF do município do Natal pela grandiosa cooperação para elaboração deste estudo.

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EPÍGRAFE

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar a percepção do Profissional de Educação Física no tocante à efetividade da sua intervenção e as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento das suas atividades no Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF. Participaram do estudo três Profissionais de Educação Física, do município do Natal do estado do Rio Grande do Norte. A coleta de dados foi através de uma entrevista semiestruturada, a qual foi gravada e transcrita posteriormente. Os dados foram apreciados por meio da análise de conteúdo. Todos os profissionais são formados em Educação Física – Licenciatura Plena e foram remanejados da Secretaria Municipal de Educação para o NASF. Sobre a participação nas equipes multidisciplinares, os profissionais se reúnem a fim de debater à cerca das comorbidades dos usuários e cada profissional da equipe atua em cada problema específico do usuário, trabalhando o ser humano como um todo. A intervenção nos usuários é realizada através de práticas corporais como caminhada, alongamento e fortalecimento muscular. As dificuldades enfrentadas são a falta de infraestrutura para as práticas corporais e a falta de investimento na aquisição de materiais. A falta de mais Profissionais de Educação Física atuando no NASF é outro óbice apontado pelos profissionais entrevistados. Concluiu que os Profissionais de Educação Física do NASF têm consciência da efetividade da atuação nas equipes multidisciplinares e a percepção de que sua intervenção proporciona saúde e previne doenças nos usuários.

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ABSTRACT

The objective of this study was to verify the perception of the Physical Education Professional regarding the effectiveness of his intervention and the difficulties faced in the development of his activities at the Family Health Support Center - NASF. Three Physical Education Professionals from the city of Natal in the state of Rio Grande do Norte participated in the study. Data collection was carried out through a semi-structured interview, which was recorded and later transcribed. The data were assessed through content analysis. All professionals are trained in Physical Education - Full Degree and were relocated from the Municipal Department of Education to the NASF. Regarding the participation in multidisciplinary teams, the professionals meet in order to debate about the comorbidities of the users and each professional of the team acts on each specific problem of the user, working with the human being as a whole. The intervention in users is performed through body practices such as walking, stretching and muscle strengthening. The difficulties faced are the lack of infrastructure for body practices and the lack of investment in the acquisition of materials. The lack of more Physical Education Professionals working in the NASF is another obstacle pointed out by the professionals interviewed. He concluded that NASF Physical Education Professionals are aware of the effectiveness of their work in multidisciplinary teams and the perception that their intervention provides health and prevents diseases in users.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ... 10 1.2 JUSTIFICATIVA... 11 1.3 OBJETIVOS ... 12 1.3.1 OBJETIVO GERAL ... 12 1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 12 3 METODOLOGIA ... 15 3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO... 15 3.3 INSTRUMENTO DE DADOS ... 16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 24 REFERÊNCIAS ... 26 APÊNDICE ... 28

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1 INTRODUÇÃO

A importância da prática da atividade física é entendida como fator primordial de proteção à saúde e dentro deste contexto foi institucionalizada a promoção da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS), com destinação de recursos, nas esferas federal, estadual e municipal, para o desenvolvimento de projetos que incitem a prática da atividade física e o combate ao comportamento sedentário da população. Segundo Carvalho et al. (2017, pág. 2):

A portaria 2.608, de 28 de dezembro de 2005, apresentada pela PNPS, destina recursos aos estados da federação para investimentos em projetos locais e incentivo à prática de atividade física para diminuir os hábitos do sedentarismo, pois podem causar doenças cardiovasculares e metabólicas.

A falta da atividade física compromete a saúde da população em geral independente da idade e os efeitos danosos do sedentarismo são fatores de risco para o desenvolvimento das doenças supracitadas. A preocupação com este comportamento inadequado deve começar na infância e se estender até a terceira idade.

O Profissional de Educação Física – PEF - integra as equipes multidisciplinares do SUS e sua participação está regulamentada desde 2005. Há entendimentos (MATSUDO, 2006) que a participação deste profissional contribui na melhoria da qualidade de vida e saúde da população, por meio de intervenções que irão combater o sedentarismo e promover a adoção de hábitos mais saudáveis. Segundo Matsudo (2006, pág. 113) ressalta que:

Estudos epidemiológicos evidenciam que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessários para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida, uma vez que a atividade física regular contribui na prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis especialmente as relacionadas às doenças cardiovasculares e o câncer. Está associada também a uma melhoria da mobilidade e da capacidade funcional durante o envelhecimento, sendo fundamental incentivar mudanças para a adoção de um estilo de vida ativo.

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O conceito de qualidade de vida é muito complexo e não se restringe apenas ao indivíduo estar bem de saúde, pois há vários componentes que embasam este conceito. Dependendo do ponto de vista, a qualidade de vida pode ser representada, além do conceito de sinônimo de saúde, por indicadores como felicidade e satisfação pessoal, condições de vida e estilo de vida, dentre outros parâmetros. No entanto, qualidade de vida é uma condição importante para se obter boas condições de saúde, porém a recíproca não é verdadeira (PEREIRA et. al., 2012).

Os termos “promoção de saúde e prevenção de doenças”, utilizados nesta pesquisa como meta a ser atingida resultante das ações e medidas desenvolvidas pelo Profissional de Educação Física, podem ser definidas como uma “reflexão sobre a importância dos determinantes gerais das condições de saúde, propondo atividades mais voltadas ao coletivo dos indivíduos e ao ambiente, com destaque para importância da ação intersetorial e de políticas públicas coerentes” (MEDINA et. al., 2014, pág. 70).

A população passou a ter um aumento na expectativa e no tempo de vida, logo, as ações de combate aos fatores que comprometem a saúde são primordiais para minimizar as demandas no SUS, consequentemente proporcionar um maior alcance e melhor gestão do sistema.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Muitos são os desafios do Profissional de Educação Física frente a sua atuação no SUS, pois desde a criação de estratégias priorizadas na Política Nacional de Promoção da Saúde - PNPS, criada em 2005, onde contempla as comunidades e serviços de saúde com ações para as práticas corporais e atividade física; este profissional é um importante elo do sistema para promover saúde e proporcionar qualidade de vida. Ele é único profissional capacitado, dentro de uma equipe multidisciplinar, a prescrever, aplicar e analisar os resultados provenientes da atividade física, conforme descreve Rodrigues et al. (2012), o PEF é o único da equipe do NASF com formação voltada para orientar a prática de atividades físicas.

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A Portaria 2.488, de 21 de outubro de 2011, do Ministério da Saúde define:

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolutibilidade.

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF são constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das Equipes Saúde da Família, das Equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios de rua, equipes ribeirinhas e fluviais, etc.) e academia da saúde, compartilhando as práticas e saberes em saúde nos territórios sob responsabilidade destas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território destas equipes.

Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando necessários devem ser regulados pelas equipes de atenção básica). Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou Academia da Saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.: CAPS, CEREST, Ambulatórios Especializados etc.) além de outras redes como SUAS, redes sociais e comunitárias.

Assim, o Profissional de Educação Física tem função relevante no cumprimento dos princípios do SUS em relação à política de saúde e de promoção da atividade física no Brasil.

Diante do exposto fica a seguinte indagação, como a atua o Profissional de Educação Física e como compreendem a organização e o trabalho no NASF no município do Natal?

1.2 JUSTIFICATIVA

A possibilidade da prática da atividade física de promover a saúde e qualidade de vida, e minimizar as consequências das doenças crônicas, infere a importância das ações desenvolvidas por um Profissional de Educação Física junto às unidades de saúde. Segundo Rodrigues et al. (2012), intervenção do PEF através de um programa de atividade física em Rio Claro-SP, realizada com grupos de hipertensos, diabéticos e obesos, entre os anos de 2001 e 2007, demonstrou a importância do PEF na atuação interdisciplinar e multiprofissional que acontecia com enfermeiras e médicos.

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Está prevista a participação do Profissional de Educação Física nas equipes multidisciplinares das unidades básicas de saúde, porém a atuação deste profissional ainda não se encontra bem consolidada no SUS. Daí, surge a necessidade de investigação acerca da participação do Profissional de Educação Física no SUS, e as facilidades e dificuldades encontrados no desenvolvimento do seu trabalho.

Dentro deste contexto, é importante ressaltar os benefícios obtidos na sociedade com a intervenção deste profissional, pois através da atividade física, os usuários do sistema ampliam suas redes de convivência, aumentam a cooperação, distanciam-se dos problemas cotidianos com a integração corpo-mente e tornam-se fisicamente mais ativos. Com uma população mais saudável e menos doente, os governos podem gerenciar e aplicar melhor os recursos da saúde, tendo em vista que as ações preventivas na saúde geram menos gastos para a administração do que as ações corretivas.

Segundo Carvalho et al. (2017), apesar do crescimento de oportunidades para atuação dos Profissionais de Educação Física no SUS, essa participação ainda está em sua fase inicial, e fatores como a ausência do conteúdo de saúde coletiva nos cursos de graduação em Educação Física podem contribuir para a manutenção desse estágio.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a atuação do Profissional de Educação Física e compreender a organização e o trabalho no NASF no município do Natal.

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Verificar a percepção do Profissional de Educação Física no NASF, do município do Natal, no tocante a atuação profissional e a efetividade da sua intervenção; e

b) Verificar as dificuldades enfrentadas pelo Profissional de Educação Física no desenvolvimento das suas atividades no NASF.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste tópico, serão apresentadas as bases teóricas que fundamentam o presente trabalho: uma revisão de literatura na qual abrange o contexto da inserção do Profissional de Educação Física no Sistema Único de Saúde.

Estudos indicam a importância da promoção da saúde no SUS e nesse aspecto Carvalho et al. (2017, pág. 2) destaca:

A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) aprovou a institucionalização da promoção da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Este processo apresentou conceitos e a práxis do cotidiano do SUS, como também a importância da análise da situação em saúde e suas circunstâncias no Brasil para a eleição de prioridades e focalização das ações sanitárias. Por meio dessa abordagem epidemiológica, foram eleitas áreas temáticas prioritárias para implementação da PNPS. Dentre elas, destaca-se a indução de atividade física/prática corporal e a importância de viver ativo como fator de proteção à saúde.

A fim de pôr em prática as diretrizes da PNPS, a intervenção do Profissional de Educação Física faz-se necessária no SUS, logo, é importante analisar e discutir a atuação do Profissional da Educação Física no SUS sob a perspectiva da promoção da saúde como “um processo de capacitação da comunidade para melhorar a sua qualidade de vida” (SCABAR et al., 2012, pág. 412).

A participação do Profissional de Educação Física, na composição das equipes multidisciplinares, foi regulamentada no SUS através da criação dos NASF em 2008, como descreve Rodrigues et al. (2013, pág. 6):

O Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) através da Portaria G.M nº 154/200814. Com a criação dos NASF em 2008, passou-se a ter maior ênfase e apoio ao cumprimento dos objetivos preconizados pelo SUS e ESF por meio de uma equipe multiprofissional, que inclui médico acupunturista, assistente social, profissional de educação física (PEF), farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista, médico homeopata, nutricionista, médico pediatra, psicólogo, médico psiquiatra e terapeuta ocupacional.

“A promoção da saúde é uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas e seus entornos, partindo

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de uma concepção ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes” (SCABAR et al., 2012, pág. 413).

A atuação do Profissional de Educação Física interage com os demais componentes da equipe multidisciplinar e essa interação é ressaltada segundo Loch et al. (2019, pág. 4), que dentro da complexidade, de aspectos multifatoriais e multidimensionais, a atividade física se articula com diversos setores e serviços, e profissionais do sistema de saúde, logo, as ações do Profissional de Educação Física são de grande importância nesta articulação.

O processo de avaliação dos usuários que estão sob intervenção do Profissional de Educação Física é de suma importância para o estabelecimento de estratégias e tomadas de decisões no período que estes são assistidos; diante do exposto, Loch et al. (2019, pág. 4) enfatiza que:

Sem dúvida os PEF devem ter alguma forma de avaliação de sua prática profissional. Evidentemente, a avaliação deve ser entendida de uma forma ampla, como parte importante de um processo e fundamental para proporcionar informações para uma melhor tomada de decisão. Ademais, destaca-se que estas avaliações não devem ser apenas focadas na aptidão física de pessoas que participam dos grupos formais. Sugere-se a inclusão de outras variáveis como por exemplo: comportamentos relacionados à saúde, participação social, qualidade de vida, atitudes, auto eficácia, conhecimento, etc. De qualquer modo, há de se ter cuidado com o excesso de medidas e testes e sempre considerar a coerência entre o que está sendo avaliado e os objetivos propostos. Avaliar por avaliar, além de representar uma importante perda de tempo, é desrespeitoso com as pessoas que se submetem à avaliação.

A atuação do Profissional de Educação Física no SUS deve ser melhor analisada, com o intuito de extrair todo o potencial deste profissional, pois esta não se pode limitar meramente a ações que visam minimizar os efeitos de uma vida sedentária. A prevenção de doenças e a promoção da saúde são os principais objetivos do Profissional de Educação Física e este trabalho merece um foco maior (CARVALHO et al., 2017).

Diante do exposto, é consenso entre os autores citados que a atuação do Profissional de Educação Física na área da saúde coletiva brasileira contribui para prevenção de doenças e um estilo de vida mais saudável.

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3 METODOLOGIA

A metodologia empregada na elaboração da pesquisa, detalhou os critérios, métodos e formas de levantamento dos dados coletados. Segundo Marconi e Lakatos (2010, pág. 71), “A pesquisa é um processo racional e sistematizado que visa responder aos problemas sugeridos e seu desenvolvimento acontece através do uso de procedimentos metodológicos de investigação científica necessários para a execução do estudo.”

3.1 Caracterização do Estudo

O detalhamento das particularidades de uma população ou fenômeno, ou então a relação entre estas duas variáveis é o objetivo fundamental de uma pesquisa descritiva, conforme define Gil (2002, pág. 42), logo, o método de pesquisa utilizado foi o descritivo, a fim de proporcionar uma visão mais detalhada da atuação do Profissional de Educação Física no NASF do município do Natal.

Segundo Praça (2015, pág. 81), de uma maneira geral, os métodos qualitativos e métodos quantitativos são dois aspectos que conduzem a metodologia. Estes aspectos, sejam eles qualitativos ou quantitativos devem nortear o alcance dos objetivos propostos, de forma a auferir resultados que podem ratificar ou negar as possibilidades levantadas. No método qualitativo, a correlação que existe entre os objetivos e resultados são analisados de forma indutiva e não através da interpretação de números, ensejando-se como uma pesquisa descritiva.

Na pesquisa, as abordagens foram qualitativas, buscando compreender e interpretar as percepções dos profissionais atuantes no sistema.

3.2 Participantes do estudo

No município do Natal, após a criação do NASF em 2011 foi feito um planejamento para doze equipes credenciadas atuarem, de acordo com o vídeo institucional feito pelo próprio NASF do município de Natal. Na época, apenas três dos doze NASF’s planejados foram implantados com os Profissionais de Educação Física já existentes da rede pública municipal.

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Atualmente a Secretaria Municipal de Saúde possui treze Profissionais de Educação Física, sendo que dez atuam nas academias da saúde, os quais foram excluídos da pesquisa por não atuarem nos NASF’s.

Como critério de inclusão para a coleta de informações, apenas os três Profissionais de Educação Física, atuantes no NASF Nazaré, África e Santarém, foram ouvidos através das entrevistas.

3.3 Instrumento de dados

Como instrumento de coleta de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada, que é assim definida por Triviños (1987, p. 146):

A entrevista semi-estruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal seria colocado pelo investigador-entrevistador.

Para Gerhardt e Silveira (2009, pág. 72), na entrevista semiestruturada “O pesquisador organiza um conjunto de questões (roteiro) sobre o tema que está sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal”.

Um aspecto importante, para ambos os autores, se refere à importância de perguntas básicas e principais para atingir o objetivo da pesquisa.

A entrevista semiestruturada contendo perguntas abertas foi adotada na pesquisa de campo, o qual objetivou identificar os resultados provenientes da atuação do Profissional de Educação Física no NASF, quanto as facilidades e dificuldades encontradas para promoção de saúde e prevenção de doenças dos usuários dos serviços públicos de saúde. A entrevista semiestruturada foi aplicada nos Profissionais de Educação Física lotados nos NASF do município do Natal.

As entrevistas foram gravadas com o consentimento dos entrevistados e posteriormente transcritas, possibilitando a obtenção de importantes informações pertinentes à pesquisa.

Por intermédio da entrevista semiestruturada aplicada aos Profissionais de Educação Física, pretendeu-se:

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a) Identificar a quantidade de profissionais que atuam nos NASF; b) Verificar como se desenvolve o trabalho multidisciplinar;

c) Identificar o perfil dos usuários assistidos pelo profissional; d) Identificar quais atividades são desenvolvidas com os usuários; e) Verificar a frequência e forma de avaliação realizada nos usuários; f) Verificar a frequência semanal e carga horária das atividades realizadas; g) Identificar os locais e materiais utilizados na intervenção do profissional;

e

h) Verificar por quanto tempo o usuário é assistido pelo profissional. No que se refere coleta de dados, Severino (2008) define como o ato de pesquisar, juntar documentos e provas, procurar informações sobre um determinado tema ou conjunto de temas correlacionados e agrupá-las de forma a facilitar uma posterior análise.

Após realizadas as entrevistas, procedeu-se a análise dos dados coletados nelas, com a finalidade de produzir inferências, conforme descreve Campos (2004, pág. 613):

Segundo este ponto de vista, produzir inferência, em análise de conteúdo significa, não somente produzir suposições subliminares acerca de determinada mensagem, mas em embasá-las com pressupostos teóricos de diversas concepções de mundo e com as situações concretas de seus produtores ou receptores. Situação concreta que é visualizada segundo o contexto histórico e social de sua produção e recepção.

A coleta de dados propiciou a análise dos resultados obtidos com a intervenção do Profissional de Educação Física em consonância com os demais profissionais da equipe multidisciplinar, sendo a ação precursora para a elaboração e execução da pesquisa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Três participantes foram selecionados para realização das entrevistas, sendo dois do gênero masculino e um do gênero feminino; têm idade que variam de 49 a 64 anos; são formados em Licenciatura Plena em Educação Física; atuam no SUS há mais de 14 anos; e atuam no NASF desde a sua implantação em 2011.

A entrevista propiciou coletar as opiniões, relatos de experiências e o entendimento de como se dá o trabalho dentro do NASF.

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A partir da análise das respostas dos participantes da pesquisa entende-se que a atuação do Profissional de Educação Física no NASF se dá no apoio matricial numa equipe multidisciplinar, conforme o entrevistado 2 relata:

“[...] o nosso grande objetivo como Profissional de Educação Física é justamente dar o apoio matricial, o que é esse apoio matricial: eu trabalho como uma equipe multiprofissional [...]”.

Segundo Gonçalves et al. (2011, pág. 13) define: “Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica”.

A atuação do Profissional de Educação Física também se dá no levantamento

das comorbidades existentes numa população coberta pelo NASF; no não agravamento das doenças crônicas não transmissíveis - DNCT através da prevenção; e na realização de atividade física e práticas coordenadas, buscando uma melhor qualidade de vida.

Os programas de AF voltados para o SUS, pesquisados por Bonfim, Costa e Monteiro (2012, p.171), “demonstraram que alguns deles têm como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da AF, associando ações educativas a procedimentos de intervenção”.

Estas ações são desenvolvidas e coordenadas por uma equipe multidisciplinar composta por Fisioterapeuta, Assistente Social, Farmacêutico, Profissional de Educação Física, Psicólogo e um Nutricionista, podendo esta formação variar de um NASF para o outro, de acordo com a disponibilidade de profissionais. A composição das equipes multidisciplinares está de acordo com a Portaria nº 2436, de 21 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, que prevê:

Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Código Brasileiro de Ocupações - CBO na área de saúde: Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clínica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde

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com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas conforme normativa vigente. A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades dos territórios.

Por meio de reuniões, estes profissionais realizam o levantamento das comorbidades da população jurisdicionada pelo NASF e definem ações de prevenção com o objetivo de conter o agravamento destas comorbidades. Os profissionais atuam em cada problema específico do usuário, trabalhando o ser humano como um todo.

As demandas de usuários que são assistidos pelo NASF são encaminhadas pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família – ESF e da Atenção Básica, que de acordo com Nascimento e Oliveira (2010, p. 93) a partir da criação deste programa “a família passou a ser considerada uma unidade de intervenção e firmou-se a premissa de reorientação das práticas profissionais a partir da Atenção Básica, no desenvolvimento de ações de promoção e prevenção e recuperação da saúde”.

Em comum, os entrevistados relataram que os usuários apresentam um perfil variado, conforme relatou o entrevistado 1:

[...] a gente lida com uma camada social muito carente, muito pobre né, que não tem, não tem acesso muitas vezes ao lazer, não tem acesso muitas vezes a uma saúde de qualidade. São pessoas que vivem em bairro onde o índice de violência, o índice de várias limitações sociais, financeiras, intelectuais permeia nessa comunidade [...] então nós temos um público, do qual assim, a gente tem muito hipertenso, a gente tem muito diabético, a gente tem muito cardíaco, a gente tem muito depressivo, a gente tem muito acamado ententeu? Então assim, você acaba vivendo e reproduzindo o meio, então se você faz parte de uma família que ela nasceu ali, não teve oportunidade de viver outras coisas, de viver uma outra dimensão social, financeira e política; ela reproduz os filhos da mesma forma né, então você tem uma família de obeso, o filho é obeso, o neto é obeso e assim vai [...].

Como atividades desenvolvidas pelos Profissionais de Educação Física com os usuários, destacam-se atividades físicas como a caminhada, alongamento e fortalecimento muscular, e a escolha das atividades estão condicionadas com o grupo de usuários as quais serão aplicadas, conforme relatou o entrevistado 1:

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“[...] cada grupo a ser trabalhado tem um foco diferenciado na área da educação física [...]”.

O entrevistado 2 relata que:

“[...] os usuários nos dão a deixa do que gostariam de fazer, pois não há imposição da atividade física a ser realizada; é a diferença da educação física do posto e educação física no posto, o qual esta última é aquela que é elaborada com a vontade do usuário [...]”.

O relato do entrevistado 2 está em consonância com o que afirmam Andrello e colaboradores (2012), no qual reforça a participação efetiva dos usuários no processo de desenvolvimento de atividades para as ações de educação para saúde.

Dentro das atividades desenvolvidas, há também as visitas domiciliares, assim descrita pelo entrevistado 2:

“[...] eu faço visitas domiciliares quase todos os dias aos acamados, o fisioterapeuta reabilita e o Educador Físico que promove o fortalecimento daquela musculatura. Muitas e muitas vezes tiramos pessoas de cama e fizemos elas andarem. Isso não é uma forma de milagre, isso é ciência! [...]”.

As atividades desenvolvidas não se limitam às atividades supracitadas, outras atividades como danças folclóricas, coral e passeios também são disponibilizadas aos usuários, conforme relato do entrevistado 3:

“[...] então são todas as atividades como eu já disse; atividade física, as danças folclóricas e parafolclóricas [...] sim, ainda tem o coral [...]”.

Esta capacidade que o Profissional de Educação Física tem em desenvolver outras atividades, não ficando tão somente limitado à atividade física, vai ao encontro dos relatos dos Profissionais de Educação Física entrevistados no estudo de Falci e Belisário (2013), os quais descrevem que na ótica dos usuários, as intervenções do PEF são um momento de alegria, prazer, descontração e bem-estar; e não uma consulta para solução de uma enfermidade.

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O entrevistado 2 faz um importante relato que além das outras atividades desenvolvidas com os usuários, há o projeto cantoterapia, que utiliza instrumentos e a música, o qual possibilita ao usuário a verbalização de outros problemas e, dentro do trabalho multidisciplinar, possibilita ao psicólogo da equipe atuar em problemas como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

Outro consenso entre os profissionais entrevistados é quanto efetividade das avaliações dos usuários, que geralmente ocorrem trimestralmente, e no controle das atividades realizadas. Os registros são armazenados em livros, fichas e prontuários eletrônicos nos NASF’s, e os dados são utilizadas nas reuniões realizadas pelas equipes multidisciplinares. O compilado dos resultados de cada profissional, referente aos usuários, é lançado no sistema do Ministério da Saúde, o e-SUS. Mesmo havendo o registro e controle das atividades, durante as entrevistas foi perguntado se caso não houvesse os referidos registros, se era possível perceber a melhora nos usuários com as intervenções; e assim foi respondido pelo entrevistado 1:

“[...] até pela própria devolutiva da equipe, porque a própria médica, a própria enfermeira, como a gente é equipe de apoio e a gente tem esses momentos de feedback com eles, eles mesmos dizem: ó, fulano quando eu repeti os exames agora deu uma estabilizada na pressão, já deu uma diminuída na glicose... ó, fulano já perdeu peso [...]”.

Durante a entrevista do entrevistado 1, a médica da equipe esteve no local e espontaneamente complementou as informações anteriormente prestadas, fazendo o seguinte relato:

[...] a gente consegue, porque a maioria dos pacientes são de mais idade, então eles já têm comorbidades né! Então eles têm hipertensão, diabetes, dislipidemia [...] circunferência abdominal alterada, então tudo isso a gente mede na consulta, no preparo que a gente faz do paciente, então a gente consegue ver essas medidas sendo reduzidas, nível de TA melhorando, as taxas se organizando, pacientes [...] ou que tem muita artrose [...] que tinha dificuldade de fazer atividades da vida diária, passam a ter um independência maior, questão de equilíbrio, aí eles conseguem aderir melhor porque começam a ficar mais disciplinados para comer, para fazer atividade física, então isso também repercute na mudança de comportamento e no estilo de vida [...] aí eles começam a ver os resultados, com dois três meses, aí eles começam sentir mais disposição, melhoram o sono, o apetite não é aquele desespero mais né [...].

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As intervenções dos Profissionais de Educação Física com os usuários ocorrem geralmente duas vezes por semana, com uma duração média de sessenta minutos. Os locais para realização das atividades, bem como o material para realização das mesmas foram alvos de grandes críticas por parte dos três profissionais. Os NASF’s não possuem local próprio para realização das atividades, então, eles relataram que são utilizados locais como pátios de igreja, praças, quadras de escola, estacionamentos e outros locais disponíveis, que de alguma forma possam ser aproveitados.

Os materiais de uma maneira geral são adquiridos com recursos dos próprios profissionais ou doados por colaboradores, como por exemplo, caixas de som, bolas, bambolês e bastões; ou muitas vezes são criados e feitos por eles, como halteres, utilizando garrafas pet, cabos de vassouras e elásticos, dentre outros. Os profissionais relatam que desde a criação do NASF vários pedidos de aquisição de material foram feitos, porém não foram atendidos, levando os profissionais a lançar mão da criatividade com o intuito de não deixar os usuários sem as intervenções.

Outra indagação feita aos entrevistados foi referente ao tempo que os usuários são assistidos pelo Profissional de Educação Física do NASF e, em comum, os profissionais relataram que não há um prazo para que o usuário seja assistido pela equipe, mas um dos profissionais destacou que estimula o usuário a realizar a atividade física em outros locais alternativos, para que não haja dependência única do NASF e que ele seja coautor no processo de mudança de hábitos e estilo de vida. Os profissionais também foram questionados sobre as facilidades e dificuldades na atuação no NASF, e a aderência dos usuários às atividades propostas foi o maior destaque; e como dificuldades, foram reportadas a falta de material e local próprio adequado para realização das atividades, e a falta de mais Profissionais de Educação Física atuando nos NASF’s.

Na última pergunta da entrevista, cada entrevistado pontuou de forma livre aspectos que poderiam ser interessantes à pesquisa. O entrevistado 3 relatou:

“[...] o bom é que cada profissional, que não seja do NASF, mas cada Profissional de Educação Física, na área de saúde, trabalhasse dentro de um posto de saúde [...] é uma área que não é explorada, academia está cheia [...]”.

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O entrevistado 2 destacou:

[...] fica uma sugestão, para que dentro da própria elaboração de grade curricular das universidades, que se possa ter uma observação e um carinho maior por esse lado do SUS. O Profissional de Educação Física não pode se limitar a uma academia, não pode se limitar a um treinamento físico, não pode se limitar tão somente a uma escola. Ele abrange muito mais [...] nós temos estágios remunerados dentro da própria unidade de saúde e que não vem absolutamente nenhum aluno, mas por que ele não vem? Não é culpa de aluno, é culpa muitas vezes de profissionais, professores que simplesmente às vezes desconhece esse próprio programa, eles não se apoderam desse processo de que existe um campo imenso a ser explorado pelos Profissionais de Educação Física e dessa forma não satura tanto essas academias que já estão saturadas de personais [...].

O entrevistado 1 pontuou os seguintes aspectos:

[...] eu gostaria muito que os NASF’s se ampliassem, consequentemente seriam ampliados também os Profissionais de Educação Física né, gostaria que a universidade ela procurasse valorizar mais, procurasse pesquisar mais, procurasse investir mais principalmente nessa área da saúde né [...] o meu grande desejo é que a universidade também se ampliasse nesse contexto [...].

Relacionando os relatos dos profissionais, Pedrosa e Leal (2012, p. 249) apontam que:

Como a atuação do profissional de Educação Física no SUS ainda é incipiente, torna-se necessário estimular as discussões a respeito dessa prática, que devem enfocar desde a formação profissional nas universidades, até uma análise mais aprofundada sobre a sua atuação prática, passando pela participação destes em conferências e seminários que discutem a questão da saúde no Brasil.

Por fim, cabe ressaltar que o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 99, de 07 de fevereiro de 2020, que redefine registro das Equipes de Atenção Primária e Saúde Mental no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Em consequência, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF passa a ser classificado como Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Primária – eNASF – AP. O parágrafo único do artigo primeiro da portaria define:

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Parágrafo único. Os gestores municipais e estaduais terão o prazo de 3 (três) competências após a implementação do disposto nesta Portaria para reclassificar as equipes no novo formato.

Os profissionais entrevistados relataram conhecer a Portaria que redefine o NASF no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e que o Profissional de Educação Física continua fazendo parte da equipe multidisciplinar do eNASF – AP, porém nenhuma mudança administrativa ocorreu até a data da realização da pesquisa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo demonstrou que os Profissionais de Educação Física do NASF têm consciência da efetividade do seu trabalho desenvolvido juntamente com os outros profissionais que compõem as equipes multidisciplinares. A sua percepção e o feedback dos resultados apurados nas reuniões das equipes, corroboram que há melhoria na qualidade de vida dos usuários assistidos, o controle das comorbidades, mudança no estilo de vida e a prevenção de doenças.

Ficaram claros os aspectos facilitadores e dificultadores no desenvolvimento do trabalho do Profissional de Educação Física. Entre as facilidades citadas fica a aderência dos usuários nos programas propostos e a eficiência e sinergia do trabalho dos profissionais da equipe multidisciplinar.

Como dificuldades destacaram-se a falta de material e de infraestrutura para realização das atividades, a falta de contratação de mais Profissionais de Educação Física para os NASF’s, a baixa procura de graduandos do Bacharelado de Educação Física para realizar estágio na saúde pública e a quantidade reduzida de disciplinas nas universidades que preparem os graduandos do Bacharelado em Educação Física para atuarem no SUS.

Logo, é importante sugerir novos estudos a fim de analisar como está a formação acadêmica do Profissional de Educação Física para atuar no Sistema Único de Saúde, como ele está preparado para as ações pertinentes dentro do sistema, a sua capacidade em compor as equipes multiprofissionais, bem como dar visibilidade dessa possibilidade de atuação para os futuros profissionais.

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O resultado dessa análise pode contribuir para estabelecer estratégias para melhor qualificar este profissional para atuar na atenção básica à saúde.

Diante dos resultados e da importância do Profissional de Educação Física no SUS, deve ser avaliada pelos gestores da saúde a inserção deste profissional nos seus quadros, na mesma proporção dos outros profissionais que compõem as equipes, pois esta inserção ainda continua muito discreta. A contratação de novos Profissionais de Educação Física, visto que, os atuais profissionais estão lotados nos NASF’s desde a sua implantação e o trabalho desenvolvido por eles pode sofrer solução de continuidade, com o desligamento de algum deles por aposentadoria ou outros motivos quaisquer. Com a nova definição do eNASF - AP, os gestores responsáveis possam destinar mais recursos para melhor condução da vida vegetativa dos núcleos.

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28

APÊNDICE

Entrevista semiestruturada para os Profissionais de Educação Física

- Nome do profissional: - Idade:

- Gênero:

- Tempo de atuação no SUS: - Unidade onde está lotado:

1) Fale sobre a atuação do Profissional de Educação Física no NASF em Natal

2) Como se desenvolve o trabalho multidisciplinar? 3) Qual o perfil dos usuários assistidos pelo PEF?

4) Quais atividades são desenvolvidas com os usuários e como são escolhidas, e se há participação dos usuários na escolha dessas atividades?

5) Existe algum documento, protocolo ou ficha de avaliação que acompanhe os resultados dos usuários?

5.1 Como é feito o acompanhamento e as avaliações das atividades físicas dos usuários?

5.2 Caso não exista, você consegue perceber a melhoria dos usuários? 5.3 Como são armazenados os registros das intervenções?

6) Qual a frequência semanal e carga horária das atividades realizadas neste NASF pelo PEF?

7) Quais os locais e materiais utilizados na intervenção do PEF? 8) Por quanto tempo o usuário é assistido pelo PEF?

9) Quais as facilidades e dificuldades na atuação do PEF no NASF? 10) Existe mais alguma informação que possa contribuir na pesquisa?

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