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ATIVIDADE PEDAGÓGICA COMPLEMENTAR - APC 07

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Academic year: 2021

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ATIVIDADE PEDAGÓGICA COMPLEMENTAR - APC 07 Disciplina: MATEMÁTICA

Professor (a): JOSÉ CARLOS BRUMATTI Turmas: 9º D, E e F

Aluno (a): ____________________________________________________ Turma:_____ Período: VESPERTINO

Horário de atendimento a dúvidas: De segunda a quinta-feira das 7h às 11h e 25 min. Meio de comunicação para atendimento remoto ao aluno: Whatsapp: (67)99808-4453 e e-mail: jose.87157@edutec.sed.ms.gov.br.

Período para realização: de 19/07/2021 a 06/08/2021 Prazo de entrega:06/08/2021

Valor da atividade: 4,0 pontos

Conteúdo:- Semelhança de figuras: ângulos formados por rfetas paralelas e uma

transversal; proporcionalidade entre segmentos de reta; teorema de Tales;

semelhança de polígonos; semelhança de triângulos. (páginas 140 a 161)

As atividades resolvidas no caderno deverão ser fotografadas e as digitadas no computador anexadas e, ambas, devem ser enviadas via Classroom para correção ou e-mail

jose.87157@edutec.sed.ms.gov.br.

Obs.: AS ATIVIDADES DEVERÃO SER ENVIADAS PRIORITARIAMENTE PELO CLASSROOM OU E-MAIL.

IMPORTANTE: todos os exercícios que têm resolução, as resoluções devem ser enviadas ao professor, caso contrário, ou seja, apenas as respostas não serão aceitas.

ATIVIDADES

1) Nas figuras a seguir, r, s são paralelas e t é uma transversal. Determine as medidas x e y dos ângulos destacados. (1,6 ponto)

t t a) 135º c) 60º x x y y t t b) x + 35º d) y 3x + 8 120º 5x – 54º

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2) Determine os valores de x e de y, quando for o caso, em cada um dos itens a seguir, sabendo-se que as retas r, s, t e u são paralelas. (1,2 ponto)

a) c) r r 4 20 16 s s t 10 x x 4 t 12 y u b) 25 x + 30 15 x + 10

3) Os triângulos a seguir são semelhantes dois a dois. Indique os casos de semelhança em cada item: (casos AA, LAL ou LLL). (0,6 ponto)

a) Caso: ______________ b) Caso: _______________ c) Caso: _________________

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4) Considerando que os triângulos a seguir são semelhantes, determine a medida de x. (0,6 ponto) 30 cm x 18 cm 36 cm

Obs.: A atividade a seguir se refere a OBMEP e não é obrigatória para os alunos que NÃO quiserem realiza-la, sendo recomendada aos alunos que fizerem a inscrição para a OBMEP.

ATIVIDADE PEDAGÓGICA COMPLEMENTAR/APC 07 - OBMEP

Disciplina: MATEMÁTICA

Professor (a): José Carlos Brumatti

Aluno (a): ________________________________________________ Turma: ______

ANEXO 1 – EXERCÍCIOS PREPARATÓRIOS PARA A OBMEP (Valor: 0,5).

1) (OBMEP 2019) Ana, Beatriz, Cláudia, Daniela e Érica foram visitar a vovó Margarida. Beatriz chegou antes de Ana e depois de Daniela. Já Cláudia, Daniela e Érica chegaram uma em seguida da outra, nessa ordem. Quem foi a primeira a chegar?

A) Ana B) Beatriz C) Cláudia D) Daniela E) Érica

2) (OBMEP 2019) Observe a sequência de figuras abaixo, todas elas com a forma da letra Y. Seguindo este padrão, quantas bolinhas terá a 15a figura?

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A) 35 B) 47 C) 50 D) 52 E) 60

3) (OBMEP 2018) Miguel tinha em sua carteira várias notas de 2, 5, 10, 20 e 50 reais. Ele pagou 63 reais por um livro com seis dessas notas, sem ter troco a receber. Quantas notas de 2 reais ele usou?

A) 0 B) 1 C) 2 D) 3 E) 4

4) (OBMEP 2018) Uma melancia média e duas melancias grandes custam o mesmo que oito melancias pequenas. Uma melancia média e uma pequena custam o mesmo que uma melancia grande. Quantas melancias pequenas podem ser compradas pelo mesmo preço de uma melancia grande? A) 3 B) 4 C) 5 D) 6 E) 7

5) (OBMEP 2019) As casas da figura abaixo devem ser preenchidas com números primos. Em cada linha ou coluna, o produto dos números deve ser igual ao número indicado pela seta. A coluna indicada por 294 já está preenchida. Qual é o número que deve ser escrito na casa marcada com *? A) 2 B) 3 C) 5 D) 7 E) 11

ATENÇÃO!!!

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Os textos anexos abaixo servirão como subsídio para vocês fazerem as atividades de projeto de vida e de pesquisa e autoria para o terceiro bimestre, além de ter perguntas sobre o mesmo na nossa próxima APC. Portanto façam uma boa leitura dos mesmos e, também, assistam ao pequeno vídeo proposto.

VAMOS MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA FAMILIAR?

LISTAMOS 8 FORMAS DE COMO FAZER

Criar e manter laços íntimos com pessoas queridas no nosso convívio é muito importante para a saúde mental. Nesse sentido, o nível de qualidade de vida familiar que mantemos com nossos entes queridos está diretamente ligado à nossa felicidade interna e satisfação pessoal.

Além disso, o bem-estar de uma família como um todo também é influenciado por outros hábitos de vida e fatores externos, como alimentação, prevenção e tratamento de doenças, situação financeira etc.

Esse aspecto ganha ainda mais relevância quando alguém está passando por algum momento difícil. Diante desse fato, o apoio, a presença e momentos felizes em família garantem o suporte necessário para enfrentar os obstáculos com mais coragem e resiliência.

Quer saber como trazer mais bem-estar para os seus entes queridos? Neste artigo, vamos apresentar algumas dicas de como você pode melhorar a qualidade de vida da sua família. Veja!

1. Passem mais tempo em família

Reservar momentos para curtir a família é essencial para se sentir bem e recarregar as energias. Os seus entes queridos são importantes para dar apoio em momentos delicados e fazem você se sentir amado. Que tal estreitar os laços com seus pais, irmãos, primos e tios? Marque almoços ou jantares, passeie com seus familiares em parques, faça piqueniques, sugira para vocês irem a praia, cachoeiras ou sítios.

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2. Prezem pela segurança no ambiente familiar

A casa é o ambiente mais importante da sua família. Portanto, tenha o cuidado de manter o local seguro. O aumento da criminalidade das grandes cidades tem feito com que muitos moradores invistam em segurança, a fim de garantir maior proteção. Instalação de câmeras de vigilância e cercas elétricas, construção do serviço de portaria 24 horas, contratação de vigilantes de empresas privadas, entre outras medidas são necessárias.

3. Tenham uma alimentação saudável

A alimentação diz muito sobre a saúde de um indivíduo. Assim, uma família que se cuida, deve adotar hábitos saudáveis. Ou seja, é importante incentivar os seus membros a também manter uma dieta equilibrada.

Procure cozinhar alimentos com alto teor nutritivo, como vegetais, legumes e verduras, pois eles fornecem uma grande quantidade de vitaminas, proteínas e sais minerais. Também é fundamental ingerir carboidratos com baixo índice glicêmico, como batata doce, aveia, arroz integral e aipim, e fontes boas de gordura, como oleaginosas, azeite e abacate.

Por outro lado, evite comidas com baixo teor nutricional, como as gorduras trans e aquelas que contêm corantes, açúcar e sal em excesso. Os exageros estão liberados em um dia específico da semana — nos domingos, por exemplo.

4. Pratiquem as atividades físicas juntos

Os exercícios físicos se tornam muito mais interessantes se forem praticados com as pessoas do nosso convívio próximo. Marquem de se exercitarem de duas a três vezes por semana. Pode ser uma corrida, uma volta de bicicleta, a prática de musculação juntos ou, até mesmo, marcar uma aula coletiva, como pilates ou ioga.

Você vai perceber que a atividade fica ainda mais divertida e o tempo passa muito mais rápido. Isso sem contar os benéficos dos exercícios para o corpo, como fortalecimento da capacidade cardiovascular, aumento dos músculos, melhora do sistema imunológico e respiratório — e você ainda ganhará mais resistência física.

5. Invistam no planejamento financeiro

A situação financeira em ordem também contribui para uma maior satisfação de vida. E aí entra a importância de manter um planejamento de toda quantia que entra e sai do orçamento. Anote tudo em planilhas. Assim fica mais fácil controlar o dinheiro — e saber para onde ele está indo.

A organização detalhada da movimentação financeira familiar ajuda a identificar eventuais desperdícios — e evitá-los. Com isso, torna-se possível tirar alguns sonhos do papel, como a compra de um imóvel, a reforma de uma casa ou um apartamento, uma viagem ao exterior, a matrícula dos filhos em uma escola particular de renome, entre outros planos.

6. Busquem se prevenir de doenças

Os maus hábitos da sociedade atual (alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, excesso de trabalho e estresse) têm contribuído para o surgimento de várias doenças, como a hipertensão, o diabetes, o câncer, a síndrome de Burnout, a síndrome do pânico, a depressão, a ansiedade, a obesidade, entre outras.

É possível se proteger a fim de evitar que você e sua família sejam as próximas vítimas. Para isso, é essencial adotar um estilo de vida mais leve e positivo. Além disso, não se esqueça de visitar o médico

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e fazer exames de check-up com regularidade. Assim, fica mais fácil identificar a presença de alguma doença. Quanto mais cedo ela for diagnosticada, maiores serão as chances de cura.

7. Saibam lidar com as diferenças

Ninguém é igual. É importante saber respeitar as diferenças, principalmente dentro da própria casa. Entenda que as pessoas podem pensar de forma diferente, terem gostos e preferências diversas — e mesmo assim, é possível conviver em harmonia. O respeito deve vir sempre em primeiro lugar.

8. Evitem o tabagismo

Fumar qualquer tipo de cigarro que contém tabaco, como o narguilé, cachimbo ou cigarro, é um hábito extremamente nocivo para o corpo. O tabagismo é um dos principais causadores de doenças respiratórias, como asma e bronquite — além de ser um fator determinante para o surgimento de câncer de pulmão e doenças cardiovasculares.

Mesmo que apenas uma pessoa da família tenha o costume de fumar, todos os demais vão sofrer os efeitos do tabagismo de forma indireta. Isso porque a nicotina e outras substâncias nocivas presentes no cigarro se espalham pelo ambiente e são aspiradas pelos não fumantes de maneira involuntária e inconsciente. Além de tosse e asma, elas podem originar até mesmo o câncer.

Como você pôde perceber, de nada adianta ter um bom cargo, se você vive cansado e infeliz. Nesse sentido, prezar pela qualidade de vida familiar pode ser um fator que vai ajudar a melhorar as suas relações. Portanto, tente desacelerar um pouco o ritmo. Coloque na mente que é importante reservar um tempo para o lazer com seus parentes.

Combata a discriminação!

Em todas as sociedades existe diversidade na forma como as pessoas se vestem, se expressam e se comportam em vários tipos de situação. Veja a figura abaixo!

Quando observamos as relações entre as pessoas, também vemos que existe diversidade. Há pessoas que buscam relacionamentos com pessoas do sexo oposto e se identificam como heterossexuais. Outras se relacionam com pessoas do mesmo sexo, identificando-se como homossexuais. Essas são algumas das variadas dimensões da sexualidade humana.

As pessoas não são todas iguais. Elas têm características diferentes, que as tornam únicas e são importantes para a pluralidade social.

As diferenças entre mulheres e homens e a variedade de formas pelas quais a sexualidade se expressa em cada um não interferem em outras características, como o caráter, o talento ou a competência profissional. Assim, independentemente da orientação afetiva e sexual de cada um

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ou de como a pessoa se veste ou com quem se relaciona, é imprescindível que haja respeito entre todos. Uma sociedade justa deve combater quaisquer formas de discriminação e preconceito. Agora responda: (Use cerca de 05 linhas para responder)

8) Emita sua opinião sobre o assunto abordado no texto acima. (0,5 ponto)

Fontes: elaborado com base em UNICEF Brasil. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (1979).

Disponível em: <www.unicef.org/brazil/pt/resources_10233.htm>;

ESTUDO mostra violência e falta de apoio vivenciada por jovens homossexuais. Jornal da USP. Disponível em:

<http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/estudo-mostra-violencia-e-falta-de-apoio-vivenciada-porjovenshomossexuais>; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Disforia de gênero. Disponível em: <www.sbp.

com.br/fileadmin/user_upload/2017/06/19706c-GP-Disforia-de-Genero.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2018.

Assistam ao vídeo abaixo:

https://youtu.be/oNv67S1I_3k

Relações de Gênero

Em primeiro lugar é importante definir cada um desses conceitos já que, com frequência, eles erroneamente são usados como sinônimos.

Sexo: Refere-se às características biológicas de homens e mulheres, ou seja, às características específicas dos aparelhos reprodutores femininos e masculinos, ao seu funcionamento e aos caracteres sexuais secundários decorrentes dos hormônios.

Gênero: Refere-se às relações sociais desiguais de poder entre homens e mulheres que são o resultado de uma construção social do papel do homem e da mulher a partir das diferenças sexuais.

O papel do homem e da mulher é constituído culturalmente e muda conforme a sociedade e o tempo. Esse papel começa a ser construído desde que o(a) bebê está na barriga da mãe, quando a família de acordo à expectativa começa a preparar o enxoval de acordo ao sexo. Dessa forma, cor de rosa para as meninas e azul para os meninos. Depois que nasce um bebê, a primeira coisa que se identifica é o sexo: “menina ou menino” e a partir desse momento começará a receber mensagens sobre o que a sociedade espera desta menina ou menino. Ou seja, por ter genitais femininos ou masculinos, eles são ensinados pelo pai, mãe, família, escola, mídia, sociedade em geral, diferentes modos de pensar, de sentir, de atuar.

Por exemplo, as meninas são incentivadas a serem passivas, sensíveis, frágeis, dependentes e todos os brinquedos e jogos infantis reforçam o seu papel de mãe, dona de casa, e consequentemente responsável por todas as tarefas relacionadas ao cuidado dos filhos e da casa. Ou seja, as meninas brincam de boneca, de casinha, de fazer comida, de limpar a casa, tudo isto dentro do lar. Pelo contrário, os meninos brincam em espaços abertos, na rua. Eles jogam bola, brincam de carrinho, de guerra, etc. Ou seja, desde pequenos eles se dão conta que pertencem ao grupo que tem poder. Até nos jogos os meninos comandam. Ninguém os manda arrumarem a cama, ou lavarem a louça, eles são incentivados a serem fortes, independentes, valentes.

As relações de gênero são produto de um processo pedagógico que se inicia no nascimento e continua ao longo de toda a vida, reforçando a desigualdade existente entre homens e mulheres, principalmente em torno a quatro eixos: a sexualidade, a reprodução, a divisão sexual do trabalho e o âmbito público/cidadania.

O primeiro eixo, o da sexualidade, na mulher tem sido relacionado com a reprodução, ou seja, para a mulher o centro da sexualidade é a reprodução e reduzida à genitalidade. Os homens, ao contrário das mulheres, recebem mensagens e são preparados para viver o prazer da sexualidade através do seu corpo, já que socialmente o exercício da sexualidade no homem é sinal de

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masculinidade. De um modo geral podemos dizer que as mulheres desde que nascem são educadas para serem mães, para cuidar dos outros.

O segundo eixo onde se constrói e se concretiza a desigualdade entre homens e mulheres é a reprodução. A mulher pode gerar um filho, e isto que em si é uma fonte de poder tem sido controlado e tem determinado outros papéis diminuindo as possibilidades e limitando a vida das mulheres em outros âmbitos, como por exemplo, no campo do trabalho.

O terceiro eixo é a divisão sexual do trabalho. Pelo fato biológico que a mulher é quem engravida e dá de mamar, tem sido atribuído a ela a totalidade do trabalho reprodutivo. Às mulheres, portanto, se atribui o ficar em casa, cuidar dos filhos e realizar o trabalho doméstico, desvalorizado pela sociedade e que deixava as mulheres “donas de casas” limitadas ao mundo do lar; com menos possibilidade de educação, menos acesso à informação, menos acesso à formação profissional, etc.

A situação nos últimos tempos tem mudado e cada vez mais um número maior de mulheres está saindo do lar e estão ingressando no mercado de trabalho, no entanto, as desigualdades ainda permanecem. Diferentes estudos mostram que em geral as mulheres ganham menos que os homens em todos os campos, e que as mulheres têm menos possibilidades de obter um cargo diretivo.

Por outro lado, isto tem significado que as mulheres, além da jornada de 8 horas de trabalho remunerado, têm um número variável de horas de trabalho em casa, o que aumenta nos finais de semana. Esse excesso de trabalho, soma do esforço realizado no âmbito público e privado é o que se chama: dupla jornada de trabalho.

Isto significa que todo o poder e independência que tem trazido para as mulheres a saída do lar, têm por outro lado significado um desgaste e impacto na sua saúde tanto física como mental, incluindo o sentimento de culpa por não conseguir realizar bem todas as tarefas de casa ou pelo “descuido” dos filhos.

O quarto eixo refere-se ao espaço público e ao reconhecimento da cidadania. Embora nos dias de hoje, uma grande proporção de mulheres trabalhe e muitas delas sejam a principal fonte para o sustento da família, isto não tem significado um maior desenvolvimento e reconhecimento de sua cidadania. Em todos os países da América Latina, incluindo o Brasil, os dados mostram que existe uma grande diferença entre homens e mulheres e que a falta de equidade prejudica as mulheres. É muito difícil ter mulheres em altos cargos, como diretoras de empresas, de hospitais, reitoras de universidades, etc. Em geral, é muito difícil ter mulheres nos lugares de tomada de decisões. Isto se explica pelo processo de socialização que ao determinar o trabalho reprodutivo (casa e filhos) para a mulher, cria condições que a marginalizam do espaço público, e pelo contrário, o homem é quem assume o trabalho produtivo e as decisões da sociedade.

Quando consideramos o discutido anteriormente sobre a construção dos papéis de gênero e suas implicações na construção das identidades masculina e feminina que determinam uma dinâmica de relação e de poder, sempre favoráveis ao homem, vemos que isso tem sérias implicações no exercício dos direitos sexuais e reprodutivos e da própria sexualidade por parte das mulheres com graves consequências para o exercício pleno da cidadania, onde esses direitos sexuais incluem o direito a ter controle e decidir livre e responsavelmente nos assuntos relacionados com a sua sexualidade, incluindo a saúde sexual reprodutiva, livre de coerção, discriminação e violência. A desigualdade de gênero, como outras formas de diferenciação social, trata-se de um fenômeno estrutural com raízes complexas e instituído social e culturalmente de tal forma, que se processa cotidianamente de maneira quase imperceptível e com isso é disseminada deliberadamente, ou não, por certas instituições sociais como escola, família, sistema de saúde, igreja, etc.

Sem dúvida alguma os sistemas de diferenciação social como classe, raça, etnia, geração, além de gênero, têm como objetivo o exercício e manutenção de poder implicando sempre em relações desiguais e de submissão com consequências importantes para a autonomia individual e coletiva, e para o exercício pleno da cidadania, quando se considera o ser humano como agente protagonista de sua própria transformação em um contexto bio-psicossocial.

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Em verdade, mesmo considerando que os indivíduos ou grupos não são meros depositários de valores, normas e condutas que determinam comportamentos e atitudes institucionais e portanto normativas, mas que também refletem e reagem, modificam ou mesmo interpretam essas regras, não podemos nos esquecer que grupos e indivíduos inseridos nesse contexto estão sob mecanismos estruturados de coerção como os contextos sócio-político, econômico, cultural etc, que não só criam a desigualdade entre segmentos sociais, como as mantém como processo de garantia dos privilégios dos que exercem o poder. Essa discussão nos remete individualmente à questão dos direitos humanos e à luta permanente pela igualdade de direitos de fato e não como o preconizado no discurso liberal clássico, aliás, espinha dorsal do pensamento das classes dominantes.

Evidentemente, como bem assinalado por Correa e Petchesky, para o exercício pleno de direitos são necessárias condições de possibilidades, ou seja, condições sociais que garantam de maneira democrática o livre exercício desses direitos, e para isso são necessárias transformações sociais radicais que eliminem toda e qualquer forma de diferenciação e exclusão social, não somente a de gênero.

Existem muitos caminhos pelos quais se pode conseguir essas transformações, porém entendemos que a Educação é a principal via para isso no que diz respeito às questões de gênero. Todavia, ao pensarmos em gênero vamos encontrar um sistema disciplinário, normativo que define as bases do papel da mulher e que tem determinado sua posição na sociedade ao longo da história humana, à raiz de uma consequência biológica, a capacidade de gerar filhos. A partir disto, se estabelece um dos mais importantes mecanismos de controle e poder, o controle da reprodução, que não podendo ser desvinculada da mulher, determina “esse seu lugar social”. Acreditamos que a educação oferece uma possibilidade real de acabar com as inequidades e desigualdades existentes. Para isto, em primeiro lugar, seria necessário que um programa de educação não somente informasse e denunciasse que essas desigualdades existem, mas também facilitasse um processo de reflexão sobre as consequências dessas desigualdades, no âmbito social e pessoal, no sentido de motivar as pessoas para se comprometerem com as diferentes estratégias e ações para mudanças necessárias. Trabalhar os mitos, crenças e preconceitos abordados no início deste texto, que não só reforçam como tornam cristalizados e “naturais” os papéis de gênero (construídos sobre o mito da superioridade masculina), facilita esse processo pedagógico que visa a desconstrução e reconstrução desses papéis.

Evidentemente incorporar gênero de maneira transversal na escola, é a possibilidade de ampliar o debate, conhecer e reconhecer que existem relações desiguais entre homens e mulheres e, poder com isso, refletir e visualizar a possibilidade de construção de novas relações.

BIBLIOGRAFIA:

Correa, S. y R. Petchesky (1994). “Reproductive and sexual rights: a femenist perspective”, en G. Sen, A,. Germain y L. Chen (eds.) Population Policies Reconsidered (Health, empowerment and rights), harvard University, pp. 107-123.

Díaz, Margarita; Spicehandler Joanne – Forolatinoamericano sobre la incorporación del enfoque de genero en la capacitación, implementación, investigación y evaluación en los programas de salud sexual y reproductiva. InternationalCenterfor Research on Women. Washington, DC. Setembro, 1998.

Matamala Vivaldi. María Isabel y Pilar Maynou Osorio. 1996. Salud de la Mujer, calidad de la atención y género. Manual Guía para la realización del Curso-Taller Salud de la Mujer, Calidad de la Atención y

Género. Colectivo Mujer, Salud y Medicina Social. Ediciones LOM Ltda. Santiago, Chile.

Faúndes, A. – Gênero, poder e direitos sexuais e reprodutivos. Femina. 25:661-670. 1996. nº 7

Foucalt, M. – História da Sexualidade- A Vontade de Saber. 10. Ed. – Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

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