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NÓS_EQUIPE FORA DAS TELAS

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Academic year: 2021

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FORA DAS TELAS

NÓS_EQUIPE

O setor de shopping centers no Brasil é reco-nhecido pela sua resiliência e pela sua capaci-dade de rápida inovação e evolução. Diante da pandemia do novo coronavírus, iniciada há um ano e que ainda deve se prolongar por 2021 em todo o país, mais uma vez essas características foram destaque nos empreendimentos de Norte a Sul.

A aceleração de processos de digitalização, omnicanalidade – assunto já discutido há muito tempo no setor – e novas soluções para atender o consumidor, assim como os proto-colos de segurança, foram fundamentais para que os shoppings continuassem funcionando. Porém, mesmo com todas essas soluções tec-nológicas, a compra física é a preferência da grande maioria dos consumidores. Ainda com o salto nas compras on-line, 90% das vendas ainda são no ponto físico. Nada se compra a experiência de sentir a textura de um lençol, sentir o aroma especial da sua loja favorita ou mesmo tirar suas dúvidas com um vendedor de eletrônicos experiente. Em um momento em que as pessoas estão cansadas de ver o mundo pelas telas, as experiências no mundo físico se tornam ainda mais relevantes. Isso é o que trouxemos em nossa matéria de capa. E para uma experiência positiva nos shoppings, somam-se às experiências nas lojas, as opções de lazer, alimentação, serviços e também segurança. Em nossa reportagem de Gestão e Operação, abordamos como a segurança foi reforçada nos shoppings durante a pandemia.

Seja para uma correta aplicação dos novos protocolos, ou para aumentar a vigilância durante o período em que os shoppings estiveram fechados.

Outro tema com bastante relevância no cená-rio atual abordado nesta edição é a importân-cia da liderança feminina nas organizações. Por isso, trouxemos à pauta exemplos de mu-lheres líderes em shopping centers de todas as regiões do país. Elas contam um pouco sobre suas histórias, falam sobre cotidiano e desafios de comandar grandes equipes, especialmente durante a pandemia.

Ainda temos um longo caminho para sair da crise causada pela covid-19, mas sabemos que, mais do que nunca, os shoppings estão pre-parados para enfrentar todos os desafios que estão por vir. Desde o início da pandemia, há mais de um ano, nosso setor tem atuado de maneira exemplar em duas frentes, tanto a de saúde quanto a econômica.

Na de saúde, fomos o primeiro setor a desen-volver um protocolo rígido de operação, que protege e preserva a saúde de lojistas, funcio-nários e consumidores. Um protocolo seguido por vários outros setores e já referendado por diversas autoridade públicas e validado pela Consultoria do Sírio-Libanês.

Do ponto de vista econômico, temos buscado o diálogo e medidas concretas junto ao po-der público. Mas também adotamos medidas próprias para proteger e preservar a saúde financeira tanto do nosso setor e dos nossos equipamentos, quanto dos lojistas. E vamos continuar assim. Através de diálogo, de con-versas, de negociação e da sensatez e equilí-brio, achando soluções

para que possamos atra-vessar esse período único e triste da nossa história. Obrigado pelo apoio e contem com a Abrasce.

Glauco Humai,

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_INOVAÇÃO

COMO USO DA CRIATIVIDADE TRANSFORMA PROBLEMAS EM OPORTUNIDADES

shopping centers e o varejo buscam constantemente por inovação e utilizam algumas metodolo-gias para isso. O design thinking é uma das técnicas mais aplicadas, especialmente para problemas mal estruturados, os quais não se têm muita certeza da solução. Sua abordagem teve início na década de 1990, quando se começou a observar como os designers desenvolviam produtos e ser-viços. Eles atendiam às necessidades dos clientes a partir do pensamento criativo associado à empatia e analisando o negó-cio como um todo.

Daí, percebeu-se que essas técnicas pode-riam ser usadas em outras áreas da orga-nização e que todos podem pensar como designers, estimulando o uso da

criativi-dade e transformando problemas em so-luções. A partir dos anos 2000, essa abor-dagem passou a entrar nas empresas no mundo todo. “No design thinking, evita-se a visão interna da organização e o cliente é trazido para o centro. Como há muita in-tegração com consumidor, é feita uma co-criação do produto ou serviço, chegando a um resultado melhor”, diz Carlos Caldeira, professor de Estratégia e Experiência do Cliente e coordenador do Centro de Estu-dos em Negócios do Insper.

Os

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CLIENTE NO CENTRO

De acordo com Marcelo Pimenta, especialis-ta em Inovação e docente do curso Criativi-dade e Design Thinking pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), colocar o cliente no centro do negócio tem que ser a primeira decisão da empresa. Este passo é anterior ao design thinking, pois o consu-midor está cada vez mais exigente. “O clien-te clien-tem o poder de decisão. Se a companhia não o colocar no centro, ele será atendido por outra empresa que fez isso. No caso dos shoppings, há uma série de concorrentes no mercado, que disputam essa especificidade exigida pelo consumidor e essa não é mais o concorrente do mall”, pontua Pimenta. Se, por um lado, há clientes que buscam companhias em que a proposta de valor é a velocidade da entrega, outros já querem ter acesso a produtos mais exclusivos ofe-recidos por clube de assinaturas, por exem-plo. “O design thinking é uma ferramenta poderosa para entender esse consumidor cada vez mais exigente. 30% das empresas estão melhores do que antes da pandemia, porque elas percebem o valor do cliente. O mundo mudou, mas ainda há negócios que continuam agindo como se estivessem no século passado”, afirma. E esses correm um grande risco de não conseguir sobreviver.

MELHORES SOLUÇÕES

Uma das máximas do design thinking é entender o seu cliente e não ficar apenas olhando para o concorrente. “É necessá-rio parar de achismos e se capacitar para buscar as soluções com o senso de urgên-cia. Melhor começar amanhã do que criar

um projeto que só poderá ser aplicado em toda a rede daqui a alguns anos. O design thinking tem relação com pequenas vitó-rias”, reforça Pimenta.

Segundo o professor Caldeira, a experiên-cia que se busca dar ao cliente deve estar consistente com a marca e com a estratégia global. Replicar o que dá certo no concor-rente não é o caminho. “Se a proposta é tra-zer velocidade no ponto de venda, ou seja, um atendimento rápido, não adianta copiar a inovação de design de quem está fazendo uma proposta de valor de uma experiência longa na operação. Um bom exemplo do varejo que seguiu o design thinking é Car-refour Express. Sua operação é tipicamente voltada para uma experiência de compra rá-pida, que envolve desde o design da loja, o funcionamento do caixa até o mix de produ-tos disponíveis”, relata.

_INOVAÇÃO

Marcelo Pimenta, es-pecialista em Inovação

e docente do curso Criatividade e Design

Thinking pela Escola Superior de Propagan-da e Marketing (ESPM)

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_INOVAÇÃO

FUTURO DO SETOR

Por conta da pandemia, o varejo e os sho-ppings passaram por uma grande e acelera-da transformação. Porém, até o momento, a maior parte das ações é voltada para o curto prazo. O próximo desafio é será pensar em es-tratégias de longo prazo. “Para o setor de sho-pping centers é ainda mais desafiador, pois terá várias jornadas para atender vários clien-tes. E hoje o consumidor está esperando uma experiência uniforme, não

importan-do o touchpoint que ele irá usar, especialmente aqueles que tiveram suas primeiras expe-riências on-line e gostaram”, enfatiza Caldeira.

É preciso olhar para o futuro e analisar os fatos que estão acontecendo, como o fecha-mento de lojas no varejo america-no e o crescimento da digitalização. Dessa forma, será possível enten-der qual será o papel dos pontos de vendas nessas novas jornadas. Esses são problemas mal estrutu-rados típicos do design thinking. É essencial ainda entender a pers-pectiva do cliente.

Durante a pandemia, muitos

sho-ppings passaram a operar como hubs logísti-cos. Alguns se anteciparam e já tinham incor-porado essa inovação nos empreendimentos, como é o caso da Multiplan e da brMalls que investiram no Delivery Center bem antes da

pandemia e fizeram novos aportes em 2020 para acelerar a expansão para novas cidades. O Delivery Center integra o varejo físico e on--line, sendo responsável pela gestão de cen-trais logísticas instaladas em shoppings e efe-tua entregas no mesmo dia das compras. Esse é um exemplo de design thinking, mas é preciso entender se as experiências ainda incipientes feitas durante a pandemia ficarão para o futuro. “É interessante comprar as

competências de quem sabe fazer logística? Que tipo de hub logístico

quer ser? Pretende integrar o lojista ou a rede? Esse serviço

será apenas para o usuário final ou também para os lojistas? Como incorporar todos os varejistas? Como convencer o varejista a escolher o marketplace do shopping em vez de optar por outro? Enfim, é um problemaço com

várias possibilidades”, provoca o professor Caldeira.

Esse é um caso em que se pode aplicar as técnicas de design thinking. É importante ressaltar que o primeiro passo é criar um protótipo e depois testá-lo. No caso do shopping, o teste deve se dar em algum empreendimento em que se possa capturar os dados dos experimentos.

Carlos Caldeira, pro-fessor de Estratégia e Experiência do

Clien-te e coordenador do Centro de Estudos em

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_INOVAÇÃO

NOVOS PROBLEMAS,

NOVAS SOLUÇÕES

Caldeira cita um fato atual em que os shoppings podem usar o design thinking para conseguir chegar à melhor solução. “Hoje, os entregadores também passaram a ser um novo problema para os shoppings. Então, é necessário encontrar o melhor design para isso tanto pelo olhar da visão do cliente final como do usuário que é o entregador. Há uma nova trajetória a ser construída”, diz Caldeira.

Segundo Pimenta, essas mudanças abrup-tas, como as trazidas pela pandemia, fazem com que as pessoas consigam criar produ-tos e serviços que os consumidores adoram

porque estão inseridos nessa transformação. “Quem conseguiu implementar rapidamen-te, por exemplo, o serviço de shopper no supermercado está lucrando, assim como os shoppings que firmaram parcerias com startups de logísticas e conseguem entre-gar o pedido no mesmo dia. São empreen-dimentos que aproveitaram a pandemia e se conectaram com o cliente. Rapidez é funda-mental nesse momento”, diz o especialista em Inovação.

O importante é as empresas capacitarem suas equipes para que possam aplicar essa e outras técnicas para a resolução dos pro-blemas. Os desafios são constantes e quem estiver preparado e souber usar a técnica certa de forma eficaz estará cada vez mais conectado com o consumidor e aproveitará as oportunidades.

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_ASSOCIADOS

Pátio Roraima Shopping

O empreendimento foi inaugurado em 25 de novembro de 2014 e fica localizado em Boa Vista (RR). Consolidou-se na capital de Roraima como o único shopping com complexo multiuso: contendo hotel, hipermercado e área externa (lifestyle), com restaurantes e academia. Possui 83% de Área Bruta Locável (ABL) inaugurada e um mix de lojas com opções de grifes nacionais e internacionais, algumas exclusivas no Estado. Além disso, conta com cinco salas de cinema stadium, com tecnologia de última geração, e diversas opções de lazer e entretenimento.

Telefone: (95) 3194-3001 | www.patiororaimashopping.com.br

Shopping Manaus ViaNorte

Inaugurado no dia 28 de novembro de 2014, o Shopping Manaus ViaNorte está situado na região Norte da capital amazonense, para onde apontam todos os vetores de crescimento da cidade. Um lugar escolhido estrategicamente, devido ao enorme potencial econômico da região. O empreendimento possui 52.600 m² de ABL, 13 lojas âncoras, três lojas semi-âncoras e três megalojas, distribuídas em dois pisos. Além disso, conta com salas de cinema, restaurantes e mais de 2.600 vagas de estacionamento. Telefone: (92) 3042-2027 | www.shoppingmanausvianorte.com.br

Shopping Metrópole Ananindeua

Inaugurado em 21 de novembro de 2017, o empreendimento é pioneiro na área metropolitana de Belém (PA). Conta em seu mix com grandes marcas nacionais e grifes locais exclusivas, reunindo cerca de 170 operações. Possui a maior praça de alimentação do Pará, além de restaurantes e cafés. Tem o maior complexo cinematográfico da região Norte, com 10 salas de cinema. Conta ainda com serviços como supermercado, academia, laboratório, bancos, petshop e uma agência da Polícia Federal, único ponto de emissão e renovação de passaportes da Grande Belém.

Telefone: (91) 3346-7000 | www.shoppingananindeua.com.br Shopping Rio Poty

O Shopping Rio Poty fica localizado em Teresina (PI) e conta com uma arquitetura moderna e diferenciada. São 46.772 m² de ABL e 219 lojas distribuídas em 4 pisos. Para comodidade dos clientes, possui 2.164 vagas de estacionamento. Além disso, o shopping trouxe para Teresina marcas exclusivas na capital, como Le Lis Blanc, Livraria Leitura, Tok & Stok, Camicado e Bodytech. Conta com a maior praça de alimentação de do município e 12 salas de cinema com 3 salas VIPs da rede Cinépolis.

por Redação | fotos: Divulgação

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

MULHERES

NO COMANDO

hegar a altos cargos ainda é um desafio para as mulheres. Apesar das conquistas nas últimas décadas, há um longo caminho a ser percorrido. No setor de shopping centers, elas também vão ganhando cada vez mais espaço e trazem a sensibilidade feminina na liderança. A Revista Shopping Centers convidou as coor-denadoras estaduais da Abrasce e mais Mirela Cubilhas, sócia da Enashopp, para representar as mulheres do setor. Todas têm um ponto em co-mum: são apaixonadas pelo que fazem e amam lidar com pessoas. Conheça um pouco mais so-bre elas!

De Salvador para o mundo

Após iniciar a carreira em uma construtora, Mire-la Cubilhas migrou para a área de entretenimen-to e implanentretenimen-tou o primeiro Wet’n Wild no Brasil, parque aquático localizado na região de Itupeva (SP). Permaneceu por alguns anos como gerente de marketing e de vendas do parque. A realiza-ção profissional veio um pouco depois quando recebeu uma proposta para ingressar no setor de shopping centers como gerente de marke-ting do Shopping Barra, em Salvador (BA). “Em seguida, fui convidada a fazer parte da Enasho-pp, administradora de shopping centers, em que, atualmente, sou sócia de três executivos in-críveis: Naildo Macedo, Edison Rezende e Alexan-dre Manzalli. Juntos, vencemos diversos desafios, dentre eles, estudar o mercado angolano, para inaugurar e administrar o primeiro shopping center do país, o Belas Shopping, em Luanda”,

C

por: Solange Bassaneze | fotos: Divulgação

CONHEÇA A HISTÓRIA DE ALGUMAS LÍDERES DO SETOR DE SHOPPING CENTERS

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

A executiva é apaixonada pelo que faz e sua fa-mília sempre soube da importância que a carrei-ra tem em sua vida. Casada e mãe de dois filhos, hoje com 21 e 19 anos, ela diz que o equilíbrio e a multiplicidade são fundamentais para conseguir administrar os diferentes papéis. “Não é uma tare-fa fácil equilibrar as atividades. Por diversas vezes, tive que abrir mão de estar com a família para es-tar no trabalho, mas não me arrependo. Até por-que a qualidade do tempo por-que eu tinha junto a minha família sempre foi muito boa.” Quando os filhos eram pequenos, precisava ter a segurança que eles estavam bem para que eu pudesse focar no trabalho. “Optamos por deixá-los numa cre-che em tempo integral, próxima ao trabalho. Eles eram os primeiros a chegar e os últimos a sair. A minha vida profissional é muito importante para mim e a minha família entende isso e me apoia, pois sempre deixei claro que amo o que faço.” À frente de uma grande empresa de shopping, ela lidera pelo exemplo. “Dou estímulo às minhas equipes. Contribuo sempre com a formação e a capacitação de cada um. Sou determinada, obje-tiva, persistente e não enfraqueço durante uma

dificuldade. Também sou otimista, positiva, per-severante e inquieta.” Para ela, as lideranças femi-ninas têm uma relação interpessoal diferenciada, mais interessadas em propósito, humanização, além de executar multitarefas simultaneamente. Mirela ainda ressalta que, na Enashopp, 70% do time é composto por mulheres.

Para ter energia, a executiva segue um ritual du-rante a semana antes de sair para trabalhar. “Faço as minhas orações, agradecendo e entregando a Deus o meu dia. Em seguida, pratico alguma ati-vidade física aeróbica ou musculação. Tomo um bom café da manhã e, impreterivelmente, às 9 horas já estou trabalhando. Minha rotina varia en-tre visitar os empreendimentos, realizar e acom-panhar os planejamentos estratégicos, reuniões com as equipes, com fornecedores, lojistas e em-preendedores.” No retorno para casa, sem ter um horário certo, faz questão de ter um momento com a família e a leitura de cabeceira é um hábito praticado antes de dormir. Um momento de rela-xamento essencial antes de viver um novo dia. Mirela Cubilhas, sócia

da Enashopp

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

No Amazonas

Assim como muitos universitários, Josana Mundstock, superin-tendente do Manaus Plaza Shopping, entrou no mercado de traba-lho com muita garra. Começou prestando ser-viço ao Unibanco por uma empresa e, em pouco tempo, entrou para o time da instituição financeira. Grávida de gêmeos aos 24 anos, ela perdeu um dos bebês e descobriu que sua filha tinha Sín-drome de Down. Então, decidiu dar uma pausa na carreira para poder se dedicar à maternidade por cer-ca de um ano. Logo veio o segun-do filho, mas não precisou parar

de novo. Em 2008, foi para a área comercial e de marketing no setor de shopping cen-ter. No ano seguinte, virou superintendente, atividade que exerce até hoje, só que agora em outro empreendimento, no Manaus Plaza Shopping.

“Moramos em um Estado um tanto isola-do. Naquela época, a dificuldade era muito grande quanto à troca de informações e do conhecimento técnico no segmento de sho-pping center. Como só havia quatro shoppin-gs na cidade de Manaus, sendo apenas um de rede, senti a necessidade de buscar mais co-nhecimento, inclusive jurídico, e treinamento específico diante das diversas demandas e tratativas com os empreendedores, lojistas, consumidores e demais stakeholders.” Por isso, a administradora resolveu cursar Direito, depois fez mestrado e agora doutorado.

“Nunca parei de estudar e aprofundar meu

conheci-mento no segconheci-mento de shopping center. Sou

uma apaixonada pelo setor e eterna estu-dante. Sempre busco unir o conhecimento na Administração e no Direito, para desempe-nhar uma gestão focada em resultado econômico com segurança jurídica.”

No cargo de superintendente, ela é inspiradora e, quando neces-sário, rígida. “Cobro muito, pois vivemos dos resultados do negó-cio, mas, dou liberdade para meu liderado trabalhar. Contratamos as competências e as habilidades para somar. Gosto de compartilhar conheci-mento e de desenvolver pessoas.” Segundo ela, o poder de adaptação e de superação das mulheres na liderança faz a diferença. “Nossa sensibilidade nos torna mais alerta. Consegui-mos identificar, resolver e absorver ao mesmo tempo uma maior quantidade de demandas.” Em casa, ela encontra apoio para o dia a dia. Sua família incentiva e vibra com suas con-quistas. “Meu marido me ajuda em tudo, meus filhos foram criados com independên-cia e responsabilidade, então, somos uma fa-mília ‘autossuficiente’, não pesamos em nada uns aos outros.” Nos momentos de estres-se, o refúgio é o seu lar e o encontro com os amigos. Plantas e música também ajudam a trazer o equilíbrio de tanta responsabilidade. “Vivo intensamente, costumo dizer que dor-mir é perder de tempo.”

Josana Mundstock também está no segundo mandato como coordenadora estadual do Amazonas pela Abrasce

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

Luciana Teixeira, gerente de vendas e marketing do Roraima Garden Shopping e coordenadora estadual de

Roraima da Abrasce

Direto de Roraima

Natural do Maranhão e roraimense de coração, Luciana Teixeira é formada em Ad-ministração e Direito e iniciou a carreira em uma franquia de ensino telepresencial. Passados cinco anos, entrou no segmento de mineração, o qual considera sua me-lhor escola. Essa experiência profissional a tornou uma mulher mais forte, confiante, destemida e em constante busca por desafios. “Cresci, amadureci e, sem dúvidas, me tornei uma profissional mais capacitada e cheia de habilidades.”

Em 2018, recebeu uma proposta para trilhar novos horizontes e entrou no mundo shopping center, assumindo o financeiro e a gestão de contratos do Roraima Garden Shopping. “Cada aprendizado me motivava e, sempre que possível, me envolvia com outras áreas como marketing e comercial. Em fevereiro deste ano, assumi a gerência de vendas e marketing do shopping e posso dizer que amo o que faço.”

A prática de atividade física diária faz com que já comece o dia disposta. O relógio toca às 5 horas e, em 30 minutos, já está malhando na academia. A jornada de trabalho co-meça às 8 horas e termina por volta das 19 horas. Apesar de se considerar workaholic, sabe o momento de desacelerar. “Sempre busquei ter uma vida saudável e viver

mo-mentos em família e com os amigos, além de viajar sempre quando posso. É claro que, ao iniciar um novo desafio, mergulho de cabeça e deixo de lado alguns hobbies, mas não por muito tempo. Distrair a mente, ter hábitos saudáveis e cuidar de si e dos seus é essencial para ter vida longa e equilibrada, principalmente em tempos de pandemia.”

Na sua liderança, ela sempre busca influenciar po-sitivamente as pessoas. “Ao liderar pelo exemplo, conseguimos motivar mais as pessoas e assim ter êxito nos resultados”. Segundo ela, cada momento exige posturas diferentes do líder e é essencial ser um pouco de cada. Para ela, a principal diferença da liderança feminina está nos detalhes. “A mulher tem mais sensibilidade e empatia para lidar com as situações adversas do dia a dia. É mais organiza-da, empática, criativa, claro, que podemos encon-trar essas características em alguns homens, mas é muito raro”, brinca ela.

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

No litoral paulista

Apaixonada por matemática e pessoas, Mariane Doconski, superintendente geral da Divisão Malls, do Grupo Mendes, atua na área administrativa desde os 18 anos. Em 2000, ingressou no mundo do varejo de shopping centers e nunca mais saiu. Hoje, atua como superintendente regional no Gru-po Mendes, administrando o Praiamar Shopping, o Brisamar Shopping e mais uma torre comercial no litoral paulista. “Gerenciar pessoas é fascinante, desafiador e um constante aprendizado”, diz. Como líder, gosta muito de delegar, mas não abre mão de um bom fluxo de comunicação clara e rá-pida. E sempre está próxima de todos os seus lide-rados. “Faço questão de estar com a equipe nos momentos de crise, pois são os de maior impacto a todos e, normalmente, mostram talentos e opor-tunidades. Acredito no crescimento das pessoas, dos profissionais e procuro oportunizar isso, assim como mostrar que nunca paramos de aprender e, por isso, temos o dever de manter nossa mente aberta e atenta para estudar constantemente.” Ainda é muito grata a todo o aprendizado rece-bido dos profissionais com quem conviveu. “Sou quem sou hoje por ter tido sempre pessoas im-portantes ao redor: aprendi com cada um.” Com tanta responsabilidade, ela se prepara logo cedo, com muita meditação e alongamento. Depois de tomar um bom café, segue para o trabalho.

“Te-nho o privilégio de morar em Santos e estar perto de minha base, que fica no escritório central da holding. Durante o dia, também visito e passo períodos nas unidades, onde me reúno com as equipes, discutimos estratégias e ações, além de visitar também outros empreendimentos para bechmarking”, conta.

Ela diz ainda que as mulheres que exercem um cargo de liderança têm um olhar mais abrangen-te. “Isso auxilia muito na leitura das situações e nas decisões. Também costuma ter mais empatia para negociar e fazer acordos. Além disso, por ter-mos aptidão de fazer mais de uma tarefa ao mes-mo tempo, produzimes-mos com mais intensidade.” Em sua opinião, as mulheres ainda carregam no DNA a flexibilidade para atuar em diversos cená-rios simultaneamente: ser filha, irmã, esposa, ami-ga, mãe e profissional, além de cuidar da casa e de si mesmas. “Claro que a carga é alta e demanda muita energia e equilíbrio. Por isso, procuro bus-car o equilíbrio por meio da meditação, prática de yoga e alimentação saudável”. Mantém ainda es-treito contato com a natureza e tem alguns hob-bies, como cozinha, leitura e música. “Procuro dar o devido peso a cada parte de meus papéis e, mui-tas vezes, preciso me dedicar mais a um ou outro: ter essa percepção é muito importante.”

Mariane Doconski também é coordenadora

estadual da Abrasce no litoral de São Paulo

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

Da Bahia para Curitiba

São mais de 30 anos de carreira no setor de shopping centers. Ainda na faculdade, a baiana Daniela Baruch conseguiu um estágio em um shopping em Salvador. Duran-te 22 anos, trabalhou na Alians-ce, atualmente Aliansce Sonae. Foram quase duas décadas dedicadas a cargos na superin-tendência e na direção. Como

faz o que gosta, sente muito prazer e uma satisfação pessoal que faz os olhos dela brilharem ao falar da trajetória pro-fissional. O dinamismo e a reinvenção dos shoppings ao longo dos anos sem-pre a motivaram.

Para acompanhar esse movimento do setor, se especializou ainda mais. Há oito anos se mudou para Curitiba, após ser convidada para ser superintendente do Shopping Muller e tem sob sua liderança 189 funcionários. “Gostar muito de gente facilitou a minha escalada. Alcancei essa posição muito em função das pessoas que eu liderei, mas ninguém me puxou para cima. Foram os colegas de debaixo que me jogaram para cima, porque sempre criei oportunidades para os meus liderados crescerem dentro da empresa. Posso dizer que essa é a minha grande qualidade: saber extrair o melhor de todos.”

Quando assumiu a superintendência do maior shopping de Feira de Santa-na (BA), o fato de ser mulher fez com o fato virasse notícia na cida-de. “Até hoje eu guardo es-ses recortes. Foi algo bem fes-tejado.” Daniela acredita que as mulheres são mais sensí-veis para lidar com tudo o que acontece com pessoas ou com o mercado. “Nos permitimos trabalhar mais a sensibilidade, então, lidar com pessoas é mais fácil no universo feminino.”

Por ser uma pessoa diurna, o relógio toca pontualmente às 5h15 e ela já começa o dia com a prática de exercícios. “Depois que adquiri esse hábito, não abro mão, porque me deixa mais ativa para o tra-balho. Chego sempre antes da abertura do shopping e trabalho de portas aber-tas, seja para qualquer situação interna ou mesmo para receber o lojista.” Essa proximidade com o varejista é funda-mental na opinião de Daniela. “Eles são os melhores termômetros para o plane-jamento de estratégias do empreendi-mento.” Gosta também que todos res-peitem os horários de entrada e saída, para que tenham vida social e familiar, assim como ela. “No momento em que estou em casa, vivo plenamente minha família, mas todo mundo sabe que pode contar comigo assim como posso contar com a equipe. Se eu estiver procurando

Daniela Baruch, superintendente do Shopping Muller e coordenadora estadual do Paraná pela Abrasce SHOPPING CENTERS_17

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_UNIVERSIDADE ABRASCE

Tatyanne Faneco, superintendente do Norte Sul Plaza e coordenadora estadual da

Abrasce no Mato Grosso do Sul

alguém fora do horá-rio, realmente é uma emergência.”

No Centro-Oeste

Um estágio no Inde-pendência Shopping, em Juiz de Fora (MG), deu início à carreira de Tatyanne Faneco. Ain-da jovem, descobriu e se encantou pelo universo de shopping centers. Aos poucos, cresceu dentro da em-presa, assumindo novos cargos e desafios. Em 2013, recebeu um convite para mudar de cidade e ser

ge-rente financeira do Norte Sul Plaza, um dos shoppings da ARGO, em Campo Grande (MS). Há dois anos, foi promovida ao cargo de superintendente do empreendimento. Com sua equipe, ela procura ser sempre inclusiva, ouvindo a todos. “É um trabalho de parceria, onde cada um contribui de alguma forma para a construção ou encontramos juntos a solução para alcançar o resultado.” No dia a dia, são muitas demandas rotinei-ras como reuniões com lojistas, poder pú-blico, atendimento à imprensa, reuniões vir-tuais ou presenciais junto à holding e time do shopping e, agora, novas demandas em parceria com a Abrasce. Há também

algu-mas mais pontuais como planejamento estratégico, entre ou-tras. “Entre as deman-das diárias, alguns dias da semana reservo a pausa do almoço para a prática de exercícios na academia dentro do shopping mesmo.” Antes e depois do trabalho, ela se dedica ao marido e à filha e ainda faz alguns cursos on-line. “Realmente, a rotina exige bastante, mas amo todos os papéis que desempenho em minha vida. Sou muito realizada pela trajetória profissional, exercendo o que eu realmente gosto, assim como por ser mãe, esposa. Deus foi muito generoso comigo, colocando as pessoas certas ao meu redor para que seja possível que eu desempenhe todos esses papéis.”

Segundo ela, as mulheres na liderança co-locam a alma no que fazem. “A mulher por si, como é multitarefas 100% do tempo, consegue ter uma ampla visão da situação, avaliar diversas possibilidades e encontrar a melhor solução.”

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COMPROMISSO

SOCIOAMBIENTAL

sustentabilidade é um dos pilares de muitas empresas e algumas viram referência para todo o mercado. No setor varejista, é possível ver como projetos bem-sucedidos trazem impactos positivos na sociedade e no meio ambiente. Confira a seguir como dois líderes de mercado, O Boticário e Nespresso, trabalham com a questão da logística reversa e inspire-se!

CÁPSULAS DE CAFÉ

A sustentabilidade faz parte do DNA da Nespresso e está presente desde a produção do café até a logística reversa e reciclagem. A empresa utiliza cápsulas de alumínio por serem as mais indicadas para proteger

o frescor e os aromas do produto. Desde 2011, atua com um Centro de Reciclagem, em que o pó do café é separado do alumínio sem a utilização de água. “Estamos trabalhando para atingirmos a meta de 30% de reciclagem efetiva até dezembro deste ano”, pontua Cecilia Seravalli Soares, gerente de sustentabilidade da Nespresso no Brasil. Para isso, possui parcerias com mais de 80 cooperativas em todo o Brasil. Esse alumínio reciclado se transforma em outros objetos que voltam para o dia a dia dos consumidores, enquanto o pó de café vira adubo orgânico.

A

_SUSTENTABILIDADE

NESPRESSO E O BOTICÁRIO,

EMPRESAS QUE INVESTEM EM

LOGÍSTICA REVERSA E COLHEM

BONS RESULTADOS

por: Solange Bassaneze fotos: Divulgação

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Desde maio de 2020, a empresa avançou ainda mais na questão da reciclagem e passou a produzir cápsulas com 80% de alumínio reciclado. “Até o final de 2021, todas as cápsulas da linha doméstica terão esse padrão. Por ano, investimos mais de 5 milhões de reais em ações de reciclagem”, diz Cecilia .

Desde outubro do ano passado, 100% dos clientes também passaram a ter acesso a uma solução de reciclagem oferecida pela marca. Podem devolver as cápsulas usadas nas Boutiques Nespresso ou levá-las até um dos mais de 200 pontos de coleta no Brasil. Também é possível enviá-las pelos Correios, sem custo, quando não há um ponto de coleta próximo.

“Nosso foco é levar a todos os clientes uma solução de

recicla-gem de cápsulas sem nenhum custo.”

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Cecilia Seravalli Soares,

gerente de sustentabilidade da Nespresso no Brasil

_SUSTENTABILIDADE Cápsulas da Nespresso no início do processo de reciclagem Boutique da Nespresso SHOPPING CENTERS_21

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O consumidor de algumas regiões pode, ainda, fazer a compra pelo site e solicitar o serviço de Entrega Verde, que se dá por meio de bicicleta, colaborando para a mobilidade e com o meio ambiente. “Ela vem sendo muito utilizada na pandemia, principalmente no período em que nossas boutiques estavam fechadas. Recentemente, expandimos a Entrega Verde de São Paulo e Rio de Janeiro também para Porto Alegre, em 12 bairros, e Recife, em 34 bairros. Isso demonstra que esses programas vêm tendo uma grande adesão dos consumidores.” Ao receber a entrega, o cliente também pode entregar as cápsulas usadas.

_SUSTENTABILIDADE

A Entrega Verde da Nespresso é feita de bicicleta e o cliente pode retornar as cápsulas utilizadas que serão recicladas

EMBALAGENS DE PRODUTOS DE BELEZA Desde 2006, O Boticário investe no maior programa de logística reversa do país em pontos de coleta no segmento de beleza. O Boti Recicla começou com uma iniciativa interna, de mobilização dos colaboradores, até chegar à rede de franqueados. “Hoje, envolve mais de 4 mil pontos de venda no Brasil, em que disponibilizamos as urnas para a coleta. Muito antes de ser uma obrigação legal de destinação de resíduos, cumpre com um dos pilares fundamentais da atuação do Boticário, a sustentabilidade, presente desde a fundação da empresa nos anos 1970”, reforça Cathyelle Schroeder, gerente de branding do Boticário. O programa recebe embalagens de cosméticos de qualquer marca, que são encaminhadas para triagem em cerca de 20 cooperativas de materiais recicláveis em diferentes regiões do Brasil. “Assim,

as famílias envolvidas na atividade conseguem gerar renda. Isso tem um valor para o consumidor, que entende o papel da empresa no ciclo e o dele mesmo, que é convidado a participar, devolvendo suas embalagens nas lojas”, destaca Cathyelle. Além de todos os ganhos ambientais, esses resí-duos são reciclados para reuso em diferentes fren-tes, da decoração à própria operação. O vidro pode ser um becker decorativo nos modelos mais con-temporâneo ou estar nas luminárias das flags em Curitiba e São Paulo. “É usado ainda para compor novas embalagens, como os 35% de vidro recicla-do no envase de Malbec Club, que evitam o uso de 180 toneladas de material virgem por ano. A evolu-ção do processo de reciclagem, que transforma e ressignifica o lixo, foi um fator importante na deci-são de amplificação do Boti Recicla.”

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_SUSTENTABILIDADE

Atualmente, as lojas da marca ainda são projetadas com itens sustentáveis como o uso de materiais e estrutura com menor geração de resíduo, processos com eficiência energética, revestimentos, elementos de

decoração, materiais feitos a partir da reciclagem, entre outros.

O Grupo Boticário investe 1% da receita bruta em ações de Sustentabilidade, na Fundação Grupo Boticário e no Instituto Grupo Boticário. Em novembro de 2020, criou sua primeira loja sustentável com uso do plástico reciclado. “Por

meio de uma tecnologia desenvolvida por nosso parceiro, utilizamos três toneladas de plástico para criar perfis reciclados. Isso nos permitiu modelar um novo ponto de venda, com atributos sustentáveis e que podem ser replicados pela nossa rede de franqueados. Temos nove lojas sustentáveis em operação atualmente, no Ceará, Rio Grande do Sul, interior de São Paulo, Santa Catarina e Paraná”, detalha Cathyelle.

E agora assumiu outro compromisso em 2021: o de construir espaços pedagógicos de 30m² em 15 escolas públicas utilizando o plástico reciclado. O projeto segue a mesma tecnologia das lojas

sustentáveis. “O Boti Recicla agora está na trilha do impacto na estrutura do negócio e social, firmando, mais uma vez, seu compromisso”, finaliza.

“Para a empresa, ser

susten-tável é, sobretudo,

desempe-nhar o papel ativo na

socieda-de em prol socieda-de sua evolução e

gerar mudanças positivas para

os públicos que se relacionam conosco,

criando e compartilhando valor com eles

ao longo de toda nossa cadeia.”

Cathyelle Schroeder,

gerente de branding do Boticário

São mais de 4 mil

pontos de venda que contam com urnas de coleta para reciclagem

do programa Boti Recicla

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_CAPA

ENTENDA POR QUE O CONSUMO DIRETO NO PONTO DE VENDA É O FAVORITO DOS CLIENTES

quebra de barreiras entre o on e off-line foi intensifica-da pela pandemia. Resilientes e inovadores, o varejo e o setor de shopping center aceleraram as transforma-ções para poder atender o consumidor de diferentes formas. Mas, mesmo com o salto de cerca de 50% no e-commerce, as vendas físicas ainda representam mais de 90% do total do co-mércio. O que diferencia essas duas experiências? Por que o cliente prefere ir até uma loja e escolher uma roupa do que comprar com um clique? Ou o que atrai o espectador até uma sala de cinema ao invés de assistir a um filme no sofá de casa? Com 601 shoppings pelo país, essa experiência da compra física se torna ainda mais especial. São 110 mil lojas à

disposi-ção dos clientes, além de todo o lazer e o entrete-nimento, que fazem com que o brasileiro tenha prazer ao frequentar esses espaços. Prova dis-so é que muitas pesdis-soas sentiram falta desses momentos vividos dentro do mall, como mos-trou a pesquisa da Abrasce no ano passado.

A

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_CAPA

Cynthia e Matteo, dois apaixonados por

cinema

É o caso da paisagista Cyn-thia Vilela Cataldi e seu fi-lho Matteo, de 11 anos. Os dois frequentavam o cine-ma do Bourbon Shopping, em São Paulo (SP), toda quarta-feira. Um hábito adquirido desde quando ele era bebê, que se tornou um momento único de co-nexão entre mãe e filho. Após a saída do colégio, o destino era certo: assistir a algum lançamento da semana. Antes do filme, jantavam em algum res-taurante ou pegavam um lanche em uma rede de fast-food. Depois do filme, o passeio ainda incluía uma passada na livraria,

em alguma loja e, por último, o supermercado. “É algo que temos sentido muita falta. A experiência do cinema é totalmente diferente desde o som, o tamanho da tela e até a pipoca. Você vai lá para se envolver com a história do filme. Assino vários canais de streaming, mas não é a mesma coisa. O

tele-fone toca, tem que parar para fazer pipoca… Como sempre gostei muito de cinema desde pequena, até me emociono ao lembrar desses momentos com meu filho. Quando tudo isso passar, já falei para ele que será uma das primeiras coisas que iremos fazer e vamos mais de uma vez por se-mana.”

A confeiteira Dayan-na Gomes já faz parte do perfil fun-cional que vai ao shopping com

ob-jetivo e adora uma comprinha, principalmente quando o assunto é roupa. “Gosto de ir às lojas fast-fashion porque posso pegar, escolher e pro-var sem ter que pedir ajuda. É muito difícil não encontrar o que procuro. Sempre compro. Além disso, tento resolver tudo o que posso na mesma visita. Como moro a uma quadra do Shopping Metrópole, em São Bernardo do Campo (SP), fica mais fácil ainda. Prefiro sair e jantar no shopping ao invés de pedir um delivery. Frequentava mais antes da pandemia, mas já fui lá algumas vezes e aproveitei para fazer tudo o que precisava”, conta. De acordo com Alexandre Rodrigues, consultor de neurociência aplicada a negócios e comporta-mento humano, assim como Dayanna e Cynthia,

as pessoas sentiram falta da liberdade de ir e vir. Além disso, o shopping é um lugar em que elas se sentem seguras e confortáveis. “O local tem tudo o que o consumidor precisa e não é só para coletar recursos, as pessoas vão para se divertir, se entreter, passear e ver as novidades.”

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O QUE O CONSUMIDOR SENTE

A relação de consumo on-line é algo contemporâneo para o cére-bro do ser humano, que se adapta a elementos mais atuais por meio da neuroplasticidade. Por milha-res de anos, tudo o que o homem tocava na natureza era dele. “A compra física tem uma relação com isso. Na hora em que toca em um produto na loja, a sensação do

consumidor é de propriedade porque o sistema límbico é ativado, que é o mais emocional. É di-ferente da on-line quando o neucórtex – parte do planejamento – é ativado. O comportamento daquele momento resultará no recebimento fu-turo de um recurso”, explica Rodrigues.

Por isso, quando uma criança entra em uma loja de brinquedos e ainda não tem maturidade sufi-ciente, escolhe um brinquedo e, assim que toca o objeto, considera que já é seu. Alguns brinque-dos, inclusive, têm uma interação de teste den-tro da embalagem. “O adulto é da mesma for-ma. Ao fazer um test-drive, já tem quase certeza que irá negociar. Quando devolve o automóvel até causa um certo nível depressivo”, explica Ro-drigues.

O cérebro também funciona por comparação. Por isso, a venda de alguns produtos não vai tão bem no on-line porque necessitam do to-que. Isso acontece, por exemplo, com itens de cama, mesa e banho. Por outro lado, produtos “iguais”, no quais o que muda são as configu-rações (como eletrônicos e eletrodomésticos), o consumidor está mais disposto a adquirir de forma virtual.

Túlio Mandolesi, professor nos cursos de Gestão e Comércio do Senac EAD, concorda e lembra que uma das técnicas de visual merchandising, inclusive, propõe que os lojistas deixem os

pro-no mundo virtual. A possibilidade do toque permite sentirmos as texturas, a qualidade, a resistên-cia e o acabamento dos materiais. Além disso, no presencial pode-mos utilizar e nos beneficiar de uma série de artifícios ligados ao nosso sensorial que ainda não po-dem acontecer no mundo virtual, como questões ligadas ao paladar e olfato”, pontua Mandolesi.

Rodrigues também ressalta a importância de explorar o marketing sensorial, chamando a atenção do cliente de forma positiva. Um exem-plo do uso correto é o cheiro de pipoca na área dos cinemas ou as lojas de produtos para casa com a exposição de lençóis, colchas e edredons sobre a cama. Mas, para ele, a maioria dos es-tabelecimentos ainda pode melhorar na aplica-ção dessa técnica. “Essas experiências ainda são muito pouco utilizadas. Algumas vezes, são até aplicadas de forma errada. Por exemplo, exage-rar no aroma da loja ou colocar uma música que agrada apenas o proprietário.”

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“ENTRAR NUMA LOJA FÍSICA COM

UM REFRESCANTE AROMA, SER

SERVIDO COM DELICIOSO CAFÉ

OU ATÉ MESMO UMA ESPUMANTE

PODE CRIAR UMA EXPERIÊNCIA

INESQUECÍVEL”, TÚLIO MANDOLESI

Alexandre Rodrigues, consultor de

neurociência aplicada a negócios e comportamento humano

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Roberto Kanter, professor do MBA de Marketing e Gestão Comercial da

Fundação Getúilo Vargas (FGV)

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Roberto Kanter, professor do MBA de Marketing e Gestão Comercial da Fundação Getúilo Vargas (FGV) e diretor executivo da Canal Vertical, destaca ainda que o maior diferencial do varejo físico frente às lojas on-line é a disponibilidade imediata. “Por isso, é importante saber expor os produtos para que estejam na visão do shopper

da maneira mais cômoda possível. Além disso, o varejista precisa trazer o melhor do digital para o físico no que se refere à pesquisa, ao acesso e à disponibilidade de estoque.” Dessa forma, existem quatro cate-gorias de produtos que podem ser trabalhadas no ponto de venda. São eles:

Generalistas: aquele produto que

todo mundo tem e nunca pode faltar com um va-lor equivalente ao praticado no mercado.

Recorrentes: mercadorias compradas com frequ-ência pelo consumidor.

De Atração: produtos de vitrine, inovadores, com preços diferenciados, feitos por meio de parcerias estratégicas.

De destino: produtos de categorias em que o mercado considera a marca uma autoridade no assunto e são o sonho de consumo de todo negócio.

ATENDIMENTO PERSONALIZADO

O contato com o vendedor também é um dos diferenciais da experiência físi-ca. Ele é a ponte entre a ideia do cliente e a solução, mas é necessário que este-ja bem preparado. “Quanto maior for o valor do produto agregado, mais bem

informado o consumidor está e isso é um desafio para as marcas. O cliente não está interessado em ouvir a especificação técnica porque isso ele tem conhecimento. Ele tem que ouvir se a escolha que fará é boa ou não”, diz Kanter.

O professor Mandolesi afirma que um vendedor habilitado pode fazer toda a dife-rença. “Ele traz consigo uma ba-gagem de informação e conteúdo que pode ser fundamental num processo de venda. E que talvez não estivesse acessível, por exemplo, em um site ou numa plataforma de e-commerce. Além disso, se for hábil, entenderá o que realmente o cliente está procurando ou queren-do e conduzirá a venda para este caminho”, complementa o profes-sor Mandolesi.

A experiência e o fator humano são pontos fundamentais da compra física. “Investir em capacitação humana pode ser um grande diferencial. Afinal, há pouca diferença entre os produtos oferecidos no mercado e o serviço que está por trás é que pode diferenciar uma marca de outra. Ela passa a ser muito mais determinante do que o próprio produto. Cliente que adquire um produto ruim, mas é bem atendido, volta. Cliente que compra um produto bom, mas o atendimento é ruim, não volta”, enfatiza.

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A PARTIR DE 2020

Com a integração entre os múltiplos ca-nais, é preciso se adaptar, inovar e saber trabalhar as vendas nos dois mundos. “Muitas empresas estão cada vez mais adotando estratégias unified commerce (comércio unificado). Nessa modalidade, a omnicanalidade é desenvolvida para o benefício do cliente e são traçados planos para vendas on to off e vice-versa”, diz o professor da FGV.

“Mesmo que haja um novo normal, o mun-do phygital (termo usamun-do para designar a união do mundo físico e digital) veio para ficar e as empresas de varejo realmente precisam se adequar a esse movimento, investindo profundamente no digital dtro de sua realidade. As lojas precisam en-contrar soluções desde e-commerce até vitrines virtuais, usando de forma maciça redes sociais, integrar o que acontece nos dois ambientes, tornar sua equipe de ven-da caven-da vez mais assertiva,

conversar com sua carteira de

clien-tes e desenvolver uma estratégia forte de CRM para poder sobreviver diante do que continuará acontecendo nos próximos meses”, completa Kanter.

Mandolesi destaca que é preciso lem-brar que nem todo mundo está conec-tado, sendo que muitos utilizam apenas o WhatsApp e redes sociais. “Além disso, tem a questão que o varejo físico existe em nossas vidas há séculos, enquanto o comércio eletrônico tem cerca de 20 anos. Portanto, diria que o digital é mais que um complemento.”

DESCONTO

Na internet, a pesquisa pela melhor oferta é algo comum na hora em que um consu-midor quer comprar um produto. É como se ele fosse o gerenciador da sua própria barganha pela facilidade da busca. No entanto, na loja física, há consumidores que gostam de negociar um desconto. “O

cérebro valoriza muito mais as perdas do que os ganhos. Então, um desconto pela

internet não vale tanto quanto o que ele con-segue negociar na loja física, pois conseguiu através do esforço, pa-recendo que tem mais valor. Tudo isso remete ao esforço da caça, é uma questão de competição e ainda somos primitivos nesse quesito”, explica Rodrigues.

De acordo com Mandolesi, a satisfação será maior ao conseguir uma negociação mais favorável diretamente na loja. “Não há espaço para isso no on-line. Não

con-seguimos fazer aquela frase: ‘conse-_CAPA

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SEM P E N -SAR MUITO

De acordo com o

professor da FGV, a compra por impulso é baseada no sentimento de autoindulgên-cia, que é um gatilho emocional muito for-te para vendas. “É um misto de ‘eu mereço’ com ‘estou carente’. Como sentimento de carência é inerente ao ser humano, sendo muito difícil fugir dele, a compra por impul-so acontece nos dois ambientes”, detalha. No digital, ocorre com facilidade, princi-palmente por conseguir comprar com um clique. Já no ambiente físico, há uma libe-ração de cargas de dopamina e adrenalina, as mesmas substâncias de quando se está apaixonado, o que faz com que não se

pen-se muito no ato da com-pra e se torne muito mais instintivo. “O efeito de racionalização vem depois quando o organismo absorve essas substâncias, mas logo depois já passa, quando a pessoa gosta de outra coisa e é induzido a isso de novo”, explica Rodrigues.

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

A fidelização do cliente evolui ao longo do tempo. Antes, era medida por recompra e, atualmente, pode ser mensurada por quantas vezes o consumidor recomenda a loja para um amigo. “Com isso, percebe que determinado produto pode ser ven-dido várias vezes para o mesmo cliente. E isso ocorre muito em produtos de alto va-lor agregado. O consumidor faz questão de _CAPA

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_CAPA

indicar porque quer que o outro também tenha essa resolução. E isso funciona para o on-line e off-line”, explica Rodrigues. Kanter diz que é preferível ter lealdade do que fidelidade no varejo físico para gerar engajamento. O varejo físico é muito mais relacional, a marca deseja construir um atributo de lealdade com o cliente para que ele possa voltar mais vezes no futuro. No varejo digital, se o usuário abandona carrinho, entra em ação de remarketing com o envio de centenas de e-mails, es-perando uma baixa taxa de conversão. São entregas diferentes. “Por isso, o varejo físi-co deve investir mais nisso. Muitas vezes, fica se comparando ao digital, mas esque-ce de suas grandes diferenciações que são seus ambientes sinestésicos”, pontua.

OS SHOPPINGS

Agregar experiência é o que o setor sem-pre fez ao longo de mais de 50 anos, e, no

cenário atual, cada empreendimento tem buscado entender cada vez mais seu pú-blico para entregar o que ele precisa e do jeito que ele quer. Com isso, os projetos digitais dos shopping centers foram ace-lerados e houve um forte crescimento da integração do on e do off em um curto pe-ríodo. Essa tendência já vinha sendo efe-tuada, mas ganhou novos investimentos, ampliando o poder de escolha do cliente. Além disso, os empreendimentos de todo o país seguem preparados para receber os consumidores. Logo no início da pan-demia, implantaram rígidos protocolos sa-nitários, elaborados pela Abrasce em par-ceria com a Consultoria do Sírio-Libanês. Essas medidas tornaram as visitas seguras e, claro, inesquecíveis, já que os shoppings continuam fazendo parte da memória afe-tiva dos brasileiros.

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O PRESIDENTE LEONARDO SÁ CAVALCANTE TRAZ DETALHES DOS NOVOS INVESTIMENTOS DA COMPANHIA

Grupo Sá Cavalcante lança marketplace,

banco e administradora

om a crise sanitária, o Grupo Sá Cavalcante prontamente mudou o planejamento estratégico, adiou investimentos em greenfield e trouxe inovação para os empreendimentos. Um dos principais lançamentos é o Sá App, um marketplace próprio, que já está em operação em um empreendimento e, em breve, será implementado em mais um shopping.

Segundo o presidente Leonardo Sá Cavalcante, os negócios passaram a ser phygital (junção das palavras em inglês físico e digital). O foco da empresa é oferecer uma jornada completa ao consumidor nos canais on e off-line. Além disso, a companhia traz mais uma oferta de serviços aos lojistas com a criação do Banco Sá e apresenta ao mercado a administradora Sá Cavalcante, aplicando toda a expertise de 27 anos no setor.

Presente nos estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Piauí, a com-panhia tem oito empreendimentos e continua com os planos de ampliar o portfólio. Em entrevista à Revista Shopping Centers, o presidente conta os resultados dessa transformação implantada desde o ano passado e que continua em 2021

C

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EMPREENDEDOR_SÁ CAVALCANTE

Revista Shopping Centers – Com a crise sanitária, o Grupo Sá Cavalcante acelerou os investimen-tos em omnicanalidade?

Leonardo Sá Cavalcante – Como praticamente todos os segmentos tradicionais do varejo, nós ti-vemos uma grande aceleração digital no último ano. O que prevíamos realizar em três anos, fize-mos em seis meses, com o lançamento de nosso marketplace próprio, o Sá App. O projeto é termos uma plataforma única que atenda a todos os em-preendimentos administrados pela Sá Cavalcante. Hoje, estamos ativos no Shopping Praia da Costa, no Espírito Santo. Temos um hub logístico instala-do dentro instala-do empreendimento, garantininstala-do entre-gas em, no máximo, duas horas em toda a Grande Vitória. Iniciamos o processo para implementação em uma segunda unidade ainda no primeiro se-mestre de 2021.

RSC – Como tem sido a adesão dos clientes aos novos canais de venda on-line?

LSC – Podemos separar esta adesão em duas fa-ses: lojistas e clientes finais. Primeiro, nos

aproxi-mamos de nossos lojistas apresentando o que temos de diferenciais. São taxas competitivas na praça, proximidade do time no processo de inte-gração das lojas, ações de marketing pensadas para a construção segura de uma base ativa de clientes e garantia de agilidade na entrega. Além disso, nos tornamos o canal de entrada para que os lojistas possam começar a gerar vendas atra-vés do ambiente digital. Uma vez que tivemos a adesão de nossos lojistas, iniciamos o trabalho de crescimento da base de usuários. Ainda é o come-ço, estamos no terceiro mês de projeto, mas es-tamos conseguindo ter um growth rate bastante satisfatório.

RSC – Durante a quarentena, os consumido-res sentiram falta de ir ao shopping, conforme pesquisa da Abrasce realizada no ano passado. Acredita que o e-commerce é um complemento da venda física?

LSC – Acredito que não temos mais como traba-lhar de maneira desassociada o varejo off e on--line. Hoje, já vivemos a realidade desses canais serem complementares. Nossos shoppings, por suas localizações privilegiadas dentro de grandes centros, atuam muito como pontos de distribui-ção para os canais on-line e como geradores de experiência para o off-line. Dentro da Sá, não é possível mais imaginar trabalhar apenas um dos canais. Todos os nossos projetos e processos inter-nos estão sendo conduzidos para que a jornada dos consumidores possa ser completa e satisfató-ria, seja ela realizada em nossos pontos de contato físicos ou nos canais digitais.

RSC – O que motivou a criação do Banco Sá e quais vantagens oferecerá aos lojistas frente a outras instituições financeiras?

LSC – O Banco Sá é mais uma oferta de serviços que estamos trazendo para nossos lojistas. Nossa

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EMPREENDEDOR_SÁ CAVALCANTE

maior motivação é ter a clareza de que enten-demos o nosso ecossistema e todos os atores envolvidos melhor do que qualquer institui-ção financeira do mercado. Nós estamos aqui todos os dias. Vemos como estão as vendas e sabemos os custos de manutenção das ope-rações. Também pensamos e trabalhamos junto aos nossos lojistas para a criação de ações de incremento de vendas e

estimulamos o processo de transformação digital para os pequenos varejistas que não têm acesso a ferramentas com cus-tos competitivos. Atualmente, estamos em nossa versão beta, trabalhando apenas com parceiros pré-se-lecionados. Mas já posso adiantar que teremos muitas vantagens, como contas digitais

sem custos para nossos lojistas, adquirência e empréstimos a melhores taxas que o merca-do tem trabalhamerca-do para o pequeno varejista, além de outros serviços que serão oferecidos em nossa plataforma. É um grande e inovador projeto dentro de nossa indústria e estamos bastante confiantes que teremos, em breve, boas novidades.

RSC - Gostaria que me falasse mais sobre o lançamento da administradora Sá Cavalcan-te e se exisCavalcan-te alguma meta estabelecida para esse novo negócio dentro da companhia.

LSC – Esse é mais um projeto que acelera-mos muito no último ano. Começaacelera-mos re-pensando, modernizando e ampliando nossa estrutura de CSC (Central de Serviços Com-partilhados), permitindo com que mais em-preendimentos sejam plugados em nossa

holding. Neste momento, estamos em vias de completar seis meses de nosso primeiro em-preendimento de terceiros administrado pela Sá Cavalcante.

Os resultados estão 20% acima dos previs-tos pelo empreendedor. Isso chancela nosso

modelo de administração que é muito focado em proximidade e

trans-parência. Temos e damos visibilidade de todos os indicadores e

admi-nistramos para ter-ceiros da mesma

maneira que ad-ministramos nosso próprio portfólio. Acredito que este seja o nosso maior diferencial: ter donos de empreendimentos do mesmo segmento do seu negócio, com 27 anos de experi-ência no setor, administrando o seu sho-pping. Então, entendemos que chegou a hora de abrir este serviço para o mercado.

RSC – Para avançar nesses novos projetos e colocá-los em prática, foi necessária uma adaptação da cultura da empresa?

LSC – Totalmente, e começando por nós, em-preendedores. Agora, estamos abertos e es-timulando que nosso time nos traga novas formas de fazer o que já realizávamos, além de novos projetos que conversem com nosso ecossistema. Fizemos também uma renova-ção de nossas principais lideranças, criamos e reestruturamos departamentos como os de transformação digital, insights, marketing, dentre outros. Assim surgiram todos estes projetos que falamos e em tão pouco tempo.

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RSC - Como se deu o engajamento da equipe nesse período tão desafiador?

LSC – Usei uma frase muitas vezes com a equipe. Sempre disse que jamais gostaria de passar novamente por uma situação como a que vivemos em 2020, mas, caso tivesse que vivenciar, não teriam melho-res pessoas para estar comigo nesta “trin-cheira” do que o nosso time. A dedicação, o comprometimento, a criatividade e a adesão aos nossos valores de todo o nosso time nos fizeram superar o ano passado, muito melhor do que havíamos projetado no início da pandemia.

RSC – Atualmente, a companhia gera quantos empregos diretos e indiretos? Foi necessário reduzir o quadro de cola-boradores ou conseguiram manter todos os postos de trabalho?

LSC – Nós temos alguns braços de atu-ação: shoppings, construtora, franquias, comunicação, dentre outros. No total, ge-ramos cerca de 1.500 empregos diretos e estimamos 4 mil indiretos. Por conta das medidas do Governo Federal, da austeri-dade condominial que implementamos em nossos empreendimentos e uma dose extra de confiança do Conselho da empre-sa, conseguimos passar por esse momento sem a necessidade de redução de nossos quadros na unidade de shopping centers. RSC – Quais foram as medidas tomadas para ajudar o varejista?

LSC – Somente em renúncia, nós tivemos algo em torno de R$ 50 milhões em des-contos ou isenções concedidas aos

nos-sos lojistas. Fizemos também um grande trabalho de redução dos custos condomi-niais, diminuindo o impacto no caixa dos varejistas. Além disso, mantivemos uma proximidade grande com nossos parceiros, sempre buscando – dentro do que nos foi possível pelas limitações – reduzir o impac-to da crise. Muitas ações inovadoras foram implementadas, permitindo com que lojis-tas continuassem com suas porlojis-tas aberlojis-tas em meio a todo o caos que vivemos. RSC – Com a pandemia, o Grupo Sá Ca-valcante adiou algum investimento ou seguiu o planejamento?

LSC – Sim, certamente tivemos que rever uma parte de nosso planejamento. Mudar o foco, acelerar áreas como a de transfor-mação digital e prorrogar nossos prazos para outros projetos.

RSC – Há planos de expansão ou de gre-enfields para 2021?

LSC – Este foi um de nossos projetos que fizemos a prorrogação de prazo. Estáva-mos bastante animados em trabalhar nosso greenfield no Rio de Janeiro para 2021. Diante de todo o cenário de 2020 e as incertezas que ainda estamos vivendo, repensamos estes prazos. Ainda temos ex-pectativas de, quem sabe, retomar o proje-to em 2022, mas tudo dependerá de como será o desenrolar deste ano.

RSC – Como estão a taxa de vacância e o fluxo nos empreendimentos?

LSC – A rede terminou 2020 melhor do que projetamos em meio à pandemia, mas é

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inegável o tamanho do impacto da pandemia em todo o nosso setor. Nossa taxa de vacância fechou o ano em 9%, 2 pontos percentuais acima do início de 2020. O fluxo, altamente impactado pelos meses fechados e pelas restrições de funcionamento, ter-minou 2020 com uma queda de 29%.

RSC – Como avalia a recuperação das vendas des-de a reabertura?

LSC –Cenário ainda bastante delicado e muito sujei-to às decisões dos diferentes governos dos estados. Temos praças que estão, desde agosto de 2020 com crescimento de vendas totais e de vendas nas mes-mas lojas (SSS). Mas, também temos praças que estão com quedas médias de vendas em torno de 20%. Ainda é uma realidade muito heterogênea e onde mais temos dedicado tempo para pensar em ações de incremento.

RSC – Com a vacinação, como fica a expectativa para esse ano?

LSC – Nossa expectativa é alta. Nossas metas es-tabelecidas para 2021 são bastante desafiadoras e contamos, muito, com a união das diferentes esfe-ras públicas para que este processo de vacinação seja efetivo e rápido. Vidas precisam ser protegidas, empresas precisam voltar a ter o mínimo de previ-sibilidade para retomar seus investimentos e, com isso, retomarmos nosso ritmo de crescimento. Nos-sos shoppings estão todos à disposição dos entes públicos, para montagem dos postos de vacinação. Em algumas praças, já estamos vendo isto na práti-ca, como em nossas unidades do Piauí e do Mara-nhão. O Brasil merece isso e nós estamos fazendo nossa pequena parte neste cenário. Está na hora de todos estarmos focados no mesmo objetivo!

EMPREENDEDOR_SÁ CAVALCANTE

O Shopping da Ilha, em São Luís (MA), completará 10 anos de operação em 2021

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_ARTIGO JURÍDICO

DEBATE EM PAUTA TEM POR OBJETO AS LOCAÇÕES CONCRETAS, EM PLENA EXECUÇÃO, NAS QUAIS O ÍNDICE FOI

LIVREMENTE CONTRATADO PELAS PARTES

O IGP nas locações

em shopping centers

notório que o IGP-M e o IGP-DI, ambos da FGV, constituem os prin-cipais indexadores utilizados em contratos celebrados entre lojistas e em-preendedores de shopping centers, para a indexação de aluguel e outras obrigações pecuniárias (a seguir, os dois índices serão designados, indistintamente, IGP).

A partir do último quadrimestre de 2020, por meses sucessivos, o IGP capturou infla-ção anual em percentual superior ao apura-do por outros índices de preços, circunstân-cia que levou alguns lojistas a pleitearem no Judiciário o afastamento da sua incidência regular em contratos em curso.

Alegam esses empresários que o IGP, de forma imprevisível, ter-se-ia “descolado” de outros índices, como o IPCA do IBGE, apon-tando como causas do fenômeno a pande-mia da Covid-19 e as oscilações dos preços das commodities nos mercados globais, a tornar o indexador contratado impróprio para corrigir monetariamente aluguéis em shopping centers.

Embora trate-se de disputa ainda embrio-nária, segundo decisões até aqui disponí-veis, tem preponderado o entendimento no sentido de prestigiar a força vinculante dos contratos, parecendo-nos correta essa

ten-dência, que concilia segurança jurídica com fundamentos econômicos consistentes. Oportuno salientar que o debate em pau-ta não diz respeito ao indexador adequado para contratos a celebrar, no futuro. A con-trovérsia tem por objeto, especificamente, locações concretas, em plena execução, nas quais o IGP foi livremente contratado pe-las partes, destacando-se, como elemento decisivo para o diagnóstico do caso, a sin-gularidade do negócio entre lojistas e em-preendedores de shopping centers, quando considerado o universo das locações imobi-liárias tradicionais.

Sabe-se, a propósito, que as locações de imóveis são classificadas, para fins diversos, em dois grandes grupos: o das locações re-sidenciais e o das locações não rere-sidenciais. Nos dois casos, o locador, como regra, é um investidor típico do segmento imobiliário que, em tal condição, busca auferir renda com a entrega da posse de sua propriedade ao locatário, assim exercendo atividade des-provida de índole empresarial.

Na contraparte do contrato figuram, se re-sidencial a locação, um inquilino pessoa física que exerce seu direito à moradia uti-lizando-se de imóvel de terceiro, sendo en-contrados, na locação não residencial, igre-por: José-Ricardo Pereira Lira | fotos: Divulgação

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jas, associações, escritórios de advocacia ou de contabilidade, além de lojas de rua de diferentes portes. Não há, como fator determinante do per-fil do locatário, o desenvolvimento de atividade empresarial.

Assim, no ambiente das locações tradicionais, não se descarta que, na busca platônica por um indexador ideal, as partes possam manifes-tar preferência por índices como

o IPC da FGV, o IPC da FIPE ou o IPCA do IBGE, em lugar do IGP, em razão da maior volatilidade deste, resultante de sua composi-ção, que computa, entre outros, os preços no atacado e, como parte destes, as tais commodities im-pactadas pela variação cambial. De fato, ainda que o IGP seja um indexador consagrado também nas locações tradicionais, é razoá-vel admitir-se que os citados IPCs, assim como o IPCA, ao refletirem a inflação da família brasileira com renda de até certo número de salá-rios mínimos, harmonizem, de modo mais conveniente, o critério de rea-juste do aluguel com a realidade

eco-nômica das partes interessadas nos contratos, o que poderia justificar a sua escolha no momen-to da assinatura do contramomen-to.

Tal cenário, porém, passa ao largo da cessão re-munerada de espaço comercial em shopping center, que constitui modalidade de locação sui generis, sem semelhança com as demais espé-cies acima descritas.

Ao contratarem a cessão de espaço em sho-pping centers, locadores e locatários, invaria-velmente, estabelecem vínculos recíprocos de cunho empresarial, onde a loja constitui insumo fundamental das atividades exploradas por am-bas as partes do negócio.

Não se tem, na locação em shopping center, um in-vestidor passivo na condição de

locador, que restringe sua atuação, na órbita contratual, à entrega do imóvel ao locatário, ga-rantindo a este a posse pacífica do bem, contra a remuneração ajustada.

Ao revés, esse locador é um ativo empreende-dor do ramo varejista, que escolhe o terreno em que edifica o empre-endimento, após detido estudo de seu potencial de vendas (área de influência); contrai financiamen-tos ou capta recursos nos merca-dos organizamerca-dos para projetar e construir o shopping com olhos no conjunto de lojas a ser insta-lado no local; arregimenta as lo-jas âncoras; comercializa as lolo-jas satélites; administra e organiza as atividades dos lojistas na fase de operação; realiza campanhas publicitárias; monitora o desem-penho das lojas; mantém facilidades comuns aos lojistas; decide e realiza expansões e revitalizações, entre ou-tras atribuições.

Como resultado desse volume expressivo de atividades, o locador-empreendedor faz jus a uma fração do faturamento do lojista, pela via do “aluguel percentual”, tendo ainda assegurado um piso remuneratório intitulado “aluguel mínimo”, cujo valor submete-se a reajuste monetário, pelo indexador consensualmente estipulado em contrato.

Tal indexador, cabe salientar, constitui peça cha-ve do negócio empresarial estabelecido entre as partes, sendo certo que, assim como o locador, o locatário, na locação em shopping center, tam-bém é um empresário experiente e altamente especializado.

_ARTIGO JURÍDICO

José-Ricardo Pereira Lira, sócio da Lobo & Lira Advogados

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