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Como otimizar a recuperação judicial de créditos de ex-lojistas

No documento NÓS_EQUIPE FORA DAS TELAS (páginas 58-61)

bom alinhamento entre a asses-soria jurídica, a equipe financei-ra e o comercial do shopping é, sem dúvi-das, fundamental para lidar de modo

eficiente com os momentos de rescisão da locação, saída do lojista – desocupação da LUC

– e, principalmente, otimi-zação da recuperação de

créditos. Na maioria dos casos, a saída do lojista é amigável, sem necessida-de necessida-de intervenção judicial, seja para desocupação, seja para quitação de eventual dé-bito existente. Porém, a realidade mostra que muitos ex-lojistas saem dos empreendimentos e deixam “para trás” dé-bitos, muitas vezes relevantes, que acabam sendo objeto de ações judiciais para co-brança. Essa realidade, infelizmente, está se impondo com maior força no cenário atual. O procedimento judicial mais usual na ten-tativa de recuperação de créditos consiste na chamada ação de execução de título exe-cutivo extrajudicial, uma vez que o contrato de locação assinado pelas partes se consti-tui como um documento (título executivo

extrajudicial) que permite que algumas eta-pas procedimentais sejam suprimidas e/ou superadas. O devedor é notificado para pa-gar ou contestar o valor cobrado, sob pena de ter penhorados os bens para satisfação do crédito.

Na prática, entretanto, as coisas não são tão simples.

O êxito na Ação de Execução está diretamente relacionado à superação de dois obstáculos: Primeiro, localizar o devedor, a fim de viabilizar a sua citação. Segundo, encontrar bens do devedor hábeis para a satisfação do crédito, ou seja, bens que possam responder pela integralidade da dívida executada.

De acordo com dados extraídos da nossa própria base de atuação, em apenas 39% das ações de execução movidas contra ex--lojistas a citação ocorre com êxito na pri-meira tentativa. Nos demais 61%, questões como ausência de atualização de endere-ços nos contratos, aditivos ou mudança de endereço posterior à rescisão do contrato impactaram na demora ou mesmo na invia-bilização da citação. Também a ausência de por: Ricardo Gesteira, André Fialho e Rodrigo Oliveira | fotos: Divulgação

_ARTIGO JURÍDICO

dados e endereços atualizados dos representantes legais das pessoas ju-rídicas e dos fiadores impactam ne-gativamente no andamento célere e eficiente das execuções.

Para evitar que essas situações pos-sam ocorrer, ou melhor, para minimi-zar as possibilidades delas ocorrerem, é de suma importância o alinhamen-to entre jurídico e demais sealinhamen-tores da administração no sentido de manu-tenção da base de dados dos contra-tos sempre atualizada, seja exigindo comprovantes de residência dos só-cios periodicamente, alguma com-provação de propriedade de bens ou mesmo certidões atualizadas da Junta Comercial do locatário (pessoa jurídica e empresários individuais) e dos fiadores.

A atualização constante de dados facilita não apenas a localização dos devedores para citação como, tam-bém, na superação do segundo

obs-táculo que se impõe às Execuções, qual seja a localização de bens dos devedores para penhora (constrição). O que amplia consideravelmente as chances de êxito na recuperação de créditos, haja vista que – mais uma vez de acordo com dados da nossa própria base de atuação – 85% das ações de execução, quando foi pos-sível a citação dos devedores, esbar-ram na localização de bens dos de-vedores como principal obstáculo à satisfação do crédito.

No gráfico de Pareto acima – elabo-rado a partir de base hipotética – é possível verificar que o débito acu-mulado pelos sete primeiros ex-lojis-tas (A ao G) representa 80% de todo o montante em aberto, acumulado por toda a base de ex-lojistas que deixa-ram valores inadimplidos. Portanto, o foco do corpo jurídico e da adminis-tração, numa análise mais assertiva e racional, deve recair sobre esses sete ex-lojistas.

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Outro aspecto fundamental para o sucesso na recuperação judicial de créditos decor-rentes de contratos rescindidos com ex-lojistas reside na definição precisa das priori-dades. Em outros termos, dentro de uma base hipotética de 50 devedores (50 ações de execução), por exemplo, quais devem ser as prioridades de execução a fim de que se consiga racionalizar os recursos e obter o maior êxito com o esforço otimizado?

Na nossa prática observamos que uma forma de racionalização eficiente do trabalho jurídico de execução é a aplicação da teoria (ou Lei) de Pareto, conhecida também como princípio 80-20. Esse teorema, atribuído à Vilfredo Pareto, nos permite identificar, inclu-sive visualmente, os 20% das ações de execução que correspondem a 80% dos créditos a serem recuperados. Ou seja, utilizando o exemplo hipotético das 50 ações de execução, podemos, a partir da aplicação da teoria de Pareto e em conjunto com as demais áreas da administração do empreendimento, direcionar maior foco para as 10 ações de execu-ção que respondem por 80% do crédito a ser recuperado.

Essa otimização racional dos recursos permite, por exemplo, que o empreendedor/loca-dor possa investir na busca de bens de modo mais detalhado, arcando com custos para localização de bens imóveis em cartórios, custeio de despesas judiciais para utilização de sistemas INFOJUD, RENAJUD, SISBAJUD, ou mesmo outros meios privados de locali-zação de bens, dependendo de modo mais consciente os recursos (de tempo, pessoal e financeiro) disponíveis e destinados à busca da satisfação dos seus créditos.

Ricardo Gesteira tem 16 anos na advocacia empresarial, é mestre em Relações Internacio-nais pela Universidade Federal da Bahia e doutorando em Ciências Sociais pela Universida-de FeUniversida-deral da Bahia.

André Fialho conta com mais de 15 anos na advocacia para shopping centers, multifun-cionais e condomínios. Atuou como Coordenador Jurídico Regional Norte Nordeste da BR-MALLS PARTICIPAÇÕES S/A e é especialista em Direito Civil e do Consumidor.

Rodrigo Oliveira é especialista em Direito e Processo do Tra-balho pela Fundação Facul-dade de Direito – UFBA e em Direito e Prática Previdenciária pela Faculdade Baiana de Di-reito.

*A opinião do autor não reflete, neces-sariamente, a opinião da Abrasce

no de 1980, cidade de Frutal, no interior de Minas Gerais, um dos 30 mil habitantes, Francisco, mais conhecido como Chiquinho, inaugura uma pequena sorveteria para seu filho Isaias, de 18 anos, empreender. Quatro anos mais tarde, Isaias resolve modi-ficar e expandir o negócio. Ano de 2021, a Chiquinho Sorvetes tem 562 lojas, espalhadas em 25 estados, sendo a maior rede sorveteria do país.

“Apesar dos desafios de dificuldades de empreender, é muito gratificante olhar para trás e ver tudo que construímos até hoje com nossa marca. Além disso, ver a recepção dos clientes é uma recompensa maravilhosa”, afirma Isaias Bernardes de Oliveira, presidente da Chiqui-nho Sorvetes.

Entre os momentos mais marcantes ao longo de qua-tro décadas, destaca: “A criação da receita própria é um grande marco para a Chiquinho, pois é uma das nossas fórmulas de sucesso. Nossa entrada para o franchi-sing também, porque começamos uma expansão muito importante em 2010. Nesse momento, o número de lojas aumentou e outras pesso-as, além de nossa família, também pude-ram adquirir as suas unidades.”

No documento NÓS_EQUIPE FORA DAS TELAS (páginas 58-61)

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