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Leandro Cézar Garcia ANÁLISE DOS RESULTADOS DO FUNCTIONAL MOVEMENT SCREEN EM JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL

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Leandro Cézar Garcia

ANÁLISE DOS RESULTADOS DO FUNCTIONAL

MOVEMENT SCREEN EM JOGADORES DE FUTEBOL

PROFISSIONAL

Belo Horizonte 2014

(2)

LEANDRO CÉZAR GARCIA

AN

Á

LISE DOS RESULTADOS DO FUNCTIONAL

MOVEMENT SCREEN EM JOGADORES DE FUTEBOL

PROFISSIONAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso Fisioterapia, de graduaadu da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisto parcial á obtenc e do titulo de bacharel em fisioterapia.

Orientadores: Prof. Dr. Sergio T. da Fonseca Co-orientadora: Giovanna Mendes Amaral, Msa Ricardo Vidal Alves, Esp.

Belo Horizonte 2014

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Resumo

O futebol é o esporte mais popular do mundo e vem exigindo cada vez mais dos atletas profissionais em busca de resultados. Com o aumento da carga de trabalho e jogos, o índice de lesão destes atletas também aumentaram, e com isso vem sendo procuradas alternativas para prevenção de lesões e melhora do desempenho físico. Uma ferramenta que vem sendo utilizada para atingir esse objetivo é o Functional

Movement Screen. O objetivo do estudo foi descrever os resultados dos jogadores

profissionais de futebol no Brasil nos 7 testes de avaliação do Functional Movement

Screen. Foram realizados os testes em 47 atletas profissionais de futebol que atuam

no Brasil, 25 de um clube da primeira divisão nacional e 22 de um clube da segunda divisão nacional. Foram realizados os testes nos centros de treinamento dos clubes, no período de pré-temporada, pelo mesmo avaliador. Apenas foram incluídos jogadores que não apresentavam qualquer tipo de lesão que os afastassem do trabalho. Foi observado que 26 dos 47 atletas apresentaram escore total menor ou igual a 14. Os escores mais baixos observados nos testes foram o de estabilidade de rotação, em que os atletas apresentaram nota média de 1,04 ± 0,204 (sendo o maior escore individual atingido 2) e no teste de agachamento profundo, em que os atletas apresentaram nota média de 1,53 ± 0,504 (com maior escore individual sendo 2). O maior escore médio foi observado no teste de mobilidade de ombro com nota média de 2,72 ± 0,493 (com maior escore individual sendo 3). O Functional

Movement Screen foi útil para determinar alguns déficits nos movimentos básicos,

porém são necessários mais estudos para determinar até onde o escore nos testes e o escore final podem interferir na prevenção de lesões e na performance dos atletas de futebol.

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Abstract

Soccer is the most popular sport in the world and has been requiring more and more of professional athletes seeking for results. Given the increase number of matches as well as in the total workload, the occurrences of injury is significant high and therefore is being sought alternatives such as the Functional Movement Screen assessment to prevent them and improve the physical performance. The aim of the study was to analyze results of Brazilian professional soccer players in the seven tests of the assessment. Forty-seven professional athletes were tested, out of which 25 of a national first division team and 22 of a national second division one. The tests were performed in the team’s training centers during the pre-season and by the same rater and including only players without any kind of injury. The results observed showed that 26 of the 47 athletes assessed, achieved scores less than or equal to 14 (total of 21). The tests that achieved lower scores were the stability of rotation and deep squat with average scores/standard deviation of 1.04 ± 0.204 and 1.53 ± 0.504 respectively, both with highest individual score equal to 2. The highest average score was observed in the shoulder mobility test that achieved 2.72 ± 0.493 with the highest individual score being 3. The Functional Movement Screen proved to be useful in determining some deficits in the fundamental movement patterns. However, more studies are needed to determine how far the score in the tests and the final score may interfere in the injury prevention and performance of soccer players.

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Lista de tabelas e figuras:

Tabela 1 - Frequência de valores obtidos no teste FMS pelos atletas...

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Grbelao 1 - Gráfico de escore total obtido pelos atletas no teste FMS...

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Figura 1 - Ilustração de execução do agachamento profundo escore 3...

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Figura 2 - Ilustração de execução do agachamento profundo escore 2...

11

Figura 3 - Ilustração de execução do agachamento profundo escore 1...

11

Figura 4 - Ilustração de execução do Passo por cima da barreira escore 3...

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Figura 5 - Ilustração de execução do Passo por cima da barreira escore 2...

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Figura 6 - Ilustração de execução do Passo por cima da barreira escore 1...

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Figura 7 - Ilustração de execução do Avanço em linha reta escore 3...

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Figura 8 - Ilustração de execução do Avanço em linha reta escore 2...

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Figura 9 - Ilustração de execução do Avanço em linha reta escore 1...

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Figura 10 - Ilustração de execução do Mobilidade de ombro escore 3...

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Figura 11 - Ilustração de execução do Mobilidade de ombro escore 2...

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Figura 12 - Ilustração de execução do Mobilidade de ombro escore 1...

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Figura 13 - Ilustração de execução do Elevação da perna estendida escore 3...

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Figura 14 - Ilustração de execução do Elevação da perna estendida escore 2...

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Figura 15 - Ilustração de execução do Elevação da perna estendida escore 1...

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Figura 16 - Ilustração de execução do Estabilidade de tronco escore 3...

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Figura 17 - Ilustração de execução do Estabilidade de tronco escore 2...

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Figura 18 - Ilustração de execução do Estabilidade de tronco escore 1...

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Figura 19 - Ilustração de execução do Estabilidade de rotação escore 3...

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Figura 20 - Ilustração de execução do Estabilidade de rotação escore 2...

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Figura 21 - Ilustração de execução do Estabilidade de rotação escore 1... 15 SUMÁRIO 1. Introdução... 08 2. Métodos... 09 2.1 Participantes... 09 2.2 Materiais... 10 2.3 Procedimentos... 10 2.4 Agachamento profundo... 10 2.5 Passo por cima da barreira... 11

2.6 Avanço em linha reta... 12

2.7 Mobilidade de ombro... 13

2.8 Elevação da perna estendida... 14

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2.10 Estabilidade de rotação... 15 3. Resultados... 16 4. Discussão... 18 5. Conclusão... 21 6. Referências... 22 INTRODUÇÃO

O futebol é considerado o esporte mais popular do mundo, com cerca de 270 milhões de pessoas participando de diversas competições amadoras e profissionais, segundo o levantamento realizado pela FéFvantame Internationale de Football Association (FIFA, 2006)1. Segundo Dvorak J (2000), a incidência de lesões no futebol é de 10 a 15 lesões para cada 1000 horas de prática do esporte. Tem sido demonstrado ainda que o índice de lesões é 1000 vezes maior em jogadores profissionais de futebol quando comparados com trabalhadores da indústria11.

Estas lesões podem estar ligadas à grande demanda de treinos a que os atletas estão submetidos, geralmente acompanhada por curtos intervalos para recuperação2,3. No entanto, fatores intrínsecos como alterações de comprimento muscular, alinhamento ósseo, força e resistência muscular podem aumentar a predisposição às lesões musculoesqueléticas nestes atletas. Durante a realização das atividades esportivas, a presença destas alterações pode resultar em mudanera

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nos padrões de movimento, gerando demandas adicionais ao sistema musculoesquelético, levando a uma maior sobrecarga2,3,24.

O Functional Movement ScreenTM (FMS), desenvolvido por Gray Cook e Lee Burton, é uma ferramenta utilizada para avaliar os padrões de movimento fundamentais do indivíduo e detectar possíveis alterações4,5. De acordo com os criadores, esta ferramenta avalia limitações e assimetrias através de movimentos fundamentais (que exigem controle motor e competência na realização dos movimentos básicos) nos indivíduos em uma avaliação dinâmica e funcional6. Quando o FMS é usado como parte da avaliação pré-participação em atletas, é possível identificar os déficits e, a partir disso, realizar um programa de correção específico e individualizado a fim de melhorar os padrões de execução do movimento, minimizando possíveis sobrecargas ao sistema musculoesquelético e melhorando a capacidade e o desempenho físico destes atletas.

O FMS é um sistema de avaliação que é composto por sete testes pontuados individualmente e que requerem equilíbrio entre mobilidade e estabilidade. Os testes envolvem movimentos em posições extremas, com a finalidade de identificar possíveis debilidades, desequilíbrios, assimetrias e limitações6. Os testes são: agachamento profundo, passo por cima da barreira, avanço em linha reta, mobilidade de ombro, elevação da perna estendida, estabilidade de tronco e estabilidade de rotação. O FMS gera um escore total com valor máximo de 21 pontos, sendo esperado que o atleta atinja um escore total de pelo menos 14 pontos. Foi demonstrado que o escore total abaixo de 14 pontos no FMS está associado com um maior risco de lesão em jogadores de futebol americano7,8.

O FMS vem sendo usado por equipes profissionais de vários esportes nos períodos pré-temporada para detecção de alterações e planejamento de intervenções para prevenção de lesões musculoesqueléticas7,8. Segundo Peate et

all (2007)9, a realização de programas de aperfeiçoamento dos movimentos funcionais podem prevenir lesões, sendo assim justificada a utilização da avaliação pelo FMS para guiar a implementação destes programas.

Atualmente, não existem estudos publicados com os valores esperados para o FMS em atletas de futebol. O presente estudo tem como objetivo caracterizar o

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desempenho de jogadores de futebol profissional brasileiro nos sete testes que compreendem o FMS.

Métodos

Participantes:

Participaram deste estudo 47 jogadores profissionais de futebol com idade média de 25.02 ± 4,34 anos, atuando nas principais ligas de futebol profissional do país em 2 clubes distintos. Sendo que 25 destes atletas atuavam num clube da primeira divisão nacional e 22 deles num clube da segunda divisão nacional. Estes atletas apresentaram altura média de 179 ± 6,84 cm e peso médio de 77,85 ± 9,19 kg. Sendo que 33 deles apresentavam como membro dominante, o membro inferior direito e 14 deles o membro inferior esquerdo. Não foram incluídos jogadores que apresentavam qualquer tipo de lesão durante o perte d da coleta dos dados.

Os jogadores realizaram os testes na pré-temporada da liga brasileira que ocorre no início do ano após o período de férias. Os testes foram feitos nos 2 primeiros dias de reapresentação destes jogadores, no centro de treinamento do respectivo time, sendo que nenhuma atividade física foi realizada antes dos testes para evitar uma possível influência da fadiga muscular nos resultados.

Materiais:

Para a realização dos testes foi utilizado um kit próprio do FMS que é composto por uma plataforma, 2 bastões curtos, 1 basturtlongo e um elástico.

Procedimentos:

Todos os 47 atletas foram avaliados pelo mesmo examinador que já dispõe de mais de 3 anos de experiência com atletas de futebol profissional no Brasil e possui o certificado internacional do FMS. Foram realizados os sete testes que compreendem a versão original do FMS como descritos a seguir6,10.

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Agachamento profundo (DS)

Em pé com os pés afastados e em alinhamento vertical com o lado de fora dos ombros. O indivíduo deve apoiar o bastão sobre a cabeça ajustando a posição das m das tando a posibastamento vertical com o lado de fora Em seguida o indivbastamento vertical com o lseguida o indiv com o lado de fora dos ombros. O indivternacional do FMS. Foram realizados oO individa o indivbastamento vertical com o lseguida o indiv com o lado de fora dos ombros. O indivternacioente e mantendo o bastão acima da cabeça com os cotovelos estendidos. Caso o movimento seja realizado com perfeição a nota será 3. Caso não consiga realizar o movimento completo sem compensaçã individa o indivbastamento vertical com o lseguida o indiv comhares sobre a plataforma. Se realizar o movimento completo e sem compensav comhares sobre a a dos ombros. O indivternacioente e manten

Figura 1 DS escore 3 Figura 2 DS escore 2 Figura 3 DS escore 1

Passo por cima da barreira (HS)

Um obstáculo (corda elástica) ajustado para a altura da tuberosidade da tíbia do atleta a ser avaliado é colocado à sua frente. O atleta deve se posicionar atrás da base da barreira, com os pés juntos, os dedos alinhados e tocando a base da barreira. Segurando um bastão sobre os ombros, abaixo do pescoço, o indivíduo deve passar por cima da barreira e tocar o calcanhar no chão, mantendo a coluna

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reta, em seguida deve retornar a perna à posição inicial sem tocar a barreira. O teste deve ser realizado unilateralmente duas vezes, uma para cada membro.

Figura 4 HS escore 3 Figura 5 HS escore 2 Figura 6 HS escore 1

Avanço em linha reta (IL)

Após obter a medida entre a tuberosidade da tíbia atéio chão da perna que ira realizar o teste. O atleta deverá ficar em pé sobre a barra do kit, o dedo de um dos pés deve ser posicionado na linha de partida da barra, enquanto o calcanhar do pé contralateral deve ser posicionado numa marca realizada pelo examinador. A distância entre os dedos de um pve ser posicionado numa marca realizada pelo ex momprimento um pve ser . O atleta deve então colocar um bastão atrás das costas em posição vertical, tocando a cabeça, coluna torácica e o sacro, segurando-o com uma mão na altura da cervical e a outra na altura da coluna lombar. O atleta deve fletir o joelho da perna traseira até tocar a plataforma atrás do calcanhar do pé da frente e deve retornar a sua posição inicial. O bastão deve ser mantido nesta posição ao longo de todo o movimento.

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Figura 7 IL escore 3 Figura 8 IL escore 2 Figura 9 IL escore 1

Mobilidade de ombro (SM)

Inicialmente deve-se medir o tamanho da mão através da distância entre o vinco distal do punho e a ponta do terceiro dedo. O indivíduo em pé, com os pés juntos e as mãos fechadas e mantendo o polegar segurado pelos outros dedos, coloca simultaneamente um dos punhos atrás da nuca e o outro atrás das costas. O braço posicionado atrás da nuca realiza o movimento de rotação externa, flexão e abdução e o outro braço o movimento contrário. Através da distância entre os punhos é obtida a nota. O indivíduo receberá nota 3 no caso da distância entre os punhos ser menor que a medida inicial da mão, nota 2 se a distância for até 1,5x a medida inicial da mão e nota 1 se for maior que 1,5x a medida inicial da mão.

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Elevação da perna estendida (ASLR)

O indivíduo deve deitar-se em decúbito dorsal, a plataforma do kit deve ser colocada embaixo dos joelhos. Os pés devem estar em posição neutra e as mãos em posição anatômica. Identifica-se o ponto médio entre a espinha ilíaca anterô-superior e o ponto central da patela e posiciona-se o bastão neste ponto como refeêrncia. Pede-se ao indivíduo para levantar a perna a ser testada mantendo a extensão e com o tornozelo realizando a dorsiflexão. O joelho oposto deve-se manter estendido e em contato com a plataforma e a cabeça se mantem no chão. Se a perna que for estendida, o maléolo ultrapassar o bastão sem flexionar o joelho, o indivíduo receberá a nota 3 no teste. Caso não consiga passar o bastão, o avaliador deve reposicionar o bastão entre o ponto médio da coxa e o centro da patela e pedir para o indivíduo realizar o movimento novamente. Se ainda não conseguir ultrapassar o bastão com o maléolo, o indivíduo receberá nota 1.

Figura 13 ASLR escore 3 Figura 14 ASLR escore 2 Figura 15 ASLR escore 1

Estabilidade do tronco (TP)

O indivíduo deve ser posicionado em decúbito ventral com os braços estendidos sobre a cabeça. Os homens devem iniciar o teste com os polegares na altura da testa, enquanto as mulheres devem iniciar com os polegares na altura do queixo. Os joelhos devem ser mantidos estendidos e os tornozelos em posienquanto as mulheres devem inideve realizar uma extenseo de cotovelo e fazendo com que o corpo se levante como um bloco, sem oscilações na coluna durante o movimento. Caso não consiga realizar da forma inicial deve-se no caso do homem abaixar as mãos até a altura do queixo e no caso das mulheres até a altura da clavícula e

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realizar novamente o teste para obter a nota 2. Se mesmo assim não conseguir a nota será 1.

Figura 16 TP escore 3 Figura 17 TP escore 2 Figura 18 TP escore 1

Estabilidade de rotação (RE)

O indivíduo deve adotar a posição quadrúpede, com a plataforma entre os MMII e MMSS e paralela à coluna. Os ombros e quadris devem estar em uma posição em que mantenha um ângulo de 90 graus com o tornozelo em posição neutra. O indivíduo deve flexionar o ombro enquanto estende o quadril e joelho do mesmo lado, e então estende o ombro e flexiona o quadril e joelho até encontrar o joelho com o cotovelo e em seguida, deve-se retornar a posição inicial. Caso o indivíduo não consiga atingir o primeiro objetivo, deve-se pedir para que execute o padrão diagonal, usando o ombro e quadril opostos.

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Como proposto pelos idealizadores do FMS, cada teste foi pontuado com 4 notas ordinais. O indivíduo recebeu a nota 0 quando em qualquer momento do teste sentiu dor em qualquer parte do corpo. A nota 1 foi dada quando o indivíduo não conseguiu realizar o padrão de movimento ou não conseguiu assumir a posição inicial para realizar o movimento. A nota 2 foi dada quando o indivíduo conseguiu completar o movimento, mas ocorreu alguma compensação durante a sua realização. A nota 3 foi dada quando o indivíduo realizou o movimento completo sem que fosse observada nenhuma compensação. Cada participante pôde realizar cada teste 3 vezes, sendo pontuado apenas o melhor desempenho ao longo das três repetições. Nos testes unilaterais (passo em cima da barreira, avanva em linha reta, mobilidade de ombro, elevação de perna estendida, estabilidade de rotação) foram creditadas duas notas, uma nota para o lado direito e uma nota para o lado esquerdo. O cálculo do escore total foi realizado somando-se as notas alcançadas pelo indivíduo em cada um dos sete testes (total de 21 pontos), sendo que para os testes unilaterais somente a menor nota obtida entre os membros foi a utilizada neste cálculo.

Resultados

Os dados de frequência e a análise descritiva (média e desvio padrão) para os escores no FMS para os 47 atletas avaliados estão apresentados na tabela 1. Nenhum atleta apresentou dor durante os testes, ou seja, nenhum atleta obteve nota 0. Ficou evidenciado após os testes que um número maior de jogadores apresentou pior escore nos testes de estabilidade de rotação em ambos lados, sendo em sua grande maioria obtida nota 1 e tendo como média 1,04 ± 0,204. Outro teste que também demonstrou baixos escores foi o agachamento profundo com média de 1,53 ± 0,504.

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Tabela 1. Análise Descritiva do FMS

Notas nos testes do FMS

Teste 0 1 2 3 Média DP

Agachamento profundo 0 22 25 0 1,53 0,504

Passo por cima da barreira 0 3 44 0 1,94 0,244

Passo por cima da barreira D 0 2 43 2 2,00 0,295

Passo por cima da barreira ND 0 2 44 1 1,96 0,204

Avanço em linha reta 0 9 23 15 2,13 0,703

Avanço em linha reta D 0 7 22 18 2,23 0,698

Avanço em linha reta ND 0 5 22 20 2,30 0,657

Mobilidade de ombro 0 1 11 35 2,72 0,493

Mobilidade de ombro D 0 1 5 41 2,85 0,416

Mobilidade de ombro ND 0 0 11 36 2,77 0,428

Elevação da perna estendida 0 2 24 21 2,40 0,571

Elevação da perna estendida D 0 2 20 25 2,49 0,585

Elevação da perna estendida ND 0 2 23 22 2,43 0,580

Estabilidade de tronco 0 11 11 25 2,30 0,823

Estabilidade de rotação 0 45 2 0 1,04 0,202

Estabilidade de rotação D 0 45 2 0 1,04 0,204

Estabilidade de rotação ND 0 45 2 0 1,04 0,204

Frequência dos resultados

D = Membro dominante; ND = Membro não dominante

Nos 47 atletas testados, 26 apresentaram escores menor ou igual a 14 e 21 escore maior que 14 (grbela 2e).

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Gr ela 2e

Discussão

Os resultados desse estudo indicam que a maioria dos atletas que foram avaliados apresentam limitações ou compensações na realização de movimentos fundamentais, apresentando escores intermediterme nos testes do FMS. Como descrito por Schneiders et al (2011), jovens do sexo masculino de 18 a 40 anos de idade e que realizam atividades físicas frequentemente, apresentam escore médio de 15.8, já os atletas profissionais de futebol avaliados no presente estudo obtiveram 14,06 de escore mam 14,Comparando com atletas de futebol americano, que também são atletas de alto rendimento, a diferença fica ainda maior. Os jogadores de futebol americano apresentam escore médio de 16,9 nos testes7, valor superior a média dos jogadores de futebol do presente estudo.

No teste de estabilização rotacional, foi verificado o pior escore com média de 1,04 ±0,204 (grabela 2). O teste de estabilização rotacional requer que o atleta estabilize o tronco durante o movimento assimétrico dos membros superiores e inferiores. No futebol esta capacidade de estabilização pode ser importante em vários momentos já que os músculos que atuam na rotação de tronco podem acelerar os MMII anteriormente, além de auxiliarem na transferência de energia dos membros superiores, potencializando o desempenho no chute ou passe, por

26 21 0 7 13 20 26 33 ≤ 14 > 14 Núm ero de j og ad ores Escore final no FMS Escore Final

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exemplo. Para que esta musculatura atue de forma adequada durante estes movimentos é necessário que haja força muscular e rigidez tecidual. Se a musculatura de tronco não apresenta capacidade de estabilização durante atividades básicas, sua atuação em movimentos mais complexos pode também estar comprometida, levando a um pior desempenho dos atletas e/ou ao aumento do risco de lesão 10,14.

Os atletas apresentaram também baixo score no agachamento profundo, 1,53 ± 0,504 (tabela 2). Inúmeros fatores podem ter contribuído para este resultado, como limitação do movimento na glenoumeral, diminuição na mobilidade da coluna torácica, limitação da dorsiflexão do tornozelo em cadeia cinética fechada, limitação da flexão do quadril, etc. O agachamento é dos movimentos mais usados nos esportes, sendo que no futebol não é diferente, este movimento está presente, por exemplo, durante a realização de saltos verticais para cabecear a bola. Atletas capazes de realizar maior altura de salto podem ter vantagem nesta disputa. Para um melhor desempenho no salto já é descrito que é necessário força, velocidade e potência muscular19,20,21, levando também em conta a curva de comprimento-tensão da musculatura. O músculo alongado ou encurtado tem menor capacidade de produção de força devido a menor interação entre as pontes cruzadas de actina e miosina18. Nos saltos, o grau de flexão do joelho diferencia o comprimento muscular dos músculos da coxa (Bobbert; Casius, 2005), sendo assim, uma possível restrição da flexão de joelho no agachamento profundo pode vir a interferir no desempenho do atleta em campo, limitando o grau de flexvir a interferir no desempenho do atleta em campo,)venizantam escore médio de 16,9 nos test, que com o alto nível competitivo do futebol pode vir a ser um fator relevante.

O teste de mobilidade de ombro foi o que apresentou maior escore médio 2,72 ± 0,493 (grárbela ). Neste teste o escore é determinado apenas pela mobilidade do ombro, sendo que o mais comum é não haver redução da amplitude de movimento (ADM). Apenas um dos 47 atletas avaliados apresentou escore 1, ou seja, com provável restrição de mobilidade. No futebol é pouco comum as lesões de membros superiores, sendo apenas 6% do total de lesões e em sua grande maioria em goleiros23. Mesmo com esse escore, o jogador esta exercendo sua atividade. Todos os atletas que realizaram os testes estavam aptos para o treinamento. Por ser

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um teste apenas de mobilidade do ombro, talvez não gere prejuizos nos casos de jogadores que não ocupem a posição de goleiro, podendo ser um teste não muito relevante para a maioria dos casos no futebol.

Alguns estudos demonstram que através do escore total do FMS é possível caracterizar o risco para futuras lesris em atletas. Kiesel et al (2007) determinaram em seu estudo, atravu estucaracteraracteOR)tudo (2007) determinas ativid ROC), que jogadores profissionais de futebol americano que apresentem escore total menor ou igual a 14 apresentam 11.67 vezes mais chances de sofrerem lesão comparados a jogadores que apresentam escore maior que 14. Chorba et al (2010), também utilizando o mesmo ponto de corte do escore total, demonstrou que atletas colegiais femininas apresentaram um risco de 3,85-4,58 vezes maior de sofrer uma lesão que as atletas que obtiveram notar maior que 14. Já Letafatkar et al (2014), utilizando também a curva ROC, encontrou como ponto de corte o escore total menor ou igual a 17 em estudantes ativos jogadores de futebol, handball e basquete. Estes atletas apresentam um risco de lesão 4,7 vezes maior que os atletas que apresentam escore maior que 17. Por ainda ser uma ferramenta recente para avaliação, não é preconizado um valor fixo no escore total para ser considerado como menor risco de lesão, principalmente no futebol profissional, onde não se encontram estudos específicos. Entretanto é possível observar nos estudos com outros tipos de perfis que um escore maior está relacionado com uma menor propensão a lesões e escores mais baixos aumentam o risco de futuras lesões.

Utilizando o valor de corte neste estudo de menor ou igual a 14, vemos que a maioria dos atletas se encontram com escore total menor ou igual a 14 (26 atletas). Se subirmos o valor de referência para 17 teremos ainda mais atletas abaixo desse valor, ou seja, em sua maioria os atletas estão mais suscetíveis a sofrer futuras lesões em geral. Para que seja estabelecida com maior clareza a relação entre os valores obtidos e o risco para lesões nestes atletas, bem como sua relação com desempenho são necessários estudos prospectivos nesta população demonstrando a incidência de lesão e estudos que avaliem a relação do escore com o desempenho esportivo. O intuito principal dessa pesquisa foi caracterizar os valores em atletas profissionais de futebol no Brasil e com isso abrir as opções para novos estudos já que o FMS recentemente vem sendo empregado em vários clubes como ferramenta de avaliação.

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Estudos já demonstraram que é possível obter uma melhora dos escores nos testes com um programa de treinamento específico para os atletas8. Porém não é possível ainda saber se a melhora desse escore teria alguma influência sobre desempenho esportivo ou sobre a incidência de lesão nesta população.

O presente estudo de caracterizadoe, por obter apenas uma pequena amostra da populaaãopulaa daálise, pode nise, podepenas umportivora desse jogadores de futebol no Brasil, porém trata-se de um estudo de caráter preliminar e que ndo de ccomo intuito gerar dados normativos nos valores do FMS.

Conclusão

O FMS apesar de ser uma ferramenta de avaliação recente já vem sendo usado por muitos profissionais de educação física e fisioterapeutas, principalmente na área esportiva. Apesar disso, não existem muitos dados para caracterização do desempenho em atletas de futebol. Os estudos recentes indicam que o FMS é uma ferramenta útil como indicador de possiveis lesões e que pode contribuir para direcionar o treinamento dos atletas, porém, não foram encontrados estudos que comprovem isso no futebol profissional. Esse estudo trouxe os dados do FMS de jogadores atuando em dois clubes profissionais de futebol no Brasil com o intuito de avaliar esta populasta e possibilitar novos estudos já que ficou claro a necessidade de maiores pesquisas para que se possa dizer se o FMS é uma ferramenta realmente útil para o que está sendo utilizado.

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Referências

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