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Diaconia no horizonte do Reino de Deus

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Academic year: 2021

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Diaconia no horizonte do Reino de Deus

Uma apreciação de uma contribuição moltmanniana

no ano do centenário do credo social

Helmut Renders

Resumo

O artigo apresenta as alegações-chave do livro

Dia-conia no horizonte do Reino de Deus de J. Moltmann,

texto pouco conhecido na América Latina. O autor alerta que, apesar de tanta discussão sobre a relação entre práxis e teoria, a diaconia continua sendo igno-rado pela teologia sistemática e a dogmática poucas vezes é consultada pela diaconia

Palavras-chave

Jürgen Moltmann – teologia diaconal – diaconia – rei-no de Deus – ação social.

Doutor em Ciências da Religião, Umesp. Professor de teologia e história e secretário executivo do Centro de Estudos Wesleyanos da Faculdade de Teologia, Umesp. Presbítero da Igreja Metodista Unida na Alemanha. Endereço eletrônico: helmut.renders@metodista.br

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Diacony in the horizon of the Kingdom of God

An appreciation of Moltmann’s contribution

in the year of the centenary of the Social Creed

Helmut Renders

Abstract

This article presents the key allegations in the book

Diacony in the horizon of the Kingdom of God, by J.

Moltmann, a very little known text in Latin Ameri-ca. The author alerts that despite so much discussion about the relation between praxis and theory, Dia-cony remains being ignored by Systematic Theology, and Dogmatics is very little consulted by Diacony. Keywords

Jürgen Moltmann – diaconal theology – diacony – kingdom of God – social work.

Doctorate in Religous Studies, Umesp. Professor of theology and history and executive secretary of the Center for Wesleyan Studies of the Faculty of Theology, Umesp. Ordained elder of the United Methodist Church in Germany. Electronic address:

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Diaconía en el horizonte del Reino de Dios

Una apreciación de una contribución moltmanniana

en el año del centenario del credo social

Helmut Renders

Resumen

El artículo presenta los argumentos clave del libro

Diaconía en el horizonte del Reino de Dios de J.

Molt-mann, texto poco conocido en América Latina. El au-tor alerta que, a pesar de tanta discusión sobre la relación entre praxis y teoría, la diaconía continúa siendo ignorada por la teología sistemática y la dog-mática pocas veces es consultada por la diaconía. Palabras clave

Jürgen Moltmann – teología diaconal – diaconía – rei-no de Dios – acción social.

Doctor en Ciencias de la Religión, Umesp. Profesor de teología e historia y secretario ejecutivo del Centro de Estudios Wesleyanos de la Facultad de Teología, Umesp. Presbítero de la Iglesia Metodista Unida de Alemania. Correo electrónico:

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No ano do centenário do Credo So-cial, gostaríamos de trazer uma contri-buição do teólogo J. Moltmann no campo da teologia diaconal (MOLTMANN, 1984a; MOLTMANN, 1987). Em Diaconia no hori-zonte do Reino de Deus, o autor relaciona diaconia e teologia sistemática de uma forma inspiradora.

Na perspectiva protestante brasileira, o tema da diaconia é um domínio lutera-no (GAEDE NETO, 2001; BEULKE, 2001; SINNER, 2003; NORDSTOKKE, 2003) e do presbiterianismo. Assim, fez também parte de um projeto pan-protestante. A hoje extinta Confederação Evangélica do Brasil, fundou em 1967 a ainda existente organização Diaconia. Além disso, há co-munidades novas que também acolheram a designação.1

O metodismo favoreceu até a década setenta, em vez do modelo da diaconia, o modelo de stewardship.2 Paralelamente,

estabelece-se a partir de 1922 a expres-são serviço social (RENDERS, 2003: 55. 60) a qual, mais recentemente, cedeu lu-gar à “ação social”.3 Na expressão

meto-dista brasileira, o serviço – ou a diaconia – ganha a partir de 1922, graças ao Credo Social, uma dimensão pública. Entretanto, houve, recentemente, uma discussão so-bre o diaconato como segundo ministério ao lado do ministério presbiterial, parecido com o modelo luterano ou presbiteriano (HARTLEY, 2000; CRAIN, 2001; NEVILLE, 2002; IGREJA METODISTA, 2004).4

1 Cf. a página COMUNIDADE EVANGÉLICA LEÃO DE

JUDÁ. Disponível em: < http://www.leaodejuda.org.

br/ministerios/ >. Acesso em: 20/08/2008.

2 A compreensão metodista segue o modelo da

stewar-dship. Os stewards, no Brasil traduzido por ecônomos,

cuidavam em nome e com a comunidade dos pobres [da diaconia] e dos imóveis etc.

3 Representa esta designação também uma vinculação

maior da diaconia com o envio da igreja (Sendung) e a ética social? Cf. o caso das pastorais escolares nas escolas metodistas no Brasil que não criaram comu-nidades estudantis, mas, servem na instituição como fermento na massa (Cf. também “Igreja para os ou-tros” do CMI na base de Dietrich Bonhoeffer). Já o programa de Dons e Ministérios favorece a igreja local como principal referência diaconal (Sammlung).

4 Além disso, houve depois de 1967 também uma

re-novação do ministério dos diáconos na Igreja Católica

1. A diaconia como tema

da teologia sistemática

Na Alemanha, a diaconia se tornou tema das ciências teológicas em 1925 (Instituto da Ciência de Caritas5) na

Uni-versidade de Friburgo. O protestantismo seguiu com esse projeto em 1927 com o Instituto Seeberg (Berlim) e o recome-çou, em 1954, em Heidelberg, por meio do Instituto das Ciências da Diaconia.6

En-tre outras, essas instituições promovem refl exões sobre a relação entre diaconia e teologia (PHILIPPI & STROHM, 1989; SCHÄFER & STROHM, 1998) e formam li-deranças para instituições diaconais. Pou-cas universidades seguiram o exemplo e integraram a refl exão sobre a diaconia na teologia sistemática (Mainz7, Alemanha, e

Berna8, Suíça), normalmente, com uma

interface para uma teologia pública9

(BE-DFORD-STROHM, 2007) e com sensibilida-de para o tema da pessoa com sensibilida-defi ciência (BACH, 200610). Em geral, porém, o tema

fi cou vinculado com a teologia pastoral. Schäfer, de Heidelberg, resume:

A relação entre teologia universitária e diaconia foi, em grande parte, carac-terizada por uma indiferença mútua. A missão (do interior) se desenvolveu em

(Cf. CUMMING, 2005).

5 Cf. Caritaswissenschaft. Disponível em: < http://

www.caritaswissenschaft.uni-freiburg.de/cw >. Aces-so em: 20/08/2008; Cf. Katholische Fachholschule Mainz onde o tema da diaconia é integrada na teologia sistemática de Herbert Frohnhofen. Disponível em: < http://www.theologie-systematisch.de/diakonie .htm >.Acesso em: 20/08/2008.

6 Diakoniewissenschaftliches Institut. Disponível em:

< http://www.dwi.uni-heidelberg.de/ >. Acesso em: 20/08/2008.

7 Cf. < http://www.theologie-systematisch.de/ >.

Aces-so em: 20/08/2008.

8 A teologia sistemática abrange em Berna a dogmática,

a ética, a fi losofi a e a diaconia. Cf. < http://www.theol. unibe.ch/ist/index.html >. Acesso em: 20/08/2008.

9 Dr. Rudolf von Sinner, teólogo reformado, atuando

na EST, RS, é envolvido em Berna numa pesquisa sobre a teologia pública no Brasil Cf. < http://www. theol.unibe.ch/ist/forschunget.html >. Acesso em: 20/08/2008.

10 Ulrich Bach, pioneiro desta área, contribuiu para o

livro de Moltmann sobre a diaconia. A sua “teologia depois de Hadamar” de 2006 corresponde à teologia depois de Auschwitz de J. Moltmann [E. Lévinas].

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Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 57

oposição à teologia acadêmica. A teo-logia científi ca mais nova, em grande parte, acabou esquecendo a diaconia. (SCHÄFER, 2005: 92)

Esta afi rmação de 2005 torna eviden-te porque o livro de Moltmann, ainda em 1984, era visto como uma obra pioneira e “um sinal de esperança” (MOLTMANN, 1984: 11).

2. O tema da diaconia

na obra de Moltmann

... A sociedade industrial jamais promoveu a liberdade e igualdade, mas criou uma nova sociedade de segregação. [...] Diaconia não é tratamento de ferimentos e compensação social, mas, antecipação da nova vida, da nova comu-nhão e do mundo livre. MOLTMANN, 1984: 18 e 20

O livro respondia ao “ano da diaconia” das igrejas cristãs na Alemanha de 1983, data do qüingentésimo ano do nascimen-to de Lutero e do centésimo septuagési-mo quinto ano de nascimento de Wilhelm Löhe e Johann Hinrich Wichern, dois pio-neiros da diaconia institucional (Moltmann, 1984: 7-8). Mais uma vez, Moltmann rea-gia a um desafi o concreto para iluminar a práxis da igreja.

Nesta data Moltmann já tinha publi-cado obras como a Teologia da Esperan-ça (Moltmann, 1964), O Deus crucifi ca-do (Moltmann, 1972), Igreja na força ca-do Espírito (Moltmann, 1975a) e Trindade e Reino de Deus (Moltmann, 1980). Em te-mas antropológicos, concentraram-se Os primeiros libertos da criação (Moltmann, 1971a), citando uma frase de Herder,11

Ser Humano: antropologia cristã nos

con-11 Uma frase na introdução chama a nossa atenção:

“Os Ensaios que seguem têm por desígnio restaurar, contra a pretensão totalitária da ética, a alegria da

estética. Nasceram os mesmos Ensaios de inúmeras

discussões [...] desde o começo de contestação estu-dantil de 1967”. (p.9-10). Este comentário se dirige à teologia da revolução não à teologia da libertação.

fl itos do cotidiano (Moltmann, 1971b), O que é o ser humano (Moltmann, 1975b), Dignidade humana, direito e liberdade (Moltmann, 1979a) e Direito de trabalhar, sentido do trabalho (Moltmann, 1979b).

Os últimos dois livros já refl etiram o impacto da recessão econômica mundial da época. No Brasil, este momento evi-denciou o fracasso da política econômica da ditadura militar que, por sua vez, abriu a porto para o processo da redemocrati-zação, cenário respondido pela Igreja Me-todista pelo Plano para a Vida e a Missão da Igreja (1982). Na Alemanha procurava-se responder, eclesiasticamente, em nível ecumênico, pelo já citado ano de diaconia de 1983. Ainda em 1984, Moltmann pu-blicaria o texto Teologia política, ética po-lítica (Moltmann, 1984b). A relação entre sociedade industrial, estado social e diaco-nia ia ser apresentada brevemente no livro sobre a diaconia no capítulo “A respeito da compreensão teológica da tarefa diaco-nal hoje” (MOLTMANN, 1984: 16-21). Em tudo transparece a proposta de Moltmann de investigar a teologia diaconal a partir de uma teologia pública.

3. Diaconia no horizonte

do Reino de Deus:

sete teses guias

A referência ao “horizonte do Reino de Deus” no título relaciona o ensaio com a sua eclesiologia (MOLTMANN, 1975: [IV] 153-221)e sua doutrina de Deus (MOLT-MANN, 1980: [VI] 207-293). “A Igreja do Reino de Deus” é a Igreja que, no meio dos processos da vida, resiste e antecipa, mas nunca se confunde com o Reino. Já no se-gundo livro, Moltmann investiga a relação entre a Trindade e a liberdade do Reino.

Na sua eclesiologia, Moltmann descre-ve a diaconia como parte constitutiva da práxis da Igreja:

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1º. A tarefa do anúncio do evangelho, 2º. a tarefa de batizar e celebrar a Ceia do Senhor, 3º. a tarefa de liderar as as-sembléias da comunidade, 4º. a tarefa da diaconia. A comunidade necessita para isso de pregadores, presbíteros e diáconos. [...] A tarefa da diaconia na comunidade e a favor da sociedade pode, segundo as circunstâncias, ser especifi cado. Mas a Igreja não pode responder ao seu envio de forma ade-quada sem a proclamação do evange-lho, sem o batismo e a ceia do Senhor, sem a assembléia e a diaconia. (MOLT-MANN, 1980: [VI.2.4] 334) (negrito pelo autor)

Classicamente, constitui-se a Igreja na perspectiva protestante, como comunhão dos fi éis pelo anúncio da palavra e a ad-ministração dos sacramentos. A inclusão da diaconia representa, então, um avanço. Com isso Moltmann desafi a uma fragmen-tação das atuais igrejas:

Como a comunidade mesma é o povo messiânico, vocacionado por Cristo, há [coisas] “essenciais”, ou seja, tarefas necessárias [...] Há outras comunida-des cristãs, que consideram como es-sencial a oração comunitária, ou a cura dos enfermos, ou a diaconia e que se reúnem ao redor destas atividades. (MOLTMANN, 1980: [VI.2.4] 333) (ne-grito pelo autor)

Diaconia não pode ser vista como um aspecto específi co de certo tipo de comu-nidade cristã em distinção, por exemplo, de comunidades que enfatizam a cura ou a intercessão.

Sete anos depois encontramos no livro A Diaconia no horizonte do Reino (sete fra-ses guias (Leitsätze) que discutem a diaco-nia na luz da escatologia, cristologia, dou-trina de Deus, soteriologia e antropologia:

Frase guia 1: Diaconia no horizonte do Reino é diaconia no seguimento do cru-cifi cado – e em nenhum outro nome! Mas – diaconia como seguimento do crucifi cado é diaconia no horizonte do Reino de Deus que está se iniciando – e em nenhum outro horizonte. (Molt-mann, 1984a: 22)

Moltmann pretende reconciliar aqui a tensão entre as preferências escatológi-cas do mundo anglo-saxão e alemãs (tan-to da teologia luterana como da teologia reformada), designada por ele de confl i-to “entre a teologia do Reino de Deus e a teologia da cruz, emancipação e diaco-nia, transformação do mundo e serviço no mundo” (Moltmann, 1984a: 23).

Concordamos com Moltmann que esta tensão marca a discussão e acrescenta-mos que ela se repete – dentro do próprio mundo anglo-saxão e de muitas igrejas da missão – nas leituras escatológicas espe-rançosas (pós-milenaristas) do movimen-to do evangelho social e a compreensão de uma total decadência do processo históri-co pelos pré-milenaristas. Em Moltmann, a reconciliação “escatológica” ganha a sua consistência na memória da pessoa do próprio Cristo, sendo ele tanto o crucifi ca-do como proclamaca-dor e proclamação em pessoa do Reino de Deus.

Ao lado da questão da coerência entre as escatologias e a cristologia, Moltmann refl ete sobre o seu impacto na antropo-logia. Segundo ele, o evangelho de Jesus Cristo é anúncio da soberania de Deus e da liberdade humana. Onde Deus se torna rei, ele liberta o ser humano para sua própria liberdade. Aqui, Moltmann desafi a qualquer teologia que, em nome de Deus, anula o papel do ser humano na história ou que perde Deus de vista na descoberta do ser humano. Positivamen-te dito, abre-se aqui uma perspectiva de entender a diaconia como participação humana na Missio Dei, sempre a critério do Reino de Deus.

A teologia metodista chama o papel do ser humano nos processos da libertação, ser envolvido, sinergeticamente, enten-dido como uma atitude nem meramente passiva, nem isoladamente ativa. O ser humano como ecônomo (steward)

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corres-Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 59 ponde à ação da trindade econômica.12 O

metodista Meeks faz disso o centro da sua doutrina de Deus com ampla referência a Moltmann (MEEKS, 1989: 186-187, 200, 206-208, 213-214, 217-218, 222)13 Outra

aproximação é a reinterpretação da sote-riologia como sotesote-riologia social a partir dos seus aspectos comunitário (no nível eclesi-ástico), sinergético e público como plena-mente entrelaçados (RENDERS, 2006).

Frase guia 2: Reconhecemos o Reino de Deus em Jesus, quando reconhecemos a sua missão e deixamos que ela tenha efeito sobre nós, quando escutamos o chamado da liberdade e fazemos aquelas obras com as quais o futuro de Deus se inicia conosco. (Moltmann, 1984a: 25)

Continua a fundamentação cristológica da diaconia. “O Reino começa neste mun-do com Jesus em meio aos pobres, mun- doen-tes e abandonados. [...] Enquanto estão bem-aventurados, não possam ser `obje-tos´ da benevolência [...] cristã.” A sepa-ração entre “tempo e eternidade, ação e palavra, Estado e Igreja, razão e fé” es-piritualiza a fé. Esta “desastrosa divisão” esvazia a soteriologia.

Aqui Moltmann descreve Jesus, o diá-cono, em relação ao mundo ao seu redor e aos grupos sociais no seu meio. Diaco-nia é seguimento, primeiro, no sentido de uma atitude que transparece em tudo, se-gundo, em atos públicos concretos a favor dos/as mais necessitados/as. Moltmann traz aqui três aspectos importantes. trans-parece aqui uma opção Jesuína preferen-cial aos pobres como exemplo para a igre-ja; os pobres são considerados sujeitos da história e não objetos da benevolência

12 Cf. a tradução de Ef. 3.2 [Òοικονομìιαν τÞης χìαριστος

τοÞυ θεοÞυ]. Nas traduções alemãs prefere-se “Amt”

ou ministério humano, ou seja, prevalece uma pers-pectiva institucional. No português, como no inglês, usa-se “dispensação da graça de Deus” – que abriu toda discussão dispensacionalista e milenarista. Wes-ley comenta nas Notas do NT: “Isso é a comissão de dispensar o evangelho da graça”. Mas, repare que Wesley traduz διαìκονος em Ef 3.7 por “ministro”.

13 Esta relação não aparece na edição das palestras

proferidas no Brasil sobre o mesmo tema (MEEKS, 2001).

diaconal, e refl ete-se sobre a necessária libertação do/a “diácono/a” para a tarefa da diaconia (no sentido da autonegação, seguindo o exemplo do caminho da cruz). Este acento da “libertação para”, ao lado da “libertação de”, é um diferencial de Moltmann que transpasse em toda a sua teologia [da cruz]. Os/As primeiros/as bertos/as da criação estão livres para li-bertar e nesta dinâmica acontece o Reino de Deus no reconhecimento e seguimento de Jesus Cristo.

Este acento encontra hoje talvez mais compreensão do que vinte anos atrás por-que hoje em dia o “entusiasmo liberal” ce-deu espaço a um entusiasmo apocalíptico. A tarefa de providenciar uma terapia inte-gral – inclusive a dimensão da necessária transformação da sociedade – foi substi-tuída pela promessa de uma cura plena e imediata de todos os males, físicos ou econômicos (teologia da prosperidade) que, aparentemente, ausenta todos/as do caminho da cruz.

Frase guia 3: A diaconia no horizonte do Reino de Deus é [...] abrangente e uma diaconia integral. Em outro caso não seria coerente ao [único] Reino e ao [único] criador. Diaconia integral são ações terapêuticas [heilvolles Handeln] visando todas as perturbações insanas [heillose Störungen] do ser humano. Ela trabalha a favor da superação e eliminação das barreiras no ser huma-no, entre os seres humanos, entre os seres humanos e Deus. A diaconia no horizonte do Reino é serviço realista da reconciliação (2Co 5.18): todo separado se reencontra – há paz no meio do tu-multo. (Moltmann, 1984a: 28)

Não há, somente, um sofrimento do ser humano causado por terceiros (pessoas ou um destino cego) sendo ele superável ou não, mas também existe um sofrimen-to causado pelo ser humano. Acompanhe, primeiro, no aspecto diaconal a vontade de entender e assumir a sua própria res-ponsabilidade nas estruturas opressoras do mundo. Segundo, trata-se da força de encontrar na fraqueza do outro – e,

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espe-cialmente, no crucifi cado - a sua própria fragilidade. Os dois se fortalecem na com-binação entre oração e fi delidade à terra, contemplação e luta, piedade transcen-dental e solidária (cf. MOLTMANN, 1979c e MOLTMANN, 75: [V.6.4] 309-315).

Integralidade e realismo como marcas da diaconia no horizonte do Reino de Deus partem da compreensão do ser humano como um ser social que está sempre em relação consigo mesmo, com os outros se-res humanos, com toda a criação e com Deus. A esta relacionalidade correspon-de a Igreja correspon-de Jesus Cristo como igreja missionária, ecumênica e política (MOLT-MANN, 1975: [I.1-4] 15-32).

Também serve como alerta que a atual distinção popular no metodismo brasileiro entre obras da piedade e da misericórdia não preserva mais a sua intenção original. Em John Wesley – como em toda tradição cristã anterior – as obras da misericórdia ou da caridade descreviam o cuidado com a pessoa humana na sua integralidade e atendiam o ser humano em relação a si, ao outro (a humanidade) e a Deus, ou seja, a seu corpo e a sua alma (WESLEY, 1981: 548).

Nessa perspectiva, ser diaconal não descreve somente a promoção da sanida-de físico-psicológica. Veja, por exemplo, o símbolo das diaconisas metodistas alemãs.

Aqui se constrói a diaconia, simbolica-mente, ao redor da promoção de fé (cruz) esperança (âncora) e amor (coração). Nes-ta tradição, o seguimento do crucifi cado, a esperança da vida renovada e o amor como expressão das duas estão, simbolicamente, relacionados. Entretanto, o metodismo

de-senvolveu uma dimensão público-diaconal no sentido literal da palavra somente pela integração do movimento do evangelho so-cial – o que culminou no Credo Soso-cial.

Frase guia 4: Diaconia debaixo da cruz signifi ca conviver no sofrimento, aceitar o sofrimento, assumir o sofrimento. Ela envolve a morte diária do seu eu en-frentando o seu medo. A diaconia de-baixo da cruz acontece, por causa disso, na presença e na força do ressurreto. Somente a esperança da ressurreição faz aceitar o amor desinteressado e a morte. (Moltmann, 1984a: 32)

A diaconia é vista como existência de-baixo da cruz. Somente lá se ganha uma perspectiva capaz de “conviver no sofri-mento” e “aceitar o amor desinteressado”. Para Moltmann não existe avanço diaconal sem vitória sobre si mesmo. Nessa refl e-xão sobre uma igreja “a serviço” está au-sente qualquer romantismo social ou en-tusiasmo transformador. Uma comunidade “a serviço” ou “diaconal” não nasce nem prevalece sem a aceitação da cruz.

Precisamos hoje prolongar esta linha também na direção da teologia da criação. A diaconia não deve partir da concepção da infi nitude dos recursos e simplesmente criar acessos para os/as ainda excluídos/ as, por exemplo, do mercado do trabalho, como símbolo do acesso àquilo que sus-tenta a vida. Diferentemente, a diaconia cristã na tradição do crucifi cado pretende criar uma nova mentalidade. Somente a partilha justa e o amor desinteressado respondem ao fato da fi nitude dos recur-sos ecológicos e da vida em geral. Uma teologia pública diaconal ajudará a supe-rar a mentalidade da diaconia como ofi cina de concerto que simplesmente mantém o sistema funcionando. Uma Igreja diaconal “não compensa” mas “renova” (MOLT-MANN, 1984a: 18-20).

O lema “Igreja Metodista, comunidade missionária a serviço do povo” (negrito pelo autor) – criado mais ou menos na mesma época do livro de Moltmann –

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pro-Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 61 jeta a eclesiologia metodista brasileira

como, essencialmente, diaconal! Isso está em grande proximidade com a proposta de Moltmann. Moltmann, entretanto, alega que sua conseqüente realização não será possível sem uma teologia da cruz rela-cionada com uma teologia da esperança. Seria de suma importância interpretar o tomar da própria cruz não somente como esforço de se movimentar e participar de forma efi caz na missão, mas de pensar melhor a missão em si e a igreja e socie-dade que ela pretende gerar. A teologia da glória não constrói uma igreja nem projeta uma sociedade na qual os alertas e con-tribuições da teologia diaconal são consi-deradas. Sem ela, a fi nitude dos recursos e a fragilidade – e fi nitude – da vida não são respondidas da forma realista, justa e misericordiosa. Faz parte desta responsa-bilidade pensar nas gerações após a nos-sa: “Deus, oramos por aqueles que virão depois de nós. [...] Lembramos, com es-panto, que eles viverão no mundo que nos estamos construindo para eles.” (RAUS-CHENBUSCH, 1910, p. 109)

Frase guia 5: A diaconia específi ca entre pessoas enfermas tem as suas raízes na comunidade diaconal14 (diakonische

Ge-meinde). O diaconato específi co se baseia no diaconato universal15 [Diakonat aller

Gläubigen]. (Moltmann, 1984a: 33-34)

Diaconia acontece por meio da comu-nhão humana e divino-humana. Precisa-se inverter o isolamento dos membros da igreja local – imposta sobre eles e toda a humanidade como efeito colateral das pre-missas da sociedade industrial – para criar uma comunidade diaconal.

Moltmann introduz aqui um tema que na edição original da sua eclesiologia já ti-nha sido mencionado (MOLTMANN, 1975: 352-362), mas segundo seu posfácio de 1989, não sufi cientemente: a necessidade de ser Igreja do povo e com o povo

(MOLT-14 A comunidade do serviço mútuo. 15 Ou “de todos os/as fi éis”.

MANN, 1975: [VII.5] 383). Podemos dizer que a sua refl exão sobre a teologia diaco-nal era um passo para ele redimensionar a sua eclesiologia. Por essa presença e força transformadora, a comunidade começa se tornar um espaço terapêutico e diaconal.

Essencial neste processo é a ênfa-se espiritual e ênfa-seu subjacente imaginário da relação entre o mundo e o indivíduo. Uma espiritualidade, predominantemente intimista, parece hoje mais representar a interiorização do crescente isolamento do ser humano. Assim, não fornece recursos para interagir com o mundo e é capaz de assumir o seu papel na criação como pri-meiro libertos ou livres.

Frase guia 6: Diaconia acontece em e pela comunhão terapêutica [heilende Gemeinschaft]. A comunhão aberta cura os sofrimentos sociais do isola-mento, desprezo e da alienação e tor-na-se, desta forma, a precondição para a cura ou a diminuição do sofrimento físico. (Moltmann, 1984a: 38)

Na perspectiva de Moltmann, a tera-pia requer o outro e o extra nos. Primeiro, pela vinda de Deus e por meio da sua gra-ça infi nita. Segundo, por uma Igreja reno-vada que investe nas relações humanas, na base de respeito e do envolvimento com outro. Assim, pode-se preservar ou restabelecer sanus e salus. Além disso, serão ambientes desta qualidade prova-velmente os únicos em quais nos percebe-remos na profundidade a ausência da vida no sentido qualitativo! É a antecipação do Reino que nos faz desconfi ar e abandonar as propostas alternativas. A clássica so-ciedade industrial – em 1984 já na pro-funda crise – e a sociedade “pós-colonial” ou globalizada criou e está continuamente oferecendo muitos mecanismos para que nós confundamos viver com consumir, sa-ber com informar, participar com assistir, curar com narcotizar ou medicamentar. Tudo isso pode ser feito sozinho. Quando as comunidades do reino são diaconais, percebe-se que a economia global jamais

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será diaconal. Quando as comunidades se tornam parte da economia do mercado global, oferecendo um bem religioso, não sentimos diferença nenhuma nem neces-sidade de algo diferente.

Entretanto, ao lado do “extra nos”, ao lado da ênfase na primazia da graça como geradora e renovadora de toda vida, a igreja diaconal ensina também o “por-meio-de-nós”. A Igreja diaconal é comuni-dade de contraste em relação à sociecomuni-dade, mas, não por ou para se manter longe dos seus desafi os! Pelo contrário, por ser dia-conal, ela se torna uma ofi cina ou um labo-ratório da releitura das estruturas do velho éon e suas sempre novas vestimentas. A sua essência diaconal faz que a igreja não separe a teoria – a observação, releitura e investigação séria daquela “realidade” construída por nós – da prática – a busca de contribuir para a transformação da so-ciedade, das suas instituições, economias, políticas, ideologias, relações sociais e seus horizontes da esperança. O horizonte do reino da comunidade diaconal desafi a qualquer compreensão autônoma da rea-lidade como sendo uma entidade própria que governa de forma absoluta sobre as vidas de todos/as. De certo modo, o ho-rizonte do reino se faz “irrealista”, para muitos, sinônimo de loucura. A busca da construção de um mundo diferente pela comunidade diaconal, entretanto, reduz a realidade ao que ela é: uma contínua construção humana. E a comunidade pre-cisa desconstruir imaginários e símbolos que não tomam a realidade séria em rela-ção ao seu caráter “penúltimo”. A descons-trução diaconal rejeita tanto a deifi cação como a diabolização da realidade. A cons-trução diaconal projeta o caráter humano da realidade e desafi a qualquer aspecto desumano na perspectiva do Reino.

Frase guia 7: A diaconia institucional precisa resistir ao princípio da delega-ção, por meio do qual uma sociedade insana exclui os seus adoecidos e as suas vítimas. A tarefa mais importante é hoje o fortalecimento da diaconia na

igreja local e a criação de comunidades diaconais na sociedade. (Moltmann, 1984a: 38)

Na consulta da literatura sobre o a re-percussão do livro ressalta-se, com fre-qüência, a sua abertura para uma nova ênfase na diaconia como parte integral da comunidade ou igreja local (SCHWARZ, [2008?]). Por outro lado, Moltmann é lem-brado pela sua aproximação da diaconia à teologia política (SCHMIDT, 2007, 476). Em ambas as apreciações, refl ete-se uma situação muito especifi ca do contexto ale-mão. Por um lado, observa-se já desde o século XVII16 e, especialmente, no século

XIX17 um forte acento na diaconia

institu-cional como empreendimento fi lantrópico em resposta à falta de integração da dia-conia em nível de igreja local ou da co-munidade desde a época da reforma. Por outro lado e ao mesmo tempo, há nos pa-íses protestantes a tendência de respon-sabilizar, predominantemente, o Estado por cuidar da população (estado social). Nessa visão, pertence à Igreja, em relação à demanda diaconal, predominantemente, uma atitude profética e educativa a favor da cidadania.

Acreditamos que justamente nesta in-terface entre a existência diaconal da co-munidade do Reino e a Igreja como pro-motora de uma sociedade (sempre mais) diaconal ou social, por meio da teologia pública, a contribuição de Moltmann me-rece ser ouvida pelo protestantismo lati-no-americano de hoje. O mero princípio da delegação da responsabilidade, seja pelas instituições diaconais – como o caso do contexto alemão – ou pelos programas

16 August Hermann Francke (1663-1727, Fundação de

Franke, Halle).

17 Wilhelm Löhe (1808-1872; Neudetelsau); Johann

Heinrich Wichern (1808-1871, Prisão de reforma Moa-bit, Berlim e Rauhes Haus, Hamburgo), Gustav Werner, 1809-1887, Reutlingen), Friedrich von Bodelschwingh (1831-1910, Instituições de Bethel, Bielefeld). Irman-dades de diaconisas protestantes: Início em 1836 por Theodor Fliedner (1800-1864, Kaiserswerth), depois muitas fundações, inclusive, na Igreja Metodista e Ba-tista na Alemanha.

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Revista Caminhando v. 13, n. 22, jul-dez 2008 63 ou boards – o caminho metodista – não é

o “caminho do Reino”. Moltmann observa que a separação entre diaconia e institui-ções da diaconia criou uma “...`diaconia para as comunidades´, mas não se esta-beleceu uma `diaconia da comunidade´. A comunidade se torna objeto passivo da diaconia, em vez de ser seu sujeito ati-vo. A diaconia institucional professional...” , em conseqüência, acaba sofrendo pelo permanente questionamento do seu cará-ter cristão (MOLTMANN, 1984: 37). Para Moltmann, estão relacionados a “desdia-conização” da comunidade e o questiona-mento da diaconia institucional em relação ao seu caráter cristão justamente por falta do envolvimento da comunidade. Por cau-sa disso, ele enfatiza tanto a importância da comunidade diaconal ao lado da diaco-nia eclesiástica e da teologia pública.

Que os programas sociais na igreja são questionados, exatamente, por aqueles que não se envolvem neles é observado entre nós. O aprofundamento deste ques-tionamento por Moltmann, porém, não é percebido. Diaconia sem comunidade não representa a plenitude do Reino. A simples delegação da responsabilidade para as ins-tituições do Estado não representa a atitu-de do Reino. Isso não impeatitu-de a colaboração com, nem o reconhecimento de importan-tes contribuições das instituições sociais do Estado para o bem estar da população.

Imaginamos, então, um lar de idosos, um hospital, um orfanato, um restaurante popular sem, ou, com um envolvimento da comunidade local. Além do já dito, o envol-vimento traz benefícios também para a co-munidade. Ela enxerga melhor os desafi os e condições da vida e leva isso também para seus cultos e seus planejamentos.

A diaconia, além disso, pode também iluminar a teologia sistemática. Pergun-tamos: Onde Moltmann, depois de 1984, continua o dialogo? A sua ênfase na paixão de Deus (MOLTMANN, 1980: [II] 36-76), anterior ao llivro sobre a diaconia , combi-na bem. Nos três livros posteriores, porém,

a doutrina da criação (MOLTMANN, 1985), a pneumatologia (MOLTMANN, 1991) e a escatologia (MOLTMANN, 1995), o tema da diaconia ou de uma teologia diaconal não aparecem, tampouco o tema da cruz. O mais próximo disso são ainda os capítu-los “Nova vitalidade: vida contra a morte” e a discussão conjunta sobre a justifi cação e a justiça na sua pneumatologia, na qual também o tema da eclesiologia retorna. Aqui prevalece o aspecto da comunhão do Espírito. Mas, ao lado da koinoia, não apa-rece mais a diakonia, tampouco o aspecto institucional da igreja visível (MOLTMANN, 1991: [II.IV.4 / II.VI.1-5 / III] 87-100; 122-140; 207-259).

Tanto a supervalorização como o esque-cimento do aspecto institucional da igreja visível, porém, descaracterizam a diaconia cristã. Esse não foi o caso do livrinho de 1984. Nesse sentido, aguardam algumas das esperanças, formuladas no ano 1984, ainda a sua resposta. À diaconia no ho-rizonte do Reino corresponderiam a uma vinda de Deus e a uma doutrina ecológica da criação no horizonte das intuições da teologia diaconal. Quais seriam, então, as características, de uma doutrina de Deus, cristologia, pneumatologia, soteriologia, antropologia, doutrina da criação e esca-tologia diaconal?

Talvez seja aqui o método teológico de John Wesley um interessante parceiro para o diálogo. Wesley fez uma releitura da dou-trina de Deus, cristologia, pneumatologia, soteriologia e antropologia a partir da sua soteriologia social. Pelas circunstâncias da vida das massas empobrecidas, ele é leva-do pela convivência a construir, praticar e propor uma eclesiologia soteriológica que integra o aspecto comunitário, o aspecto sinergético (divino-humano) e o aspecto público da fé. (RENDERS, 2006: 8, 206)

Faz agora 100 anos que o Credo Social e 25 anos que o livro Diaconia no hori-zonte do Reino e o Plano para a Vida e a missão da Igreja Metodista foram lança-dos. Será que a Igreja Metodista no Brasil

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e as outras igrejas da tradição wesleyana realmente avançaram na direção de uma existência “a serviço do povo”, ou melhor, “lado ao lado com o povo”, de uma com-preensão dinâmica da teologia diaconal ou de uma teologia da diaconia?

Acreditamos que a realização de uma diaconia no horizonte do Reino continua ainda na mesa. E isso, não por último, porque o Reino, sem horizonte diaconal, jamais seria de Deus.

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Referências

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