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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0016.11.010517-4/002

Número do Númeração

0105174-Des.(a) Bitencourt Marcondes Relator:

Des.(a) Bitencourt Marcondes Relator do Acordão:

05/09/2013 Data do Julgamento:

16/09/2013 Data da Publicação:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TAC. RESERVA LEGAL. SENTENÇA. EXECUÇÃO. OBRIGAÇÃO FAZER. EXTINÇÃO. NOVO CÓDIGO FLORESTAL. FACULDADE DO PROPRIETÁRIO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1. As normas insertas nos artigos 475-J, L e M do Código de Processo Civil se referem a obrigações de dar e não de fazer ou de entrega de coisa certa, pois estas são cumpridas conforme os artigos 461 e 461-A, do mesmo diploma legal.

2. A decisão extintiva da obrigação de fazer desafia recurso de agravo de instrumento.

3. A interposição do recurso de apelação dentro do prazo do agravo de instrumento torna possível a aplicação do princípio da fungibilidade. 4. A constituição da área de reserva legal estava prevista no art. 1º, §2º, inciso III, da Lei nº 4.771/65. O novo Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/12) manteve a obrigatoriedade de sua instituição para os proprietários de imóveis rurais, mas facultou sua averbação junto ao Cadastro Ambiental Rural - CAR ou ao Cartório de Registro de Imóveis, não mais subsistindo a imposição de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel. 5. Não há falar-se em inexequibilidade de obrigação de fazer em razão do Novo Código Florestal.

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-Tribunal de Justiça de Minas Gerais

COMARCA DE ALFENAS - REMETENTE: JD 2 V CV COMARCA ALFENAS APELANTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS -APELADO(A)(S): FERNANDO ESTEVES ROCHA

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

DES. BITENCOURT MARCONDES RELATOR.

DES. BITENCOURT MARCONDES (RELATOR) V O T O

Trata-se de recurso de apelação cível interposto pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS em face da r. decisão proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca de Alfenas, que, no âmbito da ação civil pública ajuizada contra Fernando Esteves Rocha, julgou extinto o cumprimento de sentença, sem resolução de mérito, nos termos do artigo 267, VI, do Código de Processo Civil.

Pleiteia a reforma da sentença pois, ao contrário do sustentado pelo i. Magistrado a quo, patente a inaplicabilidade do novo Código Florestal para desconstituir a r. sentença proferida nos autos, em decorrência do instituto da irretroatividade, por flagrante ofensa à coisa julgada.

Ressalta que a Lei n. 12.651/2012, que instituiu o novo Código Florestal e revogou a Lei n. 4.771/65, entrou em vigor na data de 25/05/2012 e a sentença de mérito proferida às f. 77/81 transitou em julgado em 17/04/2012,

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referido diploma legal, devendo ser respeitada a garantia fundamental da coisa julgada, calcada nos princípios da segurança jurídica.

Aduz, ainda, que o instituto da reserva legal não foi revogado pelo novo Código Florestal, apenas recebeu novo tratamento, sendo que, enquanto não for implantado o CAR - Cadastro Ambiental Rural, não há como deixar ao livre arbítrio do proprietário o uso da área de reserva legal, pois os eventuais danos provenientes da degradação ambiental poderão ser irreversíveis. Assevera que a nova lei 12.651/2012 e a Medida Provisória 571/2012, por flagrantemente diminuírem a proteção aos bens ambientais, estão eivadas de inconstitucionalidade, logo, sem aplicação.

Recurso recebido às f. 126. Decisão às f. 131.

O i. Representante da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais manifestou-se às f. 133/139 pelo conhecimento e provimento do recurso.

É o relatório.

1. DA ADMISSIBILIDADE RECURSAL

Constato, inicialmente, que a sentença proferida na ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais em face de Fernando Esteves Rocha, determinara as seguintes obrigações: i) protocolizar no IEF, no prazo de 90 dias, requerimento de área de reserva legal, no mínimo de 20% da área do imóvel, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais); ii) providenciar junto ao CRI a averbação da área de reserva legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, no prazo de 30 dias, a contar da aprovação do IEF da área de reserva legal, sob pena de multar diária de R$1.000,00 (um mil reais); iii) não suprimir florestas e outras formas de vegetação em

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áreas de reserva legal sob pena de multa para cada descumprimento constatado de R$ 20.000,00 (vinte mil reais); iv) não construir, explorar economicamente ou intervir nas áreas de reserva legal, sem licença, autorização ou permissão do órgão ambiental, sob pena de multa de R$20.000,00 (vinte mil reais) a cada descumprimento, além de multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais) até o desfazimento da construção, exploração ou intervenção; v) elaborar e apresentar ao autor projeto técnico de recuperação ambiental, com anotações de responsabilidade técnica; vi) recuperar o meio ambiente, executando o projeto referido; vii) apresentar anualmente ao IEF relatório sucinto sobre as condições das áreas que estão em recuperação, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais); viii) providenciar o ressarcimento do IEF no valor gasto para a realização da pericia.

O recorrente peticionou nos autos (f. 89/92) requereu o cumprimento das obrigações dos itens 'i' e 'v' citados acima, com fundamento nos artigos 475-I e 461 do Código de Processo Civil, quais sejam: i) protocolizar no IEF, no prazo de 90 dias, requerimento de área de reserva legal, no mínimo de 20% da área do imóvel, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais); v) elaborar e apresentar ao autor projeto técnico de recuperação ambiental, com anotações de responsabilidade técnica. Pleiteou, ainda, que fosse oficiada a Polícia Militar Florestal para se diligenciasse junto ao imóvel rural do requerido a fim de constatar se as obrigações 'iii' e 'iv' (não suprimir florestas e outras formas de vegetação em áreas de reserva legal e não construir, explorar economicamente ou intervir nas áreas de reserva legal, sem licença, autorização ou permissão do órgão ambiental) estavam sendo cumpridas.

Após o i. Magistrado a quo receber o pedido de cumprimento de sentença, determinou a intimação da parte executada, pessoalmente, para cumprir as determinações imposta na sentença, no prazo de noventa dias, nos termos do art. 475-I c/c art. 461, ambos do Código de Processo Civil, sob pena de multa diária de R$100,00 (cem reais), limitada a 30 dias (vide f. 96). Decorrido o prazo sem manifestação do executado, o MINISTÉRIO

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PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS comparece novamente aos autos (f. 101/103), executando o pagamento da multa anteriormente imposta, nos termos do artigo 475-J, do códex processual.

Conclusos os autos, o juízo singular, nos termos da decisão de f. 105/107, julgou extinto o cumprimento de sentença, sem resolução de mérito, nos termos do artigo 267, VI, do Código de Processo Civil, por entender ser inexigível o título exeqüendo, pois "não se faz mais obrigatório o registro frente ao CRI local".

A digressão feita acima se me apresenta necessária, considerando que o cumprimento da sentença cujo dispositivo contém obrigação de fazer se faz conforme os artigos 461 e 644, este subsidiariamente, todos do Código de Processo Civil, inclusive quando a obrigação é da Fazenda Pública, porquanto os artigos 730 e 731, bem como 741, só se aplicam quando a execução for de obrigação de dar, mais precisamente de pagar quantia certa. Nesses termos, quero crer, o cumprimento do título executivo judicial prescinde de ação de execução autônoma, conforme se percebe pela norma dos artigos 461 e seguintes, sendo que o cumprimento espontâneo da obrigação teria como conseqüência a satisfação do direito do credor, sem falar em extinção de execução, pois esta inexiste como processo autônomo. Também é correto afirmar que, na obrigação de dar, fundada em título executivo judicial, a Lei n° 11.232/05 estabeleceu o cumprimento da obrigação sem falar em execução autônoma, mas, a toda evidência, com rito diverso da de obrigação de fazer.

Estabelece o artigo 475-I, do Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os artigos 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo.

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provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo.

§2º. Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta."

A leitura do dispositivo dispensa interpretação, pois seu texto é suficientemente claro no sentido de estabelecer a diversidade de procedimentos para os tipos de obrigação a serem cumpridas, donde se conclui que as normas insertas nos artigos 475-J, L, M, se referem às obrigações de dar e não de fazer ou de entrega de coisa certa, pois essas, repiso, são cumpridas conforme os artigos 461 e 461-A, do Código de Processo Civil.

Dessa forma, a decisão prolatada, 'extinguindo o cumprimento de sentença', nos termos do artigo 475-M, §3º, não possui natureza de sentença, não sendo recorrível por meio de apelação.

Não obstante, aplica-se, à espécie, o princípio da fungibilidade, pois, embora o recurso aviado não seja próprio, trata-se, conforme evidenciado, de erro escusável, em face das circunstâncias.

Vê-se, contudo, que, para efetivação da fungibilidade, é necessária a interposição da apelação no prazo do agravo de instrumento, isto é, a interposição do recurso, ainda que errôneo, deve observar o prazo assinado para a interposição do recurso correto.

Na espécie, conforme se depreende da análise dos autos, constata-se que foi observado o prazo legal para interposição do agravo de instrumento. Isso porque, o Ministério Público fora intimado da decisão que declarara a extinção do cumprimento de sentença em 28/02/2013,

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tendo interposto 'apelação' em 06/03/2013, ou seja, dentro do prazo de dez dias previsto para interposição do agravo.

Assim, aplico a fungibilidade na espécie, em razão da tempestividade do recurso.

Desse modo, conheço do recurso, pois presentes os pressupostos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade.

2. DO OBJETO DO RECURSO

Pleiteia a reforma da decisão que extinguiu o cumprimento de sentença, nos termos do artigo 267, VI, do Código de Processo Civil pois, ao contrário do sustentado pelo i. Magistrado a quo, 'patente a inaplicabilidade do novo Código Florestal para desconstituir a r. sentença proferida nos autos, em decorrência do instituto da irretroatividade, por flagrante ofensa à coisa julgada'.

O i. Juiz a quo julgou extinto o cumprimento de sentença pelos seguintes fundamentos, in verbis:

(...)

Ab initio, consigno que a matéria versada nestes autos, a teor do que dispõe o art. 225 da CF, é de ordem pública, já que o meio ambiente é bem de uso comum do povo, impondo, por conseguinte, ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo, através da aplicação da legislação vigente, cabendo neste caso ao Poder Judiciário a análise desta lide com enfoque na Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012, que vigora desde 28 de maio de 2012, data de sua publicação.

Assim, considerando as disposições da Lei Federal 12.651/2012, notadamente o art. 18, §4º e o art. 29, §3º, que referem-se a obrigatoriedade de inscrição das áreas de reserva legal junto ao CAR e a desobrigação dos proprietários do imóvel rurais de registrarem tais áreas junto ao CRI local, tem-se que o presente cumprimento de sentença perdeu seu objeto, já que o título exeqüendo perdeu uma de

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suas características, notadamente a sua exigibilidade, em decorrência da modificação da legislação anteriormente vigente, que não mais exige a efetivação da implementação da reserva legal através do registro junto ao CRI local.

Nesta senda, uma vez que o referido registro não é mais obrigatório, temerário seria impor à parte a efetivação do mesmo, já que de tal forma agir -se-ia em desacordo com o estipulado em lei.

Observe-se que o fato da Lei Estadual nº 14.309/2002 prever a necessidade de registro da reserva legal junto ao CRI local, tem-se que o §2º, do art. 16, desta, encontra-se em desarmonia com a nova sistemática implantada, devendo ser, portanto, extirpado do ordenamento jurídico, já que, uma vez que a Lei Federal é posterior a Lei Estadual e com ela contraria, segundo a sistemática de interpretação de leis, esta perde sua aplicabilidade. Deve-se salientar, ainda, que quando falamos em Registros Públicos a competência legislativa é privativa da União, a teor do de que dispõe o art. 22, XXV, da CF, não podendo o ente estadual, por conseguinte, exigir a averbação da Reserva Legal junto ao CRI local, sem respaldo de Lei editada pela União. (...)

Neste passo, clarifico que a inexigibilidade do título exeqüendo culmina, no caso em tela, na carência de ação, uma vez que, repise-se, não se faz mais obrigatório o registro frente ao CRI local, devendo a execução ser extinta, sem resolução de mérito, a teor do que dispõe o CPC, haja vista que tal matéria, sendo de ordem pública, deve ser reconhecida de ofício pelo magistrado.

Destarte, pelo exposto e considerando tudo mais que dos autos consta, calcado no princípio do livre convencimento motivado e da fundamentação dos atos jurisdicionais, JULGO EXTINTO PRESENTE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, sem resolução de mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC.

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A decisão merece ser desconstituída, até porque a inexequibilidade da obrigação de fazer não ensejaria extinção do processo, mas o indeferimento do requerimento de cumprimento de sentença.

Além do mais, a premissa que serviu de fundamento para a decisão objurgada está equivocada, porque o que se pretende não fora alterado pelo Novo Código Florestal, além do que há coisa julgada.

O Novo Código Florestal - Lei Federal nº 12.651/12, a despeito de ter mantido a exigência de constituição da área de reserva legal, facultou sua averbação junto ao Cadastro Ambiental Rural - CAR, senão vejamos: Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

(...)

Art.12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel:

(...)

Art.18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR de que trata o

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art. 29, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei.

(...)

§4º. O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato.

Verifica-se, portanto, que, embora permaneça a obrigação de instituição da reserva legal para os proprietários de imóveis rurais, há a faculdade de averbação da área junto ao Cartório de Registro de Imóveis ou no Cadastro Ambiental Rural - CAR, não mais subsistindo a imposição de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel.

É certo que, inexistindo ambos os registros, seja no CAR, seja no cartório competente, apresenta-se legítima a pretensão de compelir o proprietário a efetuar a averbação, contudo, repiso, não se pode exigir que essa averbação conste na matrícula do imóvel.

Não se pode olvidar, como bem obtemperou a i. Relatora do REsp nº 1297128, julgado em 06/06/2013, Ministra Eliana Calmon, que:

Após a promulgação do Novo Código Florestal, a obrigação de averbar a área de reserva legal à margem da inscrição de matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, conforme determinava o § 8º do art. 16 da Lei 4.771/65 (incluído pela Medida Provisória n.º 2.166-67, de 2001), não é mais exigida com esses contornos.

Segundo a nova regra, o registro da área de reserva legal no Cadastro Ambiental Rural - CAR desobriga a averbação no ofício de registro de

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imóveis, estando a matéria atualmente disciplinada da seguinte forma:

Art. 18. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR de que trata o art. 29, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas nesta Lei.

§ 1º A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração, conforme ato do Chefe do Poder Executivo.

§ 2º Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de compromisso firmado pelo possuidor com o órgão competente do Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações assumidas pelo possuidor por força do previsto nesta Lei.

§ 3º A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assumidas no termo de compromisso de que trata o § 2º.

§ 4º O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012).

Manteve-se inalterada, contudo, a intenção do legislador de exigir a perfeita identificação da área de reserva legal, modificando apenas o órgão responsável pelo registro e manutenção desses dados, não se justificando, pois, a alteração do entendimento jurisprudencial desta Corte a respeito da matéria.

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pois as obrigações de fazer executadas pelo apelante - protocolizar no IEF, no prazo de 90 dias, requerimento de área de reserva legal, no mínimo de 20% da área do imóvel, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos reais), elaborar e apresentar ao autor projeto técnico de recuperação ambiental, com anotações de responsabilidade técnica - não foram excluídas com o Novo Código Florestal.

3. CONCLUSÃO

Ante o exposto, dou provimento ao recurso e torno sem efeito a decisão para determinar o cumprimento da sentença, nos termos dos artigos 461 do Código de Processo Civil.

É como voto.

DES. ALYRIO RAMOS (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). DES. ROGÉRIO COUTINHO - De acordo com o(a) Relator(a).

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