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Governança corporativa em empresas estatais: uma revisão do panorama atual Carolina Coletta

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Governança corporativa em empresas estatais: uma revisão do panorama atual Carolina Coletta

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre o panorama atual da governança corporativa no contexto das empresas de controle estatal, com enfoque em recentes estudos sobre os conselhos de administração. Serão apresentadas as principais particularidades de empresas estatais que ressaltam a necessidade de adoção de práticas sólidas de governança corporativa. O reconhecimento da importância da governança corporativa para tais empresas também será evidenciado na discussão sobre o Programa Destaque de Governança em Estatais da BM&FBovespa. Por fim, será discutido o papel dos conselhos de administração para as estatais, apresentando estudos sobre o tema. Conclui-se, a partir da revisão da literatura, que há uma carência de estudos que abordem diferentes perspectivas da governança corporativa em estatais, especialmente no Brasil.

1. INTRODUÇÃO

A governança corporativa emerge como um importante sistema capaz de lidar com conflitos decorrentes da separação de propriedade e controle, intimamente associados com o problema de agência, conforme exposto no artigo seminal de Jensen e Meckling (1976). Guiada pelos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, a governança corporativa objetiva preservar o valor econômico da organização no longo prazo, facilitando o seu acesso a recursos (IBGC, 2016). Nesse sentido, Shleifer e Vishny (1997) afirmam que a governança corporativa lida com a maneira pela qual os provedores de recursos obtêm garantias de que receberão retornos sobre seus investimentos.

No âmbito das empresas de controle estatal, a governança corporativa se justifica a partir de diferentes perspectivas. Ressalta-se sua importância para o mercado de capitais, de acordo com dados da BM&FBovespa (2017), que indicam que as estatais listadas foram responsáveis por 21,9% do volume médio diário negociado na bolsa (equivalente a R$1,5 bilhão) no período de setembro de 2014 a agosto de 2015.

No entanto, as empresas de controle estatal apresentam particularidades que podem gerar alguns conflitos de interesses, ressaltando a necessidade de se adotar boas práticas de

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governança corporativa. Grosman, Okhmatovskiy e Wright (2016) ressaltam alguns problemas que podem surgir nas estatais, como o fraco monitoramento por parte do Estado como principal, o risco de não cumprimento de suas obrigações contratuais devido a motivações políticas e o uso de conexões políticas para benefício próprio.

As particularidades inerentes às estatais, aliadas ao cenário de incerteza que se instaurou devido à corrupção nos últimos anos, fez com que a governança corporativa dessas empresas recebesse maior atenção do mercado de capitais, com a criação do Programa Destaque de Governança em Estatais, em 2015.

Diante do cenário de crescente relevância da governança corporativa para empresas estatais no Brasil, o presente artigo apresenta uma revisão da literatura, evidenciando as discussões atuais sobre tal tema, finalizando com uma revisão de estudos recentes sobre a atuação dos conselhos de administração em empresas de controle estatal.

2. DISCUSSÃO TEÓRICA

Nesta seção, serão apresentados os principais motivos que justificam a adoção de práticas de governança corporativa para empresas de controle estatal, bem como as principais características do Programa Destaque de Governança em Estatais. Será apresentada também uma revisão da literatura a respeito de um dos componentes fundamentais da governança corporativa – o conselho de administração – no âmbito das empresas estatais.

2.1 Governança corporativa: importância para empresas estatais

A governança corporativa emerge como forma de mitigar os problemas decorrentes da relação de agência nas organizações, a qual se caracteriza pelo estabelecimento de um contrato em que o principal delega a tomada de decisão a um agente, conforme Jensen e Meckling (1976). O problema decorrente da relação de agência, segundo Eisenhardt (1989) se manifesta no conflito de interesses ou objetivos entre o principal e o agente, e a dificuldade que os principais enfrentem no monitoramento dos agentes. Ademais, a autora explica que podem surgir problemas relativos às diferentes atitudes que principais e agentes podem ter em relação aos riscos.

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Considerando o contexto dos conflitos de agência, a governança corporativa é importante para reduzir a assimetria de informação entre investidores e gestores além de manter o equilíbrio entre os direitos de acionistas majoritários e minoritários, segundo Fontes Filho e Picolin (2008). Diante deste contexto, a governança corporativa se estabelece como o “sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle, e as demais partes interessadas” (IBGC, 2015, p. 20)

O equilíbrio nas relações e a segurança legal, advindos da governança corporativa, facilitam o acesso a recursos para as empresas por meio do mercado de capitais, contribuindo para o desenvolvimento econômico e financeiro dos países, conforme ressaltam Fontes Filho e Picolin (2008). Em concordância, Procianoy e Verdi (2009) afirmam que a maior credibilidade advinda da governança corporativa leva os investidores a pagarem um preço mais elevado pelas ações das empresas que adotam as boas práticas de governança.

Em adição aos conflitos de agência, as empresas de controle estatal (ECEs) apresentam particularidades que reforçam necessidade da adoção de sólidas práticas de governança corporativa. Em diversos países, as ECEs são as principais fornecedoras de serviços públicos, gerando grande impacto na vida dos cidadãos e na competitividade econômica (OECD, 2015).

Atualmente, diversas ECEs são listadas nos mercados de capitais, conforme explicam Musacchio, Lazzarini e Aguilera (2015), o que leva ao aprimoramento da administração e das práticas de governança corporativa dessas empresas. Tal situação, segundo os autores, atrai uma série de investidores privados, interessados em rendimentos advindos de recursos naturais ou projetos ligados ao Estado. Adicionalmente, Grosman, Okhmatovskiy e Wright (2016) afirmam que empresas estatais de capital aberto devem conciliar interesse dos acionistas privados aos interesses do Estado como acionista.

No entanto, considerando o modelo do Estado como acionista majoritário, Musacchio, Lazzarini e Aguilera (2015) ressaltam que sem certo nível de transparência, proteção para acionistas minoritários e legislação apropriada, os investidores relutarão em investir em ECEs opacas, que não são protegidas contra a interferência e expropriação por parte do governo.

Ainda que o Estado seja acionista majoritário em determinadas empresas, devem ser considerados mecanismos para atrair investidores no mercado. Para tanto, muitas ECEs de capital aberto adotam práticas aprimoradas de governança corporativa, como conselhos com membros externos independentes, gestores profissionais com conhecimento técnico, remuneração de executivos baseada em desempenho e transparência. Tais práticas, aliadas à presença de investidores externos interessados na maximização de seus lucros, deveriam

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restringir a motivação do Estado para utilizar as ECEs a fim de atingir objetivos políticos em detrimento da rentabilidade (MUSACCHIO; LAZZARINI; AGUILERA, 2015).

No entanto, é possível destacar alguns efeitos negativos da atuação do Estado como controlador empresarial no estudo de Grosman, Okhmatovskiy e Wright (2016).

Sob a perspectiva da Teoria da Agência, verifica-se o fraco monitoramento do Estado como principal, devido à falta de clareza sobre quem deve atuar como principal. O controle estatal também eleva o risco de que a empresa não cumpra suas obrigações contratuais devido a interferências de motivação política. Adicionalmente, conflitos de interesse podem surgir advindos da atuação simultânea do Estado como regulador e como proprietário da empresa. A perspectiva política também se configura como uma forte particularidade das ECEs, pois as conexões políticas utilizadas em benefício próprio podem acabar restringindo as escolhas estratégicas mais adequadas para tais empresas (GROSMAN; OKHMATOVSKIY; WRIGHT, 2016).

Shleifer e Vishny (1994) corroboram ao afirmarem que empresas públicas, em muitos casos, produzem bens refletindo interesses de políticos - e não dos consumidores - além de alocar suas instalações em regiões desejáveis politicamente, ao invés naquelas economicamente atrativas. Em adição, He et al. (2015) afirmam que nas empresas de controle estatal não é definido com clareza quem é o proprietário final, o que leva, segundo o estudo dos autores, ao declínio de eficiência nessas empresas.

Em adição às particularidades apresentadas das empresas estatais, casos recentes de corrupção também reforçam a necessidade da adoção das práticas de governança corporativa em tais empresas. O Corruption Perception Index, referente ao ano de 2015, da Transparency International (2015) ressalta o escândalo de corrupção na Petrobras como o maior já visto no Brasil, que teve o maior declínio no ranking de corrupção das Américas em 2015. O Brasil ainda decaiu mais três posições em 2016, de acordo com a Transparency International (2016), assumindo 79ª posição no ranking. Nesse sentido, Agyei-Mensah (2017) explica que boas práticas de governança corporativa possuem papel importante na manutenção da integridade da organização e na gestão do risco de fraudes corporativas, combatendo a corrupção e má conduta da administração. O autor concluiu, em um estudo feito com empresas listadas de Botswana e Gana, no período de 2011 a 2013, que empresas de países com menos corrupção, como Botswana, têm maior probabilidade de divulgar informações relevantes para o mercado do que as empresas de países com alta corrupção.

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Em resposta ao cenário conturbado que prejudicou a confiança de investidores em empresas onde há a participação do Estado, devido às incertezas sobre gestão e divulgação de informação das mesmas, a BM&FBovespa implantou, em 2015, o Programa Destaque em Governança de Estatais. O objetivo do programa é incentivar o aprimoramento das práticas de governança corporativa em estatais de capital aberto, a fim de reduzir as incertezas e propiciar uma precificação mais precisa dos valores mobiliários de tais empresas (BM&FBOVESPA, 2017).

São consideradas quatro principais linhas de ação, relativas às práticas de governança corporativa: transparência, estruturas e práticas de controles internos, composição da administração e do conselho fiscal, e compromisso dos controladores públicos. A seguir, são apresentadas as principais características de cada linha de ação, com base nas informações da BM&FBovespa (2017)

A primeira linha está relacionada à transparência, cujas medidas visam explicitar os objetivos da propriedade estatal e o papel do Estado na gestão da companhia, bem como o dever de divulgar, com elevados padrões de transparências, informações relevantes da empresa.

O segundo conjunto de medidas refere-se aos controles internos, visando estabelecimento de normas, processos e estruturas que restrinjam a atuação dos administradores, a fim de evitar o desvio da atividade da estatal em relação ao seu objetivo, em benefício de políticas públicas não previstas.

A linha de ação relativa à composição da administração e conselho fiscal estabelece que os conselhos devem atuar no interesse da companhia, sem interferências políticas, adotando as recomendações internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nesta linha, limita-se a participação de representantes de Ministérios ou Secretarias de Estado na participação e indicação de cargos do conselho de administração.

Por fim, a linha de ação relativa ao compromisso do controlador público, estabelece regras para que membros da alta administração não se manifestem sobre informações que possam causar impactos nos valores mobiliários da estatal.

Em 11 de maio de 2017, foi anunciada uma revisão no programa, a fim de alinhar o documento com a Lei nº 13.303, aprovada em 30 de junho de 2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico das estatais federais, estaduais, municipais e distritais. No novo Programa, para que uma empresa possa obter a certificação, é preciso que adote todas as medidas no momento do pedido de adesão; ou adotar, no momento da adesão, as seis medidas obrigatórias e obter, no mínimo, 48 pontos nas demais medidas de governança corporativa estabelecidas pelo programa (BM&FBOVESPA, 2017).

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O comprometimento com a adoção de tais práticas favorece a alocação eficiente dos recursos dos investidores, garante a manutenção da renda e emprego dos colaborados das ECES e viabiliza investimentos de interesse público financiados pelo mercado de capitais (BM&FBOVESPA, 2017). Dessa forma, a garantia de que as ECEs operem em sólido ambiente regulatório e competitivo é crucial para a manutenção de um ambiente de investimentos que sustentem o crescimento econômico (OECD, 2015).

2.3 O conselho de administração em empresas de controle estatal

O conselho de administração procura assegurar que o valor de longo prazo da empresa seja maximizado de forma sustentável. Possui como atribuição decidir questões fundamentais para a empresa, relacionadas à estratégia, investimentos, fusões e aquisições, remuneração dos executivos, determinação da política de risco, escolha de auditoria independente. Ademais, deve monitorar os executivos em favor dos acionistas, segundo o pressuposto da relação de agência. (SILVEIRA, 2010)

No caso das empresas de controle estatal, conforme explicam Musacchio, Lazzarini e Aguilera (2015), os governos são, geralmente, tentados a apontar pessoas com quem mantêm um relacionamento íntimo para atuarem como membros do conselho de administração. Para os autores, tal situação, típica das empresas estatais, configura-se como um problema, pois tais membros indicados para o conselho terão pouco incentivo para monitorarem os gestores e vetarem decisões ineficientes.

A situação explicada por Musacchio, Lazzarini e Aguilera (2015) justifica a presença de recomendações sobre melhores práticas de governança corporativa relativas ao conselho de administração advindas da BM&FBovespa (2017) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2015).

As principais recomendações da OCDE a respeito da responsabilidade dos conselhos de administração das empresas de controle estatal incluem (OCDE, 2015):

i) membros devem ter mandatos claramente definidos, agir em benefício do interesse da empresas e tratar igualmente todos os acionistas;

ii) o conselho deve determinar estratégias e supervisionar os executivos com base nos objetivos estabelecidos pelo governo;

iii) o conselho deve exercer julgamentos objetivos e independentes, sendo que todos os membros devem ser indicados com base em suas qualificações;

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iv) mecanismos de governança devem ser adotados a fim de evitar conflitos de interesse, prevenindo a interferência política no conselho de administração;

A composição do conselho de administração tem recebido muita atenção no contexto das empresas privadas, no entanto, pouca atenção tem sido dada a este tópico no âmbito das empresas de controle estatal, segundo Menozzi, Urtiaga e Vannoni (2012). Tais autores realizaram estudo com 114 empresas estatais na Itália, e concluíram que o tamanho do conselho e a presença de diretores politicamente conectados exerce um efeito inflacionário no número de empregados da empresa, e que grandes conselhos podem sofrer de problemas de coordenação. Ademais, os autores verificaram que membros independentes dos conselhos podem esconder uma afiliação política indireta ou, ainda, tentar perseguir os mesmos objetivos políticos sem necessariamente possuir uma conexão política.

Em recente estudo sobre conselhos de administração em estatais, Allini, Rossi e Hussainey (2016) examinaram o papel do conselho na divulgação de informações sobre riscos, prática recomendada pela OCDE, em 17 empresas italianas de controle estatal. Os autores verificaram a presença, em média, de 60% de membros independentes no conselho de administração. Adicionalmente, foi constatado que a diversidade nos conselhos de administração foi a única variável estudada que afetou a divulgação de riscos pelas empresas estatais analisadas. Dessa forma, os autores concluíram que a presença de mulheres nos conselhos melhorou a efetividade do conselho e fortaleceu a prestação de contas e transparência das empresas verificadas.

Em uma comparação de conselhos de administração de empresas estatais com aqueles de empresas privadas, Tong, Junarsin e Li (2015) compararam 2.174 ECES e 845 empresas privadas listadas na China e concluíram que as estatais são relativamente superiores às privadas, especialmente em indicar diretores independentes, vindos da academia, para os conselhos de administração. Ademais, verificou-se que nas empresas de controle estatal há menor probabilidade do Presidente do conselho ser o CEO da organização. Tong, Junarsin e Li (2015) também verificaram que as empresas estatais, se comparadas às empresas privadas, possuem um conselho maior, com maior frequência de reuniões e cujos membros possuem maior nível médio de escolaridade.

Questões relativas ao conselho de administração em empresas de controle estatal também foram objeto de estudo de Simpson (2014). O autor analisou todas as empresas de controle estatal sob a supervisão da State Enterprises Commission de Ghana, e concluiu que os membros dos conselhos não são politicamente independentes. Tal situação, segundo o autor, é evidenciada pelo contínuo apoio e aprovação das atividades empresariais que geram vantagens

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políticas para o governo que indicou os membros do conselho, o que não leva, necessariamente, à aprovação de atividades lucrativas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo objetivou apresentar uma revisão da bibliografia sobre as principais questões envolvendo a governança corporativa em empresas de controle estatal. Empresas desse tipo têm reconhecida importância no mercado de capitais do Brasil, sendo responsáveis por 21,9% do volume médio diário negociado na BM&FBovespa (equivalente a R$1,5 bilhão) no período de setembro de 2014 a agosto de 2015 BM&FBovespa (2017).

A governança corporativa apresenta fortes justificativas para sua manutenção nas empresas de controle estatal, devido à possibilidade de influência política sobre os executivos e membros do conselho de administração. Nesse sentido, em empresas públicas, a produção pode refletir interesses de políticos, e não dos consumidores, além de alocar suas instalações em regiões desejáveis politicamente, ao invés naquelas economicamente atrativas, conforme Shleifer e Vishny (1994).

Os escândalos recentes de corrupção no Brasil reforçam a necessidade de mecanismos eficientes de governança corporativa e dirigem maior atenção ao tema. Tal cenário pode ser evidenciado através da implementação do Programa Destaque de Governança em Estatais, criado em 2015 pela BM&FBovespa, em face do cenário de incerteza que se instaurou no âmbito das empresas de controle estatal nos últimos anos. Ainda que as diretrizes do programa da BM&FBovespa esteja alinhado com as recomendações internacionais da OCDE, as características do contexto brasileiro devem ser consideradas. Nos países latino-americanos, verifica-se fraca proteção legal dos interesses de acionistas minoritários e estruturas de propriedade altamente concentradas, segundo Gonzalez e García-Meca (2014). Diante do levantamento da literatura sobre o tema, verifica-se que a consideração de Menozzi, Urtiaga e Vannoni (2012) sobre a pouca atenção dos estudos relativos aos conselhos de administração de empresas estatais. Não apenas no que concerne à discussão dos conselhos de administração, mas o estudo das práticas de governança corporativa em empresas de controle estatal ainda é incipiente no Brasil, mesmo com o avanço no reconhecimento crescente da importância dessas práticas para o mercado de capitais.

Diante do presente contexto, algumas recomendações para estudos futuros sobre o tema podem ser feitas, incluindo investigações mais aprofundadas sobre o perfil dos conselhos de

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administração nas empresas estatais no Brasil e seus efeitos sobre o desempenho financeiro, por exemplo. A partir de tais estudos podem ser identificados pontos de melhoria para a composição dos conselhos, incluindo, por exemplo, a questão da diversidade discutida por Allini, Rossi e Hussainey (2016) ou a independência política dos membros do conselho, como no estudo de Simpson (2014). Estudos comparativos entre as práticas de governança adotadas no Brasil e nos demais países da América Latina também podem ser feitos, a fim de evidenciar quais as principais práticas adotadas pelos países e quais práticas podem ser aprimoradas nas empresas de controle estatal.

Referências

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