Adverte o Profeta Isaías:
“Estabelecerás juízes e magistrados
de todas as tuas portas, para que
julguem o povo com retidão de
Justiça”.
Constituição Federal de 1988
Lei Complementar nº 35, de 14 de
março de 1979 – Dispõe sobre a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional
Código de Ética da Magistratura
CF/88, art. 92
STF STJ TJ Juízes de Direito Turmas Recurais Juizados Especiais TRF Juízes Federais TSE TRE Juízes Eleitorais TST TRT Juízes do Trabalho STM TJM Juízes Militares CNJ I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica;
II – promoção:
◦ a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
◦ b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
◦ c) aferição do merecimento;
◦ d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
◦ e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau
far-se-á
por
antigüidade
e
merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única
entrância;
IV previsão de cursos oficiais de preparação,
aperfeiçoamento e promoção de magistrados;
V - o subsídio;
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
autorização do tribunal;
VIII
o
ato
de
remoção,
disponibilidade
e
aposentadoria do magistrado, por interesse público,
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de
Justiça, assegurada ampla defesa;
VIII A remoção a pedido ou a permuta de
magistrados;
IX julgamentos serão públicos e fundamentadas
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas; XI constituição de órgãos especiais;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias
coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau;
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só
será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período,
de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
Não está em confronto com
o art. 41 da CF/88?
RECURSO
EM
MANDADO
DE
SEGURANÇA.
ADMINISTRATIVO. JUIZ DE DIREITO. PROCEDIMENTO
DE VITALICIAMENTO. SINDICÂNCIA. DECURSO DO
PRAZO DE 2 (DOIS) ANOS. IMPOSSIBILIDADE DE
CONTINUIDADE DO PROCEDIMENTO. SUPERAÇÃO DO
ESTÁGIO PROBATÓRIO. VITALICIEDADE CONSUMADA.
Instaurado o processo de vitaliciamento quando a
recorrente já tinha cumprido os 2 (dois) anos de
prazo no exercício das funções de Juiz de Direito. O
prosseguimento do mesmo importa em ferir direito
líquido e certo da recorrente, por incidência do art.
95, I, da Lex Magna. Recurso conhecido e provido.
(RMS 9.074/PR, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA
FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 23/05/2000,
DJ 28/08/2000, p. 94)
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUIZ
DE DIREITO SUBSTITUTO. INAPTIDÃO PARA O VITALICIAMENTO OBSERVADA DURANTE O PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE A SER REPARADA. RECURSO ORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. O não vitaliciamento de juiz de direito substituto, em
razão de omissão de informação quanto a práticas de crimes, não se mostra dezarrazoado nem desproporcional, mas sim, condizente com a busca da ética na magistratura.
2. Recurso ordinário em mandado de segurança a que se
nega provimento.
(RMS 14.874/MS, Rel. Ministro CELSO LIMONGI
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 07/12/2010, DJe 17/12/2010)
(...) prática de crime capitulado no art.
312 do CP e do crime capitulado no
art. 171, caput, do CP, por trinta
vezes, na forma continuada, em
concurso material com o art. 168, §
1º, III, do CP, por duas vezes, também
na forma continuada, práticas essas
que comprometiam o vitaliciamento
do Juiz (...)
II - inamovibilidade,
salvo por motivo de
interesse público, na
forma do art. 93, VIII;
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA: PRINCÍPIO DA INAMOVIBILIDADE DE MAGISTRADO. JUIZ AUDITOR
SUBSTITUTO. EXTINÇÃO DO CARGO, LEI N. 8.719/93. DISPONIBILIDADE NÃO PUNITIVA. APROVEITAMENTO COMPULSORIO EM CARGO EQUIVALENTE E NO MESMO LOCAL, APÓS TER RECUSADO ESTE E OUTROS TRES EM LOCAIS DIFERENTES. 1. A garantia
da inamovibilidade de magistrado esta regulada nos casos de remoção, promoção e mudanca da sede do juízo, hipóteses em que ele ocupa um cargo, art. 95, II, 1. parte, da Constituição Federal e arts. 30 e 31 da LOMAN, Lei Complementar n. 35/79; nem a Constituição nem a LOMAN atribuiram a garantia da inamovibilidade ao magistrado em disponibilidade, que não ocupa cargo. 2. Ressalvada a escolha do novo cargo pelo magistrado, ele deve ser adequadamente aproveitado, respeitando-se a equivalencia do cargo, por força da necessaria aplicação subsidiaria do art. 41, par. 3., da Constituição. Não emana da lei direito liquido e certo do magistrado recusar o seu aproveitamento ou de permanecer em disponibilidade, porque ali se contem, antes, ordem vinculante para a Administração aproveita-lo em cargo equivalente. 3. O aproveitamento de magistrado em disponibilidade não punitiva no mesmo local e em cargo identico ao que ocupava, não se aplicam as restrições previstas para a remoção ou promoção, que alcancam os que estao em atividade, nem viola a garantia da inamovibilidade. 4. O ato administrativo do Tribunal recorrido esta motivado e atende satisfatoriamente o art. 93, X, da Constituição. A ampla defesa e o contraditorio previstos no inciso VIII do mesmo artigo aplicam-se apenas aos casos de remoção, disponibilidade e aposentadoria por interesse público; não se aplicam a ato não punitivo, de rotina administrativa e em obediencia a comando legal. 5. Questões menores, como a fixação voluntaria de domicilio em outra cidade após a disponibilidade ou a precariedade das instalações onde funciona a Auditoria para a qual foi designado, são irrelevantes para o exercício das garantias constitucionais da magistratura e encontram soluções pelos meios ordinários. 6. Recurso conhecido, mas improvido. (RMS 21950, Relator(a): Min. PAULO BROSSARD, Segunda Turma, julgado em 09/08/1994, DJ 27-10-1994 PP-29165 EMENT VOL-01764-01 PP-00077)
PROCESSO CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. JUIZ DE DIREITO. ALTERAÇÃO DA COMPETÊNCIA. LEI MATOGROSSENSE 4964/85 (ART. 58). GARANTIA DA INAMOVIBILIDADE. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSIVIDADE DO ATO IMPUGNADO. O direito à inamovibilidade do
magistrado vincula-se à impossibilidade de ser deslocado da Comarca onde exerce a jurisdição, sem sua anuência. A organização judiciária do Estado do Mato Grosso foi proposta pelo Legislativo Estadual através da Lei 4964/85, cujo art. 58 confere ao Tribunal de Justiça, em Composição Plenária, mediante Resolução, estabelecer a competência das Varas Judiciais nas Comarcas onde houver mais de uma delas. Não se vislumbra, assim, qualquer ilegalidade ou abusividade do ato hostilizado e, muito menos, direito líquido e certo do impetrante. Recurso ordinário conhecido, porém, improvido. (RMS 6.068/MT, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/04/2004, DJ 17/05/2004, p. 161)
III - irredutibilidade de
subsídio,
ressalvado
o
disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,
e 153, § 2º, I.
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - MAGISTRADO - ABONO-FAMÍLIA - VANTAGEM NÃO
INCORPORÁVEL - CESSAÇÃO DAS CONDIÇÕES QUE ORIGINARAM O PAGAMENTO - SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO - REINCLUSÃO - IMPOSSIBILIDADE - OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA. I - A doutrina administrativa caracteriza o abono-família como vantagem pessoal, não incorporável aos vencimentos/proventos, devida na inatividade desde que mantidas as condições de sua concessão. II - In casu, a inexistência de regra específica cuidando da extinção do abono de família devido em relação à esposa do magistrado, não justifica sua permanência quando cessadas as condições que ensejaram o seu pagamento. Afinal, o administrador público deve pautar-se pelo princípio da estrita legalidade, sendo-lhe vedado conferir direitos ou manter determinada vantagem quando a lei não autorizar expressamente. III - Neste sentido, legítimo o ato guerreado. O magistrado aposentado somente manteve o benefício em questão integrando os seus proventos enquanto subsistente o vínculo de dependência com sua esposa, que gerava encargos pessoais com a manutenção da família. Todavia, em se tratando de vantagem não incorporável, tanto pelo sua natureza, quanto pela inexistência de norma neste sentido, irrepreensível a extinção do abono-família motivado pelo falecimento da esposa do recorrente, que fez cessar a condição que originou o pagamento de tal verba, não havendo que se falar, desta forma, em ofensa à garantida da irredutibilidade de subsídios, preconizada no art. 95, III, da Carta Política. IV-Ademais, a manutenção de tal pagamento, nas atuais circunstâncias, redundaria em ofensa à moralidade administrativa, porquanto consistiria em enriquecimento sem causa por parte do servidor. V - Recurso conhecido, mas desprovido. (RMS 13.761/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2003, DJ 17/03/2003, p. 242)
Aos juízes é vedado:
◦ I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
◦ II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
◦ III - dedicar-se à atividade político-partidária.
◦ IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
◦ V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
Art. 4º Exige-se do magistrado que seja eticamente
independente e que não interfira, de qualquer modo, na atuação jurisdicional de outro colega, exceto em respeito às normas legais.
Art. 5º Impõe-se ao magistrado pautar-se no desempenho de
suas atividades sem receber indevidas influências externas e estranhas à justa convicção que deve formar para a solução dos casos que lhe sejam submetidos.
Art. 6º É dever do magistrado denunciar qualquer
interferência que vise a limitar sua independência.
Art. 7º A independência judicial implica que ao magistrado é
Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas
provas a verdade dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou preconceito.
Art. 9º Ao magistrado, no desempenho de sua atividade,
cumpre dispensar às partes igualdade de tratamento, vedada qualquer espécie de injustificada discriminação. Parágrafo único. Não se considera tratamento discriminatório injustificado: I - a audiência concedida a apenas uma das partes ou seu advogado, contanto que se assegure igual direito à parte contrária, caso seja solicitado; II - o tratamento diferenciado resultante de lei.
Art. 20. Cumpre ao magistrado velar para que os
atos processuais se celebrem com a máxima
pontualidade e para que os processos a seu
cargo sejam solucionados em um prazo razoável,
reprimindo toda e qualquer iniciativa dilatória ou
atentatória à boa-fé processual.
Art. 21. O magistrado
não
deve assumir
encargos
ou
contrair
obrigações
que
perturbem
ou
impeçam
o
cumprimento
apropriado
de
suas
funções
específicas,
ressalvadas
as
acumulações
permitidas constitucionalmente.
Art. 22. O magistrado tem o
dever
de
cortesia
para com os colegas, os membros do Ministério
Público,
os advogados
, os servidores, as
partes, as testemunhas e todos quantos se
relacionem com a administração da Justiça. Parágrafo
único.Impõe-se ao magistrado a utilização de
linguagem
escorreita,
polida,
respeitosa
e
compreensível.
Art. 23. A atividade disciplinar, de correição e de
fiscalização serão exercidas sem infringência ao
devido respeito e consideração pelos correicionados.
Art. 37. Ao magistrado é vedado procedimento
incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções.
Art. 38.
O magistrado não deve exercer atividade
empresarial
, exceto na condição deacionista
oucotista
edesde que não exerça o controle
ou gerência
. Art. 39. É atentatório à dignidade do cargo qualquer ato
ou comportamento do magistrado, no exercício profissional, que
implique discriminação
injusta
ouarbitrária de qualquer pessoa ou
O Conselho Nacional de Justiça aprovou, nesta terça-feira (9/11), por 9
votos a 6, a disponibilidade compulsória do juiz Edilson Rodrigues, da Comarca de Sete Lagoas (MG). Em uma sentença dada, em 2007, em processo que tratava de violência contra a mulher, ele utilizou
declarações machistas para criticar a Lei Maria da Penha. O juiz afirmou,
por exemplo, que "o mundo é masculino e assim deve permanecer". E também manifestou a mesma posição em seu blog na internet e em entrevistas à imprensa.
A decisão do CNJ, passível de recurso ao Supremo Tribunal Federal,
determina que o juiz de Sete Lagoas fique afastado do exercício da função por dois anos. Após esse período poderá solicitar, ao CNJ, o retorno à magistratura.
Além dos 9 conselheiros que decidiram pela disponibilidade, os outros
seis votaram pela censura ao juiz e por um teste para aferir sua sanidade mental.
A disponibilidade foi proposta no voto do relator do Procedimento
Administrativo Disciplinar, conselheiro Marcelo Neves. Para ele, esse tipo de conduta é incompatível com o exercício da magistratura.
Tudo começou quando o juiz disse que a Lei Maria da Penha tem
"regras diabólicas" e que as "desgraças humanas começaram por causa da mulher", além de outras frases igualmente polêmicas. Na ocasião, ele declarou à imprensa que combate o feminismo exagerado, como está previsto em parte da Lei Maria da Penha. Para ele, esta legislação tentou "compensar um passivo feminino histórico, com algumas disposições de caráter vingativo".
O CNJ abriu Processo Administrativo Disciplinar depois que o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais arquivou o caso. Na nota, na época, ele disse que "as severas investidas" contra o teor da sentença "se têm fixado, fundamentalmente, na falsa e equivocada idéia de que somos contra a severa penalização do agressor no âmbito doméstico-familiar; na falsa e equivocada idéia de que temos uma visão machista da relação homem-mulher e na falsa e equivocada idéia de que somos contra o desenvolvimento da mulher enquanto ser social. Na verdade não é nada disso!" .
Segundo ele, "o que disse foi que hipócrita e demagógica
sim é a falsa igualdade que tem sido imposta às mulheres, que, em verdade, vêm sendo constantemente usadas nos discursos políticos de campanha".
O juiz não poupou citações para perguntar: "tivesse eu me
valido de poetas como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto ou Guimarães Rosa ou se tivesse me auxiliado de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, dentre outros, nesta parte talvez não estaria também sendo criticado! Porque então não posso -ainda que uma vez na vida outra na morte - citar Jesus, se é Ele o poeta dos poetas e o filósofo dos filósofos?". Ainda na nota, ele explicou que considerou a lei inconstitucional por tratar apenas da mulher e ignorar a condição doméstica do homem.