• Nenhum resultado encontrado

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA"

Copied!
49
0
0

Texto

(1)

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS

TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

Nome da tecnologia:

Conservação de Recursos Genéticos “on farm” junto aos Geraizeiros

da Região do Alto do Rio Pardo – MG.

Ano base da avaliação: 2011

Equipe de Avaliação:

Jorge Madeira Nogueira Junior – Analista Clandio Godoy de Vargas – Analista Patricia Goulart Bustamante – Pesquisadora

João Roberto Correia – Pesquisador

(2)

SÍNTESE DO RELATÓRIO DE IMPACTOS

Ano base da Avaliação: 2011

1.-IDENTIFICAÇÃO

Nome/título da tecnologia:

Conservação de Recursos Genéticos “on farm” junto aos Geraizeiros da Região do Alto do Rio Pardo – MG.

Ano de Lançamento 2005 Ano de início da Adoção 2008

2.-IMPACTOS

2.1.-

A

VALIAÇÃO

D

OS

I

MPACTOS

E

CONÔMICOS

2.1.1. - Incremento de Produtividade Não se Aplica X

Ano Rendiment o Anterior/U M Rendiment o Atual/UM Preço Unitário R$/UM Custo Adicion al R$/UM Ganho Unitário R$/UM Participaçã o da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômic o (A) (B) (C) (D) A)xC]-D E=[(B- (F) G=(ExF) (H) I=(GxH)

2001 0 0% 0 0 2002 0 0% 0 0 2003 0 0% 0 0 2004 0 0% 0 0 2005 0 0% 0 0 2006 0 0% 0 0 2007 0 0% 0 0 2008 0 0% 0 0 2009 0 0% 0 0 2010 0 0% 0 0 2011 0 0% 0 0

2.1.2 .– Redução de Custos Não se Aplica X

Ano Custos Anterior Kg/UM Custo Atual Kg/UM Economia Obtida R$/UM Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico (A) (B) C=(A-B) (D) E=(CxD) F=(CxD) G1=(ExF)

2001 0% 0 0 2002 0% 0 0 2003 0% 0 0 2004 0% 0 0 2005 0% 0 0 2006 0% 0 0 2007 0% 0 0 2008 0% 0 0

(3)

2009 0% 0 0

2010 0% 0 0

2011 0% 0 0

2.1.3 – Expansão da Produção Não se Aplica X

Ano Renda com Produto Anterior -R$ Renda com Produto Atual - R$ Renda Adicional Obtida R$ Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico (A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) F=(CxD) G2=(ExF)

2001 0 0% 0 0 2002 0 0% 0 0 2003 0 0% 0 0 2004 0 0% 0 0 2005 0 0% 0 0 2006 0 0% 0 0 2007 0 0% 0 0 2008 0 0% 0 0 2009 0 0% 0 0 2010 0 0% 0 0 2011 0 0% 0 0

2.1.4 – Agregação de Valor Não se Aplica X

Ano Renda com Produto sem Agregação R$ Renda com Produto com Agregação R$ Renda Adicional Obtida R$ Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico (A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) E=(CxD) G3=(ExF)

2001 0 0% 0 0 2002 0 0% 0 0 2003 0 0% 0 0 2004 0 0% 0 0 2005 0 0% 0 0 2006 0 0% 0 0 2007 0 0% 0 0 2008 0 0% 0 0 2009 0 0% 0 0 2010 0 0% 0 0 2011 0 0% 0 0

1.5. Benefícios Econômicos Totais

Ano TOTAL DOS BENEFÍCIOS DE IMPACTO ECONÔMICO T=(I+G1+G2+G3)

2005 2006

(4)

2007 2008 2009 2010 2011

2.2.- CUSTO DE GERAÇÃO DA TECNOLOGIA

Ano Custos de Pessoal* Custeio de Pesquisa* Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total

(A) (B) (C) (D) (E) F=(A+B+C+D+E)

2007 91.910,00 57.000,00 - - - 148.910,00 2008 96.748,00 57.000,00 - - - 153.748,00 2009 101.840,00 17.000,00 - - - 118.840,00 2010 107.200,00 17.000,00 - - - 124.200,00 2011 35.700,00 17.000,00 - - - 52.700,00 Total Geral 598.398,00

2.3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 2.3.1-AMBITEC –SOCIAL

Indicadores Não Se Aplica Coeficiente 1. Emprego

Capacitação 10

Oportunidade de emprego local qualificado 3,9 Oferta de emprego e condição do trabalhador 3,5

Qualidade do emprego 7,0

2. Renda

Geração de Renda do estabelecimento 7,5

Diversidade de fonte de renda 7,0

Valor da propriedade 9,0

3. Saúde

Saúde ambiental e pessoal 2,0

Segurança e saúde ocupacional 1,6

Segurança alimentar 15,0

4. Gestão e administração

Dedicação e perfil do responsável 11,5

Condição de comercialização 15,0

Reciclagem de resíduos 9,0

Relacionamento institucional 6,8

Índice de Impacto Social 8,26

2.3.2.- Geração De Empregos Não se Aplica

Ano

Emprego adicional por

unidade de área Área adicional Não se aplica Quantidade de emprego gerado

(A) (B) C= (AXB)

(5)

2009 - - X -

2010 - 8 8

2011 - 22 22

2.4.-AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Indicadores Não Se Aplica Coeficiente 1. Eficiência Tecnológica

Uso de agroquímicos/ insumos químicos e ou materiais 15

Uso de energia -6,0

Uso de recursos naturais -6,5

2. Conservação Ambiental

Atmosfera 3,0

Qualidade do solo 8,8

Qualidade da água 12

Biodiversidade 14

Geração de resíduos sólidos X

3. Recuperação Ambiental 15

4. Qualidade do Produto X

5. Bem - Estar e saúde do animal X

6. Capital Social X

(6)

INTRODUÇÂO AO RELATÓRIO

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Embrapa/Cenargen), por ser uma Unidade Temática de pesquisa, tem como principal atividade a produção de conhecimento e tecnologias servindo de suporte para as Unidades de Produto. Essas tecnologias servem de base tanto para o desenvolvimento de produtos em outras Unidades da Empresa, como em conjunto com empresas parceiras, através de Contratos de Cooperação Técnica, Exploração Comercial ou de Licença de Uso. A metodologia de Avaliação dos Impactos das Tecnologias geradas pela Embrapa (AMBITEC) tem como objetivo avaliar as tecnologias no âmbito da sua aplicação, assim como seus impactos econômicos, sociais, ambientais e institucionais junto ao público alvo, ou seja, junto ao produtor, seja ele da área agrícola ou pecuária. No caso da Embrapa/Cenargen, a avaliação das tecnologias ou produtos gerados é feita através das empresas que exploram e comercializam os produtos/tecnologias gerados pela mesma, ou através de outras Unidades da Embrapa que se utilizam dos resultados dessas pesquisas para o desenvolvimento de produtos.

Em alguns casos específicos, iniciativas pontuais junto a grupos tradicionais ou comunidades indígenas resultam em melhorias na condição de vida, nos meios de produção ou até mesmo na melhor convivência entre essas comunidades através da disponibilidade de alimentos, aumento de conhecimento técnico ou incrementos na sua produção. Essas iniciativas têm como objetivo, por exemplo, recuperar práticas culturais relacionadas ao cultivo de determinadas espécies, ou mesmo melhorar as condições de subsistência através da recuperação e/ou introdução de espécies ao ambiente em questão. No entanto, quantificar as melhorias resultantes destas ações se demonstra uma tarefa bastante complexa, pois os resultados nem sempre são passíveis de mensuração através da aplicação da metodologia AMBITEC, na qual prevê entrevistas com os adotantes para quantificar os impactos econômicos, ambientais, sociais e institucionais decorrentes dessas iniciativas.

O manual de Avaliação dos Impactos de Tecnologias Geradas pela Embrapa – Metodologia de Referência destaca essas dificuldades em diversos

(7)

pontos do texto, como por exemplo, na página 27: “Vale ressaltar, mais uma vez, que os procedimentos operacionais a seguir apresentados são, perfeitamente, válidos para os casos de tecnologias e produtos gerados pelos centros nacionais de produtos e ecorregionais. Para os casos de resultados gerados pelos centros temáticos, tais procedimentos devem ser adaptados ou até modificados.”

Não menos importante, sabe-se que as dificuldades mencionadas já estão sendo analisadas pela equipe da Secretaria de Gestão Estratégica (SGE) da Embrapa no sentido de adaptar a metodologia de avaliação de impactos para as Unidades Temáticas, conforme detalhado na página 105 do mesmo Manual: “A Embrapa tem direcionado esforços para aprimorar a metodologia de avaliação de impactos sobre o conhecimento, capacitação e político-institucional porque considera que os benefícios gerados pelas Unidades de temas básicos da Embrapa criam, principalmente, benefícios intangíveis, que dificilmente podem ser medidos e demonstrados a partir das metodologias de avaliação tradicionais.”

Dessa forma, utilizando a metodologia atual, considerando a relação existente entre a Unidade e os seus parceiros que utilizam as tecnologias desenvolvidas, sejam eles empresas privadas ou outras Unidades da Embrapa, torna-se impossível quantificar alguns dos indicadores que compõem a metodologia proposta. Isso resulta em um índice de Impacto Social da Tecnologia, por sua vez, distorcido ou irreal, gerando assim um prejuízo para a avaliação feita pela Unidade.

Essas dificuldades e deficiências na avaliação de alguns indicadores serão expostas, detalhadas e argumentadas no texto do relatório visando minimizar qualquer perda na avaliação, visando explicar a tecnologia avaliada de forma mais detalhada possível como forma de amenizar os prejuízos decorrentes de tais limitações.

(8)

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS

GERADAS PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título

Conservação de Recursos genéticos “on farm” junto aos Geraizeiros da Região do Alto do Rio Pardo – MG.

1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU

Benefícios para o Público Alvo

Consolidação do Brasil como líder na produção de alimentos, fibras e agroenergia

X Ampliação contínua da competitividade da agricultura, com foco na agregação de valor aos produtos

X Alimentos seguros e segurança alimentar

X Produção sustentável nos biomas, conservação, valoração e uso eficiente dos recursos e da biodiversidade

Redução dos desequilíbrios regionais entre as regiões do País

X Inserção social e econômica da agricultura familiar, das comunidades tradicionais e dos pequenos e médios empreendimentos

Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta

Os Geraizeiros, comunidades tradicionais do norte de Minas Gerais (MG), ocupam há várias gerações ambientes diversificados na região de Cerrado, realizando atividades extrativistas e agrícolas, trabalhando com cultivos e criação de gado para suprimento das necessidades das famílias. De acordo com (FREITAS, 2006), historicamente, essa região é considerada o berço da agricultura na América do Sul. Sítios arqueológicos indicam que a agricultura já era praticada há pelo menos 4.500 anos nessa região.

A partir da década de 1970, as áreas de chapada da região foram alteradas drasticamente. Em decorrência de incentivos fiscais, áreas tradicionalmente utilizadas pelas comunidades para criação de gado à solta e para o extrativismo, foram ocupadas por monoculturas de eucalipto, deixando disponível para as comunidades apenas os ambientes com relevo mais movimentado e os locais próximos aos cursos d’água. Com a restrição do uso de

(9)

suas áreas originais, os modos de vida e de produção dos Geraizeiros foram modificados e a sua sobrevivência ficou comprometida.

Considerada atividade de baixa geração de emprego, a produção de carvão acentuou o êxodo rural nas comunidades. Em decorrência da monocultura do eucalipto, implantada por grandes empresas privadas, em terras públicas através de contratos de comodato, a utilização pelas comunidades das áreas de chapada e dos ambientes de baixada para produção agrícola e extrativista ficou restrito. Os plantios de eucalipto realizados pelas empresas, sem as boas práticas de conservação de solos e dos demais recursos ambientais locais, comprometeram as áreas dos Geraizeiros, assoreando os cursos d’água gerando o rebaixamento do lençol freático. Assim sendo, as comunidades, restritas às proximidades dos córregos, ficaram em situação de insegurança alimentar e insuficiência hídrica, por exemplo.

A partir do ano de 2003, os contratos de comodato com as empresas de reflorestamento começaram a extinguir-se, e as comunidades passaram a reivindicar o retorno dessas áreas ao seu domínio, associando os movimentos para preservar o que ainda existia de vegetação de cerrado nativo e a retomada do território. Duas das 96 comunidades existentes no município de Rio Pardo de Minas iniciaram essa luta, tornando-se foco de análise da fase I do projeto: a comunidade Água Boa 2 e a comunidade Vereda Funda. A partir dessas iniciativas, outras comunidades começaram a reivindicar territórios e hoje o movimento vem sendo cada vez mais ampliado e fortalecido.

Foi nesse contexto, visando fortalecer as ações já existentes das comunidades, do Sindicato dos Trabalhadores, Assalariados Rurais e Agricultores Familiares de Rio Pardo de Minas (STRRPM) e do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA-NM), que a Embrapa estruturou um projeto de pesquisa para construir conhecimentos sobre uso e conservação da biodiversidade na região, tendo como base a etnobiologia, ou seja, os processos de interação das populações humanas com o ambiente, com foco na percepção, conhecimento, uso e manejo de recursos naturais (Begossi et al, 2002). O objetivo principal do projeto foi desenvolvido na busca de alternativas de uso sustentável dos recursos naturais, aliando o conhecimento local e científico

(10)

formal, articulando com parceiros locais, associado com ações desenvolvidas regional e localmente visando à construção participativa do conhecimento para resolução das necessidades locais de alimentação, uso do solo e geração de renda.

O presente relatório deve ser analisado levando em consideração a seguinte logística temporal: A fase I do projeto terminou “formalmente” em 31/12/2010. Entretanto, atividades relacionadas ao projeto foram executadas entre dezembro de 2010 e setembro de 2011 (início da fase II). Por exemplo, algumas visitas técnicas foram feitas à região, foram desenvolvidos relatórios de resultado e, em decorrência do sucesso das iniciativas e dos resultados positivos da fase I do projeto, a elaboração conjunta, de forma a atender as demandas locais, do plano de trabalho da fase II. Dando continuidade a metodologia adotada ao longo da fase I do projeto, o plano de trabalho para a fase II, proposto para submissão na Chamada de Projetos 01/2011, foi feito em conjunto com a comunidade local e o corpo técnico da Embrapa de forma a incluir as demandas e necessidades da comunidade e da região. A fase II do projeto é então aprovada e inicia suas atividades a partir de setembro de 2011. Dessa forma, o presente relatório visa apresentar os impactos e resultados consolidados decorrentes da fase I, assim como da fase inicial da fase II do projeto.

A fase I do projeto teve por objetivo a conservação de recursos genéticos “on farm” na Região do Alto do Rio Pardo – MG, através da identificação e implantação de sistemas de produção de base ecológica a partir do planejamento participativo, segundo a aptidão agroecológia e extrativista das terras, para aplicação em comunidades de Geraizeiros do norte do estado de Minas Gerais. A fase II do projeto tem como objetivos principais: expandir as experiências e atividades de sucesso da fase I para outras comunidades da região e construir uma base de dados ambientais e socioeconômicos com informações para suporte ao planejamento dos quinze municípios que compõem o território do Alto Rio Pardo.

Aliado às ações de pesquisa participativa, as metodologias e tecnologias exitosas, bem com as lições aprendidas no processo de sua construção, serão

(11)

irradiadas a outras comunidades do território por meio de encontros, oficinas e outros mecanismos que serão acordados entre o grupo de pesquisa e os membros de representações de agricultores da região. O ponto focal dessa irradiação na fase I foi nas comunidades Vereda Funda e Água Boa 2, que já apresentam um acúmulo de práticas e saberes acerca do manejo sustentável de recursos da natureza, e que já vinham em um processo de construção do conhecimento, juntamente com equipes técnicas do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Pardo de Minas, ICA/UFMG e Embrapa.

Apenas como forma de situar o leitor nas atividades que serão descritas abaixo, várias delas se interpõem e foram implementadas em ambas as comunidades, porém é importante esclarecer as atividades focais de cada uma delas. A comunidade Água Boa 2 se destaca pelo extrativismo, a criação de um viveiro de mudas nativas visando diminuir o êxodo rural dos jovens da comunidade e da cooperativa extrativista da comunidade. Não menos importante, a criação das bases de um sistema de policultivo na chapada, para a elaboração de subsídios (socioedafoambientais) para a criação de uma reserva extrativista em Rio Pardo de Minas, atividade atualmente em fase final de processo de criação pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), e iniciado durante a fase I do projeto. O reconhecimento de parte da região como Reserva Extrativista se encontra em fase final de consultas públicas junto a comunidade. Por sua vez, a comunidade Vereda Funda também criou sua cooperativa de mulheres visando aumentar a escala de venda dos produtos feitos na região. O trabalho focal nessa comunidade visa ocupar áreas de chapada com policultura. Uma terceira comunidade entra em cena no relatório de forma introdutória, pois será a primeira comunidade abordada na fase II do projeto: a comunidade Monte Alegre. Em relação à base de dados, um dos problemas levantados durante a fase I do projeto refere-se à necessidade de organizar e atualizar as informações ambientais e sócio-econômicas do território, das quais algumas estão disponíveis em sistemas de informação de referência, mas se encontram bastante defasadas. A partir dessas premissas, a fase II do projeto foi elaborada com o

(12)

objetivo geral de desenvolver ações voltadas ao manejo sustentável de sistemas agrícolas e extrativistas, visando a segurança alimentar, geração de renda e fortalecimento do protagonismo dos agricultores familiares do Território do Alto Rio Pardo.

Em suma, o corpo técnico do projeto, em conjunto com a comunidade local, buscou alternativas de uso sustentável dos recursos naturais com o objetivo de fortalecer a relação homem e meio ambiente por meio da articulação de conhecimento local com o conhecimento científico formal.

Equipe do Projeto

1.4. Ano de Lançamento: 2005 1.5. Ano de Início de adoção: 2008 1.6. Abrangência

Selecione os Estados onde existem evidências de que a tecnologia selecionada está sendo adotada:

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL AC DF ES PR BA AM GO MG X RS CE AP MS RJ SC MA PA MT SP PB RO PE RR PI TO RN SE

(13)

1.7. Beneficiários

Os principais beneficiários do Projeto são os pequenos produtores rurais e comunidades do município de Rio Pardo de Minas, organizados através do Sindicato dos Trabalhadores, Assalariados Rurais e Agricultores Familiares de Rio Pardo de Minas - STRRPM, do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas - CAA-NM e da Cooperativa Grande Sertão Veredas.

Sendo impossível analisar e monitorar todo o universo de agricultores das comunidades, e após reuniões de sensibilização e nivelamento, a fase I do projeto focou suas iniciativas de monitoramento em oito agricultores/famílias da comunidade Água Boa 2 que aderiram espontaneamente ao projeto. Entretanto, é importante salientar que, naturalmente, não somente essas oito famílias beneficiaram das melhorias geradas pelo projeto. As famílias mencionadas foram apenas aquelas que foram acompanhadas/monitoradas ao longo da fase I do projeto. Tamanho o sucesso das iniciativas da fase I que a fase II foi elaborada para expandir a iniciativa para outras comunidades da região, e dar continuidade ao projeto.

Através de diversas reuniões, oficinas e cursos realizados com a participação ativa dos produtores e suas famílias, as comunidades receberam treinamento e capacitação em diversas áreas, destacando-se a leitura de mapas e atualização do uso da terra em propriedades, elaboração de indicadores participativos de sustentabilidade; manejo adequado do solo, técnicas de plantio, identificação de espécies mais utilizadas pelas comunidades, coleta de sementes de espécies, produção de mudas, dentre outras.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

A população de Rio Pardo de Minas, no ano de 2010, era de 29.099 pessoas, das quais 17.407 viviam no meio rural. O percentual de quase 60% da população no meio rural indica a forte vocação do município para a atividade agrícola. Porém, os dados populacionais do município são reveladores em outros aspectos também. No ano de 1991, a população do município era de quase 50

(14)

mil habitantes. A população do município sofreu um contínuo decréscimo e êxodo rural até o ano 2000 quando a população atingiu 27.237 habitantes.

Exatamente a partir do ano 2000, quando os contratos de comodato começaram a expirar e a população local iniciou a retomada de suas terras, o contingente populacional de Rio Pardo de Minas só tem aumentado. Considerando a vocação agrícola da região, tanto a fase I e a fase II do projeto se tornaram de enorme importância para a população local no que tange a sua produção agrícola, geração de renda, além do desenvolvimento social local. O projeto valorizou a aptidão agrícola da região ao fortalecer a relação homem - meio ambiente que havia sido extremamente deteriorada em decorrência de três décadas de degradação ambiental da região resultante da produção de carvão vegetal. O projeto é responsável pelo aprimoramento, feito de forma conjunta entre o conhecimento tradicional e técnicas para a recuperação da região e visando meios de produção sustentável.

Vale destacar as palavras da Presidente da Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa 2 (a cooperativa foi criada depois da implementação do projeto e em decorrência dos conhecimentos adquiridos ao longo da fase I do mesmo): “Depois que esse trabalho (o projeto) começou a ser realizado aqui, conseguimos enxergar o Cerrado com outros olhos. Agora, temos muito mais conhecimento desse bioma, sabemos como preservá-lo e como conseguir obter renda a partir dele.”

O projeto tem como metodologia fundamental o uso da aptidão agroecológica da região, aliado a construção participativa e apoio de parceiros locais com objetivo principal de capacitar os agricultores para a implantação de um sistema de produção considerando a tradição extrativista local. Um dos principais impactos da implementação do projeto foi o fornecimento de subsídios visando à conscientização e a mobilização das comunidades para a criação da Reserva Extrativista do Areião; uma área de cerca de 45 mil hectares que engloba os municípios de Santo Antônio do Retiro, Montezuma, Rio Pardo de Minas e Vargem Grande do Rio Pardo. Espera-se que com a criação da Reserva haja não somente um considerável ganho ambiental para a região, mas também uma agregação de valor de mercado da produção em decorrência do manejo

(15)

ambiental mais adequado dos recursos naturais da região que devem ser respeitados dentro de uma Reserva Extrativista. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) define Reservas Extrativistas como espaços territoriais destinados à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis, por populações tradicionais. Em tais áreas é possível materializar o desenvolvimento sustentável, equilibrando interesses ecológicos de conservação ambiental, com interesses sociais de melhoria de vida das populações que ali habitam. Toda a produção local é usada para abastecer a região do entorno da comunidade.

Por outro lado, a introdução de técnicas de manejo e cultivo adequado do solo, coleta de sementes de espécies importantes para as comunidades, produção de mudas para repovoamento das áreas extrativistas incrementou e diversificou a produção local, melhorando a segurança alimentar das comunidades e principalmente agregando conhecimento sobre o meio ambiente local. A proteção e o aumento da biodiversidade também se mostram fundamentais para a recuperação vegetal e ambiental local que foi bastante degradada em decorrência da produção de carvão vegetal.

No cenário atual é notório o ganho de conhecimento da comunidade que se reflete não só no aumento de sua auto-estima, mas também no melhor relacionamento social da população. Após a fase I, duas cooperativas (uma em cada comunidade) foram constituídas e serviram de ligação para uma maior interação entre as comunidades, além de melhor aproveitar a produção nas comunidades e aumentar a renda das famílias. No início do projeto, as famílias das comunidades analisadas eram extremamente isoladas e pouco se comunicavam entre si, exceto durante a celebração da missa no final de semana. Atualmente, elas interagem de forma mais constante. Outro impacto de suma importância é a possibilidade do conhecimento tradicional local da Região do Rio Pardo ser reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (IPHAN).

Os resultados obtidos até o momento traduzem-se na disseminação de conhecimento e mudança de postura no que se refere à conservação do meio ambiente, na capacitação dos produtores em técnicas conservacionistas de

(16)

exploração e manejo do solo, melhoria da qualidade da alimentação e da produtividade, recuperação e sustentabilidade das áreas de extrativismo. A diversificação na produção de alimentos por meio da policultura também é fundamental para o desenvolvimento local. Os impactos acima mencionados são apenas alguns dos diversos impactos do projeto na comunidade. Foi reconhecendo a importância desses impactos que a EMBRAPA recebeu a demanda para dar continuidade ao projeto por meio da fase II do mesmo. Todos os impactos serão devidamente detalhados e explanados nas seções a seguir.

Comunidade durante uma das oficinas

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos

A tecnologia gera impactos econômicos? sim ( X ) não ( )

3.2. Análise dos impactos econômicos

O Município de Rio Pardo de Minas situa-se no Norte de Minas Gerais na micro-região Salinas. O aspecto geral do seu território é montanhoso, situado

(17)

próximo a Serra Geral. Banham o município os rios Pardo e Preto. De acordo com dados do IBGE, 2007 e (Matos, 2000), a realidade sócio-econômica do município apresenta alta mortalidade infantil e baixa expectativa de vida aliado a um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,630, que é considerado de médio para baixo. Rio Pardo de Minas ocupa o 787º lugar dentre os 853 municípios do Estado de Minas Gerais, situando o município entre aqueles de menor desenvolvimento no Estado. A mão-de-obra das propriedades analisadas é essencialmente familiar e o nível de escolaridade baixo. O nível de diversificação das atividades produtivas, bem como de espécies cultivadas e animais criados, é variado, sendo que a grande maioria planta as culturas anuais tradicionais como milho, feijão e mandioca, algumas hortaliças, pequenas hortas e árvores frutíferas. A produção é usada em grande parte para a subsistência das famílias.

A falta de dados sócio-econômicos sobre o município é uma limitação que foi enfrentada ao longo de toda a fase I do projeto e ainda acontece na fase II. Em decorrência disso, os impactos econômicos gerados pelo projeto ainda não são passíveis de análise através das tabelas de custos apresentadas pela metodologia. A dificuldade na obtenção de dados será devidamente enfrentada durante a fase II do projeto quando será construída uma base de dados socioeconômicos e ambientais do território. Entretanto, diversas iniciativas e mudanças na comunidade foram observadas e devem ser consideradas impactos econômicos fruto da tecnologia/metodologia fruto do projeto.

Primeiramente, é importante ressaltar que o cultivo do eucalipto para produção de carvão vegetal ainda é uma atividade econômica de considerável magnitude para a região, apesar de estar diminuindo constantemente. Esta atividade gera pouco emprego e tem baixo valor de mercado para o pequeno produtor que produz a matéria prima, a qual agrega valor de venda somente na sua fase de industrialização, o que não ocorre na comunidade. Dessa forma, a introdução da policultura nas comunidades tem como objetivo diversificar não só a produção local, mas também as fontes de geração de renda. O incentivo do uso de espécies nativas do Cerrado como frutas, por exemplo, permitiu uma maior diversificação nos produtos vendidos pela comunidade na feira, como bolos, biscoitos e farinha. Essa diversificação permitiu um aumento na renda das

(18)

famílias e ganhou escala com a construção da Cooperativa das Mulheres de Vereda Funda. A Cooperativa está devidamente equipada para dessecar frutos para a produção dos bolos e outros produtos vendidos na feira da cidade de Rio Pardo.

Um dos maiores problemas na cadeia da produção extrativista se referia à questão da organização da coleta do excedente de produção local. O cenário inicial encontrado era de cerca de 140 famílias diretamente envolvidas no projeto e trabalhando com extrativismo de frutas do Cerrado, para serem entregues diretamente à Cooperativa Grande Sertão, que então processava a fruta e a transformava em polpa. A Cooperativa que produz a polpa de fruta, atua no âmbito do programa Plano de Aquisição de Alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB - Ministério da Agricultura) que usa as polpas para compor a merenda em escolas da região. A Cooperativa organizava a produção, fazia o beneficiamento transformando-o em polpa e encaminhava o produto para o consumidor final.

O principal fator limitante às coletas desses frutos se referia à distância e dificuldade de acesso às áreas de coleta. A Cooperativa Grande Sertão está localizada em Montes Claros, situada a 276 km de distância da comunidade. A coleta era acomodada em caminhão fechado e sem refrigeração. O veículo também buscava a produção de outras comunidades antes de chegar a Cooperativa. Em decorrência dessa logística, enormes quantidades de frutas eram perdidas/estragadas por causa das grandes distâncias percorridas. No ano de 2006, por exemplo, foram colhidos 873,5 kg mangaba na comunidade Água Boa 2 a serem entregues para a Cooperativa Grande Sertão, das quais somente 616 kg delas foram processadas para polpa. Isso representa uma perda de nada mais nada menos do que 28% da colheita, o que diminui significativamente a renda dos produtores desse fruto. Apenas para ilustrar, houve um caso de uma carga de 16 caixas serem entregues e os produtores receberem pagamento por somente duas delas dado que as outras 14 caixas do produto haviam estragado.

Percebendo o problema no qual enfrentavam, os produtores da comunidade Água Boa 2 se organizaram com parceiros locais e criaram a Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa 2. Após a

(19)

criação da Cooperativa, a comunidade solicitou apoio técnico da equipe do projeto visando o bom funcionamento da mesma. Atualmente, a Cooperativa faz a coleta da produção, beneficiamento da polpa no local, e transporte da polpa. A iniciativa diminuiu desperdício de frutas em quase sua totalidade, aumentando a quantidade de polpa vendida e, conseqüentemente, a renda dos produtores. Grande parte dessa produção de polpa é atualmente vendida para a Cooperativa Grande Sertão com um valor de mercado maior, o que permitiu um aumento na renda das famílias.

Finalmente, duas iniciativas decorrentes do projeto podem agregar considerável valor econômico para a produção local. Primeiramente, a confirmação da criação da Reserva Extrativista do Areião que está em fase de audiência pública para tomada de decisão. O processo de criação de Reserva teve início ao longo da fase I do projeto e está se estendendo ao longo da fase II. Em relação, a possibilidade de registro no IPHAN dos Sistemas Agrícolas Tradicionais, somado aos instrumentos de salvaguarda previstos, construídos em conjunto com a comunidade, constitui importante instrumento para reconhecimento dos direitos de reocupação pelos Geraizeiros do território. Esta questão está estreitamente relacionada ao fato de que a “cultura tradicional e popular (aí inseridos os sistemas agrícolas tradicionais) possuir valor econômico e sofrer pressões da comercialização (globalizada)” (IPHAN, 2006).

Apesar de nenhum dos dois processos estarem finalizados, ambos serão de suma importância em termos econômicos para as comunidades da região. A produção oriunda de uma Reserva Extrativista aonde as normas ambientais são respeitadas decorrentes do manejo sustentável tendem a ter um maior valor de mercado e, conseqüentemente, um incremento na renda local, valorizando a produção local podendo até ser passível de uma possível certificação ambiental, por exemplo. Caso o registro do IPHAN se concretize e as técnicas de cultivo sejam reconhecidas como Patrimônio Imaterial, a produção local terá outra valorização e um consequente ganho de valor agregado no seu preço de mercado. Espera-se que no futuro seja possível criar uma marca própria para a produção e a possível obtenção de certificação de origem para os produtos,

(20)

abrindo novos mercados, valorizando o preço da mercadoria e garantindo a qualidade no processo de produção dos produtos.

Finalmente, a introdução do policultivo nas comunidades permitiu a diversificação da produção e um aumento na renda local. O uso de rotação de culturas envolveu mandioca, abacaxi, milho, feijão, guandu, feijão consorciado com araçá, mandioca em consórcio com abacaxi, milho consorciado com guandu, café sombreado com ingá, melhorou também a produtividade local. O uso de frutas nativas foi responsável pela diversificação das polpas produzidas na Cooperativa. Esse aumento na renda proporcionou uma melhora de renda e bem estar da população local.

3.3. Fonte de dados

As informações constantes deste relatório foram obtidas em entrevista e informações fornecidas pelos pesquisadores: Dra. Patrícia Goulart Bustamante, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o pelo coordenador do projeto Dr. José Roberto Correia, da EMBRAPA Cerrados. Outra fonte de informações para elaboração desse documento foi o Relatório Descritivo de Execução Física apresentado para a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC.

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1. Avaliação dos Impactos

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social? sim (X) não ( )

4.1.1. Tabela - Impactos sociais – aspecto emprego

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Capacitação Sim 10 - 10

Oportunidade de emprego local qualificado

Sim 3,9 - 3,9

Oferta de emprego e condição do trabalhador

(21)

Qualidade do emprego Sim 7 - 7

* Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial).

Dado que o projeto envolve pequenos agricultores das comunidades de geraizeiros, utilizou-se a coluna Média Tipo 1 – Produtor familiar (pequeno). Em relação ao aspecto emprego, o mesmo será considerado, no contexto de projeto, como a melhoria na ocupação dos agricultores e das condições de execução das atividades de manejo do solo e do extrativismo praticado. A capacitação dos produtores foi feita por meio de diversos cursos e oficinas promovidos com o objetivo de introduzir novos conhecimentos e técnicas que, além da qualificação dos agricultores, resultam em melhorias na produção, além do maior conhecimento sobre o solo e a ambiente local.

Os cursos locais e especializações de curta duração se destacaram como iniciativas importantes na capacitação e na melhoria das condições de trabalho. Entre os diversos cursos ministrados merecem destaques os seguintes temas abordados: hábitos alimentares, plantas medicinais, aproveitamento de frutos do cerrado, importância da fauna local, tratamento de madeira, extração do óleo do pequi, marcação de plantas matrizes, plantio de culturas na Chapada, identificação de sementes, entre outros.

Em comparação ao ano base anterior, todos os indicadores de impactos sociais no aspecto emprego sofreram melhoras. Vale destacar que as comunidades usam da suas produções agrícolas como principal fonte de emprego para sua subsistência. Com a diminuição da extração do carvão vegetal, as famílias focam suas atividades no campo e o projeto visa oferecer melhores condições e opções por meio da integração do conhecimento tradicional, científico e comunidades rurais visando capacitação e troca de experiências. Há atualmente uma maior interação e organização em Sindicato nas comunidades e a maioria das famílias faz contribuições para a Previdenciária Social.

A presença de pesquisadores, alunos e professores universitários na região despertou o interesse da comunidade em buscar maior conhecimento técnico. Foram verificados casos de famílias cuja filha mais velha trabalha como

(22)

empregada doméstica nas cidades do entorno, mas que as filhas/filhos mais jovens atualmente cursam a universidade, sendo que atualmente uma dessas universitárias é estagiária da Embrapa na região. Outro exemplo ilustrativo foi verificado pela necessidade de se remarcar o encontro anual regional dos produtores com a equipe do projeto que ocorreria em 22 e 23 de outubro de 2011, dado que o encontro havia sido marcado no final de semana do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e a grande maioria da população, incluindo os adultos pais e mães de família, estavam inscritos no exame, visando usar a pontuação obtida para auxiliar no ingresso para o ensino superior em Universidades da região.

Quanto à oferta de emprego, destaca-se o trabalho familiar e as parcerias entre vizinhos e comunidades, sem que haja vínculo empregatício. No aspecto parcerias, duas oficinas foram de grande valia em termos de troca de experiência e interação social entre comunidades. A primeira delas foram oficinas de intercâmbio entre membros das comunidades Água Boa 2 e Vereda Funda, sobre extração de óleo da amêndoa do pequi. Não menos importante, houve uma visita para troca de experiências entre extrativistas de mangaba da comunidade Água Boa 2 e catadoras de mangaba de Sergipe. Em ambos os casos a capacitação foi feita por meio da troca de conhecimentos e maior familiarização da realidade das comunidades envolvidas. Ambas as experiências foram destacadas como enriquecedoras pelas comunidades envolvidas.

A construção participativa do conhecimento ao longo da fase I do projeto do projeto permitiu o desenvolvimento do roteiro para extrativismo do óleo do pequi na comunidade Água Boa 2. Esse roteiro é de grande importância para que os produtores entendam o processo da extração do óleo como um todo, permitindo que os mesmos vejam aonde devem haver melhorias para o desenvolvimento de um produto de qualidade superior, e como cada pessoa ligada à produção pode melhorar sua parcela do processo. Hoje a comunidade entende a quantidade de pequi necessária para produzir uma determinada quantidade de litros de óleo, entendendo assim a produtividade do mesmo e o tempo estimado para o seu processo de produção. O roteiro, ilustrado na figura a

(23)

seguir, demonstra todas as etapas do processo de produção do óleo, o tempo necessário para cada um deles e os agentes envolvidos na sua comercialização:

Fonte: OLIVEIRA (2009)

Em decorrência da demanda da comunidade, líderes comunitários foram capacitados para elaboração de projetos e planos de trabalho visando participação em editais. Frutos já estão sendo colhidos dessa iniciativa dado que a comunidade foi contemplada na obtenção de recursos de um edital de conservação ambiental pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação

(24)

e a Agricultura (FAO) no montante de USD 400.000,00. Todo o processo de elaboração do projeto foi feito com o auxílio da equipe do projeto.

Finalmente, visando ofertar uma alternativa de emprego para os jovens da comunidade e diminuir o êxodo rural dos mesmos, a comunidade Água Boa 2 criou o Viveiro para Jovens da Comunidade. O Viveiro ainda está em tímida escala comercial dado que está em fase final do processo de obtenção de registro no Ministério da Agricultura. Acredita-se que ao longo do ano de 2012, durante a fase II do projeto, o Viveiro vai se transformar em significativa fonte de emprego e renda em decorrência do Viveiro ter sido contemplado com recursos de um projeto Petrobras/Rede Semente visando reflorestamento da região com árvores nativas.

Óleo de Amêndoa de Pequi sendo Coado

4.1.2. Tabela - Impactos sociais – aspecto renda

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Geração de Renda do estabelecimento Sim 7,5 - 7,5

Diversidade de fonte de renda Sim 7,0 - 7,0

Valor da propriedade Sim 9,0 - 9,0

(25)

Conforme descrito na seção anterior, as melhorias das condições de trabalho e a introdução de novas técnicas de cultivo e extrativismo sustentável, além da organização em sindicato e cooperativas, resultaram numa maior estabilidade financeira para as famílias, além de uma maior diversificação de produtos vendidos e aumentando o valor agregado dos mesmos. O cenário atual apresenta também uma maior segurança na comercialização e na distribuição da produção.

A retomada das terras da região, aliado à entrega de documentação de posse, resultou em valorização de todas as propriedades que se encontram nessa condição de legalidade. Não menos importante, considerando as ações de conservação e recuperação dos recursos naturais incentivadas pelo projeto, assim como a possibilidade de transformar parte da região em Reserva Extrativista, também resultaram em numa considerável valorização das propriedades.

Aspectos como a criação de duas cooperativas aumentaram os preços dos produtos, serviços e ramificação empresarial das comunidades. As cooperativas e as novas técnicas diversificaram as fontes de renda da comunidade e inseriram a figura da mulher como mão de obra, dado que muitas vezes o homem ia para o campo e a mulher era vista como a pessoa que teria que cuidar da casa. Atualmente, a mulher participa das decisões, gera renda e acompanha a produção, já que é parte da cadeia produtiva. Importante destacar que a importância da mulher na cadeia produtiva é tão relevante que a Presidente da cooperativa de Água Boa é uma mulher.

4.1.3. Tabela - Impactos sociais – aspecto saúde

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Saúde ambiental e pessoal Sim 2,0 - 2,0

Segurança e saúde ocupacional Sim 1,6 - 1,6

Segurança alimentar Sim 15,0 - 15,0

(26)

As atividades implementadas pelo projeto tiveram importante reflexo na saúde dos trabalhadores, principalmente na qualidade da alimentação das comunidades. A mudança nas técnicas de manejo do solo reduziu o uso de adubos, com significativa redução dos prejuízos à saúde causados por poluentes atmosféricos, ruídos e agentes químicos. Isso permite uma colheita de produtos com maior qualidade nutricional, e sem a ação de pesticidas na alimentação das famílias. A introdução de frutas nativas permitiu uma maior variedade de nutrientes na alimentação das famílias, permitindo uma melhoria no padrão de consumo alimentar.

Como resultado das técnicas de cultivo e extração implementadas no projeto, observou-se melhorias na segurança alimentar, na qualidade dos alimentos produzidos e, consequentemente, nos produtos encaminhados para venda.

(27)

4.1.4. Tabela - Impactos sociais – aspecto gestão e administração Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Dedicação e perfil do responsável Sim 11,5 - 11,5

Condição de comercialização Sim 15,0 - 15,0

Reciclagem de resíduos Sim 9,0 - 9,0

Relacionamento institucional Sim 6,8 - 6,8

*Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

No aspecto da gestão e administração, são visíveis os avanços alcançados, principalmente no que se refere à implantação de um sistema contábil e de um modelo de planejamento, que repercutirá positivamente nas condições de comercialização dos produtos. Isso se deve muito ao engajamento dos parceiros locais e a própria implantação das cooperativas nas comunidades. As cooperativas locais fizeram com que a comunidade entendesse a necessidade de se organizar formalmente para aproveitar melhor a produção e melhorar o gargalo de coleta que era enfrentado pelas comunidades anteriormente.

Ainda se faz necessário investir na divulgação dos produtos e eventualmente numa marca própria ou certificação de origem para os mesmos, como forma de abrir novos mercados e agregar valor ao produto da região. Apesar dessa barreira, é significativa a melhoria na condição de comercialização decorrente do uso das cooperativas. Não obstante, o relacionamento institucional com os parceiros, prefeitura e sindicato evoluiu também. O Sindicato aumentou consideravelmente a oferta por assistência técnica e capacitação para os produtores.

Em relação aos resíduos, praticamente todos os resíduos da produção e do processamento são encaminhados para compostagem ou reaproveitados como ração para animais. O lixo orgânico é transformado em adubo natural, utilizado nas plantações locais.

4.2. Análise dos Resultados

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

(28)

Conforme a metodologia utilizada para avaliar a tecnologia, o índice de impacto social da tecnologia avaliada atingiu 8,26, com destaque para as melhorias relacionadas à segurança alimentar, condições de comercialização, dedicação e perfil dos responsáveis e capacitação. Vale a pena destacar o trabalho em equipe na comunidade que apesar de ainda ser um desafio melhorou de forma significativa. A busca e interesse pelo conhecimento também é notório entre famílias locais.

Este índice reflete o grau de comprometimento dos pesquisadores e líderes comunitários envolvidos na gestão do projeto, que através da sindicalização dos pequenos produtores e da constituição das cooperativas, melhoraram as condições de comercialização da produção, aumentando a renda local e a qualidade do produto que é vendido e, também usado na alimentação da comunidade.

A diversificação da produção, aliada com o conhecimento técnico e a dedicação de todos os envolvido permitiu uma melhoria nos indicadores quando comparado ao ano-base anterior.

4.3. Impactos sobre o Emprego

As melhorias na condição de vida e emprego também foram significativas. O projeto priorizou o associativismo e a geração de conhecimento sobre a realidade atual das comunidades e as perspectivas futuras com o uso do conhecimento local aliado ao conhecimento técnico. A capacitação e a introdução de técnicas de proteção do solo e de cultivo, bem como da recuperação das áreas de extrativismo resultaram em qualificação da mão-de-obra e melhoria na produção das comunidades envolvidas com o projeto, com um trabalho direto com os agricultores, cujo objetivo principal é inserir técnicas sustentáveis de extrativismo e melhorar a segurança alimentar das comunidades. A questão do êxodo rural das gerações mais jovens vem sendo melhorada à medida que o Viveiro vai se desenvolvendo.

(29)

Na medida em que a cadeia de produção for aprimorada nas comunidades, haverá um aumento na produção, abrindo a possibilidade de maior geração de empregos e de uma melhoria ainda maior na renda local, inclusive de trabalhadores de fora das comunidades foco do projeto. A tendência é que com a fase II do projeto ao replicar as iniciativas nas outras comunidades da região, haja um ganho de escala na produção e na geração de renda da região como um todo.

Tabela 4.3.1 – Número de empregos gerados

Ano

Emprego adicional por

unidade de área Área adicional Não se aplica

Quantidade de emprego gerado

(A) (B) C= (AXB)

2008 - - - 2009 - - - 2010 - - 8 2011 - - 22

Mais uma vez, dado a falta de dados sistemáticos sobre a atividade econômica da região é difícil estimar a quantidade de empregos que foram gerados. Os 22 (vinte e dois) empregos gerados e mais claramente observados são resultantes da criação das Cooperativas em cada uma das comunidades analisadas.

4.4. Fonte de dados

As informações constantes deste relatório foram obtidas em entrevista e informações fornecidas pelos pesquisadores: Dra. Patrícia Goulart Bustamante, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o pelo coordenador do projeto Dr. José Roberto Correia, da EMBRAPA Cerrados. Outra fonte de informações para elaboração desse documento foi o Relatório Descritivo de Execução Física apresentado para a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC.

(30)

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1. Avaliação dos impactos ambientais

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC? sim ( X ) não ( )

5.1.1. Alcance da Tecnologia

O projeto abrange comunidades do município de Rio Pardo de Minas.

5.1.2. Eficiência Tecnológica

Tabela 5.1.2.1 - Eficiência Tecnológica

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Uso de agroquímicos Sim 15 15

Uso de energia Sim -6,0 -6,0

Uso de recursos naturais Sim -6,5 -6,5

Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

As novas modalidades de produção decorrentes da transferência de conhecimento repercutiram de forma positiva no sentido de buscar uma produção sem o uso de adubos ou agrotóxicos. Esse tipo de produção gera um diferencial de qualidade dos produtos que agora é produzido por técnicas de manejo e conservação do solo, conservação da biodiversidade e recuperação de áreas de extrativismo através do repovoamento com espécies nativas.

A fase I do projeto foi responsável por definir roteiros de sistemas de produção agroecológicos possíveis de serem utilizados por grande parte dos agricultores das próprias comunidades com base na aptidão agroecológica e agroextrativista das suas terras. Um dos principais resultados foi a implementação de um processo de produção para transição agroecológica por meio de um sistema de policultivo, em área de chapada anteriormente cultivada com eucalipto há 30 anos. Na comunidade Vereda Funda utilizou-se a mandioca

(31)

como cultura principal, em consórcio com guandu, feijão gurutuba, amendoim, gergelim, arroz e mamona e com espécies de adubos verdes como feijão de porco, stylosantes, Crotalaria spectabilis, feijão bravo do ceará e Tephrosia sp para recuperação de uma área degradada na chapada. Início de Agrofloresta com frutíferas (abacaxi, caju e pequi), lenhosas por muda (vinhático e ingá), Tephrosia sp, mandioca, guandu e espécies arbóreas por semente (pequi, vinhático, ingá, caju, jatobá, tamarindo, ipê, guapuruvu) em duas linhas numa faixa de 30 metros de largura. Na avaliação da eficiência tecnológica a utilização de pesticidas na produção foi quase que totalmente eliminada, e o uso de fertilizantes foi reduzido drasticamente, resumindo-se atualmente à correção do solo com uso de calcário e aplicação de micronutrientes.

As comunidades foram recentemente contempladas com o Programa Luz para Todos e programas de incentivo para recebimento de geladeiras gratuitamente. Como resultado, o consumo de energia aumentou de forma significativa e, consequentemente, o uso de lenha reduziu significativamente também.

O aumento na escala de produção e a implementação das cooperativas resultou em um índice negativo dado o maior uso de água para lavagem das frutas para processamento e, também, pelo aumento da área de plantio. O aumento na produção e no valor agregado da mesma fez com que a área de plantio sofresse um acréscimo.

5.1.3. Conservação Ambiental

Tabela 5.1.3.1 – Conservação Ambiental para AMBITEC Agricultura

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Atmosfera Sim 3,0 3,0

Qualidade do solo Sim 8,8 8,8

Qualidade da Água Sim 12,0 12,0

Biodiversidade Sim 14,0 14,0

*Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

O indicador Atmosfera sofreu uma melhora em relação a avaliação do último ano base dado que houve uma diminuição da emissão de material

(32)

particulado e odores, relacionados à fumaça resultantes da queima da lenha. Com a diminuição no uso da lenha, as emissões se reduziram também.

O uso de rotação de culturas melhorou a produtividade local e a qualidade do solo, diminuindo o desgaste do mesmo de forma a manter seus nutrientes. O índice positivo é também consequência das melhorias resultantes da adoção de técnicas de plantio e conservação implementadas pelo projeto. A fase I do projeto fez o mapeamento participativo do uso do solo para as comunidades Água Boa 2 e Vereda Funda. Esse trabalho permitiu que a comunidade obtivesse informações detalhadas da situação do solo, do tipo do solo e das melhores cultivares a serem usadas para a otimização do uso do solo.

A fase II iniciou o trabalho de mapeamento na comunidade Monte Alegre. Esse trabalho ainda se encontra em estágio inicial, mas sabe-se que a comunidade é rica em produção de mandioca e do polvilho oriundo da raiz. A Comunidade enfrenta grande perda da sua produção em decorrência de doença que atinge a mandioca, resultado da monocultura da mandioca usada na região. Esse processo de mapeamento visa auxiliar na implementação da diversificação da produção usando competição entre os tipos de mandioca para verificar qual que melhor se adapta ao solo local. Essa competição será usada em conjunto com o policultivo de duas fileiras de mandioca em combinação com outros cultivos.

A qualidade da água sofreu melhora significativa e há uma tendência de melhora ainda maior para a fase II do projeto. Conforme mencionado anteriormente, a mudança da forma de preparo do solo, diminuiu consideravelmente a erosão e com isso eliminou o carreamento de solo para os cursos d’água, diminuindo a turbidez e o assoreamento. Por não haver sobrecarga de matéria orgânica, não se observa impacto sobre a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) ou a presença de espuma, óleos ou material flutuante. A melhora esperada para a fase II se refere ao fato da criação da Reserva Extrativista que é de fundamental importância para o balanço hídrico da região, dado que doze nascentes se encontram no território na qual a reserva

(33)

englobaria. A criação da Reserva Extrativista se mostra fundamental para a proteção desses mananciais hídricos.

A criação da Reserva será um ganho sem precedentes para a biodiversidade da região, considerando que seria uma garantia legal da proteção do Cerrado remanescente na região do Alto do Rio Pardo. O aumento da biodiversidade é provavelmente o aspecto de maior importância e de maior impacto positivo desde o início da implementação do projeto. Associado às técnicas de conservação do solo e dos recursos hídricos, as iniciativas de repovoamento de áreas de cerrado com espécies nativas e a adoção de um extrativismo sustentável, colaborou para a reabilitação das áreas nativas e para o aumento da diversidade de espécies da flora e da fauna.

Mudas frutíferas nativas

A comunidade de Monte Alegre, foco inicial da fase II do projeto, será a sede de um banco de germoplasma de material genético, de plantas nativas da região. Bancos de germoplasma são unidades conservadoras de material genético de uso imediato ou com potencial de uso futuro, onde não ocorre o descarte de acessos. Dessa forma, esse banco servirá de base para o melhoramento de

(34)

algumas espécies nativas e até mesmo a criação de variedades que aumentando assim a biodiversidade local.

5.1.4. Recuperação Ambiental

Tabela 5.1.4.1. - Recuperação Ambiental

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Recuperação Ambiental Sim 15,0 15,0

*’Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

A recuperação ambiental da região foi significativa e muito importante para a região. Ela é resultado de um conjunto de ações implementadas ao longo do projeto, mais especificamente a recuperação dos solos e ecossistemas degradados e a recuperação das áreas de preservação permanente e da reserva legal. A rotação de plantações e o policultivo ajudaram a recuperar o solo e seus nutrientes.

A produção de mudas de espécies nativas pelo Viveiro da comunidade, para plantio nas áreas de extrativismo, e que foi bem aceita pelos agricultores, foi fundamental para a recuperação e reflorestamento de algumas áreas. Contempladas com recursos da Petrobras/Rede Sementes, o Viveiro tende a ganhar escala e assim aumentar a recuperação ambiental da região na fase II do projeto e, principalmente, no próximo ano base.

(35)

Diversidade Biológica da região

5.2. Índice de Impacto Ambiental

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

6,91 - 6,91

O índice de impacto ambiental obtido pelo AMBITEC Agricultura foi de 6,91, conforme metodologia aplicada na avaliação, apresentando uma melhora comparada ao ano base anterior. Este índice aponta para um impacto positivo, e isso se deve principalmente as melhorias nos indicadores de recuperação ambiental, biodiversidade e qualidade da água e do solo. Outro impacto que merece destaque é o aumento do uso de energia decorrente do Programa Luz para Todos, que resultou na diminuição do uso da lenha e dos impactos sobre a atmosfera, resultante da fumaça produzida pela sua queima.

(36)

5.3. Fonte de dados

As informações constantes deste relatório foram obtidas em entrevista e informações fornecidas pelos pesquisadores: Dra. Patrícia Goulart Bustamante, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e o pelo coordenador do projeto Dr. José Roberto Correia, da EMBRAPA Cerrados. Outra fonte de informações para elaboração desse documento foi o Relatório Descritivo de Execução Física apresentado para a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos – FINATEC.

Tabela 5.3.1 – Número de consultas realizadas por município

Municípios Estado

Produtor

Familiar Produtor Patronal Total Pequeno Médio Grande Comercial

Alto Rio Pardo MG 12 - - - 12

Total 12

Nota: Pode-se acrescentar linhas à Tabela 5.3.1, caso haja necessidade.

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL

A consulta foi feita à pesquisadora da Embrapa Recursos genéticos e Biotecnologia, Patrícia Goulart Bustamante uma das responsáveis técnicas pela implementação do projeto e ao coordenador do projeto Dr. José Roberto Correia, da EMBRAPA Cerrados.

6.1. Impactos sobre o Conhecimento

Tabela 6.1.1. - Impacto sobre o Conhecimento

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média Nível de geração de novos conhecimentos Sim 3 3 3 3

Grau de inovação das novas técnicas e

métodos gerados Sim 1 3 1 1,6

Nível de intercâmbio de conhecimento Sim 3 3 3 3

Diversidade dos conhecimentos aprendidos Sim 3 3 3 3

Patentes protegidas Não - - - -

Artigos técnico-científicos publicados em

(37)

Teses desenvolvidas a partir da tecnologia Sim 1 1 1 1

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

O trabalho que vem sendo desenvolvido junto aos geraizeiros no norte de Minas reforça a identidade destas populações tradicionais na região, valoriza os conhecimentos tradicionais e fornece alternativas de diversificação da produção de alimentos e, em conseqüência melhora a segurança alimentar da população local. O desenvolvimento conjunto do conhecimento permitiu construção de metodologias científicas de referência para planejamento participativo de uso de recursos naturais. Essas metodologias englobam diversas das atividades que foram desenvolvidas ao longo do projeto. Por exemplo:

Metodologia participativa para mapeamento de uso e cobertura do solo; Metodologia participativa para definição do zoneamento agroambiental da

área a partir de dados ambientais e do saber local;

Metodologia participativa para boas práticas de produção de óleo de pequi; Metodologia participativa para identificação de matrizes de plantas;

Metodologia participativa para identificação de espécies vegetais nativas úteis;

Metodologia participativa para construção de uma unidade de observação de policultivo;

Metodologia participativa para identificação de guardiões da

agrobiodiversidade;

Essas metodologias permitirão o desenvolver estratégias de implantação de cultivos agrícolas e agroflorestais adaptados às condições de agricultores familiares a partir do saber científico local e das outras comunidades contempladas na fase II do projeto. A introdução de novas técnicas de uso e manejo do solo e de recuperação e conservação ambiental, resultaram numa significativa evolução do conhecimento para os pequenos agricultores envolvidos no projeto. Não menos importante, a população local está cada vez mais

(38)

interessada em aumentar seu conhecimento técnico. As gerações mais novas buscam aprimorar seu conhecimento por meio da educação universitária. O cenário inicial de isolamento das comunidades foi substituído por uma melhora constante no trabalho de equipe e na troca de experiências não somente dentro da comunidade, mas também entre comunidades.

Em comparação com a situação anterior, houve mudanças concretas na forma de relação dos agricultores com o ambiente e na sua forma de produção agrícola e de extrativismo. O principal resultado foi o despertar de uma consciência conservacionista no que se refere à exploração dos recursos naturais (extrativismo), buscando a recuperação dos solos e das áreas de preservação, neste caso produzindo mudas de espécies nativas para plantio nas áreas de extrativismo. O produtor agora vê a sustentabilidade e as boas práticas de manejo ambiental não como uma obrigação, mas como uma forma de valorizar sua produção e suas terras.

O trabalho de construção de conhecimento conjunto resultou em três manuais de boas práticas de manejos focados no extrativismo do pequi, da mangaba e do umbu. Esses manuais foram frutos de três teses de doutorado e foram lançados na própria comunidade e hoje são seguidos pelos produtores dessas frutas.

(39)

6.2. Impactos sobre Capacitação

Tabela 6.2.1 - Impacto sobre Capacitação

Indicadores Se aplica

(Sim/Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média Capacidade de se relacionar com o ambiente

externo Sim 3 3 1 2,33

Capacidade de formar redes e de estabelecer

parcerias Sim 3 3 3 3

Capacidade de compartilhar equipamentos e

instalações Sim 3 3 3 3

Capacidade de socializar o conhecimento gerado Sim 3 3 3 3

Capacidade de trocar informações e dados

codificados Sim 1 1 1 1

Capacitação da equipe técnica Sim 3 3 3 3

Capacitação de pessoas externas Sim 1 1 1 1

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

Os impactos sobre a capacitação foram altamente positivos, transferindo conhecimento e capacitando os agricultores em novas técnicas de manejo e cultivo, bem como viabilizando a relação entre os membros de cada comunidade e entre comunidades. A troca de informações codificadas deve ser melhorada através de capacitação específica na medida em que equipamentos forem disponibilizados.

A organização da comunidade de forma mais empresarial visando administrar melhor sua produção, introdução de processo contábil e logística de distribuição da produção, demonstra que houve enorme avanço da comunidade nesse sentido. Essa organização aumentou a interação da comunidade com seus outros parceiros como sindicato e prefeitura, por exemplo. Essa iniciativa foi replicada em duas comunidades e será repassada para outras na fase II do projeto.

6.3. Impactos Político-institucionais

Tabela 6.3.1 - Impacto Político-institucional

Indicadores Se aplica

(Sim/Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média Mudanças organizacionais e no marco

institucional Sim 0 0 0 0

Referências

Documentos relacionados

As três imagens seguintes usam-se para definir os parâmetros de comunicação entre SHM-K e o mecanismo elétrico, apenas faz sentido quando o modo de ligação do equipamento for de

Depois de expirar o tempo definido com este parâmetro, a função de rotação automática tem lugar se a capacidade utilizada estiver abaixo do nível definido com os parâmetros 2.10.7

Clique numa entrada da lista e seleccione Definições para rever e actualizar os dados de configuração desse sistema de fonte de texto específico. Clique numa entrada da lista

– uma barra de modo no topo com botões para alternar entre directo e reprodução, exportar e definições do sistema e botões para alternar o modo de visualização do vídeo

O objetivo do presente concurso é o de selecionar uma empresa nacional para o fornecimento e instalação (solução chave-na-mão) de um sistema fotovoltaico ligado

Contudo há agora uma diferença substancial, na colocação do problema, Sócrates já não se está a dirigir ao servo, mas a Ménon, dirige-se a quem sabe geometria, para

Resultados dos Cortes nas Direções X e Z: Comparação entre os Vetores Velocidade e os Campos de Isovelocidades das Componentes para Altura de Água de 30 cm.... Resultados obtidos

A vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano consiste no conjunto de ações adotadas continuamente pelas autoridades