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Do conceito de Complexidade I. Uma introdução ao tema da complexidade e dos sistemas complexos.

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(1)

Do conceito de Complexidade I

Uma introdução ao tema da

complexidade e dos sistemas complexos.

(2)

Uma preocupação:

Tema complexo e vago que acena para o irracional?

(3)

Uma motivação:

Está em curso uma mudança profunda na

concepção de ciência? Há emergência de uma nova forma de racionalidade?

(4)

O que é complexidade?

Um bom começo vem a ser examinar o significado do termo registrado nos

dicionários.

Estes associam ao termo complexidade dois significados: composto e complicado.

(5)

É complexo o que tem partes, possivelmente muitas, conectadas entre si, ou seja,

entretecidas.

É complexo o que se mostra difícil de

entender ou explicar porque contém inúmeros aspectos.

(6)

Além desses sentidos, ao final, um outro aspecto emergirá:

É complexo aquilo que se transforma e que se

produz a si mesmo, ou seja, que ora é uma coisa, mas logo vem a ser outra coisa por força

(7)

Sistema complexo

Deixe-se, por um momento, o conceito de complexidade, para examinar primeiro o

conceito de sistema complexo.

Como os textos descrevem usualmente um sistema complexo?

(8)

Características

dos sistemas complexos

Possuem grande número de componentes (às vezes simples);

Os componentes interagem dinamicamente; As interações são variadas e ricas;

As interações são não-lineares;

Não há em geral conexões diretas entre elementos distantes;

(9)

Características... (continuação)

Eles são sempre abertos;

Operam longe do equilíbrio, quando este existe;

A história do sistema é importante para entendê-lo;

As partes do sistema não tem acesso a toda a informação gerada no sistema como um todo. As partes do sistema agem com base em

informação local;

As propriedades do sistema como um todo são emergentes.

(10)

Ora, descrição não é conceituação...

Na busca de conceito, pode-se começar

examinando o significado do termo “análise”. Que concepções de mundo estão encobertas na

(11)

Análise em geral

Análise significa sempre decomposição.

Tem-se, portanto, um todo e suas partes. O método analítico requer sempre a divisão do

todo para chegar aos seus elementos mais

(12)

Método analítico

O propósito, então, é distinguir e examinar os elementos que formam o todo para conhecer

as suas propriedades (intrínsecas ou relacionais).

Daí, então, busca-se verificar se é possível

agrupar os conhecimentos das partes para

(13)

Análise: redução e separação

• Tem-se, portanto, um todo e suas partes. A questão, agora, é saber se as partes formam

um agregado, uma composição, um todo integrado e organizado ou uma totalidade.

• Se as partes forem separáveis – e o todo for

redutível a elas –, as partes formam um

(14)

Cont.

• Se as partes forem ainda separáveis – mas o

todo não for redutível a elas –, elas formam um composição e esta composição é o todo. • Mantida a impossibilidade de redução, se as

partes não forem separáveis, elas formam ou

um todo funcionalista ou uma totalidade

(15)

As partes e todo

• Quando se admite a redutibilidade do todo às

partes, tem-se uma concepção atomista do

mundo.

• Quando se nega a redutibilidade, mas se

aceita a separabilidade, tem-se uma

(16)

As partes e todo

• Quando se admite a irredutibilidade e a

inseparabilidade do todo às partes, tem-se uma concepção de mundo holística ou,

alternativamente, dialética.

• A distinção entre a concepção holística e a concepção dialética de mundo será feita

(17)

As raízes as concepções atomista e holística

Na história da civilização ocidental firmaram-se dois grandes paradigmas: o aristotélico e o da

ciência moderna.

A concepção de mundo aristotélica é holística,

mais precisamente, cósmica.

A concepção de mundo da ciência moderna é

(18)

O que é mecanicismo?

Um sistema é dito mecânico se as suas partes só estão vinculadas por nexos externos.

Nesse caso, essas partes só se relacionam externamente por causalidade eficiente

(também chamada de motriz).

(19)

O que é o holismo?

• Um sistema holístico é um conjunto de parte que se encontram internamente vinculadas

formando um todo bem organizado. • Assim, um todo não separável possui uma

ordem, uma organização interna, uma

(20)

Mas, o que é estrutura?

Aqui “estrutura” significa o conjunto dos nexos

internos que definem as partes enquanto tais e que constitui o todo como todo (ou seja,

não como mera agregação ou mera composição).

Mas organização pode ser compreendida sem empregar o conceito de estrutura. Nesse caso,

(21)

Holismo antigo e moderno

O todo aristotélico é um cosmos, ou seja, um

universo finito, orgânico e harmônico;

Na sociedade moderna, o todo não redutível não é pensado como cosmos, mas como totalidade funcionalista – pelo menos pela

(22)

Dialética

É também pensado, pelo menos pela ciência excepcional, como totalidade permeada por

contradições [dialética].

Mas é preciso, aqui, colocar provisoriamente a dialética entre parênteses.

(23)

Nesse momento, é preciso dizer que há duas

concepções bem diferentes de sistema

complexo:

• Uma delas, que é ainda mecânica, mas não

reducionista. Para ela, o sistema é uma

composição de partes que interagem.

• Uma outra, que é holística e estrutural – mas

não cósmica. O sistema é uma todo

(24)

O que é a ciência moderna?

A ciência moderna está fundada numa pré-concepção do que vem a ser uma explicação

científica.

“Toda boa explicação científica pode ser posta na forma nomológica e dedutiva, a qual pode,

então, ser formalizada, passando assim a ser representada por meio de um algoritmo

(25)

O que são leis (nomos) para a ciência moderna?

Vimos que a ciência moderna se levanta sobre o paradigma mecanicista.

O mundo é formado por “átomos” vinculados externamente. Ele tem regularidades que são

apreendidas como leis. As leis denotam conjunções de eventos ou conexões de fenômenos; são expressas por proposições

(26)

Ademais, em sua forma ideal, as leis científicas

expressam relações quantitativas atribuíveis

às conjunções de fenômenos do próprio mundo.

Por isso, a ciência moderna está fundada na

quantificação, ou seja, na subsunção das qualidades às quantidades. E, assim, na

(27)

Da matematização à formalização

A dedução em sua forma ideal e pura requer o formalização. Ou seja, a construção de uma

linguagem composta por símbolos sem

significado e regulada por regras de operação lógica, puramente sintáticas. Nessa forma ideal, toda dedução vem a ser um algoritmo

(28)

Identidade e Paralelismo

Há uma identidade entre a concepção moderna de ciência e a concepção mecânica de mundo.

Há, ademais, um certo paralelismo entre tal concepção de ciência e o formalismo em

(29)

Feito o desvio, é possível agora apresentar as duas concepções

antes referidas de sistema complexo

(30)

Concepção mecânica, mas não reducionista.

• Conserva como norma a explicação dedutiva da ciência moderna, substituindo as leis por

regras locais de comportamento.

• Define sistema complexo como base na teoria da computação, ou seja, como sistema

dinâmico complicado, mas ainda solúvel computacionalmente

(31)

Stephen Wolfram, trabalhando com sistemas dinâmicos que simulam paralelismo e que

evolvem a partir de interações locais, descobriu quatro tipos de padrões de

comportamento.

O primeiro tipo tende a uma ordem dada; o segundo tende a um comportamento cíclico; o

terceiro tende ao caos.

Um quarto, que fica na fronteira entre a ordem e o caos, foi classificado como complexo.

(32)

Limitações dessa concepção

Desse modo, se chega a uma concepção de complexidade a partir da noção de interação.

Sistema complexo = sistemas em que ocorrem muitas e variadas interações.

Mas é possível pensar a complexidade a partir dos nexos internos.

(33)

Concepção não mecânica

• Às vezes se diz que os sistemas mecânicos podem ser complicados, mas não

verdadeiramente complexos.

• E se define complexidade como o que não se pode apreender por meio de algoritmos.

• O que não pode ser assim apreendido é algo orgânico, que apresenta a propriedade da

(34)

Abrindo janelas...

Ao se desejar compreender os sistemas não-mecânicos, é preciso perceber que eles

requerem uma concepção mais rica de causalidade.

Por exemplo, admitindo da existência de causa final autêntica (teleologia) quando se

considera o comportamento humano individual.

(35)

Para enxergar Aristóteles...

Uma ideia é retornar, de algum modo, aos

conceitos de causalidade de Aristóteles, com o objetivo de tornar a ciência capaz de

apreender os sistemas internamente

estruturados que evolvem diacronicamente. Nesse caso, pode-se ter uma compreensão do

movimento bem diferente da concepção mecânica de movimento.

(36)

Causalidade aristotélica

Ela nem é mera conjunção de eventos (Hume), nem é mera conexão externa entre

fenômenos (Newton), mas geração ou

produção, ou seja, transformação da potência em ato.

Ex.: “Uma bolota é um carvalho em potência; a árvore será em ato quanto tiver crescido”.

(37)

Continuação:

Em Aristóteles, “o devir aparece como o despertar do que está adormecido”.

Exemplo clássico: a escultura que sempre requer o mármore e o escultor.

(38)

Continuação:

A causa material é aquilo do que a coisa é feita: o mármore.

A causa formal (ou essência) é aquilo que faz da coisa o que é ou que vem a ser: a ideia do

escultor.

A causa eficiente é aquilo que produz o

movimento: os golpes do cinzel.

(39)

Uma dúvida?

• Note-se que essa noção de causalidade faz sentido, inicialmente, em razão da

compreensão holística (cósmica) de mundo de Aristóteles.

• Será possível aproveitá-la quando já não se pensa o mundo como cosmos, mas se passa a entendê-lo como processo funcional ou como

(40)

Complexidade e dialética

• Nesse caso, “complexo” vem a ser uma totalidade estruturada que evolve por si

mesma em virtude das suas próprias contradições.

• As contradições são estruturais. Elas se

expressam nas interações entre os elementos do complexo e nas relações entre esses

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