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1ª Comissão Permanente - Comissão de Finanças, Património, Recursos Humanos e Descentralização. Parecer

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1ª Comissão Permanente - Comissão de Finanças, Património, Recursos

Humanos e Descentralização

Parecer

Relativo à Proposta nº 317/2021 – “Ratificar o Despacho, datado de 3 de maio de 2021, no

Anúncio Casa Pronta n.º 66324/2021, e aprovar submeter à apreciação da Assembleia Municipal a aquisição pelo Município do prédio, sito na Estrada da Ameixoeira, n.ºs 112 e 114, exercendo, para o efeito, o direito legal de preferência.”

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I. NOTA INTRODUTÓRIA

Através da Proposta nº 317/2021, subscrita pelo Presidente da Câmara Fernando Medina e pela Vereadora Catarina Vaz Pinto, aprovada na Reunião Extraordinária da Câmara Municipal de Lisboa (CML) de 06 de Maio de 2021, por Unanimidade, submete-se à apreciação e votação da Assembleia Municipal de Lisboa o seguinte:

1. Ratificar, ao abrigo do n.º 3 do artigo 35.º do Anexo I da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na redação atual, conjugada com as normas dos n.ºs 1, 3 e 5 do artigo 164.º do Código do Procedimento Administrativo, o ato praticado pelo Senhor Presidente da Câmara, expresso no Anúncio Casa Pronta n.º 66324/2021, datado de 3 de maio de 2021, passando este a fazer parte integrante da presente deliberação;

2. Submeter à Assembleia Municipal, ao abrigo da alínea ccc), do n.º 1, do artigo 33.º, e da alínea i), do n.º 1, do artigo 25.º, ambos da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na redação atual:

a) A autorização para o exercício do direito legal de preferência relativamente à transmissão entre particulares do prédio, sito na Estrada da Ameixoeira, n.ºs 112 e 114, nos termos do disposto na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, na redação dada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto e legislação complementar;

b) A aquisição do prédio, sito na Estrada da Ameixoeira, n.ºs 112 e 114, decorrente do exercício legal de preferência mencionado no ponto anterior, à Sociedade SOMICO – Sociedade Imobiliária do Mico Dourado, S.A., ou a quem provar pertencer-lhe, com a área de 2.940 m2, descrito em sede de registo predial sob o n.º 285 da Freguesia da Ameixoeira e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo n.º 12 da Freguesia de Santa Clara, identificado, a cor amarela, na Planta n.º 21/018/DMGP, pelo valor total de € 2.600.000,00 (dois milhões e seiscentos mil euros) (Anexos VI e VII);

c) Que a minuta do contrato de compra e venda corresponda às exatas condições fixadas na presente proposta, incluindo as condições de acordo que fazem parte integrante da mesma.

Considerando o teor da Proposta nº 317/2021, o Sr. Presidente da AML, José Leitão, determinou o seu encaminhamento para a 1ª Comissão Permanente, a fim de ser apreciada e, consequentemente emitir Parecer, pelo que cumpre proceder à emissão do mesmo, em

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consonância com o preceituado no artigo 76.º do Regimento da AML para o mandato 2017/2021.1

II. CONSIDERANDOS

Em 19 de abril de 2021 deu entrada no sítio da internet da CML, através do Anúncio Casa Pronta n.º 66324/2021, um pedido de pronúncia do Município quanto ao eventual interesse em vir a exercer o direito de preferência na alienação do prédio sito na Estrada da Ameixoeira, n.ºs 112 e 114, pelo valor de € 2.600.000,00 (dois milhões e seiscentos mil euros)2.

Este prédio encontra-se abrangido pela Área de Reabilitação Urbana de Santa Clara (ARU)3, cujos

limites foram inicialmente aprovados pela Assembleia Municipal de Lisboa4. Posteriormente, a

Assembleia Municipal, pela Deliberação n.º 139/AML/2018 (Proposta n.º 19/CM/2018) tomada na sua reunião de 27 de março de 2018, aprovou a Alteração aos Limites da Área de Reabilitação Urbana de Santa Clara, incluindo, entre outros elementos, a Operação de Reabilitação Urbana Sistemática de Santa Clara (ORU), enquadrada pelo respetivo Programa Estratégico de Reabilitação Urbana5.

A forte intervenção pública estruturada numa Operação de Reabilitação Urbana Sistemática - ação de requalificação mais ampla, abrangendo a requalificação de infraestruturas ou equipamentos coletivos, como será o caso da criação de um equipamento cultural, multidisciplinar e polivalente – fundamenta-se na capacitação da população residente, na reabilitação do Centro Histórico, na salvaguarda do património cultural e paisagístico existente, na afirmação de uma centralidade local bem integrada no todo da Cidade por um sistema de transportes eficiente, na reconversão das AUGI, na integração urbana do bairro municipal, na estruturação e legibilidade do território, resolvendo designadamente insuficiências ao nível da conexão com os territórios envolventes, na consolidação da estrutura ecológica e na rede de equipamentos coletivos âncora, numa lógica de coesão socio-territorial e de preocupação ao

1 Aprovado pela Deliberação n.º 310/AML/2018, de 12 de julho, e publicado no 2.º Suplemento ao Boletim Municipal n.º 1274,

de 19 de julho de 2018.

2 Ao abrigo do disposto na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e do Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, na redação dada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto e legislação complementar.

3 Enquadrada no Regime Jurídico da Reabilitação Urbana, aprovado pelo Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de outubro, na sua versão atual (RJRU).

4 Deliberação n.º 61/AML/2014 (Propostas n.ºs 691/2013 e 857/2013), na sua reunião de 18 de março de 2014, e, posteriormente, alterados, através da Deliberação n.º 374/AML/2016 (Proposta n.º 440/CM/2016), em 15 de novembro de 2016, conforme publicações, respetivamente, dos Avisos n.ºs 5346/2014 e 15503/2016, na 2.ª Série dos Diários da República, n.ºs 80 e 236 de 24 de abril de 2014 e 12 de dezembro de 2016.

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nível da qualificação dos equipamentos sociais, de apoio à infância e à terceira idade, educativos, culturais, desportivos e de segurança pública.

Na sequência da aprovação da ORU Sistemática de Santa Clara foi igualmente aprovada6 a

concretização da declaração de utilidade pública urgente de expropriação dos bens e de todos os direitos inerentes abrangidos por aquela operação de reabilitação7.

O processo expropriativo está em curso e já foi possível adquirir diversas parcelas particulares por expropriação amigável, tendo em vista reunir condições para a construção da futura via estruturante de Santa Clara e requalificação de toda a AUGI da Quinta do Grafanil, o que reforçará a necessidade de dotar esta zona da Cidade de Lisboa, entre outros, de um equipamento cultural de referência.

A zona em causa é altamente deprimida e carenciada de equipamentos, já é populosa e passará a ser ainda mais com todas as intervenções municipais que estão a decorrer, não está dotada de um equipamento cultural polivalente de referência multidisciplinar e nem o Município dispõe de ativos que possam servir o mesmo fim.

O prédio sito na Estrada da Ameixoeira, n.ºs 112 e 114, também denominado como Casa da Quinta Nova/Casa da Quinta de Santa Clara, é uma casa apalaçada de habitação com 4 pisos, de cave, rés-do-chão, 1.º andar e sótão, com uma área total registada de 2.940,00 m², e a sua aquisição irá permitir a instalação neste local de um equipamento cultural com as características acima descritas e que possibilitará a realização de eventos na área da música, do teatro e artes plásticas, entre outras.

O tipo de edificação já existente permite também que o Município não tenha que construir de raiz um equipamento desta natureza, com evidente vantagem para o interesse municipal.

O prédio particular encontra-se, ainda, parcialmente incluído na Zona de Proteção da Igreja de Nossa Senhora da Encarnação e está identificado na Carta Municipal do Património Edificado e Paisagístico, correspondente ao ANEXO III do Regulamento do Plano Diretor Municipal de Lisboa (PDM)8 como bem imóvel de interesse municipal e cultural - cfr. Ponto 05.09 — Quinta de Santa

Clara/Estrada da Ameixoeira, 112 -114 Casa de Santa Clara.

6 Deliberação n.º 725/CM/2019 (Proposta n.º 725/2019), na reunião de Câmara de 24 de outubro de 2019.

7 Aviso n.º 19400/2019 publicado na 2.ª Série do Diário da República n.º 232 (Parte H), de 03 de dezembro de 2019.

8 Publicado no Diário da República n.º 168, de 30 de agosto de 2012, através do Aviso n.º 11622/2012, com as alterações

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Nos termos do disposto no artigo 27.º do PDM, quaisquer intervenções em imóveis da Carta Municipal do Património devem respeitar as suas características e ter presente as possibilidades de fruição pela comunidade, num processo de contínua adaptação, razão pela qual o Município prevê a concretização de uma intervenção de reabilitação do imóvel sustentada em levantamento técnico que, face ao reduzido prazo para o exercício do direito de preferência disponibilizado legalmente, de oito dias, se prevê realizar em momento posterior à aprovação da presente proposta em Câmara.

O levantamento técnico a realizar permitirá identificar o real estado de conservação do imóvel, quais as obras adequadas a conferir i) novas aptidões funcionais, no caso, de equipamento cultural, educativo e polivalente, ii) novas características de desempenho e segurança funcional, estrutural e construtiva e iii) qual o prazo adequado à sua concretização.

Face à necessidade de responder dentro do prazo legal para o exercício do direito de preferência, incompatível com os prazos de solicitação e realização de avaliações externas de mercado, em observância das regras previstas no Regulamento do Património Imobiliário de Lisboa (RPIML), publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 126, 1.º Suplemento, de 1 de julho de 2020 - Aviso n.º 9897-A/2020, o montante declarado de transação resulta de análise interna dos serviços de avaliação imobiliária da DMGP, por avaliador certificado pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tendo-se concluído que se encontra alinhado com os valores praticados no mercado naquela zona da Cidade, conforme justificação de valor (avaliação preliminar) junta à presente proposta e que da mesma faz parte integrante (Anexo II da Proposta).

De acordo com o previsto no artigo 32.º e seguintes do RPIML já foram solicitadas avaliações externas a empresas certificadas pela CMVM e qualificadas na Bolsa de Avaliadores Imobiliários do Município de Lisboa, cujos relatórios serão juntos ao processo logo que entregues nos serviços, de preferência antes da data da apreciação da proposta pela Assembleia Municipal e até à submissão do processo a Visto Prévio do Tribunal de Contas (Anexo III da Proposta).

Nos termos da alínea e) do n.º 2 do artigo 26.º do RPMIL é possível ao Município adquirir a titularidade de bens imóveis através de procedimentos administrativos com natureza onerosa, entre os quais, mediante o exercício do direito de preferência. Este Regulamento determina ainda, nos termos conjugados dos n.ºs 1 e 3 do artigo 92.º, sempre que a urgência, as características e localização do bem imóvel ou a natureza jurídica da aquisição o justifiquem, que a DMGP possa propor fundamentadamente ao Presidente da Câmara o exercício do direito legal

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de preferência com a dispensa da consulta ao mercado para a aquisição onerosa de um imóvel particular.

Por Despacho datado de 3 de maio de 2021, no Anúncio Casa Pronta n.º 66324/2021, foi autorizado exercer o direito de preferência na aquisição do prédio particular mediante proposta a submeter aos órgãos municipais (Anexo IV da Proposta).

Importa, em prazo, pugnar pela ratificação do referido Despacho e garantir a autorização pelos órgãos municipais competentes do exercício do direito de preferência.

A aquisição do prédio no âmbito da preferência far-se-á nos mesmos termos do negócio previsto entre os particulares e comunicado ao Município, designadamente quanto à entrega do imóvel livre de quaisquer ónus ou encargos e devoluto de pessoas e bens.

Está assegurado o devido enquadramento orçamental, com cabimento da totalidade da despesa e Declaração de Fundos Disponíveis emitida (Anexo V da Proposta).

A aquisição das parcelas de terreno pelo Município de Lisboa deve obedecer ao disposto na Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na redação em vigor, devendo a Câmara, sempre que o valor de aquisição seja superior a € 665.000,00 (seiscentos e sessenta e cinco mil euros), correspondente a 1.000 (mil) vezes a remuneração mínima mensal garantida, obter a respetiva autorização da Assembleia Municipal, ficando igualmente, sujeita a visto prévio do Tribunal de Contas, que deverá apreciar a minuta do respetivo contrato.

III. OPINIÃO DAS FORÇAS POLÍTICAS E DO RELATOR

Os Grupos Municipais e os deputados municipais que exercem o seu mandato como independentes, representados na 1ª Comissão Permanente, reservam as suas opiniões e o seu sentido de voto para o plenário da Assembleia Municipal onde será debatida e votada a Proposta.

IV. CONCLUSÕES

A propriedade está implantada em área qualificada no PDM com “Espaço Central e Habitacional – Traçado Urbano A – Consolidado”. Para além disso, insere-se na Área de Reabilitação Urbana (ARU) e numa zona de proteção dos imóveis. Fica junto à denominada Operação de Reabilitação Urbana (ORU) de Santa Clara, constituindo um potencial equipamento complementar e inexistente na própria ORU.

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O município não dispõe no território em causa de património sua propriedade que possa servir para o mesmo fim (equipamento cultural polivalente de referência multidisciplinar).

A aquisição deste imóvel revela-se de igual modo fundamental para que se possa “reconstituir” a traça original do Jardim de Santa Clara, atualmente com uma parte de utilização privada e outra de utilização pública, unindo os dois jardins, o que constituirá uma significativa mais-valia para o interesse municipal local.

Pelos fundamentos apresentados, estão plenamente preenchidos os pressupostos de utilidade pública e prossecução do interesse público que subjazem ao direito de preferência legalmente atribuído ao Município ao abrigo do disposto na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e da Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro, na redação dada pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto e legislação complementar.

Pelo exposto, conclui-se que a Proposta sobre a qual incidiu o presente parecer está em condições de ser debatida e votada em plenário da AML, a quem compete, ao abrigo do disposto nas disposições conjugadas da alínea h) do n.º 1 do artigo 25.º e da alínea a) do n.º 1 do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, na sua atual redação, e do n.º 1 do artigo 90.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, a prática dos atos propostos.

V. ANEXOS

A Deputada Municipal Relatora considerou desnecessária a junção ao presente parecer de elementos documentais, nem tal foi solicitado pelos demais Deputados e Grupos Municipais.

Este Parecer foi aprovado por unanimidade dos Grupos Municipais e dos Deputados Municipais que exercem o seu mandato como independentes, presentes e representados na 1.ª Comissão Permanente.

Lisboa, 17 de Maio de 2021

A Presidente da 1.ª Comissão, A Deputada Municipal Relatora,

Referências

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