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Mudanças ambientais, tecnológicas, éticas e mercadológicas na produção e distribuição de conteúdo jornalístico

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Academic year: 2021

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Mudanças ambientais, tecnológicas, éticas e

mercadológicas na produção e distribuição de conteúdo

jornalístico

Environmental, technological, ethical and marketing changes in the

production and distribution of journalistic content

Profª Drª Sandra Bitencourt Gabriela da Silva Leite

Giulian Pereira Cavalli Silva Juliana Costa dos Santos Thayna Iglesias Rocha Thiago Freitas Godoy

RESUMO: Este relato mostra a construção de uma pesquisa empírica realizada pelos alunos da disciplina de Jornalismo e Tecnologia do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista IPA. O propósito foi ampliar a reflexão e aplicar parâmetros conceituais para investigar a realidade de transformação dos modelos de negócios, de produção, distribuição e circulação de informação jornalística a partir das novas plataformas tecnológicas. As discussões sobre jornalismo e tecnologia buscaram abordar dimensões éticas, técnicas, informacionais e empreendedoras. Cada dupla de alunos selecionou um objeto de observação a fim de descrever seus modelos e parâmetros de funcionamento e aplicar as questões construídas em sala de aula nas dimensões já mencionadas.

Palavras-chave: Jornalismo e tecnologia; arquitetura da informação; projetos online

ABSTRACT: This report shows the construction of an empirical research carried out by the students of Journalism and Technology course in Journalism course of Centro Universitário Metodista IPA. The purpose was to expand the reflection and apply conceptual parameters to investigate the transformation reality of business models, production, distribution and circulation of journalistic information from the new technological platforms. Discussions on journalism and technology have sought to address ethical, technical, informational, and entrepreneurial dimensions. Each pair of students selected an observation object to describe their models and operating parameters and apply the questions built in the classroom in the dimensions already mentioned.

Key Words: Journalism and technology; Information Architecture; Online projects

1 Relato sobre pesquisa empírica na Disciplina Jornalismo e Tecnologia do curso de Jornalismo do IPA.

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INTRODUÇÃO

A

rquitetura da Informação e processo criativo em comunicação online, editoração, desenvolvimento e avaliação de projetos digitais e interativos, ética e aspectos profissionais da comunicação digital na contemporaneidade, meios, ferramentas alternativas e mercado mobile, gestão, planejamento estratégico e negócios em Mídias Interativas, mensuração de resultados e Indicadores de Desempenho, linguagem digital, mediação, conteúdos digitais e interatividade nas Mídias Sociais. Todos esses conteúdos fizeram parte do repertório da disciplina Jornalismo e Tecnologia. Contudo, eles não seriam suficientes para buscar aproximar e entender uma realidade em vertiginosa transformação. Foi por esse motivo que para além de realizar as leituras propostas, apropriar-se dos conceitos e revisar a bibliografia, foi necessário olhar ao redor e de posse dessas ferramentas, buscar entender como na prática os pequenos e grandes veículos estão articulando as diferentes dimensões necessárias para financiar iniciativas em um ambiente mutante.

Foi assim que surgiu a proposta de elaborar uma pesquisa por observação participante: buscando identificar atualizações conceituais, mercadológicas e técnico-científicas para atuar dentro de uma equipe multiprofissional compreendendo os processos comunicacionais e interativos do ambiente digital. A partir dos conteúdos trabalhados em sala de aula foi elaborado um questionário e definidas estratégias de pesquisa para sondar o mundo dos pequenos e inovadores negócios de jornalismo.

Este texto reúne entrevistas realizadas com diferentes empresas que produzem e distribuem conteúdo jornalístico. Os modos de organizar o veículo ou o negócio, no entanto, são subalternos a uma dimensão que guiou as discussões e a própria pesquisa: a dimensão ética. O que precisa ser preservado no ethos e na deontologia jornalística? O que está mudando? Em quais fronteiras acontece erosão e conteúdos informacionais se aproximam das estratégias de marketing?

O texto de referência das questões éticas foi o e-book publicado no site do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) entre abril e agosto de 2017. As entrevistas que compõem o livro Ética, Mídia e Tecnologia: entrevistas internacionais refletem um conjunto de observações e leituras do mundo bastante atuais e amplas, passíveis de serem revistas em breve, mas intensas no testemunho que apresentam, com uma pluralidade de especialistas de todos os continentes. A partir desses parâmetros que buscam problematizar, compreender e, por que não, defender os aspectos normativos das funções jornalísticas, se buscou ainda ampliar o conhecimento nas áreas técnicas e tecnológicas que dão suporte à exploração dessas multiplataformas.

O design foi uma delas. O enfoque no design procurou mostrar que qualquer material, seja ele impresso ou digital, precisa ser concebido com princípios que considerem as limitações e capacidades humanas para compreender e utilizar a informação. É importante conhecer os princípios básicos para a realização de um projeto de interação considerando organização, navegação, uso de rótulos, questões de busca e

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vocabulário controlado. A referência mais conhecida na área são os autores Rosenfield e Morville (2002), autores do livro do urso polar. Foi abordada, portanto, a estrutura básica da arquitetura da informação: Navegação, Organização, Rotulação, Busca e Tesauro. Tudo envolvendo os três pilares que constroem a ecologia da informação: contexto, conteúdo e usuário. Os usuários, aliás, devem estar sempre no foco de qualquer projeto. São os utilizadores da informação. Conhecer quem são eles, qual seu comportamento padrão de busca de informação e quais são suas necessidades é primordial em qualquer projeto. É uma estratégia que permite estabelecer relações adequadas entre pedaços de informações, de forma que seja possível resgatá-las e utilizá-las de forma simples.

Para definir estratégias adequadas de navegação e busca da informação é necessário definir como e quais componentes permitirão a visualização e as ações para acesso às informação e funcionalidades. O resultado disto é a interface, que só será concebida com sucesso se atividades como conhecer o usuário, o negócio e o contexto, além da organização de elementos informacionais e da definição dos modelos de interação forem respeitados. As recomendações para um bom projeto de navegação parte da ideia de que o usuário é ator principal na realização das tarefas.

O design gráfico está atrelado às tendências culturais e gostos característicos de uma determinada época, se refere a um processo criativo e técnico que utiliza textos e imagens para comunicar conceitos e ideias. Processo esse, que amadureceu no século XX, sofreu mudanças com a introdução da

tecnologia e as transformações dos padrões culturais, mas que continua responsável por conceber linguagens visuais e organizar informação para transmitir mensagens que sejam compreendidas por uma sociedade. Bomeny se refere a um novo “zeitgeisist”, que significa o “espírito do tempo” e trata das tendências culturais e gostos característicos de uma época determinada. “Os hábitos, as crenças, as ferramentas, a ciência, as técnicas e as relações sociais são partes de um processo que determina o ideal de beleza de cada época e lugar (PHILLIP MEGG,1991 apud BOMENY, 2012, p.13).

Ainda importante para compreender contextos e exigências para projetos bem sucedidos, a mobilidade e o jornalismo são dois conceitos cujos caminhos se cruzam ao longo da história. E a razão é simples: os produtos do jornalismo – notícias, entrevistas, reportagens, etc - são feitos para serem lidos. Quanto mais portátil e móvel for o suporte de distribuição, mais fácil será levar os conteúdos aos seus destinatários finais: os cidadãos. Especialmente após 2007, com o lançamento do iPhone, iniciou-se um novo ciclo em que os dispositivos pessoais tornaram mais fácil a navegação na Web. A partir deste momento, a variedade de equipamentos que surgiram no mercado, a concorrência entre marcas e a redução de preços dos pacotes de dados transformaram os smartphones no meio de comunicação com maior crescimento em toda a história dos media. É neste contexto que o jornalismo atinge o ponto mais alto da sua relação com o consumidor. Ao tornar-se móvel e portátil, o jornalismo passou a ser ubíquo e personalizado, entrando assim numa nova era. Nesse novo ambiente, o

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jornalismo ou os conteúdos de comunicação produzidos no ambiente virtual tomam emprestadas técnicas do marketing para medir performance e desempenho. Dentro de uma campanha de marketing, os indicadores-chave de desempenho ou KPIs (do inglês Key Performance Indicators) são as métricas mais relevantes para analisar se uma estratégia está alcançando seus objetivos ou não. São números e índices para verificação. Cada vez mais é preciso medir e entender como essas métricas determinam o modo como a informação será produzida, distribuída e consumida.

A PESQUISA

Todos esses aspectos brevemente mencionados foram utilizados para guiar a observação participante que levantaria os dados para a pesquisa proposta. Para Adler e Adler (1987), existem três tipos de observação participante, conforme o grau de implicação do investigador na vida do grupo/ objeto do estudo, que denominam de periférica, ativa e completa. Para aqueles autores, a reconstituição da cultura, no caso concreto a cultura de uma escola, pode ser feita a partir da obtenção de respostas para perguntas pertinentes, que agrupam em cinco grandes classes:

a) Questões sobre estilo e preferência, que são as que têm que ver com a satisfação de necessidades humanas básicas (alimentação, vestuário, local onde se vive, etc.).

b) Questões sobre as tarefas a serem desempenhadas pelo grupo, e sobre a tecnologia disponível para esse desempenho; c) Questões sobre a organização social,

que se referem ao modo como o grupo se organiza, nomeadamente no que concerne a como as interações são facilitadas e controladas, e a como o poder é distribuído e partilhado;

d) Questões sobre a vida simbólica do grupo, que têm que ver com ritos e rituais, mitos e artefatos que simbolizam um propósito partilhado e uma razão de ser;

e) Questões de valor, que são as que procuram respostas sobre o que vale a pena fazer-se e porquê

Inspirados nesses parâmetros os alunos construíram o modelo, o instrumento de pesquisa composta por uma síntese descritiva e um questionário.

A Síntese descritiva teve a função de descrever as rotinas, perfis, características e especificidades de um veículo ou agência de conteúdo jornalístico pós uso intensivo de tecnologias e dispositivos tecnológicos. Essa síntese deve conter, no mínimo:

• Nome do veículo e Objeto do veículo: noticiário, produção de conteúdo sob demanda, jornalismo, propaganda, conteúdo

• Plataformas utilizadas

• Perfil dos profissionais: formação, experiência, caraterística

• Rotinas de produção, apuração, distribuição de conteúdo

• Inovações e tecnologias acessadas • Audiências

• Informações mercadológicas: faturamento, tabela de remuneração,

tipo de contratação dos profissionais

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Já o Questionário foi organizado em cinco grupos de questões, com três perguntas em cada grupo. A saber:

a) Estilo e preferências mercadológicas: qual formato de negócios, como se remunera, quais os valores praticados, como se define 1.Quais as áreas de atuação da empresa (como se posiciona no mercado) e qual o mix de serviços e estratégias de custo/ benefício?

2. Como o grupo busca se destacar entre os concorrentes do ponto de vista mercadológico, tecnológico e de inovação? 3. Como a empresa se caracteriza e financia seu negócio (patrocínios, demandas, propagandas, etc...)

b) As tarefas a serem desempenhadas pelo grupo e a tecnologia disponível para esse desempenho;

4. Como são distribuídos os clientes na equipe e como funciona a hierarquia e a divisão de trabalho?

5. Quais tecnologias são utilizadas para acompanhar as demandas diárias?

6. Qual a importância da inovação para a empresa e sua influência na produção de conteúdo?

c) A organização jornalística a partir de parâmetros éticos: como o grupo se organiza, no que concerne o compartilhamento de valores e parâmetros , como as interações são definidas, guiadas e controladas, e como o poder é distribuído, hierarquizado e partilhado;

7. Como são tomadas as decisões perante as demandas dos clientes? Além das equipes existe algum responsável que acompanha

os serviços realizados?

8. Existem normas definidas de produção, edição e publicação para que o conteúdo seja coerente com a identidade e os parâmetros éticos do grupo? Como são definidas essas normas?

9. A empresa aceita patrocinadores com valores divergentes da sua filosofia? Como lidam com possíveis patrocínios ou anúncios estranhos à identidade do grupo?

d) Aspectos simbólicos do grupo, que têm que ver com ritos e rituais, parâmetros de produção, edição e publicação, propósito partilhado;

10. Como são definidos os temas, conteúdos especiais e cobertura considerando as especificidades dos clientes?

11. Como a empresa se organiza considerando suas necessidades de fluxo produtivo para que não haja desvios de tarefas

12. O que mudou em termos de propósitos e rotinas partilhadas com a modernização da tecnologia e a conexão mais intensiva com o público?

e) Questões tecnológicas e métricas: questões referentes à arquitetura da informação (usabilidade, público, contexto); questões sobre design; questões sobre métricas: o que é medido, qual a repercussão disso nas decisões , na forma e no conteúdo. 13. Como vocês medem público, engajamento, resultados e metas previstas? 14. O que foi considerado durante o planejamento durante o planejamento da arquitetura de informação do site (entrevistas com o público, pesquisas, etc?)

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15. O acompanhamento mensal e convívio com clientes trás possibilidade de construção de conteúdos e estratégias para medir engajamento e resultados?

OS CASES

A seguir são descritos os cases pesquisados.

Case 1: O Bode na Sala

Pesquisadores: Giulian Cavalli e Thiago Freitas Descrição

O Bode na Sala é uma empresa de produção de conteúdos voltados para amantes do cinema. No início, quando surgiu, era apenas um Canal no Youtube, mas, com a demanda do público, migrou para outras mídias como site e podcast, e se utilizou das redes sociais para sua divulgação.

O Bode na Sala conta com oito colaboradores, sendo Carlos Redel, o Editor-chefe. A empresa trabalha de maneira homeoffice. Eles se dividem nas produções conforme a localização onde residem, pois nem todos integrantes estão no RS. As demandas são produzidas conforme relevância e contemplam três características: embasamentos e técnicas jornalísticas; carisma dos participantes do Bode na Sala e estilo de trabalho honesto com as críticas e de maneira leve. O Bode na Sala é um dos portais referência em cinema no RS, tendo fãs, inclusive, fora do Estado. Com seu estilo próprio de trabalhar, em menos de três anos, conquistou um público fiel, que interage e demanda conteúdos cada vez mais. A perspectiva é que o Bode da Sala

cresça tanto em popularidade quanto em estrutura e equipe.

Questionário

a) Estilo e preferências mercadológicas: qual formato de negócios, como se remunera, quais os valores praticados, como se define 1.Quais as áreas de atuação da empresa (como se posiciona no mercado) e qual o mix de serviços e estratégias de custo/benefício?

A empresa atua na área da cultura e entretenimento, dedicada ao cinema. Os serviços de conteúdo são totalmente gratuitos, contemplando: o site, que possui notícias e críticas sobre cinema. Canal no Youtube para vídeos e podcasts (esse material também é veiculado no spotify). A divulgação ocorre nas redes sociais: Facebook, Twitter e Instagram.

2. Como o grupo busca se destacar entre os concorrentes do ponto de vista mercadológico, tecnológico e de inovação?

O Bode na Sala procura se destacar de três maneiras diferentes. A primeira seria do ponto de vista jornalístico, no qual produzem um conteúdo com embasamentos e fontes confiáveis. A segunda maneira é por meio do carisma dos integrantes do Bode na Sala para atrair um público que se identifique e tenha “carinho” pelos participantes. E a última característica é pelo estilo de trabalho, em que buscam serem honestos e tratam o trabalho de forma leve, “afastando a arrogância que tem dentro deste meio. Fazemos críticas para o público, não para outros críticos”.

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3. Como a empresa se caracteriza e financia seu negócio (patrocínios, demandas, propagandas, etc...)

A empresa Bode na Sala realiza parceria de merchandising com marcas do Estado e de nível Nacional como Dado Bier, Nerdz e Píticas. Além disso, parte do faturamento provém do Google pelo número de visitas no site. Ainda assim, o retorno financeiro é pequeno, mas, no último ano, aumentou consideravelmente. Recentemente, a equipe trabalha para buscar patrocinadores, visando empresas que desejam veicular sua marca a cultura pop. Com o crescimento dos números, o Bode na Sala está otimista que essas parcerias aconteçam neste ano ainda. 4. Como são distribuídos os clientes na equipe e como funciona a hierarquia e a divisão de trabalho?

Atualmente, conta-se com seis pessoas. Carlos Redel - Editor-chefe (POA) - atua em praticamente todas as áreas, exceção de edições de vídeos, podcasts e criação de artes. João Vitor Hudson - Editor/Redator (MG) - atua junto na área de notícias e ajuda nos especiais e críticas de filmes/séries de streaming, por morar no interior.

Diego Francisco - Redator (SP) - atua junto na área de notícias e ajuda nos especiais e críticas de filmes/séries de streaming, por morar no interior.

André Bozzetti - Editor/Crítico (POA) - atua nas cabines de imprensa, nas críticas e colabora nos podcasts e especiais.

Thiago Pedruzzi - Editor de imagens/Artes/ Podcast (POA) - é responsável pelas edições de podcasts e da parte de criação de artes.

Bruno Prates - Colaborador pontual (POA). Pedro Kobielski - Redator/Crítico (POA) - está chegando agora, mas vai atuar em críticas e especiais, assim como vídeos e podcasts. 5. Quais tecnologias são utilizadas para acompanhar as demandas diárias?

O Bode na Sala utiliza os chats de Facebook e WhatsApp para a distribuição de tarefas. Há grupos nas duas plataformas, divididas por editorias, para uma melhor organização. O Bode na Sala é hospedado no WordPress. Os vídeos, imagens e áudios são todos editados nos programas do pacote Adobe. 6. Qual a importância da inovação para a empresa e sua influência na produção de conteúdo?

O Editor-Chefe explica que “tentamos sempre ir atrás de inovação, entregando conteúdos e formatos que vão de encontro com o que o leitor espera. É claro que a falta de recursos limitam a inovação que poderíamos aplicar no Bode na Sala. Mas, dentro das nossas limitações, buscamos inovar sempre”.

c) A organização jornalística a partir de parâmetros éticos: como o grupo se organiza, no que concerne o compartilhamento de valores e parâmetros , como as interações são definidas, guiadas e controladas, e como o poder é distribuído, hierarquizado e partilhado;

7. Como são tomadas as decisões perante as demandas dos clientes? Além das equipes existe algum responsável que acompanha os serviços realizados?

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A produção de Notícias ocorre conforme a demanda surge, por exemplo, “se saiu notícia nova e é relevante, paramos o que estivermos fazendo e, então, a produzimos”. Nas notícias, atuam três pessoas, sendo duas mais focadas nesse trabalho.

As críticas são produzidas da maneira mais rápida possível, pois não dias específicos de exibição das cabines. As opiniões em vídeo são gravadas na próxima sala de cinema para que entrem no ar o quanto antes. Duas pessoas ficam nas cabines de imprensa.

Em certos dias, há a ‘Dica de Quinta’ e o ‘Especial’, que é uma matéria maior, sendo produzida por quatro membros do site. Esse é sempre publicada no sábado.

A distribuição acontece na página no Facebook, no Twitter e no Instagram. Com críticas, entrevistas e algumas matérias especiais no YouTube. O podcast é lançado no Spotify e no YouTube também. O Facebook possui quase 800 leitores, no qual ocorre um canal interessante de interação, em pode-se “ouvir” as demandas e produzir baseado no que o público deseja.

8. Existem normas definidas de produção, edição e publicação para que o conteúdo seja coerente com a identidade e os parâmetros éticos do grupo? Como são definidas essas normas?

A produção do Bode na Sala é bem diversificada, busca-se dar liberdade de criação para os colaboradores. No entanto, existem normas de redação, que ajudam a criar identidade. Além disso, vetasse qualquer tipo de postagem que possa ser preconceituosa ou ofensiva. Não tolerasse intolerância - seja entre os nossos colaboradores ou do público.

9. A empresa aceita patrocinadores com valores divergentes da sua filosofia? Como lidam com possíveis patrocínios ou anúncios estranhos à identidade do grupo?

Editor-chefe:“Então, já aconteceu de distribuidores quererem anunciar filmes do Danilo Gentili no site, por exemplo. Não concordamos com as ideias defendidas pelo ‘comediante’ e, por conta disso, agradecemos o interesse, mas não aceitamos a parceria. E trabalhamos assim. Não vamos fazer merchan de algo que não concordamos apenas por retorno financeiro”.

d) Aspectos simbólicos do grupo, que têm que ver com ritos e rituais, parâmetros de produção, edição e publicação, propósito partilhado;

10. Como são definidos os temas, conteúdos especiais e cobertura considerando as especificidades dos clientes?

“Seguimos as técnicas jornalísticas na produção de conteúdo, claro”.

11. Como a empresa se organiza considerando suas necessidades de fluxo produtivo para que não haja desvios de tarefas

A questão foi respondida na pergunta sete.

12. O que mudou em termos de propósitos e rotinas partilhadas com a modernização da tecnologia e a conexão mais intensiva com o público?

O Bode na Sala nasceu na era da internet, tendo apenas três anos de vida. Então, a tecnologia de 2016 para 2019 pouco mudou. Com o público, cria-se produtos que cada vez mais geram aproximação entre o

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produtor e consumidor do conteúdo. Logo, é um processo de troca interessante, em que entrega-se produtos que interessam os leitores/espectadores/ouvintes.

e) Questões tecnológicas e métricas: questões referentes à arquitetura da informação (usabilidade, público, contexto); questões sobre design; questões sobre métricas: o que é medido, qual a repercussão disso nas decisões , na forma e no conteúdo. 13. Como vocês medem público, engajamento, resultados e metas previstas?

Por meio dos dados fornecidos pelo Google Analytics, pelo WordPress, e pelas redes sociais. As próprias plataformas entregam os dados.

14. O que foi considerado durante o planejamento da arquitetura de informação do site (entrevistas com o público, pesquisas, etc?)

Editor-chefe:“O Bode na Sala começou como um canal. Então, fomos percebendo o que o público queria e, assim, fomos entregando. A criação do site, início dos podcasts, críticas em texto, especiais… Tudo veio depois, por solicitação do público.” 15. O acompanhamento mensal e convívio com clientes traz possibilidade de construção de conteúdos e estratégias para medir engajamento e resultados?

Editor-chefe:“Sim, a proximidade com o usuário possibilita medir engajamento e resultados. E, como dito anteriormente, colabora sim para a construção de conteúdos”.

Case 2: Rede Pampa de Comunicação

Pesquisadoras: Gabriela Leite e Thayna Iglesias Descrição

A pesquisa analisa a Rede Pampa de Comunicação, um grupo de mídia com sede em Porto Alegre, RS. A instituição está presente em diversas plataformas, como televisão, jornal e rádio, além dos meios online: sites, páginas no Facebook, Instagram e Twitter. A empresa busca profissionais completos, com conhecimentos amplos, capacitados para atuar com diversas tecnologias. Se preocupa também em dar espaço para jovens e novos talentos.

O site da Rede Pampa apresenta na primeira página uma estrutura simples, que direciona a sites específicos de cada meio - televisão, rádios ou jornal, conforme a preferência do usuário. Há ainda um site específico para fins comerciais, onde é possível visualizar informações sobre os veículos, mídia kits, possibilidades de patrocínio, cases de sucesso e notícias sobre a empresa, no entanto, não há atualizações desde julho de 2018.

A arquitetura de informação dos sites foi planejada por meio de análises com concorrentes, testes A-B, análises de “áreas quentes”, avaliações de acessibilidade e usabilidade e feedback de usuários. O grupo também está presente nas redes sociais, com páginas no Facebook, Instagram e Twitter. Além das páginas da instituição, existem específicas de cada veículo.

Os processos de criação de pautas e produção de conteúdo na Rede Pampa variam de acordo com o perfil de cada

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veículo, repercussão dos fatos jornalísticos e disponibilidade de equipes. Há em comum o fato de que a única fonte de renda é a publicidade, já que o grupo não cobra pelo acesso aos conteúdos publicados.

Entre as inovações tecnológicas citadas pela Rede Pampa, estão o uso de sistemas de gestão que integrem todos os processos dentro da empresa, desde a produção de conteúdo até a atuação comercial, e o monitoramento de acessos e engajamento por meio de Google e Facebook Analytics e outras ferramentas de SEO. A Rádio Grenal, que chegou a mais de 210 mil seguidores somando Facebook, Twitter e Instagram, é o veículo com maior destaque no meio digital do grupo. Outro veículo com relevância nas redes sociais é a Rádio 104 FM, que ultrapassou 163 mil seguidores nos perfis.

Questionário

1. Quais as áreas de atuação da empresa (como se posiciona no mercado) e qual o mix de serviços e estratégias de custo/benefício?

Nos posicionamos como a única empresa de comunicação de abrangência estadual totalmente gaúcha. Nossas origens estão no Rio Grande do Sul e nosso foco está no nosso povo. Para o mercado publicitário oferecemos soluções de mídia em rádio, TV, digital e ações de experiência que ajudam nossos clientes a vender mais.

2. Como o grupo busca se destacar entre os concorrentes do ponto de vista mercadológico, tecnológico e de inovação?

Acima de tudo, buscamos trabalhar com a melhor eficiência possível dentro das condições que as empresas de comunicação

brasileiras estão impostas. Em especial, restrições de legislação. Buscamos sempre aproveitar as oportunidades que a tecnologia nos oferece e estamos sempre atentos às tendências de mercado. Com veículos de comunicação com propostas claras e muito focadas e através da análise permanente de dados de pesquisas e Analytics conseguimos ajustar a operação para atender com precisão as propostas desejadas. Isto tudo, aliado a muita experiência tem trazido ótimos resultados de audiência em nossos veículos. Como temos uma estrutura de grupo, nos permitirmos testar propostas inovadoras aproveitando nossa escala. E através da oxigenação criativa trazendo novos e jovens talentos conseguimos receber muitos insights e sugestões. Para o mercado temos flexibilidade, criatividade e agilidade como aliados para conseguirmos nos destacar e mantermos nossa atuação sempre presente. 3. Como a empresa se caracteriza e financia seu negócio (patrocínios, demandas, propagandas, etc...)

Nossa única fonte de receita é a publicidade. Não cobramos por nosso conteúdo por entendermos que precisamos expandir ao máximo nossa audiência e com audiência, sempre teremos boa receita publicitária.

4. Como são distribuídos os clientes na equipe e como funciona a hierarquia e a divisão de trabalho?

Em se tratando de vendas, temos diversas equipes que concorrem entre si, gerando uma saudável disputa e também temos algumas equipes com atuação em nichos de mercado específicos e regiões geográficas

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específicas. Isto nos garante uma cobertura adequada, que aliado a um sistema de premiação por atingimento de metas mantém todas equipes ativas e focadas. 5. Quais tecnologias são utilizadas para acompanhar as demandas diárias?

Todos processos dentro da empresa possuem sistemas de gestão e a grande maioria trabalha de maneira integrada, quando isto faz sentido. Desde a produção de conteúdo com softwares de newsroom como a atuação comercial com softwares de CRM. Isto tudo, aliado à gestão humana com uma estrutura hierárquica bem definida nos dá os mecanismos de acompanhamento que julgamos necessários.

6. Qual a importância da inovação para a empresa e sua influência na produção de conteúdo?

Especialmente na geração de conteúdo, inovação é tudo. É a maneira de nos diferenciarmos perante aqueles que precisam nos escolher perante um universo infinito de opções que o mundo digital proporciona. Trabalhando de maneira criativa e consistente acabamos conseguindo cumprir melhor o papel de informar e entreter.

7. Como são tomadas as decisões perante as demandas dos clientes? Além das equipes existe algum responsável que acompanha os serviços realizados?

As demandas são identificadas e viabilizadas economicamente pelos atendimentos comerciais, e elaboradas e desenvolvidas pela equipe de planejamento e executadas pelas equipes de conteúdo/ operação / eventos / promoções.

Supervisionadas pelos gestores de cada área e, dependendo do porte da ação, pelos próprios diretores da empresa.

8. Existem normas definidas de produção, edição e publicação para que o conteúdo seja coerente com a identidade e os parâmetros éticos do grupo? Como são definidas essas normas?

Existem muitos regramentos estabelecidos nas mais diversas áreas e eles estão em permanente evolução, até mesmo porque o mundo está em permanente evolução. Em especial o que mais precisa de cuidado é a execução de reportagens jornalísticas sérias, bem apuradas e isentas de posicionamento. A não ser quando não se trata de espaços de emissão de opinião por colunistas, claro. Outra frente que é relativamente nova na nossa atuação é a cocriação de conteúdos alinhados com necessidades comerciais. Precisamos de um cuidado ainda mais especial nestas frentes.

9. A empresa aceita patrocinadores com valores divergentes da sua filosofia? Como lidam com possíveis patrocínios ou anúncios estranhos à identidade do grupo?

Publicidade com posicionamento é aceita. Todo anunciante com atuação legal e formal que atender as normas estabelecidas no pelo regramento do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) é sempre bem-vindo.

10. Como são definidos os temas, conteúdos especiais e cobertura considerando as especificidades dos clientes?

Quem dita o rumo da criação de conteúdos são os perfis dos veículos e a repercussão

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dos fatos jornalísticos e disponibilidade de equipes. Em eventuais coberturas com interesse comercial o trabalho é normalmente mais simples por se tratar de conteúdo de consumo não imediato por nossos leitores, ouvintes e telespectadores e assim pode ser muito mais trabalhado e polido.

11. Como a empresa se organiza considerando suas necessidades de fluxo produtivo para que não haja desvios de tarefas

Ainda hoje este é um grande desafio pois a maneira de criação de conteúdos mudou muito nos últimos anos. Tarefas antes essenciais hoje são absolutamente desnecessárias bem como equipamentos que antes seriam de difícil operação / aquisição hoje são acessíveis, integrados e de fácil operação. A cada novo dia tentamos identificar estes pontos de cruzamento de atividades e tentamos otimizar a operação para que cada vez mais tenhamos a maior parcela da equipe focada no mais importante, a geração de conteúdos relevantes e interessantes.

12. O que mudou em termos de propósitos e rotinas partilhadas com a modernização da tecnologia e a conexão mais intensiva com o público?

Em especial, o que mudou muito é o perfil do profissional que atua conosco. Hoje as pessoas precisam ser muito mais completas e com conhecimentos mais amplos para poder acompanhar toda esta técnica e tecnologia e ainda fazer bom uso disto. E ficamos muito felizes em ver que as instituições de ensino estão formando com sucesso estes profissionais.

13. Como vocês medem público, engajamento, resultados e metas previstas?

Essencialmente através das pesquisas Kantar Ibope nos meios offline e digitalmente através de Google e Facebook Analytics e outras ferramentas de SEO.

14. O que foi considerado durante o planejamento durante o planejamento da arquitetura de informação do site (entrevistas com o público, pesquisas, etc.?)

Fizemos análises com concorrentes, testes A-B, análises de “áreas quentes”, avaliações de acessibilidade e usabilidade e também abrimos para feedback de usuários. Neste momento estamos passando por mais um ciclo de renovação onde deveremos repetir a abordagem.

15. O acompanhamento mensal e convívio com clientes traz possibilidade de construção de conteúdos e estratégias para medir engajamento e resultados?

O acompanhamento, eventualmente realizando mais de uma vez no mesmo dia, até, é determinante para conduzir o processo de escolha de pautas e evolução da redação. O convívio com cliente nos dá um estímulo à criatividade e diferenciação, que por sua vez é muito aproveitado no restante do processo de criação de conteúdo a partir daí.

Case 3: Seja +

Pesquisadora: Juliana Costa dos Santos Descrição

A Seja+ atua na área de comunicação, como uma empresa de Criação de Conteúdo,

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Social Media, Marketing Digital, Assessoria de Imprensa e consultorias. Além disso, através das redes sociais, dá suporte para mulheres que necessitarem de informação, aconselhamentos e até indicação de serviços para casos de violência e palestras construtivas. A empresa surgiu a partir da jornalista Juliana Pereira, onde em seu TCC e monografia, na faculdade, abordou assuntos do universo feminino e trouxe para a realidade a sua vontade. Transformar a vida das mulheres através da comunicação. Juliana é moradora de Viamão, sua empresa atualmente é em casa e suas colaboradoras e sócias são sua irmã, Julia, e sua mãe, Carla, todas sempre engajadas nos assuntos femininos e de grande discussão na sociedade. A empresa ainda é pequena, mas a cada dia que passa as sócias se atualizam, estudam e fazem projeções, para um futuro mais promissor e com maior visibilidade da Seja+. A Seja + não busca apenas o lucro, trabalha também voluntariamente com o empoderamento feminino, trazendo cada dia mais histórias e boas experiências para a área de comunicação. Inovadora, a Seja+ trabalha com o foco no conteúdo feminino e se orgulha em trazer assuntos de extrema importância para a vida de crianças, jovens e adultos.

Questionário

1. Quais as áreas de atuação da empresa (como se posiciona no mercado) e qual o mix de serviços e estratégias de custo/ benefício?

Os serviços da Seja+, então, são divididos em dois grupos: aqueles oferecidos nas redes sociais gratuitamente, e cursos, workshops e palestras, voltadas para pessoas

físicas ou pessoas jurídicas, mediante um investimento. Considerando mudanças recentes na estrutura da empresa, o mix de serviços está sendo reelaborado.

2. Como o grupo busca se destacar entre os concorrentes do ponto de vista mercadológico, tecnológico e de inovação?

A Seja+ tem como um dos seus pilares o propósito de transformar a vida de mulheres. Desse modo, construir um relacionamento de afeto e respeito, promovendo uma troca de carinho e amor é o ingrediente essencial em qualquer nos nossos trabalhos, independente do cliente. No ponto de vista mercadológico, o destaque se dá por atendermos apenas o público feminino – empresas e personalidades – atuando na humanização das marcas através dos meios de comunicação das mesmas. Já a parte da inovação deixamos para a avaliação do público (como ensinado na faculdade haha). 3. Como a empresa se caracteriza e financia seu negócio (patrocínios, demandas, propagandas, etc...)

A Seja+ possui parcerias que auxiliam na promoção da empresa, apoio em eventos e criação de conteúdo. As demais promoções são promovidas através de anúncios nas próprias redes sociais e o famoso “boca a boca”, processo mais confiável e efetivo neste início nosso de empresa.

4. Como são distribuídos os clientes na equipe e como funciona a hierarquia e a divisão de trabalho?

A Seja+ é constituída por mim, a idealizadora, Juliana Pereira, pela minha irmã Julia que auxilia na alimentação de

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conteúdo e suporte em eventos, e a nossa mãe, conhecida como a #MamãeSeja que produz vídeos diários com dicas de autoconhecimento. Por uma questão de “conhecimento” (no sentido de ser a única jornalista na equipe para orientar os trabalhos específicos), os clientes entram em contato apenas comigo, mesmo assim, consideramos a Seja+ uma instituição horizontal, pois todas temos a mesma autonomia.

5. Quais tecnologias são utilizadas para acompanhar as demandas diárias?

Por ser uma empresa pequena ainda, nossas demandas são organizadas e monitoradas através de planilhas de Excel. 6. Qual a importância da inovação para a empresa e sua influência na produção de conteúdo?

Acreditamos que inovação é estar atendo a tudo o que acontece, e como produzimos conteúdo para o meio digital, sair da nossa bolha é essencial para produzirmos um conteúdo diferenciado, mesmo que sejam assuntos relativamente iguais ao que nossas clientes e seguidoras costumam ver em suas redes sociais. Então, a inovação é importante para que consigamos fazer o diferente, e o mesmo de um jeito único!

7. Como são tomadas as decisões perante as demandas dos clientes?

Além das equipes existe algum responsável que acompanha os serviços realizados? As tomadas de decisões são feitas junto às clientes, pois eu oriento e indico o melhor caminho, mas são elas que aprovam cada passo dado.

8. Existem normas definidas de produção, edição e publicação para que o conteúdo seja coerente com a identidade e os parâmetros éticos do grupo? Como são definidas essas normas?

Justamente por sermos 3 criando conteúdo diariamente, temos algumas normas. Como estou me aventurando no empreendedorismo há pouquíssimo tempo, eu comecei pelas cores das artes gráficas: todas precisam ter ao menos um elemento na(s) cor(res) do logotipo da Seja+. Depois, a linguagem com proibição de algumas palavras, a obrigatoriedade de outras etc. E as pautas são definidas semanalmente conforme notícias atípicas, datas comemorativas ou me baseio em algum fato que tenha ocorrido na minha vida pessoal e que eu considere importante expandir para outras mulheres.

9. A empresa aceita patrocinadores com valores divergentes da sua filosofia? Como lidam com possíveis patrocínios ou anúncios estranhos à identidade do grupo?

Não aceitamos patrocínios divergentes à nossa filosofia, pois temos um propósito. E é exatamente isso que falamos para quem nos procura e que não corresponde aos nossos ideais.

10. Como são definidos os temas, conteúdos especiais e cobertura considerando as especificidades dos clientes?

Antes de tudo a gente precisa saber o objetivo da cliente. Todo trabalho exige muita pesquisa e busca de referências, então, após uma ampla adesão de bagagem para o suporte da mensagem principal de cada

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ação, sentamos com as clientes, alinhamos tudo aos objetivos dela e começamos a criar e planejar.

11. Como a empresa se organiza considerando suas necessidades de fluxo produtivo para que não haja desvios de tarefas?

Quando eu vejo que não vou dar conta, sento com a minha irmã e delego algumas coisas pra ela. Cobro prazos e efetividade, ela sempre cumpre, e temos sempre tudo anotado para não perdermos o foco. Um detalhe importante é nunca deixar algo para a última hora para evitar empecilhos.

12. O que mudou em termos de propósitos e rotinas partilhadas com a modernização da tecnologia e a conexão mais intensiva com o público?

Como a Seja+ foi criada na Era da Informação e dentro das redes sociais, não mudamos nada. O que a gente procura fazer é aperfeiçoar o contato, pois ainda temos certo receio do que mostrar ou falar sem planejamento, principalmente porque temos empresas em nosso círculo de relações. A imagem da Seja+ está sendo criada e cada passo dado contribui para a boa ou má impressão.

13. Como vocês medem público, engajamento, resultados e metas previstas?

Através da criação de relatórios de resultados.

14. O que foi considerado durante o planejamento da arquitetura de informação do site (entrevistas com o público, pesquisas, etc?)

Nós ainda não temos site. Mas provavelmente haverá uma pesquisa com clientes e público em geral.

15. O acompanhamento mensal e convívio com clientes trás possibilidade de construção de conteúdos e estratégias para medir engajamento e resultados?

Com certeza! Um exemplo disso, é que a cada 6 meses entramos em contato com todas as seguidoras e clientes (por enquanto manualmente, até termos um grande número de seguidoras ou poder pagar uma ferramenta confiável de automação) pedindo feedback do conteúdo e sugestões. As respostas são um ótimo termômetro do nosso trabalho (até agora muuuuito bom haha) e também um leque de conteúdo. Sem falar que depois dessa conversa, elas começam a participar mais, acho que por saberem que estamos vendo cada uma delas e que elas são importantes para nós.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os três relatos apresentados mostram um painel com diversidade de propostas, tamanhos e formatos, mas com alguns pontos convergentes. A amostra reuniu um meio de comunicação bem tradicional buscando sua identidade no mundo digital, um outro modelo de negócio nativo digital, surgido no YouTube, com foco específico em um nicho de tema e de público (o cinema) e um terceiro empreendimento com atuação comunitária real, foco no voluntariado e produção de relevância destinada a mulheres. Do ponto de vista comercial, desde remuneração variada a modelo mais conservador de anúncios e anunciantes e a

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busca de financiamentos atrelada a ideais e identidades, é possível ver diferentes modos de financiar as atividades. Do ponto de vista ético, tecnológico e profissional as concepções convergem: produzir conteúdo relevante, conhecer e estreitar laços com o público a que se destina e manter canais de diálogo e interação.

Do ponto de vista do longo prazo, com tecnologias e ambientes mais consolidados, seria correto afirmar que se no passado a preocupação de empresas, de comunicação ou não, era em estabelecer visão, missão e valores, o horizonte dos novos empreendimentos vinculados à tecnologia, opera com a ideia de propósito, por definição, uma razão, uma aspiração de ser, que inspira e fornece um chamado à ação para uma organização e seus parceiros e partes interessadas, além de proporcionar benefícios para a sociedade local e global.

Dito de outro modo, reconhecer os propósitos de um novo negócio especialmente de jornalismo e conteúdo nesta era da informação, é responder aos porquês, quais as razões da empresa e sua marca, o que existe para além de ganhar dinheiro e prestígio, com relação à função social que o jornalismo demanda? Essas são questões que cada vez mais determinam identidade e engajamento, envolvimento e relevância, credibilidade e sustentabilidade. Os relatos descritos ajudam a pensar quais os percursos que podem garantir isso.

REFERÊNCIAS

ALVES, Rosental Calmon. Reinventando o jornal na Internet. http://www. a l m a n a q u e d a c o m u n i c a c a o . c o m . b r / artigos/1597.html

BOMENY, Maria Helena Werneck- Panorama do design gráfico contemporâneo- Editora Senac- São Paulo, 2012.

LEÃO, Lucia. O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço. São Paulo: Iluminuras, 2001.

LUCHESSI, Lila; VIDELA, Luciano- Desafíos del Periodismo en La Sociedad del Conocimiento: discusiones a partir del Tercer Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa em Jornalismo (Bapijor) Editorial UNRN, 2016 obJHETOS- Ética, Mídia e Tecnologia: entrevistas internacionais Observatório da Ética Jornalística (objETHOS)-2017

TEIXEIRA, Tattiana. A presença da infografia no jornalismo brasileiro - proposta de tipologia e classificação como gênero jornalístico a partir de um estudo de caso. Revista Fronteiras estudos midiáticos, mai/ ago 2007

Referências

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