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ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

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Academic year: 2021

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ANEXO I

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1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO

SPRYCEL 20 mg comprimidos revestidos por película

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Cada comprimido contém 20 mg de dasatinib (sob a forma mono-hidratada). Excipientes: cada comprimido contém 27 mg de lactose.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA

Comprimido revestido por película

Comprimido branco a esbranquiçado, biconvexo, redondo com a marcação "BMS" numa das faces e "527" na outra face.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS

4.1 Indicações terapêuticas

SPRYCEL está indicado para o tratamento de doentes adultos com leucemia mielóide crónica (LMC) em fase crónica, acelerada ou blástica, com resistência ou intolerância à terapêutica prévia, incluindo o mesilato de imatinib.

SPRYCEL está também indicado para o tratamento de doentes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) positiva para o cromossoma Filadélfia (Ph+) e com LMC linfoblástica, com resistência ou intolerância à terapêutica prévia.

4.2 Posologia e modo de administração

A terapêutica deve ser iniciada por um médico com experiência no diagnóstico e tratamento de doentes com leucemia.

A dose recomendada de SPRYCEL é de 70 mg duas vezes por dia, administrada por via oral de manhã e à noite, com ou sem refeições. Os comprimidos não podem ser esmagados nem cortados, têm de ser deglutidos inteiros. Para atingir a dose recomendada, SPRYCEL está disponível em comprimidos revestidos por película de 20 mg, 50 mg e 70 mg.

Duração do tratamento: nos ensaios clínicos, o tratamento com SPRYCEL foi mantido até à progressão da doença ou até não ser tolerado pelo doente. Não foi estudado o efeito da interrupção do tratamento após obtenção de resposta citogenética completa (RCC).

Aumento da dose:

Em ensaios clínicos de doentes adultos com LMC e LLA Ph+ foi permitido o aumento da dose para 90 mg duas vezes por dia (LMC em fase crónica) ou 100 mg duas vezes por dia (LMC em fase acelerada e blástica ou LLA Ph+) em doentes que não obtiveram uma resposta citogenética ou hematológica.

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Ajuste de dose em caso de efeitos indesejáveis: Mielossupressão:

Em ensaios clínicos, a mielossupressão foi controlada com a interrupção da dose, a redução da dose ou a descontinuação da terapêutica em estudo. Quando adequado, foram efectuadas transfusões de plaquetas e de glóbulos vermelhos. O factor de crescimento hematopoiético foi utilizado em doentes com mielossupressão resistente.

No quadro 1 estão resumidas as orientações para as modificações da dose.

Quadro 1 Ajustes de dose para a neutropenia e trombocitopenia

LMC em fase crónica (dose inicial 70 mg duas vezes por dia)

Contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l e/ou

Plaquetas < 50 x 109/l

1 Interromper o tratamento até contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,0 x 109/l e plaquetas ≥ 50 x 109/l.

2 Prosseguir o tratamento com a dose inicial original.

3 No caso de plaquetas < 25 x 109/l e/ou recorrência de contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l durante > 7 dias, repetir o passo 1 e re-iniciar o tratamento com uma dose reduzida (50 mg duas vezes por dia se a dose inicial foi 70 mg duas vezes por dia ou 40 mg duas vezes por dia se

previamente reduzida para 50 mg duas vezes por dia).

LMC em fase acelerada e blástica e LLA Ph+ (dose inicial 70 mg duas vezes por dia)

Contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l e/ou

Plaquetas < 10 x 109/l

1 Verificar se a citopenia está relacionada com a leucemia (aspiração ou biópsia da medula).

2 Se a citopenia não estiver relacionada com a leucemia, interromper o tratamento até contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,0 x 109/l e as plaquetas ≥ 20 x 109/l e reiniciar com a dose inicial original.

3 Em caso de recorrência da citopenia, repetir o passo 1 e re-iniciar o tratamento numa dose reduzida de 50 mg duas vezes por dia (segundo episódio) ou 40 mg duas vezes por dia (terceiro episódio).

4 Se a citopenia estiver relacionada com a leucemia, considerar o aumento de dose para 100 mg duas vezes por dia.

Reacções adversas não-hematológicas:

Se se desenvolver uma reacção adversa não-hematológica grave com SPRYCEL, o tratamento deve ser suspenso até estar resolvido o acontecimento. Posteriormente, o tratamento pode ser re-iniciado como adequado, com uma dose reduzida, dependendo da gravidade inicial do acontecimento.

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Uso pediátrico: SPRYCEL não é recomendado em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos devido à ausência de dados de segurança e eficácia (ver secção 5.1).

Doentes idosos: nestes doentes não foram observadas diferenças farmacocinéticas clinicamente relevantes relacionadas com a idade. Não é necessário recomendação posológica específica para os doentes idosos.

Insuficiência hepática: não foram realizados ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com a função hepática diminuída (os doentes com ALT e/ou AST > 2,5 vezes o limite superior do intervalo normal e/ou com bilirrubina total > 2 vezes o limite superior do intervalo normal foram excluídos dos ensaios). Dado que o dasatinib é metabolizado principalmente pelo fígado, é esperado que a exposição ao dasatinib aumente se a função hepática estiver diminuída. SPRYCEL deve ser usado com precaução em doentes com insuficiência hepática moderada a grave (ver secções 4.4 e 4.8).

Insuficiência renal: não foram realizados ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com a função renal diminuída (os doentes com concentração de creatinina sérica > 1,5 vezes o limite superior do intervalo normal foram excluídos dos ensaios). Dado que a depuração do dasatinib e dos seus metabolitos é < 4%, não se espera uma diminuição na depuração corporal total em doentes com insuficiência renal.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Interacções clinicamente relevantes:

O dasatinib é um substrato e um inibidor da CYP3A4. Consequentemente, há um potencial para interacção com outros medicamentos administrados concomitantemente que sejam maioritariamente metabolizados pela CYP3A4 ou que modulem a actividade da CYP3A4 (ver secção 4.5).

A utilização concomitante do dasatinib e de medicamentos que inibem potentemente a CYP3A4 (ex. cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina, ritonavir, telitromicina) pode aumentar a exposição ao dasatinib. Consequentemente, não é recomendada a co-administração de inibidores potentes da CYP3A4 em doentes a receber SPRYCEL (ver secção 4.5).

A utilização concomitante de dasatinib e medicamentos indutores da CYP3A4 (ex. dexametasona, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, fenobarbital ou Hyperium perforatum, também conhecido por Hipericão) pode reduzir substancialmente a exposição ao dasatinib, aumentando potencialmente o risco de insucesso terapêutico. Consequentemente, em doentes a receber SPRYCEL, deve ser seleccionada a co-administração de agentes terapêuticos alternativos com menor potencial de indução da CYP3A4 (ver secção 4.5).

A utilização concomitante de dasatinib e de um substrato da CYP3A4 pode aumentar a exposição ao substrato da CYP3A4. Consequentemente, recomenda-se precaução quando o SPRYCEL for co-administrado com substratos da CYP3A4 com margem terapêutica estreita, tais como o astemizol, a terfenadina, a cisaprida, a pimozida, a quinidina, o bepridilo ou os alcalóides ergotamínicos (ergotamina, di-hidroergotamina) (ver secção 4.5).

O uso concomitante do dasatinib e de bloqueadores H2 (ex. famotidina), inibidores da bomba de protões (ex. omeprazol) ou hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio pode reduzir a exposição ao dasatinib. Consequentemente, os bloqueadores H2 e os inibidores da bomba de protões não são recomendados e os medicamentos contendo hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio devem ser administrados até 2 horas antes, ou 2 horas após a administração de dasatinib (ver secção 4.5).

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Grupos especiais:

Actualmente não há dados disponíveis de ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com insuficiência hepática moderada a grave. Recomenda-se precaução na administração de SPRYCEL a doentes com insuficiência hepática moderada a grave (ver secção 4.2).

Reacções adversas importantes:

Mielossupressão: o tratamento com SPRYCEL está associado a anemia, neutropenia e trombocitopenia. A ocorrência é mais frequente em doentes com LMC em fase avançada ou com LLA Ph+ do que com LMC em fase crónica. Devem ser realizadas contagens sanguíneas completas semanalmente nos primeiros 2 meses, e, de seguida, mensalmente, ou como clinicamente indicado. A mielossupressão foi geralmente reversível e usualmente controlada com a suspensão temporária de SPRYCEL ou com a redução da dose (ver secções 4.2 e 4.8 Alterações nos valores dos testes laboratoriais, Hematologia).

Hemorragia: ocorreu hemorragia grave no sistema nervoso central (SNC) em < 1% dos doentes. Três casos foram fatais e 2 deles foram associados a trombocitopenia grau 4 CTC. Ocorreu hemorragia gastrointestinal grave em 5% dos doentes e geralmente requereu interrupção do fármaco e tranfusões. Ocorreram outros tipos de hemorragias graves em 2% dos doentes. Tipicamente a maioria dos acontecimentos relacionados com hemorragias foram associados a trombocitopenia grave (ver secção 4.8).

Os doentes a tomar medicamentos para inibir a função plaquetária ou anticoagulantes foram excluídos da participação nos ensaios clínicos de SPRYCEL. Deverá ter-se precaução caso os doentes tenham que tomar medicamentos para inibir a função plaquetária ou anticoagulantes.

Retenção de líquidos: SPRYCEL está associado a retenção de líquidos, que foi grave em 7% dos doentes, incluindo-se derrame pleural e pericárdico graves notificados em 4% e < 1% dos doentes, respectivamente. Quer ascite grave quer edema generalizado foram notificados em < 1% dos doentes. Foi notificado edema pulmonar não-cardiogénico grave em < 1% dos doentes. Os doentes que desenvolverem sintomas sugestivos de derrame pleural, como dispneia ou tosse seca, devem ser avaliados por radiografia torácica. O derrame pleural grave pode requerer toracocentese e oxigenoterapia. Os acontecimentos de retenção de líquidos foram tipicamente controlados por medidas de suporte que incluíram diuréticos e ciclos curtos de esteróides (ver secção 4.8).

Prolongamento do intervalo QT: os dados in vitro sugerem que o dasatinib tem potencial para prolongar a repolarização ventricular cardíaca (intervalo QT) (ver secção 5.3). Nos ensaios clínicos de Fase II em doentes com leucemia tratados com SPRYCEL, as alterações médias do valor basal do intervalo QTc, usando o método de Fridericia (QTcF), foram 3-6 mseg; os intervalos de confiança superiores a 95% para todas as alterações médias do basal foram inferiores a 8 mseg (ver secção 4.8). Nove doentes apresentaram intervalo QTc prolongado, notificado como um acontecimento adverso. Três doentes (< 1%) tiveram QTcF > a 500 mseg. SPRYCEL deve ser utilizado com precaução em doentes que têm ou podem desenvolver prolongamento do intervalo QTc. Incluem-se doentes com hipocaliemia ou hipomagnesemia, doentes com síndroma do segmento QT largo congénito, doentes a tomar medicamentos anti-arrítmicos ou outros medicamentos que conduzem ao prolongamento do intervalo QT e terapêutica de antraciclina com doses elevadas cumulativas.

A hipocaliemia e a hipomagnesemia devem ser corrigidas antes da administração de SPRYCEL. Nos estudos clínicos não foram incluídos doentes com doença cardiovascular significativa ou não controlada.

Lactose:

Este medicamento contém 189 mg de lactose mono-hidratada em 140 mg de dose diária. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência lactase de Lapp, ou malabsorção de glucose-galactose, não devem tomar este medicamento.

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4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Substâncias activas que podem aumentar as concentrações plasmáticas de dasatinib:

Estudos in vitro indicam que o dasatinib é um substrato da CYP3A4. O uso concomitante do dasatinib com medicamentos que inibem potentemente a CYP3A4 (ex. cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina, ritonavir, telitromicina) pode aumentar a exposição ao dasatinib. Consequentemente, a administração sistémica de inibidores potentes da CYP3A4 não é recomendada em doentes a receber SPRYCEL.

Com base em experiências in vitro, com concentrações clinicamente relevantes, a ligação do dasatinib às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 96%. Não foram realizados estudos para avaliar a interacção do dasatinib com outros medicamentos que se ligam às proteínas. Desconhece-se o potencial para deslocamento e a sua relevância clínica.

Substâncias activas que podem diminuir as concentrações plasmáticas de dasatinib:

Quando dasatinib foi administrado após 8 dias de administração contínua, à noite, de 600 mg de rifampicina, um potente indutor da CYP3A4, a AUC do dasatinib diminuíu cerca de 82%. Outros medicamentos que induzem a actividade da CYP3A4 (ex. dexametasona, fenitoína, carbamazepina, fenobarbital ou Hypericum perforatum, também conhecido por Hipericão) podem aumentar o metabolismo e diminuir as concentrações plasmáticas do dasatinib. Consequentemente, não é recomendado o uso concomitante de indutores potentes da CYP3A4 com SPRYCEL. Nos doentes a quem a rifampicina ou outros indutores da CYP3A4 estejam indicados devem ser utilizados agentes alternativos com menor potencial de indução enzimática.

Bloquedores da histamina-2 e inibidores da bomba de protões:

É provável que a supressão a longo prazo da secreção ácida gástrica pelos bloqueadores H2 e inibidores da bomba de protões (ex. famotidina e omeprazol) reduza a exposição ao dasatinib. Num estudo de dose única em indivíduos saudáveis, a administração de famotidina 10 horas antes de uma dose única de SPRYCEL reduziu a exposição ao dasatinib em cerca de 61%. Em doentes a receber terapêutica com SPRYCEL deve ser considerada a utilização de anti-ácidos em substituição dos bloqueadores H2 ou dos inibidores da bomba de protões (ver secção 4.4)

Anti-ácidos:

Os dados não clínicos demonstram que a solubilidade do dasatinib é dependente do pH. Em indivíduos saudáveis, o uso concomitante dos anti-ácidos hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio com SPRYCEL reduziu a AUC de uma dose única de SPRYCEL em cerca de 55% e a Cmax em 58%. Contudo, quando os antiácidos foram administrados 2 horas antes de uma dose única de SPRYCEL, não foram verificadas alterações relevantes na concentração de/ ou exposição a SPRYCEL. Consequentemente, os anti-ácidos podem ser administrados até 2 horas antes ou 2 horas após a administração de SPRYCEL (ver secção 4.4).

Substâncias activas cujas concentrações plasmáticas podem ser alteradas pelo SPRYCEL:

O uso concomitante do dasatinib e de um substrato da CYP3A4 pode aumentar a exposição ao substrato da CYP3A4. Num estudo em indivíduos saudáveis, uma dose única de 100 mg de SPRYCEL aumentou a AUC e Cmax da exposição à simvastatina, um conhecido substrato da CYP3A4 em cerca de 20 e 37%, respectivamente. Não se pode excluir que o efeito seja maior após doses múltiplas de dasatinib. Consequentemente, os substratos da CYP3A4 conhecidos por terem um índice terapêutico estreito (ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridilo ou derivados ergotamínicos (ergotamina, di-hergotamina)) devem ser administrados com precaução a doentes a receber SPRYCEL (ver secção 4.4).

Os dados in vitro indicam um potencial risco de interacção com os substratos da CYP2C8, como as glitazonas.

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4.6 Gravidez e aleitamento Gravidez:

Não existem dados suficientes sobre a utilização do dasatinib em mulheres grávidas. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano.

SPRYCEL não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que tal seja claramente necessário. Se for usado durante a gravidez, a doente deve ser avisada do potencial risco para o feto. O efeito do dasatinib no esperma é desconhecido, pelo que tanto os homens como as mulheres com uma vida sexual activa deverão utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento.

Aleitamento:

A informação sobre a excreção do dasatinib no leite materno humano ou de animais é insuficiente/ limitada. Os dados físico-químicos e farmacodinâmicos/toxicológicos disponíveis do dasatinib apontam para a excreção do dasatinib no leite materno e não pode ser excluído o risco para o lactente. Durante o tratamento com SPRYCEL o aleitamento tem de ser suspenso.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Os doentes deverão ser alertados para a possibilidade de ocorrerem efeitos indesejáveis, tais como tonturas e visão turva durante o tratamento com dasatinib. Consequentemente, deverá recomendar-se precaução na condução de veículos ou utilização de máquinas.

4.8 Efeitos indesejáveis

De um número total (911) de doentes tratados com SPRYCEL em ensaios clínicos que receberam uma dose inicial de 70 mg duas vezes por dia, 199 doentes (22%) tinham mais de 65 anos, enquanto que 33 doentes (4%) tinham mais de 75 anos. A duração média da terapêutica foi de 6 meses (intervalo 0-19 meses).

A maioria dos doentes tratados com SPRYCEL teve reacções adversas em alguma altura. A maioria das reacções foi de grau ligeiro a moderado, mas o tratamento foi suspenso devido a reacções adversas em 6% dos doentes com LMC em fase crónica, em 5% com LMC em fase acelerada, em 11% com LMC em fase mieloblástica e em 6% com LMC em fase linfoblástica ou LLA Ph+.

A maioria dos doentes intolerantes ao dasatinib com LMC em fase crónica toleraram o tratamento com dasatinib. Cerca de 30% dos doentes desenvolveram a mesma toxicidade do que com o imatinib (13% desenvolveram toxicidade não hematológica semelhante à da terapêutica prévia com imatinib); foram geralmente de gravidade mais baixa e não levaram à descontinuação do tratamento com dasatinib). As reacções adversas mais frequentemente notificadas foram retenção de líquidos (incluindo derrame pleural), diarreia, erupção cutânea, cefaleias, hemorragia, fadiga, náuseas e dispneia (Quadro 2). A neutropenia febril relacionada com o fármaco foi notificada em 4% dos doentes.

As reacções adversas diversas, tais como derrame pleural, ascite, edema pulmonar e derrame pericárdico com ou sem edema superficial, podem ser descritas colectivamente como "retenção de líquidos". O uso de dasatinib está associado à retenção de líquidos com casos graves em 7% dos doentes. Foram notificados derrame pleural grave e pericárdico em 4% e em < 1% dos doentes, respectivamente. Foram notificados ascite grave e edema generalizado, cada um, em < 1%. Menos de 1% dos doentes tinham tido edema pulmonar grave não-cardiogénico. Os acontecimentos de retenção de líquidos foram tipicamente controlados com medidas de cuidados de suporte que incluem diuréticos ou ciclos curtos de esteróides (ver secção 4.4).

Em doentes a tomar SPRYCEL foram notificados acontecimentos hemorrágicos relacionados com o fármaco, que variaram desde petéquias e epistaxe a hemorragias gastrointestinais graves e hemorragias do SNC (ver secção 4.4). Ocorreram hemorragias graves do SNC < 1% dos doentes; 3 casos foram

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gastrointestinal grave em 5% dos doentes e geralmente requereu interrupção do tratamento e transfusões. Outros tipos de hemorragias graves ocorreram em 2% dos doentes. A maioria dos acontecimentos hemorrágicos foi tipicamente associado a trombocitopenia grave.

Nos ensaios clínicos foi recomendado que o tratamento com imatinib fosse descontinuado pelo menos 7 dias antes de iniciar o tratamento com SPRYCEL.

Reacções adversas:

As reacções adversas que se seguem foram notificadas em doentes nos ensaios clínicos de SPRYCEL. Estas reacções são apresentadas por classes de sistemas de órgãos e por frequência. As frequências são definidas como: muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100 a < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1.000 a ≤ 1/100). Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.

As reacções adversas farmacológicas, excluindo alterações aos valores laboratoriais, que foram notificadas em ≥ 5% dos doentes nos ensaios clínicos de SPRYCEL estão indicadas no Quadro 2:

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Quadro 2 Reacções adversas medicamentosas notificadas ≥ 5% em ensaios clínicos Total de Doentes (n= 911)

Percentagem de doentes (%)

Todos os graus Graus 3/4

Infecções e infestações

Frequentes: infecção (incluindo

bacteriana, viral, fúngica, não-específica) 8 2

Doenças do metabolismo e da nutrição

Muito frequentes: anorexia 11 < 1

Doenças do sistema nervoso

Muito frequentes: cefaleias 24 1

Frequentes: tonturas, 6 < 1

neuropatia (incluindo neuropatia

periférica) 5 < 1

Vasculopatias

Muito frequentes: hemorragia, 23 7

das quais: hemorragia

gastrointestinal, 8 5

e hemorragia do SNC 1 < 1

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino

Muito frequentes: derrame pleural, 19 4

dispneia 19 3

Frequentes: tosse 8 < 1

Doenças gastrointestinais

Muito frequentes: diarreia, 34 4

náuseas, 22 1

vómitos 13 1

Frequentes: dor abdominal, < 10 < 1

distensão abdominal, 6 0

inflamação das mucosas (incluindo

mucosite/estomatites) 6 < 1

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Muito frequentes: erupção cutâneaa 24 1

Frequentes: prurido, 7 0

alopécia 5 0

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Muito frequentes: dor

musculo-esquelética 14 1

Frequentes: artralgia, 7 < 1

mialgia 6 < 1

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Muito frequentes: edema superficialb 24 < 1

fadiga, 23 2

pirexia, 15 2

astenia, 12 2

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maculopapular, erupção cutânea papular, erupção cutânea prurítica, erupção cutânea pustular, exfoliação cutânea, erupção cutânea do tipo lúpus eritematoso sistémico, urticária vesiculosa, erupção farmacológica e erupção cutânea vesicular.

b Inclui edema do olho, tumefacção do olho, edema palpebral, edema orbital, edema facial, edema periorbitário,

tumefacção da face, edema gravitacional, edema localizado, edema periférico, edema punctiforme, edema genital, edema escrotal.

As reacções adversas medicamentosas que se seguem foram notificadas em doentes nos ensaios clínicos de SPRYCEL com uma frequência de < 5%:

Infecções e infestações

Frequentes: pneumonia (incluindo bacteriana, viral e fúngica), infecção/ inflamação do tracto respiratório superior, infecção pelo vírus do herpes, infecção enterocolítica

Pouco frequentes: sepsis/ septicemia (com alguns desfechos fatais)

Neoplasias benignas, malignas e não específicas (incl. quistos e polipos) Pouco frequentes: síndrome de lise tumoral

Doenças do sangue e do sistema linfático Frequentes: neutropenia febril

Pouco frequentes: pancitopenia, aplasia dos glóbulos vermelhos puros Doenças do sistema imunitário

Pouco frequentes: hipersensibilidade (incluindo eritema nodoso) Doenças do metabolismo e da nutrição

Frequentes: perturbações do apetite Pouco frequentes: hiperuricemia Perturbações do foro psiquiátrico Frequentes: depressão, insónia Doenças do sistema nervoso Frequentes: disgeusia

Pouco frequentes: acidente isquémico transitório, síndrome de leucoencefalopatia posterior reversível, convulsões, amnésia, tremor, síncope, sonolência

Afecções oculares

Frequentes: alterações da visão (incluindo visão turva, acuidade visual diminuída), xeroftalmia, conjuntivite

Afecções do ouvido e do labirinto Pouco frequentes: acufenos, vertigens Cardiopatias

Frequentes: insuficiência cardíaca congestiva, derrame pericárdico, arritmia (incluindo taquicardia), palpitações

Pouco frequentes: afecção cardíaca, cardiomegalia, angina de peito, enfarte do miocárdio, pericardite, síndrome coronário agudo, miocardite, taquicardia ventricular

Vasculopatias

Frequentes: hipertensão, rubor

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Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino

Frequentes: edema pulmonar, infiltração pulmonar, pneumonite

Pouco frequentes: hipertensão pulmonar, asma, atelectasia, síndrome de dificuldade respiratória aguda

Doenças gastrointestinais

Frequentes: colites (incluindo colite neutropénica), gastrite, patologias dos tecidos moles da boca, dispepsia, obstipação

Pouco frequentes: pancreatite, úlcera gastrointestinal superior, ascite, disfagia Afecções hepatobiliares

Pouco frequentes: hepatite, colestase, colecistite Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas Frequentes: acne, pele seca, urticária, hiperidrose

Pouco frequentes: dermatites (incluindo eczema), dermatose neutrófila febril aguda, reacção de fotossensibilidade, doenças da pigmentação, úlceras cutâneas, patologias bolhosas (incluindo eritema multiforme), afecções das unhas, síndrome de eritrodisestesia palmoplantar

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos Frequentes: inflamação muscular, fraqueza muscular

Pouco frequentes: rabdomiólise, rigidez musculosquelética, tendinite, creatinafosfoquinase no sangue aumentada

Doenças renais e urinárias

Pouco frequentes: insuficiência renal, frequência micção, proteinúria, creatininemia aumentada Doenças dos órgãos genitais e da mama

Pouco frequentes: ginecomastia, menstruação irregular Perturbações gerais e alterações no local de administração Frequentes: dor no peito, arrepios

Pouco frequentes: mal-estar, intolerância a temperatura Exames complementares de diagnóstico

Frequentes: perda de peso, ganho de peso

Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações Frequentes: contusão

Alterações nos valores dos testes laboratoriais: Hematologia:

Na LMC, as citopenias (trombocitopenia, neutropenia e anemia) foram um achado consistente. No entanto, a ocorrência de citopenias foi também claramente dependente da fase da doença, a frequência de neutropenia de grau 3 ou 4 e de trombocitopenia foi maior na fase acelerada e blástica (74-83% e 83-82% para neutropenia e trombocitopenia, respectivamente) em comparação com os doentes em fase crónica (49% para neutropenia e 48% para trombocitopenia). A anemia de grau 3 e 4 foi de 70% em doentes com LMC em fase avançada em comparação com 18% em doentes com LMC em fase crónica. Na LMC linfoblástica e na LLA Ph+ foram notificadas neutropenia e trombocitopenia de grau 3 e 4 numa proporção semelhante à da LMC avançada (81% para neutropenia e 83% para trombocitopenia). A anemia de grau 3 e 4 foi notificada menos frequentemente do que na LMC avançada (51%).

Em doentes que tiveram mielossupressão grave, a recuperação geralmente ocorreu após breves interrupções da dose e/ou redução da dose e a interrupção permanente do tratamento ocorreu em 1%

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dos doentes. A maioria dos doentes continuaram o tratamento sem evidência adicional de mielossupressão.

Bioquímica:

Foram notificados aumentos nas transaminases ou bilirrubina de grau 3 ou 4 em ≤ 5% dos doentes com LMC em fase crónica ou acelerada, mas os aumentos foram notificados com frequência aumentada em 5 a 11% nos doentes com LMC mieloblástica ou linfoblástica e LLA Ph+. Geralmente foi controlada com a redução ou interrupção da dose.

Aproximadamente metade a dois terços dos indivíduos tratados com dasatinib que tinham níveis basais normais tiveram hipocalcemia transitória em alguma altura do decurso do estudo. Em geral não houve associação da diminuição do cálcio com os sintomas clínicos. Os doentes a desenvolver hipocalcemia de grau 3 ou 4 frequentemente recuperaram com suplementos orais.

Electrocardiograma:

Em 5 ensaios clínicos de Fase II em doentes com leucemia foram obtidos ECG repetidos no basal e durante o tratamento em pontos temporais pré-especificados e analisados centralmente para 467 doentes a receber 70 mg de SPRYCEL duas vezes por dia. O intervalo QT foi corrigido para a frequência cardíaca pelo método de Fridericia. Em todos os pontos temporais pós-dose no dia 8, as alterações médias no intervalo QTcF a partir do basal foram de 3-6 mseg, com intervalos de confiança superiores a 95% < 8 mseg associados. Nove doentes tiveram prolongamento QTc notificado como acontecimento adverso. Três doentes (< 1%) tiveram QTcF > 500 mseg. SPRYCEL não afectou a frequência cardíaca electrocardiográfica, intervalos RP ou QRS (ver secção 4.4).

4.9 Sobredosagem

Foi notificada uma sobredosagem em dose única de 200 mg de SPRYCEL num doente com LMC em fase acelerada sem sintomas associados nem alteração nos parâmetros laboratoriais. Em caso de sobredosagem, o doente deve ser observado e deve ser instituído tratamento de suporte adequado (ver secção 4.4).

5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS

5.1 Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: inibidor da proteína cinase, código ATC: L01XE06

O dasatinib inibe a actividade da cinase BCR-ABL e cinases da familia SRC juntamente com um número de outras cinases oncogénicas seleccionadas, incluindo c-KIT, cinases do receptor da efrina (EPH) e receptor PDGFβ. O dasatinib é um inibidor potente subnanomolar da cinase BCR-ABL com actividade na concentração de 0,6-0,8 nM. Liga-se tanto à conformação inactiva como activa da enzima BCR-ABL.

In vitro, o dasatinib é activo nas linhagens celulares leucémicas representando as variantes da doença sensíveis e resistentes ao imatinib. Estes estudos não clínicos mostram que o dasatinib pode superar a resistência ao imatinib resultante da sobre-expressão da BCR-ABL, mutações no domínio da cinase BCR-ABL, activação de vias de sinalização alternativas envolvendo a família de cinases SRC (LYN, HCK), e sobre-expressão do gene de resistência a vários fármacos. Adicionalmente, o dasatinib inibe a família de cinases SRC numa concentração subnanomolar.

In vivo, em experiências separadas usando modelos murinos de LMC, o dasatinib preveniu a progressão de LMC crónica para a fase blástica e prolongou a sobrevivência dos ratinhos com crescimento de linhagens celulares derivadas de doentes com LMC, em vários locais, incluindo o sistema nervoso central.

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Ensaios clínicos:

No estudo de fase I foram observadas respostas hematológicas e citogenéticas em todas as fases da LMC e na LLA Ph+ nos primeiros 84 doentes tratados e seguidos até 19 meses. As respostas foram duráveis em todas as fases de LMC e LLA Ph+.

Foi avaliado um total de 511 doentes em ensaios clínicos, destes 23% tinham > 65 anos e 3% tinham > 75 anos. A segurança e eficácia de SPRYCEL não foi estudada nos doentes pediátricos.

Ensaios clínicos na LMC:

Foram realizados quatro ensaios clínicos de fase II de ramo único, não controlados, sem ocultação, para determinar a segurança e eficácia de SPRYCEL em doentes com LMC em fase crónica, acelerada ou mieloblástica, que fossem resistentes ou intolerantes ao imatinib. Foi conduzido um ensaio aleatorizado não-comparativo em doentes em fase crónica, com insucesso ao tratamento inicial com 400 ou 600 mg de imatinib. A dose inicial de SPRYCEL foi de 70 mg duas vezes por dia. Foram permitidas modificações da dose para aumentar a actividade ou gerir a toxicidade (ver secção 4.2). A eficácia de SPRYCEL baseia-se nas taxas de respostas hematológicas e citogenéticas.

LMC em fase crónica:

Foram realizados dois ensaios clínicos em doentes resistentes ou intolerantes ao imatinib; nestes ensaios clínicos, o objectivo principal de eficácia foi a resposta citogenética major (RCyM):

1- Foi realizado um estudo multicêntrico, sem ocultação, aleatorizado, não-comparativo em doentes que tiveram falência ao tratamento inicial com 400 ou 600 mg de imatinib. Os doentes foram aleatorizados (2:1) para o dasatinib (70 mg duas vezes por dia) ou imatinib (400 mg duas vezes por dia). Foi permitida a passagem para o ramo de tratamento alternativo no caso dos doentes que evidenciassem progressão da doença ou intolerância que não pudesse ser controlada pela modificação da dose. Estão disponíveis os resultados para 150 doentes: 101 foram aleatorizados para SPRYCEL e 49 para o imatinib (todos resistentes ao imatinib). O tempo médio desde o diagnóstico até a aleatorização foi de 64 meses no grupo do dasatinib e de 52 meses no grupo do imatinib. Todos os indivíduos foram extensivamente pré-tratados. Foi atingida resposta hematológica completa (RHP) prévia ao imatinib em 91% do total de doentes. Foi atingida RCyM prévia ao imatinib em 28% e 29% dos doentes nos ramos de dasatinib e de imatinib, respectivamente.

A duração média do tratamento foi de 5,5 meses para o dasatinib (com 38% dos doentes tratados durante > 6 meses até ao momento) e 3,2 meses para o imatinib (com 6% dos doentes tratados durante > 6 meses até ao momento). No ramo do dasatinib, 92% dos doentes atingiram RHC prévia ao cruzamento e no ramo do imatinib 82% dos doentes antingiu RHC prévia ao cruzamento. Com um acompanhamento médio de 3 meses, a RCyM ocorreu mais frequentemente no ramo do dasatinib (35%) do que no ramo do imatinib (29%). Notavelmente, 21% dos doentes apresentaram resposta citogenética completa (RCyC) no ramo com dasatinib, enquanto apenas 8% atingiram RCyC no ramo com imatinib.

Um total de 15% de doentes no ramo de dasatinib e 76% no ramo de imatinib tiveram falência terapêutica definida como progressão da doença ou cruzamento para outro tratamento (falta de resposta, intolerância ao fármaco em estudo, etc).

2-Foi realizado um estudo multicêntrico, sem ocultação, de ramo único, em doentes resistentes ou intolerantes ao imatinib (i.e. doentes que apresentaram toxicidade significativa durante o tratamento com imatinib que impediu a continuação do tratamento).

Um total de 186 doentes recebeu 70 mg de dasatinib duas vezes por dia (127 doentes resistentes e 59 doentes intolerantes). O tempo médio desde o diagnóstico até ao início do tratamento foi de 64 meses. A maioria dos doentes (54%) tinha recebido tratamento prévio com imatinib durante mais de 3 anos. A maioria dos doentes resistentes (72%) tinham recebido > 600 mg de imatinib. Para além do imatinib, 42% dos doentes tinham previamente recebido quimioterapia citotóxica, 70% tinham previamente recebido interferão e 9% tinham previamente recebido um transplante de células germinais. Quarenta e três por cento dos doentes tinham mutações basais conhecidas por conferir resistência ao imatinib. A duração média do tratamento com SPRYCEL foi de 8,3 meses com 85% dos doentes tratados por > 6 meses até ao momento. Os resultados de eficácia estão descritos no Quadro 3. Com um mínimo de 8

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meses de acompanhamento, apenas 2 dos 97 doentes que tinham atingido RCyM tinham progressão e a duração média da RCyM não tinha sido atingida.

LMC em fase acelerada:

Foi realizado um estudo multicêntrico de ramo único, sem ocultação, em doentes intolerantes ou resistentes ao imatinib. Um total de 107 doentes receberam 70 mg de dasatinib duas vezes por dia (99 resistentes e 8 intolerantes ao imatinib). O tempo médio desde o diagnóstico até ao início do tratamento foi de 91 meses. A duração média do tratamento com SPRYCEL foi de 8,3 meses com 73% dos doentes tratados por > 6 meses até ao momento. Os resultados de eficácia estão descritos no Quadro 3.

LMC em fase mieloblástica:

Foi realizado um estudo multicêntrico de ramo único, sem ocultação, em doentes intolerantes ou resistentes ao imatinib. Um total de 74 doentes receberam 70 mg de dasatinib duas vezes por dia (68 resistentes e 6 intolerantes ao imatinib). O tempo médio desde o diagnóstico até ao início do tratamento foi de 49 meses. A duração média do tratamento com SPRYCEL foi de 3,5 meses com 43% dos doentes tratados por > 6 meses até ao momento. Os resultados de eficácia estão decritos no Quadro 3.

Ensaios clínicos na LMC em fase linfoblástica e LLA Ph+:

Foi realizado um estudo multicêntrico de ramo único, sem ocultação, em doentes com LMC em fase linfoblástica ou LLA Ph+ resistentes ou intolerantes à terapêutica prévia com imatinib. Um total de 42 doentes com LMC linfoblástica receberam 70 mg de dasatinib duas vezes por dia (37 resistentes e 5 intolerantes ao imatinib). O tempo médio desde o diagnóstico até ao início do tratamento foi de 28 meses. A duração média do tratamento com SPRYCEL foi de 2,8 meses com 7% tratados por > 6 meses até ao momento. Adicionalmente, 36 doentes com LLA Ph+ receberam 70 mg de dasatinib duas vezes por dia (34 resistentes e 2 intolerantes ao imatinib). O tempo médio desde o diagnóstico até ao início do tratamento foi de 20 meses. A duração média do tratamento com SPRYCEL foi de 3,2 meses com 39% dos doentes tratados por > 6 meses até ao momento. Os resultados de eficácia estão descritos no Quadro 3. De realçar, as principais respostas hematológicas (MaHR) foram obtidas rapidamente (a maioria nos 35 dias após a primeira administração de dasatinib para os doentes com LMC linfoblástica, e em 55 dias para os doentes com LLA Ph+).

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Quadro 3 Eficácia nos ensaios clínicos de ramo único de SPRYCEL Crónica (n= 186) Intolerante (n= 59) Resistente(n= 127) Acelerada (n= 107)a Mieloblást ica (n= 74)a Linfoblásti ca (n= 42)a LLA Ph+ (n= 36)a Resposta hematológicab (%) Total (95% IC) 97 (88-100) 87 (80-93) 81 (73-88) 53 (41-64) 36 (22-52) 50 (33-67)

MaHR n/a n/a 64 34 31 42

CHR 97 87 39 26 26 33

NEL n/a n/a 25 8 5 8

MiHR n/a n/a 17 19 5 8

Resposta citogenéticac(%) RCyM

(95% IC) 80 (67-89) 39 (31-48) 33 (24-43) 31 (21-43) 50 (34-66) 58 (41-75)

RCyC 64 28 24 27 43 58

a Doentes intolerantes e resistentes ao imatinib.

b Critérios de resposta hematológica (todas as respostas confirmadas após 4 semanas):

Resposta hematológica total: Resposta Hematológica Completa (CHR), sem evidência de leucemia (NEL), e resposta hematológica minor (MiHR).

Resposta hematológica major: (MaHR) = CHR + NEL

CHR (LMC crónica): Glóbulos brancos (WBC) ≤ ULN estabelecido, plaquetas < 450.000/mm3, ausência de blastos

e promielócitos no sangue periférico, mielócitos+metamielócitos < 5% no sangue periférico, basófilos no sangue periférico ≤ ULN institucional, e ausência de envolvimento extramedular.

CHR (LMC/ LLA Ph+): WBC ≤ ULN institucional, contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1.000/mm3, plaquetas

≥ 100.000/mm3, ausência de blastos e promielócitos no sangue, blastos da medula óssea ≤ 5%, mielócitos +

metamielócitos < 5% no sangue periférico, basófilos no sangue periférico ≤ ULN institucional, e ausência de envolvimento extramedular.

NEL: mesmos critérios que para CHR mas contagem absoluta de neutrófilos ≥ 500/mm3 e < 1.000/mm3, e/ou

plaquetas ≥ 20.000/mm3 e ≤ 100.000/mm3.

MiHR: < 15% blastos na medula óssea e no sangue periférico, < 30% blastos + promielócitos da medula óssea e < 30% blastos + promielócitos no sangue periférico, < 20% basófilos no sangue periférico, e ausência de envolvimento extramedular para além do baço e do fígado.

c Critérios para resposta citogenética: completa (0% metafases Ph+) ou parcial (> 0%–35%). Resposta Citogenética Completa (RCyC) (0% –35%) combina as respostas completa e parcial.

n/a = não aplicável IC = intervalo de confiança ULN = limite superior do intervalo normal

Não foi completamente avaliada a evolução dos doentes com transplante de medula óssea após SPRYCEL.

5.2 Propriedades farmacocinéticas

A farmacocinética do dasatinib foi avaliada em 229 indivíduos adultos saudáveis e em 84 doentes. Absorção:

O dasatinib é rapidamente absorvido pelos doentes após a administração oral, com um pico de concentração entre as 0,5-3 horas. Após a administração oral, o aumento na exposição média (AUCτ) é aproximadamente proporcional ao incremento da dose para doses entre 25 mg e 120 mg duas vezes por dia. A semivida terminal média total do dasatinib nos doentes é de aproximadamente 5-6 horas. Os dados de indivíduos saudáveis que receberam uma dose única de 100 mg de dasatinib, 30 minutos após uma refeição com elevado teor lipídico indicaram um aumento de 14% na AUC média do dasatinib. Uma refeição com baixo teor lipídico 30 minutos antes do dasatinib resultou num aumento de 21% na AUC média do dasatinib. Os efeitos dos alimentos observados não representam alterações clinicamente relevantes na exposição.

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Distribuição:

Nos doentes o dasatinib tem um volume de distribuição aparente elevado (2.505 l), sugerindo que o medicamento é distribuído extensamente no espaço extravascular. Em concentrações de dasatinib clinicamente relevantes, a ligação às proteínas plasmáticas foi de aproximadamente 96% com base em experiências in vitro.

Metabolismo:

O dasatinib é extensamente metabolizado nos humanos estando várias enzimas envolvidas na produção de metabolitos. Nos indivíduos saudáveis que receberam 100 mg de dasatinib marcado com [14C], o dasatinib inalterado representou 29% da radioactividade circulante no plasma. A concentração plasmática e a actividade medida in vitro indicam que não é provável que os metabolitos do dasatinib desempenhem um papel major no efeito farmacológico observado. A CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo do dasatinib.

Eliminação:

A eliminação é predominantemente pelas fezes, na maioria como metabolitos. Após uma dose oral de dasatinib marcado radioactivamente com [14C], aproximadamente 89% da dose foi eliminada em 10 dias, com 4% e 85% da radioactividade recuperada na urina e nas fezes, respectivamente. O dasatinib inalterado representou cerca de 0,1% e 19% da dose na urina e nas fezes, respectivamente, estando o restante da dose na forma de metabolitos.

Insuficiência funcional dos orgãos:

O dasatinib e os seus metabolitos são excretados minimamente pelos rins. Em caso de insuficiência hepática, pode ser de esperar um aumento na exposição ao dasatinib.

5.3 Dados de segurança pré-clínica

O perfil de segurança não clínico do dasatinib foi avaliado numa bateria de estudos in vitro e in vivo em ratinhos, ratos, macacos e coelhos.

As toxicidades principais ocorreram nos sistemas gastrointestinal, hemapotoiético e linfático. A toxicidade gastrointestinal foi limitante da dose em ratos e macacos, uma vez que o intestino foi um órgão alvo consistente. Nos ratos, as diminuições mínimas a ligeiras nos parâmetros eritrocitários foram acompanhadas por alterações na medula óssea; alterações similares ocorreram em macacos com menor incidência. A toxicidade linfóide em ratos consistiu na deplecção linfóide dos nódulos linfáticos, baço e timo, e diminuição do peso dos órgãos linfáticos. As alterações dos sistemas gastrointestinal, hematopoiético e linfático foram reversíveis após a cessação do tratamento.

As alterações renais em macacos tratados até 9 meses foram limitadas a um aumento na ocorrência de mineralização renal. Foi observada hemorragia cutânea num estudo oral de dose única, agudo, em macacos, mas não foi observado em estudos de dose repetida tanto em macacos como em ratos. Em ratos, o dasatinib inibiu a agregação plaquetária in vitro e prolongou in vivo o tempo de hemorragia da cutícula, mas não provocou uma hemorragia espontânea.

A actividade do dasatinib in vitro em ensaios de fibras de Purkinje e hERG, sugeriu um potencial para prolongamento da repolarização ventricular cardíaca (intervalo QT). No entanto, num estudo in vivo de dose única, por telemetria em macacos conscientes não houve alterações no intervalo QT ou na forma da onda do ECG.

O dasatinib não foi mutagénico em ensaios de células bacterianas in vitro (teste de Ames) e não foi genotóxico num estudo in vivo de micronúcleos em ratos. O dasatinib foi clastogénico in vitro dividindo as células de ovário de hamster chineses.

Em estudos de desenvolvimento embriofetal, o dasatinib induziu a embrioletalidade com diminuições associadas no tamanho das ninhadas em ratos e alterações esqueléticas fetais tanto em ratos como em coelhos. Estes efeitos tanto em ratos como em coelhos ocorreram em doses que não provocam toxicidade materna. Os efeitos do dasatinib na fertilidade masculina e feminina não são conhecidos.

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Em ratinhos, o dasatinib induziu imunossupressão relacionada com a dose que foi controlada eficazmente com a redução da dose e/ou alterações no esquema posológico. O dasatinib teve potencial fototóxico num ensaio in vitro de fototoxicidade em fibroblastos do ratinho para re-captação de vermelho neutro.

Não foram realizados estudos carcinogénicos com o dasatinib.

6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS

6.1. Lista dos excipientes Núcleo do comprimido: Lactose mono-hidratada Celulose microcristalina Croscarmelose sódica Hidroxipropilcelulose Estereato de magnésio Revestimento por película: Hipromelose Dióxido de titânio Macrogol 400 6.2 Incompatibilidades Não aplicável. 6.3 Prazo de validade 2 anos

6.4 Precauções especiais de conservação

O medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação.

6.5 Natureza e conteúdo do recipiente

Blisters Alu/Alu (blisters calendário e blisters de dose unitária) e frasco de polietileno de alta densidade (HDPE) com fecho de polipropileno resistente à abertura por crianças.

Embalagens contendo 56 comprimidos revestidos por película em 4 blisters cada um com 14 comprimidos revestidos por película.

Embalagens contendo 60 comprimidos revestidos por película em blisters de dose unitária perfurados. Embalagens com um frasco contendo 60 comprimidos revestidos por película.

É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações.

6.6 Precauções especiais de eliminação

Os comprimidos consistem num núcleo do comprimido, envolvido por um revestimento para prevenir a exposição dos profissionais de saúde à substância activa. No entanto, se os comprimidos forem inadvertidamente esmagados ou partidos, os profissionais de saúde devem usar luvas para

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Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais.

7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

BRISTOL-MYERS SQUIBB PHARMA EEIG Uxbridge Business Park

Sanderson Road Uxbridge UB8 1DH Reino Unido

8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO

EU/1/00/000/000-000

9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE

INTRODUÇÃO NO MERCADO

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1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO

SPRYCEL 50 mg comprimidos revestidos por película

2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Cada comprimido contém 50 mg de dasatinib (sob a forma mono-hidratada). Excipientes: cada comprimido contém 67,5 mg de lactose.

Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.

3. FORMA FARMACÊUTICA

Comprimido revestido por película

Comprimido branco a esbranquiçado, biconvexo, oval com a marcação "BMS" numa das faces e "528" na outra face.

4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS

4.1 Indicações terapêuticas

SPRYCEL está indicado para o tratamento de doentes adultos com leucemia mielóide crónica (LMC) em fase crónica, acelerada ou blástica, com resistência ou intolerância à terapêutica prévia, incluindo o mesilato de imatinib.

SPRYCEL está também indicado para o tratamento de doentes adultos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) positiva para o cromossoma Filadélfia (Ph+) e com LMC linfoblástica, com resistência ou intolerância à terapêutica prévia.

4.2 Posologia e modo de administração

A terapêutica deve ser iniciada por um médico com experiência no diagnóstico e tratamento de doentes com leucemia.

A dose recomendada de SPRYCEL é de 70 mg duas vezes por dia, administrada por via oral de manhã e à noite, com ou sem refeições. Os comprimidos não podem ser esmagados nem cortados, têm de ser deglutidos inteiros. Para atingir a dose recomendada, SPRYCEL está disponível em comprimidos revestidos por película de 20 mg, 50 mg e 70 mg.

Duração do tratamento: nos ensaios clínicos, o tratamento com SPRYCEL foi mantido até à progressão da doença ou até não ser tolerado pelo doente. Não foi estudado o efeito da interrupção do tratamento após obtenção de resposta citogenética completa (RCC).

Aumento da dose:

Em ensaios clínicos de doentes adultos com LMC e LLA Ph+ foi permitido o aumento da dose para 90 mg duas vezes por dia (LMC em fase crónica) ou 100 mg duas vezes por dia (LMC em fase acelerada e blástica ou LLA Ph+) em doentes que não obtiveram uma resposta citogenética ou hematológica.

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Ajuste de dose em caso de efeitos indesejáveis: Mielossupressão:

Em ensaios clínicos, a mielossupressão foi controlada com a interrupção da dose, a redução da dose ou a descontinuação da terapêutica em estudo. Quando adequado, foram efectuadas transfusões de plaquetas e de glóbulos vermelhos. O factor de crescimento hematopoiético foi utilizado em doentes com mielossupressão resistente.

No quadro 1 estão resumidas as orientações para as modificações da dose.

Quadro 1 Ajustes de dose para a neutropenia e trombocitopenia

LMC em fase crónica (dose inicial 70 mg duas vezes por dia)

Contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l e/ou

Plaquetas < 50 x 109/l

1 Interromper o tratamento até contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,0 x 109/l e plaquetas ≥ 50 x 109/l.

2 Prosseguir o tratamento com a dose inicial original.

3 No caso de plaquetas < 25 x 109/l e/ou recorrência de contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l durante > 7 dias, repetir o passo 1 e re-iniciar o tratamento com uma dose reduzida (50 mg duas vezes por dia se a dose inicial foi 70 mg duas vezes por dia ou 40 mg duas vezes por dia se

previamente reduzida para 50 mg duas vezes por dia).

LMC em fase acelerada e blástica e LLA Ph+ (dose inicial 70 mg duas vezes por dia)

Contagem absoluta de neutrófilos < 0,5 x 109/l e/ou

Plaquetas < 10 x 109/l

1 Verificar se a citopenia está relacionada com a leucemia (aspiração ou biópsia da medula).

2 Se a citopenia não estiver relacionada com a leucemia, interromper o tratamento até contagem absoluta de neutrófilos ≥ 1,0 x 109/l e as plaquetas ≥ 20 x 109/l e reiniciar com a dose inicial original.

3 Em caso de recorrência da citopenia, repetir o passo 1 e re-iniciar o tratamento numa dose reduzida de 50 mg duas vezes por dia (segundo episódio) ou 40 mg duas vezes por dia (terceiro episódio).

4 Se a citopenia estiver relacionada com a leucemia, considerar o aumento de dose para 100 mg duas vezes por dia.

Reacções adversas não-hematológicas:

Se se desenvolver uma reacção adversa não-hematológica grave com SPRYCEL, o tratamento deve ser suspenso até estar resolvido o acontecimento. Posteriormente, o tratamento pode ser re-iniciado como adequado, com uma dose reduzida, dependendo da gravidade inicial do acontecimento.

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Uso pediátrico: SPRYCEL não é recomendado em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos devido à ausência de dados de segurança e eficácia (ver secção 5.1).

Doentes idosos: nestes doentes não foram observadas diferenças farmacocinéticas clinicamente relevantes relacionadas com a idade. Não é necessário recomendação posológica específica para os doentes idosos.

Insuficiência hepática: não foram realizados ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com a função hepática diminuída (os doentes com ALT e/ou AST > 2,5 vezes o limite superior do intervalo normal e/ou com bilirrubina total > 2 vezes o limite superior do intervalo normal foram excluídos dos ensaios). Dado que o dasatinib é metabolizado principalmente pelo fígado, é esperado que a exposição ao dasatinib aumente se a função hepática estiver diminuída. SPRYCEL deve ser usado com precaução em doentes com insuficiência hepática moderada a grave (ver secções 4.4 e 4.8).

Insuficiência renal: não foram realizados ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com a função renal diminuída (os doentes com concentração de creatinina sérica > 1,5 vezes o limite superior do intervalo normal foram excluídos dos ensaios). Dado que a depuração do dasatinib e dos seus metabolitos é < 4%, não se espera uma diminuição na depuração corporal total em doentes com insuficiência renal.

4.3 Contra-indicações

Hipersensibilidade à substância activa ou a qualquer um dos excipientes.

4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Interacções clinicamente relevantes:

O dasatinib é um substrato e um inibidor da CYP3A4. Consequentemente, há um potencial para interacção com outros medicamentos administrados concomitantemente que sejam maioritariamente metabolizados pela CYP3A4 ou que modulem a actividade da CYP3A4 (ver secção 4.5).

A utilização concomitante do dasatinib e de medicamentos que inibem potentemente a CYP3A4 (ex. cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina, ritonavir, telitromicina) pode aumentar a exposição ao dasatinib. Consequentemente, não é recomendada a co-administração de inibidores potentes da CYP3A4 em doentes a receber SPRYCEL (ver secção 4.5).

A utilização concomitante de dasatinib e medicamentos indutores da CYP3A4 (ex. dexametasona, fenitoína, carbamazepina, rifampicina, fenobarbital ou Hyperium perforatum, também conhecido por Hipericão) pode reduzir substancialmente a exposição ao dasatinib, aumentando potencialmente o risco de insucesso terapêutico. Consequentemente, em doentes a receber SPRYCEL, deve ser seleccionada a co-administração de agentes terapêuticos alternativos com menor potencial de indução da CYP3A4 (ver secção 4.5).

A utilização concomitante de dasatinib e de um substrato da CYP3A4 pode aumentar a exposição ao substrato da CYP3A4. Consequentemente, recomenda-se precaução quando o SPRYCEL for co-administrado com substratos da CYP3A4 com margem terapêutica estreita, tais como o astemizol, a terfenadina, a cisaprida, a pimozida, a quinidina, o bepridilo ou os alcalóides ergotamínicos (ergotamina, di-hidroergotamina) (ver secção 4.5).

O uso concomitante do dasatinib e de bloqueadores H2 (ex. famotidina), inibidores da bomba de protões (ex. omeprazol) ou hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio pode reduzir a exposição ao dasatinib. Consequentemente, os bloqueadores H2 e os inibidores da bomba de protões não são recomendados e os medicamentos contendo hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio devem ser administrados até 2 horas antes, ou 2 horas após a administração de dasatinib (ver secção 4.5).

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Grupos especiais:

Actualmente não há dados disponíveis de ensaios clínicos com SPRYCEL em doentes com insuficiência hepática moderada a grave. Recomenda-se precaução na administração de SPRYCEL a doentes com insuficiência hepática moderada a grave (ver secção 4.2).

Reacções adversas importantes:

Mielossupressão: o tratamento com SPRYCEL está associado a anemia, neutropenia e trombocitopenia. A ocorrência é mais frequente em doentes com LMC em fase avançada ou com LLA Ph+ do que com LMC em fase crónica. Devem ser realizadas contagens sanguíneas completas semanalmente nos primeiros 2 meses, e, de seguida, mensalmente, ou como clinicamente indicado. A mielossupressão foi geralmente reversível e usualmente controlada com a suspensão temporária de SPRYCEL ou com a redução da dose (ver secções 4.2 e 4.8 Alterações nos valores dos testes laboratoriais, Hematologia).

Hemorragia: ocorreu hemorragia grave no sistema nervoso central (SNC) em < 1% dos doentes. Três casos foram fatais e 2 deles foram associados a trombocitopenia grau 4 CTC. Ocorreu hemorragia gastrointestinal grave em 5% dos doentes e geralmente requereu interrupção do fármaco e tranfusões. Ocorreram outros tipos de hemorragias graves em 2% dos doentes. Tipicamente a maioria dos acontecimentos relacionados com hemorragias foram associados a trombocitopenia grave (ver secção 4.8).

Os doentes a tomar medicamentos para inibir a função plaquetária ou anticoagulantes foram excluídos da participação nos ensaios clínicos de SPRYCEL. Deverá ter-se precaução caso os doentes tenham que tomar medicamentos para inibir a função plaquetária ou anticoagulantes.

Retenção de líquidos: SPRYCEL está associado a retenção de líquidos, que foi grave em 7% dos doentes, incluindo-se derrame pleural e pericárdico graves notificados em 4% e < 1% dos doentes, respectivamente. Quer ascite grave quer edema generalizado foram notificados em < 1% dos doentes. Foi notificado edema pulmonar não-cardiogénico grave em < 1% dos doentes. Os doentes que desenvolverem sintomas sugestivos de derrame pleural, como dispneia ou tosse seca, devem ser avaliados por radiografia torácica. O derrame pleural grave pode requerer toracocentese e oxigenoterapia. Os acontecimentos de retenção de líquidos foram tipicamente controlados por medidas de suporte que incluíram diuréticos e ciclos curtos de esteróides (ver secção 4.8).

Prolongamento do intervalo QT: os dados in vitro sugerem que o dasatinib tem potencial para prolongar a repolarização ventricular cardíaca (intervalo QT) (ver secção 5.3). Nos ensaios clínicos de Fase II em doentes com leucemia tratados com SPRYCEL, as alterações médias do valor basal do intervalo QTc, usando o método de Fridericia (QTcF), foram 3-6 mseg; os intervalos de confiança superiores a 95% para todas as alterações médias do basal foram inferiores a 8 mseg (ver secção 4.8). Nove doentes apresentaram intervalo QTc prolongado, notificado como um acontecimento adverso. Três doentes (< 1%) tiveram QTcF > a 500 mseg. SPRYCEL deve ser utilizado com precaução em doentes que têm ou podem desenvolver prolongamento do intervalo QTc. Incluem-se doentes com hipocaliemia ou hipomagnesemia, doentes com síndroma do segmento QT largo congénito, doentes a tomar medicamentos anti-arrítmicos ou outros medicamentos que conduzem ao prolongamento do intervalo QT e terapêutica de antraciclina com doses elevadas cumulativas.

A hipocaliemia e a hipomagnesemia devem ser corrigidas antes da administração de SPRYCEL. Nos estudos clínicos não foram incluídos doentes com doença cardiovascular significativa ou não controlada.

Lactose:

Este medicamento contém 189 mg de lactose mono-hidratada em 140 mg de dose diária. Os doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência lactase de Lapp, ou malabsorção de glucose-galactose, não devem tomar este medicamento.

(23)

4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção

Substâncias activas que podem aumentar as concentrações plasmáticas de dasatinib:

Estudos in vitro indicam que o dasatinib é um substrato da CYP3A4. O uso concomitante do dasatinib com medicamentos que inibem potentemente a CYP3A4 (ex. cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina, ritonavir, telitromicina) pode aumentar a exposição ao dasatinib. Consequentemente, a administração sistémica de inibidores potentes da CYP3A4 não é recomendada em doentes a receber SPRYCEL.

Com base em experiências in vitro, com concentrações clinicamente relevantes, a ligação do dasatinib às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 96%. Não foram realizados estudos para avaliar a interacção do dasatinib com outros medicamentos que se ligam às proteínas. Desconhece-se o potencial para deslocamento e a sua relevância clínica.

Substâncias activas que podem diminuir as concentrações plasmáticas de dasatinib:

Quando dasatinib foi administrado após 8 dias de administração contínua, à noite, de 600 mg de rifampicina, um potente indutor da CYP3A4, a AUC do dasatinib diminuíu cerca de 82%. Outros medicamentos que induzem a actividade da CYP3A4 (ex. dexametasona, fenitoína, carbamazepina, fenobarbital ou Hypericum perforatum, também conhecido por Hipericão) podem aumentar o metabolismo e diminuir as concentrações plasmáticas do dasatinib. Consequentemente, não é recomendado o uso concomitante de indutores potentes da CYP3A4 com SPRYCEL. Nos doentes a quem a rifampicina ou outros indutores da CYP3A4 estejam indicados devem ser utilizados agentes alternativos com menor potencial de indução enzimática.

Bloquedores da histamina-2 e inibidores da bomba de protões:

É provável que a supressão a longo prazo da secreção ácida gástrica pelos bloqueadores H2 e inibidores da bomba de protões (ex. famotidina e omeprazol) reduza a exposição ao dasatinib. Num estudo de dose única em indivíduos saudáveis, a administração de famotidina 10 horas antes de uma dose única de SPRYCEL reduziu a exposição ao dasatinib em cerca de 61%. Em doentes a receber terapêutica com SPRYCEL deve ser considerada a utilização de anti-ácidos em substituição dos bloqueadores H2 ou dos inibidores da bomba de protões (ver secção 4.4)

Anti-ácidos:

Os dados não clínicos demonstram que a solubilidade do dasatinib é dependente do pH. Em indivíduos saudáveis, o uso concomitante dos anti-ácidos hidróxido de alumínio/ hidróxido de magnésio com SPRYCEL reduziu a AUC de uma dose única de SPRYCEL em cerca de 55% e a Cmax em 58%. Contudo, quando os antiácidos foram administrados 2 horas antes de uma dose única de SPRYCEL, não foram verificadas alterações relevantes na concentração de/ ou exposição a SPRYCEL. Consequentemente, os anti-ácidos podem ser administrados até 2 horas antes ou 2 horas após a administração de SPRYCEL (ver secção 4.4).

Substâncias activas cujas concentrações plasmáticas podem ser alteradas pelo SPRYCEL:

O uso concomitante do dasatinib e de um substrato da CYP3A4 pode aumentar a exposição ao substrato da CYP3A4. Num estudo em indivíduos saudáveis, uma dose única de 100 mg de SPRYCEL aumentou a AUC e Cmax da exposição à simvastatina, um conhecido substrato da CYP3A4 em cerca de 20 e 37%, respectivamente. Não se pode excluir que o efeito seja maior após doses múltiplas de dasatinib. Consequentemente, os substratos da CYP3A4 conhecidos por terem um índice terapêutico estreito (ex. astemizol, terfenadina, cisaprida, pimozida, quinidina, bepridilo ou derivados ergotamínicos (ergotamina, di-hergotamina)) devem ser administrados com precaução a doentes a receber SPRYCEL (ver secção 4.4).

Os dados in vitro indicam um potencial risco de interacção com os substratos da CYP2C8, como as glitazonas.

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4.6 Gravidez e aleitamento Gravidez:

Não existem dados suficientes sobre a utilização do dasatinib em mulheres grávidas. Os estudos em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Desconhece-se o risco potencial para o ser humano.

SPRYCEL não deve ser utilizado durante a gravidez, a menos que tal seja claramente necessário. Se for usado durante a gravidez, a doente deve ser avisada do potencial risco para o feto. O efeito do dasatinib no esperma é desconhecido, pelo que tanto os homens como as mulheres com uma vida sexual activa deverão utilizar métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento.

Aleitamento:

A informação sobre a excreção do dasatinib no leite materno humano ou de animais é insuficiente/ limitada. Os dados físico-químicos e farmacodinâmicos/toxicológicos disponíveis do dasatinib apontam para a excreção do dasatinib no leite materno e não pode ser excluído o risco para o lactente. Durante o tratamento com SPRYCEL o aleitamento tem de ser suspenso.

4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas

Não foram estudados os efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. Os doentes deverão ser alertados para a possibilidade de ocorrerem efeitos indesejáveis, tais como tonturas e visão turva durante o tratamento com dasatinib. Consequentemente, deverá recomendar-se precaução na condução de veículos ou utilização de máquinas.

4.8 Efeitos indesejáveis

De um número total (911) de doentes tratados com SPRYCEL em ensaios clínicos que receberam uma dose inicial de 70 mg duas vezes por dia, 199 doentes (22%) tinham mais de 65 anos, enquanto que 33 doentes (4%) tinham mais de 75 anos. A duração média da terapêutica foi de 6 meses (intervalo 0-19 meses).

A maioria dos doentes tratados com SPRYCEL teve reacções adversas em alguma altura. A maioria das reacções foi de grau ligeiro a moderado, mas o tratamento foi suspenso devido a reacções adversas em 6% dos doentes com LMC em fase crónica, em 5% com LMC em fase acelerada, em 11% com LMC em fase mieloblástica e em 6% com LMC em fase linfoblástica ou LLA Ph+.

A maioria dos doentes intolerantes ao dasatinib com LMC em fase crónica toleraram o tratamento com dasatinib. Cerca de 30% dos doentes desenvolveram a mesma toxicidade do que com o imatinib (13% desenvolveram toxicidade não hematológica semelhante à da terapêutica prévia com imatinib); foram geralmente de gravidade mais baixa e não levaram à descontinuação do tratamento com dasatinib). As reacções adversas mais frequentemente notificadas foram retenção de líquidos (incluindo derrame pleural), diarreia, erupção cutânea, cefaleias, hemorragia, fadiga, náuseas e dispneia (Quadro 2). A neutropenia febril relacionada com o fármaco foi notificada em 4% dos doentes.

As reacções adversas diversas, tais como derrame pleural, ascite, edema pulmonar e derrame pericárdico com ou sem edema superficial, podem ser descritas colectivamente como "retenção de líquidos". O uso de dasatinib está associado à retenção de líquidos com casos graves em 7% dos doentes. Foram notificados derrame pleural grave e pericárdico em 4% e em < 1% dos doentes, respectivamente. Foram notificados ascite grave e edema generalizado, cada um, em < 1%. Menos de 1% dos doentes tinham tido edema pulmonar grave não-cardiogénico. Os acontecimentos de retenção de líquidos foram tipicamente controlados com medidas de cuidados de suporte que incluem diuréticos ou ciclos curtos de esteróides (ver secção 4.4).

Em doentes a tomar SPRYCEL foram notificados acontecimentos hemorrágicos relacionados com o fármaco, que variaram desde petéquias e epistaxe a hemorragias gastrointestinais graves e hemorragias do SNC (ver secção 4.4). Ocorreram hemorragias graves do SNC < 1% dos doentes; 3 casos foram fatais e dois deles foram associados a trombocitopenia de grau 4 CTC. Ocorreu hemorragia

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gastrointestinal grave em 5% dos doentes e geralmente requereu interrupção do tratamento e transfusões. Outros tipos de hemorragias graves ocorreram em 2% dos doentes. A maioria dos acontecimentos hemorrágicos foi tipicamente associado a trombocitopenia grave.

Nos ensaios clínicos foi recomendado que o tratamento com imatinib fosse descontinuado pelo menos 7 dias antes de iniciar o tratamento com SPRYCEL.

Reacções adversas:

As reacções adversas que se seguem foram notificadas em doentes nos ensaios clínicos de SPRYCEL. Estas reacções são apresentadas por classes de sistemas de órgãos e por frequência. As frequências são definidas como: muito frequentes (≥ 1/10); frequentes (≥ 1/100 a < 1/10); pouco frequentes (≥ 1/1.000 a ≤ 1/100). Os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade dentro de cada classe de frequência.

As reacções adversas farmacológicas, excluindo alterações aos valores laboratoriais, que foram notificadas em ≥ 5% dos doentes nos ensaios clínicos de SPRYCEL estão indicadas no Quadro 2:

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Quadro 2 Reacções adversas medicamentosas notificadas ≥ 5% em ensaios clínicos Total de Doentes (n= 911)

Percentagem de doentes (%)

Todos os graus Graus 3/4

Infecções e infestações

Frequentes: infecção (incluindo

bacteriana, viral, fúngica, não-específica) 8 2

Doenças do metabolismo e da nutrição

Muito frequentes: anorexia 11 < 1

Doenças do sistema nervoso

Muito frequentes: cefaleias 24 1

Frequentes: tonturas, 6 < 1

neuropatia (incluindo neuropatia

periférica) 5 < 1

Vasculopatias

Muito frequentes: hemorragia, 23 7

das quais: hemorragia

gastrointestinal, 8 5

e hemorragia do SNC 1 < 1

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino

Muito frequentes: derrame pleural, 19 4

dispneia 19 3

Frequentes: tosse 8 < 1

Doenças gastrointestinais

Muito frequentes: diarreia, 34 4

náuseas, 22 1

vómitos 13 1

Frequentes: dor abdominal, < 10 < 1

distensão abdominal, 6 0

inflamação das mucosas (incluindo

mucosite/estomatites) 6 < 1

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos

Muito frequentes: erupção cutâneaa 24 1

Frequentes: prurido, 7 0

alopécia 5 0

Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos

Muito frequentes: dor

musculo-esquelética 14 1

Frequentes: artralgia, 7 < 1

mialgia 6 < 1

Perturbações gerais e alterações no local de administração

Muito frequentes: edema superficialb 24 < 1

fadiga, 23 2

pirexia, 15 2

astenia, 12 2

Frequentes: dor 8 < 1

a Inclui eritema, erupção cutânea exfoliativa, eritema generalizado, milia, erupção cutânea, erupção cutânea

Referências

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