A
CCOSTAMENTICesare Pavese
La Casa1
L’uomo solo ascolta la voce calma
con lo sguardo socchiuso, quasi un respiro gli alitasse sul volto, un respiro amico che risale, incredibile, dal tempo andato.
L’uomo solo ascolta la voce antica
che i suoi padri, nei tempi, hanno udita, chiara
e raccolta, una voce che come il verde degli stagni e dei colli incupisce a sera.
L’uomo solo conosce una voce d’ombra, carezzante, che sgorga nei toni calmi di una polla segreta: la beve intento,
occhi chiusi, e non pare che l’abbia accanto.
È la voce che un giorno ha fermato il padre di suo padre, e ciascuno del sangue morto. Una voce di donna che suona segreta sulla soglia di casa, al cadere del buio.
1PAVESE, Cesare. La Casa (settembre ’40). In:______. Poesie: Lavorare stanca – Verrà la Morte e avrà i tuoi Occhi. Milano: Mondadori, 1980, p. 202.
TRICEVERSA
Revista do Centro Ítalo-Luso-Brasileiro de Estudos Lingüísticos e Culturais ISSN 1981 8432
www.assis.unesp.br/cilbelc
* * * * * * * * *
Francesco Guccini
Radici2
La casa sul confine della sera oscura e silenziosa se ne sta respiri un’aria limpida e leggera e senti voci forse di altra età.
La casa sui confini dei ricordi la stessa sempre come tu la sai e tu ricerchi là le tue radici se vuoi capire l’anima che hai.
Quanti tempi e quante vite sono scivolate via da te come il fiume che ti passa attorno; tu che hai visto nascere e morire gli
antenati miei lentamente, giorno dopo giorno;
ed io l’ultimo ti chiedo se conosci in me qualche segno, qualche traccia di ogni vita o se solamente io ricerco in te
risposta ad ogni cosa non capita.
Ma è inutile cercare le parole la pietra antica non emette suono o parla come il mondo e come il sole parole troppo grandi per un uomo.
E te li senti dentro quei legami
i riti antichi e i miti del passato e te li senti dentro come mani ma non comprendi più il significato.
Ma che senso esiste in ciò che è nato dentro ai muri tuoi tutto è morto e nessuno ha mai
saputo o solamente non ha senso chiedersi io più mi chiedo e meno ho conosciuto ed io l’ultimo ti chiedo se così sarà per un altro dopo che vorrà capire e se l’altro dopo ti troverà
il solito silenzio senza fine.
La casa è come un punto di memoria le tue radici danno la saggezza e proprio questa è forse la risposta e provi un grande senso di dolcezza.
* * * * * * * * *
Cesare Ruffato
Poi la voce di mia madre suscita3 Poi la voce di mia madre suscita micropoesia legami trasparenti l'aria pensosa di mio padre fertili boschi nelle mani per la vitalità affievolita.
In questa soglia il vuoto della nostra
proprietà declina un gioco leale
con la morte. Credo proprio che questo giorno porti salvo un paese straniero un ritmo unico di istantanee.
* * *
Scomparsa la casa della maestra4
Scomparsa la casa della maestra mia madre e dei miei natali spianati il prato d’erba con pozzo e fondo terra battuto
per un polveroso cupo parcheggio di macchine e memorie sapide elementari il piccolo orto nel retro col verde fiorito nidi farfalle e lucciole. Lo sguardo non può inseguire molecole d’aria soltanto echi fondi di mente e cuore nel triste pallore di stagioni
ormai deterse del fanciullo diario. Ogni tanto ricerco per divario qualche vocabolo e volto vernacoli dell’idioma materno primo alimento bioritmico e fonte di gioia e libertà. Se ne sono andati ad altri silenziosi lidi con baluginìo e fruscìo d’ali ed echi non mi potranno più scavare
4Poesia inédita.
e parlare di vero panamore.
* * * * * * * * * * * *
APROXIMAÇÕES5
Cesare Pavese6
A Casa
O homem só escuta a voz calma
de olhos semicerrados, como se um sopro volteasse em seu rosto, um sopro amigo que remonta, é incrível, aos tempos idos.
O homem só escuta a voz antiga
que seus pais, no tempo, ouviram, clara e contida, uma voz que como o verde de charcos e colinas escurece à noite.
O homem só conhece a voz de sombra, acariciante, que brota nos tons calmos de uma fonte secreta: bebe-a atento,
de olhos fechados, nem parece estar a seu lado.
É a voz que um dia deteve o pai
de seu pai, e um a um os do sangue morto. Uma voz de mulher que soa secreta
no umbral da casa, ao findar do dia.
5Traduções de Mariarosaria Fabris.
6Santo Stefano Belbo (Cuneo, Piemonte), 1908 – Turim (Piemonte), 1950. Escritor, ensaísta e tradutor.
* * * * * * * * *
Francesco Guccini7
Raízes
A casa nos confins do anoitecer escura e silenciosa vai ficar respiras límpido e suave ar
vozes de outrora em ti ouves crescer.
A casa nos confins das lembranças a que sempre te foi dado conhecer é lá que buscarás tuas raízes se tua alma quiseres entender.
Quantos tempos e quantas vidas a escorrer de ti como o rio que passa a teu lado; tu que vistes nascer e morrer, dia após dia, um a um meus antepassados; e eu, o último, pergunto se reconheces em mim
algum sinal ou traço dessas vidas ou se só uma resposta eu busco em ti para toda coisa não compreendida.
Mas nessa busca as palavras somem a pedra antiga cala seu soar
ou como o mundo e o sol pode falar tantas palavras grandes para um homem.
Laços lá dentro bem guardados
ritos antigos, mitos do passado sentes dentro de ti feito mãos mas não entendes mais o que são.
Mas qual o sentido daquilo que nasceu entre teus muros tudo feneceu e ninguém soube ou inquirir-se não faz nenhum sentido, mais me inquiro e menos tenho sabido; e eu, o último, pergunto se assim será para outro que quiser entender e se, depois de mim, encontrará teu imutável e infindo emudecer.
A casa é como um ponto de memória tuas raízes dão a sabedoria
e talvez essa seja a resposta e a doçura de ti se apropria.
* * * * * * * * *
Cesare Ruffato8
Depois a voz de minha mãe suscita
Depois a voz de minha mãe suscita micropoesia, liames transparentes o ar pensativo de meu pai
férteis bosques nas mãos pela vitalidade enfraquecida. Nesta soleira o vazio de nossa propriedade declina um jogo leal
com a morte. Creio mesmo que este dia leve a salvo um país estrangeiro um ritmo único de instantâneos.
* * *
Sumida a casa da mestra
Sumida a casa da mestra minha mãe e dos meus natais assolados gramado com poço e terreno nivelado
por um poeiroso e sombrio estacionamento de carros
e saborosas lembranças primárias a pequena horta no fundo com o verde florido, ninhos, borboletas e vagalumes. O olhar não pode seguir
moléculas de ar apenas
ecos fundos de mente e coração na triste palidez de estações já desbotadas de diária infância.
De vez em quando busco por discordância algum vocábulo e vulto vernáculos
do idioma materno, primeiro alimento biorrítmico, fonte de alegria e liberdade. Foram-se para outras silenciosas
plagas num cintilar e roçar de asas e ecos não poderão mais cavar dentro de mim e falar de verdadeiro pan-amor.