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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);1452-1458 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

HIPOTIREOIDISMO EM CÃES

HYPOTHYROIDISM IN DOGS

Débora Juliana Rodrigues Martins

Diogo Ramos Leal

Resumo

A glândula tireóide está presente em todos os vertebrados e tem as funções de produzir, armazenar e liberar para a circulação sanguínea os hormônios tireoidianos, sendo também responsáveis pela atividade metabólica do organismo. Os hormônios tireoidianos são a triiodotironina (T3), que é responsável pelas ações da tireóide e a tiroxina (T4), um reservatório na circulação sanguínea para conversão em triiodotironina conforme necessidade metabólica. A não produção ou produção reduzida destes hormônios pela tireóide caracteriza o hipotireoidismo, uma afecção da glândula tireoide que acomete os animais domésticos, sendo mais comum na espécie canina. O Hipotireoidismo pode ser classificado como primário, secundário, terciário, congênito, iatrogênico e por neoplasia, conforme sua origem e local de ocorrência no organismo animal. Devido à ação destes hormônios de manter a atividade metabólica como um todo, a diminuição da produção hormonal leva ao aparecimento de vários sinais clínicos nos animais hipotireoideos. Após estabelecido o diagnóstico, o tratamento é eficaz e de fácil procedência. O prognóstico varia com a etiologia da enfermidade.

Palavras-Chave: endocrinologia; tireoide; canino;

Abstract

Introduction: The thyroid gland is present in all vertebrates and it has the functions of producing, storing and release to the blood circulation of the thyroid hormones, being also responsible for the metabolic activity of the organism. The thyroid hormones are the Triodotironina (T3), which is responsible for the actions of the thyroid and Thyroxine (T4), a reservoir in the circulation for conversion to Triodotironina as needed metabolic. the non-production or production reduced of these hormones by the thyroid characterized hypothyroidism, a disorder of the thyroid gland that affects domestic animals, being more common in the species canine. Hypothyroidism can be classified as primary, secondary, tertiary, congenital, iatrogenic and malignant disease, as its origin and place of occurrence in the body animal. Due to the action of these hormones maintain the metabolic activity as a whole, the decrease in hormone production leads to the appearance of several clinical signs in the animals hipotireoidos. After the established diagnosis, the treatment is effective and easy-to-origin. The prognosis varies with the etiology of the illness.

Keywords: endocrinology; thyroid; canine;

Contato: diogo.leal@icesp.edu.br

Introdução

A endocrinologia é uma área inovadora na clínica de pequenos animais, onde estuda sobre o metabolismo animal, sendo de grande importância. Essa área estuda o sistema endócrino, englobando as funções e disfunções dos hormônios produzidos pelo organismo (JUNIOR, 2015).

Algumas das doenças endócrinas em cães são: diabetes mellitus, hiperadrenocorticismo, hipoadrenocorticismo, obesidade, hiperlipidemia, hipertireoidismo, hipotireoidismo e menos comum a dermatose endócrina (alopecia x). O hipotireoidísmo é bem conhecido e comum na clínica veterinária, sendo causada pela inadequada produção ou liberação dos hormônios tireoidianos. As apresentações clínicas são variadas e acometem diversos sistemas, podendo causar, intolerância ao exercício e ao frio, ganho de peso acompanhado de diminuição do apetite, enrijecimento e perda de massa muscular, disfunção reprodutiva, alterações

cardiovasculares, dermatológicas, comportamentais, entre outras. Cães sem raça definida possuem baixo risco para a doença, tendo algumas raças pré-dispostas e não havendo predisposição sexual (ROESLER, 2016).

O diagnóstico do hipotireoidismo é baseado em uma combinação de sinais clínicos, alterações no exame físico, resultados de avaliações hematológicas, painel bioquímico sérico, além de testes de função da glândula tireóide. Para o tratamento é feito a administração de levotiroxina com dose inicial de 0,01 a 0,02 mg/kg BID (NELSON E COUTO, 2015).

O objetivo da elaboração deste trabalho é apresentar os principais aspectos clínicos do hipotireoidismo canino por meio de uma breve revisão de literatura a respeito e o relato de caso de um paciente atendido na Clínica Veterinária da Faculdade ICESP.

Anatomia e Fisiologia

Como citar esse artigo:

Martins DJR, Leal DR. HIPOTIREOIDISMO EM CÃES. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 1452-1458

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A glândula tireoide é o maior dos órgãos endócrinos que funcionam exclusivamente como glândula endócrina (ZACHARY E MCGAVIN, 2013), compõe-se de dois lobos ovais alongados no aspecto dorsolateral da traqueia que se prolongam do 5° ao 8° anel traqueal. As dimensões medias da tireoide são de 6 mm de altura x 1,5 cm de comprimento x 0,5 cm de largura, no entanto sua massa ideal ainda não está bem definida para as diversas espécies (Figura 1) O istmo é formado frequentemente pelo parênquima glandular. Uma pequena porção do parênquima é composta por células parafoliculares (ou C), essas células produzem calcitonina, um hormônio antagônico ao paratormônio em algumas espécies, ele também desempenha um papel no crescimento ósseo fetal e protege o esqueleto materno contra desmineralização excessiva (KONIG E LIEBICH, 2011; SACK E WENSING, 2010).

Figura 1 - A glândula tireoide do cão. (SACK E WENSING , 2010).

Os hormônios produzidos pelas células foliculares da glândula tireoide controlam a taxa metabólica, o crescimento, a temperatura do corpo, o metabolismo de carboidratos e os níveis de cálcio no corpo. A atividade secretora da glândula tireoide é regulada pelo TRH liberado pelo hipotálamo, sendo o hormônio ativador de tireotropina (TSH), um hormônio da adeno-hipofise, que estimula as células foliculares a sintetizarem tireoglobulina (glicoproteína) e secretarem T4 e T3 no sangue, que por sua vez, inibem a síntese do TSH, conforme Figura 2 (SANTOS E ALESSI 2014), portanto, o efeito global do TSH é aumentar os níves sanguíneos dos hormônios tireoideanos. A tri-iodotironina (T3) e a tiroxina ou tetraiodotironina (T4) tem atividade biológica, que são produzidas por células foliculares; esses folículos são preenchidos por uma substância em forma de gel, denominada coloide e formada por um complexo de proteína com iodo, a tireoglobulina. Estes hormônios atuam em todos os sistemas do organismo. O teor de iodo na dieta é essencial para a produção dos hormônios tireoidianos, que são os hormônios

mais importantes do metabolismo, permitindo que os mamíferos suportem períodos de privação do iodo, sem que haja um efeito imediato na produção dos hormônios tireoidianos (FRANDSON

et al., 2011; KONIG E LIEBICH, 2011)

Figura 2 - Eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano. (CUNNINGHAM E KLEIN , 2008)

As células parafoliculares ou células C (claras), são encontradas dispersas entre as células foliculares e a membrana basal que envolve as células dos folículos, possuem citoplasma grande e não corado. Estas células estão situadas na parede folicular, na membrana basal ou em pequenos grupos adjacentes aos capilares. São responsáveis pela síntese de calcitonina, um hormônio polipeptídio que promove a absorção de cálcio pelo sistema esquelético e inibe a reabsorção óssea pelos osteoclastos, sua produção é influenciada diretamente pelos níveis plasmáticos de cálcio. Quando a concentração sanguínea de cálcio é reduzida, o estimulo para a secreção de calcitonina diminui e numerosos grânulos de secreção acumulam-se no citoplasma das células C. (ZACHARY E MCGAVIN 2013; SANTOS E ALESSI 2014).

A função mais bem conhecida dos hormônios da tireoide é sua capacidade de aumentar o calor interno, elevando a taxa de consumo de oxigênio, resultando da ativação de algumas enzimas-chave. Os hormônios da tireoide estimulam as atividades metabólicas da maioria dos tecidos do corpo exceto pulmões, retina e baço (REECE, 2015).

Etiologia

Anormalidades estruturais ou funcionais da glândula tireoide podem levar à produção deficiente de hormônios tireoidianos. O hipotireoidismo primário é a forma mais comum deste distúrbio em cães, ele resulta de problemas intrínsecos e usualmente da destruição da glândula tireoide, sendo que os dois achados histológicos mais comuns são a tireoidite linfocítica

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e a atrofia idiopática. O hipotireoidismo congênito pode ser causado pela disgenesia da tireoide, disormonogênese, defeitos de transporte do T4, bociogenese ou, em casos raros, pela deficiência de iodo (CUNNINGHAM E KLEIN, 2008; NELSON E COUTO, 2015).

O hipotireoidismo secundário resulta da falha de desenvolvimento de tireotrofos hipofisários ou da disfunção dentro de células tireotróficas hipofisárias, causando diminuição da secreção de hormônio tireoestimulante (TSH) e uma deficiência “secundaria” na síntese e secreção de hormônios tireoidianos. O hipotireoidismo secundário também pode resultar da destruição de tireotrofos hipofisarios ou da supressão da função tireotrófica por hormônios, fármacos ou por radioterapia (NELSON E COUTO, 2015).

Raças predispostas ao hipotireoidismo incluem o Golden retriever, Doberman pinscher, Dachshund, Setter irlândes, Schnauzer miniatura, Dog alemão, Poodle miniatura, Boxer, Pastor de shetland, entre outros. As raças citadas manifestam os sintomas geralmente com 2 a 3 anos de idade, e nas raças de baixo risco os sintomas se manifestam em idade um pouco mais avançada, 4 a 6 anos (CUNNINGHAM E KLEIN 2008).

Sinais clínicos

De acordo com ANDRADE (2008) o hormônio tireoidiano é imprescindível para o desenvolvimento das funções metabólicas celulares normais, a falta dele afeta todo o sistema orgânico. Os sinais clínicos podem ser divididos em alterações metabólicas, cutâneas, cardiovasculares, reprodutivas, neuromusculares, oculares e gastrointestinais, esses sintomas estão reunidos no Quadro 1, a seguir.

Quadro 1 – Sinais clínicos do hipotireoidismo (ANDRADE, 2008).

Alterações metabólicas

Letargia, ganho de peso,

retardo mental e intolerância ao frio. Alterações

cutâneas

Alopecia endócrina simétrica ou assimétrica, hiperqueratose, hiperpigmentação,

comedos,“calda de rato”, “face trágica”(mixedema), seborreia, piodermite e otite externa. Alterações

cardiovasculares

Redução da contratilidade cardíaca, bradicardia, arritmias.

Alterações reprodutivas

Anestro persistente, cios silenciosos, cio irregulares, aborto, galactorreia, redução de libido, atrofia testicular. Alterações

neuromusculares

Fraqueza muscular, ataxia, sintomas vestibulares,

confusão, paralisa do nervo facial. Alterações Uveite, deposito lipídico na cornea,

oculares ceratoconjuntivite seca, ulcera de cornea. Alterações

gastrointestinais

Constipação, diarreia

Diagnóstico

Na medicina veterinária existem dificuldades em diagnosticar as anormalidades tireoidianas apenas por exames bioquímicos, seja por insuficiência de laboratórios especializados, testes com baixa especificidade, ou pelo alto custo dos exames. Portanto, a ultrassonografia se torna uma ferramenta extremamente valiosa para a avaliação tireoidiana, visto que se demonstra ser um exame promissor, e menos dispendioso que os métodos de diagnóstico tradicionais, além de conseguir diferenciar casos em que os testes convencionais tornam-se inconclusivos como na síndrome do eutireóideo enfermo que ocorre supressão das concentrações séricas de hormônios tireoidianos em cães eutireóideos em resposta a uma enfermidade associada, drogas ou até mesmo por uma flutuação aleatória na concentração sérica hormonal. No exame ultrassonográfico os lobos tireoidianos se apresentam homogêneos, bem delimitados e com forma fusiforme (NELSON e COUTO, 2015;MULLER, 2011).

O diagnóstico do hipotireoidismo é baseado na combinação de sinais clinicos, alterações no exames fisicos, resultados de hemograma, bioquimicos, ultrassom e teste de função da glandula tireoide. Existem diversos tipos de exames que podem ser realizados. O melhor teste disponível é um painel completo que compreende 8 tipos de análises, que vão identificar todas as possíveis alterações no funcionamento tanto da tireoide como da hipófise. São estes os exames realizados: T3 total, T4 total, T3 livre, T4 livre, anticorpos anti T3 e anti T4, anticorpos anti tireoglobulina e TSH. A dosagem hormonal do T4 total e TSH canino por radioimunoensaio também é uma técnica validada para caninos. (NELSON e COUTO, 2015; BLEICH, 2018).

Tratamento

A terapia inicial recomendada é a levotiroxina sintética, apresentada em formulações liquidas e comprimidos. A dose inicial é de 0,01 a 0,02 mcg/kg de peso corporal, na frequência inicial de 12 horas, podendo ter de ser ajustada para cada paciente. É necessário o monitoramento da resposta ao tratamento de 4 a 8 semanas após o inicio da terapia, devendo também ser mensuradas as concentrações de T4 e TSH de 4 a 6 horas após a administração de levotiroxina, (BORIN E CRIVELENTI, 2008; NELSON E COUTO, 2015).

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As recomendações de acordo com BRETAS (2007), são: Uso com cautela em pacientes geriátricos ou com hipoadrenocorticismo, doenças cardíacas ou diabetes. Efeitos adversos: Na sobredose, podem ocorrer taquicardia, polifagia, polidipsia, poliuria, excitabilidade, vomito, diarreia e hipertensão.

Relato de caso

No dia 14 de dezembro de 2017 foi atendido na Clínica Veterinária da Faculdade Icesp um canino, da raça schnauzer, macho, 13 anos de idade, peso 8 quilos, não castrado. As queixas do tutor foram abdômen abaulado há cerca de 1 ano, falha generalizada de pelos, com rugas na pele, polifagia, ingestão de objetos estranhos, secreção esbranquiçada nos ouvidos, cambaleando e tropeçando em objetos. Relatou ainda, ingestão hídrica normal, foram citados ainda um diagnóstico ultrassonográfico anterior de criptorquidismo abdominal e um quadro de anemia.

Ao exame clínico, o paciente apresentou hipotricose, hiperqueratose, hiperpigmentação, comedos, ataxia, déficit de propriocepção dos membros torácicos, abdômen abaulado, distendido, rígido e com sensibilidade a palpação, mucosas pálidas, levemente ictéricas, apatia, temperatura corporal: 37,6ºC, bulhas cardíacas normofonéticas e frequência cardíaca de 100bpm. Foram realizados os seguintes exames complementares: hemograma, creatinina, ALT, fosfatase alcalina, fosforo, triglicerideos, colesterol e glicemia. Os resultados dos exames hematológicos revelaram anemia normocítica, normocrômica não regenerativa e enzimas hepáticas aumentadas, hipercolesterolemia, hipergliceridemia, os principais resultados dos exames sanguíneos estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Resultado dos exames hematológicos. Data da coleta: 14/12/17.

Exames Resultados Valores de

referência Hemograma

(Hemácias)

3,90µl 5,5 – 8,5 x10/µl Creatinina 1,80 mg/dl 0,5 – 1,5 mg/dl

ALT/TGP 115 ui/l 10 – 88 ui/l

Fosfatase alcalina 298 ui/l 20 – 156 ui/l Fósforo 6,20 mg/dl 2,6 -6,2 mg/dl Trigicerídeos 557 mg/dl 20 – 112 mg/dl Colesterol total 501 mg/dl 135 – 270 mg/dl Glicemia 148 mg/dl Uréia 45 mg/dl 21 – 60 mg/dl

No dia 15 de dezembro o animal retornou à clinica veterinaria para realizar nova ultrassonografia abdominal, foi visualizado, fígado aumentado, hiperecóico com áreas hipoecogênicas, vesícula biliar com lama, baço com pequenas áreas hiperecóicas difusamente distribuídas no parênquima, testículo direito abdominal em região hipogástrica direita, rins com calcificação de divertículos e pequenas áreas hiperecóicas na cortical e adrenais com dimensões preservadas.

As suspeitas clínicas foram de doenças endócrinas, a primeira suspeita foi hiperadrenocorticismo, seguida de hipotireoidismo. No dia 18/12/17 o animal retornou à clínica para ser internado e foi feito teste de supressão com baixa dose de dexametasona (0,02mg/kg EV), o resultado foi negativo para hiperadrenocorticismo, sendo que os valores de Cortisol basal, segunda e terceira dosagem estavam dentro dos valores de referência da espécie.

O paciente retornou a clínica dia 13/04/18 com piora do quadro de propriocepção e fezes escuras/duras, mucosas pálidas, 7% de desidratação. Foi realizado exames de sangue: hemograma, creatinina, ALT, uréia e FA. Foram realizados exames de perfil tireoidiano (T4 total, T4 livre e TSH) no dia 16/04/18, os resultados estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 – Resultado do exame de perfil tireoidiano.

Hormônio Resultado Valores de referência

TSH 0,06 ng/ml 0,01 a 0,60 ng/ml

T4 livre 0,15 ng/ml 0,60 a 3,50 ng/ml

T4 total 6,20 ng/ml 12,0 a 40,0 ng/ml

Confirmado o diagnóstico de hipotireoidismo, iniciou-se o tratamento dia 26/04/18 (Figuras 1 e 2) com levotiroxina na concentração de 150 mcg/kg administrado de forma progressiva ao longo de 4 semanas: 1º semana: na dose de 4,2 mcg/kg (1/4 do comprimido) BID, 2º semana: na dose 8,4 mcg/kg (1/2 comprimido) BID, 3º semana: na dose de 12,6 mcg/kg (3/4 comprimido) BID, 4º semana em diante a dose de 17 mcg/kg (1 comprimido), BID, até novas recomendações, também foi prescrito combiron fólico (1/2 comprimido) SID, até novas recomendações e lactulona. Foi recomendado realização do teste após 2 meses do início do tratamento com tiroxina para que a dose e a frequência fossem ajustadas de acordo com a resposta ao tratamento.

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Figura 1 – Imagem do paciente em perfil no dia do início

do tratamento (26/04/2018).

Figura 2 – Imagem da face do paciente no dia do início do tratamento (26/04/2018).

No dia 08/06/18, o animal foi atendido com queixa de fezes pastosas, então foi prescrito tratamento com a redução da dose de tiroxina para 12,6 mcg/kg, ¾ comprimido, BID. Até a finalização do presente relato, o exame não foi realizado e por meio de contato telefônico o tutor em 18/10/2018, foi relatada a melhora do quadro clínico geral do animal (Figuras 3 e 4).

Figura 3 – Imagem da face do paciente no dia 18/10/2018 (Imagem cedidas pelo tutor).

Figura 4 – Imagem do paciente em perfil no dia do início no dia 18/10/2018 (Imagem cedida pelo tutor).

Discussão

Neste presente trabalho foi relatado o caso de um paciente com hipotireoidismo, que apresentou como sinais clínicos: hipotricose, hiperqueratose, hiperpigmentação, comedos, ataxia, déficit de propriocepção dos membros torácicos, abdômen abaulado, distendido, rígido e com sensibilidade a palpação, mucosas pálidas, levemente ictéricas, apatia, temperatura corporal: 37,6ºC, bulhas cardíacas normofonéticas e frequência cardíaca de 100bpm, as alterações características do hipotireoidismo foram de acordo com o apresentado por ANDRADE (2008), não apresentando alguns dos sinais reprodutivos e bradicardia, citado pelo autor.

Foram realizados exames de perfil tireideano (T4 total, T4 livre e TSH), como uma das formas de diagnostico, conforme relatado na literatura (NELSON E COUTO, 2015; MULLER, 2011).

O protocolo de tratamento prescrito neste relato, foi de acordo com citações na literatura por

BRETAS (2007)

, e outros como BORIN E

CRIVELENTI, (2008); NELSON E COUTO, (2015).

Considerações finais

O hipotireoidismo caracteriza-se por uma ausência ou diminuição na produção dos hormônios da glândula tireóide. Esses hormônios, a triiodotironina e a tiroxina, são responsáveis pela atividade metabólica do organismo animal e desempenha importantes funções fisiológicas. Toda via, quando há alteração na concentração plasmática e celular desses hormônios, diversos sinais clínicos podem estar presentes, sendo na maioria das vezes inespecíficos, dificultando assim o diagnóstico para o médico veterinário.

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Entretanto, após ser diagnosticado, o hipotireoidismo pode ser facilmente tratado com reposição hormonal. O prognóstico varia conforme o fator etiológico da enfermidade.

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças todos os dias para lutar pelo meu sonho.

Aos meus pais, noivo, familiares e amigos por todo apoio e carinho, sem vocês eu não teria conseguido.

Aos meus professores por todo ensinamento e paciência.

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Referências

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3. CUNNINGHAM JG, KLEIN BG. Tratado de fisiologia veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

4. DYCE KM, SACK WO, WENSING CJG. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 5. FRANDSON RD, WILKE WL. Anatomia e fisiologia dos animais de fazenda. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

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7. KONIG HE, LIEBICH HG. Anatomia dos animais domésticos. 4. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2011, pág. 583.

8. MCGAVIN MD, ZACHARY JF. Bases de patologia em veterinária. 2. ed -. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

9.

MULLER TR. Avaliação ultrassonográfica da glândula tireóide em cães hígidos de diferentes faixas

etárias. 22 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2011.

10. NELSON RW, COUTO CG. Medicina interna de pequenos animais. 5. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

11. REECE WO. Anatomia funcional e fisiologia dos animais domésticos. 3. ed. – (Reimpr). – São Paulo: Roca, 2015.

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