• Nenhum resultado encontrado

Efeito da embalagem em atmosfera modificada sobre a conservação de sardinhas (Sardinella brasiliensis)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Efeito da embalagem em atmosfera modificada sobre a conservação de sardinhas (Sardinella brasiliensis)"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

207 ���������������������

Resumo: O trabalho teve como objectivo avaliar o efeito da

embalagem de sardinhas (Sardinella brasiliensis) em atmosfera modificada. As amostras foram divididas em 5 lotes, embaladas com aproximadamente 1,5 L de a) ar (100%), b) N2 (100%), c) CO2 (100%), d) CO2/N2 40/60 ou e) CO2/N2 80/20 e termo-sela-das. Durante 18 dias de armazenamento, tomaram-se amostras determinando o pH, as bases voláteis totais (BVT), a concentra-ção de histamina e as contagens totais de microrganismos hete-rotróficos aeróbios, mesófilos e psichete-rotróficos. Os valores de pH aumentaram durante o tempo de armazenamento, com excecção das amostras armazenadas em 100% CO2. A evolução de BVT foi idêntica em todas as amostras, não apresentando diferenças significativas (p>0,1) entre as atmosferas estudadas. O início da produção de histamina foi observado em todas as amostras entre o 8o e 11o dia de estocagem, com exceção das amostras mantidas em 100% de CO2.Os microrganismos mesófilos, nas atmosferas enriquecidas com CO2, apresentaram fases de latência e tempos de duplicação semelhantes. Sob o ponto de vista microbiológico, as embalagens com CO2 demonstraram ser o melhor método de conservação. Entretanto, os resultados de BVT foram decisivos para definir a vida útil, já que o Regulamento da Inspeção Indus-trial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, Brasil, refere como limite o valor de 30 mg/100 g.

Palavras-chave: sardinha; atmosfera modificada; vida útil Summary: The objective of the work was to evaluate the effect

of modified atmosphere packaging on the shelf life of sardine (Sardinella brasiliensis). The samples were divided in 5 groups, filled with approximately 1.5 L of a) air (100%), b) N2 (100%), c) CO2 (100%), d) CO2/N2 40/60 or e) CO2/N2 80/20, and heat-sealed. During 18 days of storage, samples were taken and the pH, the total volatile bases (TVB), the histame concentration and the total counts of heterophilic aerobic mesophilic and psy-crophilic microorganisms were determined. The pH values in-creased during the storage period, except for the samples stored under 100% CO2. The changes on TVB were identical in all samples; significant differences (p>0.1) were not found among the studied atmospheres. The beginning of the histamine produc-tion was observed in all samples between the 8th and the 11th day of storage, except in samples maintained under 100% CO2. The mesophylic microorganisms, in enriched CO2 atmosphere,

presented similar lag phases and duplication times. Under the microbiological point of view, the packagings enriched with CO2 demonstrated to be the best preservation method. However, the results of BVT were decisive to define the shelf life, since a limit of 30 mg/100 g was defined by the Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, Brazil.

Keywords: sardine; modified atmosphere; shelf life

Introdução

De uma forma geral, o peixe fresco ou refrigerado apresenta uma vida útil bastante inferior aos demais tipos de tecidos musculares, podendo variar entre as diferentes espécies. Quando mantido sob refrigeração, a vida útil do mesmo pode ser estabelecida em torno de 2 a 5 dias, considerando-se, entre outros factores, a sua carga microbiana inicial e temperatura de armazena-mento (Parry, 1993). Este tempo pode ser considerado suficiente para a distribuição local do produto, porém, ao pensar-se em transportá-lo por longas distâncias, a associação de outros processos de conservação à refri-geração pode mostrar-se mais eficaz.

Além da aplicação do frio, outros métodos de con-servação são utilizados para o pescado, como a desi-dratação, a defumação, o calor, o ultra-som, o uso de conservantes, a fermentação, e mais recentemente, a ir-radiação e a atmosfera modificada. Vários estudos têm sido realizados em produtos de origem animal, visando avaliar o efeito da embalagem em atmosfera modifica-da (MAP) sobre a sua conservação. Esta consiste em substituir o ar que rodeia o produto que se pretende conservar, por um gás ou mistura de gases que ofereça as melhores condições para a manutenção da qualidade do produto por um período de tempo maior.

Em peixes, o estudo de misturas gasosas mais conve-nientes para a conservação e optimização do armazena-mento ainda não está totalmente realizado, assim como as modificações na caracterização sensorial e nos

pa-Efeito da embalagem em atmosfera modificada sobre a conservação de

sardinhas (Sardinella brasiliensis)

Effect of modified atmosphere packaging in sardine (Sardinella brasiliensis)

preservation

Márcia M. Lopes, Eliane T. Mársico, Leila G. Sobreiro, Leonardo P. Silva, Carlos A. Conte-Júnior, Henrique S. Pardi e Sérgio B. Mano*

Depto. de Tecnologia dos Alimentos, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal Fluminense – Rua Vital Brazil Filho, 64, 24.230-340, Niterói/RJ

* Correspondência: Telef.: 0 55 21 26299529, e-mail: MTASBM@VM.UFF.BR

(2)

RPCV (2004) 99 (552) 207-210 Lopes, M.M. et al.

208

râmetros físico-químicos e microbiológicos de várias espécies quando embaladas em MAP.

Alguns estudos demonstram a eficiência do uso de baixas concentrações de CO2 na conservação do pes-cado. Porém, na maioria dos casos, consideram-se ne-cessários níveis de CO2 superiores a 25% (Parkin et al., 1982). López-Gálvez et al. (1995) propõem uma com-binação de 40% O2 com 60% CO2 como uma alternati-va para o pescado, enquanto que Stiles (1990) revela a necessidade de uma mistura de CO2 e N2, assegurando ausência total de O2 na embalagem.

O objectivo do presente trabalho foi avaliar a evolu-ção do crescimento microbiano e as características físi-co-químicas de sardinhas (Sardinella brasiliensis) em-baladas em diferentes atmosferas gasosas, procurando avaliar as misturas mais adequadas para a conservação sob refrigeração, assim como diversificar as possibili-dades de conservação na indústria pesqueira.

Material e métodos

As amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) in-teira foram obtidas directamente num entreposto pes-queiro situado em Niterói - RJ, sendo, posteriormente, encaminhadas para o laboratório de Tecnologia de Ali-mentos da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. O transporte e acondicionamento das amostras foram efectuados em condições de temperatura e higiene adequadas, assegu-rando-se assim a manutenção das suas características. No momento da recepção, os peixes inteiros foram la-vados em água corrente, durante 5 a 10 minutos, para promover uma homogeneização do lote e introduzidas em embalagens plásticas de baixa permeabilidade, di-vididas em cinco lotes, de aproximadamente 1,5 L de a) ar (100%), b) N2 (100%), c) CO2 (100%), d) CO2/N2 40/60 ou CO2/N2 80/20 e termo-seladas. As amostras foram armazenadas a 4 ± 1 oC durante 18 dias. Durante

este período, tomaram-se amostras determinando o pH, as bases voláteis totais (BVT), a concentração de hista-mina e a contagem total de microrganismos heterotrófi-cos aeróbios mesófilos e psicrotrófiheterotrófi-cos. Os parâmetros de crescimento (fase de latência e tempo de duplica-ção) dos microrganismos foram determinados median-te a equação de Baranyi (Baranyi e Roberts, 1994).

A análise de pH foi realizada pelo método poten-ciométrico segundo técnica descrita no Manual do La-boratório Nacional de Referência Animal - LANARA (Anónimo, 1981b).

Para a análise de bases voláteis totais, utilizou-se o método de microdifusão em placa de Conway, segundo o mesmo manual.

A concentração de histamina foi determinada pelo método fluorimétrico (AOAC, 1980) após reacção com o-ftaldeído.

Para a contagem de microrganismos heterotróficos aeróbios mesófilos viáveis, seguiu-se o método pre-conizado pelo Manual LANARA (Anónimo, 1981a),

utilizando o meio de cultura ágar-ágar padrão para con-tagem (PCA), com incubação a 32 ± 2 °C e leitura em 24/48 h.

Para a contagem de microrganismos heterotróficos aeróbios psicrotróficos viáveis, utilizou-se o mesmo meio de cultura, mantendo-se as placas a 7 ± 2 °C e leitura em 7 a 10 dias.

Os resultados obtidos nas contagens bacterianas fo-ram tratados estatisticamente pelo método dos quadra-dos mínimos para obtenção de uma regressão linear, utilizando-se a equação de Baranyi e Roberts (1994) para a determinação dos parâmetros de crescimento dos microrganismos (fase de latência e tempo de du-plicação).

Resultados e discussão

Em relação ao pH, pode-se observar que os valores, conforme demonstrado na Figura 1, aumentaram du-rante o tempo de armazenamento, com excecção das amostras armazenadas em 100% CO2, que mantiveram o pH inicial (~6,65). Estes resultados estão de acor-do com diversos autores (Stiles, 1990; Hood e Mead, 1993; Mano et al., 1995) que descrevem que as altas concentrações de CO2 mantêm o pH inicial do músculo bovino armazenada por mais tempo, possivelmente pela transformação deste CO2 em ácido carbónico (H2CO3) ao solubilizar-se na parte aquosa do alimento. Outra explicação para esta manutenção do pH, conforme ex-plicam alguns autores (Banks et al., 1980; Ogrydziak e Brown, 1982), seria o crescimento predominante de

Lactobacillus, os quais acidificam o meio através da

produção de ácido lático.

A evolução das bases voláteis totais (BVT) foi idên-tica em todas as amostras, não apresentando diferenças significativas (p>0,1) entre as atmosferas estudadas, como pode ser observado na Figura 2. Todas as amos-tras atingiram 30 mg BVT/100 g em aproximadamente 6 dias. Debevere e Boskou (1997) observaram que file-tes de bacalhau refrigerados, armazenados em CO2/N2

FIGURAS 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,9 7,0 7,1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias pH

Ar 100% N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 1. Valores de pH de amostras de sardinha

(Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias mg BV T/1 00 g Ar N2 40%CO2 80%CO2 100%CO2

Figura 2. Valores de bases voláteis totais obtidos nas

amostras de sardinha (Sardinella

brasiliensis) armazenadas em diferentes

atmosferas, durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC.

Figura 1 - Valores de pH de amostras de sardinha (Sardinella brasilien-sis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à tem-peratura de 4 ± 1 oC.

(3)

209

RPCV (2004) 99 (552) 207-210 Lopes, M.M. et al.

(60/30), CO2/O2/N2 (60/20/20), CO2/O2/N2 (60/30/10) e CO2/O2 (60/40) atingiram, após 4 dias de armazena-mento a 6 ºC, valores elevados de BVT, considerando-se o alimento impróprio para o consumo.

Estas análises mostraram que, mesmo nos tratamen-tos onde houve inibição do crescimento microbiano, ocorreram alterações degradativas, possivelmente de-vido a processos enzimáticos autolíticos.

Özogul et al. (2004) testando o efeito da embalagem de atmosfera modificada e vácuo, sobre as mudanças químicas, sensoriais e microbiológicas em sardinhas mantidas a 4°C, determinaram que a vida comercial da sardinha embalada em atmosfera modificada foi de 12 dias, 9 dias no vácuo e 3 dias em ar. O crescimento bac-teriano foi mais acelerado nas amostras mantidas em ar, seguido pelas mantidas em vácuo e embalagem mo-dificada, respectivamente. A formação de BVT cresceu com o decorrer da estocagem. Quando a contagem total atingiu 106 UFC/g, o valor do BVT foi de

aproximada-mente 15 mg/100 g de músculo para todas as formas de estocagem. Concluiu-se que a estocagem de sardinhas em atmosfera modificada diminuiu a produção de

de-rivados do ATP, inibindo o crescimento bacteriano e a formação de BVT.

Molin et al. (1983) observaram um aumento da vida útil de filetes de arenque armazenados em CO2 (100%), o que está de acordo com os resultados obtidos no pre-sente trabalho, onde as amostras armazenadas em CO2 (100%) apresentaram os menores valores na contagem total de microrganismos mesófilos. A eficiência do CO2 na conservação do pescado também foi verificada por Killefer (1930), que observou um aumento de 2 a 3 ve-zes na vida útil do pescado fresco.

As amostras mantidas em ar (100%) e N2 (100%) apresentaram um aumento progressivo na contagem total de microrganismos mesófilos a partir do 5º dia de armazenamento, atingindo valores de 107 UFC/g no 11º

dia (Figura 3). Resultados semelhantes foram encon-trados por Morales e Negron (1996), que observaram um aumento considerável na contagem de microrga-nismos mesófilos em filetes de tilápia armazenados em N2 (100%), mantidos sob refrigeração. Também traba-lhando com filetes de tilápia (Tilapia rendali), Kuang et

al. (1998), constataram que as amostras mantidas em ar

6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,9 7,0 7,1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias pH

Ar 100% N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 1. Valores de pH de amostras de sardinha

(Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias mg BV T/1 00 g Ar N2 40%CO2 80%CO2 100%CO2

Figura 2. Valores de bases voláteis totais obtidos nas

amostras de sardinha (Sardinella

brasiliensis) armazenadas em diferentes

atmosferas, durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC.

Figura 2 - Valores de bases voláteis totais obtidos nas amostras de

sar-dinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas, durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC.

Figura 3 - Valores médios da contagem de microrganismos

heterotrófi-cos aeróbios mesófilos viáveis de amostras de sardinha (Sardinella

bra-siliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4±1 oC.

Figura 4 - Valores obtidos na contagem de microrganismos

psicrotró-ficos de amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1 oC.

Figura 5 - Evolução da produção de histamina em amostras de sardinha

(Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4±1oC.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias Lo g U FC /g Ar 100% N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 3. Valores médios da contagem de

microrganismos heterotróficos aeróbios mesófilos viáveis de amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4±1 oC. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias Lo g U FC /g Ar 100%N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 4. Valores obtidos na contagem de

microrganismos psicrotróficos de amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1oC. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias Lo g U FC /g Ar 100% N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 3. Valores médios da contagem de

microrganismos heterotróficos aeróbios mesófilos viáveis de amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4±1 oC. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias Lo g U FC /g Ar 100%N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 4. Valores obtidos na contagem de

microrganismos psicrotróficos de amostras de sardinha (Sardinella brasiliensis) armazenadas em diferentes atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4 ± 1oC. 0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Dias m g/ 10 0g Ar 100% N2 40% CO2 80% CO2 100% CO2

Figura 5. Evolução da produção de histamina em

amostras de sardinha (Sardinella

brasiliensis) armazenadas em diferentes

atmosferas durante dezoito dias, à temperatura de 4±1oC.

(4)

RPCV (2004) 99 (552) 207-210 Lopes, M.M. et al.

210

(100%) a 0ºC apresentaram uma vida útil de 10 dias. Os microrganismos mesófilos, nas atmosferas en-riquecidas com CO2, apresentaram fases de latência (~5,5 d) e tempos de duplicação (~59 h) semelhantes e superiores aos obtidos nas atmosferas de ar e N2 (aproximadamente 4,0 d e 11,5 h). Reddy et al. (1995) também evidenciaram um aumento da fase de latência e tempo de duplicação para os microrganismos mesófi-los em estudo realizado com filetes de salmão armaze-nados a 4 ºC em CO2/N2 (75/25).

Estes mesmos parâmetros (fase de latência e tempo de duplicação) demonstraram, no estudo da flora psi-crotrófica (Figura 4), um aumento progressivo e de acordo com o aumento da concentração de CO2.

O início da produção de histamina foi observado em todas as amostras entre o 8o e 11o dia de

armazena-mento (Figura 5), com excecção das amostras mantidas em CO2 (100%), onde não foi detectada, o que está de acordo com a temperatura de armazenamento e a inibi-ção do crescimento microbiano.

Pode-se concluir, de acordo com os resultados obti-dos, que sob o ponto de vista microbiológico as embala-gens enriquecidas com CO2 demonstraram ser o melhor método de conservação. Entretanto, apesar da inibição do crescimento microbiano ocorrido nas amostras ar-mazenadas em atmosferas enriquecidas com CO2, os resultados de BVT foram decisivos para definir o prazo de vida comercial, já que o RIISPOA (Anónimo, 1997) descreve como limite o valor de 30 mg/100 g.

Porém, é importante salientar que apesar da inibição sob o ponto de vista microbiológico, e conseqüente au-mento de vida útil, devem ser realizados novos estudos visando avaliar o efeito da atmosfera modificada sob o aspecto sensorial do produto, já que este é um fator decisivo no consumo.

Bibliografia

Anónimo (1981a). Ministério da Agricultura, Secretaria Nacio-nal de Defesa Agropecuária. Laboratório de Referência Animal (LANARA). Métodos analíticos oficiais para con-trole de produtos de origem animal e seus ingredientes I.

Métodos Microbiológicos. Brasília.

Anónimo (1981b). Ministério da Agricultura, Secretaria Nacio-nal de Defesa Agropecuária. Laboratório NacioNacio-nal de Re-ferência Animal (LANARA). Métodos analíticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingre-dientes II. Métodos Físico Químicos. Brasília.

Anónimo (1997). Ministério da Agricultura, Departamento Na-cional de Inspeção de Produtos de Origem Animal.

Regu-lamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA.

Banks, H., Nickelson, R., Finne, G. (1980). Shelf life studies on carbon dioxide packed finfish from de Gulf of Mexico.

Journal of Food Science, 45, 157-162.

Baranyi, J., Roberts, T.A. (1994). A dynamic approach to pre-dicting bacterial growth in food. International Journal of

Food Microbiology, 23, 277-294.

Debevere, J., Boskou, G. (1997). Effect of modified atmosphere packaging on the TVB/TMA producing microflora of cod fillets. International Journal of Food Microbiology, 31, 221-229.

Hood, D.E., Mead, G.C. (1993). Modified atmosphere storage of fresh meat and poultry. Principles and applications of

modified atmosphere packaging of food (ed. Parry, R.T.). Blackie Academic & Professional, London. p. 269-298. Killefer, D.H. (1930). Carbon dioxide preservation of meat and

fish. Industry Engineering Chemistry, 22, 140-143. Kuang, H.L., Chi, C.Y., Chyi, S.L., Chau, J.C. (1998). Effect of

modified atmosphere packaging on shelf-life, chemical properties and color changes of fresh tilapia fillets. Food

Science – Taiwan, 25, 477-489.

López-Gálvez, D., Hoz, L. de la., Ordóñez, J.A. (1995). Ef-fect of carbon dioxid and oxygen enriched atmospheres on microbiological and chemical changes in refrigerated tuna (Thunnus alalunga) steaks. Journal Agriculture Food

Chemistry, 43, 483-490.

Mano, S.B., Garcia DE Fernando, G.D., López-Gálvez, D., Selgas, M.D., García, M.L., Cambero, M.I., Ordónez, J.A. (1995). Growth/survival of natural flora and Listeria

monocytogenes on refrigerated uncooked pork and turkey packaged under modified atmospheres. Journal of Food

Safety, 15, 305-319.

Molin, G., Stenstrom, I.M., Ternstrom, A. (1983). The chemi-cal flora of herring fillets after storage in carbon dioxide, nitrogen or air at 2ºC. Journal of Applied Bacteriology, 55, 49-56.

Morales, W., Negron, E. (1996). Shelf life of modified atmo-sphere-packaged smoked tilapia stored under refrigeration.

IFT Annual Meeting: book of abstracts, p. 130.

Ogrydziak, D.M., Brown, W.D. (1982). Temperature effects in modified atmosphere storage of seafoods (review). Food

Technology, 3, 86, 88, 90-91, 94-96.

Özogul, F, Polat, A., Özogul, Y. (2004). The effects of modified atmosphere packaging and vacuum packaging on chemi-cal, sensory and microbiological changes of sardines

(Sar-dina pichardus). Food Chemistry, 85, 49-57.

Parkin, K.L., Wells, M. J., Brown, W.D. (1982). Modified atmo-sphere storage of rockfish fillets. Journal of Food Science, 47, 181.

Parry, R.T. (1993). Envasado de los alimentos en atmósfera

mo-dificada. Madrid (España): A Madrid Vicente.

Reddy, N.R., Villanueva, M., Kautter, D.A. (1995). Shelf life of modified atmosphere-packaged fresh salmon fillets stored under refrigeration and temperature abuse conditions. Con-ference Proceedings, IFT Annual Meeting. p. 167. Stiles, M.E. (1990). Scientific principles of control/modified

at-mosphere packaging. Modified atat-mosphere packaging of

food (eds. Ooraikul B. e Stiles M.E.). Ellis Horwood, New York.

(5)
(6)

RPCV (2004) 99 (552) 207-210 Lopes, M.M. et al.

(7)
(8)

RPCV (2004) 99 (552) 207-210 Lopes, M.M. et al.

(9)

Referências

Documentos relacionados

A abordagem da dormência de sementes em aveia preta (Avena strigosa Schreb.) focou três estratégias para a obtenção de genótipos portadores de alelos favoráveis

 Os cursos de licenciatura são os que apresentaram os maiores índices de reprovações, ou seja, o de Estatística (43%), Física (33%) e Química (60%) (a primeira e segunda

Não se trata aqui de um grupo de profissionais da mesma área, pois para resolver problemas complexos são necessários profissionais de áreas distintas, que em sua diversidade

Para realizar essa análise, exploraremos os níveis do percurso gerativo de sentido, tratando, em relação ao nível discursivo, as escolhas sincréticas do enunciador usadas

As solenidades oficiais de colação de grau realizadas no Campus Universitário “Reitor João David Ferreira Lima” serão organizadas pelo Departamento de Cultura

A outra, Branco sai, Preto fica (2014), de Adirley Queirós, também se afasta da construção narrativa típica do documentário de memória e se edifica por uma estrutura

O título da pesquisa Desenvolvimento Regional em Goiás: o caso da Região Norte – 2000 a 2015 tem como objetivo investigar as ações proposta pelo Governo de Goiás, através

Nesta pesquisa, foi de nosso interesse aplicar as tecnicas de analise de componentes principais, para reduzir o numero de variaveis, criando novas