• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL COORDENAÇÃO CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E DE NEGÓCIOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL COORDENAÇÃO CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E DE NEGÓCIOS"

Copied!
73
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

COORDENAÇÃO CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E DE NEGÓCIOS

INFORMALIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO:

UMA ANALISE DOS RESULTADOS DO SIMPLES NACIONAL PARA A FORMALIZAÇÃO DO EMPREGO ENTRE 2006 E 2013.

AMIR ALI AUGUSTO EL KHECHEN GRACE MENDES JORGE NATASHA BIUM OLIVEIRA PALOMA CRISTINA GIACOMONI

RAUL OLIVEIRA DA SILVA

SÃO PAULO – SP 2020

(2)

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

COORDENAÇÃO CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E DE NEGÓCIOS

INFORMALIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO:

UMA ANALISE DOS RESULTADOS DO SIMPLES NACIONAL PARA A FORMALIZAÇÃO DO EMPREGO ENTRE 2006 E 2013.

AMIR ALI AUGUSTO EL KHECHEN GRACE MENDES JORGE

NATASHA BIUM OLIVEIRA

PALOMA CRISTINA GIACOMONI RAUL OLIVEIRA DA SILVA

Monografia apresentada ao curso superior de Ciências Econômicas, da Universidade Cruzeiro do Sul, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Ciência Econômicas, sob a orientação do Prof. Ivan Lucon Monteiro Jacob.

SÃO PAULO – SP 2020

(3)

TERMO DE APROVAÇÃO E DIREITOS AUTORAIS

AMIR ALI AUGUSTO EL KHECHEN GRACE MENDES JORGE NATASHA BIUM OLIVEIRA PALOMA CRISTINA GIACOMONI

RAUL OLIVEIRA DA SILVA

Esta monografia foi examinada pelos professores abaixo relacionados e aprovada com nota final ____________ (_______________________________________).

Prof. Mestre Ivan Lucon Monteiro Jacob (Orientador).

Prof. Dr. Mestre Nelson Calssavara Garcia Junior.

Prof. Dr. Mestre Bruno Leonardo Silva Tardelli.

Autorizo a disponibilização desta monografia para consulta pública e utilização como referência bibliográfica, mas sua reprodução total ou parcial somente pode ser feita mediante autorização expressa do autor, nos termos da legislação vigente sobre direito autorais.

(4)

RESUMO

A presente pesquisa busca, através de uma breve revisão bibliográfica sobre a informalidade e, destacando a importância das Micro e Pequenas Empresas no cenário nacional, em especial as do Estado de São Paulo, analisar como a implantação do Simples Nacional, programa de tributação que prevê tratamento diferenciado aos micro e pequenos negócios, afetou o número de pessoas ocupadas com carteira de trabalho assinado e seu reflexo sobre a diminuição da informalidade no Estado, através da analise dos dados de empresas optantes pelo regime de tributação e a evolução do pessoal ocupado nestas no período de 2006 a 2013. Palavras chave: Informalidade no Estado de São Paulo, Micro e Pequenas Empresas, Simples Nacional, Ocupação com carteira de trabalho assinada, Ocupação sem carteira de trabalho assinada.

(5)

ABSTRACT

The present essay seeks, through a concise bibliographic review about the informality and, by highlighting the significance of small business in the national state, notably the ones in São Paulo State, to analyze how the introduction of the Simples Nacional, tax system that establish special treatment for small business, had reflected on the lowering rates of informal employment and the rising formalization at São Paulo State, by the data exam of joined businesses and the improvements in number of employees inside these ones in the length of time from 2006 to 2013.

Key words: Informality in São Paulo State, Small Business, Simples Nacional, Formal Employment, Informal Employment.

(6)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Categorização de empresas por número de funcionários...15 Tabela 2 - Quantidade de empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção...16 Tabela 3 - Quantidade de empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção...16 Tabela 4 - Quantidade de empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção...17 Tabela 5 - Quantidade de empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços...18 Tabela 6 - Quantidade de empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços...19 Tabela 7 - Total de empresas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços...20 Tabela 8 - Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção...21 Tabela 9 - Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção...21 Tabela 10 - Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção...22 Tabela 11 - Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços...23 Tabela 12 - Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços...24 Tabela 13 - Total de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços...25 Tabela 14 - Total de salários pagos em micro e pequenas empresas não agrícolas no Brasil...26 Tabela 15 - Total de salários pagos em empresas não agrícolas no Brasil...26 Tabela 16 - Total de salários pagos em micro e pequenas empresas não agrícolas no Brasil...27 Tabela 17 - Quantidade de empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e Construção...27 Tabela 18 - Quantidade de empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e Construção...28

(7)

Tabela 19 - Quantidade de empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção...28 Tabela 20 - Quantidade de empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços...29 Tabela 21 - Quantidade de empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços...30 Tabela 22 - Quantidade de empresas não agrícolas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços...31 Tabela 23 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e

Construção...32 Tabela 24 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e

Construção...33 Tabela 25 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e Construção...33 Tabela 26 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e

Serviços...34 Tabela 27 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e

Serviços...35 Tabela 28 - Quantidade de pessoas assalariadas em empresas não agrícolas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços...36 Tabela 29 - Total de salários pagos por Micro e Pequenas Empresas não agrícolas no Estado de São Paulo...37 Tabela 30 - Total de salários pagos por empresas não agrícolas no Estado de São Paulo...37 Tabela 31 - Tabela de empresas do setor informal, por número de pessoas

ocupadas, segundo grupo de atividade, no Brasil (1997 e 2003)...40 Tabela 32 - Empresas que declararam a RAIS no Estado de São Paulo (optantes e não optantes pelo Simples)...48 Tabela 33 - Empresas optantes pelo Simples no Estado de São Paulo, por número de empregados...49 Tabela 34 - Quantidade de empregados nas empresas optantes e não optantes pelo Simples, no Estado de São Paulo...49 Tabela 35 - Empregados nas empresas optantes pelo Simples no Estado de São Paulo, por número de empregados...50

(8)

Tabela 36 - Número de funcionários e empresas optantes pelo Simples declarados na RAIS, no Estado de São Paulo, por seguimento econômico...50 Tabela 37 - Número médio de empregados nas empresas optantes e não optantes no Estado de São Paulo, declaradas na RAIS...51

(9)

GLOSSÁRIO

CEMPRE - Cadastro Central de Empresas

CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina e Caribe CGSN - Comitê Gestor do Simples Nacional

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

Cofins - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social CPP - Contribuição Patronal Previdenciária

CSLL - Contribuição Social sobre Lucro Liquido DAS - Documento de Arrecadação do Simples ECINF - Economia Informal Urbana

EPP - Empresa de pequeno porte FGV - Faculdade Getulio Vargas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

ICMS - Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação

IOF - Imposto sobre operações financeiras IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados IRPJ - Imposto sobre a renda da pessoa Jurídica ISS - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ME - Micro empresa

MEI - Microempreendedor individual MPEs - Micro e Pequenas Empresas

OIT - Organização Internacional do Trabalho PEA - População Economicamente Ativa PIB - Produto Interno Bruto

PJ - Pessoa Jurídica

PME - Pesquisa Mensal do Emprego

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

PREALC - Programa Regional de Emprego para América Latina e Caribe RAIS - Relação Anual de Informações Sociais

SCN - Sistema de Contas Nacional

(10)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO______________________________________________________ 1

1. INFORMALIDADE ________________________________________________2

1.1. Histórico do debate internacional sobre a informalidade...2

1.2. Matrizes teóricas desenvolvidas em relação a informalidade...4

1.2.1. Estruturalistas...5

1.2.2. Marxistas e Neomarxistas...6

1.2.3. Legalistas e Neoliberais...8

1.3. O debate teórico no Brasil...9

1.4. A informalidade no Brasil...10

2. AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS _______________________________14 2.1. Breve definição sobre Micro e Pequenas Empresas...14

2.2. Participação das MPEs na economia nacional...15

2.3. Participação das MPEs do Estado de São Paulo na economia nacional...27

2.4. As MPEs e a informalidade...38

2.5. Panorama de políticas públicas e regimes tributários...41

2.5.1. Panorama geral das políticas públicas...41

2.5.2. Regimes tributários...43

2.5.2.1. Simples Nacional...43

2.5.2.2. Lucro Real e Lucro Presumido...45

3. ANALISE DOS DADOS ___________________________________________46 3.1. Evolução do Simples Nacional no Estado de São Paulo ...46

3.1.1. Evolução do Simples Nacional segundo a legislação (1996-2013)...46

3.1.2. Avanço do número de optantes pelo Simples Nacional no Estado de São Paulo (2007 a 2013)...47

3.1.3. Análise do crescimento de optantes pelo Simples no Estado de São Paulo segundo dados RAIS (2007 a 2013)...48

(11)

3.2.1. Empregados com carteira assinada no setor privado, no Estado de São Paulo (2006 a 2013)...51 3.2.2. Pessoal ocupado, sem carteira de trabalho assinada no Estado de São Paulo (2007 a 2013)...52 3.2.3. Trabalhadores por conta própria no Estado de São Paulo (2007-2013)...53 3.2.4. População desocupada no Estado de São Paulo (2007 a 2013)...54

CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________________56

(12)

1

INTRODUÇÃO

Entre os muitos problemas que afetam o mercado de trabalho brasileiro, a informalidade é um que merece destaque. No caso brasileiro, o momento mais marcante ao que se refere a informalidade é o ocorrido no início da década de 1990 que, devido as diversas mudanças na dinâmica do mercado de trabalho, foi observado um aumento de atividades informais, quando a mesma chegou a representar 50% das ocupações.

O fenômeno, entretanto, não é recente e, com os estudos realizados pela OIT, países como o Brasil, passaram a enfrentar a tendência de informalização através de políticas públicas voltadas ao incentivo da formalização de empresas e por conseguinte de seu pessoal ocupado. É o caso do Simples Nacional, regime de tributação especial para micro e pequenos negócios que, com a unificação do recolhimento de impostos federal, estaduais e municipais, marcou o início de um período de crescente formalização dos pequenos negócios.

Assim, o presente estudo pretende analisar quais foram os resultados da implantação do Simples para a formalização de empregos após entrar em vigor, em 2007, até o ano de 2013. Para isso, foi realizada, em seu primeiro capitulo, uma breve revisão bibliográfica sobre a informalidade, levantando os principais estudos realizados acerca do tema e, um breve histórico da informalidade no caso brasileiro.

Ademais, em seu segundo capítulo, são aprofundados os conhecimentos em relação aos pequenos negócios, com suas definições e demonstração de seu papel na economia brasileira e, delineando a região que servirá de base para o estudo, o Estado de São Paulo, por sua relevância na economia brasileira.

Além disso, após um levantamento das políticas públicas voltadas a esses negócios, no terceiro e último capítulo, são analisados os dados sobre as empresas optantes pelo Simples e a evolução do número de ocupados com carteira assinada pelas mesmas no comparativo com os números de ocupados no Estado, buscando assim, entender como a medida impactou o mercado de trabalho brasileiro.

(13)

2

1. INFORMALIDADE

1.1 Histórico do debate internacional sobre a informalidade

Uma das primeiras observações realizadas acerca da informalidade, foi publicada por Arthur Lewis em 1954. Em seu estudo, buscou-se analisar a premissa de mão de obra ilimitada discutida por Smith, Marx e Keynes em países que não se enquadravam nas análises feitas por estes autores, assim, baseando-se em uma economia denominada formal ou tradicional, o mesmo constatou que haviam alguns pequenos comerciantes e empresários dos quais as atividades não se encaixavam ao quadro de formalidade como qual era conhecido, tampouco ao progresso do capitalismo moderno (Lewis, 1954, p. 1 e 2). A questão levantada por Lewis foi apenas debatida com afinco no início dos anos de 1970 com estudo proposto pela OIT, estudo este que foi considerado pioneiro, desenvolvido pelo antropólogo e economista Keith Hart. Nesse caso, fora observada a urbanização africana, caracterizada por um grande desequilíbrio estrutural e desemprego urbano. Isso se devia ao fato de que maior parte da população africana migrava para os centros urbanos, mesmo não havendo nenhum motivo claro para tal aglomeração uma vez que postos de trabalhos eram escassos e, a estrutura do mercado não dava conta de gerar a quantidade necessária de empregos para atender tamanha demanda. Para Hart, a maioria dessas pessoas não estaria então, necessariamente desempregada, mas estavam gerando uma renda de maneira não formal, através de ações próprias sem a regulamentação ou alcance do Estado. Assim, este tipo de interação passou a ser denominada como setor informal da economia urbana, entendido também como um fenômeno moderno resultante do processo de urbanização (OIT, 1972, p. 223 - 230). Cabe mencionar que, o estudo realizado por Hart teve caráter descritivo, não existindo àquela época um corpo teórico que pudesse determinar o que constituía a informalidade.

Ainda no final dos anos 60, a OIT havia criado o Programa Regional del Empleo para América Latina y el Caribe (PREALC), constituído para participar do Programa Mundial do Emprego, de caráter internacional, tinha como objetivo apresentar estratégias priorizando a geração de empregos após estudos

(14)

3

das economias da América Latina. Tais estudos eram norteados pelo entendimento da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) de que haveria uma insuficiência do crescimento econômico nos países subdesenvolvidos e economicamente atrasados, tornando impossível a universalização das relações trabalhistas e a estruturação de um mercado de trabalho homogêneo. Tal norteamento nas análises originou a matriz teórica conhecida como dos estruturalistas ou cepalinos, que será discutida mais à frente.

Em 1991, a OIT apresentou novo relatório sobre a informalidade na 78ª Conferência Internacional do Trabalho, intitulado de O dilema do setor não

estruturado, documento que consistia em um dilema no enfrentamento as

formais precárias e informais de trabalho. Tratava-se de uma opção entre, gradualmente eliminar as atividades que faziam parte da informalidade e a proposição de medidas que, aproveitando o potencial produtivo, visavam a geração de postos de trabalho formais e renda. Entretanto, era evidente que haveriam certas atividades das quais a conversão para o quadro de formalidade seriam quase que impossíveis. Assim, a OIT propôs que houvesse um apoio ao setor informal no sentido de eliminar situações de exploração e condições perenes de trabalho (Krein e Proni, 2010, p. 11 - 15).

Outra dificuldade apresentada, dizia respeito as diferenças internacionais na produção de estatísticas sobre o assunto, uma vez que não haviam uma padronização, o que se apresentou como uma barreira para o avanço do debate teórico sobre a economia informal (Krein e Proni, 2010, p. 11 - 15). Sobre isto, apenas em 1993, durante a 15ª International Conference of Labour Staticians, que a OIT promoveu um esforço na determinação de uma definição consensual ao ponto que fosse possível compatibilizar os critérios de mensuração, podendo assim ser adotado pela maioria dos países para uma base de informações sobre o mercado de trabalho.

O estudo da informalidade na América Latina desempenhado pela OIT, via como irrefutável o papel exercido pelo setor informal na dinâmica econômica e no mercado de trabalho. A maioria das ocupações geradas no final do século XX eram informais e, ao mesmo tempo, onde estavam concentrados os segmentos mais vulneráveis da sociedade (indivíduos sem qualificação e com renda abaixo da linha da pobreza) (Tokman, 2001, p. 9 - 15). Porém, no contexto

(15)

4

da elevada insegurança no mercado de trabalho e desigualdade social, foi reforçada a compreensão de que, o setor informal estava desempenhando um papel de relevância na geração de renda a parte da população que não tinha possibilidade de competir por um posto de trabalho formal (Neri e Fontes, 2010 - p. 12).

Com o reconhecimento da importância social e política do setor informal, foi adotada, pela OIT em 2002 durante a 90ª Conferência Internacional do Trabalho, uma abordagem ampliada alterando a denominação de setor

informal para economia informal, com o objetivo de englobar a diversidade e o

dinamismo das atividades informais. Além disso, foi constatado o fato de existirem, na maioria dos países, graus distintos de formalidade na estrutura econômica, que partiam da absoluta informalidade até a total formalidade.

Com tal constatação, a OIT deixou claro que, para que fosse possível uma redução das taxas de informalidade, eram necessárias ações governamentais no sentido de reduzir a burocracia e as excessivas taxações para as empresas, e outros processos que visassem a promoção da formalização das empresas e das relações de trabalho nestas (OIT, 2002, p. 95 - 118).

1.2. Matrizes teóricas desenvolvidas em relação a informalidade

Com o debate teórico estabelecido pela OIT, diversos estudos foram elaborados com o objetivo de encontrar uma explicação a informalidade nas sociedades, porém, como será observado a frente, existem diversas diferenças nas conclusões, uma vez que as estruturas econômica e de mercado de trabalho de cada país apresentam dessemelhanças.

Dos estudos realizados foram criadas as três principais matrizes teóricas1 sobre o assunto, são estas os Estruturalistas, os Marxistas e

Neomarxistas, e os Legalistas e Neoliberais.

1 O termo matriz teórica diz respeito às escolas econômicas das quais se originaram as linhas de estudos

(16)

5

1.2.1 Estruturalistas

Os estruturalistas procuram explicar o surgimento da economia informal através do desenvolvimento do capitalismo, encontrando sua ressonância no “modelo de Lewis”. Ramos (2007, p. 117) explica que o modelo foi desenvolvido na década de 1950 e, é caracterizado por uma economia dual transitória. Assim, de um lado existiria um setor moderno, dotado de grandes unidades produtivas e uma relação de trabalho regulamentada pelo Estado. Já do outro lado, haveria um setor tradicional, considerado arcaico ou rural que, seria detetor de unidade de produção focadas na utilização de mão de obra não regulamentada.

O setor tradicional seria, então, fornecedor de mão de obra para o setor moderno e, com o desenvolvimento gerado com o tempo, o setor tradicional viria a ser completamente absorvido, a partir daí, a economia seria considerada desenvolvida. O processo de reversão do modelo de Lewis era apenas uma questão de tempo, sendo assim, políticas públicas deveriam concentrar seu foco no setor moderno, conforme enfatizado por Ramos (2007, p. 117 - 121). O modelo garantia o desenvolvimento da economia nos moldes do que sucedeu nos países desenvolvidos, desde que houvessem politicas estimulando o investimento no setor moderno.

A experiência com os países desenvolvidos, em especial os da Europa, mostravam que este era o modelo de modernização a ser seguido: a) homogeneidade socioeconômica; b) assalariamento na estrutura ocupacional; c) domínio de relações de trabalho reguladas pelo Estado. Ocorre que, quando analisado o processo de desenvolvimento da América Latina, observou-se que este tipo de desenvolvimento não havia ocorrido nas décadas de 1960 e 1970, período marcado por um surto de industrialização.

Na análise de Baltar e Dedecca (1997, p. 67 - 68), a modernização da América Latina fora limitada, portanto, a homogeneização das economias em desenvolvimento não se consolidou, gerando uma sociedade heterogênea. Não se estabeleceu, também, um padrão de trabalho assalariado que abrangesse integralmente a população e, o ciclo de renda – consumo – investimento foi impedido. Esses fatos associados a repressão gerada por regimes autoritários levaram a criação da tese de heterogeneidade estrutural, defendida pela CEPAL.

(17)

6

A tese de heterogeneidade estrutural adotava a mesma estrutura econômica dual, porém nesse caso, o setor moderno, denominado como polo moderno, não absorveria o setor tradicional, denominado com polo de baixa produtividade. A tendência da heterogeneidade seria de se reproduzir e não desaparecer.

O objetivo dos estudos da CEPAL visava o processo de desenvolvimento da economia de maneira mais ampla e era executado pelo PREALC, programa da OIT. A visão desenvolvida pelo programa era de que os determinantes da economia informal estavam ligados a pobreza, movimentos migratórios, ao padrão tecnológico e a heterogeneidade estrutural. Assim na medida em que o setor moderno era incapaz de gerar empregos suficientes, os trabalhadores não aproveitados tenderiam a buscas oportunidades na economia informal e, o excedente poderia ser ainda maior devidos aos fluxos migratórios que se direcionavam aos grandes centros urbanos. O foco do programa, então, era auxiliar países na implementação de políticas públicas objetivando a elevação do nível de emprego e renda (Ramos, 2007, p. 121 - 123).

1.2.2 Marxistas e Neomarxistas

A matriz teórica marxista se contrapõe a estruturalista em diversos fatores, o primeiro é a inexistência de um dualismo, mas sim de uma complementariedade. Assim, as atividades da economia informal seriam funcionais ao modo de produção capitalista, à medida que os indivíduos que a compõem fariam parte do “exército de reserva de mão de obra” Marx (1985, p. 200):

Mas, se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo essa superpopulação torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma condição de existência do modo de produção capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível, que pertence ao capital de maneira tão absoluta, como se ele o tivesse criado a sua própria custa.

Para a abordagem marxista, a economia informal teria capacidade de absorver a mão de obra excedente em caso de crises, proporcionando assim uma estabilidade social. Esta seria possível através da criação de renda para os

(18)

7

que se encontram fora do mercado formal, geralmente inferior à dos trabalhadores formais, e com a produção de bens e serviços mais baratos, o que reduziria o custo para reprodução da força de trabalho (Oliveira, 1981, p. 54 - 55).

A visão marxista tratava a economia informal como funcional ao modo de produção capitalista, mas alguns autores questionavam a forma como se daria o trabalho dentro do processo de produção. Assim, haviam os que acreditavam que a economia informal era capitalista ao mesmo tempo que não, pois não se encontrava dentro do fluxo de reprodução de capital, mas só se explicava dentro do processo de acumulação, em alguns casos dependendo de fluxos advindos da economia formal (Nakatani e Sabadini, 2001, p.p. 269 - 271). Singer (Singer, 1977, p.p. 120 - 125 apud Sanches, 2008, p. 10), compartilhava da concepção de que haveria uma dependência da economia informal por fluxos da economia formal e, em sua obra apresentou o conceito de que, com o crescimento econômico, empresas tenderiam a uma verticalização de suas atividades, incorporando aquelas que se davam fora da economia formal, fazendo assim com que a economia informal desaparecesse gradualmente. Sua tese, entretanto, foi refutada pelos acontecimentos da grave crise econômica que atingiu o mundo na década de 1970. A tendência de verticalização não se concretizou e, com o aumento na duração do desemprego causaram um contingente de mão de obra migrando para a economia informal.

Com a crise, novos trabalhos em defesa da visão marxista surgiram, porém com a análise da economia informal como uma consequência da crise. Os então denominados neomarxistas viam a economia informal como resposta das empresas que, ao buscarem alternativas para driblar o pagamento dos altíssimos encargos impostos pelo Estado e a pressão dos sindicatos sobre melhores condições de trabalho, optaram por flexibilizar seu modo de produção (Salas, 2006, p.p. 197-200).

Assim, a concepção neomarxista tratava a economia informal como mecanismo de restruturação do mercado de trabalho em um momento pós crise, o que não diferiu da concepção inicial dos marxistas, mas acrescentava uma nova forma de reafirmação da acumulação de capital.

(19)

8

1.2.3 Legalistas e Neoliberais

No início da década de 1980, surgiram novos trabalhos sobre a economia informal que ficaram conhecidos como legalistas. Essa nova corrente de pensamento tratava de forma direta o surgimento da economia informal com a ausência de regulação em suas atividades, ou seja, o não cumprimento das leis trabalhistas, fiscais e previdenciárias. A abordagem apresentava a economia informal conectada a clandestinidade e forma de burlar o ordenamento jurídico, além de tentativa, ainda que fora da legalidade, de manutenção e ampliação do capital (Braga, 2006, p.p. 5 - 9).

Com essa nossa visão sobre a economia informal, passou a existir uma confusão na distinção entre o ilegal e o informal. Ela passa a ser explicada com uma manifestação de uma crise na gestão do Estado capitalista, decorrente dos elevados encargos fiscais e sociais. Dessa maneira, os altos custos para manutenção do emprego e pagamento dos tributos, teria suprimido os lucros das empresas ao ponto que as obrigou a encontrar alternativas para reversão da situação em que se encontravam (Braga, 2006, p.p. 5 - 9).

Nesse enfoque, a economia informal passa a ser também chamada de economia subterrânea, sendo caracterizada por atividades econômica não registradas nem declaradas ao Estado, porém socialmente licitas. Assim ficam excluídas dessa denominação atividades como, tráfico de drogas, prostituição, venda de itens roubados e outros (Pamplona, 2001, p. 227).

Um importante representante desta abordagem é De Soto (De Soto, 1987, apud Nogueira, 2016 p.p. 9 - 10) que, busca em seus trabalhos ressaltar a capacidade do empresário da economia informal em administrar seu negócio, desde que não haja demasiada interferência do Estado. Este conceito está baseado no cenário de falha das instituições, onde a legislação não consegue atender as necessidades da sociedade, fazendo assim com que os indivíduos encontrem a economia informal como uma alternativa. Esta abordagem também é conhecida como neoliberal que, afirmava que as crises pelas quais os países estavam passando, teriam sido causadas, principalmente, pelo excesso da intervenção estatal.

(20)

9

1.3. O debate teórico no Brasil

Os debates sobre o tema no Brasil se iniciaram também na década de 1970, quando diversos autores se ocuparam da caracterização da situação ocupacional dos indivíduos no mercado de trabalho brasileiro, uma vez que haviam diferenças regionais na configuração e na dinâmica do mercado de trabalho.

Assim, os primeiros estudos apresentados sobre o assunto utilizavam da abordagem marxista, observando o mercado de trabalho de maneira dual, tendo sido iniciado com a obra de Oliveira (1981). Vertente esta que teve outros autores destacados no período, como Cacciamali e Fernandes (1993, p.p. 18 – 37), que contribuiu também com o debate contemporâneo.

A autora enfatiza que o processo de mudanças estruturais na produção e no mercado de trabalho, pelo qual o pais passou na década de 1990, provocaram tal descompasso entre as praticas econômicas, comerciais e sociais, que se tornaram inadequadas a medida que a criação e adaptação de normas e procedimentos eram insuficientes para atender as necessidades da sociedade contemporânea (Cacciamali, 2000, p.p. 153 - 174). Além disso, ressaltou que o conceito de setor informal já haveria se tornado restrito para traduzir a realidade dos países latino americanos. Foi proposta, assim, a utilização do termo processo de informalidade, que remeteria ao processo de restruturação econômica, reorganização do trabalho, e alteração na estrutura do emprego dentro das empresas (Cacciamali, 2000, p.p. 153 - 174).

Já a autora Tomazini (1995, p.p. 41 - 55), através de uma análise comparativa da região metropolitana do Estado de São Paulo com o Nordeste, destacou as diferenças no ingresso do jovem ao mercado de trabalho nas duas regiões em que, no caso de ambas se dava comumente por meio de emprego informal, porém, na região mais rica, com a obtenção de experiencia, os jovens teriam mais possibilidades de conseguir um emprego formal, comparada a região mais pobre, evidenciando a problemática do tratamento da informalidade de maneira geral para todo o país.

Outro destaque no debate teórico foi Noronha (2003, p.p. 115 - 116) que evidencia o caráter multifacetário da informalidade como o responsável

(21)

10

pelas distorções no uso da terminologia, o que dificulta a compreensão dos diferentes processos que estão arrolados a mesma. Para este, os fenômenos acerca da informalidade poderiam ser denominados contratos atípicos.

Assumindo uma abordagem similar a legalista, os autores Filgueiras, Duque e Amaral (2004, p.p. 212 - 213), associaram a informalidade com a precarização do trabalho, utilizada para conceituar as atividades e produções não tipicamente capitalistas e não registradas, mesmo que em uma organização empresarial.

Em contraposição, Moretto e Capacchi (2006, p.p. 176 - 177), retomam o debate sobre a informalidade nos centros urbanos, porém pela ótica da importância econômica e social da mesma. Nesta visão buscou-se superar a analise dualista do formal e informal, que acabou por atribuir um aspecto negativo a informalidade. É destacado, portanto, o potencial dos pequenos negócios e empreendimento por conta própria, uma vez que estes são responsáveis pela absorção da mão de obra desocupada, seja pelos ajustes na estrutura do mercado de trabalho ou pela racionalização dos postos de trabalho pelas grandes empresas.

O debate sobre o tema continua até os dias de hoje, porém as constantes mudanças no mercado de trabalho, principalmente nos últimos anos, deixam evidentes que a discussão está longe de ser finalizada. Ademais, a mensuração dos dados sobre a informalidade, ainda são precários, mas é possível analisar o crescimento dessa informalidade através da PNAD e da PME, com a mensuração dos trabalhadores sem carteira assinada, os trabalhadores não contribuintes da Previdência Social e os trabalhadores por conta própria.

1.4. A informalidade no Brasil

No caso brasileiro, o mercado de trabalho formal é regulamentado desde a Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943 (Brasil, 1943), mas a informalidade sempre existiu na sociedade, tendo como marco em relação a mesma, o ocorrido na década de 1990, devido as transformações no cenário econômico nacional. A abertura progressiva da economia a época, resultou no processo de enxugamento da estrutura produtiva, principalmente no caso das

(22)

11

indústrias de transformação que, com objetivo de maximizar sua competitividade com empresas estrangeiras, aderiu a prática, que se difundiu entre estas, de terceirização da mão de obra, o que aqueceu também o setor de serviços. Tal mudança na estrutura do mercado de trabalho foi aprofundada com a implantação do Plano Real e, a supervalorização da moeda resultante de sua primeira fase. Assim, a soma do contexto macroeconômico com as diferentes políticas públicas implantadas, afetaram a estrutura do mercado de trabalho e suas variáveis, sendo observado o crescimento de relações informais de trabalho (contratação sem carteira assinada e trabalho por conta própria) (Ramos, 2007 – pg. 5). A característica mais marcante dessa informalidade é a inserção precária no mercado de trabalho devido à ausência da proteção trabalhista e social, sendo um dos principais problemas o altíssimo nível de descumprimento da legislação.

Através da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), é possível observar a evolução deste cenário durante a década de 1990, conforme o Gráfico nº 1: Gráfico nº 1 - Grau de Informalidade nas Regiões Metropolitanas do Brasil (1991-2001)

Fonte: PME/IBGE – vários anos

(Os percentuais representam a soma dos trabalhadores sem carteira assinada e conta própria - valores das médias anuais)

40,91 43,09 43,93 45,32 46,03 47,56 48,08 48,58 49,92 50,89 50,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1

(23)

12

Para as principais regiões metropolitanas2 do Brasil, há um

crescimento acelerado no período de 1991 a 1996, quando a informalidade alcançou o total de 47% do total da população ocupada. O crescimento no período de 1997 a 2001 é mais controlado, mas a informalidade alcança nesse caso 50%3 da população ocupada.

Tal dinâmica é explicada por Santos (2006, p.p. 103 - 110), quando há um crescimento dos pequenos negócios e do trabalho autônomo, principalmente no período de 1993 a 1999. Esse crescimento pode ser atribuído ao processo de terceirização da mão de obra, mas particularmente a estratégia de sobrevivência de um número significativo de indivíduos dada a elevação da taxa de desemprego que variou de 6% a 8% no período para as principais regiões metropolitanas.

Portanto, neste cenário, o incremento dos pequenos negócios ocorreu pela falta de oportunidades no mercado de trabalho. Assim, as empresas se beneficiaram do ambiente desfavorável aos trabalhadores utilizando de sua liberdade de reformular e terceirizar funções, mas não somente isso. Além da terceirização das funções, empregadores se utilizaram de brechas legais e da fragilidade da fiscalização, para adotar práticas de contratação que lhes fossem mais favoráveis, tornando-se comuns as cooperativas de trabalho, o PJ, o autônomo proletarizado e o estágio, ou seja, formas que simulam a relação de trabalho, mantendo a subordinação ao capital (Krein e Proni, 2010 – pg. 30).

Essa dinâmica é discutida também por Tafner (2006 – pg. 236 a 243), que trata da consolidação da informalidade no período como efeito colateral do Plano Real. O mesmo expõe que, até 1995, os incrementos de oferta de posto de trabalho formal correspondiam a redução do número de trabalhadores informais, porém essa lógica muda a partir deste ano, e a criação de empregos com carteira de trabalho assinada não causam mais o mesmo impacto. A informalidade se torna então um traço característico do mercado brasileiro, sobretudo na virada do século e nos primeiros anos do novo milénio.

2 Os dados apresentados pela Pesquisa Mensal do Emprego abrangem apenas as regiões metropolitanas

de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife.

3 É necessário ressaltar que estes dados incluíam os servidores públicos aos números de trabalhadores

(24)

13

É importante ressaltar que a informalidade já se fazia presente no mercado de trabalho brasileiro antes desse período. Nesse caso, como denominado por Noronha (2001, p.p. 11 - 12), a velha informalidade, que compreende o período de 1960 a 1970, era caracterizada pelo subemprego no mercado de trabalho em um momento de transição. Essa informalidade era causada pela massa de desempregados, vindas do campo, que se aglomeravam nas cidades industrializadas. Com a publicação da nova Constituição, em 1988, e a intensificação do comércio internacional, houve uma aceleração desse processo de informalização por conta do excesso de regulação, segundo Noronha (2001, p.p. 16 - 17).

Um dos fatores que é responsável por essa informalidade, conforme afirmado por autores como Pastore (1997, pg. 83 e 120) e Singer (1998, pq. 113), é a alta carga tributária tanto para a contratação de mão de obra, como para funcionamento da empresa. Fato esse levou muitos empresários a opção de outros meios de contratação de trabalho que lhe fossem menos custosos, conforme já esmiuçado anteriormente. Fato esse levou a popularização da terceirização do trabalho e, em meio a essa nova realidade, muitos empresários criaram empresas do setor de serviços apenas para atender essa demanda de mão de obra informal. Criou-se, assim, um ciclo que agravou ainda mais a situação, conforme fica claro na fala de Pastore (1997, pg. 91):

A ideologia do “garantismo legal” está sendo desmentida. A realidade mostra que, proteção exagerada vira discriminação. Os encargos sociais decorrentes de Constituição e CLT, no Brasil, somam a 102% do salário enquanto que nos países mais avançados, isso fica em torno de 35% - 40%. Encargos altos e rígidos dificultam o emprego formal e induzem as empresas a buscar automação ou trabalho informal.

Essa dinâmica demonstrou a necessidade de atenção as políticas públicas, principalmente em relação as empresas de menor porte, sendo as mais vulneráveis aos altos encargos tributários, o que levou a criação de programas focados no tratamento específico dessas empresas e, principalmente, no estimulo da formalização destas, conforme será discutido no próximo capítulo.

(25)

14

2. AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

2.1. Breve definição sobre Micro e Pequenas Empresas

O primeiro passo para a análise proposta por este estudo, necessita de uma definição do cenário que será abordado, e essa se iniciará pela definição das MPEs tanto para os estudos estatísticos como para as políticas públicas.

Em verdade, no cenário brasileiro, há uma profunda heterogeneidade entre as MPEs, não existindo um padrão genérico que possa categorizar todas as empresas, uma vez que existem milhares de ramos nos quais esses negócios atuam, até mesmo em empresas do mesmo ramo, dependendo do método de produção que utilizam, há diferenças monstruosas. Essa dificuldade em alocar todas as empresas em uma mesma caracterização se torna um obstáculo para as políticas públicas já existentes e para criação de outras.

Outro fator relevante é que, no debate econômico, as questões ligadas as MPEs são vistas, muitas vezes, como problemas de ordem social, sendo direcionada apenas políticas para geração de “emprego e renda”. Assim, há uma interpretação que despreza o caráter sistêmico da economia, uma vez que esses negócios são responsáveis pela conformidade do ambiente econômico do país, ditando o ritmo da dinâmica econômica como um todo. Dessa forma, a problemática não é uma questão meramente social, mas um entrave ao crescimento econômico (Nogueira, 2019 – pg. 105).

A categorização dessas empresas no território nacional depende das necessidades específicas de diferentes agentes, sendo assim, alguns critérios são mais utilizados e, aqui serão apontados os mais relevantes ao presente estudo.

O primeiro critério para categorizar dessas empresas é baseado na quantidade de pessoas ocupadas naquela empresa. A partir desse critério, as empresas são divididas entre micro, pequena, média ou grande e, é utilizado

pelo SEBRAE4 e outros agentes para estudos envolvendo esses negócios. Há

também diferenças entre o número de empregados para cada categoria quando

4 O critério é adotado apenas para os estudos estatísticos realizados pelo SEBRAE - suas

operações tomam como base os critérios utilizados pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

(26)

15 se fala no setor de Serviços e Comércio e do setor da Industria e Construção Civil. Essa classificação é demonstrada na Tabela 1:

Tabela 1: Categorização de empresas por número de funcionários.

Porte da empresa

Setor Comércio/serviços

Indústria/construção civil

Micro Abaixo de 10 Abaixo de 20

Pequena De 10 a 49 De 20 a 99

Média De 50 a 99 De 100 a 499

Grande Acima de 99 Acima de 499

Fonte: Nogueira (2019 – pg. 107)

Outro critério utilizado para definir o porte dessas empresas é o seu faturamento, sendo os valores de referência os definidos pelo Estatuto Nacional da Microempresa e Empresas de Pequeno Porte. Tal critério, por se tratar da base utilizada para políticas de benefícios fiscais, acabou se tornando o principal instrumento de fomento as MPEs, sendo utilizado em outros programas. Segunda essa classificação, as microempresas são aquelas com uma receita bruta anual de até R$ 360 mil e, as pequenas empresas, com receita anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões (Nogueira, 2019 – pg.107).

2.2. Participação das MPEs na economia nacional

Para ressaltar a importância que as micro e pequenas empresas possuem na economia nacional, faz-se aqui a análise de dados do período de 2000 a 2006 sobre as MPEs. Para isto, serão demonstradas a quantidade de empresas do tipo no cenário nacional, assim como a quantidade de pessoas ocupadas nessas empresas, a massa remuneratória gerada e, seu valor adicionado ao PIB.

Inicia-se está analise, com o objetivo de deixar os dados mais claros, verificando a quantidade de empresas no Brasil, no Setor da Industria e Construção e, as separando por porte de acordo com a categorização de empresas deste tipo apresentada na Tabela 1. Assim, utilizando-se dos dados do CEMPRE, as tabelas a seguir demonstram as quantidades de Micro e Pequenas Empresas do setor em questão:

(27)

16

Tabela 2: Quantidade de empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 10.602 11.980 12.492 12.792 13.016 13.335 12.983 Indústrias de transformação 368.475 407.800 425.217 437.217 448.862 473.847 480.300 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 955 1.222 1.304 1.557 1.402 1.698 1.610 Construção 101.534 114.141 116.287 116.890 117.702 123.603 122.592 Total 481.566 535.143 555.300 568.456 580.982 612.483 617.485

Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos

Tabela 3: Quantidade de empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 826 858 866 875 899 866 925 Indústrias de transformação 32.671 34.734 36.056 36.486 39.671 40.910 41.805 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 256 266 305 315 340 336 276 Construção 7.244 8.317 8.282 8.040 8.435 8.567 9.172 Total 40.997 44.175 45.509 45.716 49.345 50.679 52.178

(28)

17

Tabela 4: Quantidade de empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 11.540 12.965 13.481 13.803 14.060 14.350 14.067 Indústrias de transformação 408.555 450.019 468.898 481.441 496.938 523.300 531.063 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 1.410 1.712 1.839 2.097 2.128 2.270 2.079 Construção 110.490 124.346 126.484 126.693 128.092 134.367 134.234 Total 531.995 589.042 610.702 624.034 641.218 674.287 681.443

Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos

A partir da comparação desses dados, com o total de empresas do setor de todos os portes, conforme a Tabela 4, é possível verificar que o percentual de MPEs se manteve em 98% do total de empresas, com destaque para as atividades da Indústria de Transformação e a de Construção que representam consecutivamente 76% e 20% do total de MPEs sobre o total de empresas de todos os portes do Setor de Indústria e Construção.

A predominância das MPEs também pode ser observada na análise de dados das empresas do Setor de Comércio e Serviços, nesse caso também utilizando por padrão a categorização demonstrada na Tabela 1:

(29)

18

Tabela 5: Quantidade de empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 1.955.199 2.213.328 2.337.889 2.415.637 2.493.296 2.592.040 2.604.272 Alojamento e alimentação 267.355 306.220 320.264 328.860 329.643 346.963 340.964 Transporte, armazenagem e comunicações 121.024 142.328 155.090 165.796 178.347 184.234 205.894 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 49.787 65.112 66.203 70.214 71.047 74.705 74.061 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 514.742 590.922 633.312 675.171 710.163 759.543 755.131 Administração pública, defesa e seguridade social 4.960 4.830 3.818 5.433 6.378 6.589 6.054 Educação 51.480 72.276 70.397 74.144 76.183 81.371 85.189

Saúde e serviços sociais 75.446 87.054 94.139 102.139 107.014 114.048 117.898 Outros serviços

coletivos, sociais e pessoais

305.306 340.191 372.948 408.913 424.724 466.775 481.731

Total 3.345.299 3.822.261 4.054.060 4.246.307 4.396.795 4.626.268 4.671.194

(30)

19

Tabela 6: Quantidade de empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 89.986 97.849 105.891 111.825 120.878 130.399 133.808 Alojamento e alimentação 20.718 22.235 23.458 24.434 26.418 29.256 30.713 Transporte, armazenagem e comunicações 10.321 11.344 12.065 12.972 14.048 15.297 16.561 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 2.180 2.403 2.541 2.569 2.576 2.790 2.769 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 28.002 29.587 38.930 41.002 41.758 44.498 44.930 Administração pública,

defesa e seguridade social 1.254 1.222 1.180 1.515 1.340 1.624 1.845

Educação 9.875 11.654 12.995 13.176 13.988 14.941 15.945

Saúde e serviços sociais 9.621 10.502 10.732 10.917 10.947 11.364 11.020 Outros serviços coletivos,

sociais e pessoais 14.750 15.169 21.871 23.246 23.792 24.734 24.608 Total 186.707 201.965 229.663 241.656 255.745 274.903 282.199

(31)

20

Tabela 7: Total de empresas no Brasil do Setor do Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 2.052.478 2.318.629 2.451.488 2.535.540 2.623.022 2.731.997 2.748.345 Alojamento e alimentação 289.748 330.196 345.480 355.073 357.962 378.215 373.819 Transporte, armazenagem e comunicações 134.724 157.249 170.794 182.521 196.424 213.893 226.993 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 52.662 68.258 69.508 73.580 74.433 78.326 77.638 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 548.330 626.471 678.468 722.638 758.700 811.247 807.698 Administração pública, defesa e seguridade social 12.113 12.482 11.636 13.511 14.559 15.209 15.085 Educação 63.737 86.565 86.059 90.093 93.004 99.231 104.169 Saúde e serviços sociais 87.687 100.334 107.696 115.945 120.873 128.437 131.952 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 322.918 358.358 398.092 435.510 451.951 495.156 510.051 Total 3.564.397 4.058.542 4.319.221 4.524.411 4.690.928 4.951.711 4.995.750

Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

No caso do setor de Comércio e Serviços, o percentual de micro e pequenas empresas se mantém em uma média de 99% durante período. Além disso, é possível observar que as atividades mais relevantes em número de empresas desses dois setores são a de Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, com uma média de 56% do total geral de empresas e, as Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados as empresas, com uma participação de 16% em média durante o período.

Outro fator importante é que, em todos os setores, existe uma predominância de micro empresas quando se fala da quantidade de empresas

(32)

21

no Brasil, sendo que esse tipo de empresa representa cerca de 93% do total de empresas regulares no país até o ano de 2006. Ademais, ao se observar o conglomerado de dados, o setor de atividade que mais possui empresas do tipo micro e pequena, tem-se que o setor de Comércio predomina com um total de 49% do total de empresas no Brasil.

Assim, com o panorama da quantidade de MPEs no Brasil torna-se necessário a análise do número de pessoas ocupadas nessas empresas, onde também serão apresentados dados utilizando da mesma categorização da Tabela 1. Desta forma tem-se que:

Tabela 8: Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 19.215 19.868 20.343 20.989 21.446 22.178 23.379 Indústrias de transformação 822.817 862.023 899.763 921.512 969.601 1.020.942 1.063.782 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 2.427 2.868 3.164 3.361 3.168 3.506 3.631 Construção 158.685 158.684 160.701 153.275 155.844 166.452 177.966 Total 1.003.144 1.043.443 1.083.971 1.099.137 1.150.059 1.213.078 1.268.758

Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

Tabela 9: Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 29.866 30.128 30.155 30.851 32.215 31.561 33.848 Indústrias de transformação 1.229.250 1.298.832 1.351.324 1.367.465 1.492.838 1.543.417 1.586.224 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 11.824 12.228 13.321 13.840 14.844 14.438 11.990 Construção 279.717 309.255 318.107 310.046 324.370 337.411 362.929 Total 1.550.657 1.650.443 1.712.907 1.722.202 1.864.267 1.926.827 1.994.991

(33)

22

Tabela 10: Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 92.555 100.691 101.656 106.672 120.456 128.185 139.552 Indústrias de transformação 5.166.672 5.329.156 5.546.989 5.704.925 6.286.017 6.538.910 6.812.927 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 224.983 224.631 231.443 230.496 233.931 235.533 218.737 Construção 987.272 1.052.950 1.085.465 1.027.878 1.130.137 1.264.664 1.502.603 Total 6.471.482 6.707.428 6.965.553 7.069.971 7.770.541 8.167.292 8.673.819

(34)

23

Tabela 11: Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 1.390.951 1.508.867 1.614.025 1.699.011 1.812.004 1.940.067 2.018.559 Alojamento e alimentação 208.884 222.073 234.401 241.314 254.797 275.902 290.312 Transporte, armazenagem e comunicações 97.242 105.920 114.036 121.051 133.016 147.074 161.073 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 22.185 23.329 23.597 23.666 23.751 25.178 26.921 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 484.172 518.848 522.748 540.113 556.950 579.631 588.958 Administração pública, defesa e seguridade social 9.467 10.399 9.792 11.554 13.244 13.801 13.710 Educação 56.323 65.513 66.476 65.919 70.188 74.455 79.361 Saúde e serviços sociais 83.948 88.884 91.155 93.224 95.445 98.697 100.773 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 171.009 180.895 188.773 196.689 203.087 213.434 218.592 Total 2.524.181 2.724.728 2.865.003 2.992.541 3.162.482 3.368.239 3.498.259 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

(35)

24

Tabela 12: Quantidade de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 1.341.578 1.443.969 1.559.301 1.653.639 1.797.432 1.926.773 2.021.262 Alojamento e alimentação 333.728 356.963 378.549 394.630 429.767 472.794 504.589 Transporte, armazenagem e comunicações 179.852 193.027 206.248 221.483 241.760 261.493 286.367 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 38.560 41.138 40.703 41.234 42.238 44.628 47.396 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 448.121 471.980 511.908 534.973 546.724 578.284 604.562 Administração pública, defesa e seguridade social 28.673 26.375 23.814 30.322 27.328 33.295 38.890 Educação 187.131 217.305 235.953 241.389 255.208 274.535 292.796 Saúde e serviços sociais 160.894 165.838 166.161 167.914 170.383 176.486 173.233 Outros serviços coletivos,

sociais e pessoais 251.393 260.889 286.595 300.791 309.640 323.912 329.222 Total 2.969.930 3.177.484 3.409.232 3.586.375 3.820.480 4.092.200 4.298.317

(36)

25

Tabela 13: Total de pessoas ocupadas em empresas não agrícolas no Brasil do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 4.101.549 4.348.692 4.638.323 4.901.495 5.325.845 5.764.448 6.153.077 Alojamento e alimentação 792.402 839.062 876.186 901.270 971.677 1.057.245 1.135.125 Transporte, armazenagem e comunicações 1.373.956 1.420.136 1.460.214 1.484.431 1.589.603 1.671.580 1.780.982 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 607.220 611.446 617.442 622.067 628.457 669.513 678.246 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 2.493.036 2.701.634 2.835.058 2.965.991 3.243.243 3.466.845 3.726.835 Administração pública, defesa e seguridade social 5.895.729 6.224.854 6.776.133 6.776.937 6.916.367 7.283.267 7.707.922 Educação 1.004.257 1.077.735 1.126.525 1.124.243 1.183.508 1.261.746 1.320.585 Saúde e serviços sociais 901.907 974.741 1.020.887 1.034.045 1.062.713 1.154.850 1.213.848 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 1.096.606 1.088.702 1.180.644 1.216.950 1.260.052 1.338.048 1.370.220 Total 25.086.840 19.287.002 20.531.412 21.027.429 22.181.465 23.667.542 25.088.846

Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

Apesar das MPES representarem a grande maioria das empresas brasileiras, sua participação no número de pessoas ocupadas, durante o período avaliado, não chega à metade do total de ocupados, obtendo uma média de 33% do total. Entretanto, mesmo representando uma porcentagem menor quando comparada as empresas de médio e grande porte, é possível observar uma tendência anual de crescimento no número de pessoas ocupadas em todos os setores de atividades, pelo menos no período mencionado.

Destaca-se aqui que, o mesmo observado no número de empresas do tipo micro e pequena, se repete em relação ao número de empregados, onde é observado o predomínio do setor de atividade de Comércio; Reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos, que tem a maior parcela

(37)

26

de pessoal ocupado dentro de micro e pequenas empresas, representando um total de 12% sobre o total de pessoal ocupado em empresas de todos os portes e 51% sobre o total de ocupados em micro e pequenas empresas de todos os setores de atividades, ou seja, o setor mais relevante quando se fala das MPEs. Partindo assim para o próximo tópico, a massa remuneratória gerada por essas empresas encontra-se na Tabela 14:

Tabela 14: Total de salários pagos em micro e pequenas empresas não agrícolas no Brasil; Setor de Atividade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústria 7.848.209 9.384.741 10.454.624 12.322.126 13.585.186 15.829.676 18.869.326 Construçã o 1.840.642 2.238.023 2.319.117 2.474.732 2.758.525 2.962.189 3.526.577 Comércio e Serviços 28.221.469 32.892.719 37.546.652 43.925.762 50.156.697 57.121.377 69.659.298 Total 37.910.320 44.515.483 50.320.393 58.722.620 66.500.408 75.913.242 92.055.201 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

Tabela 15: Total de salários pagos em empresas não agrícolas no Brasil;

Setor de Atividade 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústria 54.716.024 61.583.707 67.923.823 78.592.657 92.954.239 104.844.683 117.974.877 Construçã o 7.336.846 8.654.695 9.118.321 9.564.615 11.434.873 13.100.700 18.142.344 Comércio e Serviços 171.329.334 192.834.317 219.279.767 243.788.420 275.615.487 315.285.977 387.866.230 Total 233.382.204 263.072.719 296.321.911 331.945.692 380.004.599 433.231.360 523.983.451 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

No caso da massa remuneratória gerada, as MPEs possuem um percentual de participação médio de 17% sobre o total de salários pagos por todas as empresas, onde, novamente, há uma predominância das MPEs do setor de atividade de Comércio, que é responsável por cerca de 6% dos salários pagos sobre o total geral, ou seja, responsável por 33% da massa remuneratória gerada pelas micro e pequenas empresas.

Por fim, resta analisar a proporção do valor adicionado ao PIB pelas MPEs. Nesse caso, como as informações sobre o PIB não demonstram seu valor adicionado por porte de empresa, sendo a última informação sobre o assunto publicada em 1985, serão utilizados os dados de estudo realizado pelo SEBRAE em conjunto com a FGV em um esforço para demonstrar os resultados dos

(38)

27

pequenos negócios na economia. Assim, a Tabela 16 demonstra os resultados desses estudos:

Tabela 16: Total de salários pagos em micro e pequenas empresas não agrícolas no Brasil; Setor de atividade 1985 2001 2009 Serviços 5,9% 8,3% 9,0% Comércio 5,9% 6,8% 9,5% Indústria 9,3% 8,1% 8,6% Total 21,0% 23,2% 27,1% Fonte: SEBRAE (2014 – p. 32 e 33)

Apesar de mais de 20 anos após a última publicação do valor adicionado pelas MPEs, ocorrida em 1985, o aumento pequeno de pouco mais de 2% sobre sua participação no PIB demonstra o início de um período mais prospero para empresas do tipo, que pode ser observado até o ano de 2009 em que a participação chega a 27%.

2.3. Participação das MPEs do Estado de São Paulo na economia nacional

Dado o fato de o Estado de São Paulo ser um dos objetos do presente estudo, cabe aqui demonstrar também o papel das empresas localizadas em seu território na economia nacional.

Primeiramente, os dados relativos as quantidades de empresas dos setores de Industria e Construção, seguidos dos dados dos setores de Comércio e Serviços seguem:

Tabela 17: Quantidade de empresas não agrícolas com até 19 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 1.783 1952 1.979 1.919 1.909 1.888 1.805 Indústrias de transformação 105.383 115.013 119.245 122.365 124.441 130.747 131.651 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 210 255 250 279 296 308 305 Construção 27.673 30.722 31.483 31.452 31.562 33.155 33.194 Total 135.049 147.942 152.957 156.015 158.208 166.098 166.955

(39)

28

Tabela 18: Quantidade de empresas não agrícolas com 20 a 99 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor da Industria e Construção;

Setor de atividade Ano

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 164 166 167 151 138 129 162 Indústrias de transformação 12.030 12.741 13.139 13.088 14.123 14.697 15.089 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 56 57 69 68 62 63 52 Construção 2.085 2.257 2.308 2.221 2.324 2.352 2.491 Total 14.335 15.221 15.683 15.528 16.647 17.241 17.794 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

Tabela 19: Quantidade de empresas não agrícolas no Brasil do Setor da Industria e Construção; Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Indústrias extrativas 1.966 2.140 2.167 2.089 2.060 2.029 1.990 Indústrias de transformação 120.594 130.939 135.545 138.618 141.607 148.609 150.406 Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 328 379 388 417 429 443 408 Construção 30.275 33.525 34.326 34.152 34.335 36.015 36.325 Total 153.163 166.983 172.426 175.276 178.431 187.096 189.129 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

(40)

29

Tabela 20: Quantidade de empresas não agrícolas com até 9 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 570.354 646.001 686.449 710.479 733.704 762.897 770.104 Alojamento e alimentação 99.388 113.296 119.512 123.102 122.790 129.416 126.739 Transporte, armazenagem e comunicações 38.146 44.850 49.620 54.263 58.922 64.200 68.335 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 17.248 65.112 20.981 22.512 23.731 24.389 24.650 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 192.487 219.976 237.808 252.719 266.721 285.698 291.784 Administração pública, defesa e seguridade social 982 789 635 847 886 876 872 Educação 14.127 16.790 16.879 17.710 18.553 19.056 20.736 Saúde e serviços sociais 21.804 24.730 27.278 29.717 31.189 33.125 34.862 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 68.577 78.017 84.024 89.950 93.496 100.311 105.548 Total 1.023.113 1.209.561 1.243.186 1.301.299 1.349.992 1.419.968 1.443.630 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

(41)

30

Tabela 21: Quantidade de empresas não agrícolas com 10 a 49 pessoas ocupadas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 27.555 29.878 31.907 33.360 35.711 38.881 39.662 Alojamento e alimentação 6.104 6.603 6.900 7.180 7.664 8.600 9.127 Transporte, armazenagem e comunicações 3.660 3.953 4.198 4.449 4.688 5.093 5.637 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 728 814 791 765 718 744 793 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 10.618 11.190 13.564 14.139 14.122 15.330 15.772 Administração pública, defesa e seguridade social 256 162 147 153 145 167 191 Educação 2.559 3.000 3.361 3.422 3.698 3.966 4.253 Saúde e serviços sociais 2.420 2.663 2.699 2.742 2.748 2.881 2.762 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 4.092 4.279 5.299 5.723 5.660 5.845 5.818 Total 57.992 62.542 68.866 71.933 75.154 81.507 84.015 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

(42)

31

Tabela 22: Quantidade de empresas não agrícolas no Estado de São Paulo do Setor de Comércio e Serviços;

Setor de atividade Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 600.241 678.296 720.797 746.393 771.905 804.438 2.748.345 Alojamento e alimentação 105.999 120.431 126.938 130.809 130.987 138.561 136.483 Transporte, armazenagem e comunicações 42.902 49.978 55.002 59.947 64.672 70.446 75.519 Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados 18.283 20.829 22.091 23.596 24.668 25.355 25.782 Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 205.365 233.582 253.844 269.406 283.331 303.694 310.715 Administração pública, defesa e seguridade social 1.997 1.722 1.536 1.788 1.839 1.859 1.912 Educação 17.378 20.568 21.024 21.906 23.020 23.811 25.835 Saúde e serviços sociais 24.945 28.147 30.737 33.248 34.703 36.815 38.474 Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 73.569 83.241 90.362 96.745 100.169 107.218 112.583 Total 1.090.679 1.236.794 1.322.331 1.383.838 1.435.294 1.512.197 3.475.648 Fonte: CEMPRE/IBGE – vários anos.

Referências

Documentos relacionados

The main objectives of this data analysis are divided into two classes: i) General Statistics: give an overview of structured information on Wikipedia as a whole, showing raw numbers

Seu vampiro é um adolescente que frequenta salas de aulas, adora velocidade, não dorme em caixões, anda de dia, e, principalmente, irá amadurecer (mesmo tendo

Portanto, tendo em vista esse grande desafio que a tecnologia impõe às estratégias de preservação digital, e devido à complexidade e à especifi- cidade do documento

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

O CES é constituído por 54 itens, destinados a avaliar: (a) cinco tipos de crenças, a saber: (a1) Estatuto de Emprego - avalia até que ponto são favoráveis, as

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

Foram analisados a relação peso-comprimento e o fator de condição de Brycon opalinus, em três rios do Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, Estado de São