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CENTRAL EÓLICA OFFSHORE WINDFLOAT ATLANTIC

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Academic year: 2021

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CENTRAL EÓLICA OFFSHORE

– WINDFLOAT ATLANTIC

ESTUDO DE INCIDÊNCIAS AMBIENTAIS

Elementos adicionais

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EIncA da Central Eólica Offshore – Windfloat Atlantic

Elementos Adicionais

Índice

1.

 

Introdução ... 3

 

2.

 

Elementos adicionais solicitados ... 4

 

2.1

 

Projeto ... 4

 

2.2

 

Qualidade do ar ... 5

 

2.3

 

Geologia marinha ... 6

 

2.4

 

Conservação da natureza e biodiversidade ... 8

 

2.5

 

Património cultural ... 20

 

3.

 

Reformulação do Resumo Não Técnico ... 27

 

4.

 

Atualização da programação temporal ... 29

 

Índice de Quadros

Quadro 2.1 – Lista de espécies de quirópteros existentes no território de Portugal continental. ... 11

 

Quadro 2.2 - Localização e descrição das anomalias identificadas no interior das áreas de incidência direta e indireta do projeto ... 23

 

Quadro 2.3 – Identificação de impactes na fase de instalação do projeto ... 26

 

Quadro 2.4 – Identificação de impactes na fase de exploração do projeto ... 26

 

Índice de Figuras

Figura 2.1 – Dados estatísticos resultantes da aplicação do modelo de velocidade do vento para dois pontos ao largo da zona norte do país correspondentes à localização dos projetos WindFloat na Aguçadoura e ao futuro projeto WindFloat Atlantic. ... 13

 

Figura 2.2 – Alvo SSS_2 ... 23

 

Figura 2.3 – Alvo SSS_4 ... 23

 

Figura 2.4 – Alvo SSS_5 ... 24

 

Figura 2.5 – Alvo SSS_6 ... 24

 

Figura 2.6 – Alvo SSS_11 ... 24

 

Figura 2.7 – Alvo SSS_14 ... 24

 

Figura 2.8 – Alvo SSS_15 ... 24

 

Lista de Anexos

Anexo 1 – Relatórios dos levantamentos geofísicos

Anexo 2 – Figuras 4.7.7 a 4.7.12 e 4.7.14 do Relatório do EIncA, revistas Anexo 3 – Desenho 1 – Património Cultural

Anexo 4 – Mensagem de correio eletrónico enviada à Câmara Municipal de Viana do Castelo Anexo 5 – Portaria da Zona Especial de Proteção da Zona Arqueológica de Viana do Castelo

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LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS AIA - Avaliação de Impacte Ambiental

AIncA - Avaliação de Incidências Ambientais

AIS - Sistema de Identificação Automática (Automatic Identification System) CCDR-Norte - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte CEO-WA - Central Eólica Offshore – Windfloat Atlantic

DGEG - Direção-Geral de Energia e Geologia DL - Decreto-Lei

EIncA - Estudo de Incidências Ambientais ESAS – European Seabirds at Sea

ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. LAT – Maré astronómica mais baixa (Lowest astronomical tide) ROV - Veículo operado remotamente (Remotely operated vehicle) ZEP - Zona Especial de Proteção (de um bem cultural imóvel classificado) ZPE - Zona de Proteção Especial (no âmbito da Diretiva Aves)

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1. INTRODUÇÃO

O Estudo de Incidências Ambientais (EIincA) da Central Eólica Offshore Windfloat Atlantic Estudo

Prévio, foi entregue pela Windplus, S.A., enquanto proponente do projeto, à Direção-Geral de Energia e

Geologia, enquanto entidade licenciadora, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 33.º-S do Decreto-Lei (DL) n.º 215-B/2012, de 8 de outubro.

No âmbito da apreciação da conformidade do EInCA, prevista no n.º 2 do artigo 33.º-S do DL n.º 215-B/2012, de 8 de outubro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do

Norte, enquanto Autoridade de Avaliação de Incidências Ambientais, através dos ofícios

OF_DAA_RS_177/2015 761563-AIA 868, de 07-07-2015 e OF_DAA_RS_364/2015 761563-AIA 868, de 10-07-2015, considerou necessário proceder à reformulação do Resumo Não Técnico (RNT) – Volume I do EIncA e à apresentação de elementos adicionais.

No capítulo 2 apresenta-se, sob a forma de caixas de fundo cinzento, a lista dos esclarecimentos ou

elementos adicionais solicitados, indicando-se, a seguir a cada caixa, a forma como esses aspetos são

clarificados ou os elementos adicionais são apresentados neste Aditamento.

O RNT reformulado e datado de agosto de 2015 é entregue em simultâneo com o presente documento, apresentando-se no capítulo 3, igualmente sob a forma de caixas de fundo cinzento, a lista dos aspetos referidos pela CCDR-Norte no âmbito da reformulação do RNT, e indicando-se, a seguir a cada caixa, a forma como esses aspetos são tidos em conta na referida reformulação.

Adicionalmente ao pedido formulado pela CCDR-Norte, apresenta-se no capítulo 4, por iniciativa da Windplus, uma atualização da programação temporal do projeto, já refletida no RNT reformulado.

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2. ELEMENTOS ADICIONAIS SOLICITADOS

2.1 Projeto

Esclarecimento quanto à localização do estaleiro naval onde serão construídas e assembladas as estruturas que compõem as plataformas e os aerogeradores e descrito o modo como serão, posteriormente, rebocados, até ao local de implantação do projeto.

Como neste momento ainda se encontram a decorrer os processos de concurso para o fornecimento das plataformas flutuantes e dos aerogeradores, não é possível indicar de forma definitiva os locais de fabrico e montagem, bem como os métodos empregues, uma vez que os respetivos fornecedores ainda não estão escolhidos.

No entanto, tendo em conta as propostas dos fornecedores com maior probabilidade de virem a vencer os concursos, as soluções não deverão divergir de forma substancial do seguidamente descrito.

Plataformas

Existe a probabilidade de a construção das peças metálicas necessárias à execução das plataformas ser efetuada na zona norte de Portugal, entre o Douro e o Vouga, sendo posteriormente transportadas para o Estaleiro da Lisnave em Setúbal. Neste estaleiro, em doca seca, será efetuada a montagem das estruturas, por recurso a “construção soldada”. Esta etapa inclui também o tratamento anticorrosivo das partes metálicas, assim como a montagem do equipamento auxiliar necessário às plataformas. Faz-se notar que o Estaleiro da Lisnave é o único a nível nacional com um comprimento e profundidade suficientes para a construção e flutuação das plataformas.

Posteriormente as plataformas serão postas a flutuar e rebocadas para o porto marítimo de águas profundas de Sines, para efeitos de montagem dos aerogeradores. Esta mudança de local é motivada pelo facto de a doca seca do Estaleiro da Lisnave, em Setúbal, não possuir uma profundidade suficiente, que permita a montagem dos aerogeradores.

As plataformas serão rebocadas até ao Porto de Sines com o auxílio de dois rebocadores de alto mar. O número de rebocadores é indicativo, uma vez que toda a operação de reboque, incluindo o número de rebocadores, será decidido em conjunto com as autoridades marítimas locais.

O tempo de reboque estimado para cada plataforma é de 24h, incluindo a entrada no porto, à velocidade máxima de 3 nós, em condições de mar de 2 ou 3 m de altura significativa de ondas. Caso contrário, a plataforma ficará a aguardar as condições necessárias. A duração desta operação estará sempre condicionada às condições de mar. O posicionamento das plataformas no cais é feito com a ajuda dos rebocadores e de cabos de amarração, tal como numa operação normal executada com um navio. Após a montagem do aerogerador em cada uma das plataformas, as mesmas serão rebocadas para o local de implantação da central eólica, no qual já foram previamente colocadas as âncoras de amarração das plataformas e os cabos elétrico de transporte da energia produzida.

O reboque das plataformas será efetuado paralelamente à costa portuguesa, no sentido sul - norte. Nesta operação serão utilizados um ou dois rebocadores certificados para operação em alto mar e com todas as autorizações previamente obtidas. A duração do reboque de cada plataforma será de cerca de seis dias, dependendo das condições marítimas. A operação de reboque só se poderá realizar com uma altura significativa de onda inferior a 4 m, pelo que o início deverá ser ajustado conforme a previsão de estado de mar.

Uma vez chegado ao local de instalação da central eólica offshore, os rebocadores manterão a plataforma no seu local final, utilizando um sistema de posicionamento dinâmico. As linhas de amarração, previamente instaladas no fundo marinho, serão puxadas para a plataforma, utilizando o guincho existente a bordo. Uma vez conectadas as linhas de amarração, os rebocadores poderão regressar a

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Sines para rebocar a próxima plataforma ou serem desmobilizados. O barco de instalação das linhas de amarração poderá então conectar a primeira plataforma ao cabo elétrico para terra e instalar os cabos elétricos entre as diferentes plataformas.

Aerogeradores

No caso dos aerogeradores, não existindo ainda em Portugal capacidade instalada para produção de aerogeradores destinados a utilização em offshore, o seu fornecimento e instalação será efetuado por um fabricante sediado na União Europeia, possivelmente dinamarquês, sendo os diversos componentes (nacelle, pás, torre, etc.) transportados até ao porto de Sines, onde serão montados nas plataformas. Por outro lado, apesar de em Portugal existirem meios técnicos e humanos com capacidade para fabricação de torres para aerogeradores, neste momento não está prevista a sua utilização, uma vez que se trata do fornecimento somente de 3 ou 4 unidades, o qual não tem dimensão suficiente para o desencadeamento de um processo específico de certificação da fabricação.

Importa realçar que apesar de na região de implantação do projeto existirem infraestruturas portuárias e de construção/reparação naval, não se torna viável a sua utilização, uma vez que em termos de dimensão de doca seca, profundidade da doca, calado do próprio canal de navegação, etc., são manifestamente insuficientes. Para os tornar aptos para servirem nessas tarefas, seria necessário um avultadíssimo investimento, o qual inviabilizaria totalmente o projeto em termos económicos e de prazos.

No entanto, apesar de não permitirem o fabrico e assemblagem da estrutura flutuante, estes portos e restantes infraestruturas serão utilizados como base de apoio para as operações de instalação das amarrações e dos cabos elétricos submarinos, assim como para a operação e manutenção da futura central eólica offshore.

2.2 Qualidade do ar

Proposta de medidas de mitigação para a fase de instalação em terra, uma vez que as atividades decorrentes na abertura das valas para a colocação do cabo subterrâneo até à Subestação de Monserrate serão responsáveis por emissões de poluentes atmosféricos causadas pela circulação de veículos, operação de equipamentos e por movimentações deterra.

Os impactes na qualidade do ar decorrentes na abertura das valas para a colocação do cabo subterrâneo até àSubestação de Monserrate são não relevantes. No entanto, deverão adotar-se boas práticas que os evitem e/ou reduzam, tanto quanto possível. Como tal, indicam-se as seguintes medidas:

- Manutenção adequada dos veículos e equipamentos utilizados, de modo a minimizar emissões poluentes;

- Proibição da realização de quaisquer queimas a céu aberto;

- Proceder, em tempo seco, à aspersão de água nas pilhas de terra escavada, de modo a limitar a emissão de poeiras;

- Caso venha a revelar-se necessário proceder à retirada de algum material de escavação da vala, em excesso, e/ou ao transporte de materiais inertes finos, para adequada instalação do cabo elétrico subterrâneo, tais transportes terão de ser efetuados no cumprimento estrito da legislação aplicável ao transporte de materiais pulverulentos.

As medidas identificadas já têm em conta o facto das vias de acesso serem pavimentadas e de ainda não ser possível determinar com exatidão se será ou não necessário proceder ao transporte de terras ou de outros materiais pulverulentos.

A proposta destas medidas implicou a revisão do Plano de Acompanhamento Ambiental dos Cabos

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2.3 Geologia marinha

O Estudo carece da descrição pormenorizada da execução prevista de levantamentos geofísicos acústicos

(subbottom profiler, sísmica de alta resolução e pequena penetração, sonar lateral e sonda batimétrica de

varrimento lateral para cobertura integral da área a intervencionar (estação e cabos)) e magnéticos que permitam avaliar da espessura da cobertura da zona de instalação da eólicas e respetivos cabos e da existência de artefactos antropogénicos e arqueológicos abundantes na região.

Amostragem de fundo de pequena penetração para caracterização geológica e ambiental do substrato móvel (penetração de acordo com o registo do perfilador acústico, eventualmente do tipo gravity corer).

Ensaios geotécnicos para caracterização das condições de ancoragem dos geradores eólicos.

Acrescenta-se ainda que os pareceres técnicos sobre a possibilidade de amostragem do fundo marinho e realização de sísmica de reflexão 2D e 3D feitos pela DGEG se referem à prospeção de hidrocarbonetos e não de agregados não metálicos ou para instalação de equipamento de exploração de energia eólica. Para este efeito, a sísmica de reflexão a executar utiliza fontes de tipo ligeiro (ex. sparker) e streamer de hidrofones pequenos (metros a dezenas de metros) ou, no caso de perfilador acústico, sem streamer.

O projeto da Central Eólica Offshore, Windfloat Atlantic, encontra-se em fase de Estudo Prévio e, como tal, o conhecimento das condições locais, em termos de aspetos de natureza geológica ou outros, terá que ser proporcional à fase em que nos encontramos. Contudo, por iniciativa da WindPlus, com o intuito principal de ir obtendo o melhor conhecimento possível das características geológicas da área onde o projeto poderá vir a ser implantado, foram já desenvolvidos alguns estudos/campanhas de prospeção, cujos resultados podem ser consultados nos relatórios (relatórios que constituem, juntamente com os mapas elaborados, o Anexo 1 a este documento):

- GEOxyz_F0097-349_EDP_Windfloat OWF_Survey Report_Site Survey_140430_LNO

- GEOxyz_F0097-349_EDP_Windfloat OWF_Survey Report_Cable Route

Survey_140430_LNO

Esta(s) campanha(s) tinha(m) como objetivos principais:

- Determinar a altura da coluna de água, profundidade do fundo marinho, em relação à LAT (Lowest astronomical tide - Maré astronómica mais baixa)

- Identificar as características morfológicas do fundo do mar, bem como procurar quantificar os volumes de sedimentos móveis existentes na área e na sua envolvente imediata;

- Determinar a espessura dos sedimentos do fundo do mar, bem como a profundidade a que se encontra o bed-rock na área; determinar características topográficas e geológicas que possam ter impacte na implantação das infraestruturas do projeto;

- Obter dados que permitam auxiliar a avaliação de outras características, nomeadamente de natureza ambiental e arqueológica.

Desta(s) campanha(s) foi possível obter diversas conclusões. Para a área de implantação dos aerogeradores, destacam-se:

- A profundidade do leito marinho varia entre -85 e -100m, mergulhando de forma gradual em direção a oeste;

- Embora a penetração da geofísica nem sempre seja fácil, é possível considerar algumas variações sedimentológicas; distinguem-se grandes áreas constituídas possivelmente por areia grosseira e fragmentos de conchas, que resultam em manchas escuras nos resultados da geofísica, associadas a declives mais ou menos pronunciados na batimetria;

- Foram identificados vários obstáculos no fundo do mar, correspondentes a características sedimentológicas e/ou a afloramentos rochosos;

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- A cobertura de sedimentos é mais espessa no canto nordeste da área em análise, que vai diminuindo de espessura até ao local de onde partem os cabos, em que aqui a espessura de sedimentos pode ser inferior a 1m.

Em relação ao percurso de implantação dos cabos, devem ser destacadas as seguintes conclusões: - É possível definir uma faixa ao longo da costa, com vários quilómetros de largura, na qual o

fundo marinho é muito rochoso e as camadas de sedimentos são pouco espessas; nesta faixa, até cerca de 10km da linha de costa, a profundidade varia de +3m LAT para -50m LAT; para lá desta faixa e até à área de implantação dos aerogeradores, o fundo marinho mergulha gradualmente, desde aproximadamente uma profundidade da ordem dos -50m LAT até aos -90m LAT;

- A camada de sedimentos apresenta uma espessura variável, desde 0,5m próximo da área de onde partem os cabos, até espessuras com um mínimo de 3,0m em várias áreas ao longo do percurso dos cabos;

- Ao longo do percurso dos cabos são identificados alguns afloramentos rochosos e estruturas sedimentares, visíveis nos dados de varredura lateral.

Assim, considerando tratar-se de um Estudo de Incidências Ambientais, relativo a um projeto que se encontra, ainda, em fase de Estudo Prévio, os trabalhos até agora realizados, bem como os dados que os mesmos permitiram até agora obter, permitem-nos considerar que este projeto poderá ser implantado neste local, sem que os impactes que daí possam resultar assumam uma significância ou uma magnitude que sejam inviabilizadoras da sua prossecução.

Adicionalmente, importa ainda efetuar duas outras referências, relativas aos estudos mais aprofundados de caracterização geológica e ensaios geotécnicos, que são normalmente realizados em data posterior, por serem necessários à fase de projeto de execução.

Assim, no que respeita aos “ensaios geotécnicos para caracterização das condições de ancoragem dos geradores eólicos”, há a referir que o tema já foi abordado, tendo já sido encontrada a solução a adotar. Com efeito, cada plataforma semisubmersível WindFloat será fixa ao fundo marinho utilizando 3 linhas de amarração, dispostas em redor da mesma. Cada linha catenária utilizará uma combinação de cabo e corrente para conectar a plataforma a cada âncora de arrasto. O programa de simulação numérica OrcaFlex foi utilizado para estimar as cargas máximas espectáveis em cada linha de amarração, e consequentemente em cada âncora, tendo em conta o comportamento da plataforma WindFloat e as condições ambientais de vento, ondas e correntes marítimas no local. A análise numérica permitiu assim estimar a tensão máxima espectável para as âncoras da plataforma WindFloat. Foi aplicado um fator de segurança de 1,8, de acordo com as recomendações do American Bureau of Shipping (ABS, 2014) para sistemas de amarrações não-redundantes. Encontra-se assim a tensão máxima horizontal que cada âncora deverá suportar, ou seja, a capacidade máxima da âncora. Para o caso do projecto WindFloat Atlantic este valor é de 490 toneladas.

Da ponderação conjunta do desenho estrutural da âncora a utilizar, bem como das propriedades já conhecidas do solo do fundo marinho local, foi selecionada a âncora StevShark MK5 equipada com pontas de corte especiais, por permitir a penetração da âncora mesmo em solos rochosos ou mais duros. De acordo com a experiência do fabricante, foi selecionado o tamanho da âncora de 20 toneladas, garantido capacidade da âncora entre 500 e 600 toneladas.

O trabalho de engenharia foi acompanhado em detalhe pelo fabricante de âncoras Vryhof. Os detalhes deste dimensionamento podem ser encontrados na referência (Vryhof Anchors, 2015), assim como a lista de instalações utilizando este tipo de âncora. Os valores de referência da âncora selecionada para condições de solo de referência, variam entre as 576 e 1037 toneladas, indicando o fator de segurança adicional obtido com esta metodologia. É assim evitada a necessidade de análises geotécnicas adicionais. Os resultados desta análise serão submetidos para revisão pela ABS, para a certificação do desenho das âncoras.

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No que respeita aos trabalhos de caracterização geológica e ensaios geotécnicos relativos ao traçado do cabo submarino, há que referir que os mesmos se encontram ainda em definição, não sendo para já possível detalha-los com algum rigor. Com efeito, encontrando-se em elaboração a especificação dos trabalhos de caracterização geotécnica da faixa de implantação potencial do cabo elétrico submarino, há que considerar, entre outros fatores, que os trabalhos a realizar encontram-se ainda dependentes do fornecedor que vier a ser selecionado e das capacidades e equipamentos que dispuser.

De qualquer modo, serão levadas a efeito um conjunto de sondagens geotécnicas à rotação ao longo do traçado do cabo elétrico submarino, em princípio espaçadas de cerca de 1 km, Serão ainda realizados outros trabalhos in-situ, do tipo ensaios à percussão, bem como testes laboratoriais sobre os materiais, sedimentos e rochas, que possam ser amostrados.

Os trabalhos terão como enquadramento diversas normas e documentos de referência internacionais, nomeadamente: ISO 22476-1 Geotechnical investigation and testing – Field testing; ISO 19901-8 Draft Petroleum and Natural Gas Industries – Specific requirements for offshore structures; ISO 22475 Geotechnical investigation and testing – Sampling methods and groundwater measurements.

O navio a utilizar terá de ser adequado e estar equipado a efetuar sondagens geotécnicas à rotação e ensaios geotécnicos offshore in-situ, das áreas a prospetar. Terá obrigatoriamente de ser submetido a auditoria prévia neste sentido e de apresentar os certificados aplicáveis válidos, inclusive no que respeita à sua tripulação / pessoal técnico habilitado a efetuar trabalhos geotécnicos. O posicionamento geográfico do navio para efetuar as sondagens e ensaios terá de ser assegurado com equipamento de precisão adequada ao efeito, que apresente redundância de 100%. A tolerância máxima exigida no posicionamento será de +/- 2 m.

As características dos equipamento de sondagem á rotação, bem como os procedimentos a utilizar terão de ser previamente submetidos e aprovados pela WindPlus. As operações terão de ser paulatinamente acompanhadas pela equipa de engenharia da WindPlus, nomeadamente no que respeita à quantidade e qualidade das amostras obtidas, devendo o fornecedor assegurar meios e procedimentos adequados ao efeito.

Destinando-se a suportar a elaboração do projeto de execução do cabo elétrico submarino, os relatórios a produzir poderão ser disponibilizados aquando da verificação da conformidade ambiental do projeto.

Referências

ABS. (2014, July). Guide for Building and Classing Floating Offshore Wind Turbine Instalations. Vryhof Anchors. (2015). Anchor Analysis. Rotterdam: Vryhof.

2.4 Conservação da natureza e biodiversidade

Descrição da ação, plano ou projeto em apreciação, individualmente ou em conjunto com outras ações, planos ou projetos:

- Do EIncA constam elementos suficientes na descrição do projeto, com exceção da informação relativa à possibilidade de como se poderá fazer a sua ampliação no futuro, caso pretendido pelo Proponente e, em simultâneo, atendendo ao número reduzido de aerogeradores que compõem o Projeto.

O projeto em apreço constitui uma fase pré-comercial de desenvolvimento de uma nova tecnologia. Pretende-se com este projeto recolher conhecimento que permita o desenvolvimento e amadurecimento da tecnologia, bem como dar informação de base que permita a potenciais investidores avaliar o interesse no desenvolvimento futuro de projetos em fase comercial.

Por outro lado, cumpre esclarecer que o número de aerogeradores do projeto é reduzido, mas cada aerogerador apresenta uma potência unitária muito superior aquela que é normalmente utilizada onshore e até mesmo em offshore, o que permite atingir a potência global de 25 MW, que é bastante significativa, determinada para o projeto no âmbito do “Programa NER300”.

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Neste contexto, a WindPlus declara que não existem quaisquer planos ou intenções de ampliação da CEO-WA.

Não há para já qualquer informação concreta sobre outros projetos que possam vir, no futuro, a pretender ligar-se ao cabo elétrico submarino, a construir e explorar pela REN.

Naturalmente que qualquer novo projeto que eventualmente apareça será sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) ou AIncA, consoante venha a ser determinado, sendo nesse âmbito identificados e avaliados os eventuais impactes cumulativos.

Caracterização da situação de referência (ou Cenário Base, cf. indicado no EIncA):

- Do EIncA constam elementos suficientes para caraterizar os valores naturais previsivelmente afetados por este projeto, com exceção dos quirópteros;

- Apesar de não ser provável a utilização intensa da área por morcegos na sua atividade de caça, sem amostragem não se pode garantir que tal não aconteça, em particular na época de migrações (primavera e outono).

Caracterização da situação de referência

Das cerca de mil espécies de quirópteros conhecidas, estão identificadas em Portugal continental 24 espécies (Quadro 2.1). As populações de morcegos estão desde os anos 60 do século XX em declínio, e as espécies existentes em Portugal são todas protegidas. Os principais factores de ameaça apontados para o seu declínio são a destruição e degradação dos seus habitats de alimentação, a perturbação e a destruição dos abrigos, o uso de pesticidas e, apesar dos esforços de divulgação e informação, ainda a perseguição direta pelo Homem. A inventariação de espécies e abrigos em Portugal continental tem sido conduzida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o seu resumo mais recente consta na publicação “Atlas dos morcegos em Portugal continental” (Rainho et al., 2013).

Os morcegos alimentam-se de insectos, que caçam durante a noite. Algumas espécies capturam insectos em voo, outras no solo e em rochedos, paredes e plantas ou superfícies de águas calmas. São também conhecidas atividades de caça em zonas marinhas no norte da Europa que podem atingir distâncias à costa de cerca de 20 km1. Nestas situações a altura de voo dos organismos varia em média entre a superfície mar e os 10 m de altitude, embora espécies de maior envergadura possam voar até 40 m de altitude. Em Portugal só existem espécies de morcegos de pequena envergadura (ICNF, 2012). A caça sobre o mar faz-se sobretudo quando a abundância de insectos é mais elevada, o que por sua vez acontece quando as condições meteorológicas e de mar são calmas (Ahle´n et al., 2007; Ahle´n et al., 2009).

Em geral as áreas de distribuição dos morcegos estão relacionadas com a disponibilidade de alimento. Quando o alimento começa a decrescer, geralmente devido ao clima, os morcegos optam por uma das duas situações: ou hibernam, ou migram para locais onde a fonte de alimento é mais abundante. Em algumas áreas, poderá haver uma combinação de ambas as situações. No entanto, as espécies migradoras efetuam as suas migrações de norte para sul durante o inverno, quando o alimento é escasso, iniciando o seu movimento migratório a partir de setembro; e de sul para norte durante a primavera. Independentemente da distância, estas migrações são geralmente efectuadas entre dois pontos de abrigo em terra nos extremos dos corredores de migração.

As rotas migratórias que se conhecem na Europa foram identificadas essencialmente nos países do norte, algumas delas correspondendo a distâncias que podem chegar a cerca de 2000 km (Russ, 2009). Parte destas rotas podem ser efectuadas sobre o mar embora a sua realização esteja bastante dependente das condições meteorológicas que se fazem sentir, existindo observações de grande número

1 O comportamento da caça distingue-se do comportamento da migração quando o morcego retorna ao ponto de partida.

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de morcegos, nas costas de alguns países do norte da Europa, aguardando condições de vento favoráveis para iniciar a migração sobre o oceano (Ahle´n et al., 2007).

As condições meteorológicas favoráveis aos morcegos para sobrevoar o mar variam de espécie para espécie. A existência de vento é o factor mais determinante. Estudos efectuados no mar do Norte indicam que o morcego-arborícola-grande (Nyctalus noctula) é tolerante a velocidades de vento até 10 m/s. Esta espécie também parece ocorrer em Portugal (Quadro 2.1) mas o único registo existente corresponde a um exemplar do Museu Bocage em Pavia (Palmeirim et al., 1979), sabendo-se portanto muito pouco sobre a sua distribuição, incluindo se se trata de uma espécie residente ou visitante (espécie de carácter migrador) (Rainho et al., 2013). Esta espécie é também considerada por alguns autores como rara no país (Santos Reis e Mathias, 1996). A maioria das espécies de morcegos que sobrevoam o mar só o faz quando a velocidade do vento é menor que 5 m/s, voando várias das espécies com velocidades de vento inferiores a 2.5 m/s (Ahle´n et al., 2007).

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Quadro 2.1 – Lista de espécies de quirópteros existentes no território de Portugal continental. Estatuto: CR – Criticamente em Perigo, EN – Em Perigo, VU – Vulnerável, LC – Pouco preocupante, DD – Informação Insuficiente. Ocorrência: Res – residente, Vis – visitante. 1Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal (Cabral et al., 2006). 2Atlas

dos morcegos em Portugal continental (Rainho et al., 2013).

Espécie (nome comum) Espécie (nome científico)

Estatuto2 Ocorrência1 e Área de

distribuição2

Informação sobre hábitos de caça e alimentação2

Morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus ferrumequinum VU Norte e centro do país Residente

Desloca-se para áreas na maioria das vezes 3 a 4 km dos abrigos mas pode ir até

14 km de distância do abrigo

Morcego-de-ferradura-pequeno Rhinolophus hipposideros VU Todo o território Residente Alimenta-se preferencialmente em áreas florestadas

Morcego-de- ferradura-mediterrânico

Rhinolophus

euryale CR Norte e Centro do país Residente

Desloca-se para áreas na maioria das vezes 3 a 4 km dos abrigos que podem ir

até 10 a 24 km de distância do abrigo

Morcego-de-ferradura-mourisco Rhinolophus mehelyi CR Centro e sul Residente Alimenta-se em áreas agrícolas e na imediação de linhas de água Morcego de

Bechstein Myotis bechsteinii EN Poucos registos a norte e sul do país Residente Alimenta-se preferencialmente em áreas florestadas

Morcego-rato-grande Myotis myotis VU Todo o território Residente Caça essencialmente em áreas agrícolas

Morcego-rato-pequeno Myotis blythii CR

Residente

Registos dispersos a norte e sul do país

Caça essencialmente sobre pastagens, estepes e prados Morcego-de-franja

do Sul Myotis escalerai VU Todo o território Residente Alimenta-se preferencialmente em áreas florestadas Morcego-lanudo Myotis emarginatus DD Norte e centro do país Residente Caça em zonas com vegetação densa (florestas, olivais, zonas ripícolas)

Morcego-de-bigodes Myotis mystacinus DD Norte do país Residente

Caça em florestas, zonas agrícolas ou ripícolas (preferencial) na proximidade da

rede de abrigos que utiliza Morcego de Savi Pipistrellus savii DD Regiões montanhosas no Norte e Residente

centro

Caça em vários tipos de áreas mas prefere zonas montanhosas e rochosas

Morcego-arborícola-pequeno Nyctalus leisleri leisleri DD Todo o território Residente

Alimenta-se em espaços abertos ou por cima das copas das árvores mas também usa outros espaços (montados, carvalhais)

Morcego-arborícola-grande Nyctalus noctula DD Distribuição desconhecida Residente ou Visitante (?) Caça em espaços abertos, em zonas de iluminação pública e zonas ribeirinhas

Morcego-arborícola-gigante Nyctalus lasiopterus DD Norte e centro Residente

Desloca-se a grandes distâncias para se alimentar; prefere áreas ribeirinhas e

urbanas Morcego-negro Barbastella Barbastellus DD Norte e centro do país; litoral Residente

alentejano

Alimenta-se preferencialmente em áreas florestadas

Morcego-orelhudo-castanho Plecotus auritus DD Norte do país Residente Alimenta-se preferencialmente em áreas florestadas

Morcego-orelhudo-cinzento Plecotus austriacus LC Todo o território Residente

Caça em espaços abertos (zonas agrícolas, prados, pomares, jardins e orlas

de florestas)

Morcego-de-peluche Miniopterus schreibersii VU Todo o território Residente Alimenta-se em diversos habitats abertos ou semi-abertos até 16 km do abrigo Morcego-rabudo Tadarida teniotis DD Distribui-se por todo o território mas é Residente

mais abundante no norte do país

Alimenta-se numa grande variedade de habitats mas prefere áreas acima de zonas

florestais e olivais Morcego-de-água Myotis daubentonii LC Todo o território Residente Associado a habitats aquáticos (lagos, albufeiras ou linhas de água),

preferencialmente águas paradas Morcego-anão Pipistrellus pipistrellus LC Todo o território Residente Caça em zonas urbanas, zonas de floresta (caducifólias e ripícolas) Morcego pigmeu Pipistrellus pygmaeus LC Todo o território Residente Caça sobre linhas e planos de água uma vez que prefere insectos aquáticos Morcego de Kuhl Pipistrellus kuhli LC Todo o território Residente Caça sobre uma grande diversidade de habitats incluindo zonas urbanas

Morcego-hortelão-escuro Eptesicus serotinus LC Todo o território Residente Caça sobre uma grande diversidade de habitats incluindo zonas urbanas

(14)

Avaliação da necessidade de considerar os morcegos na análise e monitorização de impactes

Tendo em conta a situação de referência descrita acima, a presença de espécies de quirópteros no ponto de instalação e/ou na área adjacente do projeto WindFloat Atlantic, considera-se muito pouco provável pelas seguintes razões:

1) O valor de referência das condições de velocidade do vento (até 5 m/s) tolerado pelos morcegos para empreender o voo sobre áreas marinhas, corresponde na maioria dos meses à média das velocidades mínimas de vento previstas para o local de instalação do projecto o que só por si dificultará o estabelecimento do hábito destas espécies se deslocarem para o alto mar (ver

Figura 2.1: valores Zona 2);

2) Combinando os factos descritos no ponto 1) com a distância do ponto de instalação do projeto à costa (18 km), a sua localização em mar aberto, e ainda a orientação sul/norte ou norte/sul das migrações destes mamíferos, não se prevê que o ponto de instalação do projeto possa fazer parte de uma eventual rota de migração; por outro lado, em situações de clima temperado, como o do território Português, os morcegos tendem a abandonar comportamentos migratórios em troca de um “estilo de vida” mais sedentário (Russ et al., 2001);

3) As espécies de morcegos identificadas em Portugal continental são essencialmente classificadas como residentes (Quadro 2.1; Cabral et al., 2006) e com hábitos de alimentação restritos a espaços em áreas terrestres já tipificados e identificados espacialmente no território nacional (Quadro 2.1; Rainho et al., 2013), não havendo portanto indicação que efetuem deslocações em mar aberto para se alimentarem;

A investigação da eventual presença de morcegos na zona costeira bem como a sua deslocação sobre o mar na costa Atlântica, quer para se alimentarem quer em movimentos migratórios, carece de um estudo de base direcionado que envolve não só a detecção acústica em vários pontos na linha de costa, a identificação de eventuais abrigos utilizados perto dela e a observação direta; dada a sua natureza especulativa, pensa-se que este estudo carece no entanto à data, de evidências concretas, a nível nacional, para ser iniciado e está por outro lado, dado o seu carácter experimental, completamente fora do âmbito dos objectivos da monitorização ambiental a realizar dentro do seguimento dos impactes do projeto em causa.

Dado os fundamentos acima apresentados não se considera necessária a inclusão deste grupo na análise e monitorização dos impactes do projeto WindFloat Atlantic.

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Figura 2.1 – Dados estatísticos resultantes da aplicação do modelo de velocidade do vento para dois pontos ao largo da zona norte do país correspondentes à localização dos projetos WindFloat na Aguçadoura e ao futuro

projeto WindFloat Atlantic. Fonte: projeto DemowFloat. 0 5 10 15 20 25

Jan Fev Mar Abr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Statistical Box Plot of the Wind Speed at Zone 1

Wi n d S p e e d [ m /s ] 0 5 10 15 20 25

Jan Fev Mar Abr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Statistical Box Plot of the Wind Speed at Zone 2

Wi n d S p e e d [ m /s ]

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Referências:

Ahle´n, I., Baagoe, H.J, Bach, L., 2009. Behavior of Scandinavian bats during migration and foraging at sea. Journal of Mammalogy, 90(6): 1318–1323.

Cabral, M.J. (Coord.); Almeida, J.; Almeida, P. R.; Dellinger, T.; Ferrand de Almeida, N.; Oliveira, M. E.; Palmeirim, J. M.; Queiroz, A. I.; Rogado, L.; Santos-Reis, M. (2006). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Mamíferos (2.ª Edição). ICN, Assírio & Alvim.

ICNF, 2012. Ano do morcego. Informação disponibilizada no site http://anodomorcego.wix.com/icnb/inicio Palmeirim, J., Ramos, M. J. and Dias D., 1979. Bats from Portugal in the collection of Museu Bocage (Mammalia, Chiroptera). Arq. Mus. Bocage, 2” sCrie, 7: 53-66.

Pereira, M.J.R., 2000. Inventariação das espécies e dos abrigos de morcegos no PNSC e na PPAFCC/LA – Determinação dos biótopos de alimentação de algumas espécies de morcegos. ICN, 47 p. Disponível em http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/resource/docs/Mam/morc/pnsc-ppafcc-morc

Russ, J.M., Hutson, A.M.,, Montgomery W.I., Racey, P.A., Speakman, J.R., 2001. The status of Nathusius’ pipistrelle (Pipistrellus nathusii) in the British Isles. J. Zool., Lond. 254: 91-100.

Santos Reis, M., Mathias, M.L., 1996. The historical and recent distribution and status of mammals in Portugal. Hystrix, (n.s.) 8 (1-2): 75-89.

Caracterização da situação de referência (ou Cenário Base, cf. indicado no EIncA):

- Especificamente em relação aos cetáceos, a apreciação do EIncA está dificultada pelo facto dos mapas de distribuição com base nos dados do Projeto Safesea (4.7.7 a 4.7.12) e o mapa com dados da monitorização do projeto Windfloat Aguçadoura (4.7.14) não incluírem a localização dos aerogeradores. No Anexo 2 apresentam-se todas as figuras referidas incluindo a localização do parque eólico.

Identificação e avaliação conclusiva dos previsíveis impactes ambientais, designadamente os suscetíveis de afetar a conservação de habitats e de espécies da flora e da fauna:

- Os impactes previsíveis encontram-se identificados e avaliados, com exceção dos quirópteros por consequência deste grupo não ter sido englobado na situação de referência (ou cenário base).

Pelo atrás exposto, considera-se extremamente improvável a ocorrência de quirópteros na área do parque eólico. Como tal, não foram identificados impactes negativos sobre este grupo.

Exame de soluções alternativas:

- A alternativa apresentada não é suficiente para apreciação dos impactes sobre os valores naturais, na medida em que não são apresentadas localizações alternativas, nem a alternativa de dispor os aerogeradores numa linha paralela à linha de costa no sentido de minimizar o risco de colisão de aves com os aerogeradores, atendendo a que maioria das espécies ocorre na área de estudo em regime migratório, envolvendo movimentos norte-sul;

A localização do projeto obedeceu a um conjunto de condições/restrições de diversas ordens, boa parte das quais absolutamente cruciais e eliminatórias, que seguidamente se enumeram:

- Implantação dentro da linha das 12 milhas, delimitadora do Mar Territorial Português, embora suficientemente afastada da costa, por razões diversas de ordem socioeconómica, paisagística e técnica, como adiante se referem;

- Localização dos possíveis pontos de ligação do projeto à rede elétrica pública, em condições técnico-económicas que permitam a sua viabilização (distância a subestações da

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rede adequadas e com capacidade de receção e escoamento da energia elétrica a produzir; custos avultados em cabos elétricos submarinos);

- Maior afastamento possível a áreas possuidoras de estatuto de proteção da natureza, nomeadamente Rede Natura 2000 – zonas de proteção especial (ZPE) marinhas;

- Distribuição do recurso eólico, crucial para a viabilização do projeto dado o seu caráter pré-comercial (uma parte muito importante do retorno do investimento terá de resultar da venda de energia á rede elétrica pública), recurso eólico esse que, em face dos estudos levados a efeito se verificou ser tanto mais adequado quanto mais para norte e para oeste for a localização do projeto.

O layout do projeto, correspondente a uma (pequena) linha de aerogeradores dispostos na direção Este – Oeste, teve em conta aspetos que seguidamente se enumeram:

- Sendo as direções predominantes do vento no local na direção Sul - Norte, em ambos os sentidos, tecnicamente os aerogeradores devem apresentar-se dispostos na direção Este – Oeste, sob diversos critérios;

- A adoção de um layout com os aerogeradores dispostos na direção Sul – Norte, obrigaria desde logo a espaçamentos muito superiores entre aerogeradores, mais do que duplos daqueles que se encontram previstos, com crescimento muito significativo do espaço a abranger pela central eólica e com crescimento das implicações negativas, a nível sócio-económico e ambiental; - Num layout deste tipo a perda de energia por interferência entre os aerogeradores seria bastante

superior, resultando numa menos valia económica não desprezável, assim como seriam mais agressivas as condições de funcionamento dos próprios aerogeradores, na esteira uns dos outros, podendo resultar em problemas acrescidos de operação e menor durabilidade.

Não se pode deixar de chamar a atenção para a relativamente pequena dimensão do projeto, quando comparada com os projetos eólicos offshore tradicionais, que, conjugada com a sua localização comprovadamente pouco problemática, conduzirá sempre a impactes ambientais potencialmente baixos a muito baixos.

Apesar da análise de alternativas constituir inegavelmente uma boa prática em avaliação de impactes, o DL n.º 215-B/2012, de 8 de outubro, que regulamente a AIncA de projetos de energia provenientes de fontes renováveis não o exige.

No regime jurídico da AIA, aprovado pelo DL n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, a definição de AIA, constante do artigo 2.º, alínea d), refere a “análise de possíveis alternativas” e o artigo 5.º, sobre objetivos da AIA (artigo 5.º) refere a avaliação integrada “dos projetos e das alternativas apresentadas”.

No entanto, a única referência concreta à análise de alternativas surge no Anexo V – Conteúdo mínimo do EIA:

2 - Descrição das soluções alternativas razoáveis estudadas, incluindo a ausência de intervenção, tendo em conta a localização e as exigências no domínio da utilização dos recursos naturais e razões da escolha em função:

a) Das fases de construção, funcionamento e desativação; b) Da natureza da atividade;

c) Da extensão da atividade; d) Das fontes de emissões.

Esta referência é complementada no n.º 6 mesmo anexo pela seguinte disposição:

6 - Descrição e hierarquização dos impactes ambientais significativos (...) decorrentes do projeto e das alternativas estudadas, resultantes da existência do projeto, da utilização dos recursos

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naturais, da emissão de poluentes, da criação de perturbações e da forma prevista de eliminação de resíduos e de efluentes.

Embora Portugal constitua um bom exemplo, à escala europeia, de consideração de alternativas em AIA, não se trata de uma regra “cega”. Analisam-se alternativas quando tal se justifica, ou seja sempre que possam existir alternativas viáveis dos pontos de vista técnico, económico e ambiental e a análise de alternativas represente um contributo para evitar ou reduzir impactes ambientais negativos ou potenciar impactes positivos.

Em particular, nos casos em que as alternativas possíveis no quadro do projeto não apresentam qualquer redução dos impactes ambientais negativos, tem sido prática nacional, apresentar apenas a justificação da alternativa escolhida, mesmo em fase estudo prévio ou de anteprojeto.

Proposta de medidas que evitem, minimizem ou compensem os efeitos negativos identificados:

- Do EIncA constam elementos suficientes quanto às medidas propostas, com exceção dos quirópteros por consequência deste grupo não ter sido englobado na situação de referência (ou cenário base). Pelo atrás exposto, considera-se extremamente improvável a ocorrência de quirópteros na área do parque eólico. Como tal, não foram identificados impactes negativos sobre este grupo e, consequentemente, não se justifica a proposta de quaisquer medidas.

Monitorização: a) Aves

- A metodologia para a monitorização deverá incluir uma fase de pré-instalação à semelhança do proposto para os cetáceos.

Durante a fase de operação do projeto é proposta a monitorização de aves através de radar e censos visuais a partir de uma embarcação. Para incluir uma monitorização na fase de pré-instalação é necessário assegurar que os dados a obter sejam comparáveis com os da fase de operação a fim de detectar eventuais impactes. Deste modo é importante que as metodologias utilizadas durante a fase de pré-instalação e operação sejam idênticas. No entanto, dada a impossibilidade do uso do radar durante a fase de pré-instalação, uma vez que não existe nenhuma estrutura fixa onde este se possa instalar, propõe-se que a monitorização seja realizada com recurso aos censos visuais por embarcação seguindo transectos pré-definidos para identificação das espécies e número de indivíduos, localização geográfica, trajetória de voo, altura de voo, atividade e comportamento. Os censos visuais deverão seguir a metodologia ESAS.

Monitorização: a) Aves

- Para a fase de exploração, importa avaliar e justificar as alternativas propostas de localização do radar por comparação com a sua colocação na nacelle do aerogerador

Entre outros métodos, a monitorização de aves por radar nos parques eólicos offshore no norte da Europa é efectuada através da montagem do radar num mastro fixo a uma distância que permita registar a passagem de aves ou a colisão destas com os aerogeradores. O radar é geralmente colocado no mesmo mastro instalado com a estação meteorológica (para medição e controlo do recurso eólico). A instalação destes mastros (bem como a fixação das torres eólicas ao fundo marinho) só é técnica e economicamente viável em zonas com profundidades até 30 a 40 metros e em parques eólicos com várias dezenas ou centenas de aerogeradores.

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Nos parques eólicos flutuantes os instrumentos de medição das condições meteorológicas, caso existam (o que não é o caso da CEO-WA), são instalados em bóias à superfície, ancoradas no fundo através de cabos de amarração. A instalação do radar numa estrutura deste tipo não é recomendada dada a interferência do movimento oscilatório das ondas na correta aquisição de dados. Por outro lado a instalação do radar na nacelle causará uma maior interferência na aquisição de dados quando comparada com a aquisição de dados a partir da plataforma dada a proximidade das pás e do rotor. As pás do aerogerador em rotação sobre o eixo sub-horizontal do rotor, constituem uma barreira ao varrimento do radar, tornando-o “cego” em aproximadamente metade da sua amplitude de varrimento. Esta é também a opinião de um dos envolvidos na monitorização da avifauna com radar no projeto Windfloat (Miguel Repas, da empresa Strix), que considera “de todo não aconselhável” a colocação do radar na nacelle. Assim, a única solução possível para a instalação do radar será a sua montagem numa das plataformas exteriores da linha de plataformas e, nessa plataforma, num dos cantos opostos ao da turbina de modo a que o radar varra o espaço existente em redor de pelo menos três das quatro turbinas (ou duas das três turbinas). Estima-se que o radar seja instalado a cerca de 15 m acima do nível médio da água do mar contando com a altura da plataforma, a altura da estrutura que irá suportar o equipamento e a altura do próprio radar em conjunto com a antena adequada para o efeito. Esta abordagem foi discutida e validada com um dos responsáveis (Ricardo Tomé) da empresa (Strix) que efetuou a aquisição de dados com radar no projeto WindFloat instalado na Aguçadoura.

A instalação do radar no topo da nacelle apresenta as seguintes contraindicações do ponto de vista físico, de funcionamento deste equipamento, bem como da segurança e certificação do próprio aerogerador:

- O teto da nacelle não está projetado nem construído para suportar um equipamento do tipo radar de avifauna (pontos de suporte da estrutura, capacidade de suporte, alimentação elétrica, etc.). Se porventura fosse absolutamente necessário instalar um radar, seria necessário fazer várias modificações que qualquer fabricante de turbinas se negaria a fazer para uma única unidade, num parque de 3 a 4 aerogeradores. Esta situação teria também implicações na certificação do próprio aerogerador segundo as normas internacionais, o que ainda ficaria mais complicado de ultrapassar.

- A eventual instalação de um radar nesse ponto do aerogerador interferiria com outros componentes que se encontram instalados no topo da nacelle, concretamente com os anemómetros e os cataventos destinados a medir a direção e a velocidade do vento ao nível do centro do rotor. O mau funcionamento destes aparelhos traduzir-se-ia necessariamente num mau funcionamento da própria turbina, tendo em atenção a função que desempenham nos sistemas de comando e controlo do funcionamento da mesma. É difícil sabê-lo com rigor, mas poderia inclusive ser posta em risco a segurança da turbina, em caso de velocidades de vento muito elevadas. Outro inconveniente da eventual instalação de equipamento extra no topo da nacelle, tem a ver com a interferência provocada no sistema de balizagem aeronáutica que os aerogeradores têm de possuir.

- A manutenção do radar seria extramente complicada, o que se traduziria necessariamente em períodos prolongados de indisponibilidade e inatividade. Por outro lado, caso tivesse de ser substituído, em princípio a grua da nacelle, que fica situada por baixo do teto da mesma, não permitira fazer essa operação. Naturalmente, por uma questão de custos, encontra-se fora de questão mobilizar uma barco-grua com uma lança de mais de 120 m de altura para efetuar este tipo de operação.

- Por último, em caso de acidente (desprendimento do radar), poderiam ser ocasionados danos severos na própria estrutura do aerogerador, nomeadamente pás do rotor. Além disso, a sua queda de cerca de 100 m de altura poderia atingir alguém que se encontre na plataforma ou danificar os instrumentos de sinalização desta. Este risco evita-se, colocando o radar na parte superior de uma das colunas da plataforma que não tem a torre do aerogerador instalada.

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Monitorização: b) Cetáceos

- Para permitir a aplicação do programa DISTANCE, nas primeiras campanhas (préconstrução) os transectos deverão ser replicados, por época, até que se consiga assegurar um número mínimo de 40 avistamentos por campanha. Com o acumular de observações e usando sempre a mesma metodologia, o esforço de replicação pode ser reduzido, recomendando-se um valor mínimo de avistamentos por época de pelo menos 20 animais;

- A definição final do desenho de amostragem deverá ser definida pelo programa DISTANCE de forma a assegurar uma cobertura homogénea, no entanto, julga-se que no primeiro desenho experimental, os transectos deverão ter 5 km de afastamento para um desenho mais proporcional;

- A metodologia ao nível das campanhas de observação deverá especificar também ângulos de visualização, estimativa de distância e registo da posição de avistamento em relação ao barco;

- O número de observadores deverá ser 4, para permitir rotação de observadores a cada 3 horas; - A velocidade nunca poderá exceder 10 nós por causa da deteção do bôto;

- Com o esforço de monitorização acústica preconizado não se conseguirá produzir dados de uso espacial ou temporal, pelo que deverão ser propostos mais pontos de amostragem na área do parque, deverão existir pontos fora da área de influência do parque (zona de controlo) e a tecnologia utilizada deverá permitir a recolha contínua de dados.

Transcrevem-se seguidamente os parágrafos apresentados no relatório do EIncA (Vol. II) relativos à monitorização de cetáceos, com alterações ao texto de modo a incorporar os comentários. Inclui-se também ao longo do texto a discussão da exequibilidade de outras sugestões, sendo esta acompanhada da proposta de alternativas.

Fase de pré-instalação

Nesta fase do projeto propõe-se a inventariação das espécies de cetáceos na área do projeto e na área de referência de modo a caracterizar a relevância ecológica (tipo de uso que as espécies dão ao local) da área específica do parque eólico para as populações de cetáceos. Deste modo, deverão ser realizados censos visuais a partir de uma embarcação em maio / junho e setembro / outubro antes da instalação do projeto. Tendo em conta outros estudos já efetuados no local e no sentido de utilizar a informação recolhida, a metodologia a utilizar para a realização dos censos, incluindo preparação, realização e análise de dados, deverá ser a mesma que a utilizada no projeto piloto Windfloat instalado na Aguçadoura e descrito nos relatórios de monitorização. Esta metodologia encontra-se descrita seguidamente.

Durante as campanhas de observação devem ser realizados transectos lineares paralelos entre si e perpendiculares à costa (Buckland et al. 2001; Thomas et al. 2005), a partir de uma embarcação. A área de estudo deverá cobrir uma área maior que a área de instalação dos aerogeradores (isto é, maior que a área de restrição à navegação) e sobrepor-se, se possível, a transectos de estudos anteriores para os quais haja registos de observações. Os transectos deverão garantir uma cobertura uniforme da zona de estudo em termos espaciais e uma monitorização visual com vista à detecção de grupos de cetáceos e sua distribuição preferencial; a definição espacial dos transectos será efectuada recorrendo ao programa DISTANCE. Assim, cada transecto deverá ter uma distância entre si de cerca de 5 km, de modo a cobrir uniformemente toda a área definida para o estudo. A embarcação deve permitir que os olhos dos observadores estejam a pelo menos 3 m acima da linha de água. Para as observações serão necessários 4 observadores a bordo: 2 responsáveis pela observação em cada bordo da embarcação, um data recorder responsável pelo registo e foto-identificação, o quarto observador ocupará à vez a posição de descanso a cada três horas a fim de garantir manter a qualidade de percepção dos observadores. A observação deverá ser realizada a olho nu e com o auxílio de binóculos 7x50 reticulados. A velocidade da embarcação para realização dos transectos não deverá exceder os 10 nós e a posição do barco deverá ser registada continuamente. As observações e respectivos registos deverão incluir a identificação da

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espécie e respectivo comportamento do(s) indivíduo(s), incluir ângulos de visualização, estimativa de distância e registo da posição de avistamento em relação ao barco.

Para permitir a aplicação robusta do programa DISTANCE, a fim de estimar a densidade de indivíduos ao longo dos transectos, é necessária a existência de pelo menos 60 a 80 avistamentos (Buckland et al. 2001). No entanto, dadas as condições de estado de mar necessárias para fazer as observações (Beaufort <3) e considerando a dificuldade experimentada durante a monitorização do projeto Windfloat na Aguçadoura em conseguir janelas de tempo adequadas para a realização das campanhas, não se pode garantir que este número de avistamentos seja alcançado com a replicação dos transectos, uma vez que será necessário ter condições de mar adequadas durante mais tempo para os realizar. Por outro lado, mesmo que não haja limitações no estado de mar para realizar as campanhas, também não se poderá garantir à partida um certo número de avistamentos (senão não era necessário fazer observações). Deste modo, sugere-se que a replicação dos transectos por época fique limitada a um máximo de três replicados (se as condições de mar assim o permitirem) e que a aplicação do programa DISTANCE se efetue apenas quando e se o número de avistamentos atingir o número necessário para a sua aplicação, o que poderá ainda assim acontecer com o acumular de observações, usando sempre a mesma metodologia. Na impossibilidade de aplicar o programa DISTANCE para cálculo da densidade absoluta e à semelhança do que foi efectuado para o projeto SURGE em Peniche (teste da tecnologia de aproveitamento da energia ondas WaveRoller), poderá ser calculada a abundância relativa de cetáceos em termos de taxa de avistamento por transecto, isto é o número de indivíduos por transecto e o número de indivíduos por km2. Estes dados poderão ser facilmente comparados com os dados a obter depois da instalação do projeto a fim de se avaliar o eventual impacte do projeto.

Quando e se for possível a aplicação do programa DISTANCE, os resultados sobre a distribuição de cetáceos deverão incluir o mapeamento da distribuição absoluta dos animais avistados e o mapeamento da frequência relativa e da distribuição dos animais avistados, incluindo alterações sazonais, através de mapas com grelha de densidade. A influência do ruído antropogénico na área deverá ser incluída na análise da distribuição de mamíferos marinhos, recorrendo a dados do movimento de embarcações e helicópteros com base em dados do sistema de localização AIS.

Com o objetivo de avaliar a utilização espacial e sazonal de cetáceos deve ser realizada uma amostragem acústica, durante a realização dos transectos, de modo a detetar presença ou ausência de mamíferos marinhos na área do projeto. Esta deverá consistir no fundeamento de um sistema de hidrofones num ponto de amostragem dentro da área do parque de aerogeradores a uma distância nunca inferior a 100 m de distância dos mesmos.

O fundeamento de hidrofones na fase de pré-instalação pode apresentar dificuldades, dado que a área é utilizada, de forma confirmada pela Associação dos Armadores das Pescas Industriais, para a pesca de arrasto. Mesmo com a aprovação de uma área de exclusão na fase de pré-instalação, não é garantido que esta venha a ser respeitada.

Fase de operação

Durante a fase de operação o plano de monitorização do parque eólico tem por objetivo verificar a abundância e a distribuição de cetáceos na área de estudo com o propósito de avaliar os impactes durante este período. Na área adjacente aos aerogeradores deve também ser avaliada a utilização espacial e sazonal das espécies de cetáceos A metodologia a seguir no decorrer das campanhas de observação (área, data, periodicidade e método de observação) e os resultados a apresentar deverão ser idênticos aos descritos na fase de pré-instalação acima apresentada. O plano deverá ser levado a cabo durante três anos após a data de instalação do projeto.

O fundeamento de hidrofones nesta fase já não tem as mesmas dificuldades da fase de pré-instalação, podendo aproveitar-se boias de assinalamento da zona de exclusão do parque eólico e da faixa de proteção do cabo submarino, esta última como estação de controlo.

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Buckland, S.T., Anderson, D.R., Burnham, K.P., Laake, J.L., Borchers, D.L., and Thomas, L., 2001. Introduction to Distance Sampling, Oxford: Oxford University Press.

Thomas, L., Laake, J.L., Strindberg, S., Marques, F.F.C., Buckland, S.T., Borchers, D.L., Anderson, D.R., Burnham, K.P., Hedley, S.L., Pollard, J.H., Bishop, J.R.B., and Marques, T.A., 2006. Distance 5.0. Release 2, University of St Andrews: Research Unit for Wildlife Population Assessment. http://www.ruwpa.st-and.ac.uk/distance/

Monitorização c) Quirópteros

- Deve ser proposta a instalação de uma estação automática que registe ultrassons, instalada numa nacelle, com recolha de dados uma semana por mês, nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e outubro.

Pelo atrás exposto, considera-se não haver necessidade de levar e efeito um plano de monitorização de quirópteros.

Contudo, caso venha a ser entendido pelas Autoridades Ambientais a pertinência da execução de um estudo nesta matéria, a WindPlus acatará aquilo que lhe for formalmente determinado.

Nessa circunstância, alerta-se desde já que a proposta de instalação de uma estação automática que registe ultrassons instalada numa nacelle, não é uma solução viável.

Desde logo o equipamento, com exceção do microfone, terá de ficar alojado no interior da nacelle. Convém realçar que neste local encontram-se diversos dispositivos elétricos e eletrónicos, imprescindíveis ao funcionamento do próprio aerogerador, que provocam interferências ao nível da compatibilidade eletromagnética, podendo emitir também sinais com frequências suscetíveis de interferir com o funcionamento da referida estação automática, inviabilizando a eficácia da recolha de dados pretendida.

Por outro lado, a nacelle do aerogerador é o local em que o acesso se revela mais restrito, sendo quase exclusivo ao pessoal técnico do respetivo Fornecedor, que é ainda responsável pela sua operação e manutenção. Como tal, pelas regras e procedimentos vigentes na atividade, não é possível o acesso a este ponto do aerogerador por parte dos especialistas incumbidos de operar e manter a estação automática, bem como de resolver eventuais anomalias de funcionamento da mesma, como comprova a experiência anteriormente adquirida nesta matéria.

No nosso entendimento, a alternativa viável em relação ao local proposto, para a colocação da estação automática, seria a sua instalação sensivelmente ao nível da parte superior da plataforma, a qual se encontra a cerca de 11m acima do nível do mar.

2.5 Património cultural

Indicação das opções tomadas em relação à definição das áreas de incidência direta e indireta do projeto. No Desenho 1 (Anexo 3)encontram-se definidas as áreas de incidência direta e indireta do projeto. Na área destinada à instalação do parque eólico, considerou-se serem as ações de ancoragem aquelas que poderão ter um impacte negativo sobre eventual património presente. Prevê-se que a colocação de cada âncora no fundo marinho seja executada sem arrasto, pelo que se considerou suficiente a definição de uma Área de Incidência Direta destas ações delimitada pela linha que envolve as 9 âncoras com afastamento de 50metros desses 9 pontos. Considerou-se como Área de Incidência Indireta, uma faixa adicional de 50 metros a partir do limite exterior da área anteriormente definida, a qual permite salvaguardar alguma movimentação que possa ocorrer.

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previstos, os limites das áreas de incidência direta e indireta foram adaptados, por excesso, a esta possibilidade.

No corredor, o cabo submarino irá ser colocado sobre a rocha nos setores onde esta aflora e será enterrado após abertura de trincheira nos troços com sedimento arenoso.

Nestas condições, considerou-se suficiente a definição de uma Área de Incidência Direta,

correspondente a uma faixa com 5 metros centrada no eixo do corredor. Como Área de incidência

Indireta considerou-se uma faixa de 50metros centrada no mesmo eixo.

Informação sobre se houve articulação com o Gabinete de Arqueologia da Autarquia e os investigadores com projetos na área.

Foi enviado à Câmara Municipal de Viana do Castelo um pedido por e-mail, reproduzido no Anexo 4, que não teve resposta.

Da pesquisa efetuada não se identificaram projetos de investigação arqueológica nas áreas afetadas pelo projeto (zona industrial e portuária e leito marinho offshore).

Uma sistematização mais detalhada dos métodos de deteção remota utilizados e respetivos resultados. Neste devem ser indicadas e diferenciadas todas as anomalias identificadas em cada um dos métodos (incluindo os “refletores internos identificados com o perfilador de sedimentos), representadas graficamente as áreas de incidência de cada um, bem como referir a metodologia e as características utilizadas na obtenção dos dados apresentados. Por fim, deve-se argumentar se o levantamento existente adequa-se à identificação das realidades arqueológicos e sobre a eventual necessidade de recorrer a outros métodos de deteção, como o magnetómetro/ radiómetro.

Os levantamentos geofísicos, não tendo sido executados com o objetivo específico de detetar elementos patrimoniais, parece-nos cumprirem os requisitos para uma boa avaliação deste ponto de vista.

Foram objetivos do levantamento, de acordo com o expresso no relatório de trabalhos (GEOxyz e Lagoa do Ruivo, 2013):

- Determinar profundidades relativas à LAT;

- Identificar ocorrências e obstruções no leito marinho;

- Determinar os sedimentos do leito marinho e a litologia do substrato, ocorrência topográficas e geológicas que possam causar impacto na instalação do cabo submarino, tal como naufrágios ou afloramentos rochosos;

- Recolher dados para apoio aos estudos ambientais e arqueológicos.

De acordo com o relatório de prospeções geofísicas (GEOxyz e Lagoa do Ruivo, 2013) foi feito um levantamento, ao longo do corredor do cabo submarino, com 500m de largura e da área de implantação dos aerogeradores, com recurso a sonar de varrimento lateral (side scan sonar), multifeixe (multibeam) e perfilador de sedimentos (subbottom profiler).

Foi ainda feito, junto à costa, no local onde se prevê que o cabo entre na zona terrestre, um levantamento de uma área de cerca de 4km2 por sonar multifeixe.

Os levantamento com os três aparelhos foram executados em linhas com afastamento de 150m tendo sido obtida uma cobertura de 140% no sonar multifeixe e sonar de varrimento lateral.

Nestas condições, as áreas anteriormente definidas de incidência direta e indireta do projeto foram cobertas por estes levantamentos da seguinte forma:

Referências

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