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Aula 02. Noções de Direito Constitucional Constituição: Classificação. Agente Administrativo PRF Prof. Nathalia Masson

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Aula 02

Noções de Direito Constitucional – Constituição: Classificação.

Agente Administrativo – PRF

(2)

Sumário

SUMÁRIO ... 2

CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO ... 3

(1)RECADO INICIAL ... 3

(2)CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ... 3

(A)QUANTO À ORIGEM ... 3

(A.1)DEMOCRÁTICA ... 3

(A.2)OUTORGADA ... 3

(A.3)CESARISTA ...4

(A.4)DUALISTAS (OU CONVENCIONADAS) ...6

(B)QUANTO À ESTABILIDADE (MUTABILIDADE OU PROCESSO DE MODIFICAÇÃO) ... 7

(B.1)IMUTÁVEL ... 7

(B.2)RÍGIDA ... 7

(B.3)FLEXÍVEL ... 8

(B.4)SEMIRRÍGIDA ... 8

(C)QUANTO À FORMA... 10

(C.1)ESCRITA ... 10

(C.2)NÃO ESCRITA ... 10

(D)QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO ... 11

(D.1)DOGMÁTICA ... 11

(D.2)HISTÓRICA ... 12

(E)QUANTO À EXTENSÃO ... 13

(E.1)ANALÍTICA ... 13

(E.2)CONCISA ... 13

(F)QUANTO AO CONTEÚDO ... 15

(F.1)MATERIAL ... 15

(F.2)FORMAL ... 16

(G)QUANTO À FINALIDADE ... 17

(G.1)GARANTIA ... 18

(G.2)BALANÇO ... 18

(G.3)DIRIGENTE ... 18

(H)QUANTO AO LOCAL DA DECRETAÇÃO ... 20

(H.1)HETEROCONSTITUIÇÃO (OU CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA) ... 20

(H.2)AUTOCONSTITUIÇÃO ... 20

(I)QUANTO À INTERPRETAÇÃO ... 20

(I.1)NOMINALISTA ... 20

(I.2)SEMÂNTICA ... 21

(J)QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE = CRITÉRIO ONTOLÓGICO ... 21

(J.1)NORMATIVA ... 22

(J.2)NOMINATIVA ... 22

(J.3)SEMÂNTICA ... 22

(5)QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA ... 25

(6)OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR ... 29

(7)RESUMO DIRECIONADO ... 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 36

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CONSTITUIÇÃO: CLASSIFICAÇÃO

(1) Recado inicial

Lembre-se que esta aula foi produzida para o concurso de Agente Administrativo da PRF, banca CESPE, sendo datada de agosto de 2020. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!

(2) Classificação das Constituições

A doutrina, no intuito de classificar as Constituições, apresenta variados critérios tipológicos.

Na tentativa de organizar os mais utilizados e os mais cobrados em provas de concursos públicos, analisaremos, a seguir, os principais. Note, futuro Agente Administrativo da PRF, que este é um tema exclusivamente doutrinário: não vamos ler artigos da nossa Constituição, tampouco vamos visitar entendimentos do STF. Nossa tarefa é a de organizar e simplificar o modo como os doutrinadores apresentam esses múltiplos critérios de classificação das Constituições.

(A) Quanto à origem

Neste critério, teremos duas tipologias muito cobradas em prova (democrática e outorgada) e duas menos incidentes (cesarista e dualista). Veremos todas as quatro. E já me adianto lhe avisando que, quanto à origem, nossa Constituição Federal de 1988 pode ser considerada democrática.

(A.1) Democrática

Também chamada de promulgada ou popular, esta Constituição tem seu texto elaborado por intermédio da participação do povo, de modo direto ou indireto (por meio de representantes eleitos).

Homenageia o Princípio Democrático na medida em que confirma a soberania popular, demonstrando que Governo legítimo é aquele que se constrói afirmando a vontade e os interesses de seus governados.

Como exemplo desta tipologia, podemos citar as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

(A.2) Outorgada

Considera-se outorgada (imposta, ditatorial ou autocrática) a Constituição que é feita sem qualquer resquício de participação popular, sendo imposta aos nacionais como resultado de um ato unilateral do governante. O povo não participa do seu processo de formação, nem mesmo

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indiretamente. Como exemplo, podemos citar as Constituições Brasileiras de 1824, 1937, 1967 e a EC nº 1/1969.

Veja, a seguir, uma ilustração de como o examinador pode exigir o tema:

Questão para fixar

[FCC - 2004 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] No que diz respeito à classificação das constituições, considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são denominadas, respectivamente:

A) analíticas e sintéticas.

B) outorgadas e históricas.

C) históricas e dogmáticas.

D) promulgadas e outorgadas.

E) dogmáticas e promulgadas.

Comentário:

Já no enunciado o examinador explicitou o que desejava: que você fosse capaz de denominar e distinguir as Constituições que são fruto dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte, composta por representantes do povo (isto é, uma Constituição democrática ou promulgada), dos textos elaborados sem qualquer tipo de participação popular (as Constituições outorgadas – ou ditatoriais). Fica claro, deste modo, que a alternativa que estamos procurando é a ‘d’.

Gabarito: D

(A.3) Cesarista

Da mesma forma que a outorgada, a Constituição cesarista tem seu texto elaborado sem a participação do povo. No entanto, e diferentemente daquela, para entrar em vigor dependerá de aprovação popular que a ratifique (confirme) depois de pronta.

Apesar de a população ser chamada ao processo de formação do documento constitucional, não pense, meu caro aluno, que este texto será democrático: afinal, tal participação é meramente formal, dada por meio da concordância popular a um documento já pronto, inteiramente produzido, sem nenhuma possibilidade de o povo inserir ali algum conteúdo novo.

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Portanto, temos que afastar o caráter popular dessas Constituições cesaristas, pois a participação dos indivíduos, nesses casos, não é realmente democrática – só ocorre no intuito de conferir aparência de legítima (uma “roupagem democrática”) à tirânica e autoritária vontade do detentor do poder.

Vejamos agora uma questão de prova acerca dessa tipologia:

Questão para fixar

[CETRO - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à origem, como cesarista, é correto afirmar que:

A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.

B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.

C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.

D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.

E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação unilateral camuflada.

Comentário:

A alternativa que deveremos marcar é a ‘b’: a Constituição classificada quanto à sua origem como cesarista tem o seu texto elaborado sem a participação do povo, mas, para entrar em vigor, dependerá da aprovação popular que a ratifique depois de pronta. Lembremos, no entanto, que melhor teria sido a banca dizer

“referendo popular” (e não plebiscito), pois o projeto já está elaborado.

A alternativa ‘a’ não deverá ser marcada pois remete que uma Constituição cesarista é constituída de forma derivada por um órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão. Já sabemos que uma Constituição cesarista é escrita, sem a participação do povo, que apenas realizará o trabalho de ratificá-la depois de pronta.

Por seu turno, a alternativa ‘c’ nos apresenta a ideia de uma Constituição classificada quanto à sua origem como outorgada, enquanto a alternativa ‘d’ nos apresenta a Constituição classificada como promulgada quanto à sua origem.

Por fim, a alternativa ‘e’ define a Constituição classificada quanto à sua origem como dualista.

Gabarito: B

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(A.4) Dualistas (ou convencionadas)

Também chamadas de pactuadas, as Constituições dualistas – absolutamente antiquadas e inexistentes na atualidade – são formadas por textos constitucionais que nascem do instável compromisso (ou pacto) entre forças opositoras, no caso entre o monarca e o Poder Legislativo (representação popular), de forma que o texto constitucional se constitua alicerçado simultaneamente em dois princípios antagônicos: o monárquico e o democrático. Tais constituições representaram o momento na história no qual surgiram as “monarquias constitucionais” ou “representativas”, em claro abandono das “monarquias absolutas”.

Vejamos, agora, outra maneira de como o assunto poderá ser cobrado em sua prova:

Questão para fixar

[CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil] De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições podem ser classificadas como:

A) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais.

B) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações políticas e econômicas.

C) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário.

D) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder.

Comentário:

Após esse nosso detalhado estudo da classificação das Constituições quanto à origem, parece-me que é tarefa simples assinalar a assertiva “A” como correta. Como vimos, as Constituições promulgadas (ou democráticas), são mesmo confeccionadas a partir de uma participação popular. As demais definem de modo equivocado as outras tipologias de classificação.

Gabarito: A

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(B) Quanto à estabilidade (mutabilidade ou processo de modificação)

Neste critério, teremos duas tipologias muito cobradas em prova (rígida e flexível) e duas menos incidentes (imutável e semirrígida). Comentarei todas as quatro. E novamente me adianto lhe avisando que, quanto à estabilidade, nossa Constituição Federal de 1988 pode ser considerada rígida.

(B.1) Imutável

Também chamada de “granítica” ou “intocável” é uma Constituição dotada de uma fantasiosa pretensão: a de ser eterna. Ela não permite nenhuma mudança de seu texto, pois não prevê procedimento de reforma. Está completamente em desuso e representa, nos dias de hoje, uma mera lembrança histórica – afinal, não podemos imaginar, na atualidade, um documento constitucional que ignore, em absoluto, as mudanças sociais e políticas.

Essa é também a posição de José Afonso da Silva, para quem a estabilidade das Constituições é importante para assegurar certa permanência e durabilidade das instituições, mas essa estabilidade não pode ser absoluta, significando imutabilidade. Segundo o autor:

Não há Constituição imutável diante da realidade social cambiante, pois não é ela apenas um instrumento de ordem, mas deverá sê-lo, também, de progresso social. Deve-se assegurar certa estabilidade constitucional, (...) mas sem prejuízo da constante, tanto quanto possível, perfeita adaptação das constituições às exigências do progresso, da evolução e do bem-estar social"1.

A doutrina enumera as leis fundamentais antigas, como o Código de Hamurabi e a Lei das XII Tábuas, como exemplos de Constituições imutáveis2.

(B.2) Rígida

Nas Constituições rígidas, a alteração do texto é possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e difícil do que aquele previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares.

Tais regras diferenciadas e mais rigorosas são estabelecidas pela própria Constituição e tornam a alteração do texto constitucional mais complicada do que a feitura das leis comuns. Isso significa dizer que em Constituições rígidas é mais difícil fazer uma emenda constitucional do que uma lei ordinária.

Temos como exemplo de Constituição rígida a nossa Constituição Federal de 1988, que exige para a aprovação de suas emendas constitucionais o respeito a um procedimento bem mais severo e rigoroso do que aquele estabelecido para a construção da legislação ordinária: de acordo com o art. 60,

1. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 28ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 41-42.

2. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Editora Método, 2011, p. 111.

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CF/88, a aprovação de uma emenda constitucional exige discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) em dois turnos em cada Casa, sendo necessário obter, em cada Casa, em cada turno, o voto favorável da maioria de 3/5 dos componentes da Casa Legislativa respectiva. É um procedimento bem mais complexo do que aquele utilizado para a feitura de uma lei ordinária, que só é votada em um turno único e aprovada por maioria simples.

(B.3) Flexível

Essa Constituição é diferente da rígida, pois ela pode ser modificada por intermédio de um procedimento legislativo comum, ordinário, não requerendo qualquer processo específico e mais complexo para sua alteração. Ou seja, as mesmas regras de processo legislativo que usamos para elaborar leis ordinárias são também adotadas para a elaboração das emendas constitucionais.

(B.4) Semirrígida

Estamos diante de uma Constituição semirrígida – também conhecida como semiflexível – quando o documento constitucional pode ser modificado segundo ritos diferentes, a depender do tipo de norma que vá ser alterada. Neste tipo de Constituição, alguns artigos do texto (os que abrigam os assuntos mais importantes) compõem a parte rígida, de forma que só possam ser reformados por meio de um procedimento diferenciado e rigoroso, enquanto os demais artigos (que integram a parte flexível) podem ser alterados seguindo o processo ordinário, que é mais simples e menos dificultoso.

Nossa Constituição Imperial de 1824, em virtude da previsão constante do art. 1783, podia ser considerada como semirrígida, conforme assegura Kildare:

No Brasil, a Constituição do Império de 1824 caracterizava-se pela semi rigidez. É o que seu artigo 178 dispunha que se consideravam como constitucionais apenas as matérias que se referissem aos limites e tribulações do poder político e aos direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o mais, embora figurasse na Constituição por não ser constitucional, podia ser alterada por lei ordinária4.

Vou encerrar essa classificação da letra ‘B’, quanto à estabilidade, lembrando que o fato de nossa Constituição ser rígida não a torna, necessariamente, mais estável que as constituições flexíveis que são adotadas em outros países. Ser rígida significa que o processo de feitura de emenda é mais complexo, mas não significa que a Constituição sofrerá menos emendas, pois isso é algo que depende

3. Art. 178, Constituição Imperial de 1824: “É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos Poderes Politicos, e aos Direitos Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”(sic).

4. CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional: teoria do estado e da Constituição. Direito constitucional positivo. 14ª ed. rev. atual e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2008, p. 276.

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da maturidade democrática do país. Aliás, a Constituição brasileira é um ótimo exemplo de documento que já foi modificado inúmeras vezes (são mais de 100 emendas).

Vamos avaliar juntos como essa classificação foi cobrada em uma prova para Procurador, aplicada em 2015 no Paraná:

Questão para fixar

[OBJETIVA - 2015 - Prefeitura de Vitorino - PR – Procurador] A exigência de um procedimento mais difícil e rigoroso para alteração das normas constitucionais é típico de uma Constituição:

A) Rígida.

B) Flexível.

C) Histórica.

D) Semirrígida.

E) Garantista.

Comentário:

Ora meu caro aluno, o enunciado nos apresentou exatamente aquilo que acabamos de estudar: uma Constituição rígida é aquela que exige, para a alteração do seu texto, um procedimento mais complexo e dificultoso do que aquele prescrito para a feitura das leis ordinárias. Sendo assim, a alternativa a ser marcada será a da letra ‘a’.

Gabarito: A

Vamos treinar com mais uma questão? Achei essa interessantíssima!

Questão para fixar

[CESPE - 2018 - STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos (Exceto cargos 1, 2 e 8)] Julgue o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização político-administrativa:

O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais não é suficiente para classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível.

Comentário:

O que nos permite classificar uma Constituição como rígida ou flexível é o procedimento por ela prescrito para sua modificação (se é mais complexo ou se é idêntico ao procedimento previsto para a feitura de leis ordinárias) e não quantas vezes seu texto foi alterado. Destarte, a assertiva apresentada pode ser considerada correta.

Gabarito: Certo

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(C) Quanto à forma

Quanto à forma, as Constituições poderão ser classificadas de duas maneiras, como escritas ou não escritas (nossa CF/88 é escrita).

(C.1) Escrita

É a Constituição na qual todos os dispositivos são escritos e estão inseridos de modo organizado em um único documento, de forma codificada – note, meu caro aluno, que nossa CF/88 tem todos os seus artigos organizados em um único “livro”, que você pode comprar numa livraria ou adquirir gratuitamente na internet. Ou seja: em nosso país, só são normas constitucionais as que você encontra nesse documento que chamamos de Constituição.

Também vale destacar que nas Constituições escritas, o texto é elaborado em um momento único, de uma só vez.

(C.2) Não escrita

Diferentemente das Constituições escritas – nas quais todas as normas constitucionais podem ser encontradas em um único documento – nas Constituições não escritas (também chamadas de

‘costumeiras’) as normas constitucionais estão espalhadas e podem ser encontradas tanto nos costumes e nas decisões dos Tribunais (jurisprudência), como nos acordos, convenções e também nas leis escritas.

Atenção, futuro Agente, para um erro corriqueiro, que você não pode cometer: a Constituição não escrita não possui somente normas não escritas! Ao contrário, é formada pela junção destas com os textos escritos! Ou seja: nas Constituições não escritas temos normas não escritas, como os costumes, mas temos também normas escritas. Como exemplo, além das Constituições de Israel e a da Nova Zelândia, podemos mencionar a Constituição inglesa.

Vejamos um item de prova sobre esse critério classificatório:

Questão para fixar

[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue o item a seguir no que diz respeito à classificação das constituições:

No que refere à forma, as constituições recebem a denominação de materiais, quando consolidadas em instrumento formal e solene, e não escritas, quando baseadas em usos, costumes e textos esparsos.

Comentário:

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Nessa questão o examinador mesclou os critérios de classificação e os conceitos. No que se refere à forma, as Constituições podem ser escritas ou não escritas. Quanto ao conteúdo, critério que estudaremos adiante, teremos Constituições formais e materiais. Nesse contexto, como uma Constituição consolidada em um instrumento formal e solene é escrita (e não material), você deve julgar essa assertiva como falsa.

Gabarito: Errado.

(D) Quanto ao modo de elaboração

Aqui são duas as classificações possíveis: dogmática ou história. Nossa CF/88 é considerada dogmática.

(D.1) Dogmática

Também chamada de ortodoxa, é um documento necessariamente escrito, elaborado em uma ocasião certa, historicamente determinada, por um órgão competente para tanto. Retrata os valores e os princípios que vigoravam na sociedade naquele específico período de produção e os insere em seu texto, fazendo com que ganhem a força jurídica de dispositivos obrigatórios. É uma Constituição feita de uma só vez, em um período histórico delimitado.

Um detalhe! Como os valores e princípios que regulam a vida em sociedade em determinado momento histórico entram na Constituição como se fossem dogmas, tais Constituições acabam por receber a denominação de dogmáticas.

Alguns autores dividem a Constituição dogmática, com relação à sua ideologia, em dois tipos:

(i) ortodoxa: quando o texto constitucional reflete um pensamento único, só havendo espaço para uma exclusiva ideologia – não há espaço para conciliação de doutrinas opostas. São exemplos a Constituição da China, de 1982, e a da extinta União Soviética, de 1977.

(ii) eclética (heterodoxa ou heterogênea): nesta Constituição, o convívio harmônico entre várias ideologias é a marca central do texto. Por não haver uma única força política prevalente, essa Constituição é o resultado de uma composição variada de acordos heterogêneos, que demonstra a pluralidade de ideologias (as vezes colidentes) e sinaliza a ocorrência de possíveis duelos (judiciais, legislativos e administrativos) entre os diversos grupos políticos, a serem pacificados pelos operadores jurídicos. Nossa Constituição de 1988 é considerada eclética, pois dá respaldo a várias formas de pensamento (tanto é que um dos seus fundamentos do art. 1° é justamente o pluralismo político).

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(D.2) Histórica

Sempre não escrita, é uma Constituição que se constrói aos poucos, em um lento processo que vai filtrando e absorvendo as ideias da sociedade. Ela não se forma de uma só vez, como as Constituições dogmáticas. Ela é o produto de uma gradativa evolução jurídica e histórica da sociedade, de um vagaroso processo de cristalização dos valores e princípios compartilhados pelo grupo social.

Como exemplo contemporâneo de Constituição histórica, temos a inglesa.

Sobre essa classificação (quanto ao modo de elaboração), uma consideração final é importante: em termos de estabilidade pode-se dizer que a histórica é mais duradoura e sólida, enquanto a dogmática apresenta uma certa tendência à instabilidade. Isso porque enquanto a histórica é resultado de uma paulatina maturação dos diferentes valores que existem na sociedade – o que resulta em uma constituição demoradamente pensada e planejada – a dogmática, no mais das vezes, sedimenta valores de uma época específica, interesses passageiros, e estes, conforme o tecido social vai se alterando, vão se tornando ultrapassados, o que acarreta a necessidade de seguidas modificações do texto para que a Constituição continue correspondendo à realidade daquele país.

Vejamos um item de prova sobre esse critério classificatório:

Vou lhe mostrar, meu caro, como é que esse critério é cobrado em prova. Resolveremos juntos uma questão:

Questão para fixar

[CESPE - 2015 - FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 2] Com base nas classificações da CF, julgue o próximo item:

Quanto ao modo de elaboração, a CF é dogmática, porque foi constituída ao longo do tempo mediante lento e contínuo processo de formação, reunindo a história e as tradições de um povo.

Comentário:

A assertiva, ainda que mencione acertadamente que nossa CF/88 é dogmática, peca ao definir tal tipologia, pois apresenta justamente o conceito de uma Constituição histórica.

Gabarito: Errado.

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(E) Quanto à extensão

Segundo este critério, as Constituições podem ser analíticas ou concisas. Nosso documento constitucional de 1988, com seus mais de 350 artigos, divididos em inúmeros incisos e parágrafos, é, claramente, uma Constituição analítica.

(E.1) Analítica

Igualmente chamada de “prolixa” (ou “extensa"), sua confecção se dá de maneira ampla, detalhada, já que regulamenta vários assuntos: os considerados muito relevantes para a organização e funcionamento do Estado e outros que não são tão importantes, mas mesmo assim são inseridos no texto da Constituição.

Constituições prolixas não se preocupam em cuidar apenas das matérias constitucionais, essenciais à formação e organização do aparelho estatal e da vida em sociedade; ao contrário, descrevem os pormenores da vida no Estado, através de uma infinidade de normas de conteúdo dispensável à estruturação estatal. Segundo a doutrina, é uma Constituição que se desdobra “numa infinidade de normas no afã de constitucionalizar todo o conjunto da vida social"5. Por resultado, temos uma Constituição inchada, com número sempre volumoso de artigos.

Como exemplo podemos citar a Constituição do Brasil de 1988, a de Portugal (1976) e a da Espanha (1978).

(E.2) Concisa

Sintética é a Constituição elaborada de forma reduzida, com preocupação única de enunciar os princípios básicos para a estruturação estatal, mantendo-se restrita aos assuntos que realmente são constitucionais.

Por ser um documento sucinto, elaborado de modo bastante resumido, seu texto se encerra após estabelecer os princípios fundamentais de organização do Estado e da sociedade. Tem-se como exemplo desse tipo de Constituição a dos Estados Unidos da América, de 1787, possuidora de apenas sete artigos originais (redigidos em 4.400 palavras, tão somente!).

5. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional.

5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.

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Parcela da doutrina vê virtudes nestas Constituições em razão da sua maior duração ao longo do tempo, “por serem mais facilmente adaptáveis às mudanças da realidade, dado o seu caráter principiológico, sem que haja necessidade de constante alteração formal do seu texto"6.

Outros juristas7, no entanto, destacam as Constituições são um reflexo das crenças e das tradições de cada povo, valores que não podem ser trocados por modelos estrangeiros8. Por isso, segundo Gisela Maria Bester, a evidente prolixidade e extensão do nosso texto constitucional refletem as

virtudes e os defeitos do povo brasileiro. E se ela é extensa, é porque não somos sutis a ponto de termos regras claras e objetivas com paralela economia de palavras. Não, não somos dados a sutilezas; nós somos explícitos, minudentes e repetitivos, e bem por isso precisamos inserir e repetir no texto constitucional regras que pareceriam óbvias em outras culturas. Se a Constituição é

“exagerada”, é porque nós brasileiros, somos exatamente assim: exagerados, expansivos, largos nos sorrisos e nas maneiras. Somos abundantes nas cores, nos decotes, das mesas postas, na voluptuosidade da exibição dos corpos masculinos e femininos. Somos fartos na exposição de nossas vaidades, mas também na administração do que vem de fora. Falamos alto, furamos filas, mas também somos exuberantemente solidários, acolhedores, hospitaleiros, sensíveis, emotivos.

Um sem-número de outros defeitos e qualidades poderiam ser descritos, mas os listados já nos bastam para provarmos uma tese irrefutável: a tese de que a Constituição é o nosso retrato. A Constituição modelo, dos Estados Unidos, enxuta na forma, breve, objetiva, talvez não nos sirva porque somos de uma exuberante extroversão, daí que para nós só poderia ser mesmo uma Constituição do tipo generosa.9

Superada essa classificação, vejamos como o examinador poderá cobra-la em sua prova:

6. CARVALHO, Kildare Gonçalves de. Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 203.

7. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional.

5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.

8. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional.

5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 63.

9. BESTER, Gisela Maria. Direito Constitucional – fundamentos teóricos, p. 115-116, apud CARVALHO, Kildare Gonçalves de.

Direito Constitucional. 11ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p. 295.

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Questão para fixar

[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017 - UFVJM-MG - Assistente em Administração] A Constituição Brasileira de 1988, por tratar de muitos e variados assuntos que foram considerados relevantes, e não apenas dos princípios e direitos fundamentais e das normas de organização do Estado, recebe a classificação de:

A) flexível.

B) analítica.

C) material D) outorgada Comentário:

É claro que marcaremos a letra ‘b’, certo? Sabemos que o que caracteriza uma Constituição como analítica é justamente o fato de ela ser extensa e trazer em seu texto múltiplos assuntos, não só os temas considerados materialmente constitucionais (os direitos fundamentais e as normas centrais de organização do Estado).

Gabarito: B.

(F) Quanto ao conteúdo

Quanto ao conteúdo, as Constituições podem ser materiais ou formais. Nosso documento constitucional de 1988, representa uma Constituição formal.

(F.1) Material

Uma Constituição é material quando consideramos como constitucional toda norma que tratar de matéria constitucional, independentemente de estar tal diploma inserido ou não no texto da Constituição. A doutrina ainda não pacificou a definição do que seja ou não matéria constitucional, entretanto me parece que existe um acordo no que tange ao reconhecimento de que alguns assuntos seriam indispensáveis a um texto constitucional, por serem essenciais à organização e estruturação do Estado. Este rol mínimo seria formado, ao menos, pelos seguintes temas: estruturação da forma de Estado, regime, sistema e forma de Governo; repartição de atribuições entre os entes estatais; direitos e garantias fundamentais do homem.

Desta forma, toda norma que tratar de qualquer um dos assuntos acima listado é uma norma constitucional, seja ela um artigo da Constituição, seja ela uma lei ordinária, seja ela uma decisão do Tribunal Constitucional...

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(F.2) Formal

Nesta acepção, constitucional são todas as normas inseridas no texto da Constituição, independentemente de versarem ou não sobre temas tidos por constitucionais, isto é, assuntos imprescindíveis à organização política do Estado. Em outros termos, são constitucionais as normas que estão o documento constitucional, ainda que o conteúdo de algumas delas não possa ser considerado materialmente constitucional.

Assim, em Constituições formais, como a nossa de 1988, teremos alguns artigos que serão considerados só formalmente constitucionais (estão inseridos na Constituição, mas no que se refere ao seu conteúdo não podem ser considerados constitucionais), enquanto outros serão formal e materialmente constitucionais, em razão de estarem no texto da Constituição e tratarem de matéria considerada constitucional. Vamos exemplificar esses dois cenários com artigos?

Pense no art. 242, § 2º, CF/88, que diz: “O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”. Como você classificaria este artigo? Certamente ele é formalmente constitucional, pois está na CF/88. No entanto, qual é a sua percepção quando à matéria:

é assunto constitucional (que deveria estar mesmo na Constituição) ou é uma matéria acessória, lateral, que poderia ter sido tratada em uma lei ordinária? Claro que ficamos com a segunda opção, razão pela qual podemos classificar este artigo como sendo só formalmente constitucional (está na Constituição, mas não trata de matéria constitucional).

Verifique agora o art. 5°, II, que consagra o princípio da legalidade ao dizer que “II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Sem dúvida é uma norma formalmente constitucional, pois está na Constituição. E quanto ao conteúdo? Como consagra um direito fundamental, é também uma norma materialmente constitucional. Ou seja, é um dispositivo que pode ser classificado como norma material e formalmente constitucional.

Veja como isso será cobrado:

Questões para fixar

(TRF 3ªR/Juiz Federal/TRF 3ªR/2016) Com relação a classificação das Constituições é correto dizer que:

A Constituição formal é aquela promulgada em sessão solene do Poder Constituinte que a elaborou, com a presença do chefe do Poder Executivo.

Comentário:

Assertiva falsa. O que classifica uma Constituição como formal é o seu conteúdo e não os aspectos referentes à sua origem (promulgada ou outorgada), tampouco o modo como é desenrolada a sessão da sua

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apresentação ao povo.

Gabarito: Errada.

[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta:

A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e outras normas passíveis de alteração.

B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia indireta, por meio de representantes eleitos.

C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto escrito quanto por usos e costumes internacionais.

D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas formalmente constitucionais.

E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.

Comentário:

Nessa questão, a alternativa a ser marcada é a da letra ‘d’, diante da possibilidade de encontrarmos em nossa Constituição Federal normas materialmente constitucionais (que tratam da estruturação da forma de Estado, do regime, sistema e forma de Governo, da repartição de atribuições entre os entes estatais e dos direitos e garantias fundamentais) e normas consideradas apenas formalmente constitucionais (estão inseridas no texto da Constituição, contudo, não tratam de tema reconhecido como constitucional).

A alternativa ‘a’ apresentada um erro ao dizer que nossa Constituição é semirrígida (sabemos que é rígida), enquanto a alternativa ‘c’ afirma que o legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica (nosso documento constitucional é dogmático).

Por fim, a alternativa ‘e’ peca ao dizer que nossa Constituição é imutável: como já comentamos em várias oportunidades nessa aula, nossa Constituição é rígida, ainda que possua em seu texto normas que não podem ser alteradas por emenda constitucional.

Gabarito: D

(G) Quanto à finalidade

Quanto à finalidade, as Constituições podem ser classificadas de três formas: garantia, balanço e dirigente. Nosso documento constitucional de 1988, representa uma Constituição dirigente.

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(G.1) Garantia

Também denominada “Constituição-quadro”, restringe o poder estatal, criando esferas de não interferência do poder público na vida dos indivíduos. Por possuir um corpo normativo repleto de direitos individuais oponíveis ao Estado, podemos dizer que ela traz para os sujeitos liberdades- negativas, que estabelecem espaços de não atuação e não interferência estatal na vida privada das pessoas.

A doutrina10 aponta que a Constituição garantia é um documento com “olhar” direcionado ao passado, pois se preocupa em garantir os direitos já conquistados outrora, protegendo-os diante de uma possível (e indesejável) interferência do Estado.

(G.2) Balanço

Igualmente intitulada “Constituição-registro”, é própria dos regimes socialistas – as Constituições de 1924, 1936 e 1977 da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) são exemplos. Esta tipologia constitucional, cujo “olhar” se volta para o presente, procura explicitar o desenvolvimento atual da sociedade e ser um espelho fiel capaz de traduzir os patamares em que se encontram a economia e as instituições políticas.

Nos dizeres de Manoel Gonçalves Ferreira Filho:

é a Constituição que descreve e registra a organização política estabelecida. Na verdade, segundo essa doutrina, a Constituição registraria um estágio das relações de poder. Por isso é que a URSS, quando alcançado novo estágio na marcha para o socialismo, adotaria nova Constituição, como o fez em 1924, a 1936 e 1977. Cada uma de tais Constituições faria o balanço do novo estágio.11

(G.3) Dirigente

Contrapondo-se à Constituição-garantia, a dirigente é uma Constituição feita a partir de expectativas lançadas para o futuro, pois ela cria um plano de fins e objetivos que serão perseguidos pelos poderes públicos e pela sociedade. É marcada, pois, pela presença de programas e projetos voltados à concretização de certos ideais políticos.

Comum em seu texto é a presença de normas de eficácia programática, destinadas aos órgãos estatais com a finalidade de fixar os programas que irão guiar os poderes públicos na consecução dos planejamentos traçados. Tal qual a Constituição de Weimar, de 1919, e a Constituição

10. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 12-13.

11. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 13.

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da República Portuguesa, de 1976, a nossa atual Constituição da República é um dos clássicos exemplos utilizados para apresentar a Constituição dirigente.

Segundo Eros Grau, “Que a nossa Constituição de 1988 é uma Constituição dirigente, isso é inquestionável. O conjunto de diretrizes, programas e fins que enuncia, a serem pelo Estado e pela sociedade realizados, a ela confere o caráter de plano global normativo, do Estado e da sociedade”12.

Questão para fixar

[CESPE - 2010 - DPU - Analista Administrativo] Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

A) A CF é classificada como dogmática, mesmo que haja a possibilidade de modificação no seu texto.

B) Quanto à sua estabilidade, a CF é um exemplo de constituição classificada como flexível, pois possibilita a sua evolução por intermédio de emendas constitucionais.

C) Trata-se de uma constituição balanço, pois visa garantir a permanência dos direitos, liberdades e garantias fundamentais, voltando-se precipuamente para o passado.

D) Caso existissem normas programáticas na CF, ela seria um exemplo de constituição garantia.

E) Para que tivesse plena eficácia no mundo jurídico, a CF foi outorgada.

Comentário:

Muito interessante essa questão elaborada pelo CESPE. Vamos avaliar item a item, começando com a letra

‘e’: é incorreta, pois menciona que nossa CF/88 foi outorgada, o que sabemos não ser verdade, já que o nosso texto constitucional foi promulgado (é popular). A letra ‘d’ é falsa pois são as Constituições dirigentes que trazem em seu corpo normas programáticas. Já a alternativa “C” peca em duas coisas: nos dizer que nossa Constituição é uma Constituição-balanço (a CF/88 é dirigente) e afirmar que uma Constituição-balanço (ou registro) volta o seu olhar para o passado (é para o presente). Também não poderemos marcar a letra ‘b’, pois sabemos que a nossa Constituição Federal de 1988 é um exemplo de documento rígida, que pode ser alterado por uma emenda constitucional, mas segundo um processo mais solene e dificultoso do que aquele previsto para a elaboração de leis infraconstitucionais (leis ordinárias ou complementares). Só nos resta como alternativa a assinalar a constante da letra ‘a’. está correta, pois nossa Constituição é dogmática, e isso não representa nenhum obstáculo para ela ser alterada.

Gabarito: A

12. CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013.

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(H) Quanto ao local da decretação

No que se refere ao local de decretação, as Constituições podem ser classificadas de duas formas: heteroconstituição ou autoconstituição (sendo que nosso documento constitucional de 1988 se enquadra nesse segundo tipo).

(H.1) Heteroconstituição (ou Constituição heterônoma)

Muito raras são as Constituições que não são feitas naquele Estado em que irão viger, surgindo em Estado diverso daquele em que o documento vai valer, ou então elaboradas por algum organismo internacional. A heteroconstituição é, por isso, bastante incomum e causa grande perplexidade, pois o documento constitucional vai ser feito fora do Estado onde suas normas produzirão efeitos. São exemplos de Constituição heterônoma as de países como Nova Zelândia, Canadá e Austrália, pois, como integrantes da Commonwealth, suas Constituições foram aprovadas por leis do Parlamento Britânico. Igualmente pode ser citada a Constituição cipriota, produto de acordos feitos em Zurique, na década de 1960, entre Grécia, Turquia e a Grã-Bretanha.

(H.2) Autoconstituição

Também chamada de autônoma, é a Constituição elaborada dentro do próprio Estado que ela vai estruturar normativamente e reger. Em regra, as Constituições são deste tipo – inclusive a nossa atual, de 1988.

(I) Quanto à interpretação

Segundo este critério, as Constituições podem ser divididas de duas formas: nominalista ou semântica. Nosso documento constitucional de 1988 é classificado como uma Constituição semântica.

(I.1) Nominalista

É uma Constituição possuidora de normas tão precisas e inteligíveis que dispensa, para ser compreendida, de qualquer outro método interpretativo que não o gramatical ou literal. Todas as possíveis ocorrências constitucionais da vida fática já possuem, previamente, resposta no texto constitucional: basta aplicar na literalidade a norma jurídica cabível na hipótese que solucionada está a controvérsia.

Atualmente é impensável um documento constitucional com dispositivos de conteúdo tão exato e certo que dê conta de abraçar toda a colossal realidade fática (excessivamente complexa) a ser normatizada. A importância dessa tipologia constitucional hoje é, portanto, meramente histórica.

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(I.2) Semântica

Em sentido inverso à nominalista, Constituição semântica é aquela cujo texto exige a aplicação de uma diversidade de métodos interpretativos para ser realmente entendido. Nesta tipologia, onde se enquadram os documentos constitucionais atuais, a interpretação literal (ou gramatical) não é suficiente para a compreensão e deve ser aliada a diversos outros processos hermenêuticos no intuito de viabilizar uma ampla assimilação do documento constitucional.

Finalmente, cumpre informar que algumas precauções devem ser tomadas no estudo do tema

“classificações”, pois diferentes autores se valem das mesmas palavras para obter conclusões próprias.

É o que se passa com os termos “nominalista” e “semântica”: utilizados neste item para dar conta das espécies de Constituições segundo a aplicação (ou não) de diferentes processos hermenêuticos para o entendimento de seu texto, serão apresentados no próximo item com outra, e absolutamente, diversa significância – como termos que, juntamente com o vocábulo “normativa”, compõem a classificação das Constituições segundo a correspondência com a realidade, de Karl Loewenstein. Além disso, a doutrina noticia13 que o professor português J. J. Gomes Canotilho também utiliza os termos

“semântica” e “normativa” de maneira inusitada e inovadora: “semânticas”, na percepção do autor, são aquelas Constituições “de fachada”, não possuidoras de justiça e bondade em seus conteúdos, meramente formais, e “normativas” são as Constituições que preveem direitos e garantias fundamentais e limitam o poder do Estado, fazendo-o com efetiva bondade – um altruísmo e benevolência que materialmente orientam a produção de todo o texto.

(J) Quanto à correspondência com a realidade = critério ontológico

Este critério foi desenvolvido em meados do século XX pelo alemão Karl Loewenstein, e ele pretende avaliar o grau de comunicabilidade entre o texto constitucional e a realidade a ser normatizada, partindo de uma teoria ontológica das Constituições. Efetivamente diferente das classificações apresentadas até aqui – que se propunham a analisar os dispositivos constitucionais em si mesmos, sem estabelecer qualquer conexão ou correspondência com o mundo externo – esta classificação se define a partir de um parâmetro extrínseco à Constituição, já que o intuito do autor é examinar o documento constitucional considerando sua maior ou menor proximidade com a realidade. Vejamos quais são as (três) modalidades que surgem a partir dessa tipologia classificatória.

13. NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Método, 2011, p. 117.

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(J.1) Normativa

Nesta Constituição há perfeita sintonia entre o texto constitucional e a conjuntura política e social do Estado, de forma que a limitação ao poder dos governantes e a previsão de direitos à população sejam estritamente observadas e cumpridas. O texto constitucional é de tal forma eficaz e seguido à risca que, na prática, vê-se claramente a harmonia entre o que se estabeleceu no plano normativo e o que se efetiva no mundo fático14. O resultado é o reconhecimento de que há verdadeira correspondência entre o que está escrito na Constituição e a realidade, afinal, os processos políticos de poder se submetem às normas constitucionais, sendo por elas guiados. Um bom exemplo é a Constituição Americana de 1787.

(J.2) Nominativa

Esta já não é capaz de reproduzir com exata congruência a realidade política e social do Estado, mas anseia chegar a este estágio. Seus dispositivos não são, ainda, dotados de força normativa capaz de reger os processos de poder na plenitude, mas almeja-se um dia alcançar a perfeita sintonia entre o texto (Constituição) e o contexto (realidade). Daí advém a virtude principal deste tipo de Constituição: na sua função prospectiva, de almejar num futuro próximo a adequação ideal entre normas e realidade fática, é bastante educativa. Outro ponto de destaque é que, assim como a Constituição normativa, é dotada, inequivocamente, de valor jurídico.

Nossa Constituição de 1988 (aliás, como toda Constituição nominal) nasceu com o ideal de ser normativa – isso porque saíamos de uma época ditatorial (Constituição semântica), que somente legitimava o poder autoritário, com o intuito de construir um texto absolutamente compatível com a nova realidade democrática que se instaurava – mas, obviamente, não conquistou essa finalidade, pois ainda hoje existem casos de absoluta ausência de concordância entre o texto constitucional e a realidade. É, pois, um exemplo de Constituição nominal (ou nominalista). Outros exemplos: as Constituições brasileiras de 1934 e 1946.

(J.3) Semântica

É a Constituição que nunca pretendeu conquistar uma coerência apurada entre o texto e a realidade, mas apenas garantir a situação de dominação estável por parte do poder autoritário. Típica de estados ditatoriais, sua função única é legitimar o poder usurpado do povo, estabilizando a

14. Uma boa metáfora, apresentada pelo próprio Loewenstein (e citada por Dirley – Curso de Direito Constitucional. 6ª ed.

Salvador: Juspodivm, 2012, p. 128) refere-se à vestimenta, pois, nos dizeres do autor, a Constituição normativa é aquela que tal qual uma roupa que “cai muito bem” e se assenta perfeitamente ao corpo, adorna precisamente a realidade.

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intervenção dos ilegítimos dominadores de fato do poder político. Por essa razão é tida como um simulacro de Constituição, afinal trai o significado do vocábulo “Constituição” que é, necessariamente, um documento limitador do poder, com finalidade garantista, e não um corpo de normas legitimadoras do arbítrio.

Não faltam exemplos na nossa história constitucional de documentos semânticos: além da Carta de 1937, temos as de 1967 e a EC nº 1/1969.

Bom, futuro Agente Administrativo da PRF, agora que já estudamos variados critérios, vale apresentar, em finalização ao tópico, um esquema que organiza as classificações apresentadas:

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(5) Questões resolvidas em aula

QUESTÃO 01

[FCC - 2004 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados] No que diz respeito à classificação das constituições, considerando- se a origem, observa-se que umas derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração, sendo que outras são elaboradas e estabelecidas sem a participação popular, através de imposição do poder na época. Nesses casos, tais constituições são denominadas, respectivamente,

A) analíticas e sintéticas.

B) outorgadas e históricas.

C) históricas e dogmáticas.

D) promulgadas e outorgadas.

E) dogmáticas e promulgadas.

QUESTÃO 02

[CETRO - 2017 - TJ-RJ - Titular de Serviços de Notas e de Registros] Acerca da Constituição classificada, quanto à origem, como cesarista, é correto afirmar que

A) é constituída derivadamente pelo órgão parlamentar, tendo por instrumento a emenda de reforma ou de revisão.

B) é formada por meio de plebiscito popular sobre um projeto já elaborado.

C) é imposta, sem participação popular, por quem não recebeu poder para tanto.

D) é oriunda dos trabalhos de uma Assembleia Constituinte eleita para tanto.

E) advém de um compromisso instável de duas forças políticas rivais e, se converte, mais adiante, numa estipulação unilateral camuflada.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia Civil] De acordo com a doutrina majoritária, quanto à origem, as Constituições podem ser classificadas como

A) promulgadas, que são ditas democráticas por se originarem da participação popular por meio do voto e da elaboração de normas constitucionais.

B) outorgadas, que surgem da tradição, dos usos e costumes, da religião ou das relações políticas e econômicas.

C) cesaristas, que são as derivadas de uma concessão do governante, ou seja, daquele que tem a titularidade do poder constituinte originário.

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D) pactuadas, que são formadas por dois mecanismos distintos de participação popular, o plebiscito e o referendo, ambos com o objetivo de legitimar a presença do detentor do poder.

E) históricas, que surgem do pacto entre o soberano e a organização nacional e englobam muitas das Constituições monárquicas.

QUESTÃO 04

[OBJETIVA - 2015 - Prefeitura de Vitorino - PR – Procurador] A exigência de um procedimento mais difícil e rigoroso para alteração das normas constitucionais é típico de uma Constituição:

A) Rígida.

B) Flexível.

C) Histórica.

D) Semirrígida.

E) Garantista.

QUESTÃO 05

[CESPE - 2018 - STM - Cargos de Nível Superior - Conhecimentos Básicos (Exceto cargos 1, 2 e 8)]

Julgue o item seguinte, relativo à classificação das Constituições e à organização político- administrativa.

O fato de o texto constitucional ter sido alterado quase cem vezes em razão de emendas constitucionais não é suficiente para classificar a vigente Constituição Federal brasileira como flexível.

QUESTÃO 06

[CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue o item a seguir no que diz respeito à classificação das constituições:

No que refere à forma, as constituições recebem a denominação de materiais, quando consolidadas em instrumento formal e solene, e não escritas, quando baseadas em usos, costumes e textos esparsos.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2015 - FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 2] Com base nas classificações da CF, julgue o próximo item.

Quanto ao modo de elaboração, a CF é dogmática, porque foi constituída ao longo do tempo mediante lento e contínuo processo de formação, reunindo a história e as tradições de um povo.

QUESTÃO 08

[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2017 - UFVJM-MG - Assistente em Administração] A Constituição Brasileira de 1988, por tratar de muitos e variados assuntos que foram considerados relevantes, e não apenas dos princípios e direitos fundamentais e das normas de organização do Estado, recebe a classificação de:

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A) flexível.

B) analítica.

C) material D) outorgada QUESTÃO 09

(TRF 3ªR/Juiz Federal/TRF 3ªR/2016) Com relação a classificação das Constituições é correto dizer que A Constituição formal é aquela promulgada em sessão solene do Poder Constituinte que a elaborou, com a presença do chefe do Poder Executivo.

QUESTÃO 10

[FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia] A respeito da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, tendo em vista a classificação das constituições, assinale a afirmativa correta.

A) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição semirrígida, que possui um núcleo imutável (cláusulas pétreas) e outras normas passíveis de alteração.

B) A Constituição de 1988 é exemplo de Constituição outorgada, pois resulta do exercício da democracia indireta, por meio de representantes eleitos.

C) O legislador constituinte optou pela adoção de uma Constituição histórica, formada tanto por um texto escrito quanto por usos e costumes internacionais.

D) Na Constituição de 1988, coexistem normas materialmente constitucionais e normas apenas formalmente constitucionais.

E) A Constituição de 1988 pode ser considerada como uma Constituição fixa (ou imutável), pois o seu núcleo rígido não pode ser alterado nem mesmo por Emenda.

QUESTÃO 11

[CESPE - 2010 - DPU - Analista Administrativo] Acerca da Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.

A) A CF é classificada como dogmática, mesmo que haja a possibilidade de modificação no seu texto.

B) Quanto à sua estabilidade, a CF é um exemplo de constituição classificada como flexível, pois possibilita a sua evolução por intermédio de emendas constitucionais.

C) Trata-se de uma constituição balanço, pois visa garantir a permanência dos direitos, liberdades e garantias fundamentais, voltando-se precipuamente para o passado.

D) Caso existissem normas programáticas na CF, ela seria um exemplo de constituição garantia.

E) Para que tivesse plena eficácia no mundo jurídico, a CF foi outorgada.

(28)

GABARITO 01 – D 02 – B 03 – A

04 – A 05 – V 06 – F

07 – F 08 – B 09 – F

10 – D

11 – A

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(6) Outras questões: para treinar

QUESTÃO 01

[CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição, à competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica, julgue (C ou E) o item que se segue.

A vigente Constituição brasileira é, no que se refere à estabilidade, semirrígida, pois, além de conter normas modificáveis por processo legislativo dificultoso e solene, possui também normas flexíveis, que podem ser alteradas por processo legislativo ordinário.

QUESTÃO 02

[CESPE - 2017 - Instituto Rio Branco - Diplomata - Prova 1] Com relação à classificação da Constituição Federal de 1988, ao controle de constitucionalidade e à atividade administrativa do Estado brasileiro, julgue (C ou E) o item que se segue.

A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à extensão, como sintética, pois suas matérias foram dispostas em um instrumento único e exaustivo de seu conteúdo.

QUESTÃO 03

[CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] A respeito das classificações das constituições, julgue o item:

Quanto à extensão, as constituições são classificadas como sintéticas — aquelas que preveem apenas princípios e normas gerais do Estado — e analíticas — aquelas que regulamentam todos os assuntos entendidos como relevantes à formação e ao funcionamento do Estado.

QUESTÃO 04

[CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública] A respeito das classificações das constituições e dos princípios fundamentais previstos na CF, julgue os itens a seguir.

A constituição material, escrita e rígida, como a CF, consiste em um documento escrito formado por normas substancialmente constitucionais que só podem ser alteradas por meio de processo legislativo especial e mais dificultoso.

QUESTÃO 05

[CESPE - 2016 - TCE-PA - Auxiliar Técnico de Controle Externo - Área Administrativa] Com relação à Constituição Federal de 1988 (CF), sua classificação e dispositivos, julgue o item a seguir:

A CF é considerada flexível, pois a sua alteração pode ocorrer por meio de procedimento ordinário do processo legislativo comum.

(30)

QUESTÃO 06

[CESPE - 2017 - DPU - Defensor Público Federal] A respeito da evolução histórica do constitucionalismo no Brasil, das concepções e teorias sobre a Constituição e do sistema constitucional brasileiro, julgue o item a seguir.

A CF goza de supremacia tanto do ponto de vista material quanto do formal.

QUESTÃO 07

[CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa] Acerca do Estado federal brasileiro, tendo como referência a Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.

Dada a subordinação dos entes federados à força normativa da CF, seu preâmbulo deve ser obrigatoriamente reproduzido nas constituições estaduais.

QUESTÃO 08

[CESPE - 2016 - PGE-AM - Procurador do Estado] Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de normas constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito.

Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível.

QUESTÃO 09

[CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área III] À luz dos princípios fundamentais de direito constitucional positivo brasileiro, julgue o item a seguir.

Quando um estado da Federação deixa de invocar a proteção de Deus no preâmbulo de sua constituição, contraria a CF, pois tal invocação é norma central do direito constitucional positivo brasileiro.

QUESTÃO 10

[CESPE - 2012 - ANAC - Especialista em Regulação de Aviação Civil - Área 5] A respeito de

constitucionalismo, interpretação, eficácia e hierarquia das normas constitucionais, julgue o item que se segue.

As emendas constitucionais têm o mesmo grau hierárquico que as normas constitucionais originárias e, por isso, não estão sujeitas a controle de constitucionalidade.

Referências

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