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Aula 14. Direito Constitucional Poder Legislativo Direito Constitucional (Curso Avançado) Turma Regular Prof. Nathalia Masson

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Aula 14

Direito Constitucional – Poder Legislativo Direito Constitucional (Curso Avançado) – Turma Regular

Prof. Nathalia Masson

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Sumário

SUMÁRIO 2

PODER LEGISLATIVO 3

(1)RECADO INICIAL 3

(2)PRIMEIRAS PALAVRAS 3

(3)ESTRUTURA 3

(4)FUNCIONAMENTO 7

(5)COMPOSIÇÃO DAS CASAS LEGISLATIVAS 20

(A)SISTEMA ELEITORAIS E CONSIDERAÇÕES INICIAIS 20

(A.1)SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL 21

(B)COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL 25

(B.1)COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 25

(B.2)ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 31

(B.3)COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL 32

(B.4)ATRIBUIÇÕES DO SENADO FEDERAL 34

(B.5)QUADRO COMPARATIVO DA COMPOSIÇÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL 37 (C)COMPOSIÇÃO DAS ASSEMBLEIAS LEGISLATIVAS ESTADUAIS E DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DF 38

(6)IMUNIDADES DOS CONGRESSISTAS 41

(A)PRIMEIRAS PALAVRAS 41

(B)INVIOLABILIDADE (OU IMUNIDADE MATERIAL) 45

(C)IMUNIDADE FORMAL REFERENTE A PRISÃO (FREEDOM FROM ARREST) 49

(D)IMUNIDADE FORMAL REFERENTE AO PROCESSO 52

(E)IMUNIDADES DOS DEMAIS MEMBROS DO PODER LEGISLATIVO 56

(F)FORO ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 61

(F.1)CONGRESSISTAS 61

(F.2)FORO ESPECIAL PARA OS DEPUTADOS ESTADUAIS E DISTRITAIS 64

(F.3)FORO ESPECIAL PARA OS VEREADORES 65

(7)QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 68

(8)OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 87

(9)RESUMO DIRECIONADO 109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 118

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PODER LEGISLATIVO

(1) Recado Inicial

Lembre-se que esta aula, datada de julho de 2019, foi produzida para o curso de Direito Constitucional (Curso Avançado) para Concursos - Turma Regular. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso!

(2) Primeiras Palavras

De início, estimado aluno, quero que você se lembre que a tripartição de Poderes em nosso sistema jurídico está consagrada no art. 2º da nossa Constituição e deve ser lida de forma elástica, uma vez que as tarefas estatais (legislar, julgar e administrar/governar) não são cumpridas por cada Poder de modo isolado. O poder constituinte originário, quando criou nossa Constituição, entregou a cada um dos 3 Poderes competências que se traduzem em funções tradicionais (típicas ou predominantes) e atípicas (secundárias).

Atualmente, o papel que cabe ao Legislativo no complexo mosaico de distribuição de tarefas é muito importante em um Estado como o nosso (democrático de Direito), pois envolve, além da função típica de legislar, também aquela primordial de controlar e fiscalizar os atos dos demais Poderes, evitando excessos e irregularidades que tanto arriscam as liberdades democráticas.

Quanto às competências atípicas do Poder, estas abrangem as funções de “administrar” e

“julgar”. Aquela será exercida, por exemplo, quando o Legislativo for definir sua organização interna, criando cargos e definindo o plano de carreira de seus servidores; esta (a função atípica de natureza jurisdicional) será exercida quando, por exemplo, o Senado Federal julgar o Presidente da República pela prática de crimes de responsabilidade (veja o art. 52, I e parágrafo único, CF/88).

(3) Estrutura

O ponto da matéria envolvendo a estrutura do Poder Legislativo é de fácil compreensão!

Primeiro, preciso que você recorde que o Poder Legislativo está presente em todas as esferas de Federação (isto é, existe Poder Legislativo federal, existe Poder Legislativo estadual, distrital e também o Municipal).

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Depois, que você se lembre que somente em âmbito federal o Poder estrutura-se de modo bicameral (uma vez que o Congresso Nacional é formado pela reunião de duas Casas Legislativas: a Câmara dos Deputados e o Senado Federal).

Agora, uma informação importante: esse bicameralismo não é aristocrático ou classista, mas sim federativo. Isso significa que a segunda Casa do Congresso Nacional não representa uma classe de pessoas privilegiadas, um estamento da sociedade (como os nobres ou aristocráticos, por exemplo). Ela representa as entidades parciais/regionais da Federação. Assim, enquanto a Câmara dos Deputados é a Casa que representa o povo, o Senado Federal é a Casa que representa as entidades regionais da federação: os Estados e o Distrito Federal.

‘Por que esse bicameralismo deve existir em uma federação?’, você me pergunta. Ora, numa federação, precisamos garantir que as entidades parciais participem da formação da vontade nacional (‘Princípio da Participação’). Assim, temos que ter uma Casa que represente os interesses das entidades – papel que no Brasil é exercido pelo Senado Federal.

Já nas outras esferas da Federação, o Poder é unicameral. Desta forma, em âmbito estadual cada Estado possui sua Assembleia Legislativa, em âmbito distrital há a Câmara Legislativa, e em âmbito municipal cada Município possui sua Câmara Municipal.

1

1. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 778.

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Atualmente, como você bem sabe, não existem em nosso país Territórios Federais (veja nos artigos 14 e 15 do ADCT que a CF/88 extinguiu os últimos: Roraima e Amapá foram transformados em Estados e Fernando de Noronha foi reincorporado ao Estado de origem, Pernambuco), mas novos podem ser criados por Lei Complementar – o art. 18, § 2º, CF/88 autoriza que isso aconteça. Assim, se uma lei complementar for editada e criar um novo TF, ele não será ente federado, por não possuir autonomia (ele integrará a União), mas terá uma Câmara Territorial, dotada de atribuição meramente deliberativa, conforme indica o art. 33, § 3º, CF/88 (dispositivo ainda não regulamentado).

A previsão de existência de uma Câmara Territorial nos mostra que o Poder Legislativo no Território Federal também será unicameral e representará o embrião da futura Assembleia Legislativa – já que o propósito central da criação de um Território Federal é promover sua conversão em Estado.

Questões para fixar

[FAU - 2016 - Prefeitura de Chopinzinho - PR - Procurador Municipal - Adaptada] Sobre a organização e estrutura do Poder Legislativo, pode-se afirmar que:

O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Assembleia Legislativa e do Senado Federal.

[UFRR - 2018 - UFRR - Assistente Social - Adaptada] Julgue a assertiva:

O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

[UERR - 2018 - SETRABES - Administrador - Adaptada] Considerando o que dispõe a Constituição Federal acerca do Poder Legislativo, julgue a assertiva:

O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Comentário:

Conforme indica o art. 44, CF/88, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Com isso, podemos assinalar o primeiro item como falso e o segundo e o terceiro como verdadeiro.

Gabarito: Errado/ Certo /Certo [CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Técnico Judiciário - Administrativo] Com base na CF, julgue o próximo item, referente à organização dos poderes na República Federativa do Brasil:

O sistema bicameral do tipo federativo é adotado no Brasil.

[FCC - 2018 - SABESP - Analista de Gestão - Relações Públicas] A República Federativa do Brasil se organiza com:

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A) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo unicameral.

B) tripartição dos poderes, sendo o Legislativo bicameral.

C) Poder Legislativo plenipotenciário bicameral.

D) Poder Legislativo plenipotenciário unicameral.

E) tripartição dos poderes, sendo o Judiciário bicameral.

[FGV - 2010 - FIOCRUZ - Assistente Técnico de Gestão em Saúde] A estrutura do Poder Legislativo Federal e Estadual é:

A) unicameral.

B) bicameral.

C) multicameral.

D) bicameral e unicameral, respectivamente.

E) unicameral e bicameral, respectivamente.

[CESPE - 2013 - SEGER-ES - Analista Executivo - Direito - Adaptada] Em relação ao Poder Legislativo, julgue a assertiva:

O Poder Legislativo estadual é exercido pelas assembleias legislativas, que devem ser organizadas de forma bicameral.

[CESPE - 2018 - TCM-BA - Auditor Estadual de Controle Externo] O Poder Legislativo estadual, distrital e municipal no Brasil é:

A) bicameral.

B) unicameral e exercido, respectivamente, pela assembleia legislativa, pela câmara legislativa e pela câmara municipal.

C) unicameral nos estados e municípios, e bicameral no Distrito Federal, onde é exercido pela assembleia legislativa e pela câmara dos vereadores.

D) unicameral e exercido, respectivamente, pela câmara legislativa, pela assembleia legislativa e pela câmara dos vereadores.

E) unicameral e exercido, respectivamente, pela câmara legislativa, pela câmara dos vereadores e pela assembleia legislativa.

Comentário:

Estas cinco questões podem ser resolvidas simplesmente com a informação de que o sistema do tipo bicameral federativo é adotado em âmbito federal em nosso país, sendo que, nas demais esferas federadas, o Poder Legislativo se apresenta de forma unicameral. Daí porque a primeira questão é verdadeira, a segunda pode ser respondida com a letra ‘b’, a terceira com a letra ‘d’, a quarta é falsa e a quinta respondida pela letra ‘b’.

Gabarito: Certo/B/D/Errado/B

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(4) Funcionamento

Sobre o funcionamento do Poder Legislativo temos muito o que estudar! Serão vários os termos e expressões a serem lembradas!

Mas vou começar informando que, assim como os demais Poderes, o Legislativo é autônomo e independente, o que garante sua auto-organização e a capacidade de elaborar seu regimento interno e dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (art. 51, IV e art. 52, XIII, ambos da CF/88).

Agora vamos a um termo novo e muito importante: a Constituição prevê (no art. 57, CF) que o Congresso Nacional deverá reunir-se anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esse período (que abrange o ano legislativo) é denominado sessão legislativa. Note que cada sessão legislativa tem dois períodos legislativos, cada qual correspondendo a um semestre.

Cuidado para não confundir essa sessão legislativa, renovável a cada ano, com a legislatura, que tem a duração de quatro anos – isto é, compreende quatro sessões legislativas. Vale recordar que os Deputados Federais são eleitos para uma legislatura, enquanto os Senadores são eleitos para duas legislaturas (uma vez que eles possuem mandato de oito anos).

Questões para fixar

[FUNCAB - 2016 - SEGEP-MA - Agente Penitenciário] Segundo a Constituição da República Federativa Brasileira de 1988, a legislatura compreende o período de:

A) 4 anos.

B) 5 anos.

C) 1 ano.

D) 3 anos.

E) 2 anos.

[FEPESE - 2017 - Prefeitura de Criciúma - SC - Fiscal de Rendas e Tributos] Julgue o item:

A legislatura terá duração não excedente a um ano.

[CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz - Adaptada] A respeito do Poder Legislativo, julgue a assertiva:

Os trabalhos do Congresso se desenvolvem ao longo da legislatura que compreende período coincidente com o mandato dos senadores.

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[IDECAN - 2017 - Câmara de Natividade - RJ - Técnico Legislativo - Adaptada] Sobre o tratamento que a Constituição da República Federativa do Brasil dá ao Poder Legislativo, que é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, julgue a assertiva:

Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

[UERR - 2018 - SETRABES - Administrador - Adaptada] Considerando o que dispõe a Constituição Federal acerca do Poder Legislativo, julgue o item:

Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

[FUNRIO - 2018 - AL-RR - Procurador] Segundo a CRFB, o período de 4 anos em que se exerce um mandato legislativo é denominado de:

A) sessão legislativa.

B) mandato legislativo.

C) interstício legislativo.

D) legislatura.

Comentário:

A resolução dessas questões passa pela lembrança do que diz o parágrafo único do art. 44: “Cada legislatura terá duração de 4 anos”. Nesse sentido, a primeira questão é respondida pela letra ‘a’; a segunda é falsa; a terceira é falsa pois o mandato dos senadores é de oito anos (equivalente a duas legislaturas); as questões 4 e 5 são, ambas, verdadeiras; e, por fim, a última questão é respondida pela letra ‘d’.

Gabarito: A/Errado/Errado/Certo/Certo/D

Bom, você acaba de aprender que a sessão legislativa (ou seja, o ano de trabalho do Congresso Nacional), se inicia em 2 de fevereiro, certo? Mas saiba que quando estivermos no primeiro ano da Legislatura, a Sessão Legislativa será iniciada a partir de 1º de fevereiro, em Sessão Preparatória (art.

57, § 4°, da CF/88). Para que serve essa sessão? Ela é organizada para dar posse aos parlamentares eleitos (em outubro do ano anterior) e promover a eleição da Mesa Diretora, cujo mandato será de 2 anos.

Os regimentos internos da Câmara e Senado definem a composição das Mesas, sendo tradicional que elas possuam: Presidente, 2 Vice-Presidentes, 4 Secretários e 4 suplentes de Secretários.

Na formação das Mesas, deve-se respeitar a proporcionalidade exigida pelo art. 58, § 1º, da CF/88.

Art. 14, RICD: À Mesa, na qualidade de Comissão Diretora, incumbe a direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Câmara.

§ 1º A Mesa compõe-se de Presidência e de Secretaria, constituindo-se, a primeira, do Presidente e de dois Vice-Presidentes e, a segunda, de quatro Secretários.

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§ 2º A Mesa contará, ainda, com quatro Suplentes de Secretário para o efeito do § 1º do art.

19.

Art. 46, RISF: A Mesa se compõe de Presidente, dois Vice-Presidentes e quatro Secretários.

§ 1º Os Secretários substituir-se-ão conforme a numeração ordinal e, nesta ordem, substituirão o Presidente, na falta dos Vice-Presidentes.

§ 2º Os Secretários serão substituídos, em seus impedimentos, por Suplentes em número de quatro.

§ 3º O Presidente convidará quaisquer Senadores para substituírem, em sessão, os Secretários, na ausência destes e dos Suplentes.

§ 4º Não se achando presentes o Presidente e seus substitutos legais, inclusive os Suplentes, assumirá a Presidência o Senador mais idoso.

A eleição das respectivas Mesas é realizada para mandato de dois anos, sendo vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente (art. 57, § 4º, CF/88). Isso significa que se ‘A’ ocupou o cargo de Presidente do Senado Federal em uma Mesa, ele não poderá, na eleição imediatamente subsequente, ser reconduzido ao cargo, isto é, não poderá ser novamente Presidente do Senado.

Mas cuidado com um detalhe: o STF já se manifestou no sentido de que essa vedação não é norma de repetição obrigatória para as demais entidades federadas (ADIs 792-RJ, STF, Rel. Min. Moreira Alves e 793- Ro, Rel. Min. Carlos Velloso). Ou seja: o Presidente da Assembleia Legislativa de um Estado X pode se candidatar e se eleger novamente Presidente nas Mesas subsequentes, sucessivas vezes, pois a vedação só existe em âmbito federal.

Outro detalhe importante: de acordo com o § 1º do art. 5º do RICD, não é considerada ‘recondução’

a eleição para o mesmo cargo em Legislaturas diferentes, ainda que sucessivas. ‘Como assim?’, você me questiona. Veja o esquema abaixo e acompanhe a explicação que coloco a seguir.

(10)

Repare que quando estamos na mesma Legislatura, da Mesa 1 para a Mesa 2 consideramos recondução. Logo, quem ocupou o cargo X na Mesa 1 não pode pretender se reeleger na Mesa 2.

Por outro lado, veja que quando estamos tratando de eleição da Mesa 2 de uma Legislatura para a Mesa 1 da Legislatura subsequente, não consideramos que há recondução. Desta forma, quem presidiu a Casa na Mesa 2 de uma Legislatura, pode se candidatar e se eleger para presidir a Casa na Mesa 1 da Legislatura seguinte.

Ainda sobre o tema, lembremos que no início do ano de 2017, o STF foi acionado no MS 34.602, no qual a oposição discutia a candidatura do Presidente da CD, Rodrigo Maia, à reeleição ao cargo. A questão em debate envolvia a possibilidade de o Presidente de uma Casa, eleito na Mesa 1 de uma determinada Legislatura para cumprir “mandato-tampão”, poder se reeleger para o mesmo cargo na Mesa 2 da mesma Legislatura. Em manifestação monocrática, o decano da Corte (Celso de Mello), corroborou a tese de que a vedação não se aplica para aquele que foi eleito extraordinariamente somente para cumprir o período que resta do mandato iniciado pelo antecessor.

Vale acompanhar os desdobramentos da ADI 5632, relatada por Min. Celso de Mello, que atualmente encontra-se com vista à PGR, desde fevereiro de 2017. Pensamos que o Plenário seguirá o entendimento manifestado pelo decano no MS 34.602:

MS 34.602-DF (MC), Rel. Min. Celso de Melo: Todos esses fundamentos parecem confluir no sentido de que, em situações como a ora em exame, os temas debatidos devem constituir matéria suscetível de apreciação e resolução pelas próprias Casas que integram o Congresso Nacional, pois conflitos interpretativos dessa natureza – cuja definição deve esgotar-se na esfera doméstica do próprio Poder

(11)

Legislativo apresentam-se, em razão do postulado fundamental da divisão funcional do Poder, como insistentemente acentuado, imunes ao controle jurisdicional (MS 22.183/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – MS 23.388/DF, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – MS 24.104/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO – MS 33.705- AgR/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), a significar que se impõe ao Poder Judiciário mostrar-se deferente (e respeitoso) para com as escolhas políticas adotadas pela instância parlamentar, eis que, no contexto em análise, a cláusula de proibição constante do § 4º do art. 57 da Constituição da República, considerados os elementos que lhe compõem a estrutura normativa, não se estende “in malam partem” a situações que a ela estritamente não se subsumam, tal como destacado, no parecer já referido, pelo então Advogado LUÍS ROBERTO BARROSO:

“Em face das premissas alinhavadas acima, é possível extrair algumas consequências. Não será incompatível com o art. 57, § 4º da Constituição a interpretação que considere possível ao Presidente do Senado, eleito para completar mandato anterior, candidatar-se a um mandato autônomo. Não se trata, contudo, de uma imposição direta do texto constitucional. Cuida-se, afinal, de um espaço de decisão política aberto pela Constituição. (…). Em casos como o presente, em que a Constituição admite duas interpretações possíveis, o normal é que prevaleça a decisão produzida nas instâncias políticas. (…).”

(grifei)

As razões ora expostas, por isso mesmo, levam-me a denegar a pretendida outorga do provimento cautelar postulado pela parte impetrante.

Questões para fixar

[CS-UFG - 2018 - SANEAGO - GO - Advogado] Sessão legislativa é o período anual em que o Congresso Nacional se reúne. Assim, nos termos da Constituição de 1988, cabe ao Congresso Nacional reunir-se, anualmente, na Capital Federal, no período de:

A) 1º de fevereiro a 15 de julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro.

B) 1º de fevereiro a 16 julho e de 1º de agosto a 20 de dezembro.

C) 2 de fevereiro a 16 julho e de 1º de agosto a 21 de dezembro.

D) 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

[FGV - 2012 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Processo Legislativo - Adaptada] Com relação ao funcionamento do Senado e de suas sessões legislativas, por força das normas constitucionais e regimentais, julgue a assertiva:

A sessão legislativa compreende o período de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

[IBFC - 2016 - EBSERH - Advogado (HUAP-UFF)] Analise os itens a seguir e considere as normas da Constituição Federal sobre o Congresso Nacional para assinalar a alternativa correta:

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A) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 24 de dezembro

B) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 5 de fevereiro a 10 de julho e de 5 de agosto a 28 de dezembro

C) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 de dezembro

D) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de janeiro a 30 junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro

E) Ordinariamente, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro

Comentário:

Repare, caro aluno, que essas três questões tratam da chamada “sessão legislativa”, que representa o período anual de trabalho do Congresso Nacional. Nos termos do art. 57, CF/88, ela se inicia em 2 de fevereiro e vai até 17 de julho, recomeçando em 1º de agosto e sendo finalizada em 22 de dezembro. Por essa razão podemos marcar para a primeira questão a letra ‘d’; para a segunda questão, vamos marcar o item como verdadeiro e, por fim, a terceira questão é respondida pela letra ‘e’.

Gabarito: D/Certo/E [FUNCAB - 2014 - PC-RO - Escrivão de Polícia Civil - Adaptada] Considerando o tema “Poder Legislativo", julgue a assertiva:

A sessão legislativa poderá ser interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

[FCC - 2013 - MPE-MA - Analista Ministerial - Direito – Processual - Adaptada] Segundo a Constituição Federal brasileira, no tocante às reuniões, julgue a assertiva:

A sessão legislativa só poderá ser interrompida para posterior aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Comentário:

Nos termos do art. 57, §2º da CF/88, ambas as assertivas são falsas, afinal a sessão legislativa não poderá ser interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Gabarito: Errado/Errado

(13)

Veja, agora, como as questões sobre as sessões preparatórias poderão ser cobradas:

Questões para fixar

[FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Taquigrafia] No que concerne ao Poder Legislativo, de acordo com a Constituição Federal brasileira de 1988, cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano de legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de:

A) 01 (um) ano, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

B) 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

C) 02 (dois) anos, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

D) 01 (um) ano, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

E) 06 (seis) meses, permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição subsequente

[FCC - 2013 - MPE-MA - Analista Ministerial - Direito – Processual - Adaptada] Segundo a Constituição Federal brasileira, no tocante às reuniões, julgue a assertiva:

Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias para eleição das respectivas Mesas, para mandato de um ano, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere ao Poder Legislativo, julgue a assertiva:

O mandato dos membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal é de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, regra, segundo o STF, de reprodução obrigatória para os estados-membros no âmbito das respectivas assembleias legislativas.

Comentário:

Caro aluno, a resolução dessas três questões exige de você a lembrança do que consta do §4º do art. 57, segundo o qual cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, no dia 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleições das respectivas Mesas, para mandato de dois anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

No mais, para responder a terceira questão, você ainda deveria se lembrar que, segundo o STF, a vedação para a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente não é norma de reprodução obrigatória para os Estados-membros.

Por isso, a primeira questão é respondida com a letra ‘b’, a segunda é falsa e a terceira também.

Gabarito: B/Errado/Errado

(14)

Dando sequência aos nossos estudos, lembremos que dentro do período delimitado como sessão legislativa, os parlamentares se reúnem ordinariamente (é a sessão legislativa ordinária). Fora desse período, temos o recesso parlamentar, que vai de 18 a 31 de julho, e de 23 de dezembro a, em regra, 1º de fevereiro. Durante o período do recesso, se necessário for, os parlamentares serão extraordinariamente convocados (art. 57, §§ 6° a 8°, CF).

Quem pode convocar o Congresso Nacional extraordinariamente? Em que casos? A tabela abaixo resumo para você:

2

Note, portanto, futuro servidor público, que a convocação extraordinária será feita:

(i) pelo Presidente do Senado Federal, nos casos de:

– decretação de estado de defesa;

– decretação de intervenção federal;

– solicitação de autorização para decretação de estado de sítio; e, por fim,

– para compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

(ii) pelo Presidente da República, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado Federal e a requerimento da maioria absoluta dos membros de ambas as Casas do Congresso Nacional:

em caso de urgência ou interesse público relevante, sendo necessária a aprovação da maioria absoluta

2. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 795.

(15)

de cada uma das Casas Legislativas do Congresso Nacional, mesmo nessa hipótese. Ademais, lembremos que em razão da nova redação dada pela EC nº 32 de 2001 ao art. 62, CF/88, a edição de Medida Provisória pelo Presidente da República durante o recesso parlamentar não mais enseja a convocação extraordinária do Congresso Nacional. No entanto, caso haja tal convocação (em razão de motivo elencado no art. 57, § 6°, CF/88), eventual MP que esteja em vigor automaticamente integrará a pauta da reunião extraordinária, por força do que dispõe o § 8° do art. 57, CF/88.

Obs.:

Redação anterior:

Art. 62, CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.

Redação atual:

Art. 62, CF/88: Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Quanto às sessões legislativas extraordinárias, vale lembrar que o Congresso Nacional não poderá deliberar sobre nenhuma outra matéria exceto aquela que ensejou a convocação, salvo se houver medida provisória em vigor na data da convocação extraordinária, pois nesse caso elas serão apreciadas.

Outra relevante informação acerca das convocações extraordinárias foi introduzida, em caráter moralizante, pela EC n° 50/06. Consiste na vedação do pagamento de parcela indenizatória em razão das convocações realizadas no recesso. Ressalte-se que, segundo entende o STF, a proibição do pagamento de referida parcela é, por simetria, norma de observância obrigatória para os parlamentares estaduais.

ADI 4587, Rel. Min. Ricardo Lewandowski: Ementa: o art. 57, § 7º, do Texto Constitucional, numa primeira análise, veda o pagamento de parcela indenizatória aos parlamentares em razão de convocação extraordinária, norma que é de reprodução obrigatória pelos Estados membros por força do art. 27, § 2º, da Carta Magna.

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Questões para fixar

[TRF - 4ª REGIÃO - 2009 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal - Adaptada] ] Julgue a assertiva abaixo:

O recesso parlamentar de fim de ano vai de 15 de dezembro a 15 de fevereiro e o de meio de ano de 30 de junho a 1º de agosto, período em que o Congresso fica inativo, sem funcionamento de qualquer órgão ou comissão.

Comentário:

O item é falso, pois o recesso parlamentar do final de ano se inicia em 23 de dezembro e vai até, em regra, 1º de fevereiro. Quanto ao recesso de meio de ano, ele vai de 18 a 31 de julho. As datas apresentadas pela questão são as anteriores à edição da EC nº 50 de 2006. No mais, durante este período, teremos o funcionamento de uma comissão representativa do Congresso Nacional, conforme preceitua o art. 58, §4º.

Gabarito: Errado

[CESPE - 2016 - TJ-DFT - Juiz - Adaptada] A respeito do Poder Legislativo, julgue a assertiva:

A convocação extraordinária do Congresso Nacional realizada pelo presidente do Senado Federal, em caso de relevante interesse público, está na margem de sua discricionariedade política, prescindindo-se, assim, de confirmação.

Comentário:

Item falso. Neste caso, a convocação extraordinária depende, sim, da confirmação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 57, §6º, II da CF/88)

Gabarito: Errado

[FCC - 2014 - MPE-PA - Promotor de Justiça - Adaptada] Julgue a assertiva:

A intervenção federal, nos termos da Constituição da República, enseja a convocação extraordinária do Congresso Nacional, pelo Presidente do Senado Federal, se decretada.

Comentário:

Item verdadeiro, consoante o que determinar o art. 57, §6º, inciso I da CF/88.

Gabarito: Certo [FCC - 2012 - TRF 2ªR - Analista Judiciário] José é Presidente do Supremo Tribunal Federal, Olavo é Presidente do Senado Federal, Claudio é Procurador-Geral da República, Samarco é Presidente do Superior Tribunal de Justiça e Santiago é Advogado-Geral da União. Nesse sentido, a convocação extraordinária do Congresso Nacional, em regra, far-se-á pelo

A) José, em caso de intervenção federal.

B) Olavo, para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República.

C) Claudio, em caso de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio.

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D) Santiago, em caso de urgência ou interesse público relevante, com a aprovação da maioria simples de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

E) Samarco, em caso de urgência ou interesse público relevante, com a aprovação da maioria simples de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Comentário:

A convocação deve ser feita pelo Presidente do Senado Federal (Olavo), nos termos do art. 57, §6º, inciso I da CF/88. Por essa razão, a letra ‘b’ é a nossa resposta.

Gabarito: B

[ESAF - 2014 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal - Prova 01 - Adaptada] Julgue o item:

Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese de Medida Provisória em vigor e existência de Proposta de Emenda à Constituição, que serão automaticamente colocadas na pauta de convocação.

Comentário:

De fato, na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese de haver Medida Provisória em vigor, que será automaticamente colocada na pauta de convocação (art. 57, §7º da CF/88). No entanto, a existência de PEC em tramitação não enseja a convocação automática na pauta, razão pela qual o item é falso.

Gabarito: Errado [CESPE - 2010 - INCA - Analista em C&T Júnior - Direito - Legislação Pública em Saúde – Adaptada] No que se refere aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, julgue o item a seguir:

À exceção das medidas provisórias em vigor na data da sua convocação, que serão automaticamente incluídas na pauta de convocação, o Congresso Nacional somente poderá deliberar sobre matéria para as quais foi convocado, durante as sessões legislativas extraordinárias. Essa convocação ocorre mediante pagamento de parcela indenizatória.

[UEPA - 2012 - PGE-PA - Procurador do Estado - Adaptada] Sobre o funcionamento do Poder Legislativo, julgue o item:

Na sessão legislativa extraordinária do Congresso Nacional, é assegurado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação.

[CESPE - 2012 - TRE-RJ - Analista Judiciário] No que concerne os poderes da República, julgue o item a seguir.

A convocação extraordinária dos congressistas permite o pagamento de parcelas indenizatórias em valor superior ao subsídio mensal.

Comentário:

As três assertivas devem ser marcadas como falsas, em razão da redação dada pela EC nº 50/06, ao §7º, que passou a vedar o pagamento de parcela indenizatória em virtude de convocação extraordinária. Lembremos

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que tal mudança, de caráter moralizador, é, de acordo com o STF, norma de repetição obrigatória para as demais entidades federadas.

Gabarito: Errado/Errado/Errado Avançando em nosso estudo, lembre-se que, em regra, as sessões do Congresso Nacional são bicamerais (cada Casa vota e apura seus votos em separado). Essas sessões bicamerais são as mais comuns no Congresso: a proposição tramita em uma Casa, que a discute e vota, e, se for aprovada, é encaminhada para a outra Casa, que também a discutirá e votará.

No entanto, existe também a chamada ‘sessão unicameral’, na qual o Congresso Nacional é uma única Câmara e Deputados Federais e Senadores votam como Congressistas. A votação e a apuração dos votos são feitas em conjunto (se precisamos do voto da maioria absoluta dos congressistas em sessão conjunta, teremos que conquistar, dos 594 congressistas, 298 votos favoráveis; pouco importando quem é Deputado Federal e quem é Senador desses votantes). Exemplo: art. 3º, ADCT.

Por fim, temos, ainda, a chamada ‘sessão conjunta’, em que Deputados Federais e Senadores se reúnem e votam em conjunto, sendo a apuração dos votos, todavia, feita em separado. Para exemplificar: se em uma sessão conjunta precisamos obter a maioria absoluta dos votos dos Deputados Federais e a maioria absoluta dos votos dos Senadores, precisaremos que, ao menos, 257 Deputados Federais sejam favoráveis e que 41 Senadores também o sejam. Ou seja: eles votam na mesma sessão, mas na hora de contar os votos, separamos aqueles que foram dados por Congressistas e os que foram dados por Senadores.

Veja no art. 57, § 3°, casos em que a sessão exigida é a conjunta:

Art. 57, § 3º, CF/88: Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

Questões para fixar

[CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio - BÁSICOS] Acerca da estrutura, do funcionamento e das atribuições do Poder Legislativo, julgue o item seguinte:

A apreciação de veto presidencial a projetos de lei deve ocorrer, obrigatoriamente, em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

[CONPASS - 2013 - Prefeitura de Serra Negra do Norte - RN - Procurador Jurídico - Adaptada] Julgue a assertiva:

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O Poder Legislativo Federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. A inauguração da sessão legislativa é feita em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

[FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária e Administrativa] A Câmara dos Deputados e o Senado Federal NÃO se reúnem em sessão conjunta para:

A) inaugurar a sessão legislativa.

B) elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas.

C) apreciar medidas provisórias.

D) conhecer do veto e sobre ele deliberar.

E) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República.

[ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle - Área - Correição - Prova 3 - Adaptada] Sobre organização dos poderes, julgue a assertiva:

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunirão em sessão conjunta para deliberar sobre o veto e sobre medidas provisórias.

[CESPE - 2016 - TCE-PA - Conhecimentos Básicos- Cargos 4, 5 e de 8 a 17 ] Considerando as disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo e o processo legislativo, julgue o item a seguir:

As medidas provisórias vigoram pelo prazo improrrogável de sessenta dias e devem ser votadas em sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Comentário:

A resolução dessas cinco questões exige que você se lembre da redação do §3º do art. 57 da CF/88 que determina que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal vão se reunir em sessão conjunta para inaugurar a sessão legislativa, elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas, receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República e, por fim, conhecer do veto e sobre ele deliberar.

No mais, era importante recordar que a sessão de análise das MPs é, necessariamente, bicameral. Com isso, poderemos assinalar os dois primeiros itens como verdadeiros; a terceira questão tem por resposta a letra

‘c’; e os dois últimos itens são falsos.

Gabarito: Certo/Certo/C/Errado/Errado

(20)

(5) Composição das Casas Legislativas

(A) Sistema Eleitorais e considerações iniciais

Nossa primeira tarefa, futuro servidor público, será a de reconhecer que no Brasil existem dois sistemas eleitorais: o majoritário (que se subdivide em simples/puro e absoluto/dois turnos) e o proporcional.

Os cargos que utilizam cada um desses sistemas estão apresentados no esquema posto abaixo.

Veja:

3

Como trataremos do sistema majoritário na aula de Poder Executivo, nesta falaremos, tão somente, do sistema proporcional. Antes, todavia, quero deixar bem claro que, em geral, o examinador somente vai exigir de você o conhecimento acerca de qual o sistema eleitoral utilizado para o preenchimento de cada cargo (o que significa que serão muito raras as questões que lhe pedirão para comprovar que entende o funcionamento do sistema). De toda forma, por precaução, no próximo item vou lhe explicar como opera o sistema proporcional.

3. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1054.

(21)

(A.1) Sistema eleitoral proporcional

O sistema de representação proporcional é aquele que tem por objetivo garantir a participação dos diversos partidos políticos no Parlamento. É chamado de proporcional porque o número de representantes de cada circunscrição eleitoral é dividido pelo número de habitantes (não de eleitores), resultando numa ‘proporção’ (circunscrições mais populosas terão mais representantes; circunscrições menos populosas, terão menos representantes).

Como o esquema do item anterior nos mostrou, os Deputados Federais, os Deputados Estaduais e os Distritais, bem como os Vereadores, são eleitos pelo sistema proporcional.

Obs.: Note que no Poder Legislativo, somente os senadores são eleitos pelo sistema majoritário.

Bom. Se eu tivesse que fazer uma analogia inicial, para começarmos a pensar o sistema proporcional, seria a seguinte: ele funciona como se fosse um ‘esporte coletivo’, em que o desempenho do partido (desempenho do grupo, de todos os candidatos), importa mais do que o desempenho de cada parlamentar individualmente considerado. Por isso, é certo dizer que no sistema proporcional nem sempre o candidato mais bem votado será o eleito. Então, quem se elegerá?

Devemos, de início, buscar o quociente eleitoral, que é o produto da divisão do número de votos válidos (são descontados os votos nulos e os em branco) pelo número de cadeiras a preencher. Para exemplificar, lembremos que na eleição para Deputado Federal por SP em 2018 o quociente eleitoral foi de aproximadamente 300.000 votos (ou seja, dividimos o número de votos válidos daquela eleição por 70, que é o número de Deputados Federais que o Estado de SP possui na Câmara dos Deputados).

4

4. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1050

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O próximo passo é definir o quociente partidário, que é o produto da divisão do número de votos que o partido teve, pelo quociente eleitoral.

Assim, cada partido terá direito a tantas vagas quantas forem as vezes que fizer o quociente eleitoral.

5

Para exemplificar, pensemos em um partido que tenha conquistado (somando os votos de todos os seus candidatos) 1 milhão de votos na eleição de 2018 para o cargo de Deputado Federal por SP. Ora, como o QE foi de 300mil votos, o partido terá direito a 3 vagas, que serão preenchidas pelos 3 candidatos mais bem votados.

Afinal, já que nosso sistema proporcional é de lista aberta, a ordem de ingresso dos candidatos registrados pelo partido na Casa é aquela determinada pelo eleitor, isto é, serão chamados a integrar o Poder Legislativo os candidatos individualmente mais votados do partido até o limite do quociente partidário, desde que o candidato tenha, individualmente, obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral .

Notou a ressalva que fiz no parágrafo acima? A exigência de o candidato ter obtido sozinho (com votos próprios) pelo menos 10% do quociente eleitoral, foi introduzida pela Lei n° 13.165/2015 (Reforma Eleitoral), que modificou a redação do art. 108 do Código Eleitoral (Lei n° 4.737/1965). Assim, os candidatos conhecidos como “puxadores de votos” (políticos que obtêm uma votação muito expressiva), continuarão ajudando outros candidatos da agremiação, mas o sujeito que está sendo eleito impulsionado pela legenda terá que ter um mínimo de representatividade popular, já que a legislação estabeleceu esse requisito dos 10%.

Vou explicar de outro modo: se o partido obteve um número total de votos que corresponda a quatro vezes o quociente eleitoral, terá um quociente partidário equivalente a quatro, o que significa que

5. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1050

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terá conquistado quatro vagas na Casa Legislativa, que serão ocupadas, sucessivamente, pelos quatro candidatos mais votados do partido, desde que cada um deles tenha obtido sozinho (com votos próprios) pelo menos 10% do quociente eleitoral. Se acontecer de o partido ter mais vagas do que parlamentares que individualmente obtiveram 10% do quociente eleitoral, as vagas restantes serão redistribuídas.

Vamos exemplificar, para termos a certeza de que você compreendeu bem o ponto: imagine que numa eleição o quociente eleitoral tenha sido 100 votos. O Partido Para Frente Brasil obteve 412 votos, isto é, 4 vagas na Casa Legislativa. Desses 412 votos, 356 foram conquistados por José Augusto, um candidato “puxador de votos”, 44 votos por Theresa, 9 votos para João Victor e 3 votos para Beatriz.

O candidato José Augusto se qualificou para o cargo, bem como Theresa que, apesar de ter contado com o apoio do “puxador de votos”, conquistou pelo menos 10% do quociente eleitoral com votos próprios.

João Victor e Beatriz, por outro lado, não se qualificaram e, por isso, as duas vagas restantes do Partido Para Frente Brasil serão redistribuídas.

Para ilustrar a aplicação do sistema proporcional, e comprovar a importância da mudança introduzida pela Reforma Eleitoral de 2015, vejamos alguns dados acerca das eleições de 2014. Dos 513 Deputados Federais que vão integrar a Câmara dos Deputados na legislatura de 2015 a 2018, somente 36 (meros 7% do total) alcançaram o quociente eleitoral (que foi de 299.943 votos) com seus próprios votos.

Todos os demais obtiveram votação inferior e foram levados à Casa Legislativa em razão dos votos conferidos à legenda ou a outros candidatos do partido ou da coligação. O candidato à Deputado Federal mais votado pelo Estado de SP foi Celso Russomano, que obteve mais de um milhão e quinhentos mil votos (precisamente 1.524.361). Com isso, candidatos da coligação de Russomano com votação inferior a 30 mil votos (aproximadamente 10% do quociente eleitoral), como Fausto Pinato (que obteve 22 mil votos, ou seja, aproximadamente 7% do quociente eleitoral) foram levados à Câmara, impulsionados pela significativa votação do ‘puxador de votos’. Nas próximas eleições isso não mais será possível.

No quadro abaixo, trago dados das eleições de 2018. Note que o PSL, partido do Presidente eleito, Jair Bolsonaro, teria 17 Deputados Federais pelo Estado de SP na Câmara dos Deputados, mas 7 não puderam ocupar uma cadeira pois não conquistaram, com votos próprios, 10% do quociente eleitoral.

(24)

6

Antes de seguirmos adiante em nosso estudo, dois comentários de muita relevância devem ser feitos:

(1) De acordo com a nossa Corte Suprema, aqueles que forem eleitos pelo sistema proporcional não poderão trocar de partido sem justa causa no curso do mandato, sob pena de incorrerem em infidelidade partidária, o que ocasiona a perda do mandato.

As hipóteses de justa causa são aquelas previstas no artigo 22-A da Lei 9.096/95 (com redação dada pela minirreforma eleitoral).

Obs.1: A justa causa na troca de partido permite que o parlamentar continue exercendo o mandato, mas não transfere ao novo partido o direito de sucessão a vaga na hipótese de vacância. O caso do ex- Deputado Federal Clodovil bem ilustra isso. Eleito pelo PTC, no curso do mandato, com justa causa, ele

6. https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/564125-CLAUSULA-DE-BARREIRA-ATINGIU-SETE- CANDIDATOS-DO-PSL-PARTIDO-SERIA-O-MAIOR-DA-CAMARA.html

(25)

trocou de partido (para o PR). Quando faleceu, ambos disputaram sua vaga, que ficou com o partido pelo qual ele se elegeu, o PTC. Pois entendeu o STF que ele não perdeu o mandato ao trocar de partido pois houve motivo para a alteração; todavia, essa mudança não transferiu ao partido novo o direito de ficar com a vaga aberta.

Obs.2: A EC 91, de fevereiro de 2016, criou a chamada “janela para a desfiliação partidária”, em que a troca de partido foi autorizada durante os 30 dias subsequentes, sem prejuízo do mandato. Na ocasião 71 dos 513 Deputados mudaram de sigla. O número corresponde a 13.8% do total de parlamentares. O Partido que mais perdeu foi o PMB – Partido da Mulher Brasileira, que teve a saída de 19 integrantes e não ganhou nenhum (sendo assim, de 20 deputados, ficou apenas com 1).

(2) A EC nº 97, de 04.10.2017, alterou o art. 17, § 1°, CF/88 para vedar as coligações partidárias nas eleições proporcionais. O dispositivo constitucional passou a ter a seguinte redação:

Art. 17 (...)

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (grifo nosso).

Lembremos que as coligações representam uma união transitória feita entre dois ou mais partidos políticos, vocacionada a funcionar como se fora um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral. Antes da EC nº 97, as coligações podiam ser estabelecidas em quaisquer eleições: tanto naquelas cujos cargos são preenchidos por meio do sistema proporcional, quanto naquelas em que o preenchimento da vaga se dá pelo sistema majoritário. A EC nº 97 estabeleceu a proibição das coligações nas eleições proporcionais, de forma que cada partido terá que disputar o pleito sozinho, sem fazer as alianças (antigamente tão comuns). Insta informar, todavia, que o art. 2º da EC nº 97 determinou que a vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, somente será aplicada a partir das eleições de 2020 (isto é, nas eleições de outubro/2018 as coligações para as eleições de Deputado Federal, Estadual e Distrital ainda serão válidas).

(B) Composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (B.1) Composição da Câmara dos Deputados

Bom, futuro servidor. Vamos comentar, de início, os pontos centrais sobre a Câmara dos

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Deputados.

É uma Casa que compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

O número total de Deputados, de acordo com o previsto no art. 45, § 1º, CF/88, varia proporcionalmente ao número de habitantes de cada Estado e do Distrito Federal, e será determinado, para cada legislatura, no ano que antecede às eleições, por meio de lei complementar, de forma que nenhum Estado (ou o Distrito Federal) tenha menos que oito ou mais que setenta representantes.

A lei complementar que trata do tema é a LC nº 78/1993, que estabelece que o número de Deputados Federais não pode ultrapassar quinhentos e treze.

No quadro abaixo temos a atual representatividade por Estado-membro (e pelo Distrito Federal) na Câmara dos Deputados, que valeu para as eleições de 2010 e foi repetida nas eleições de 2014 e 2018:

ESTADO Nº DE DEPUTADOS

FEDERAIS ESTADO Nº DE DEPUTADOS FEDERAIS

ACRE 8 PARAÍBA 12

ALAGOAS 9 PERNAMBUCO 25

AMAZONAS 8 PIAUÍ 10

AMAPÁ 8 PARANÁ 30

BAHIA 39 RIO DE JANEIRO 46

CEARÁ 22 RIO GRANDE DO

NORTE 8

DISTRITO FEDERAL 8 RONDÔNIA 8

ESPÍRITO SANTO 10 RORAIMA 8

GOIÁS 17 RIO GRANDE DO

SUL 31

MARANHÃO 18 SANTA CATARINA 16

MINAS GERAIS 53 SERGIPE 8

MATO GROSSO DO

SUL 8 SÃO PAULO 70

MATO GROSSO 8 TOCANTINS 8

PARÁ 17 – – x – – – – x – –

Com relação ao critério de proporcionalidade utilizado para o preenchimento das vagas na Câmara, ressalte-se que, associado aos limites mínimo (8) e máximo (70) de membros estipulados pela

(27)

Constituição, tem sido considerado impróprio, em razão da desproporção de representatividade que ele ocasiona entre os Estados-membros mais populosos e os menos populosos. O Estado de São Paulo, por exemplo, que é o mais populoso da federação (com aproximadamente 40 milhões de habitantes), possui 70 Deputados Federais, isto é, um Deputado para cada, aproximadamente, 570 mil habitantes. Já Roraima, com aproximadamente 425 mil habitantes, possui 8 Deputados Federais: 1 para cada, aproximadamente, 53 mil habitantes.

Já sobre o sistema eleitoral proporcional, que já foi detalhado anterioremnte, cumpre informar que objetiva assegurar que haja no Parlamento uma representação proporcional ao número de votos obtidos por cada uma das legendas políticas7. Em relação aos Territórios Federais, há previsão constitucional que cada Território deve possuir quatro Deputados, indiferente, nesse caso, será a proporção da população (art. 45, § 2º, CF/88).

Quanto ao mandato, o dos Deputados Federais será de quatro anos, não havendo qualquer restrição quanto à reeleição, que pode se efetivar ilimitadamente – ao contrário do que ocorre com os cargos de chefia do Poder Executivo, nos quais a reeleição só é possível para um único mandato subsequente, de acordo com o art. 14, § 5º, CF/88.

Quanto aos requisitos de elegibilidade para a Câmara, são os seguintes:

nacionalidade brasileira: Deputados Federais precisam ser brasileiros, não importando se a nacionalidade é originária ou secundária. Todavia, para ocupar a Presidência da Casa o sujeito há de ser brasileiro nato, nos termos do art. 12, § 3º, II, CF/88. A justificativa é simples: de acordo com o art. 80, CF/88, caso haja impedimento simultâneo do Presidente e Vice-Presidente da República, o Presidente da Câmara é o primeiro a será acionado para assumir temporariamente a Presidência da República (que para ser ocupada exige a nacionalidade nata);

– ter a idade mínima de vinte e um anos, nos termos do art. 14, § 3º, VI, “c”, CF/88;

– ostentar a condição de eleitor (afinal, só é elegível quem antes é alistável);

– e não sofrer a incidência de nenhuma causa de inelegibilidade.

Sobre a suplência na Câmara dos Deputados, é importante lembrar que o STF definiu em 20118 que a vaga aberta por eventual afastamento/renúncia/morte de Deputado Federal deverá ser preenchida pelo candidato mais votado na lista da coligação9 e não do partido. Logo, suplente é o próximo candidato com melhor votação da coligação, independentemente de pertencer ou não ao partido do Deputado Federal afastado. Afinal, se o quociente eleitoral para o preenchimento das vagas de Deputado Federal

7. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 395.

8. No julgamento dos MS 30.260 e 30.272.

9. As coligações podem ser definidas como conformações políticas decorrentes de aliança partidária formalizada entre dois ou mais partidos políticos para concorrerem, de forma unitária, às eleições proporcionais ou majoritárias. Distinguem-se dos partidos políticos que a compõem e a eles se sobrepõe, temporariamente, adquirindo capacidade jurídica para representá- los.

(28)

é definido de em função da coligação, a mesma regra deve ser seguida para a sucessão dos suplentes10. Em resumo, sobre a composição da Câmara dos Deputados, temos:

(i) A Casa representa o povo;

(ii) Os 513 Deputados Federais são eleitos pelo sistema proporcional;

(iii) A representação para os Estados e DF é proporcional ao número de habitantes (variando de 8 a 70);

(iv) Se uma Lei Complementar criar um novo Território Federal (art. 18, § 32, CF/88), independentemente do seu número de habitantes ele terá 4 representantes na CD (art. 45, § 2°, CF/88);

(v) Deputados Federais devem ser brasileiros, natos ou naturalizados;

(vi) O Presidente da CD deve ser brasileiro nato, necessariamente (art. 12, § 3°, II, CF/88);

(vii) O mandato dos Deputados Federais é de 4 anos (1 legislatura);

(viii) A renovação na CD, a cada eleição, é total (o que significa que podemos alterar os 513 Deputados da legislatura anterior)11;

(ix) A idade mínima para compor esta Casa Legislativa é de 21 anos (art. 14, § 3°, VI, ‘c’, CF/88).

Ainda sobre essa idade mínima, não custa lembrarmos que ela deve ser comprovada na data da posse (art. 11, § 2º, da Lei nº 9.504/97). O mesmo se passa com as demais idades mínimas enunciadas no art. 14, § 3°, VI, CF/88, com exceção da idade de 18 anos (exigida para a eleição de Vereador), caso em que deverá ser comprovada na data limite da apresentação do Registro de Candidatura (mudança implementada pela Minirreforma Eleitoral realizada no ano de 2015 - Lei nº 13.165/2015).

O esquema posto abaixo, vai nos ajudar a memorizar as idades mínimas constitucionalmente exigidas:

10. É importante destacar que as coligações nas eleições proporcionais estão com os dias contados: foram válidas nas eleições de 2018, no entanto, estão vedadas nas eleições a partir de 2020, por força da EC nº 97 de outubro de 2017 (que modificou o art. 17, § 1°, CF/88).

11 Dos 513 Deputados Federais eleitos no 1° domingo de outubro de 2018, 262 (51%) nunca havia ocupado uma cadeira na Câmara dos Deputados. Nota-se que a renovação nas eleições de 2018 representa a maior troca de parlamentares na Casa Legislativa desde 1994.

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