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A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

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Academic year: 2022

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INTRODUÇÃO

O fogo foi fundamental para a evolução humana. O primeiro contato com o fogo, surgiu através dos raios que caíam sobre pedras e árvores. O domínio do fogo, que o homem adquiriu com o passar do tempo, foi essencial para a civilização criar seus primeiros passos rumo a conquista tecnológicas, tornando-se ferramenta poderosa, sendo utilizada em diversas atividades do cotidiano humano. Em contrapartida o fogo, sem controle transforma-se em incêndio, gerando diversas perdas de vidas e de propriedades (SEITO et al.,2008, p.9), em poucos minutos, o fogo consome vidas, patrimônios que nos quais foram investidos vários anos de trabalho, esforço, recursos econômicos e sonhos.

A implantação de sistemas que certifiquem a segurança contra incêndios corresponde a um aditivo ao custo total de qualquer edifício. Entretanto, a segurança das pessoas em nenhum momento pode ser negligenciada, mesmo que isso demonstre um empecilho relativo à criatividade dos projetistas, engenheiros e dos arquitetos.

A elaboração de um projeto adequado que considere a prevenção contra incêndios, tenha uma baixo custo de elaboração e execução, e que cumpra todas às normas de segurança, exige um conhecimento sobre materiais, técnicas e procedimentos que se utilizados de maneira equivocada podem representar o fracasso do empreendimento.

O profissional deve conhecer técnicas eficientes e convenientes, a fim de que, o edifício possua equipamentos necessários que permitam aos seus ocupantes combater, de forma imediata qualquer princípio de incêndio, assim como sistema de orientação, rota de fuga e alarme, possibilitando, em tempo hábil a evacuação sem atropelos e pânicos, ou seja, o edifício deve ser projetado para estar auto protegido para impedir a propagação do fogo, permitindo a sua extinção.

1 Graduanda do Curso de Bacharelado do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário São Camilo-ES – giselegomes790@gmail.com

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Nesse trabalho objetivou- se a apresentação os fatos marcantes das regulamentações e incêndios ocorridos na história do Brasil.

METODOLOGIA

Para a realização dos objetivos estabelecidos neste trabalho, o estudo proposto será baseado na metodologia bibliográfica que apresenta a importância do estudo de normas, a capacitação do profissional na prevenção e segurança contra o incêndio ao planejar o projeto arquitetônico. São esclarecidos conceitos, baseados nas grandes catástrofes, nas exigências das normas e regulamentações, para que o profissional adota medidas de segurança contra incêndio e análise, aplicando de forma adequada e integra ao projeto arquitetônico da edificação.

OS GRANDES INCENDIOS NO BRASIL

Antes da grandes catástrofes causadas pelos incêndios, o corpo de bombeiro emitiam a regulamentação relativa à proteção contra o incêndio, de forma esparsa, englobado no código de obras dos municípios, sem qualquer introdução de aprendizado referente aos paradigmas dos incêndios ocorridos no exterior, com exceção ao dimensionamento abordado nas larguras das escadas e saídas, ou seja, o corpo de bombeiro possuía uma regulamentação básica indicando a obrigatoriedade de medidas de combate ao incêndio, como extintores, a provisão de hidrantes e da sinalização dos equipamentos. “muito pela ausência de grandes incêndios e de incêndios sem vítimas [...] era visto como algo que dizia mais respeito ao corpo de bombeiro” (AFONSO et al.,2008, p.22), as ocorrências na época eram classificadas como danos de patrimônio ,sendo a única fonte reguladora que o seguro classificava como tarifa contra incêndio no Brasil e através da falta de prevenção, iniciaram-se as grandes tragédias.

Gran Circo Norte americano, Niterói, Rio de Janeiro ano de 1961, foi o maior incêndio em perdas de vidas, que teve origens intencionais, criminosas, sem indicadores e saídas de emergências, dificultando o escape dos espectadores, ocasionando 250 mortos e 400 feridos.

Na década de 70, um incêndio na indústria da Volkswagen em São Bernardo do Campo, em São Paulo, ocasionou 1 vítima fatal, provocando a perda total da

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edificação da ala 13. Após 2 anos também na grande São Paulo, ocorreu o primeiro incêndio com grandes proporções elevadas, o Andraus resultou na morte de 16 pessoas e 336 feridos, que foi causado por um curto circuito no sistema elétrico que estava sobrecarregado.

Também na década de 70, após dois anos da tragédia do edifício Andraus, o edifício Joelma teve incêndio semelhante causando 188 mortos e 345 feridos, ocasionando um grande impacto e teve como consequência o início de formulação das medidas de segurança contra incêndio, “igualmente falhos e despreparados para esse tipo de evento, os poderes municipal e estadual” (AFONSO et al.,2008, p.24), através dos despreparos do corpo do bombeiros e dos estados para esse tipo de ocasião, originou mudanças nas leis em meio a fatalidade.

Segundo Ferreira (2006), devido a ocorrência dessas catástrofes, nasceu a necessidade de criar condições de proporcionar às edificações uma maior resistência e segurança contra incêndios, estabelecendo regulamentos e normas a serem aplicadas à segurança contra fogo.

AS MUDANÇAS NA REGULAMENTAÇÃO

1974- Decreto Municipal-SP nº 10.878 que “institui normas especiais para a segurança dos edifícios a serem observadas na elaboração do projeto, na execução, bem como no equipamento e dispõe ainda sobre sua aplicação em caráter prioritário”.

1974 - A ABNT, por meio do Comitê Brasileiro da Construção Civil, publicou a NB 208 — Saídas de Emergência em Edifícios Altos. 1975 - (dezembro) ocorreu a reestruturação do Corpo de Bombeiros de São Paulo;

1975 - São incorporadas na Lei nº 8 266 de 1975, o novo Código de Edificações para o Município de São Paulo.

1976 - O Decreto-Lei nº 247, que dispõe sobre Segurança Contra Incêndio e Pânico no estado do RJ; 1978 - O Ministério do Trabalho editou a Norma Regulamentadora 23 (NR-23) - Proteção Contra Incêndios.

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TRAGEDIAS POR FALTA DE FISCALIZAÇÃO

No ano de 2013 na cidade de Santa Maria em Rio Grande do Sul, aconteceu um incêndio na boate Kiss, essa tragédia matou 242 pessoas deixando cerca de 680 feridos, que foi provocada pela imprudência e pelas más condições de segurança no local.

Então, em 30 de Março de 2017, o Presidente Temer, publica a LEI Nº 13.425, a qual esta estabelece diretrizes gerais e ações complementares sobre prevenção e combate a incêndio e a desastres em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público.

O sonho de se tornar um grande jogador de futebol, virou pesadelo para os adolescentes entre 14 e 16 anos, deixando 10 mortos e 3 feridos num alojamento do time de futebol flamengo, na cidade do Rio de Janeiro. Nessa tragédia, ocorrida no ano de 2019, o fogo teve início por conta de curto circuito em equipamento de ar condicionado, que fazia parte dos contêineres que serviam de dormitório, que não possuíam licença municipal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os acidentes e as tragédias causadas pelos incêndios, deveriam ser acontecimentos do passado. A falta de fiscalização, de conscientização, de prevenção e principalmente a falta de capacitação, fazem parte do nosso presente que poderiam ser evitadas, vidas poderiam ser poupadas.

Segundo Ono (2008), conhecer as exigências e os conceitos que fundamentam a segurança contra incêndio, torna o profissional capacitado para utilizar ferramentas eficaz e autonomia nas decisões dos projetos.

O profissional deve levar em consideração o momento que se inicia um projeto arquitetônico, elaborando especificações dos materiais de construção. Estudar soluções técnicas eficientes e convenientes, que permitam projetar sem cometer erros básicos de difícil correção que podem ocasionar alto custo.

É importante o edifício possuir equipamentos que permitam um combate imediato ao princípio de incêndio, como rota de fuga, isolamento de áreas com portas corta-fogo e sistema de alarme que possibilite a evacuação em tempo hábil, são pontos que devem ser levados em consideração como ferramenta fundamental para o sucesso

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no desenvolvimento dos projetos arquitetônicos e principalmente extinguir grandes tragédias que levam vidas e sonhos.

REFERÊNCIAS

AFONSO, Cel Reserva Antonio Gill et al. A Aprendendo com os grandes incêndios. São Paulo: Projeto Editora, 2008.

BRENTANO, Telmo. A proteção contra incêndios no projeto de edificações. 3.

ed. Porto Alegre: Edição do Autor, 2015.

FERREIRA, Walnório Graça et al. Dimensionamento de Estruturas de Aço e mistas em situações de inêndio. Vitória: Grafer Editora, 2006.

ONO, Rosaria Itiu et al. Arquitetura e urbanismo. São Paulo: Projeto Editora, 2008.

SEITO, Alexandre Itiu et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo:

Projeto Editora, 2008.

SOUZA,João Carlos. A importancia do projeto arquitetonico para a prevenção contra incêndios. Santa Catarina. 2017. Disponível em: <

https://www.archdaily.com.br/br/875706/a-importancia-do-projeto-arquitetonico-para- a-prevencao-contra-incendios-joao-carlos-souza. Acesso em: Març.2020.

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