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Janaina Costa de Oliveira Capristano

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Academic year: 2023

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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva Curso de Especialização Sobre Gestão das Políticas de DST/AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose

Janaina Costa de Oliveira Capristano

A VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS DA TRAVESTI ENQUANTO PROFISSIONAL DO SEXO

Natal/RN - Abril de 2017

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Janaina Costa de Oliveira Capristano

A VULNERABILIDADE AO HIV/AIDS DA TRAVESTI ENQUANTO PROFISSIONAL DO SEXO.

Projeto de Intervenção apresentado ao Curso de Especialização sobre Gestão das Políticas de DST/ AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de especialista.

Orientadora: Profª Drª Isa Maria Hetzel de Macedo

Natal/RN - Abril de 2017

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RESUMO

Desde o surgimento da AIDS no início da década de 80, os homossexuais foram, em nível mundial, o grupo populacional mais atingido pela epidemia. Associando diferentes fatores que vão desde as características comportamentais até o estilo de vida, o risco e a vulnerabilidade dos/as homossexuais face à infecção pelo HIV/AIDS, foram significativamente acentuados pela falta de informação, pelo estigma e pelo preconceito da sociedade. Mas foram também os homossexuais os protagonistas das primeiras e urgentes respostas para o enfrentamento dessa epidemia que ultrapassava as fronteiras da saúde, revertendo e desconstruindo o imaginário social que os vinculou, equivocadamente, à culpa, à proibição, à doença e à discriminação. Falando em sexualidade humana, conhecemos dois gêneros (o masculino e o feminino) e os travestis são aquelas pessoas que incorporam esses dois gêneros, sendo o homem/mulher ou o macho/fêmea. As Travestis são consideradas um grupo bastante importante no perfil da epidemia do HIV/AIDS no Brasil devido a sua histórica vulnerabilidade social (exclusão, violência, preconceito e discriminação) que determina também uma grande vulnerabilidade para a infecção (práticas sexuais não protegidas e compartilhamento de seringas na aplicação de silicone e de hormônios para ganhar uma aparência mais feminina, por exemplo).

Assim, esse projeto de intervenção visa trazer uma formalização mais detalhada de suas atribuições na composição de acompanhamento, ajuda e trabalhar no processo de informações que possam ajudar as travestis a se prevenirem contra o HIV, esclarecendo-as que trabalharem com o traz riscos que devem ser tomado os devidos cuidados. Trazer propostas de auxílio às travestis, trazer projetos que visem a informação, conscientização, saber de seus direitos ao tratamento junto ao SUS, elaborar propostas de intervenção sólida no atendimento as travestis, e possibilitar uma composição sólida de profissionais capacitados a atendê-las.

Palavras-Chave: Vulnerabilidade, Prevenção, Travesti, HIV/AIDS.

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SUMARIO

1 INTRODUÇÃO ... 5

2 OBJETIVO GERAL ... 7

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 7

3 METODOLOGIA ... 7

3.1 CENARIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO ... 7

3.3 FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES... 11

4 APÊNDICE ... 15

REFERÊNCIAS ... 16

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1 INTRODUÇÃO

Segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 35 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HIV no mundo, sendo 30 milhões de adultos.

No Brasil, de 1980 a junho de 2014, 757.042 casos de AIDS foram notificados (MS, Boletim epidemiológico HIV/AIDS 2014).

A AIDS vem se transmutando e, com isso, o seu perfil vem sofrendo um processo de pauperização, interiorização, juvenização, feminização e enegrecimento. A epidemia teve início nos estratos sociais de maior escolaridade disseminando-se para os de menor escolaridade, evidenciado nas regiões do centro- sul do país. Nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde a epidemia é relativamente recente, as taxas maiores incidem sobre a população de melhor escolaridade. Entretanto, observa-se a existência de um crescimento mais acelerado entre as pessoas de menor grau de escolarização. (FONSECA et al. 2000 e 2002 apud BARBOSA, 2006).

Na região Sudeste, onde a epidemia é mais antiga, a maior incidência de casos ocorre na população com nível socioeconômico mediano, expandindo-se de forma gradual para os segmentos de menor poder aquisitivo. Assim, é importante salientar que em relação à AIDS, o fator socioeconômico está relacionado às peculiaridades dos segmentos populacionais de maior risco para a infecção pelo HIV. Observando o movimento da epidemia baseadas nos casos masculinos informados, identifica-se que a contaminação pelo uso de drogas aplicáveis vem diminuindo, a contaminação na série homo/bissexual vem se equilibrando em volta de 26% e a contaminação heterossexual permanece a desenvolver. Contudo, na qual são analisados os aspectos da HIV/AIDS no público feminino e na de baixa escolaridade, nota-se que a epidemia vem alcançando de modo relevante esses segmentos (FERRAZ, 2003).

A quarta colocação no quadro nacional de inúmeros casos informados de HIV/ AIDS, é o estado de Minas Gerais. A cidade de Uberlândia é a terceira do estado com casos informados da doença, tornando-se prevalecida por Belo Horizonte e Juiz de Fora. Até metade de 2004, Uberlândia apresentava 1.152 casos informados de HIV/AIDS.

No Programa Nacional de IST/AIDS do Ministério da Saúde do Brasil, as travestis são conhecidas como um grupo importante na representação da HIV/AIDS

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no Brasil por causa da sua história de vulnerabilidade social, que inclui exclusão, violência, preconceito e rejeição. Esse contexto social produz uma grande vulnerabilidade à contaminação pelo HIV e outros agentes sexualmente transmissíveis. Com a chegada da epidemia, as travestis são alvo frequente de ataques homofóbicos. O aumento da violência contra elas, incluído à vulnerabilidade desse conjunto diante do HIV, provocou o surgimento das primeiras instituições de travestis que buscavam incriminar a violência e lutar pela cidadania, no sentido de prevenção à AIDS. Entendendo que o mundo homossexual é muito variado e diversificado, as travestis formam um grupo exclusivo dentro desse mundo (SILVA, 2004).

A relevância de um projeto de intervenção que tome como alvo essa população é indiscutível, não só pela ausência de conhecimentos sobre esse segmento, mas também porque não se identificam ações específicas voltadas para este grupo que geralmente é incluído numa categoria geral dos homossexuais o que impede atentar para suas especificidades que não são detectadas dentro de um grupo mais amplo e que geralmente não envolve as características da forma de vida das travestis.

Neste trabalho partimos de pesquisas realizadas pela BEMFAM entre 2004/2005 que realizou investigação sobre vulnerabilidade em grupos populacionais para a HIV/AIDS, planejando patrocinar condutas para prevenção (FERRAZ, 2006).

Para a coleta dos dados foram utilizadas entrevistas pessoais e questionário com a introdução das seguintes questões: atributos socioeconômicos e demográficos das interrogadas, conduta sexual com clientes “modernos”, com clientes “legítimos” e com parcerias certas; informação, conceitos e costumes sobre o HIV/AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis; avisos sobre preventivos masculinos e gel lubrificante e uso de álcool e diferentes drogas. A população do estudo foram as travestis profissionais do sexo. Foram usadas técnicas qualitativas e quantitativas.

Quando se refere às perguntas de vulnerabilidade sobre o assunto HIV/AIDS de uma população, é de total interesse entender seus aspectos, técnicas e condutas sexuais. Foram absorvidos conhecimentos com relação aos clientes modernos, aos clientes legítimos e às parcerias certas. Foi observado que as diversidades das parcerias podiam influenciar os métodos sexuais e as condutas preventivas diante a HIV/AIDS e resultar em diferentes doenças sexualmente transmissíveis. Uma questão que é uma complicação é a grande flexibilidade considerada entre as

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travestis. Não só a utilização, mas também a negociação do uso do preventivo é a entrada a esse espaço de prevenção (BENEDETTI, 2005).

2 OBJETIVO GERAL

Desenvolver Projeto de Intervenção junto a fração populacional formada por travestis profissionais do sexo, para diminuir sua vulnerabilidade relacionada às condutas sexuais e melhorar a auto percepção de perigo.

Assim, esse projeto de intervenção visa trazer uma formalização mais detalhada de suas atribuições na composição de acompanhamento, ajuda e trabalhar no processo de informações que possam ajudar as travestis a se prevenirem contra o HIV/AIDS, esclarecendo-as que trabalharem com o traz riscos que devem ser tomado os devidos cuidados.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Melhorar o acesso dos travestis profissionais do sexo às informações e às medidas preventivas contra o HIV/AIDS e outros problemas de saúde específicos deste grupo da população;

 Melhorar o acesso dos travestis profissionais do sexo sobre seus direitos em relação à saúde e tratamento junto ao SUS;

 Compor equipe de profissionais capacitados a atendê-las de forma humanizada.

3 METODOLOGIA

3.1 CENÁRIO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

Como sabemos, o HIV é transmitido pelo do sexo desprotegido, além de outras formas de transmissão. Ao longo da epidemia no Brasil, até os dias de hoje, cerca de 80% dos casos de AIDS foram decorrentes da infecção por relações sexuais sem preservativo. Sendo assim, nos deparamos com algumas perguntas. O que faz, por exemplo, com que alguém use ou não camisinha?

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Como podemos intervir sobre o comportamento de uma pessoa? Para que serve a intervenção comportamental? São as primeiras questões que surgem diante desse assunto. Podemos dizer que a intervenção comportamental é sempre um conjunto de possibilidades para sugerir e apontar alternativas de comportamento que, no caso da prevenção das IST/HIV/AIDS, visa a diminuir ou a eliminar os riscos de se infectar pelo HIV/AIDS nas relações sexuais. As ações de intervenção comportamental devem ser pautadas no respeito à autonomia das pessoas diante de sua orientação sexual, de suas práticas sexuais, e de respeito à expressão plena de seu afeto e desejo. Na intervenção comportamental não podem ser inseridas posturas de julgamento moral, de valores ou religioso, que enveredem pela intolerância à homossexualidade, ao sexo comercial ou a qualquer outro tipo de comportamento. Muito menos é possível se vincular à intervenção comportamental intenções de “cura” da homossexualidade ou de condenação da prática do sexo comercial. A prioridade nas intervenções para educação sexual e prevenção das DST/HIV/AIDS deve estar centrada, dentre outras coisas, no reforço da necessidade de proteção e de negociação do uso da camisinha.

A vulnerabilidade de uma pessoa ou de um grupo diante do HIV/AIDS, conceito definido pelo cientista social Jonathan Mann1, é composta pela interação entre diversos fatores individuais, sociais e políticos. Assim, o pouco ou nenhum acesso à informação, à autonomia, à autoestima, ao trabalho, à escola e à aceitação social, são alguns dos vários elementos que compõem a vulnerabilidade. Diante disso, buscar maiores informações sobre tais questões, possibilitará a realização de uma intervenção mais qualificada, com impacto diferenciado e positivo na realidade do indivíduo e do grupo como um todo.

O projeto de intervenção consiste em fazer uma análise detalhada de como será o processo de auxílio aos pacientes vulneráveis que necessitam de informação e acompanhamento do profissional da saúde na fase em que mais precisa para prevenção e tratamento.

O SAE de minha cidade, localizado na Alameda Campomar, S/N, Bairro Cidade Beira Mar, é composto por uma equipe qualificada, com funcionários que trabalham de forma efetiva no sistema de prevenção da Travesti profissional do sexo que encontra-se como indivíduos vulneráveis com relação ao HIV/AIDS, e com isso torna-se fundamental que toda equipe de profissionais de diversas áreas da saúde faça um acompanhamento necessário a essas pessoas .

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A instituição encontra-se numa esfera solidária, onde é possível trabalhar com os funcionários através de uma estrutura cedida pelo gerente para que seja possível realizar o trabalho de intervenção, atribuindo aos profissionais de diversas a realização de palestras, vídeos e conscientização e prevenção das travestis no seu dia a dia. Para que possam com isso realizar abordagens de rua junto a essa população chave de travestis, com os objetivos de desenvolver ações de prevenção às IST/HIV/AIDS, além de conhecer as temáticas problemáticas que mais se relacionam com o cotidiano desse grupo.

Todo o conceito de intervenção é articulado dentro do sistema de atendimento ao projeto de saúde da família fim de compatibilizar com o atendimento proposto também pelo SUS, assim fazendo um trabalho de saúde pública e também social.

Toda a contextualização está embasada em políticas públicas para intervenção e planejamento de intervenção a travestis que atuam como profissionais do sexo e assim necessitam de informações para se protegerem do vírus HIV.

O repasse de informações é geralmente pensado e direcionado para o público heterossexual. Assim, o medo de se expor faz com que as travestis deixem de levantar questões próprias de seu universo, temendo retaliações ou gozações da sociedade, impedindo que suas dúvidas sejam esclarecidas. Para completar esse quadro de isolamento das travestis, soma-se o fato de ainda existirem muitos profissionais de saúde com uma visão preconceituosa em relação à homossexualidade, sendo, portanto, responsáveis pelo afastamento desse público usuário do serviço de saúde, negando a ele o acesso ao preservativo, à informação, aos exames e ao cuidado com a saúde. Nosso objetivo Nessas ações é repassar informações sobre saúde sexual e prevenção das IST/HIV/AIDS. Assim, nesse trabalho procura-se obter mudanças das crenças (o que são as doenças sexualmente transmissíveis, o HIV, a AIDS, o modo como se transmite e o que leva as pessoas, e, sobretudo as travestis enquanto profissionais do sexo, a se tornarem mais vulneráveis à infecção) e dos comportamentos (prática do sexo mais seguro) a fim de controlar o avanço da epidemia. Nesse processo, é fundamental considerar e respeitar a forma pela qual cada um dos sujeitos das intervenções se diz e pensa.

Podemos reforçar, portanto, que o repasse de conhecimentos sobre saúde sexual e prevenção do HIV/AIDS só surtirá o efeito desejado (ou seja, mudança de crenças e de comportamentos a fim de controlar a epidemia) se conseguirmos refletir e nos conscientizar coletivamente (nós, multiplicadores de informação e a

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comunidade em que trabalhamos) sobre o papel das desigualdades sociais na trajetória da epidemia; se conseguirmos agir em favor da vida e da qualidade de vida das pessoas, independentemente de orientação e da identidade sexual, percebendo e mostrando como as desigualdades sociais e algumas perversas proposições morais agem de modo danoso, colocando em risco a vida das pessoas e da sociedade e, se conseguirmos desenvolver o sentimento comunitário e de solidariedade, fomentando ações em favor do resgate da cidadania plena para toda e qualquer pessoa (homens e mulheres; homossexuais, bissexuais e heterossexuais; transgêneros e transexuais; pessoas soropositivas e soronegativas;

crianças, jovens, adultos e idosos).

Por outro lado, se o trabalho de educação em saúde sexual e prevenção das IST/HIV/AIDS forem realizados de forma que as informações sejam sempre relacionadas às linhas de desigualdade social já descrita aqui, as pessoas poderão perceber que sem uma mobilização coletiva não há como quebrar tais desigualdades que têm vulnerabilizado as travestis – seja frente ao HIV/ AIDS, seja com a violência ou com outras formas de exclusão social. Também poderão perceber afinidades podendo não ser, necessariamente, associadas à identidade ou comportamento sexuais que as unem, sobretudo pelo fato de terem seus direitos diminuídos e assim sua qualidade de vida ameaçada.

3.2 ELEMENTOS DO PLANO DE INTERVENÇÃO

O conceito de “prevenção discorrida” é determinado como um empenho político, e não simplesmente metodológico, por meio do qual se procura “induzir as pessoas a distinguir sua realidade, pensar criticamente as extensões que os põem vulneráveis a doenças e vários estados de violência”.

A esta pessoa “leigo de sua realidade” se proporciona, a partir desse novo paradigma, a conversação. Por exemplo, no que se cita aos insumos preventivos, sejam os preservativos masculinos ou importunas descartáveis, o que se sugere são as “cotas agenciadas”. No que se mencionam aos profissionais do sexo, estes têm a quantia de preservativos gratuitos determinados após uma entrevista com um profissional da saúde. Esta quantia precisa ser fruto da conversa advinda entre ambos.

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Nesse método, que se anseia mais horizontalizado, pertenceria ao profissional de saúde edificar conjuntamente como utilizador do serviço, seu

“fortalecimento”, compendiado no que é convocado por Abate de “otimização da autoestima”. Trabalha-se, deste modo, na “probabilidade que estas pessoas, além do cuidado total com seu bem-estar, desenvolvam um senso de coordenação de classe, formando, deste modo, uma consciência esperteza para a defesa de seus perpendiculares” (ABATE, 2003).

Assim, esse projeto de intervenção visa trazer uma formalização mais detalhada de suas atribuições na composição de acompanhamento, ajuda e trabalhar no processo de informações que possam ajudar as travestis a se prevenirem contra o HIV/AIDS, esclarecendo-as que trabalharem com o traz riscos que devem ser tomado os devidos cuidados.

Trazer propostas de auxílio às travestis, trazer projetos que visem a informação, conscientização, saber de seus direitos ao tratamento junto ao SUS, elaborar propostas de intervenção sólida no atendimento as travestis, e possibilitar uma composição sólida de profissionais capacitados a atendê-las.

3.3 FRAGILIDADES E OPORTUNIDADES

A oportunidade está entre as relações consolidada as práticas do projeto de intervenção em sua relevância para a sua aplicabilidade no contexto determinado das posições ligadas a um processo de concentração de ações que impliquem na ajuda das travestis enquanto indivíduos vulneráveis ao HIV/ AIDS e as IST.

As ações que devem ser tomadas estão implícitas nesse projeto de intervenção. A posição dos profissionais da saúde devem ser fundamentadas em uma construção inovadora, a fim de trazer melhores esclarecimentos a população, trazendo informações valiosas as travestis.

Um planejamento estratégico torna-se fundamental na tentativa de criar um elo com as travestis em uma dinâmica onde o esclarecimento será passado de modo detalhado em uma construção de saberes valiosos para a prevenção do HIV/

AIDS e as IST.

A fragilidade que se encontra no projeto é saber a determinação das travestis no interesse a prevenção e como se dará o deslocamento dos profissionais capazes

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de levar a informação parcial para atraí-las as instituições públicas e direcioná-las no setor responsável para que seja realizado na prática o projeto de intervenção.

Toda a participação dos funcionários será necessária para o acolhimento inicial, e isso se leva um tempo para que de fato o planejamento seja realizado em uma escala maior, na medida em que se venha a obter um êxito maior nas articulações no processo de intervenção.

3.4 PROCESSOS DE AVALIAÇÃO

Uma primeira etapa para a coleta de informações sobre todos esses componentes foi escolhida a Roda de Conversa, por ser um método de ressonância coletiva que consiste na criação de espaços de diálogo, em que essa população chave, as travestis, possam se expressar e, sobretudo, escutar os outros e a si mesmos. O objetivo é estimular a construção da autonomia dos sujeitos por meio da problematização, da troca de informações e da reflexão para a ação. Nessa perspectiva a Roda de Conversa é um elemento inerente ao planejamento e desenvolvimento das ações em saúde que serão destinadas a essa população chave e com isso essas ações possibilitarão identificar, por exemplo, o quanto a ocorrência de discriminações tem afetado a autoestima e o cuidado com a saúde.

Desta forma, é necessário inicialmente buscar informações sobre os locais e horários de maior frequência desse grupo, sobre as características do local e sobre as áreas de prostituição, observa-se que o período noturno facilita o acesso ao grupo, essa é a base inicial para qualquer tipo de ação dessa natureza. A coleta de tais informações pode viabilizar a produção de um roteiro ou “guia”, região em que o trabalho acontecerá, identificando o tipo de local (bares, boates, praças, banheiros públicos, saunas) e fornecendo endereços, horários de frequência, os travestis que costumam estar em cada um dos locais identificados. Após a realização de visitas preliminares a esse “roteiro” e com a realização de contatos iniciais durante tais visitas, é importante avançar na abordagem do público-alvo, procurando conhecer mais profundamente alguém e estabelecendo laços de confiança e respeito para a troca de experiências.

Uma boa estratégia é tentar identificar na comunidade visitada, uma pessoa com características de liderança (que seja mais extrovertida, mais informada sobre as novidades da “cena gay local”, mais conhecida no meio) que possa ajudar na

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comunicação com as demais pessoas a serem abrangidas na intervenção. A partir desse passo, pode-se ir ampliando as relações/abordagens e conhecendo melhor o restante do grupo. Deve-se tentar fazer uma reunião informal em local apropriado para reunir as pessoas-alvo das ações (pode ser até mesmo numa praça ou num bar).

Nesse momento o trabalho a ser feito deve ser apresentado e o grupo convidado a integrá-lo, enfatizando-se a importância da prevenção das IST/HIV/AIDS para o cotidiano da comunidade. Esse bate-papo com algumas das pessoas contatadas previamente pode ajudar muito para o início efetivo das atividades de intervenção.

Vale ressaltar que algumas técnicas de abordagem para essa intervenção devem ser priorizadas, como por exemplo, a necessidade do contato ser realizado de maneira natural, evitando que a pessoa abordada se sinta intimidada, invadida ou incomodada com a presença e intervenção da equipe de trabalho. Outra preocupação relaciona-se ao uso de técnicas diversificadas, fazendo com que as visitas/intervenções junto a essa população chave não se torne monótona ou repetitiva: cada visita/ intervenção deve incorporar alguma alteração ou novidade (como um material informativo diferente), estimulando a discussão sobre diferentes assuntos ou aprofundando alguma questão específica. É interessante fazer desse momento um espaço de descontração, preservando, no entanto a seriedade do assunto abordado.

A entrega de material informativo-educativo sobre sexo mais seguro e suas possibilidades é sempre indicada; Ao final, é necessário realizar uma breve avaliação, onde cada participante fala como se sentiu, o que aprendeu e como vai aplicar o aprendizado na sua prática sexual.

A construção das informações e o registro das interações serão realizados por meio de gravações de áudio e vídeo e de anotações cursivas de tudo o que acontecerá no grupo: falas, reações e impressões.

As abordagens devem incluir elementos vinculados às informações demográficas do grupo como, idade, cor, profissão, escolaridade, religião, local de moradia, situação econômica, assim como questões sobre a homossexualidade da pessoa em relação a sua identidade sexual (se tem parceiros fixos ou parceiros eventuais, por exemplo).

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É importante incluir também questões a serem discutidas como, o conhecimento das IST/HIV/AIDS, suas formas de transmissão e de prevenção, as situações de risco para o HIV/AIDS nas relações sexuais, articulação das políticas públicas no território, ampliação do acesso aos insumos de prevenção, ampliação da oferta da testagem do HIV/Sífilis, divulgação da PEP como estratégia de prevenção, sobre o uso de drogas com sua influência na saúde e na prevenção, levantar informações sobre a prática do sexo comercial (enquanto profissional do sexo e/ou cliente) quantos parceiros atendem em média por dia, se faz ou não uso de preservativos, é outro importante dado que ajudará na intervenção.

Todo o processo de intervenção será através de um diálogo com os profissionais da área para que esses possam auxiliar os travestis quantos indivíduos vulneráveis as doenças sexualmente transmissíveis quanto profissionais do sexo.

As informações a serem articuladas serão tratadas em uma determinação formalizada em diferentes circunstâncias através dos dados coletados pelas abordagens realizadas durante a roda de conversa proposta nesse projeto de intervenção.

A determinação pelos profissionais atuantes no projeto será segura, e todos irão abordar as informações de forma sigilosa a fim de não comprometer seriedade do projeto, e assim realizar um trabalho satisfatório com as travestis que tanto necessitam do auxílio para ser informadas dos riscos que correm em seu quotidiano quanto profissionais do sexo.

Por fim, vale ressaltar que a esse tipo de intervenção deve ter uma missão educadora cotidiana, centrada na informação, na troca de experiências e na boa comunicação com o público-alvo. Ações que se limitam a entregar preservativos e materiais informativos tendem a não cumprir esse papel de educação em saúde sexual e prevenção das IST/HIV/AIDS. Portanto, as ações nesse campo devem sempre estar direcionadas em estratégias que contemplem a informação, a educação e a comunicação.

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4 APÊNDICE - CRONOGRAMA DE PROJETO DE PESQUISA

FASE DA PESQUISA

Fevereiro de 2017

Março de 2017 Abril de 2017 Sem

01

Sem 02

Sem

03 Sem 04

Sem 01

Sem 02

Sem 03

Sem 04

Sem 05

Sem 01

Sem 02

Sem 03 Referencial

teórico

x x x Construção

do tema

x

Introdução x x x

Revisão literária

x x Objetivo

geral e específico

x x

Metodologia x x x

Consideração final

x x Cronograma

de projeto de pesquisa

x

Entrega final do projeto

x

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REFERÊNCIAS

ABIA. Boletim Abia, n.º 44, janeiro/março. Rio de Janeiro: ABIA, 2000.

BENEDETTI, M. Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro:

Garamond, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST. Ano III - nº 1 - 01ª à 26ª semanas epidemiológicas - janeiro a junho de 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e Aids. Guia de Prevenção das DST/AIDS e Cidadania para Homossexuais/Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação Nacional de DST e AIDS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

FABREGAS-MARTINEZ, A. I.; BENEDETTI, M. R. (orgs). Na batalha: sexualidade, identidade e poder no universo da prostituição. Porto Alegre: GAPA, 2000.

FERRAZ, E. A. (Coord.) Análise de demanda por ações de prevenção de HIV/AIDS no Sul do Brasil: homens que fazem sexo com homens. Rio de Janeiro: BENFAM, 2003.

FONSECA, M.G. et al. AIDS e grau de escolaridade no Brasil: evolução temporal de 1986 a 1996. Cadernos de Saúde Pública, v. 16, supl. 1, p. 77-87, 2000.

Manual do Facilitador: Oficinas de Prevenção a HIV/AIDS para Homens que Fazem Sexo com Homens. Rio de Janeiro: ABIA, 2001.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. HIV/AIDS, hepatites e outras DST / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. 196 p. il. - (Cadernos de Atenção Básica, n. 18) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

Na contramão da AIDS: sexualidade, intervenção, política. Rio de Janeiro: Editora 34/ABIA, 2000.

ALBUQUERQUE PC, STOTZ EN. A educação popular na atenção básica à saúde no município: em busca da integralidade. Interface. 2004; 8(15): 259-74.

Referências

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