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Conselho da União Europeia Bruxelas, 17 de novembro de 2017 (OR. en)

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14374/17 nb/PBP/mjb 1

Conselho da União Europeia

Bruxelas, 17 de novembro de 2017 (OR. en)

14374/17

LIMITE

TELECOM 294 COMPET 766 MI 833

DATAPROTECT 184 CONSOM 353

JAI 1048 DIGIT 245 FREMP 132 CYBER 181 CODEC 1817 Dossiê interinstitucional:

2017/0003 (COD)

NOTA

de: Presidência

para: Comité de Representantes Permanentes/Conselho

n.º doc. ant.: 14062/17 TELECOM 269 COMPET 734 MI 789 DATAPROTECT 175 CONSOM 340 JAI 1010 DIGIT 232 FREMP 122 CYBER 171 CODEC 1752

n.° doc. Com.: 5358/17 TELECOM 12 COMPET 32 MI 45 DATAPROTECT 4 CONSOM 19 JAI 40 DIGIT 10 FREMP 3 CYBER 10 IA 12 CODEC 52

Assunto: Proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo ao respeito pela vida privada e à proteção dos dados pessoais nas comunicações eletrónicas e que revoga a Diretiva 2002/58/CE (Regulamento relativo à privacidade e às comunicações eletrónicas) - Relatório intercalar

O presente relatório foi elaborado sob a responsabilidade da Presidência estónia, sem prejuízo de determinados pontos de interesse ou de novos contributos das diferentes delegações. Nele se descreve o trabalho realizado até à data pelas instâncias preparatórias do Conselho e se faz o ponto da situação da análise da proposta referida em epígrafe.

PUBLIC

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I. INTRODUÇÃO

1. A Comissão adotou a sua proposta de regulamento relativo à privacidade e às comunicações eletrónicas ("RPE") em 10 de janeiro de 2017, com o objetivo de substituir a atual Diretiva Privacidade Eletrónica1. A proposta é uma das ações previstas na Estratégia para o Mercado Único Digital2 para reforçar a confiança e a segurança no Mercado Único Digital e, para além de outros objetivos, visa alinhar as regras aplicáveis às comunicações eletrónicas com as novas normas do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados3 ("RGPD") adotado em 2016.

2. No Conselho, a proposta e a avaliação de impacto foram apresentadas ao Grupo das Telecomunicações e da Sociedade da Informação ( "Grupo TELE") em fevereiro de 2017, tendo-se seguido uma análise de toda a proposta artigo por artigo. A Presidência maltesa apresentou um relatório intercalar4 na reunião do Conselho (TTE) de junho de 2017.

3. No Parlamento Europeu, a comissão principal, LIBE, adotou o seu relatório e aprovou o mandato para encetar negociações interinstitucionais em 19 de outubro de 2017, o qual foi confirmado por votação em sessão plenária em 26 de outubro de 2017. A relatora para este dossiê, Marju Lauristin (S&D, Estónia), deixou o Parlamento Europeu e foi substituída por Birgit Sippel (S&D, Alemanha).

1 Diretiva 2002/58/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de julho de 2002, relativa ao tratamento de dados pessoais e à proteção da privacidade no setor das comunicações eletrónicas (Diretiva relativa à privacidade e às comunicações eletrónicas).

2 Doc. 8672/15.

3 Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016, relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados

pessoais e à livre circulação desses dados e que revoga a Diretiva 95/46/CE (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados).

4 Doc. 9324/17.

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II. PONTO DA SITUAÇÃO NO CONSELHO

4. Sob a Presidência estónia, têm sido envidados esforços consideráveis para fazer avançar as negociações sobre a proposta. O Grupo TELE debateu a proposta em seis reuniões de um dia e a Presidência publicou vários textos de compromisso5. Neste contexto, a Presidência está grata pela abordagem construtiva das delegações, ressalvando que, em muitos casos, está ainda em curso a análise da proposta a nível nacional.

5. A Presidência elaborou o presente relatório intercalar com base nos debates do Grupo TELE e das observações escritas enviadas até ao momento pelas delegações. O objetivo é informar os ministros sobre o estado atual da proposta e chamar a atenção para as questões que vão exigir mais debate.

i. Ligação com o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) e consentimento 6. Durante os debates e nas suas observações escritas, muitas delegações interrogaram-se sobre a

interação entre o RPE e o RGPD. As delegações pediram esclarecimentos sobre a aplicação do princípio da "lex specialis" ao RPE, na sua relação com o RGPD, especialmente tendo em conta que nem todos os dados de comunicações eletrónicas são dados pessoais e que, embora o RPE abranja dados das comunicações eletrónicas de pessoas singulares e de pessoas

coletivas, o RGPD só protege os dados de pessoas singulares.

7. A Presidência introduziu alterações no texto, a fim de esclarecer que o RPE constitui "lex specialis" em relação ao RGPD no que diz respeito aos dados pessoais (das pessoas

singulares). Nos casos em que o RPE não prevê regras específicas, aplicam-se as disposições do RGPD ao tratamento de todos os dados que sejam considerados dados pessoais. Além disso, o RGPD, como tal, não se aplica aos dados relativos a pessoas coletivas que não sejam dados pessoais. Por conseguinte, deve ficar claro que, neste contexto, o RGPD só se aplica, para os efeitos do RPE, caso o RPE preveja explicitamente essa aplicação.

5 Doc. 11995/17, 12955/17, 13217/17+COR1.

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8. Neste contexto, foi também muito trabalhado o conceito de consentimento, decorrente do RGPD. Em primeiro lugar, a disposição sobre consentimento foi inserida nas disposições gerais para assegurar que o mesmo conceito é aplicado em toda a proposta. Em segundo lugar, várias delegações manifestaram preocupações sobre quem pode dar consentimento, nos

termos do RGPD, em nome de pessoas coletivas. Neste ponto, a Comissão forneceu

explicações com base na seguinte distinção: se o serviço em causa é utilizado por uma pessoa singular, deve ser essa pessoa singular a dar consentimento, caso contrário, o direito nacional estabelece quem pode agir em nome de uma pessoa coletiva.

9. Embora as delegações tenham, de um modo geral, acolhido favoravelmente as explicações referidas nos pontos 7 e 8, é evidente a necessidade de prosseguir o trabalho relativo à formulação exata das disposições pertinentes.

ii. Comunicações máquina-máquina

10. As delegações manifestaram preocupações quanto à aplicação do RPE às comunicações máquina-máquina, especialmente as que envolvem apenas comunicações entre empresas ou comunicações sem interação humana ( por exemplo, a viabilidade técnica de, nestas situações, dar consentimento nos termos do RGPD). A primeira proposta de compromisso da

Presidência incluía uma disposição que especificava que as comunicações máquina-máquina só seriam abrangidas se dissessem respeito a utilizadores finais. No entanto, após uma análise mais aprofundada da questão, a Presidência propôs esclarecer que o RPE segue a mesma abordagem da proposta de compromisso do Código Europeu das Comunicações Eletrónicas (CECE)6. Segundo a proposta de compromisso do CECE, os serviços de transmissão utilizados para a prestação de serviços máquina-máquina são considerados serviços de comunicação eletrónica e, como tal, devem ser abrangidos pelo RPE. Todavia, a camada de aplicação destes serviços máquina-máquina, que normalmente não constitui um serviço de comunicações eletrónicas, não é abrangida pelo RPE.

11. É necessário continuar a refletir sobre esta abordagem, nomeadamente sobre a forma mais adequada de a verter para um texto concreto. Além disso, os futuros debates devem ter também como objetivo esclarecer certos mal-entendidos relativamente a este tema complexo.

6 Última versão: doc. 12797/1/17 REV 1.

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iii. Listas acessíveis ao público

12. Os debates sobre as listas acessíveis ao público (artigo 15.º) incidiram essencialmente sobre a questão de saber a quem devem ser imputadas as obrigações em causa. Em consonância com a abordagem adotada no CECE, a Presidência propôs imputar essas obrigações aos

prestadores de serviços de comunicações interpessoais com base no número, em vez de aos fornecedores das listas, uma vez que aqueles deverão ter um acesso mais fácil ao utilizador final. Esta abordagem parece ter o apoio de várias delegações, mas importa ainda pensar cuidadosamente sobre as suas consequências. As delegações também pediram

esclarecimentos sobre o que é efetivamente considerado uma lista acessível ao público nos termos da proposta RPE.

13. Além disso, algumas delegações levantaram a questão do valor acrescentado desta disposição em comparação com a proteção já assegurada pelo RGPD (para as pessoas singulares).

iv. Comunicações comerciais diretas

14. A proposta inicial da Comissão previa a obrigação de as pessoas que efetuam chamadas comerciais diretas identificarem a linha chamadora ou utilizarem um determinado prefixo (especificado pelo ato de execução da Comissão) que indique que se trata de uma chamada comercial. As delegações manifestaram preocupações quanto à dificuldade de fazer respeitar essa obrigação e quanto ao ato de execução correspondente no que diz respeito à gestão da numeração. Por isso, a Presidência propôs tornar obrigatória a identificação da linha

chamadora por parte das pessoas que fazem chamadas comerciais diretas. Além disso, se os Estados-Membros assim o desejarem, podem recorrer a legislação nacional que obrigue as pessoas que efetuam chamadas comerciais diretas a utilizarem códigos ou prefixos

específicos. Nesse caso, o código ou prefixo existiria a nível nacional, o que tornaria

desnecessário o ato de execução. Embora algumas delegações tenham indicado que a proposta da Presidência está a avançar na direção certa, restam algumas preocupações quanto à

viabilidade técnica e à compatibilidade com as regras nacionais e internacionais em matéria de numeração, questões essas que requerem maior análise.

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v. Autoridades de controlo

15. A maioria das delegações pediu mais flexibilidade na questão das autoridades de controlo.

Atendendo a que as autoridades de proteção de dados (APD) têm a experiência e os conhecimentos necessários para monitorizar a aplicação do Capítulo II do RPE e que, por outro lado, algumas disposições poderão exigir conhecimentos que ultrapassam as

competências das APD, a Presidência propôs que as APD continuassem a ser as autoridades responsáveis pela monitorização da aplicação do Capítulo II mas que se deixasse aos Estados- -Membros a flexibilidade de designar autoridades de controlo responsáveis por monitorizar a aplicação do Capítulo III. Embora muitas delegações continuem a preferir manter alguma flexibilidade relativamente à supervisão de toda a proposta, incluindo o Capítulo II, a proposta da Presidência parece estar a avançar na direção certa.

16. Será necessário continuar a trabalhar o texto das disposições pertinentes, tendo em conta as exigências decorrentes do artigo 8.º, n.º 3, da Carta e do artigo 16.º, n.º 2, do TFUE,

inclusivamente sobre a cooperação entre as autoridades de controlo e o papel do Comité Europeu para a Proteção de Dados.

vi. Motivos para o tratamento de dados de comunicações eletrónicas, proteção dos equipamentos terminais, predefinições de privacidade dos programas de navegação 17. As primeiras discussões sobre o tratamento permitido de dados de comunicações eletrónicas

(artigo 6.º) revelaram ser necessário analisar melhor se os motivos para o tratamento de dados propostos pela Comissão têm de ser completados por outros motivos, e se sim, em que

medida. Poderá ser necessário analisar mais aprofundadamente alguns dos motivos permitidos ao abrigo do RGPD, tendo em conta, por outro lado, a natureza específica dos dados das comunicações eletrónicas.

18. Serão necessários mais debates sobre a questão da proteção dos equipamentos terminais dos utilizadores finais, incluindo a utilização de testemunhos de conexão e de outras técnicas de rastreio, bem como sobre o rastreio dos dispositivos dos utilizadores (artigo 8.º). As

delegações salientaram a necessidade de encontrar um equilíbrio em que se possa assegurar a proteção adequada da privacidade sem comprometer os modelos de negócio legítimos.

Relativamente aos testemunhos de conexão, há que refletir sobre a sua finalidade e sobre o seu impacto efetivo na privacidade.

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19. Quanto às predefinições de privacidade do software (artigo 10.º), as delegações levantaram uma série de questões pertinentes que será necessário tratar antes que se possa proceder a uma reformulação do texto. Entre essas questões contam-se o impacto do papel dos programas de navegação no ecossistema da Internet, o valor acrescentado da perspetiva do utilizador ou a questão de saber se é sequer necessário regulamentar, dadas as soluções de mercado

existentes.

vii. Conservação dos dados

20. A questão da conservação dos dados tem estado, essencialmente, sob a alçada do Conselho (Justiça e Assuntos Internos) e tem sido analisada, a nível preparatório, pelos Grupos DAPIX e Amigos da Presidência. No entanto, a Presidência organizou uma reunião conjunta entre os Grupos DAPIX/Amigos da Presidência e o Grupo TELE, que abordou as questões relevantes no contexto do RPE, especialmente a disponibilidade dos dados de comunicações eletrónicas.

Após essa reunião conjunta, o debate foi iniciado também no Grupo TELE. As delegações apresentaram várias sugestões sobre a forma de abordar esta questão no contexto dos artigos 2.º (Âmbito de aplicação), 6.º (Tratamento permitido), 7.º (Armazenagem e apagamento) e 11.º (Restrições de direitos e obrigações ao abrigo do capítulo II). Essas sugestões terão que ser analisadas em futuros debates.

viii. Outros elementos

21. A Presidência envidou esforços consideráveis para abordar outros elementos da proposta, como a clarificação do âmbito de aplicação material, a exigência de designar um

representante ou a clarificação do âmbito dos serviços auxiliares. Há que continuar a analisar estes aspetos.

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III. CONCLUSÃO

22. Conforme salientam diversos pontos do presente relatório, continua a ser necessário muito trabalho relativamente à maioria dos temas. As questões acima enumeradas representam uma seleção dos temas debatidos no Grupo TELE até à data. Há vários outros aspetos que também terão que ser tratados, como por exemplo as definições ou os Capítulos V, VI e VII.

23. A Presidência mantém a possibilidade de realizar uma reunião adicional do Grupo TELE em dezembro que, a confirmar-se, se centrará nos artigos 6.º a 8.º e no artigo 10.º, a fim de facilitar os progressos sobre esta proposta.

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Depois de o Coreper analisar o presente relatório intercalar, a Presidência apresentá-lo-á ao Conselho, convidando-o a tomar conhecimento do mesmo.

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