REGIME DE BENS
Prof.: Ana Carolina Xavier
O casamento é um instituto jurídico cuja essência é a constituição de família.
Dessa união, decorrem consequências que impactam na prole, no exercício de direitos e, também, na esfera patrimonial dos cônjuges.
O chamado regime de bens é o conjunto de normas que regulam a administração e a eventual divisão dos bens do casal, seja em virtude do divórcio, seja em virtude de morte.
INTRODUÇÃO
Os regimes de bens, previstos no Código Civil, caracterizam-se por reger o patrimônio do casal de acordo com os interesses acordados por eles quando casaram.
Dos cinco regimes previstos na legislação brasileira, apenas o regime da comunhão parcial de bens dispensa o pacto antenupcial, que se constitui um contrato formal, por meio do qual os noivos regulamentam especificidades das suas relações patrimoniais.
INTRODUÇÃO
São previstos cinco regimes de bens para os cônjuges:
• separação obrigatória de bens;
• separação convencional de bens;
• a participação final nos aquestos;
• comunhão universal de bens;
• comunhão parcial de bens.
Veremos a seguir sobre as principais características de cada um deles.
REGIMES DE BENS
Antes de caracterizarmos sobre os regimes de bens, vamos conceituar este instituto:
O pacto antenupcial é o negócio jurídico por meio do qual os nubentes podem estruturar, antes do casamento, o regime de bens escolhido e as peculiaridades adotadas na relação patrimonial decorrente do casamento. De acordo com os arts. 1.653 e seguintes do Código Civil, quanto ao teor, o pacto antenupcial deve submeter-se às normas legais e, quanto à forma, deve ser obrigatoriamente realizado por escritura pública, que deve ser averbada no registro de imóveis para que opere seus efeitos jurídicos e legais.
PACTO ANTENUPCIAL
Neste regime são de cada cônjuge os bens presentes e futuros. Ele será obrigatório nas hipóteses previstas no artigo 1.641 do Código Civil:
Art. 1.641 É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I — das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II — da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III — de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS
Assim como na separação obrigatória, são de cada cônjuge os bens presentes e futuros.
Contudo, nesta hipótese, os cônjuges poderão estabelecer a comunhão de certos bens, bem como a forma de administrá-los.
Estas condições devem estar expressas nopacto antenupcial.
SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS
Esse regime de bens é uma inovação trazida pela legislação civil em 2002 e é de rara adoção no Brasil, pois tem complexa operacionalização.
Cada cônjuge possui patrimônio próprio e, na dissolução, há uma participação de cada um na aquisição do patrimônio, que não pode ser confundida com meação.
Outra questão interessante desse regime de bens refere-se às dívidas. Neste regime, cada cônjuge responde pelas dívidas que contraiu, salvo se provar o proveito para o outro cônjuge.
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Até o advento do Código Civil de 2002, o regime da comunhão universal de bens era o regime legal devido a motivos de ordem histórica e moral, que entendiam a união patrimonial como consequência lógica da união do casal.
Nesse regime, a regra é a união total dos bens do casal, tanto os presentes quanto os futuros.
Assim, o patrimônio que os cônjuges possuíam anteriormente ao casamento é unido de forma a compor um único patrimônio, de ambos.
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Também chamado de regime legal, é a de que os bens adquiridos após o casamento formam a comunhão de bens do casal. A regra básica é a seguinte:
comunicam-se os bens havidos durante o casamento com exceção dos incomunicáveis.
Alguns bens, portanto, são expressamente excluídos da comunhão parcial, conforme se depreende do art. 1.659 do Código Civil.
A dissolução do regime da comunhão parcial de bens ocorre principalmente pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges.
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
• Código Civil de 2002.
• DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito de Família. 32. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
• TARTUCE, F. Direito Civil: Direito de Família. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018.
• VENOSA, S. S. Direito Civil: Direito de Família. 14. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
• Constituição Federal de 1988.