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Paulo Henrique Belinelli (FIEL) Fernanda Cristina de Oliveira (FIEL)

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Academic year: 2022

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Engenharia de Produção: Análise do Perfil do egresso e desenvolvimento das competências técnicas e habilidades comportamentais em um curso de graduação.

Paulo Henrique Belinelli (FIEL) paulo.belinelli@gmail.com

Fernanda Cristina de Oliveira (FIEL) ferrnanda_oliveira@hotmail.com

Lucas Scavariello Franciscato (FIEL) professorlucasfranciscato@gmail.com Vanessa Moraes Rocha de Munno (FIEL)

vanessa.moraes8@hotmail.com Ivan Correr (FIEL) icorrer@yahoo.com.br

Atualmente, as organizações estão buscando um novo perfil de profissional para suprir as necessidades deste cenário globalizado. No que diz respeito as engenharias, em especial à Engenharia de Produção, as organizações estão buscando não somente competências técnicas, mas junto a elas as habilidades comportamentais nos engenheiros. Nesse sentido, qual o perfil dos egressos formados nos cursos de Engenharia de Produção e como essas aptidões estão sendo desenvolvidas?

Portanto, o objetivo do presente estudo visa analisar o perfil dos egressos do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas Einstein de Limeira, bem como avaliar a partir da percepção dos egressos, como foram desenvolvidas as competências técnicas e habilidades comportamentais durante o curso. Para isso, foi utilizado o método do tipo survey, com coleta de dados realizada via questionário eletrônico, contendo perguntas sobre o objetivo da pesquisa. Foram analisados 158 egressos. Como resultado, identificou-se quais foram as competências técnicas e habilidades comportamentais desenvolvidas durante o curso e sua importância na carreira profissional, como também, que os egressos do curso estão atuando no mercado de trabalho, em especial em organizações da cidade de Limeira e Região, colaborando diretamente com o desenvolvimento tecnológico e econômico regional.

Palavras-chave: Engenharia de Produção, Perfil do Egresso, Competências técnicas, Habilidades comportamentais.

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1 1. Introdução

O ensino superior do País está ainda em constante crescimento necessitando de uma gestão com qualidade. É notável um aumento muito grande de “IES” pelo país, conforme indicam os relatórios do MEC, porém até o momento toda essa expansão não melhorou a qualidade do ensino superior e também não trouxe impacto social do egresso. (STADTLOBER, 2010).

Segundo a ABEPRO (2020) o Engenheiro de Produção tem como função: projetar, operar, melhorar e fazer a manutenção em sistemas produtivos de bens e serviços, dispondo de homens, materiais, energia, tecnologia e informação, além destes deve através da matemática, ciências humanas e sociais e física juntamente com outros métodos de análise de engenharia, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas e trazer benefícios a sociedade e ao meio ambiente.

Entretanto, Dutra (2004) apresenta que com a globalização, as organizações estão buscando um novo perfil de profissional para suprir as necessidades deste cenário. Sendo assim, os estudantes e futuros engenheiros de produção precisam ficar atentos as novas exigências, das quais destacam-se por profissionais autossuficientes, comprometidos e com capacidade para solução de problemas, uma vez que há a tendência de descentralização do processo decisório.

Rodríguez-Antón et al. (2013), também enfatizam que não somente as competências técnicas, mas habilidades transversais e comportamentais nas disciplinas estão sendo exigidas cada vez mais tanto no meio acadêmico quanto no mercado de trabalho, sendo assim uma porcentagem destas características pode estar na união entre o prático e o teórico.

A partir do cenário apresentado, como as faculdades de engenharia, em especial dos cursos de Engenharia de Produção, estão desenvolvendo as competências técnicas e habilidades comportamentais dos seus alunos durante sua formação acadêmica? Portanto, o objetivo deste trabalho visa analisar o perfil dos egressos do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas Einstein de Limeira e também analisar, a partir da percepção dos egressos, como foram desenvolvidas as competências técnicas e habilidades comportamentais durante o curso.

2. Referencial teórico

2.1. A Engenharia de Produção no Brasil

Oliveira et al. (2013) apresentam que a implantação da Engenharia de Produção no Brasil deu- se no início dos anos 50 com a chegada das multinacionais devido a fatores políticos, econômicos e sociais.

Oliveira, Barbosa e Chrispim (2005) relatam que a Engenharia de Produção surgiu no Brasil como disciplina do curso de doutorado em Engenharia na Escola Politécnica, e por conta da

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2 constante demanda do mercado foi iniciado o curso de graduação de Engenharia de Produção como alternativa da Engenharia Mecânica em 1958.

Oliveira, Almeida e Carmo (2012), apresentam que a Engenharia de Produção tem cooperado no aperfeiçoamento de melhores processos e sistemas logísticos, possibilitando a produção ativa de produtos primários- isso porque o Brasil é produtor significativo de matérias-primas como grãos, petróleo, minérios, etc.- em diversos ambientes.

2.2. A formação do Engenheiro de Produção

Segundo Gibb (2002) e Confederação Nacional da Indústria (2015), as empresas atualmente exigem que o profissional de engenharia disponha de um conjunto de habilidades, como visão, resolução de problemas, inovação, espírito de liderança, trabalho em equipe, idiomas, e outras habilidades além das capacidades técnicas.

Balan e Metcalfe (2012) e Confederação Nacional da Industria (2015) dissertam que uma possibilidade para melhorar a formação do engenheiro em resposta aos requisitos do mercado e alinhada de acordo as atuais tecnologias seria as mudanças pedagógicas nas grades dos cursos.

2.3. Perfil do Engenheiro de Produção

Oliveira et al. (2013) apresentam que nos cursos de Engenharia, o desenvolvimento do profissional não se limita apenas as salas de aula e estudos formais, mas que sim, é relevante o aperfeiçoamento de habilidades, comportamentos e capacidades de relacionamento entre pessoas, os quais normalmente são adquiridos por experiências em situações reais.

Furlanetto, Neto e Neves (2006) definem que o Engenheiro de Produção atua em conexão as áreas de engenharia e as ciências da administração, tentando reduzir custos, encarregar-se da distribuição e gestão dos processos de produção, dentre outras atividades, enquanto outras engenharias têm atuações específicas na invenção de produtos, processos e tecnologias.

Mello e Santos (2015), ressaltam que o Engenheiro de Produção tem perfil com maior empregabilidade no mercado e que empresas que empregam o Engenheiro de Produção apontam alguns atributos fundamentais como espírito de liderança, domínio de gestão financeira, econômica e marketing e também que sua formação possibilite a união do conhecimento e da tecnologia para a produção.

2.4. O papel da faculdade na formação do Engenheiro de Produção

Segundo Acosta et al. (2010) as necessidades das indústrias pressionam as universidades, elas então tentam incorporar aos seus currículos de engenharia a globalização como um tema importante. Pois, com a globalização as empresas querem recrutar engenheiros extremamente

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3 qualificados e eficazes, o que faz com que as escolas de engenharia tenham que inovar e vencer esses novos desafios.

Grasel (2000) diz que a qualidade e aperfeiçoamento do ensino superior no Brasil estão associados ao reconhecimento e importância de fatores que esclarecem o nível de qualidade das instituições, como: instalações, serviços acadêmicos, titulação dos docentes, método de ensino, demandas de vagas, atendimento as perspectivas dos alunos entre outros.

Cardim (2012) explica que o número de profissionais formados tem sido mais relevante do que a excelência do ensino que está sendo ofertado, podendo isso acarretar na formação de profissionais despreparados para o mercado de trabalho, com rendimento inferior do esperado e indispensável para as organizações.

De acordo com Meira e Kurcgant (2009) os egressos em seu ambiente de trabalho tendem a contrapor as competências que foram concebidas durante seu curso com as diversas situações complexas que vivenciam em seu âmbito profissional.

2.5. Habilidades e competências

Chanduví, De Los Ríos e Lama (2012) colocam que para que um país sustente e desenvolva sua vantagem competitiva, à engenharia organizacional é essencial e o mercado de trabalho tem carência de profissionais com atributos comportamentais.

Já Rodríguez-Antón et al. (2013) nos mostram que as habilidades desenvolvidas vêm ganhando notoriedade desde 1990, pois se viu que as chances dos discentes no mercado de trabalho eram aprimoradas.

Olguín e Caro (2015) definem que a globalização trouxe aos profissionais de médio a alto cargo a necessidade de desenvolver habilidades sociais para assim estarem capacitados para lidar com os ambientes de trabalho cada vez mais indefinidos culturalmente.

Pineda et al. (2012) enfatizam que o mercado espera de egressos de engenharia, habilidades interpessoais, interdisciplinaridade e o conhecimento de recursos das mídias sociais.

Deste modo percebe-se a importância da análise do perfil do egresso, já que segundo Olguín e Caro (2015), ocorre um afastamento dos conhecimentos acadêmicos adquiridos e as reais carências das organizações, pois a formação promove conhecimentos teóricos enquanto que os acontecimentos do cotidiano nas organizações irão exigir além deste, proatividade, atitude e habilidades sociais.

3. Metodologia do desenvolvimento da pesquisa 3.1. Estrutura metodológica

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4 Em relação a estrutura metodológica a mesma foi definida por uma pesquisa de natureza aplicada, que segundo Marconi e Lakatos (1996) tem o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de determinado problema para o qual se procura uma resposta, uma hipótese que se queira comprovar e descobrir novos fenômenos ou uma relação entre eles.

Quanto a abordagem a mesma se aplica como uma pesquisa combinada/mista pois fará uso combinado da abordagem qualitativa e quantitativa.

Quanto aos objetivos da pesquisa, foram utilizados: a pesquisa exploratória, que segundo Mello et al. (2012) visa proporcionar maior familiaridade com o problema tornando-o explícito ou construindo hipóteses; e pesquisa descritiva, que segundo Gil (2002) tem o propósito de descrever características de uma certa população ou fenômeno, ou a relação entre variáveis utilizando-se de técnicas padronizadas de coleta de dados.

No que diz respeito ao método, o presente trabalho se baseia em levantamento ou survey, que segundo Fink e Kosecoff (1998) é utilizado quando certas informações devem ser coletadas diretamente de pessoas. Sendo que esses dados podem ser características básicas como faixa etária, saúde, faixa salarial, escolaridade, e também podem descrever atitudes, princípios e costumes.

3.2. Desenvolvimento da pesquisa

As etapas para o desenvolvimento da pesquisa tipo levantamento/survey, foram estruturadas conforme Gil (2002), definidas como: especificação dos objetivos; operacionalização dos conceitos e variáveis; elaboração do instrumento de coleta de dados; pré-teste do instrumento;

seleção da amostra; coleta e verificação dos dados; análise e interpretação dos dados;

apresentação dos resultados.

- Especificação dos objetivos e operacionalização dos conceitos e variáveis

Este artigo tem por finalidade analisar o perfil do egresso do curso de Engenharia de Produção das Faculdades Integradas Einstein de Limeira no mercado de trabalho e a importância das habilidades e competências desenvolvidas durante o curso.

Espera-se que os dados obtidos possam contribuir significativamente para o desenvolvimento e aperfeiçoamento do curso, com o intuito de apontar melhorias e com isso suprir de maneira satisfatória as perspectivas e necessidades dos futuros alunos e organizações.

Atualmente a faculdade não mantém um contato direto com os egressos, trazendo assim dificuldades para uma avaliação de como o mesmo se encontra no mercado de trabalho e se as habilidades e competências que o curso propõe são absorvidas e aplicadas de maneira efetiva em suas colocações profissionais.

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5 - Elaboração do instrumento de coleta de dados

Para elaboração do questionário, as questões foram divididas em 3 grupos sendo: análise do perfil dos egressos (11 questões abertas); competências técnicas (2 questões fechadas) e habilidades comportamentais (2 questões fechadas).

No que diz respeito a análise do perfil do egresso, foram solicitadas as seguintes informações:

idade, sexo, qual a turma/ano que cursou a faculdade, cidade onde reside, empresa e setor da empresa em que trabalha, quanto tempo foi necessário para obter um emprego na área depois de formado, qual o primeiro cargo após o término do curso, cargo que ocupa atualmente, quais as maiores dificuldades encontradas no mercado de trabalho após sua formação.

Para compor as questões sobre as competências técnicas (hard skills) e habilidades comportamentais (soft skills), as mesmas foram baseadas em pesquisas publicadas em artigos e diretrizes curriculares.

As questões relacionadas as hard skills foram baseadas na Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia, Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002, nas quais apresentam as seguintes competências, conforme Quadro 1:

Quadro 1 – Competências do Engenheiro de Produção

Fonte: Adaptado de Cunha (2002)

A partir das competências apresentadas, foram elaboradas 2 questões para identificar quais competências técnicas foram mais desenvolvidas no curso e que fizeram diferença na carreira

Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir,com eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas;

Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade;

Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões;

Ser capaz de compreender a interrelação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no que se refere à utilização de recursos escassos quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade;

Ser capaz de projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em consideração os limites e as características das comunidades envolvidas;

Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias adequadas;

Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias e know-how, projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidade;

Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e processos, e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria;

Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade;

Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos.

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6 profissional do egresso e quais competências foram menos desenvolvidas no curso e que fizeram falta na carreira profissional.

Para a definição das habilidades comportamentais (soft skills) mais exigidas ao engenheiro de produção, tendo em vista ser um assunto ainda de grande debate, foi realizado um levantamento destas habilidades em artigos científicos e sites. O Quadro 2 apresenta quais habilidades comportamentais são importantes para o engenheiro em função de cada autor/publicação.

Quadro 2 – Seleção das principais habilidades para o questionário

Fonte: Os autores (2020)

A partir das habilidades comportamentais apresentadas, foram elaboradas 2 questões para identificar quais habilidades comportamentais foram mais desenvolvidas no curso e que ajudaram na carreira profissional dos egressos e quais habilidades comportamentais foram menos desenvolvidas no curso e que fizeram falta na carreira profissional.

Nas questões relacionadas as competências técnicas e habilidades comportamentais, os egressos poderiam responder mais do que uma competência e/ou habilidade em cada questão.

Com as questões feitas, foi criado questionário online, utilizando a plataforma Google Forms.

- Pré-teste

Antes do envio do questionário aos ex-alunos do curso, foi realizado um pré-teste com um grupo de 10 egressos, com o propósito de identificar dúvidas e falhas na interpretação das questões durante o preenchimento, bem como o tempo médio de resposta do questionário.

- Seleção da amostra, coleta, análise e interpretação dos dados

Foram localizados 251 egressos divididos em 7 turmas formadas nos anos de 2013 a 2019.

O contato com os egressos foi realizado via e-mail, Whatsapp e redes sociais (Linkedin, Facebook), onde foi apresentado o objetivo da pesquisa e enviado o questionário online.

O envio e recebimento dos questionários respondidos foi do dia 10 de março ao dia 10 de abril, respectivamente.

Dos 251 egressos do curso, 158 responderam ao questionário, o que representa uma taxa de

Autor Liderança Pensamento Crítico

Comunicação Eficiente

Gestão de Pessoas

Trabalho em Equipe

Inteligência

Emocional Criatividade Proatividade Flexibilidade Ética Gestão

do tempo

Machado (2019)

Jessie (2019)

Costa (2019)

Ribeiro; Santos; Walker

(2019)

Costa (2015)

BBC News Brasil (2019)

Total 4 3 4 2 5 1 4 2 3 2 3

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7 respostas de 62%, percentual este acima de outras pesquisas relacionadas ao tema como Brito et al. (2016) e Arnoni e Pacheco (2017) que obtiveram um percentual de respostas de 18% e 20%, respectivamente.

Os dados obtidos, foram tabulados e analisados posteriormente com o uso do programa Microsoft Excel.

4. Resultados e discussões

A seguir serão apresentados os resultados e discussões sobre o perfil e percepção dos egressos no que diz respeito a como foram desenvolvidas as competências técnicas e habilidades comportamentais durante o curso.

4.1. Perfil do Egresso

A Figura 1, apresenta como estão distribuídos os 251 egressos do curso em relação ao ano de formação da turma e o percentual da formação de engenheiros e engenheiras.

Figura 1 – Distribuição dos egressos em relação ao ano de formação da turma

Fonte: Os autores (2020)

Conforme a figura 1, a média geral de todas as turmas em relação a formação de engenheiros e engenheiras é de 74% e 26%, respectivamente. Entretanto deve ser ressaltado o aumento no percentual de formação de engenheiras desde o começo do curso, o que evidencia uma maior inserção das mulheres em cargos de maior relevância na hierarquia institucional.

A Figura 2, apresenta que a amostra analisada está bem distribuída entre as turmas, obtendo-se uma representação como um todo do curso.

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Figura 2 – Respondentes por turma

Fonte: Os autores (2020)

No que diz respeito as cidades na qual os egressos trabalham, a Figura 3 apresenta que 87%

deles trabalham na região de Limeira, o que demonstra que o curso contribui de forma direta nas empresas da região, fornecendo mão de obra qualificada. Pode ser observado ainda, que também existem engenheiros atuando em empresas no exterior.

Figura 3 – Localização das empresas em que os egressos trabalham

Fonte: Os autores (2020)

Ao encontro do cenário apresentado das cidades em que os egressos trabalham, a Figura 4 apresenta que 79,1% dos egressos moram na cidade de Limeira, demonstrando que os mesmos permanecem na cidade de origem do curso, e contribuem diretamente com o desenvolvimento da mesma.

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Figura 4 – Cidades nas quais os egressos residem

Fonte: Os autores (2020)

A Figura 5 apresenta em quais setores os egressos atuam. Destes, destacam-se o setor automotivo e metalúrgico, que juntos representam 65% do mercado de trabalho. Vale-se destacar que os setores alimentício, agrícola e de serviços somam 18%. Um fator relevante, é que apenas 2% dos egressos no momento estão desempregados. Outro fato a ser analisado é a pouca adesão ao setor cerâmico e de folheados, que apesar da grande concentração de empresas na região, não absorve de maneira proporcional os formandos do curso.

Figura 5 – Setores de atuação

Fonte: Os autores (2020)

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10 4.2. Desenvolvimento das competências técnicas e habilidades comportamentais

A Figura 6 apresenta a percepção dos egressos de quais foram as competências técnicas desenvolvidas durante o curso que “mais ajudaram” e quais “fizeram falta” para o desenvolvimento profissional.

Como pode ser observado na Figura 6, dentre as competências técnicas desenvolvidas que

“mais ajudaram” no desenvolvimento profissional dos egressos, destacam-se o dimensionamento e integração de recursos físicos, humanos e financeiros (17%), o uso de indicadores de desempenho (16%), incorporar conceitos e técnicas da qualidade (14%) e projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas (12%). Estas competências relacionam-se, em especial, com a área de planejamento e gestão.

No que diz respeito as competências técnicas que mais “fizeram falta” no desenvolvimento do curso pela percepção dos egressos, foram relacionadas ao uso ferramental matemático e estatístico (20%), previsão e análise de demandas (13%), prever a evolução de cenários produtivos (11%) e compreender a inter-relação de sistemas (11%). Estas competências, relacionam-se, em especial, com a área de planejamento e desenvolvimentos de projetos.

Figura 6 – Desenvolvimento das competências técnicas

Fonte: Os autores (2020)

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11 A Figura 7 apresenta quais foram as habilidades comportamentais mais desenvolvidas no curso e que ajudaram na carreira profissional dos egressos e quais habilidades comportamentais foram menos desenvolvidas no curso e que fizeram falta na carreira profissional, pela percepção dos egressos.

Nesse caso, as habilidades comportamentais que “mais ajudaram” os egressos na carreira profissional foram, trabalho em equipe (16%), compromisso com a ética profissional (12%) e pensamento crítico (12%). Neste caso, é possível corroborar com estes achados, visto que já existem disciplinas direcionadas para estas habilidades no curso, bem como são desenvolvidas de forma indireta em projetos disciplinares e interdisciplinares.

Já, em relação as competências comportamentais que foram menos desenvolvidas e “fizeram falta”, destacam-se a gestão do tempo (18%), gestão de pessoas (18%), liderança (14%) e criatividade (14%). Estes resultados, vão de encontro ao que o mercado busca em seus novos profissionais. Neste caso, essa percepção por parte dos egressos em relação as habilidades menos desenvolvidas, pode ser compreendida pois não existem disciplinas inseridas na grade do curso sobre os assuntos em questão e os temas são abordados de forma indireta.

Figura 7 – Desenvolvimento das habilidades comportamentais

Fonte: Os autores (2020)

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12 5. Considerações finais

No que diz respeito a análise do perfil de egressos do curso foi possível identificar um aumento gradativo da inserção das mulheres na área de engenharia de produção, o que também representa uma maior colocação em cargos de gerência, liderança e de tomada de decisão, que historicamente era ocupado em sua maioria por homens.

Pode ser identificado também que a grande maioria dos egressos moram e trabalham na cidade de Limeira e região o que fomenta o desenvolvimento econômico regional, e que os setores que mais absorvem a mão de obra dos egressos são o automotivo e metalúrgico, seguidos do agrícola e alimentício.

Um fato a ser analisado em trabalhos futuros é a baixa inserção dos egressos no setor cerâmico e de folheados, que apesar da grande concentração de empresas na região, não os absorve de maneira proporcional.

Em relação a análise a partir da percepção dos egressos de como foram desenvolvidas as competências técnicas e habilidades comportamentais durante o curso, pode ser identificado que as competências técnicas mais desenvolvidas foram as relacionadas a área de planejamento e gestão e as menos desenvolvidas foram das áreas de desenvolvimento de projetos.

Já para as habilidades comportamentais as que mais foram desenvolvidas durante o curso foram, trabalho em equipe, compromisso com a ética profissional e pensamento crítico, e as menos desenvolvidas foram gestão do tempo, gestão de pessoas, liderança e criatividade.

Portanto, como pode ser observado anteriormente nos resultados obtidos, os egressos formados no curso de Engenharia e Produção das Faculdades Integradas Einstein de Limeira, estão atuando no mercado de trabalho, em especial nas empresas da cidade de Limeira e Região, e, colaborando diretamente com o desenvolvimento tecnológico e econômico da região.

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