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TÍTULO DO PROJETO FOTOEXPOSIÇÃO E FOTOPROTEÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DE HÁBITOS NAS DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

COORDENAÇÃO GERAL DE PESQUISA

TÍTULO DO PROJETO

FOTOEXPOSIÇÃO E FOTOPROTEÇÃO: UMA AVALIAÇÃO DE

HÁBITOS NAS DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL

PHOTOEXPOSITION AND PHOTOPROTECTION: AN EVALUATION OF HABITS IN THE DIFFERENT REGIONS OF BRAZIL

ORIENTADORA:

Profa. Esther Bastos Palitot

ORIENTANDO:

Amanda Marra

(2)

ABSTRACT

BACKGROUND: Skin cancer is the most frequent malignant neoplasia in several countries,

including Brazil, and the main way to prevent it is by means of photoprotection measures. Thus, it is emphasized the need to understand the habits of photoexposure and photoprotection in the different regions of Brazil.

OBJECTIVE: To evaluate the photoexposing and photoprotection habits in the different regions of Brazil and to understand the factors possibly implicated in the low adhesion to the photoprotection methods.

METHODS: Application of the structured questionnaire with 21 online questions through the Google Docs Forms platform. A total of 1349 questionnaires were validated and used.

RESULTS: The majority of the interviewees (46.2%) reported a rare intentional exposure to the sun, but there was a predominance of exposure at 10.6 hours with 42.6% (n = 574). Regarding photoprotection, 32.5% of the sample stated that they used sunscreen every day, while 32.3% stated that they used it irregularly. The predominant SPF was 50 or more, but only 42.5% (n = 574) reported having a habit of reapplying sunscreen.

LIMITATIONS OF THE STUDY: Greater participation of young, white and female. In addition to being prone to confounding factors for not having been randomized or other methods of control.

CONCLUSION: Photoexposure and photoprotection remain inadequate in all regions of Brazil.

Keywords: Skin; Skin neoplasms; Solar radiation; Sunlight; Sunscreening agents; Ultraviolet rays

RESUMO

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OBJETIVOS: Avaliar os hábitos de fotoexposição e fotoproteção nas diferentes regiões do Brasil e compreender os fatores possivelmente implicados na baixa adesão aos métodos de fotoproteção.

MÉTODOS: aplicação do questionário estruturado com 21 questões online através da plataforma Google Docs Formulários. Foram validados e utilizados um total de 1349 questionários.

RESULTADOS: a maior parte dos entrevistados (46,2%) relatou rara exposição intencional ao sol, porém, houve predomínio da exposição nos horários entre 10 e 16 horas com 42,6% (n=574). Com relação à fotoproteção 32,5% da amostra declarou usar protetor solar todos os dias, enquanto 32,3% declarou uso irregular. O FPS predominante foi o de 50 ou mais, porém, apenas 42,5% (n=574) relatou ter o hábito de reaplicar o protetor solar.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO: participação maior de jovens, brancos e do sexo feminino. Além de ser propenso a fatores confundidores por não ter sido realizada randomização nem outros métodos de controle.

CONCLUSÕES: A fotoexposição e fotoproteção continua inadequada em todas as regiões do Brasil.

INTRODUÇÃO

Para os antigos gregos e romanos, o Deus Apollo que era o deus da medicina, responsável pela cura e pelo bem estar, atravessava o céu todos os dias com uma carruagem de fogo, trazendo luz ao mundo.1 Porém, além de cura, Apollo trazia também doença. E esse é o significado dicotômico atual da exposição solar: ao mesmo tempo benéfica e maléfica.2,3

A exposição solar pode ser benéfica de várias formas: aumentando a oferta de vitamina D3, prevenindo algumas doenças autoimunes, aumentando os níveis de endorfina. Porém, ela pode ser também maléfica quando em excesso, sendo o principal fator de risco para o câncer de pele.4,5,7

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alguns fatores de risco, dentre eles se destaca a exposição solar a raios ultravioletas.2,5 E é dentro desse contexto que a fotoproteção adquire um papel central.4

O uso de medidas fotoprotetores é a mais simples e eficaz maneira de prevenir os danos causados pela radiação solar.4 A Organização Mundial de Saúde recomenda a procura por sombras, o uso de protetores solares adequados, o uso de óculos com filtros UV, de chapéus e de roupas com filtros UV.8

Porém, o Brasil consiste no país do mundo com maior extensão de território em proximidade com o Sol, pois quase a todo o território nacional se localiza entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. Devido a essa característica geoclimática nacional e devido a grande miscigenação que encontramos em nosso país, não devemos apenas reproduzir os preceitos internacionais de fotoproteção, desenvolvidos em países com clima e população diferentes da nossa.4

Tendo em vista as peculiaridades geoclimáticas e de miscigenação populacional do nosso país, e em consonância com as necessidades atuais da saúde no Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia elaborou o Consenso Brasileiro de Fotoproteção, que consiste em um documento oficial acerca de medidas fotoprotetores desenvolvido no Brasil e focado especialmente na nossa população.4

Nele, considera-se a fotoproteção como um conjunto de medidas direcionadas a reduzir a exposição ao sol e a prevenir o desenvolvimento do dano actínico, seja ele agudo ou crônico. Sendo consideradas como medidas de fotoproteção: a educação em fotoproteção, proteção solar através de coberturas e vidros, através do uso de roupas e acessórios, fotoprotetores tópicos e fotoprotetores orais. 4

O sucesso de um programa adequado de proteção solar vai depender da combinação do maior número possível de medidas dependendo do perfil individual, incluindo idade, características fenotípicas, hábitos pessoais, localização geográfica, antecedentes pessoais e familiares de doenças relacionadas ao sol.4,8

(5)

filtro solar em exposição voluntária ao sol foi referida pela maioria dos universitários, sendo mais frequente entre as mulheres.9

Em um estudo realizado em Brasília, o bronzeamento intencional ocorreu em 12,8% enquanto o bronzeamento artificial em 3,5%, o que reforçou a baixa adesão a prática de bronzeamento artificial no local.10

Estudo realizado em Porto Alegre mostrou que 70,6% dos estudantes se expunham ao sol após as 16 horas, mas apenas 17,9% usavam proteção solar em todas as estações do ano.11

Enquanto isso, um estudo em Curitiba demonstrou que o sexo feminino e fototipo mais claro pela classificação de Fitzpatrick foram associados a uma prevalência maior do uso de protetor solar diariamente.12 Porém, a presença de olhos claros não demonstrou ser fator para maior aderência ao uso de óculos de sol ou chapéus. Dentre os estudantes que usam protetor, 49,2% referiram aplicar uma vez ao dia, 20,2% duas vezes ao dia e apenas 5,6% três vezes ao dia.13

Portanto, percebe-se que há uma grande variação nos hábitos de exposição solar e de fotoproteção entre as diversas regiões do país, o que ressalta a necessidade de se realizar um estudo capaz de abranger todas as regiões do país seguindo os mesmos parâmetros.

Para melhorarmos a proteção solar no Brasil, devemos primeiramente conhecer os motivos pelos quais os brasileiros não se protegem, e então atuar de forma a diminuir essas barreiras.

Com o uso difundido de redes sociais como o facebook e outras, surge um novo meio de atingir, principalmente os jovens do nosso país. Devemos, portanto utilizar esses meios a nosso favor, e a favor do bem-estar da população do nosso país.

MÉTODOS

Desenho do Estudo: realizou-se um estudo transversal, prospectivo, individuado e

descritivo com 1349 participantes, por meio de aplicação de questionário online através da plataforma Google Docs Formulários, com o suporte do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

População e Amostra: foi divulgado por meio de sites e redes sociais o formulário

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participar da pesquisa, concordando com Termo de Consentimento Livre e Esclarecido anexado. Os critérios de exclusão foram os menores de 18 anos, os não habitantes do Brasil, os que preencheram o questionário inadequadamente e os que não concordaram com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido anexado.

Coleta de dados: a pesquisa foi feita por meio de questionário online padronizado

autoaplicativo composto por 21 itens sobre exposição e proteção solar. Foram coletados dados sociodemográficos (sexo, idade, escolaridade, região do Brasil em que habita, renda familiar), sobre características fenotípicas (cor da pele, cor dos olhos, cor natural dos cabelos), hábitos de exposição solar (exposição intencional ao sol, prática de bronzeamento artificial, trabalho com exposição solar, horário de exposição solar), hábitos de fotoproteção (uso de filtro solar, FPS do filtro solar, reaplicação do filtro solar, uso de óculos com proteção UV, uso de chapéu, uso de roupas com proteção UV) histórico de comorbidades cutâneas relacionadas ao sol (histórico pessoal de queimadura solar e câncer de pele) e histórico familiar de câncer de pele.

Análise estatística: a partir da planilha de dados (no formato Microsoft Excel) obtida a

partir da plataforma Google Docs, com resultados do Questionário em anexo foi realizada análise descritiva dos dados por meio do programa SPSS versão 20.0 para Windows. Em um segundo momento, por meio do teste qui-quadrado para variáveis dicotômicas, investigou-se a associação entre algumas variáveis, utilizando-se o software Probabilitas versão 1.0. Para todos os testes, adotou-se o nível de 95% de confiabilidade.

Considerações éticas: este estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Centro de

Ciências Médicas da Universidade Federal da Paraíba. Os objetivos da pesquisa foram explicados no próprio questionário, onde foi assegurado aos participantes o total anonimato.

RESULTADOS

1. Características sociodemográficas

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Houve uma grande predominância do sexo feminino 97,7% (n=1318) sobre o sexo masculino 2,3% (n=31). E com relação às regiões do Brasil, verificou-se que 48,9% (n=659) dos entrevistados moram no sudeste, 19,7% (n=266) no nordeste, 15,6% (n=210) no sul, 11,5% (n=155) no centro-oeste e 4,4% (n=59) no norte do país (Gráfico 1).

Gráfico 1: Distribuição dos participantes por região do Brasil.

2. Características fenotípicas

As respostas obtidas na questão sobre cor da pele demonstraram que 80,5% (n=1086) dos participantes eram brancos, 15,4% (n=208) pardos, 2,8% (n=38) amarelos e 1,3% (n=17) negros.

Com relação à cor dos cabelos 79,2% (n=1069) declararam cabelos pretos ou castanhos enquanto 20,7% (n=280) declararam cabelos loiros ou ruivos. Quanto à cor dos olhos, 81,4% (n=1097) tinham olhos pretos ou castanhos, enquanto 18,6% (n=252) tinham olhos verdes ou azuis.

3. Hábitos de fotoexposição

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não se expor intencionalmente ao sol, seguidos de 23,7% (n=14) que se expõem raramente. (Tabela 1)

O hábito de realizar bronzeamento artificial foi constatado em apenas 1,1% (n=15) da amostra total. A resposta sim para bronzeamento artificial foi constatada em 0,3% (n=2) dos participantes do sudeste, 0,8% (n=2) do nordeste, 1,9% (n=4) do sul, 3,9% (n=6) do centro-oeste e 1,7% (n=1) do norte.

O trabalho exposto ao sol também foi constatado em uma minoria de 2,8% (n=38) da amostra total. A resposta sim foi obtida em 3,8% (n=25) dos participantes do sudeste, 1,9% do nordeste (n=5), sul (n=4) e centro-oeste (n=3), e 1,7% (n=1) do norte.

Quando questionados sobre os horários habituais de exposição ao sol, a maioria de 42,6% (n=574) da amostra total declarou exposição entre 10 e 16 horas. Seguiram este mesmo padrão de exposição os participantes das regiões sudeste com 42,9% (n=283), nordeste com 45,1% (n=120), sul com 42,4% (n=89) e norte com 45,8% (n=27) de respostas de exposição entre 10 e 16 horas. A exceção foi da região centro-oeste, onde a maioria de 36,8% (n=57) dos entrevistados declarou que não expunham ao sol, enquanto 35,5% (n=55) declararam exposição entre as 10 e 16 horas. (Tabela 2)

TABELA 1: Hábitos de exposição intencional ao sol nas diferentes regiões do Brasil

Região do Brasil

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Exposição intencional ao sol

Duas a seis vezes na semana Contagem 11 8 6 39 16 80 % 7,1% 3,0% 10,2% 5,9% 7,6% 5,9% Não Contagem 61 94 37 241 88 521 % 39,4% 35,3% 62,7% 36,6% 41,9% 38,6% Raramente Contagem 63 132 14 324 90 623 % 40,6% 49,6% 23,7% 49,2% 42,9% 46,2%

(9)

% 9,7% 6,0% 3,4% 4,4% 4,8% 5,3%

Uma vez na semana Contagem 5 16 0 26 6 53

% 3,2% 6,0% 0,0% 3,9% 2,9% 3,9%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

TABELA 2: Horário habitual de exposição solar nas diferentes regiões do Brasil

Região do Brasil

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Horário habitual de exposição solar

Antes das 10 horas Contagem 31 68 6 105 15 225

% 20,0% 25,6% 10,2% 15,9% 7,1% 16,7%

Depois das 16 horas Contagem 12 9 1 50 25 97

% 7,7% 3,4% 1,7% 7,6% 11,9% 7,2%

Entre 10 e 16 horas Contagem 55 120 27 283 89 574

% 35,5% 45,1% 45,8% 42,9% 42,4% 42,6%

Não me exponho ao sol Contagem 57 69 25 221 81 453

% 36,8% 25,9% 42,4% 33,5% 38,6% 33,6%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

4. Hábitos de fotoproteção

(10)

centro-oeste. Os participantes do sudeste declararam em maioria de 33,2% (n=219) o uso de protetor solar todos os dias, seguidos de 32,3% (n=213) que declarou usar protetor solar às vezes. No nordeste a maioria de 32,3% (n=86) declarou usar protetor todos os dias, seguidos de 30,1% (n=80) que declararam usar protetor apenas na exposição intencional ao sol. No centro-oeste a maioria de 33,5% (n=52) declarou usar protetor todos os dias, seguidos de 32,9% (n=51) que só usam às vezes. Enquanto que no Norte e Sul a maioria respondeu usar protetor solar às vezes. No norte 39% (n=23) declarou usar protetor solar às vezes e no sul 37,6% (n=79) também declarou o uso irregular do protetor solar. (Tabela 3)

Com relação ao Fator de Proteção Solar (FPS) predominou na amostra total o uso de FPS igual ou acima de 50, com 43,2% (n=583) dos participantes. Seguiram esse padrão de FPS as regiões sudeste com 47% (n=310), centro-oeste com 45,8% (n=71) e norte com 42,5% (n=25) dos participantes que usam FPS maior ou igual a 50. Enquanto que no nordeste e sul a maioria dos participantes declarou o uso de FPS entre 30 e 49, com 45,1% (n=120) de respostas no nordeste e 49% (n=103) no sul. (Tabela 4)

Quando interrogados acerca da prática de reaplicar o protetor solar, 42,5% (n=574) da população geral declarou reaplicar o protetor, sendo que 30,8% (n=416) dos participantes costumam reaplicar apenas uma vez, enquanto que 11,7 (n=158) costuma reaplicar 2 vezes ou mais. Com relação à região sudeste 32,3% (n=212) dos entrevistados reaplicam uma vez e 12,1% (n=80) reaplicam 2 vezes ou mais. Na região nordeste 31,6% (n=84) reaplicam uma vez enquanto 12,8% (n=34) reaplicam 2 vezes ou mais. Na região sul 28,1% (n=59) reaplicam uma vez e 14,3% (n=30) reaplicam 2 vezes ou mais. Na região centro-oeste 29% (n=45) reaplicam uma vez e 7,7% (n=12) reaplicam 2 vezes ou mais. E, por fim, na região norte 27,1% (n=16) reaplicam uma vez e 3,4% (n=2) reaplicam 2 vezes ou mais. (Tabela 5)

Ao serem questionados sobre o motivo pelo qual não usam protetor solar com mais frequência a maioria da amostra total, com 47,3% (n=638), respondeu que esqueciam de passar o protetor solar. Todas as regiões do Brasil seguiram esse mesmo padrão de resposta.

(11)

TABELA 3: Uso de protetor solar nas diferentes regiões do Brasil

Região do Brasil

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Uso de protetor solar Às vezes Contagem 51 70 23 213 79 436

% 32,9% 26,3% 39,0% 32,3% 37,6% 32,3%

Nunca Contagem 19 30 10 49 13 121

% 12,3% 11,3% 16,9% 7,4% 6,2% 9,0%

Só quando vou me expor ao sol

Contagem 33 80 12 178 51 354

% 21,3% 30,1% 20,3% 27,0% 24,3% 26,2%

Todos os dias Contagem 52 86 14 219 67 438

% 33,5% 32,3% 23,7% 33,2% 31,9% 32,5%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

TABELA 4: FPS do protetor nas diferentes regiões do Brasil

Região do Brasil

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

FPS do protetor usado 15 a 29 Contagem 9 12 7 50 20 98

(12)

Nunca uso protetor Contagem 19 30 9 40 12 110

% 12,3% 11,3% 15,3% 6,1% 5,7% 8,2%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

TABELA 5: Hábito de reaplicar o protetor solar nas diferentes regiões do Brasil

Região do Brasil

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Hábito de reaplicar o protetor solar

Não reaplico Contagem 79 119 31 323 108 660

% 51,0% 44,7% 52,5% 49,0% 51,4% 48,9%

Nunca uso protetor solar Contagem 19 29 10 44 13 115

% 12,3% 10,9% 16,9% 6,7% 6,2% 8,5%

Reaplico duas vezes ou mais

Contagem 12 34 2 80 30 158

% 7,7% 12,8% 3,4% 12,1% 14,3% 11,7%

Reaplico uma vez Contagem 45 84 16 212 59 416

% 29,0% 31,6% 27,1% 32,2% 28,1% 30,8%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

5. Histórico pessoal e familiar de comorbidades relacionadas à fotoexposição

(13)

do histórico pessoal de queimadura solar, com 71,9% (n=151) de respostas positivas para queimadura isoladamente. (Tabela 6)

Com relação ao histórico familiar de câncer de pele, a resposta sim foi obtida em 21,1% (n=285) da amostra total. No sudeste 19,4% (n=128) dos participantes declararam esse histórico familiar, no nordeste 24,1% (n=64), no sul 22,4% (n=47), no centro-oeste 23,2% (n=36) e no norte 16,9% (n=10).

TABELA 6: Histórico pessoal de comorbidades relacionadas à fotoexposição nas diferentes regiões do Brasil

Em que região do Brasil você mora ?

Total Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Histórico de queimadura solar ou câncer de pele

Apenas câncer de pele Contagem 0 1 0 0 0 1

% 0,0% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1%

Apenas queimadura solar Contagem 79 141 35 339 151 745

% 51,0% 53,0% 59,3% 51,4% 71,9% 55,2%

Queimadura solar e câncer de pele

Contagem 1 0 0 2 1 4

% 0,6% 0,0% 0,0% 0,3% 0,5% 0,3%

Nenhuma das duas Contagem 75 124 24 318 58 599

% 48,4% 46,6% 40,7% 48,3% 27,6% 44,4%

Total Contagem 155 266 59 659 210 1349

% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

DISCUSSÃO

Aspectos sociodemográficos

(14)

Com relação às características fenotípicas, de forma geral, houve predomínio de brancos, de cabelos e olhos escuros. Com maior proporção de brancos de cabelos e olhos claros na região sul do Brasil, o que condiz com a grande imigração europeia e colonização da região sul. 17

Hábitos de exposição solar

Apesar do conceito de pele bronzeada ainda ser visto como um padrão de beleza por muitos brasileiros, o hábito de exposição intencional ao sol tem diminuído cada vez mais. Observou-se que nas regiões sudeste, nordeste, sul e centro-oeste a maioria dos entrevistados declarou exposição intencional ao sol apenas raramente. Enquanto que na região norte a maioria negou qualquer exposição intencional ao sol.

Porém, mesmo com índices menores de exposição intencional ao sol, foi constatada ainda a realização de bronzeamento artificial por alguns participantes, principalmente na região centro-oeste e sul. Enquanto que o trabalho exposto ao sol predominou principalmente nos participantes do sudeste, sendo bem menor nas outras regiões.

A recomendação atual relativa aos horários de exposição ao sol é contra a exposição solar entre os horários das 10 as 15 horas, e dependendo do local de exposição e da época do ano (verão) devemos considerar um período ainda maior de restrição ao sol.5 Porém, mesmo com todas as campanhas educativas nos mais diversos meios de comunicação acerca dos horários de alto risco para lesões por exposição solar, a maioria dos entrevistados ainda relatou exposição entre as 10 e as 16 horas.20 Isso talvez esteja relacionado com o fato de que boa parte dos jovens se expõem ao sol para participar de atividades recreativas, que ocorrem principalmente no horário de alto risco.

Exceção foi na região centro-oeste, em que a maioria dos participantes negou exposição ao sol em qualquer horário.

Hábitos de fotoproteção

A maioria dos entrevistados declarou uso de protetor solar todos os dias, seguidos dos que relataram o uso irregular do protetor solar. A exceção foram as regiões Sul e Norte, onde maioria dos participantes relatou uso irregular de protetor solar.

(15)

forma geral um FPS mínimo de 30. No nosso estudo, foi observado que o FPS preferido pela maioria foi o de 50 ou mais, exceto nas regiões nordeste e sul, onde a maioria declarou o uso de FPS entre 30 e 49.

Com relação à reaplicação recomenda-se que o protetor seja reaplicado a cada duas horas ou após longos períodos de imersão. No presente estudo, foi revelado os índices de reaplicação do protetor solar insatisfatórios, principalmente nos casos de reaplicar duas vezes ou mais, pois apenas 42,5% dos entrevistados relataram reaplicar protetor solar, sendo que 30,8% reaplicam apenas 1 vez.

Ao contrário do que alguns acreditam, o preço e a cosmética dos protetores não foram os principais fatores implicado no uso inadequado de protetor solar, e sim o simples fato de que os entrevistados esquecem de aplicar o protetor solar.

Com relação às outras formas de proteção solar, a sociedade brasileira de dermatologia recomenda que se deva estimular a introdução do maior número possível de medidas mecânicas de proteção solar, como roupas, chapéus, óculos de sol, sombras e vidros.5 Porém constatamos no nosso estudo que apesar de grande parte da amostra declarar usar óculos de sol, apenas uma minoria é adepta de bonés, chapéus ou roupas com proteção UV.

Limitações do estudo/perspectivas de novos trabalhos

Algumas limitações do estudo devem ser consideradas. Como se trata de um estudo aplicado por meio de formulário online, acabou-se por atingir um número muito maior de jovens do que de adultos mais velhos. Outra limitação foi a participação feminina muito mais significativa do que a masculina. Além disso, houve uma amostra maior de participantes que se declararam como brancos. Os dados estão também propensos a fatores confundidores e regressão para a média devido à não randomização e a outros elementos de controle.

No que se refere à promoção de saúde, o estudo teve como objetivo além de analisar os hábitos de fotoexposição e fotoproteção, também gerar um momento de autorreflexão sobre esses hábitos e mobilizar os conhecimentos sobre o risco da exposição solar inadequada. O presente trabalho visa também desbravar essa nova fonte de aquisição de conhecimentos que é a internet, e usá-la cada vez mais a favor da medicina baseada em evidências.

(16)

Apesar de ser o câncer mais comum no nosso país, o câncer de pele e seus fatores de risco ainda são subestimados pela população, principalmente no quesito de exposição solar em horários de alto risco e a não reaplicação dos protetores solares. O estudo reforça a necessidade de darmos continuidade às medidas de conscientização acerca dos riscos da exposição solar e sobre a maneira correta de utilizar as medidas fotoprotetoras.

REFERÊNCIAS

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(17)

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Referências

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