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PROFESSORES ALFABETIZADORES E COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: UM OLHAR DIFERENTE?

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

PROFESSORES ALFABETIZADORES E COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA: UM OLHAR DIFERENTE?

Lenine Ferreira da Silva1 - UEMS Grupo de Trabalho – Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

A pesquisa tem o objetivo de descrever e analisar o trabalho do coordenador pedagógico sob diferentes olhares, do próprio coordenador, do professor alfabetizador e dos autores utilizados, trazendo reflexões sobre seu o papel enquanto coordenador e o revelando como personagem capaz de contribuir com o trabalho realizado pelo professor alfabetizador e consequentemente com a aprendizagem do aluno. É muito amplo e complexo o campo de atuação deste profissional, que vem se fazendo no dia a dia da escola e que pode ser um grande parceiro do professor na busca da melhoria da qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Buscou-se durante a pesquisa ouvir o relato dos coordenadores pedagógicos sobre como desenvolvem algumas de suas atribuições, principalmente as desenvolvidas diretamente com os professores e também como este trabalho é visto pelos professores alfabetizadores, por eles acompanhados, assim realizou-se entrevistas com coordenadores e professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental. Para a discussão teórica foram utilizados autores que trabalham com a temática da formação continuada, alfabetização e coordenação pedagógica. A pesquisa descreve qual o papel deste profissional, como este está sendo realizado e sua importância para o professor, pois de acordo com a literatura pesquisada o mesmo é responsável por acompanhar, orientar e mediar à prática pedagógica do professor, assim como seu desenvolvimento profissional, além de realizar trabalhos voltados para os alunos, as famílias e a direção escolar. Foi possível perceber que muitas vezes o trabalho desenvolvido pelos coordenadores não atende as necessidades dos professores, principalmente no que refere à formação continuada destes profissionais.

Palavras-chave: Coordenador pedagógico. Aluno. Professor. Aprendizagem.

Introdução

A pesquisa aqui descrita tem o objetivo de relatar e colocar em discussão o papel do coordenador pedagógico, destacando-o como parceiro e agente capaz de contribuir com o trabalho do professor no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Os dados coletados

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foram analisados na busca de evidenciar como esta contribuição é relatada tanto pelo professor quanto pelo próprio coordenador.

Pretende-se assim, identificar quais as formas de realização e organização do trabalho dos coordenadores, em especial junto aos professores alfabetizadores, organização esta que sendo bem articulada e sistematizada poderá enriquecer o trabalho do professor, bem como seu desenvolvimento profissional.

A realização da pesquisa aconteceu em duas escolas da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, MS, tendo como sujeitos da pesquisa 4 professoras que atuam no 1º ano do Ensino Fundamental e 2 coordenadores que atuam junto com estas professoras. A mesma aconteceu em três momentos, o primeiro onde foi realizada a análise do campo de estudo, com delimitação do mesmo, seleção dos participantes e o levantamento bibliográfico, com o objetivo de conhecer e descrever alguns aspectos e contribuições que os coordenadores podem dar aos professores, o segundo onde foram aplicados questionários aos coordenadores e professores participantes da pesquisa, para coleta de dados que evidenciem como acontece a integração entre eles no desenvolvimento do trabalho, identificando a ação do coordenador e sua intervenção junto ao professor, os dados foram analisados mediante a referência bibliográfica em um terceiro momento.

Coordenador pedagógico: algumas contribuições ao professor

Podemos afirmar que o coordenador pedagógico trabalha diretamente com o professor, com o trabalho realizado em sala de aula, assim deverá realizar ações que venha a contribuir para o aperfeiçoamento da prática pedagógica de seus professores.

Destacam-se os professores alfabetizadores, aqui entendidos como aquele profissional responsável por sistematizar e executar ações pedagógicas que favoreçam ao aluno, o desenvolvimento de habilidades de ler e escrever com compreensão.

Este profissional deve conhecer processos de aprendizagem, características e implicações do desenvolvimento da criança em alfabetização, as competências que os alunos devem alcançar ao final do ano, os métodos de alfabetização e as abordagens de avaliação da aprendizagem.

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pedagógico, sendo este um parceiro para o professor, contribuindo não só em sua prática pedagógica, mas também e principalmente para a sua formação profissional. Segundo Leite (2001, p. 39):

A construção e o desenvolvimento das práticas pedagógicas em sala de aula são tão importantes que não deveriam ficar restritos às experiências e decisões isoladas dos professores. O planejamento e a avaliação dessas práticas deveriam ser realizados como parte do trabalho coletivo dos professores e coordenadores pedagógicos, uma vez que tal condição possibilitaria a troca de experiências, bem como o aprofundamento da análise das práticas desenvolvidas, num movimento dialético envolvendo a relação ação-reflexão.

A figura do coordenador pedagógico ainda é algo novo em alguns contextos escolares, pois em várias escolas ainda temos como apoio ao professor o supervisor pedagógico e o orientador educacional, assim, questionamos quem é este coordenador e qual o papel deste profissional junto ao professor, em especial o professor alfabetizador.

De acordo com Vasconcellos (2008) o coordenador é aquele(s) que coordenará o trabalho realizado na escola de forma que este não se torne individualista, alienado e desarticulado com a realidade e a necessidade do professor e do aluno. O autor usa a nomenclatura supervisão e coordenação em alguns momentos se referindo ao mesmo profissional:

Coordenação tem para nós esta acepção ampla de aglutinação de pessoas em torno da busca de sentido para a prática educativa que, embora ocorrendo em vários espaços e tempos da escola, têm (devem ter) uma profunda articulação. A atividade educativa é essencialmente relacional. Coordenação corresponde ao esforço de caminhar junto, de superar as justaposições, as fragmentações ou a ação desprovida de intencionalidade. (VASCONCELLOS, 2008, p. 11).

Refletindo sobre este caminhar junto citado pelo autor, buscam-se maneiras para que os coordenadores trabalhem juntamente com os professores, contribuindo um com o outro, pois, por algum tempo existiu a figura de um profissional que era visto como aquele que “controlava” ou “fiscalizava” a ação pedagógica do professor, segundo Vasconcellos (2008, p. 151):

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A coordenação pedagógica deverá realizar ações no sentido de criar condições facilitadoras para o processo de organização docente. Segundo Leite (2001, p. 41):

Tal meta tem se constituído como um dos grandes desafios na construção da escola democrática, pois implica, de um lado, a superação das tradicionais organizações centradas na figura autoritária do diretor (ou coordenador) e, por outro, a superação da atuação isolada e individualista dos professores que tem caracterizado a escola tradicional.

Vasconcellos (2008) nos relembra que o coordenador também é um educador e conhece a realidade escolar, sabe como é estar atuando em uma sala de aula, tendo a obrigação de lutar contra tudo o que pode desvaloriza a escola e o trabalho do professor. Para Orsolon (2007), o estabelecimento de parcerias e trocas de experiências entre professores e coordenadores podem contribuir para rever esta situação, criando um ambiente mais produtivo e contribuindo para a aprendizagem do aluno.

Porém para isto é necessário muito estudo e pesquisa, pois o coordenador deverá conhecer e entender temas que não eram necessários enquanto docente, mas que será para poder orientar e contribuir na formação de seus professores, neste sentido afirma Pinto (2011, p. 20), “para ser pedagogo tem que ter uma formação para além da que tem o docente. Trata-se de uma formação que ultrapasTrata-se o campo da docência, envolvendo e aprofundando outras áreas de conhecimento que como professor, não se exige dele o domínio”.

O trabalho do coordenador se dá no campo da mediação, e poderá ser realizado por meio de diversos instrumentos e momentos, como por exemplo; nas reuniões pedagógicas, no momento de planejamento ou estudo do professor, em visitas à sala de aula, através do plano de ensino, ouvindo o professor, acolhendo-o, tendo uma postura de valorização, pois, sabe-se que há certa resistência as mudanças, mas o coordenador não poderá desistir, assim como o professor não pode desistir do seu aluno (VASCONCELLOS, 2008).

A forma adequada de realização do trabalho do coordenador poderá trazer muitos benefícios principalmente na formação integral dos alunos, pois, ao trabalhar com o professor ele também estará contribuindo para a aprendizagem do aluno, assim como afirma Vasconcellos (2008, p.101), “todo o esforço da mediação da supervisão vai à perspectiva de ajudar o professor a construir um sentido para seu trabalho e, dessa forma, ajudar o aluno a também elaborar um sentido para o estudo”.

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importância do trabalho coletivo em torno do Projeto Pedagógico da escola para buscar a união da equipe.

O trabalho coletivo e a formação permanente em serviço também podem ajudar ao professor a ter melhor compreensão do processo geral de educação, estratégias ou métodos mais apropriados para enriquecer seu trabalho, facilitando a mediação do coordenador.

Faz-se necessário ressaltar a importância da pesquisa, do estudo e da reflexão na formação profissional, a qual possa trazer também transformações na aprendizagem do aluno, nas ações dos professores alfabetizadores e no papel do coordenador como mediador deste processo.

No desenvolvimento de suas funções o coordenador pedagógico atuará como mediador ao buscar recursos e estratégias contribuindo para que estes professores repensem seu plano de ensino. Pois, ao descrever algumas das contribuições da coordenação Vasconcellos (2008, p. 151) destaca que esta equipe:

[...] tem um campo de atuação da maior importância: ajudar os docentes a repensarem suas propostas, reverem as rotinas, romperem com o formalismo (enciclopedismo, informações descontadas, classificações, metalinguagem) dos conteúdos preestabelecidos.

Vasconcellos (2008, p. 85), afirma também que “a esfera de atuação e preocupação da coordenação é muito ampla (envolve questões de currículo, aprendizagem, relações interpessoais, ética, disciplina, avaliação da aprendizagem, relacionamento com a comunidade, recursos didático, etc.)”. Porém, isto não significa que ele deva saber de tudo, mas ter disposição para conhecer e buscar por novos conhecimentos.

O coordenador será aquele que atuará junto com o professor, com o aluno e a família, tendo um plano de ação que contemplem todos e permita a integração entre eles.

É por meio de sua ação e mediação planejada, que o coordenador ajudará os professores em sala de aula a desenvolver um bom plano de ensino e aprendizagem, pois ele tem diversos meios e recursos para a realização deste trabalho, como por exemplo; reuniões, formação continuada em serviço, intervenção no planejamento, análise de atividades, trabalhos e discussões em grupos, entre outros.

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condições para este professor questionar sua prática e disponibilizar recursos para que ele a modifique, trazendo propostas inovadoras e formação continuada.

Caminhos não lhes faltam, porém cabe ao coordenador a partir de uma análise crítica da sua realidade, levando em consideração sua clientela, escolher o que proporcionará um trabalho de qualidade e com significado a estes professores que atuam no processo de alfabetização, o que lhes dará condições de fazer estas escolhas será sua experiência como educador, coordenador e a concepção de educação que tem.

Deve-se procurar evoluir como profissional (coordenadores) e para isto é necessário buscar recursos que possam subsidiá-lo, como bons autores, bons livros e bons referenciais, os quais atendam as suas necessidades, as dos professores e dos alunos com os quais trabalham. De acordo com André e Vieira (2007, p. 23) o coordenador deve “cuidar também da própria formação contínua, reservando tempo para ler, estudar, pensar, criticar a prática cotidiana e rever constantemente as intenções”.

A partir destas ações espera-se assim como afirma Pinto (2011, p.24), que o “trabalho de acompanhamento, assessoramento, coordenação e viabilização das atividades docentes e discentes no interior das escolas deve ser desenvolvido por profissionais com sólida formação pedagógica que supere as experiências cristalizadas pelo cotidiano escolar”. Assim, é necessário refletir, estudar, pensar, analisar, planejar e intencionalizar a prática pedagógica no intuito de dar maior qualidade ao processo de ensino e aprendizagem, e um maior suporte ao professor.

Segundo Vasconcellos (2008), deve-se ter uma visão de processo, pois a coordenação que os professores querem ainda está se fazendo, ele ainda afirma que:

O coordenador vai se formando á medida que participa da reflexão sobre a prática, busca cursos de aperfeiçoamento, troca experiências, sendo que pode aprender o saber específico de cada disciplina nas relações que estabelece com os professores, da mesma forma que pode também dar sua contribuição na formação dos professores. (VASCONCELLOS, 2008, p.116)

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É necessário para esta construção que o coordenador reflita, estude, pesquise, analise, planeje e intencionalize sua prática frente ao trabalho realizado pelo professor, podendo intervir de forma a contribuir com este.

Uma nova compreensão sobre a coordenação pedagógica

Na Rede Municipal de Ensino de Campo Grande – MS, este profissional surge com a publicação do decreto nº. 11.716, de 05 de janeiro de 2012, que dispões sobre a designação de professores e especialistas em educação para a função de coordenador pedagógico nas escolas. O edital traz os requisitos para assumir a função assim, como suas atribuições que o mesmo deve desenvolver.

Este profissional passa a fazer parte da equipe pedagógica da escola e a ser responsável pelo desenvolvimento de várias atribuições dentre elas o estudo e a formação do professor, como descrito no Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (2008, p.44), “a equipe técnica pedagógica da escola é vista como a grande responsável pela organização, promoção e execução dos eventos de formação continuada, no trabalho dos profissionais da educação na escola”.

Durante a pesquisa foi possível verificar que ainda temos atuando nas escolas o supervisor escolar e o orientador educacional, algumas vezes inclusive atuando como coordenadores e em outras vezes em conjunto com estes profissionais.

Uma das supervisoras das escolas pesquisadas relatou que participou da seleção realizada pela Secretaria de Educação e que atuou como coordenadora apenas por um ano, em 2012, e não havia gostado da experiência, segundo a supervisora “o trabalho não rendia, ela tinha que atender pais, professores e alunos, não fazia nem uma coisa nem outra, hoje como supervisora atende apenas os professores e alunos com dificuldade de aprendizagem e tem seu trabalho melhor organizado”.

A supervisora acima citada não está no grupo de profissionais pesquisados a mesma participou apenas do inicio pesquisa e alegou não fazer parte do grupo a ser pesquisado, no caso aqui, coordenadores e professores alfabetizadores.

Assim, a pesquisa foi realizada em duas escolas e contou com a participação de 2 coordenadoras e 4 professoras, o instrumento utilizado para a obtenção dos dados foi o questionário realizado individualmente com cada grupo.

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que as coordenadoras eram supervisoras anteriormente e as professoras atuavam com alfabetização a mais de 8 anos.

As coordenadoras durante a pesquisa relataram que sua principal atribuição como coordenadora pedagógica é a atuação junto às professoras, orientando e coordenando o trabalho para a aprendizagem dos alunos.

Ao questionar as professoras sobre quais os recursos ou o apoio que elas têm enquanto professoras alfabetizadoras na realização de seu trabalho, elas de modo geral relataram ter o apoio da coordenação e da direção da escola, segundo uma professora “o apoio da coordenação é 100% e os recursos utilizados são livros, xérox, sites, etc.”

Podemos perceber que existe uma boa integração e o apoio ao trabalho de ambos os profissionais.

As coordenadoras frente ao trabalho realizado pelas professoras que atuam no 1º ano do ensino fundamental, descreveram sua contribuição julgando-a importante para a melhoria do trabalho realizado em sala de aula, as mesmas relataram que trabalham sempre com orientações e sugestões de atividades as professoras, uma das entrevistadas alegou que “tento orientá-las da melhor forma, buscando sugestões para que o trabalho seja efetivado com sucesso”.

As professoras ao ser questionado sobre, qual o papel desempenhado pelo coordenador pedagógico frente ao trabalho realizado por elas, relataram que a coordenação realiza um trabalho fundamental na orientação, auxiliando nas dificuldades encontradas no desenvolvimento dos alunos, destacaram também dentre as ações das coordenadoras as sugestões de atividades diversas, o apoio pedagógico e as orientações diversas, segundo as palavras de uma das professoras.

Em relação a qual seria a participação das coordenadoras na formação profissional das professoras, as coordenadoras descreveram que sempre trabalham com textos e sugestões para estudos conforme a necessidade e dificuldade de cada uma, porém, ao questionar as professoras a este respeito elas alegaram ter continuidade de sua formação por meio dos encontros organizados pela Secretaria de Educação, porém, não foi relatado como formação o trabalho descrito pelas coordenadoras.

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Para Orsolon (2007), quando o coordenador assume esta função de formador faz com que o professor perceba que a proposta transformadora faz parte da proposta da escola, isto “propiciará condições para que ele faça de sua prática objeto de reflexão e pesquisa, habilitando-se a problematizar seu cotidiano, a interrogá-lo e a transformá-lo, transformando a própria escola e a si próprio” (ORSOLON, 2007, p.23).

Ao verificar as estratégias descritas pelas coordenadoras no acompanhamento do trabalho das professoras, ficou evidente a ausência de um trabalho em grupo ou realizado em momentos coletivos, foram apontados apenas às fichas preenchidas ao observarem os cadernos de plano e/ou as aulas ministradas pelas professoras e relatórios sobre atividades desenvolvidas. Esta situação foi confirmada também nos relatos das professoras que descreveram como forma de acompanhamento os momentos individuais, as fichas e os relatórios.

Estes momentos de acompanhamento tanto individual como coletivos são importantes para que coordenadores e professores reflitam sobre as ações realizadas e repensem suas práticas. Segundo Fujikawa (2009, p. 131):

[...] o confronto entre professores e coordenadores em relação às diferentes interpretações do trabalho realizado pode gerar boas oportunidades para que cada profissional compreenda a leitura da realidade na perspectiva do outro e também para que amplie a compreensão do ambiente social que o envolve.

As coordenadoras ao serem questionadas sobre quais as ações realizadas por elas consomem mais tempo dentro do ambiente escolar, ambas responderam terem um cronograma de atividades e que o procuram seguir corretamente, ao pedir que relatassem quais as solicitações mais frequentes feitas pelas professoras, foram apontados os pedidos de jogos, atividades xerocopiadas e atividades diversificadas.

Ao questionar as professoras sobre quais as principais dificuldades encontradas no cotidiano da sala de aula e quais estratégias usam para resolver estas situações, foi apontada pelas professoras a grande demanda de alunos que vieram para o primeiro ano sem ter feito o pré-escolar, a dificuldade de adaptação à rotina devido à “imaturidade dos alunos”, a indisciplina e as faltas constantes dos alunos. O trabalho individualizado com atividades diferenciadas e a elaboração de um plano de ação foram apontados como estratégia.

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aprendizagem dos alunos, não refletindo sobre os objetivos e habilidades adequadas para este período.

Apesar de ser recente a implantação da função de coordenação pedagógica no município de Campo Grande, pode-se verificar que existe um trabalho organizado tendo como foco a aprendizagem do aluno e que aquela figura de agente controlador e fiscalizador do trabalho pedagógico esta sendo alterada pelas novas práticas realizadas pelos coordenadores pedagógicos. Pois, de acordo com Souza e Placco (2009, p. 36):

Um coordenador comprometido com seu papel de educador, cujos princípios da educação democrática constituem sua concepção do que deve ser a educação, investirá na construção de uma autoridade que exclui a coerção como meio de conquista, exercitando a responsabilidade, o auto-respeito, a autonomia.

Assim, esperamos pela construção de um profissional que seja um agente capaz de articular e coordenar por meio do conhecimento, da confiança e do respeito, o trabalho realizado na escola.

Considerações Finais

As atribuições do coordenador pedagógico dentro do ambiente escolar ainda não estão bem consolidadas, destaca-se a atuação deste profissional como formador do professor na escola, que apesar de ter sido relatada pelo coordenador não é reconhecido por este professor e que se destaca nos documentos inclusive da Secretaria de Educação do próprio município como uma das principais atribuições do coordenador e que também não é assim por ele reconhecida.

Pode-se concluir que isto aconteça devido à grande preocupação que os professores e até mesmo os coordenadores tem em relação às atividades xerocopiadas ou diferenciadas como aparece na pesquisa, que apesar da mudança em relação à concepção deste profissional na interação com o professor, ainda não temos uma mudança de concepção de educação, ou seja, de ensino e aprendizagem.

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É necessário refletir sobre as práticas que vem sendo realizadas no intuito de dar maior qualidade ao processo de ensino e aprendizagem, porém estas ações devem acontecer em conjunto entre professores e a equipe da coordenação pedagógica.

Lembramos também que o coordenador atua com o professor, com o aluno e com a família, buscando integrar estas três esferas para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma integral. Está aqui a maior mudança com a organização da função do coordenador pedagógico.

Os questionamentos, as dúvidas, as tentativas, erros e acertos são importantes para a construção deste novo profissional que sem dúvidas contribuirá em muito com o professor na busca por respostas e soluções para as situações emergidas no dia a dia da escola, mesmo que de forma provisória.

O que não se pode negar é que em nossa escola pública existe um processo de mudança, sendo desenvolvido por professores e coordenadores, dedicados e comprometidos com sua profissão.

REFERÊNCIAS

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