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PATRIMÔNIO CULTURAL E TURISMO: AS AÇÔES EXTENSIONISTAS DO GRUPO PET/TURISMO FURG EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, RS, BRASIL.

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PATRIMÔNIO CULTURAL E TURISMO: AS AÇÔES EXTENSIONISTAS DO GRUPO PET/TURISMO – FURG EM SANTA VITÓRIA DO PALMAR, RS, BRASIL.

FIGUEIRA, Michel Constantino 1

RESUMO: A produção acadêmica de extensão em torno de bens culturais, materiais

e imateriais, herdados pela comunidade local e seu incentivo turístico no município de Santa Vitória do Palmar, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, é o objeto central do presente trabalho. Apresentamos, aqui, as ações extensionistas desenvolvidas pelo Programa de Educação Tutorial em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande (PET/Turismo – FURG), entre os meses de dezembro de 2010 e dezembro de 2012. A proposta do PET/Turismo-FURG, aprovada em edital específico do Ministério da Educação do Brasil, nasceu com o objetivo principal de formar um grupo de excelência acadêmica que viabilizasse a qualificação de estudantes e docentes do Curso de Bacharelado em Turismo Binacional da FURG, localizado em Santa Vitória do Palmar, numa proposta de produção teórico-prática de articulação entre ensino, pesquisa e extensão junto à comunidade local. A extensão é vista pelo grupo como um trabalho de construção de cidadania e consciência crítica da própria realidade e o papel da universidade com, para e na comunidade. Neste artigo, apresentamos as ações de extensão desenvolvidas pelo grupo, através da criação, realização e execução de diversos projetos, incluindo os métodos de produção e a importância dos destes para a formação dos acadêmicos envolvidos e para a comunidade local.

PALAVRAS-CHAVE: Extensão Universitária, Patrimônio Cultural, Turismo

Introdução

A educação é um mecanismo de transformação na vida humana. Ela permite ao indivíduo adquirir um espírito crítico, através da consciência do seu papel na sociedade em sua busca por conhecimento.

A educação superior, particularmente, projeta percepções e conhecimentos mais avançados, sobretudo por aproximar teoria e prática com base em atividades de formação em sala de aula (ensino), de investigação em campo ou teórica (pesquisa) e atuação na e com a comunidade (extensão).

O Curso de Bacharelado em Turismo Binacional da Universidade Federal do Rio Grande – FURG nasce com uma proposta de inserção da Educação Superior Brasileira na faixa de fronteira sul entre o Brasil e o Uruguai, mais precisamente no

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município de Santa Vitória do Palmar. Aqui se instala uma proposta de curso de graduação focado nas características turísticas, sociais, econômicas, culturais e naturais dessa região, permitindo o diálogo e a construção coletiva de ações e projetos com ênfase nessa realidade.

É com essa perspectiva de formação que, no ano de 2010, é planejado, projetado e aprovado em edital do Ministério da Educação do Brasil, o projeto Programa de Educação Tutorial em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande (PET/Turismo – FURG), cujo objetivo é a formação de um grupo de pesquisadores discentes, sob orientação de um tutor, responsáveis pela elaboração e gestão de ações de ensino, pesquisa e extensão, buscando a geração de conhecimentos técnicos e científicos que aproximem a teoria da prática.

Aproveitando as transformações globais e as tendências do turismo internacional que demonstram que o turista atual busca áreas naturais e conhecimentos sobre a herança cultural e os costumes dos povos que visitam, o Grupo PET/Turismo – FURG decide, por meio de interpretação técnica, baseada em um marco teórico decisivo, planejar e executar ações, entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012 (dois anos), com ênfase nas características patrimoniais culturais de Santa Vitória do Palmar. Este município possui uma população de pouco mais de 34000 habitantes, com notável manifestação patrimonial material (prédios históricos, monumentos, museus, sítios arqueológicos e paleontológicos) e imaterial (artesanato, gastronomia, música).

Assim, o grupo entendeu que a participação acadêmica na interface entre turismo e cultura permitiria ao mesmo e a comunidade onde atua uma “consciência crítica e social ao lado do desejo de inserção ética e sustentável em um dos mercados que mais crescem no mundo” (Ansarah, 2004: 9-10).

Particularmente a extensão, o grupo projetou e executou ações que aproximaram a universidade da comunidade local, intercambiando conhecimentos com ações conjuntas e renegando o assistencialismo, dando prioridade a sua formação técnico-crítica e estimulando o sentimento de pertencimento, a formação da consciência ativista e o espírito empreendedor por parte dessa comunidade.

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A Extensão Universitária

A extensão universitária é a ação acadêmica com, para e na comunidade. A filosofia da extensão está focada em ações e projetos práticos de ensino, destacando a criatividade, em prol da qualidade de vida, da formação cultural-educacional, da geração de perspectivas, do aumento da estima e do estímulo ao desenvolvimento social, econômico, político e cultural para as comunidades onde a universidade atua. Ela permite aos extensionistas contribuírem com essas comunidades em que estejam inseridos, buscando auxiliá-las em seus anseios:

A extensão universitária possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada vez mais, junto à sociedade como espaço privilegiado de produção do conhecimento significativo para a superação das desigualdades sociais existentes (Scheidemantel, Klein & Teixeira, 2004:1)

Por outra, a extensão universitária também representa uma ação de formação da visão crítica do estudante, como um sujeito consciente de sua realidade. Por situar-se num conjunto social particular e haver a necessidade de sua participação nas transformações sociais, a extensão permite que o estudante seja inserido no mundo que o cerca: “ela é a perspectiva através da qual o estudante entra em contato com o mundo que o cerca e é através dessa realidade que ele pode complementar o seu aprendizado, inteligindo, isto é, lendo dentro aquilo que está à sua frente” (Goulart, 2004:71).

Além do mais, a extensão estimula a formação de “indivíduos diferenciados na sociedade” (Goulart, 2004:60). Isto, porque, os estudantes, através da prática extensionista, terão uma formação mais sólida, pois se tornam mais criativos dentro da produção do conhecimento original.

No entanto, é necessário compreender que o estudante, situado no seu próprio mundo, deve ter a extensão situada como “prática de ensino” (Goulart, 2004:71). Isto é, dessa forma ele não se torna um simples prestador de serviços, para que a universidade aja por meio de assistencialismo ou filantropia e, sim, de aprendizagem, ligada indissociavelmente ao ensino e a pesquisa (Goulart, 2004:71).

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de tutoria do projeto, entre dezembro de 2010 à dezembro de 2012, atuando na produção acadêmica, através da projeção de atividades em torno da relação entre turismo e patrimônio cultural no município de Santa Vitória do Palmar.

O Programa de Educação Tutorial em Turismo da FURG

O Programa de Educação Tutorial – PET é desenvolvido por grupos de estudantes, sob tutoria de um docente do quadro do Curso de formação. O grupo se organiza orientado pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, buscando uma formação cidadã e acadêmica conduzida por uma gama de experiências que possam complementar os conjuntos qualitativamente limitados de currículos de cursos de graduação.

Segundo o Manual de Orientações Básicas do Programa de Educação Tutorial do Ministério da Educação do Brasil (2006), o objetivo geral deste programa é:

Promover a formação ampla e de qualidade acadêmica dos alunos de graduação envolvidos direta ou indiretamente com o programa, estimulando a fixação de valores que reforcem a cidadania e a consciência social de todos os participantes e a melhoria dos cursos de graduação (Manual de Orientações Básicas, 2006:07).

A equipe de um grupo PET busca, através da cooperação, desenvolver habilidades, com espírito crítico, adquirindo uma formação global, através de uma multiplicidade de experiências de aprendizagem:

A ação em grupo e a dedicação ao curso permitem desenvolver a capacidade de trabalho em equipe, facilitar a compreensão das características e dinâmicas individuais, bem como a percepção da responsabilidade coletiva e do compromisso social (Manual de Orientações Básicas, 2006:06).

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O projeto que teve início no mês de dezembro de 2010 surgiu com a perspectiva de inovar os processos didático-pedagógicos do Curso de Turismo Binacional – FURG e promover a aproximação das atividades desenvolvidas em sala de aula com as atividades de pesquisa e de extensão (além de extra-classe) junto à comunidade de Santa Vitória do Palmar, de modo a possibilitar aos acadêmicos uma formação ética e comprometida com a sua realidade de atuação .

Fig. 1 Logotipo Oficial 2010-2012. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG.

Prioritariamente, as ações do grupo se deram sobre as características histórico-culturais que formam o patrimônio, material e imaterial, desse município. Mais precisamente, houve um intercâmbio de ações e conhecimentos trocados entre o grupo e a comunidade, através de projetos focados nas interfaces potenciais entre patrimônio cultural e turismo.

Interfaces potenciais entre Patrimônio e Turismo em Santa Vitória do Palmar

Analisar as interfaces potenciais entre patrimônio e turismo em Santa Vitória do Palmar exige uma compreensão inicial sobre os conceitos de patrimônio e a sua relação com o mercado turístico, além de uma análise sobre o processo de construção histórico-cultural deste município.

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“bens materiais e imateriais” transmitidos com novos significados (Dias, 2006:67); e bem construído pela negociação entre diversos atores sociais, envolvendo Poder Público e cidadãos que o reconhecem como testemunho de experiências, servindo para o conhecimento do passado, dando sentido aos grupos e compondo a sua identidade coletiva (Rodrigues, 2005).

Em sua relação com o patrimônio, o turismo – enquanto fenômeno social de deslocamento, fenômeno cultural de contato entre indivíduos com culturas distintas e setor da economia de serviços – manifesta-se atualmente com uma tendência, por parte dos turistas, de obter contato sensorial com os elementos que constroem a identidade cultural dos lugares que visitam. Ou seja, os turistas buscam um contato com os testemunhos materiais e imateriais desses lugares, presentes no espaço cotidiano de suas comunidades. Isto procede, pois, atualmente, os turistas são atraídos “pelo patrimônio arquitetônico e urbanístico, pelos museus, pela cultura ou por um ambiente singular” (Vinuesa, 2004:38-39).

Nessa ótica, o processo de interface entre turismo e patrimônio cultural, do ponto de vista prático, projeta uma ativação econômica sobre bens de importância e valor universal, já que produz a ressignificação do sentido simbólico para o mercadológico, ou seja, gera-se um valor de troca ao patrimônio herdado para a afirmação de identidades coletivas.

Defensor ativo dessa ativação turística sobre o patrimônio, Dias (2006) considera que nas últimas décadas tem se modificado o pensamento sobre o patrimônio e sua função, sendo que, sobretudo em relação ao turismo, o patrimônio passa a ter valor, não apenas simbólico, mas também econômico (Dias, 2006).

Essa interface potencial começa a se manifestar no município de Santa Vitória do Palmar, localizado na região conhecida como “Campos Neutrais”, no extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fronteira com o Uruguai:

A antiga Coxilha do Palmar de Lemos, localizada no Distrito do Taim, município de Rio Grande, fronteira com o Uruguai, torna-se vila em 1854 e município de Santa Vitória do Palmar no ano de 1872. Seu nome deriva da grande quantidade de palmeiras de butiá (butiá eriospatha) encontradas em seu território de inserção e da sua relação com o sagrado, em especial com a padroeira católica, resultando em Santa Vitória do Palmar (Figueira, 2010: 302).

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E, com o tempo, a economia local passa a ser baseada na orizicultura (cultivo do arroz irrigado), o que hoje ainda representa a base de sua economia.

Porém, atualmente, a economia do arroz – que nas décadas de 1970 e 1980, movimentou o “progresso” local – sofre um acelerado processo de estagnação, incentivando o abandono de granjas, vilas e comunidades rurais. É, diante de tal situação socioeconômica e cultural, que são interpretadas potenciais atividades econômicas alternativas, tais como o turismo, o qual atualmente

Passa a ser colocado – enquanto atividade econômica alternativa – como um agente potencialmente capaz de minimizar parte das incertezas regionais, tendo na memória material e imaterial impressa numa história particular, uma base sólida para sua orientação, planificação e promoção socioeconômica e cultural, numa tentativa de transformação da realidade, reaproximando gerações e aproximando visitantes de visitados (Figueira, 2010: 303).

O potencial turístico de Santa Vitória do Palmar está impresso em suas características ambientais (ecossistema de dunas, lagoas, costa oceânica), histórico-culturais (revoluções históricas, sítios arqueológicos e paleontológicos, fazendas antigas, gastronomia típica, folclore, artesanato) e de lazer e entretenimento (praias, festas populares e eventos musicais).

Fig. 2 Mapa da região de inserção de Santa Vitória do Palmar.

Fonte: Secretaria de Esportes, Cultura e Turismo de Santa Vitória do Palmar, 2011.

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com base nessa dimensão potencial que foram planejadas e executadas as ações de extensão do grupo entre dezembro de 2010 a dezembro de 2012.

Mais precisamente na prática da extensão, as ações desse grupo envolveram a elaboração, produção e execução de projetos criativos, diretamente e com a comunidade local, através de ações práticas que incentivaram o destaque de habilidades, tanto do grupo, quanto da comunidade local, “oxigenando, inovando e legitimando a vida acadêmica, através de atividades táteis que representam a teoria na prática”. (Figueira, 2010: 300). Destacá-las e explicá-las é nosso proposito.

Ações de extensão do Grupo PET/Turismo - FURG

Cabe, neste momento, destacar as ações de extensão planejadas, desenvolvidas e realizadas pelo grupo PET/Turismo – FURG, entre dezembro de 2010 (mês de criação do grupo) e dezembro de 2012 (fim do período de tutoria do autor desse trabalho). Faremos a descrição das mesmas, incluindo o método de produção-ação e a importância das mesmas para a formação dos alunos/pesquisadores envolvidos e para o público atingido.

Os alunos que atuaram no grupo, sob nossa tutoria, foram: Pablo Marcelo Correa Rocha (In Memorian), Sebastián Diano Alcalde, Caroline Vergara Fuhrmann, Eliane Cândido da Silva, Niége Corrêa de Avila, Michela Amorin Rocha Dornelles, Raphaella Costa Rodrigues, Nilton Cezar Cunha Varnier, Ana Paula Soares Simões, Iberê Reginaldo Cabral, Heiderson Tavares Bork, Mara Rosana Araujo Alessandretti, Pâmela Souza Soares, Camila Vilela Ribeiro, Denise Lautenschlager Clavijo, Lucimari Acosta Pereira, Brenda Castillos de Ibrahim das Neves, Daniele Sanchez Lima, Daniela del Lourdes Astegui Ferreira e Vanessa Saraiva Sena 2.

Jornal “Viajando” – 2011

O jornal Viajando surgiu como um veículo de informações sobre as atividades desenvolvidas pelo Grupo PET/Turismo, além de conter informações diversas sobre turismo e entrevistas e textos produzidos pelos alunos, sob orientação do tutor.

2 Por razões diversas, alguns alunos entravam e outros saiam do grupo. Porém, todos contribuíram direta e

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O método de trabalho envolveu o planejamento, criação, diagramação, pautas, impressão e distribuição dos jornais, pelos alunos e apoiadores do grupo, sob supervisão do tutor e apoio da Pró-Reitoria de Graduação da FURG.

Para os alunos do grupo, a experiência do Jornal “Viajando” serviu para adquirir conhecimentos técnicos sobre meios de comunicação no turismo, elaboração de textos, trabalho em equipe e valorização de sua área de formação.

Para o público-alvo (comunidade universitária, cursos de graduação e pós-graduação em turismo, empresários do setor, entre outros) o jornal serviu como um veículo de informações sobre o turismo em Santa Vitória do Palmar e no mundo.

Fig 3. Jornal “Viajando”. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

Curso de Turismo Histórico para Santa Vitória do Palmar – 2011

O Curso de Turismo Histórico para Santa Vitória do Palmar foi um projeto de curso de capacitação e orientação turístico-cultural para pessoas ligadas ao turismo e entusiastas do setor, em Santa Vitória do Palmar.

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Para os alunos, a experiência serviu para adquirir conhecimentos técnicos e científicos sobre produção de cursos de formação na área do turismo, gerando conhecimentos pedagógicos e didáticos, além de responsabilidade técnicas.

Para o público–alvo (empresários, artesãos, empreendedores locais e entusiastas do turismo), o curso promoveu a geração de conhecimentos sobre a história, a cultura e o turismo de Santa Vitória do Palmar e da fronteira Brasil-Uruguai, além da integração entre comunidade e universidade.

Fig. 4 Encerramento do Curso de Turismo Histórico para Santa Vitória do Palmar. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

Intervalo Cultural do Turismo – 2011

O projeto Intervalo Cultural do Turismo buscou oferecer atividades culturais à comunidade universitária no intervalo das aulas da sexta-feira à noite. Nesse dia, apresentavam-se artistas locais de dança, música, teatro e arte circence.

O método de produção do projeto se deu com a pré-definição e contato/convite formal para artistas, divulgação no ambiente do Curso de Turismo - FURG, organização do espaço e assessoria técnica e logística aos artistas.

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Para o público-alvo do projeto (comunidade universitária), o projeto possibilitou a democratização e acesso a cultura local, além de uma atividade de lazer que pudesse amparar a qualidade da experiência acadêmica.

Para os artistas convidados, foi uma oportunidade de apresentar e divulgar o seu trabalho e valorizar e promover a sua identidade artística manifestada, particularmente, através da música, da dança, do teatro e das artes circenses 3.

Fig. 5 Grupo de Dança Caiçara Corrêa. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

Roteiro Turístico “Gumercindo Saraiva: Caudilho dos Pampas” – 2011

No roteiro “Gumercindo Saraiva: Caudilho dos Pampas” foi destacada a biografia de Gumercindo Saraiva, líder político local e principal articulador da Revolução Federalista que teve parte no Sul do Brasil, em 1893.

O método de trabalho se deu com pesquisa teórica sobre Gumercindo, elaboração de folders, contatos com potencial público-alvo, definição de atrativos e atividades, além de hospedagem, alimentação e recepção dos turistas 4.

3 Artistas convidados: Grupo de Dança Caiçara Corrêa, Grupo Musical Legião Fandangueira, Atriz de

Teatro Cláudia Schwab e artista circense Roberto Cal Sanchez.

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Para os alunos a experiência com o roteiro oportunizou adquirir conhecimentos sobre roteirização e agenciamento no turismo, sobretudo diante do planejamento, produção e execução do mesmo, incluindo os desafios técnicos.

Os integrantes do grupo PET/Enfermagem - FURG foram o público-alvo do roteiro. Vindos do município de Rio Grande, o roteiro oportunizou ao grupo adquirir conhecimentos sobre a história e a cultura de Santa Vitória do Palmar.

Fig. 6 Mapa do Roteiro Turístico “Gumercindo Saraiva: Caudilho dos Pampas”. Autor: Michel Constantino Figueira, 2011.

Seminário do butiá: Identidade e preservação – Agosto de 2011

O evento Seminário do Butiá: identidade e preservação surgiu com uma proposta de gerar um debate público entre as partes envolvidas nas questões de ordem ambiental, social, econômica, política e cultural que envolvem as palmeiras de butiá (butia capitata), plantas comuns em Santa Vitória o Palmar 5.

O método de produção/realização do evento se deu numa parceria entre o Grupo PET/Turismo com outros acadêmicos do Curso de Turismo – FURG. Os

5 Santa Vitória do Palmar é um município que se caracteriza pela manifestação de uma planta típica –

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alunos planejaram, com orientação do Tutor do grupo, todas as atividades (contato com palestrantes, reserva de local, organização do espaço, entre outros) 6.

Para os alunos, o evento serviu como um aprendizado na organização de eventos de cunho acadêmico, além da oportunidade de adquirir conhecimentos sobre meio ambiente, economia e patrimônio cultural em Santa Vitória do Palmar.

Para o público-alvo, composto por acadêmicos do curso, produtores de arroz irrigado, integrantes do Poder Público, ONGs e comunidade em geral, o evento oportunizou o debate em torno de um tema polêmico e de grande importância local, gerando com isso intercâmbio de conhecimentos e compromissos firmados.

Fig 7. Seminário do Butiá: Identidade e Preservação. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

Espaço de Memória dos Donatos – 2011

O projeto Espaço de Memória do Bairro Donatos serviu como uma exposição museográfica de fotografias e objetos sobre a formação histórica do bairro de modo a estimular e valorizar a memória social local como um mecanismo de geração de sentimento de pertencimento, orgulho social e atividade de lazer.

O método, executado pelos alunos do Grupo PET/Turismo, sob orientação do tutor, envolveu a aplicação de entrevistas à idosos do bairro e historiadores de Santa

6 O evento foi idealizado pelos alunos Heiderson Tavares Bork (PET/Turismo – FURG), Décio Garcia

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Vitória do Palmar, pesquisa documental e exposição de objetos e fotografias antigos, pertencente aos idosos, incluindo uma homenagem aos mesmos.

Para os alunos, foi possível adquirir conhecimentos técnicos sobre a produção de projetos museológicos, além de gerar autoestima, já que os mesmos são moradores de Santa Vitória do Palmar.

Para a comunidade de Santa Vitória do Palmar, em especial do Bairro dos Donatos, a exposição serviu para estimular memórias, gerar autoestima e sentimento de pertencimento e valorizar aqueles que construíram sua história.

Fig. 8 Exposição Espaço de Memória dos Donatos. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

I e II SIEPETUR - Seminário Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão em Turismo – 2011 e 2012

Os I e II SIEPETUR – Seminário Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão em Turismo foram realizados, respectivamente, no mês de dezembro de 2011 e junho de 2012. O tema do primeiro evento foi “Experiências Diversas” e o tema do segundo foi “Experiências Locais e Internacionais”.

O método de produção dos eventos se deu com o planejamento de atividades, contatos com palestrantes e instituições parceiras, organização logística (transporte, hospedagem e alimentação), divulgação, execução e avaliação. 7

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Para os alunos a experiência do SIEPETUR serviu para adquirir conhecimentos técnicos sobre elaboração, organização, produção, execução e avaliação de eventos científicos na área do turismo, além de conhecimentos sobre a relação desta com a área da educação.

Para o público-alvo (pesquisadores e estudantes de turismo, empresários, representantes do Poder Público, comunidade local e regional, entusiastas do setor), o evento gerou intercâmbio de informações e conhecimentos e oportunizou a apresentação de trabalhos científicos.

Fig. 9 Encerramento do I SIEPETUR. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2011.

Fig 10. Palestra do Professor António Jorge Fernandes da Universidade de Aveiro, Portugal. II SIEPETUR. Fonte: Grupo PET/Turismo - FURG, 2012.

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Seminário de Turismo e Paleontologia – 2012

O Seminário de Turismo e Paleontologia foi um evento de interesse técnico-científico sobre a realidade e as potenciais interfaces entre essas duas áreas científicas, destacando, ainda, como se desenvolve essa relação no município de Santa Vitória do Palmar.

O método de produção do evento se deu com o planejamento de atividades, contatos com palestrantes e instituições parceiras, organização logística (transporte, hospedagem e alimentação), definição e organização de espaço, divulgação, execução e avaliação 8.

Para os alunos, a experiência neste evento permitiu adquirir conhecimentos técnicos sobre a organização, execução e avaliação de eventos científicos na área do turismo, compreender a relação entre turismo e paleontologia e interpretar o potencial do turismo paleontológico em Santa Vitória do Palmar.

Para o público-alvo, (acadêmicos, professores, pesquisadores em turismo e paleontologia) o evento possibilitou a ampliação de conhecimentos na área da paleontologia e suas interfaces com o turismo.

Fig.11 Palestra do Professor Átila da Rosa da Universidade Federal de Santa Maria, Brasil. Seminário de Turismo e Paleontologia. Fonte: PET/Turismo – FURG, 2012.

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Mostra Musical “Musica Sem Fronteiras” – 2012

O objetivo do evento musical Musica Sem Fronteiras foi destacar as canções originais, próprias, de músicos de Santa Vitória do Palmar, de modo a estimular a produção e valorização cultural da música no município.

O método de trabalho de produção do evento se deu com o planejamento, organização, execução e avaliação do mesmo: contatos com músicos, organização de som e luz, decoração, definição do espaço, divulgação, realização e avaliação.

Para os alunos do PET/Turismo, o evento possibilitou o aprendizado, na prática, de técnicas de produção cultural de eventos musicais.

Para o público-alvo (comunidade local e músicos regionais) o evento possibilitou, respectivamente, o acesso, em forma de lazer, as novidades da cultura musical local e uma oportunidade de apresentar e promover o seu próprio trabalho 9.

Fig. 12 Mostra Música Sem Fronteiras. Fonte: Grupo PET/Turismo – FURG, 2012.

Considerações finais

Tanto por experiência prática, quanto por posição crítica no desenvolvimento deste trabalho teórico, observamos e defendemos que as ações de extensão do

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Grupo PET/Turismo – FURG – cuja ênfase se deu sobre os elementos que formam o patrimônio cultural do município de Santa Vitória do Palmar – geraram um valor, institucional, científico e social para todos os envolvidos nas mesmas.

Os objetivos extensionistas, pré-determinados e planejados, foram alcançados, na medida em que as ações do grupo elevaram a qualidade da formação discente e docente do quadro do curso e ampliaram o seu conhecimento e aptidão técnico-científica e consciência crítica da própria realidade e área de atuação. Além disso, para a comunidade local, houve um estimulo de sua autoestima, incentivo ao seu sentimento de pertencimento e empreendedorismo, bem como fortalecimento de sua consciência cidadã em torno da própria cultura.

O grupo PET/Turismo – FURG, através da prática da extensão, em parceira com diversas instituições locais (além de nacionais e internacionais) conseguiu, por meio da filosofia da participação, promover o incentivo ao desenvolvimento turístico cultural e um olhar de salvaguarda sobre os bens, materiais e imateriais, herdados pela comunidade, que formam o patrimônio cultural de Santa Vitória do Palmar.

Com projetos dinâmicos, desafiadores e criativos, os alunos do grupo, com orientação do tutor e apoio de outros colegas e instituições, destacaram, em suas ações, a importância da educação superior e, sobretudo, da prática da extensão, na formação de um profissional mais capacitado e consciente de seu papel no desenvolvimento de um mundo melhor.

Por fim, consideramos ainda que, as ações de extensão do Grupo PET/Turismo – FURG ampliaram o reconhecimento institucional, científico e social do Curso de Turismo Binacional e da Universidade Federal do Rio Grande, como um todo, gerando resultados importantes para a evolução científica do turismo no Brasil.

Referências Bibliográficas

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CAMARGO, Haroldo Leitão (2002). Patrimônio Histórico e cultural. – São Paulo: Aleph.

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FERREIRA, Lenize Rodrigues. “Transformações na paisagem urbana de Santa Vitória do Palmar: a produção da cidade”. (S/D). Retirado do WorldWebSite: http://egal2009.easyplanners.info/area05/5209_Ferreira_Lenize_Rodrigues.pdf

FIGUEIRA, Michel Constantino (2010). IN: ALVES, Francisco das Neves. “Planejamento turístico-histórico cultural do Município de Santa Vitória do Palmar: uma proposta de extensão”. Anais do I Congresso de Turismo do Extremo Sul: turismo, história e cultura. Rio Grande: FURG. P.297-322.

GOULART, Audemaro Taranto (2004). “A importância da pesquisa e da extensão na formação do estudante universitário e no desenvolvimento de sua visão crítica”. Horizonte, Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 60-73, 1º sem. Retirado, em 01 de setembro

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RODRIGUES, Marly (2005). “Preservar e consumir: o patrimônio histórico e o turismo”. In: FUNARI, Pedro Paulo & PINSKY (Orgs.). Turismo e patrimônio cultural. – São Paulo: Contexto. 4. Ed. P.15-24

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