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AVALIAÇÃO DA POSTURA NATURAL DA CABEÇA E DO CORPO EM RELAÇÃO AO PADRÃO MASTIGATÓRIO

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Academic year: 2021

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Centro Universitário Hermínio

Ometto

UNIARARAS

FERNANDA AZEVEDO CORREA

AVALIAÇÃO DA POSTURA NATURAL

DA CABEÇA E DO CORPO EM

RELAÇÃO AO PADRÃO

MASTIGATÓRIO

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Livros Grátis

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Centro Universitário Hermínio

Ometto

UNIARARAS

FERNANDA AZEVEDO CORREA

CIRURGIÃ DENTISTA

AVALIAÇÃO DA POSTURA NATURAL

DA CABEÇA E DO CORPO EM

RELAÇÃO AO PADRÃO

MASTIGATÓRIO

Dissertação apresentada ao Centro Universitário Hermínio Ometto – UNIARARAS, para obtenção do Título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração em Ortodontia.

Orientadora: Prof. Dr. Paulo César Raveli Chiavini

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UNIRARAS

CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO OMETTO

FOLHA DE APROVAÇÃO

A dissertação intitulada: “AVALIAÇÃO DA POSTURA NATURAL DA

CABEÇA E DO CORPO EM RELAÇÃO AO PADRÃO MASTIGATÓRIO”, apresentada a

UNIARARAS – Centro Universitário Hermínio Ometto, para obtenção do grau de Mestre em Odontologia, área de concentração em Ortodontia em 20 de Novembro de 2006, à Comissão Examinadora abaixo nominada, foi aprovada após liberação pelo orientador.

_______________________________________________________________

Prof. Dr. Paulo César Raveli Chiavini - Presidente (Orientador)

_______________________________________________________________

Profª Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello - 1º Membro

_______________________________________________________________

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DEDICATÓRIA

À minha querida mãe Rita, meu exemplo de vida, dedicação e amor.

Ao meu maravilhoso pai Jairo, por todo carinho e a quem devo tudo que tenho.

À minha irmã Renata, por ser única e muito especial.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao meu avô Jairo Corrêa, exemplo de dedicação à Ortodontia, a quem tenho profunda admiração e sou eternamente grata.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelas oportunidades oferecidas, dentre elas, a de mais uma grande realização.

À magnífica Reitora do Centro Universitário Hermínio Ometto, Profa. Dra. Miriam de Magalhães Oliveira Levada.

Aos Professores Doutores Heloisa Cristina Valdrighi e Carlos Alberto Melanconi Tubel, por toda orientação, pela contribuição neste trabalho e na minha vida acadêmica.

À Profª Dra. Silvia Amélia Scudeler Vedovello, pela amizade, energia e por todos os ensinamentos.

Ao Prof. Dr. Paulo César Chiavini, pela orientação e suporte oferecido na conclusão deste trabalho.

Aos professores Júlio Vargas Neto, Ursula Alma Weigel Vargas, Adriana Simoni Lucato, Eloísa Marcantonio Boeck, Galdino Iague Neto e Alciara A. de Aguiar Young, por todos os ensinamentos, dedicação e por despertarem em mim a “vontade de lecionar”.

Aos colegas de turma, Maria Amélia, Márcia, João, Leandro, Gustavo, Rafael, Beleti, Fabio, Silvio, André, Maurício, Sabrina, Mara e Karina, pela amizade em todos os momentos, tornando este período do curso muito agradável.

Aos funcionários da Uniararas, pela atenção, simpatia e presteza.

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar as relações entre padrão mastigatório, postura de cabeça e postura corporal. Para isso, foram selecionadas 55 crianças, sendo 32 do gênero masculino e 23 do gênero feminino, com dentadura mista, na faixa etária de sete a 11 anos e sem tratamento ortodôntico prévio. A verificação do padrão mastigatório foi realizada através da mastigação de uma bolacha de chocolate durante 1 minuto. Em seguida, essas crianças foram submetidas a fotografias extrabucais em norma frontal. As fotos foram analisadas e os resultados sugerem que o padrão mastigatório pode alterar a postura natural de cabeça e postura corporal. Os pontos centrais da discussão são a constatação de que a postura da mandíbula e o padrão mastigatório interferem na postura corporal global e na posição da cabeça. Em alguns casos a relação inversa também pode ocorrer. As considerações apresentadas são imprescindíveis para auxiliar os profissionais envolvidos na obtenção de um bom diagnóstico e adequada orientação terapêutica. Com base em tudo que foi estudado e encontrado nos resultados desta pesquisa pode-se concluir que as alterações na postura da cabeça e do corpo independe do padrão mastigatório ser bilateral ou unilateral.

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ABSTRACT

This study had as objective to analyze the relationships between masticatory pattern, head posture and corporal posture. For that, 55 children were selected, being 32 of the masculine gender and 23 of the feminine, with mixed denture, in the age group of 7 to 11 years and without previous orthodontic treatment. The verification oh the masticatory pattern was observed during the realization in the mastication of a chocolate cookie during a minute. After that, these children were submitted to frontal extra-buccal pictures. These photos were analyzed and the results suggest that masticatory pattern can change the natural head posture and corporal posture. The main subjects of the discussion are the verification that the posture of the jaw and masticatory pattern interferes in the global corporal posture and position of the head. In some cases the inverse relationship can also happen. The presented considerations are indispensable to aid the professionals involved in the obtaining of a good diagnosis and appropriate therapeutic orientation. Based on the results of the research we can conclude that the alteration in the global corporal posture and position of the head does not depend of the masticatory pattern, bilateral or unilateral.

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SUMÁRIO

RESUMO PALAVRAS CHAVES ABSTRACT KEYS WORDS 1. INTRODUÇÃO 2. REVISÃO DA LITERATURA

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Centro Universitário Herm ínio O m etto de Araras

UNIARARAS

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1. INTRODUÇÃO

O padrão mastigatório, unilateral ou bilateral, tem influência direta sobre a postura da cabeça e do corpo. A disfunção do sistema estomatognático pode levar a alterações posturais. Uma alteração postural de cabeça acaba também desequilibrando a estética do indivíduo, tanto no repouso, pelo aspecto muscular, quanto nas funções que realiza. A oclusão dentária, a articulação têmporo-mandibular (ATM) e as funções da boca estabelecem um íntimo contato com a postura da cabeça e do corpo. A posição anormal da cabeça altera as relações biomecânicas, cervicais e crânio-mandibulares, influenciando no crescimento e na postura corporal do indivíduo.

No estudo realizado por PLANAS (1987), a posição de intercuspidação máxima ocorrerá numa dimensão vertical menor que a oclusão cêntrica, ocorrendo então a mordida cruzada com desvio postural mandibular, podendo ocorrer em sentido lateral, anterior ou composto.

O conceito de um mecanismo comum para a postura da cabeça e da mandíbula é compartilhado por OKESON (1992) e DOUGLAS (1994). Os autores explicaram que o centro gravitacional da cabeça é anterior à articulação occipito-atlóidea, tendendo a deslocar-se para frente e para baixo. Ou seja, o crânio não se localiza no centro da coluna cervical e seu equilíbrio é diretamente afetado pela movimentação da mandíbula. Não há equilíbrio entre os componentes esqueléticos, sendo necessária uma compensação muscular.

FARIAS et al. (2001) confirmaram que existe a influência da disfunção de ATM na postura e vice-versa, já que esta articulação possui uma íntima relação com a coluna cervical e, conseqüentemente, com toda coluna vertebral e com a postura do paciente.

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Na literatura encontramos um número crescente de trabalhos que apontam as interrelações entre funções estomatognáticas e postura de cabeça ou postura corporal global, esses importantes assuntos serão tratados através da discussão de trabalhos publicados nas áreas de odontologia, fonoaudiologia e fisioterapia procurando fornecer aos profissionais, mais um instrumento para alcançarem o equilíbrio dos pacientes.

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Centro Universitário Herm ínio O m etto de Araras

UNIARARAS

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Dentro da pesquisa realizada, podemos dividir a revisão da literatura em duas partes: padrão mastigatório e mastigação; e postura de cabeça e postura corporal.

2.1. PADRÃO MASTIGATÓRIO e MASTIGAÇÃO:

HILDEBRAND (1931) relatou que os dentes exercem influência, como regra, na escolha do lado de preferência mastigatória. O pesquisador afirma que o lado preferencial é determinado onde a maior parte dos dentes está em contato durante o movimento de lateralidade. O autor observa que casos onde a oclusão seja similar em ambos os lados, a mastigação realiza-se bilateralmente. A fotografia foi usada pela primeira vez em 1889 para estudar os problemas da mastigação. HILDEBRAND foi quem realizou o primeiro estudo cinematográfico de valor científico além de ser o primeiro pesquisador a usar técnicas radiográficas para o estudo do ciclo mastigatório no sentido vertical e horizontal.

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crianças com maloclusão apresentaram ciclos mais complexos (IV a VII). Durante a mastigação de goma de mascar o contato dental ocorreu em 95% dos ciclos mastigatórios (com uma variação individual entre 40% e 100% dos ciclos) enquanto que com a mastigação de cenoura o contato dental ocorreu em 84% dos ciclos, evidenciando a possibilidade de que os sistemas sensório-motores bucais estivessem entre os fatores determinantes do comportamento da função mastigatória. Não verificou associação entre os padrões dos ciclos mastigatórios registrados com o tipo de maloclusão.

KUTIN; HAWES (1969) demonstraram por meio de acompanhamento longitudinal, que o não tratamento precoce da mordida cruzada funcional na dentição decídua, levaria à mordida cruzada estrutural na dentição mista e permanente. A mordida cruzada estrutural ou verdadeira, como também o tratamento tardio, torna o tratamento mais complexo, possivelmente mais longo e freqüentemente com piores resultados que o tratamento precoce. Independente do relacionamento dental, outras estruturas são submetidas ao estresse e parafunção durante o período sem tratamento como, por exemplo, as articulações temporomandibulares.

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conforme a mastigação avança até a deglutição. De uma forma geral, o tamanho do envelope ou padrão do movimento mastigatório é metade do movimento bordejante mandibular, tanto no sentido vertical quanto no horizontal. O ângulo de aproximação durante o fechamento até a oclusão cêntrica relacionasse com a inclinação cuspídica, sendo os dentes os maiores responsáveis pela guia de movimento durante a fase de fechamento do ciclo mastigatório, porém exerce pouca influência no movimento de abertura. No sentido sagital, o movimento é mais posterior do que o fechamento máximo, porém com o avanço da mastigação vai se tornando mais anterior ou mesmo quase que vertical ou anterior ao fechamento máximo.

PLANAS (1977), descreveu a técnica de Pistas Diretas Planas realizadas com resina foto-polimerizável na dentição decídua, parte do arsenal terapêutico da filosofia da Reabilitação Neuro-Oclusal, desenvolvida pelo autor. Recomendou o tratamento das mordidas cruzadas o mais precocemente possível para evitar a alteração morfológica decorrente da função mastigatória patológica que atuava como estímulo paratípico deletério durante a fase de crescimento.

PLANAS (1980) analisou os movimentos de lateralidade mandibular, direito e esquerdo (movimento inverso que a mandíbula realiza durante a mastigação em sua fase de deslizamento dental) que promovem o aumento da dimensão vertical da face, ainda que infinitamente pequeno se comparado com a dimensão vertical da face na intercuspidação máxima. Observou que se o aumento da dimensão vertical fosse igual em ambos os lados (direito e esquerdo), a mastigação seria bilateral e alternada. Contudo, se o aumento da dimensão vertical fosse menor em um dos lados, isto levaria o indivíduo à mastigação preferencialmente unilateral. O ângulo desta trajetória oclusal determinada pelos guias laterais de oclusão em relação a um plano de referência horizontal (plano bipupilar) foi denominado por Planas de Ângulo Funcional Mastigatório Planas.

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significativas nas medidas dos espaços intra-articulares radiográficos entre o lado cruzado e não cruzado antes, mas não após o tratamento.

GIBBS et al. (1982) compararam o padrão mastigatório típico entre crianças e adultos. Vinte e sete crianças entre quatro e 16 anos, foram divididas em três grupos: com dentição decídua, mista e permanente. Foram incluídos também, 35 adultos entre 18 e 76 anos. Os registros foram realizados durante a mastigação orientada de queijo, passas, cenoura e amendoim. Os alimentos eram colocados pelos pesquisadores entre os dentes posteriores do lado direito e o sujeito era orientado a mastigar através de comando de voz. O mesmo protocolo foi seguido do lado esquerdo. Os resultados demonstraram que a mastigação em adultos e crianças, com oclusão normal caracteriza-se pelo contato dental, pausa na posição de intercuspidação máxima e amplos movimentos laterais. O padrão mastigatório em crianças com dentição decídua caracteriza-se por amplos movimentos laterais na abertura (maior que o de fechamento). Com o aumento da idade, o padrão se altera se caracterizando pela abertura medial e amplo movimento lateral de fechamento bucal. Segundo os autores, no adulto os dentes posteriores do lado de trabalho se relacionam numa posição posterior e lateral e, a partir do contato dental de deslizamento, são guiados para anterior e para medial até a posição de intercuspidação máxima no final do fechamento. Nas crianças, os dentes posteriores do lado de trabalho movem-se quase que diretamente para a intercuspidação com contatos de deslizamento menores que dos adultos. Em comparação ao tipo de alimento, os alimentos mais duros provocam excursões laterais mais amplas nos adultos e mais mediais (sagitais) nas crianças.

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maloclusão. Os padrões mastigatórios considerados normais (tipos I, II e III) foram mais numerosos no lado não cruzado. Em mastigação realizada de forma livre, quatro das 6 crianças mastigaram do lado não cruzado.

RAMFJORD; ASH (1984) concluíram que embora a mastigação possa ser realizada com movimentos unilaterais, ou mesmo não laterais (movimentos verticais), isto não se constitui em função ideal. Segundo os autores a oclusão adequada possibilita a mastigação bilateral, alternada e multidirecional. Quando isso ocorre, o alimento é distribuído homogeneamente sobre a superfície dos dentes tanto do lado direito quanto do lado esquerdo, com distribuição uniforme das forças mastigatórias nos tecidos de suporte dos dentes, o que facilita a estabilidade dos tecidos periodontais e da própria oclusão. Na mastigação bilateral alternada a atividade muscular é bilateralmente sincrônica.

CHRISTENSEN; RADUE (1985) compararam o lado de preferência mastigatória com o lado de preferência manual. Registraram o lado de colocação do bolo alimentar durante mastigação habitual de goma (registros de 15, 20 e 25 seg.) em quinze homens e dez mulheres, através de inspeções visuais. Em cada uma das três séries de observações, não houve nenhuma diferença significante entre lado direito e esquerdo, na colocação do bolo alimentar. Até três mastigações sucessivas em um único indivíduo, demonstrava que a preferência lateral na colocação do bolo alimentar acontecia apenas ao acaso. A informação dada pelo paciente sobre o lado predileto de mastigação pôde predizer com bastante confiabilidade o lado de preferência mastigatória observado não podendo, porém, ser relacionada como o lado de preferência do uso da mão. O uso predominante de um lado de preferência mastigatória direita ou esquerda era, segundo os autores, presumivelmente, uma expressão principalmente comportamental.

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relacionaram com alta prevalência de ruídos articulares em crianças e adolescentes. Concluíram haver associação estatisticamente significativa entre mordida cruzada e sinais e sintomas de disfunção temporomandibular e que esta associação se torna maior com o aumento gradativo da faixa etária.

GISEL (1988) estudou o desenvolvimento do lado de preferência mastigatória e sua relação com o lado preferencial de colocação do bolo alimentar (lado onde o alimento era colocado na boca) em crianças de dois a oito anos de idade. O estudo foi realizado considerando-se a preferência em se colocar o bolo alimentar à direita ou à esquerda da boca durante a realização dos ciclos mastigatórios iniciais. O lado de preferência foi correlacionado com o lado da mão dominante. Verificaram que as crianças normalmente sofrem uma transição ao colocar alimento sólido predominantemente do lado direito até dois anos de idade para então começar a colocar no lado esquerdo a partir dos quatro anos de idade. A predominância da preferência lateral esquerda persiste até pelo menos oito anos de idade para alimentos de texturas viscosas ou sólidas. Não houve correlação entre o lado preferencial de colocação do bolo alimentar, com o lado de preferência dominante da mão. A habilidade em alternar o alimento de um lado da boca para o outro foi verificada numa progressão gradativa com a idade.

Segundo MIYAUCHI et al. (1989), entre os fatores capazes de influenciar o movimento mastigatório, a oclusão é um dos mais importantes. Neste estudo, movimentos mastigatórios de sujeitos com mordida cruzada posterior foram registrados para analisar a relação entre padrão mastigatório e mordida cruzada posterior. Foram registrados movimentos mastigatórios de 22 sujeitos com mordida cruzada posterior e 5 com oclusão normal, com o

Sirognathograph Analysing System II. Os sujeitos mastigaram goma

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oclusão normal. No grupo com mordida cruzada posterior, foi registrada alta freqüência de ciclos mastigatórios com padrões específicos como: Côncavo, Contralateral I, Contralateral II e Inverso sendo que, do lado cruzado os tipos: Normal e Côncavo foram menos freqüentes e os tipos: Inverso, Contralateral I e II Contralateral II foram mais freqüentes, em comparação com a mastigação orientada, do lado não cruzado.

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de função adequada resulta em contração dos arcos, desgaste dental insuficiente e ausência do tipo de ajuste oclusal normalmente observado na maturação da dentição”. Abundante pesquisa atualmente prova que a função pode alterar o crescimento e também os relacionamentos oclusais. Em relação às características oclusais da fase final da dentição decídua e início da mista, considera a atrição fisiológica necessária para a remoção de ”interferências” cuspídicas que permitem a mandíbula, que nesta época cresce mais que a maxila, assumir uma posição mais anterior, topo-à-topo, com um definido degrau mesioterminal, com menos sobremordida dos anteriores permanentes e uma firme neutroclusão de primeiros molares permanentes. Considera a dentição decídua sem atrição dental, presença de relação em plano terminal reto entre segundos molares decíduos e a presença de sobressaliência dos dentes anteriores, ainda que leve nesta fase do desenvolvimento, desfavorável para o estabelecimento de uma oclusão permanente fisiológica.

OKESSON (1992) afirmou que somente com a irrupção dos primeiros molares decíduos é que o ciclo mastigatório torna-se mais estável e utiliza, de forma eficiente, o padrão de intercuspidação, propiciando à criança, a ingestão de uma dieta variada em consistências, semelhante a do adulto. Devemos considerar que a mandíbula realiza movimentos que ocorrem pela ação dos músculos inseridos na própria mandíbula, sendo eles, abaixamento ou abertura, lateralidade, elevação ou fechamento, além de protrusão e retrusão.

AKEEL et al. (1992) citaram que a mastigação é uma importante função estomatognática que depende de vias neurais e conexões simpáticas estabelecidas e comandadas pelo córtex cerebral. Assim, surge posteriormente à irrupção dos dentes e à maturação de todo arcabouço neuromuscular.

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deve ser identificada precocemente e após avaliação. Os casos mais indicados para o ajuste oclusal por coronoplastia são os de mordida cruzada unilateral, desvio de linha média e interferências oclusais na dentição decídua. Nos casos onde haja atresia maxilar significativa acompanhada de mordida cruzada bilateral, o tratamento unicamente por coronoplastia por desgaste seletivo pode não ser suficiente, indicando para estas situações um tratamento complementar como a expansão maxilar.

MARCHESAN (1993) afirmou que a mastigação é o ato de morder e triturar o alimento, a qual constitui um ato fisiológico e complexo, que envolve atividades neuromusculares e digestivas. O sistema mastigatório pode ser considerado como uma unidade funcional constituída pelos seguintes componentes: dentição, estruturas periodontais de suporte maxilar e mandibular, articulação temporomandibular (ATM), musculatura mastigatória e de lábios, bochechas e língua, tecidos moles que revestem essas estruturas, assim como a inervação e a vascularização que suprem esses componentes.

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posterior unilateral, mas manteve-se relativamente alta quando comparado ao grupo controle. Os resultados demonstraram que não basta a correção da mordida cruzada posterior unilateral, sendo necessário novos estudos para verificar quais os tratamentos complementares para a reabilitação funcional do paciente.

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em qual lado estava a goma e este segundo procedimento foi denominado de SLPM (situação do lado de preferência mastigatória).

Segundo FELÍCIO (1994), a mandíbula realiza movimentos que ocorrem pela ação dos músculos inseridos na própria mandíbula, tais movimentos são realizados pelos músculos elevadores da mandíbula (temporal, masseter e pterigóideo medial) e músculos abaixadores da mandíbula (pterigóideo lateral, supra-hióideos e infra-hióideos).

POIKELA et al. (1995) estudaram os efeitos da função mastigatória unilateral no crescimento crânio-facial em coelhos, após desgastes dos dentes superiores e inferiores de hemiarcos antagonistas até o nível gengival. Neste estudo o propósito principal foi investigar o efeito da função mastigatória alterada na forma e inclinação da superfície articular da fossa mandibular e no crescimento da mandíbula. Houve diferenças significativas na inclinação da eminência articular entre o grupo experimental e o grupo controle no qual não foi realizado desgaste algum. Diferenças dimensional e angular foram verificadas entre os lados direito e eesquerdo da mandíbula e maxila nos animais experimentais. Os autores concluíram que a função mastigatória unilateral foi o fator determinante do crescimento crânio-facial assimétrico. Além disso, a função ocasionou alteração na forma da fossa mandibular, especialmente no lado de não-trabalho, junto com função assimétrica.

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amígdalas; há também o respirador bucal vicioso, em que não há obstrução. Tal padrão pode ocasionar assimetrias faciais, alterações posturais e funcionais dos órgãos fonoarticulatórios. De acordo com MARQUESAN, enquanto as funções respiração, sucção e deglutição são inatas e controladas de forma reflexa, a mastigação é aprendida e depende de inúmeros fatores. O padrão mastigatório ideal, o bilateral alternado com movimentos mandibulares rotatórios, possibilita a distribuição da força mastigatória, intercalando períodos de repouso e trabalho da musculatura mastigatória e articulação. Por fim, com relação à fala, deve-se ressaltar que esta função é executada através de órgãos pertencentes a outros sistemas do organismo, predominantemente o respiratório e o digestivo, que, juntos, formam os órgãos articuladores. Desde o nascimento o bebê já começa a se preparar para a fala. Os movimentos orais propriamente ditos, que ele necessitará para a produção da fala, têm início por volta de seis meses. Ao nascer a criança apresenta micro e retrognatia, sua cavidade oral é pequena e a língua encontra-se protrusa e apoiada sobre as gengivas. A sucção é o exercício mais eficaz para melhor adequação dos órgãos fonoarticulatórios e desenvolvimento da linguagem oral. O esforço realizado pela musculatura perioral do recém-nascido é bem maior quando suga o seio materno do que a força para sugar o bico de uma mamadeira.

A hiperatividade dos músculos elevadores da mandíbula pode ser originada também por alterações posturais, tais como cabeça anteriorizada, ombros protrusos, coluna cervical retificada e assimetria de ombros (ZONNENBERG et al., 1996), que podem modificar a relação anatômica normal entre cabeça, pescoço e cintura escapular, afetando assim a postura da mandíbula e as demandas funcionais do sistema estomatognático.

Para o estudo da influência da postura sobre a atividade dos músculos mastigatórios, pode-se utilizar a eletromiografia, que por sua vez, não avalia as posições do corpo ou alterações posturais, mas a atividade de diferentes grupos musculares (FERRARIO et al., 1996).

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ato de deglutir, durante a fase oral da deglutição, sem que haja alterações de forma na cavidade oral, como desvios oclusais. Na deglutição adaptada, a atipia encontrada é conseqüência de outro problema existente, como alteração na arcada ou respiração oral. Dentre as alterações na forma de deglutir, pode-se citar, a interposição lingual, a prepode-sença de contração da musculatura periorbicular, a contração de mentalis e interposição do lábio inferior, dentre outras.

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ajustes dos ângulos funcionais mastigatórios Planas nos movimentos de lateralidade mandibular proporcionando mastigação bilateral.

POIKELA et al. (1997) continuaram seus estudos sobre os efeitos da função mastigatória unilateral no crescimento crânio-facial em coelhos após desgastes dos dentes superiores e inferiores de um hemiarco. Neste experimento, porém, depois de um período de mastigação unilateral de ração, os dentes dos coelhos não foram mais desgastados e após um período de tempo controlado, os dentes do lado oposto foram então desgastados para se verificar se ocorreria a reversão das alterações provocadas pela mastigação unilateral. Os resultados mostraram que o ramo da mandíbula estava mais alto, o processo condilar era maior sagitalmente, e os ângulos entre as bordas anteriores ou posteriores do processo condilar e borda inferior da mandíbula apresentaram-se menores nos animais que tiveram seus dentes desgastados, do que nos animais de controle. Havia ainda diferenças entre os lados direito e esquerdo do mesmo animal na maxila e mandíbula. A inclinação anterior das fossas mandibulares era mais íngreme, em ambos os lados nos grupos que tiveram seus dentes desgastados do que grupo controle. Concluíram que o crescimento, após alterações assimétricas na maxila, mandíbula e fossa mandibular, resultante de um período de função mastigatória unilateral em coelhos jovens, não pode ser retificado satisfatoriamente pela inversão do lado de mastigação, resultado da função assimétrica.

MOYERS; CARLSON (1998) salientaram que apesar da mastigação iniciar-se somente com a maturação neuromuscular, esta maturação ainda não está totalmente completa na fase da dentição decídua. É nesta fase que ocorre, também, o processo de transição da consistência alimentar líquida-pastosa para a consistência sólida. Assim, os primeiros movimentos mastigatórios são irregulares, não coordenados e mantém um padrão de abaixamento, protrusão, elevação e, no final, retrusão mandibular.

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dentais. Segundo a pesquisadora, uma das condições de estabilidade oclusal é mastigar dos dois lados, um de cada vez, e protruir durante a incisão. O equilíbrio endócrino, a dieta adequada e o exercício, isto é, o uso dinâmico correto preserva a forma e a função óssea. Os músculos são elementos locais responsáveis pelo crescimento crânio-facial e a forma final do osso resulta de suas funções sendo que a função mastigatória adequada com movimentos lateroprotrusivos contribui significativamente para o desenvolvimento do sistema mastigatório. Concluiu que se a mastigação for bilateral e alternada, o complexo maxilomandibular receberá estímulos para crescer e se desenvolver, mantendo a forma adequada para melhor desempenho das funções orais. Segundo a autora, a mastigação viciosa (unilateral) pode ser fator etiológico de maloclusão e recidiva de tratamentos ortodônticos e ortopédicos dos maxilares.

BRICOT (1999) citou que o sistema mastigatório é um elemento regulador ou perturbador do sistema postural, assim o desequilíbrio induzido por uma disfunção mastigatória pode levar a uma descompensação do sistema postural assim como o desequilíbrio do sistema postural altera o sistema mastigatório.

Segundo JUNQUEIRA (1999), aos dois anos de vida, aproximadamente, tanto a chupeta quanto a mamadeira devem ser evitadas, pois com essa idade a criança já apresenta sua dentição decídua praticamente completa, possuindo condições de se alimentar de forma semelhante ao adulto. Nessa fase, qualquer objeto que permanecer na boca da criança poderá alterar suas estruturas orais. Poderá atrapalhar o alinhamento dos dentes, causar flacidez da musculatura facial, impedir a correta movimentação da língua durante a fala e favorecer a presença de respiração oral, sendo que quanto maior a duração, freqüência e intensidade com que a criança utilize os hábitos orais (chupeta, dedo e mamadeira), maiores poderão ser essas alterações.

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forma eficaz de correção das alterações dentárias funcionais, em crianças na dentição decídua e início da dentição mista normalizando não só a oclusão dentária, como a postura mandibular, posição dos côndilos nas ATMs e a função mastigatória”. De acordo com GRIBEL, o tratamento muito precoce, antes dos seis anos de idade pode tirar proveito, tanto da quantidade, como da qualidade de crescimento, devido à plasticidade dos tecidos moles e duros, podendo atuar na prevenção, correção ou atenuação das alterações de forma e função do sistema estomatognático.

O propósito de YAMASHITA et al. (1999), foi rever a literatura referente ao padrão ideal de mastigação para a melhor performance mastigatória possível. Para os autores, o comportamento da mastigação humana é um dos comportamentos mais complexos controlado por geradores de padrões cerebrais centrais localizados no tronco encefálico sendo, contudo, influenciados pela morfologia dos dentes e da articulação temporomandibular. A porção mais importante do ciclo mastigatório foi considerada como sendo a fase entre o fechamento e a abertura, relativa a fase onde ocorre o contato de deslizamento dental. A capacidade máxima mastigatória acontecerá provavelmente quando o padrão de movimentos mastigatórios seguir a característica anatômica individual. Aparentemente o componente lateral do ciclo mastigatório parece aumentar quanto maior for a eficiência mastigatória requerida. Esta situação inclui a maior dureza, o tamanho, a posição do bolo alimentar e a eficiência dos golpes mastigatórios. O padrão mastigatório durante a realização de qualquer um dos ciclos é influenciado por todos estes fatores e por esse motivo os autores consideram que o padrão ideal de mastigação dificilmente seja determinado.

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diferenças entre os grupos na extensão dos movimentos durante a abertura e a protrusão. Contudo, os pacientes com mordida cruzada exibiram um desvio lateral significativo durante estes movimentos. Os movimentos excursivos laterais foram similares entre os dois grupos. As dimensões do espaço funcional livre foram similares entre os grupos, mas o desvio lateral encontrado na posição de oclusão cêntrica também foi verificado com significância estatística no grupo com mordida cruzada. Os pacientes com mordida cruzada também apresentaram uma prevalência significativa de deglutição atípica. Nenhuma diferença foi verificada nos ciclos mastigatórios, nos parâmetros estudados. Não encontraram relação entre lado de mordida cruzada e preferência mastigatória. Concluíram com o trabalho, que os pacientes portadores de mordida cruzada posterior unilateral apresentaram um desvio lateral para o lado cruzado durante a abertura e protrusão, que persistiu na posição de repouso mandibular.

Segundo SANTOS et al. (2000), os hábitos de sucção, seja sucção digital, mamadeira ou chupeta, são os mais passíveis de causar alterações no equilíbrio do sistema sensório motor oral. Entretanto, a presença de maus hábitos orais não garante a ocorrência de má oclusão dentária, já que existem mecanismos individuais de ajustes no desenvolvimento e mudanças de crescimento que podem permitir a evolução normal da oclusão. A deformidade vai depender também da freqüência, intensidade, duração, predisposição individual, idade, nutrição e saúde do paciente. Por isso, é possível encontrarmos indivíduos que chupam ou chuparam dedo, por exemplo, e que não tem respiração bucal ou alterações dentárias importantes e, também, podemos encontrar outros que nunca tiveram qualquer mau hábito oral e apresentaram distúrbios articulatórios na fala ou outras dificuldades.

PINHO et al. (2000) relataram as diversas relações entre atividade elétrica alterada dos músculos elevadores da mandíbula e a presença da disfunção temporomandibular (DTM).

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exclusivamente pelo lado cruzado. O tratamento deve então não apenas corrigir a mordida cruzada transversal, mas também reabilitar a função mastigatória bilateral alternada. O autor comenta que a fisiologia do órgão da mastigação é estabelecida pela relação de causa e efeito entre o tipo de mastigação e a situação da oclusão modifica-se constantemente durante os tratamentos ortodônticos. Salientou que para alcançar os objetivos do tratamento das mordidas cruzadas transversais, é necessário torque apropriado na região de molares permanentes para que possíveis interferências oclusais não alterem o equilíbrio dos ângulos funcionais mastigatórios Planas. Quando a função mastigatória é reabilitada através do ajuste adequado dos ângulos funcionais mastigatórios, aumenta-se a estabilidade do tratamento e diminuem-se as recidivas.

TINGEY et al. (2001) citaram que as mudanças da posição da cabeça e da coluna nos planos sagital e transversal influenciam a posição da mandíbula e são acompanhadas de modificação da atividade elétrica dos músculos responsáveis pela posição de repouso da mandíbula, podendo levar a alterações na mastigação, fala e até deglutição.

Segundo critério utilizado por FELÍCIO et al. (2002), a mastigação é classificada como unilateral predominante quando houver mais de 66% dos ciclos mastigatórios realizados em um único lado. Quando houver mais de 95% de ciclos mastigatórios realizados em um único lado, será classificada como unilateral crônica. Além destas classificações, o tipo mastigatório pode ser bilateral alternado, havendo nesses casos predominância de movimentos verticais e laterais da mandíbula, ou bilateral simultâneo quando esses movimentos forem apenas verticais.

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interferentes podem desviar a mandíbula para diversas posições (anterior, posterior, lateral ou ainda, combinados). Salienta a importância da mastigação bilateral alternada como fator para a homeostase do sistema, prevenindo o crescimento assimétrico das estruturas de suporte, hipertrofia muscular, sobrecarga de dentes e periodonto do lado de preferência mastigatória além de remodelamentos adaptativos da articulação temporomandibular. Mesmo havendo controvérsias sobre a associação de fatores oclusais com as DTMs, salienta que a maloclusão é aceita como um dos fatores etiológicos das DTMs, juntamente com fatores neuromusculares e psicogênicos.

MIZUMORI et al. (2003) avaliaram a influencia da textura do alimento na lateralidade do movimento mastigatório em 10 sujeitos saudáveis entre 24 e 28 anos de idade de ambos os sexos, sem sinais de DTM. A mastigação habitual de sete tipos de comida com diferentes texturas (goma de mascar, pasta de peixe cozida, amendoim, gelatina, picles de rabanete, pipoca e lula desidratada) durante 20 s. para cada alimento através de sistema de análise sirognatográfica (Sirognathograph Analyzing System III). Os dados foram analisados por um Programa de Análise de Movimento do Ponto Incisal desenvolvido por um dos pesquisadores. Os registros foram repetidos 3 vezes em intervalos de uma semana para diminuir uma influência da atenção ao experimento por parte dos sujeitos da pesquisa. Os ciclos mastigatórios registrados foram verificados um a um para determinação do lado da mastigação. Quando não foi possível a determinação do lado de mastigação, os ciclos foram descartados. A lateralidade mastigatória foi verificada através de um índice de lateralidade [IL: (n°. de golpes do lado direito - n°. de golpes do lado esquerdo)/(n°. total de golpes). Médias dos va lores dos três registros realizados foram calculados. Diferenças significativas foram verificadas entre os alimentos mais duros e os mais moles quando observados os valores absolutos da médias do IL. Os alimentos mais duros provocam maior lateralidade mandibular e aparentemente são mais indicados para exames de lateralidade mastigatória.

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músculos masseteres, comparada à inspeção visual durante mastigação habitual de cenoura e parafilme, em 29 indivíduos na faixa etária entre 18 e 25 anos. Consideraram a presença de um lado de preferência mastigatória (LPM) quando os valores de amplitude de contração muscular, obtidos em RMS (Root Mean Square), tivessem uma diferença de pelo menos 20% entre os músculos masseteres direito e esquerdo. Consideraram a presença do LPM, quando a mastigação ocorria com uma freqüência de ciclos mastigatórios, pelo menos 30% maior por um dos lados, após o registro de 20 ciclos mastigatórios consecutivos. Do total da amostra, 82,8% (24/29) e 72,4% (21/29) apresentaram um lado de preferência mastigatória durante a mastigação de cenoura e parafilme A concordância entre a eletromiografia e a inspeção visual foi verificada em 83% das observações.

Segundo CATTONI (2004), o músculo pterigóideo lateral é considerado o principal músculo abaixador da mandíbula e seu feixe superior estabiliza o movimento de fechamento da boca; já o feixe inferior age na abertura da boca, ao tracionar o côndilo.

NISSAN et al. (2004) realizaram uma pesquisa para avaliar o lado inicial da mastigação. Observaram os movimentos mandibulares no primeiro ciclo mastigatório, em que a mandíbula deve estar lateralizada para o lado inicial e os dentes deste mesmo lado em oclusão. Foi utilizada a palpação, com um leve toque nos músculos masseteres, percebendo qual o lado de maior contração muscular. O teste foi repetido 4 vezes. Constataram que o lado sugestivo de preferência mastigatória é aquele que coincidiu por 3 vezes no teste.

BERRETIN - FÉLIX et al. (2004) afirmaram que na presença de mordida cruzada posterior unilateral, a dimensão vertical pode apresentar-se menor do lado cruzado, facilitando a mastigação desse lado, com assimetrias musculares decorrentes do maior trabalho do lado de preferência mastigatória.

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temporomandibular. O equilíbrio do corpo bem como os movimentos da cabeça são originados pelo posicionamento do crânio sobre a região cervical determinando assim a postura do indivíduo. Estando a articulação temporomandibular (ATM) diretamente relacionada com a região cervical e escapular através de um sistema neuromuscular comum, alterações posturais da coluna cervical podem acarretar em distúrbios na ATM e vice-versa. O número crescente de pacientes com disfunção da articulação temporomandibular (DTM) que apresentavam alterações posturais levou ao desenvolvimento de estudos que procuram demonstrar suas relações. Os autores salientaram a necessidade de uma equipe multidisciplinar, formada pelo médico ortopedista, o cirurgião dentista e o fisioterapeuta, para realizarem juntos o diagnóstico e o tratamento de tais alterações.

COSTA et al. (2005) estudaram a relação da oclusão dentária com a postura de cabeça e coluna cervical em crianças respiradoras bucais. Foram avaliadas 177 crianças do Centro de Referência do Respirador Bucal da Universidade Federal de São Paulo, com faixa etária entre cinco e 12 anos, sendo 95 do sexo masculino e 82 do feminino. Todas as crianças foram submetidas à avaliação otorrinolaringológica, alergo-imunológica, ortodôntica e fsioterápica. Em todos os tipos de má oclusão no plano sagital, a postura protrusa de cabeça foi predominante, independentemente da faixa etária e do sexo. A coluna cervical apresentou curvatura normal, retificada ou com hiperlordose, nos pacientes portadores de má oclusão classe I e II. Naqueles com á oclusão classe III, a coluna cervical mostrou-se com curvatura normal ou retificada. Os autores concluíram que a posição de protrusão da cabeça é predominante no respirador bucal, sem depender do tipo de má oclusão dentária no plano sagital, faixa etária e gênero.

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2.2. POSTURA DE CABEÇA e POSTURA CORPORAL:

ROCABADO et al. (1983), conhecido e respeitado fisioterapeuta chileno, afirma que 80%, isto é, 4 entre 5 pacientes com dores oro-crânio-cervicais apresentam alteração da curvatura fisiológica, ou seja, alteração da lordose cervical. Algumas crianças nunca chegaram a apresentar esta curvatura fisiológica. O fisioterapeuta assim descreveu as alterações:

-quando a cabeça está rodada para um lado, a oclusão é mais forte para o lado da rotação;

-quando a cabeça está estendida, inclinada para trás, os contatos oclusais estão posteriorizados;

-quando a cabeça está fletida, inclinada para frente, os contatos oclusais estão anteriorizados.

Descreveu também a relação entre postura e má oclusão através da teoria do paralelismo entre quatro planos, segundo a qual a orientação da cabeça depende de um plano vertical e três planos horizontais (linha bipupilar, plano vertical, plano oclusal). Quando qualquer um dos planos horizontais se desvia de sua posição, ocorrem alterações posturais na tentativa de realinhá-los. Essa tendência ao realinhamento dos planos horizontais é tão forte que pode levar a alterações oclusais e assimetrias faciais. ROCABADO (1983) propõe que a terapia com pacientes portadores de alterações oclusais deva restabelecer a mobilidade da coluna, alongando e fortalecendo seletivamente a musculatura corporal e ensinando ao paciente os mecanismos de seu próprio corpo. O terapeuta deve ajudar o paciente a abandonar hábitos orais ou respiratórios inadequados e deve trabalhar com a coordenação e fortalecimento dos músculos mastigatórios e de língua.

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Fig. 1 – Postura Ideal em pé Fig. 2 - Postura compensatória ao deslocamento anterior da cabeça

SHOUCHARD (1986) relatou que na área somática muitas compensações visam respeitar as extremidades (membros e cabeça) e acabam refletindo-se no centro (diafragma e região lombar). As regiões mais atingidas pelo comportamento compensatório são as chamadas “zonas de dobradiça”:

a) região occipto-atlas-odontóidea, que permite a semi-dependência da cabeça;

b) articulação lombo-sacro-ilíaca, responsável pela mobilidade do sacro.

Na área muscular, a dor de origem mecânica é indissociável da mobilidade. Um músculo que trabalha em más condições e o aparelho osteo-articular a ele relacionado pode, para impedir a dor, imobilizar-se, acarretando automaticamente desvio e hipercompensação. Na explicação do autor, cada vez que um músculo se encurta, ele aproxima suas extremidades e conseqüentemente os ossos nos quais ele se insere, desorganizando outros músculos que tenham origem ou inserção nestes ossos e assim sucessivamente.

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postura padrão como sendo a postura que envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga e que conduz a uma eficiência máxima no uso do corpo.

Em relação ao sistema estomatognático, o trabalho realizado por SABOYA (1987) merece destaque por ter sido o primeiro a considerar que a interferência direta sobre as alterações posturais teria reflexos nos resultados obtidos na área da motricidade oral. Após realizar estudos ontogenéticos e filogenéticos e associá-los a observações clínicas, a autora faz as seguintes considerações: A falta de harmonia e flexibilidade da língua e mandíbula está quase sempre relacionada a alterações semelhantes em cabeça e pescoço. Simultaneamente, a falta de flexibilidade em cabeça e pescoço está associada à desarmonia estática ou dinâmica do eixo corporal. No estudo da filogênese dos vertebrados, destaca que a liberação da movimentação da cabeça vai ocorrendo proporcionalmente a verticalização do eixo e que a movimentação de mandíbula, lábios e língua só aparece posteriormente à liberação da cabeça. Já na ontogênese, chama a atenção para o aparecimento precoce do eixo e sua crescente flexibilidade. As curvas do eixo ao nascimento são duas: a toráxica e a sacral. As duas curvas secundárias tem aparecimento pós-natal e coincidem com outras aquisições importantes. Assim, a curvatura cervical forma-se quando a criança já suporta a cabeça e pode girá-la e a curvatura lombar forma-se e acentuasse com a postura ereta (14 a 18 meses). É nessa fase, da formação da curvatura lombar, que ocorrem:

- o amadurecimento do padrão de deglutição; - o início dos movimentos circulares na mastigação; - a erupção dos molares e a oclusão mandíbula/maxila; - o aumento da cavidade oral;

- as primeiras palavras;

- movimentos de cabeça dissociados de outros movimentos corporais;

- maior independência filho/mãe.

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apresentam também desarmonias do eixo corporal. A autora observou que a falta de harmonia e flexibilidade da língua e da mandíbula estão quase sempre relacionadas a alterações semelhantes em cabeça e pescoço, e que estas por sua vez são simultâneas à desarmonia estática ou dinâmica do eixo. No trabalho com deglutição atípica, SABOYA relatou resultados mais rápidos e efetivos quando é realizado trabalho paralelo com a postura corporal e com uma melhor dissociação dos movimentos da cabeça, pescoço, ombros e coluna vertebral.

ARAGÃO (1988) afirmou que a respiração bucal provoca uma protrusão da cabeça para a manutenção da via respiratória, com conseqüentes compensações em todos os outros segmentos do corpo, A criança respiradora bucal, para conseguir respirar melhor, flete o pescoço, retificando o trajeto das vias respiratórias e fazendo o ar chegar mais rápido da boca aos pulmões. Ao fletir o pescoço para frente, as omoplatas se elevam e a região anterior do tórax fica deprimida, tornando a respiração mais rápida e curta, com pequena ação do diafragma. O relaxamento deste músculo e do músculo reto-abdominal, associados a uma ingestão de ar constante, leva a criança respiradora bucal a ter uma “barriguinha”. Essas alterações musculares fazem com que o corpo tenda a ir para frente e para baixo, provocando novas compensações na postura de braços e pernas.

OKESSON (1988) afirmou que o funcionamento da cabeça, pescoço e maxilares se dão de forma combinada, estando o posicionamento da coluna cervical diretamente relacionado com o posicionamento do côndilo da mandíbula dentro da cavidade glenóide. Para o autor, uma das possíveis causas das DTM são os microtraumas, que tem origem em cargas adversas atuantes no sistema mastigatório através da falta de equilíbrio postural. O autor sugeriu que uma postura de cabeça protrusa ou inclinada (posição de escorar o telefone) pode criar esforços musculares e articulares.

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prolongada da coluna. Para o autor, o mecanismo postural que atua na coluna vertebral e na cabeça é também parcialmente responsável pela postura mandibular, cuja principal função é a manutenção da via aérea, através de duas situações básicas:

1) posicionamento da mandíbula antero-posteriormente no repouso, permitindo a manutenção de um diâmetro uniforme da via aérea,

2) permitir relação estável entre a língua e a parede posterior da faringe.

ARAGÃO (1991) comprovou que alterações posturais levam a alterações oclusais e vice-versa. O pesquisador utilizou terapia com aparelho de ortopedia funcional dos maxilares (Aragão ‘s Function Regulator) em cinco pacientes que apresentavam oclusão classe II, divisão 1 de Angle e mordida aberta e obteve, além de modificações do sistema estomatognático e redirecionamento do crescimento ósseo, alteração na postura corporal como um todo (diminuição da curvatura das costas e da proeminência do abdômen). Esses resultados sugerem ser possível melhorar a postura corporal global através de correções ortopédicas dos maxilares e da reorganização funcional.

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Fig. 3: Músculos mais importantes para manutenção do equilíbrio da cabeça / Sistema muscular.

ENLOW (1993) citou mudanças na postura do respirador bucal, como: abaixamento da mandíbula, posicionamento da língua para baixo e para frente e alongamento da cabeça para trás. Em decorrência dessas modificações haveria uma alteração de toda a postura corporal.

MARCHESAN (1993) analisou a rotação da cabeça para o lado e sua implicação na função muscular: se o indivíduo desvia o pescoço para o lado direito, esse lado tem sua musculatura encurtada, enquanto o lado oposto tem sua musculatura estirada. A língua pode ocupar mais um lado da boca do que outro e dificultar o fechamento de uma possível mordida aberta posterior. Pode haver dor na palpação do esternocleidomastóideo.

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primeiro caso, haverá uma inibição do crescimento da mandíbula e um maior estímulo do crescimento anterior da maxila, o que pode provocar uma oclusão tipo Classe II de Angle e/ou causar ceceio lateral. O segundo caso estimula a projeção mandibular. É comum que a língua esteja anteriorizada e interposta entre os arcos dentários, o que pode levar a uma mordida aberta anterior.

DOUGLAS (1994) descreveu a atuação dos grupos musculares da nuca como compensadores dos desequilíbrios causados por movimentos de abertura e fechamento da mandíbula, presentes em todas as funções estomatognáticas. Na abertura da boca, o osso hióide se torna o ponto fixo e os músculos hióideos se contraem, abaixando a mandíbula. Na deglutição, a mandíbula está alta e a boca fechada, constituindo-se no ponto de apoio, os suprahióideos se contraem e puxam o hióide e a laringe para cima. Os músculos da nuca, tanto na mastigação como na deglutição, devem compensar as modificações anteriores da cabeça, evitando variações posturais da mesma.

MARCHESAN; KRAKAUER (1995) encontraram um predomínio de crescimento vertical, tendo como características: palato inclinado, dimensões faciais estreitas, hipodesenvolvimento dos maxilares, classe II de Angle, over jet, mordida cruzada ou aberta e protrusão dos incisivos superiores. Essas autoras apontam, também, a existência freqüente de assimetrias faciais, especialmente em bucinadores, e alterações das funções orais (mastigação, deglutição, sucção). A respiração bucal é apontada como responsável por alterações posturais, e estas, por sua vez, podem causar alterações no crescimento craniofacial e alterações oclusais.

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FERRARIO et al. (1996) constataram que o estudo da influência da postura sobre a atividade dos músculos mastigatórios pode-se utilizar a eletromiografia, que por sua vez, não avalia as posições do corpo ou alterações posturais, mas a atividade de diferentes grupos musculares. O controle postural requer um sistema neuromuscular complexo com vários trajetos aferentes de proprioceptores de músculos, articulações e exteroceptores da pele, receptores visuais e vestibulares.

PALAZZI et al. (1996) afirmaram que a manutenção da postura é assumida pelo vestíbulo, que além de servir como um dos mais importantes órgãos do equilíbrio, é o centro receptor responsável pela detecção da posição da cabeça e suas mudanças no espaço.

CAILLIET (1997) descreveu as conseqüências de uma má postura, por exemplo, com a cabeça anteriorizada. Quando a cabeça está deslocada para frente, seu peso relativo torna-se maior e o pescoço assume posição com lordose mais acentuada. Os forames intervertebrais se estreitam, colocando pressão sobre as raízes dos nervos cervicais. Os ombros rodam para frente e para baixo, causando carga excessiva sobre a musculatura escapular. Apoiado em pesquisas que apontam a incidência de 70% de pacientes com má oclusão e postura anteriorizada de cabeça, ele conclui que se há um componente postural na oclusão, este também atua nas doenças que envolvem ATM e dor facial. CAILLIET citou que a avaliação da coluna cervical é sempre necessária nas queixas de dor facial, sendo verdade que as alterações posturais causam alterações da ATM, e que o inverso também pode ocorrer.

FARAH; TANAKA (1997) salientaram que as alterações posturais do respirador bucal podem levar a deformidades toráxicas, com elevação das últimas costelas pelo encurtamento do músculo diafragma. Podendo ocorrer ansiedade respiratória, com utilização dos músculos acessórios da respiração.

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condições respiratórias e oclusais, para certificar-se das possibilidades de um correto posicionamento lingual. E em seguida, observar a posição da cabeça, pois qualquer desvio desta implicará em alterações na postura da língua.

CAILLIET (1997) relatou que as condições ocupacionais podem ser responsáveis por diversos tipos de alterações, não esquecendo, também, as causas de origem congênita e/ou genética. As vias nervosas envolvidas na manutenção da postura são numerosas e têm seus componentes básicos localizados no mesencéfalo, ponte e bulbo. Estes centros, assim como o labirinto, recebem impulsos periféricos da pele, músculos, articulações e ligamentos. Toda a programação postural tem início em um planejamento motor subcortical, que é transmitido aos núcleos da base e ao cerebelo e depois sucessivamente ao tálamo, ao córtex motor pré-central, ao mesencéfalo, à ponte, ao bulbo, à medula e finalmente aos músculos extrafusais. Já na medula, o grau, a rapidez e a duração de um determinado impulso são influenciados por fibras intrafusais alfa e gama. Impulsos sensitivos coordenam todas as ações e, reflexos de correção postural, também são transmitidos para o mesencéfalo, ponte e bulbo. A complexidade de tal sistema nos sugere o quanto é difícil o tratamento de problemas posturais. Exercícios para melhorar a postura e diminuir a anteriorização de cabeça são propostos um em programa que inclui exercícios ativos e passivos para propiciar maior flexibilidade, força e resistência aos músculos do pescoço. CAILLIET prescreveu também exercícios para o treino proprioceptivo da postura ereta, como a colocação de um objeto pesado sobre a cabeça. Observou, no entanto, que estes exercícios só tem valor se associados ao envolvimento da postura adequada nas atividades da vida diária e nas atividades ocupacionais.

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determinar se a causa foi um encurtamento ou um alongamento muscular, pois em longo prazo não há mais diferença com relação ao efeito provocado.

WIJER (1998) pesquisou detalhadamente as inter-relações entre ATM e disfunções da região cervical (DRC). O trabalho foi publicado no Brasil em 1997 e trouxe uma ampla revisão bibliográfica sobre o assunto, da qual destacaram-se alguns pontos:

- indivíduos com DTM se queixam de dor no pescoço com maior freqüência que grupos controles;

- indivíduos com DRC podem apresentar sinais e sintomas de DTM;

- uma região cervical disfuncional pode ser fonte de dor na região da cabeça;

- a posição anterior da cabeça e ombros arredondados tem sido relacionada com o aparecimento e/ou manutenção das DTM, mas ainda não há consenso na literatura sobre o papel exato da postura nessas desordens;

- aparelhos interocluais podem afetar a posição da cabeça.

Como resultados práticos de suas pesquisas, WIJER sugeriu que para o diagnóstico diferencial entre DTM e DRC é útil o emprego de questionário a ser respondido previamente pelo paciente. Observa, também, que indivíduos com DRC não apresentam mais queixas ou sinais de DTM se comparados à população adulta holandesa. Isto implica na afirmação de que DRC não causa por si só alterações da articulação temporomandibular,

MICHELOTTI et al. (1999) afirmaram que existem evidências de conexões anatomofuncionais que sustentam a hipótese da correlação entre o sistema estomatognático e o sistema de regulação postural.

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TINGEY et al. (2001) estudaram que as mudanças da posição da cabeça e da coluna nos planos sagital e transversal influenciam a posição da mandíbula e são acompanhadas de modificação da atividade elétrica dos músculos responsáveis pela posição de repouso da mandíbula, podendo levar a alterações na mastigação, fala e até deglutição.

UEDA et al. (2002) observaram a compensação postural da cabeça durante a mastigação numa avaliação direta e na análise da filmagem. Pode-se encontrar a cabeça em posição centralizada, mantendo o plano oclusal paralelo ao solo com a cabeça estática, ou ocorrer a inclinação da cabeça para um dos lados ou ainda pode realizar movimentos diversos como se estivesse “ajudando” a mastigação.

GHESSA et al. (2002) citaram que nos músculos da mastigação, sobretudo no músculo temporal e no músculo masseter, estão presentes numerosos receptores responsáveis pela condução de informações para áreas centrais que interferem na postura.

FERREIRA (2005) citou que avaliação postural é um método amplamente utilizado na fisioterapia para compreensão do alinhamento dos segmentos corporais e influencia diretamente na conduta terapêutica. A finalidade do alinhamento corporal é manter o corpo equilibrado, ou seja, projetar o centro de gravidade na base de sustentação, administrando assim, a força gravitacional.

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Centro Universitário Herm ínio O m etto de Araras

UNIARARAS

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3. PROPOSIÇÃO

A proposta da presente pesquisa foi avaliar a influência do padrão mastigatório na postura natural da cabeça e na postura do corpo, e analisar:

• Se existem alterações na postura da cabeça nos pacientes portadores de mastigação unilateral;

• Se existe alteração postural do corpo nos pacientes portadores de mastigação unilateral;

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UNIARARAS

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4. MATERIAL E MÉTODO

4.1. SELEÇÃO DA AMOSTRA:

Este presente estudo seguiu as normas do Conselho Nacional de Saúde/MS, n. 196/1996, com número de protocolo 05/052, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIARARAS.

Na amostra para a realização deste estudo foram avaliadas 55 indivóduos, sendo 23 do gênero feminino e 32 do gênero masculino, com idade entre sete e 11 anos, na fase da dentadura mista e em bom estado geral de saúde. A pesquisa foi feita com indivíduos que procuraram tratamento ortodôntico na clínica de Ortodontia Preventiva da Faculdade de Odontologia da Universidade Metropolitana de Santos, conforme consentimento obtido da chefia do Departamento Ortodôntico. Todos os responsáveis pelas crianças assinaram um termo de consentimento. (Anexo 1).

Os critérios para inclusão da amostra foram:

• Indivíduos com maloclusão classe I, II ou III;

• Indivíduos com padrão facial meso, braqui ou dolicofacial;

• Indivíduos sem deformidades crânio-faciais, síndromes ou fissuras;

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Os critérios para exclusão da amostra foram os seguintes:

• Indivíduos em fase de dentição decídua e permanente;

• Indivíduos portadores de deformidades crânio-faciais, síndromes ou fissuras.

4.2. METODOLOGIA:

O teste para avaliação do padrão mastigatório foi realizado individualmente, com o indivíduo sentado confortavelmente, por meio da mastigação propriamente dita. Foi dada à criança uma bolacha, da marca “Bono”, sabor chocolate, para mastigar durante um minuto. Nesse tempo, um único examinador fez a observação do tipo de padrão mastigatório encontrado (mastigação bilateral, unilateral direita ou unilateral esquerda). Este procedimento foi repetido num intervalo de 30 dias, aproximadamente, para confirmação dos resultados. Os resultados foram anotados em uma ficha de coleta de dados. (Anexo 2).

Após a avaliação do padrão mastigatório foram feitas fotografias extrabucais frontais, de cabeça e de corpo para correlacioná-los (Figuras 4, 5, 6 e 7). As fotografias foram realizadas com uma câmera digital Sony Cyber-shot (DSC-F717) e a padronização dos indivíduos seguiu os seguintes critérios:

• Indivíduo em pé e em posição natural;

• Distância de 3 metros entre o indivíduo e a câmera digital;

• Tomadas por um único operador.

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Fig. 4 – Foto frontal da posição do corpo

Fig. 5 – Foto frontal da posição de cabeça

Indivíduo 1: - 9 anos

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Indivíduo 2: - 11 anos - Mastigação bilateral

Fig. 6 – Foto frontal da posição do corpo

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UNIARARAS

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5. RESULTADOS

Após a pesquisa com as 55 crianças, foi constatado que 40 possuíam mastigação bilateral e 15 possuíam mastigação unilateral, sendo 9 do lado direito e 6 do lado esquerdo. Nas duas observações, feitas com intervalo de aproximadamente um mês, as crianças obtiveram o mesmo padrão mastigatório. Os indivíduos que mastigaram unilateralmente apresentaram mordida cruzada posterior do mesmo lado da mastigação.

Na amostra estudada 40 (72,7%) crianças apresentaram mastigação bilateral e 15 (27,3%) com mastigação unilateral e foi encontrada diferença estatisticamente entre essas freqüências (p < 0,001) mostrando que nessa amostra houve predomínio de indivíduos com mastigação bilateral.

Padrão Mastigatório Variáveis Bilateral (n = 40) Unilateral (n = 15) Postura do Corpo – n (%) Não alterada 20 (50,0) 8 (53,3) Alterada (Dir ou Esq) 20 (50,0) 7 (46,7)

Comparação p = 0,826

Postura da Cabeça – n (%)

Não alterada 14 (35,0) 6 (40,0) Alterada (Dir ou Esq) 26 (65,0) 9 (60,0)

Comparação p = 0,731

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Não foi encontrada associação estatisticamente significante entre o padrão mastigatório e a postura do corpo (p = 0,826) e postura da cabeça (p = 0,731).

Pode-se concluir que a proporção de indivíduos com alteração de postura do corpo e da cabeça independe do padrão mastigatório ser bilateral ou unilateral.

Quanto à presença de posturas alteradas (lado direito ou esquerdo), tivemos:

• na amostra com padrão mastigatório bilateral não foi encontrada presença significante de alteração na postura do corpo (p = 1,000) e da cabeça (p = 0,058);

• na amostra com padrão mastigatório unilateral não foi encontrada presença significante de alteração na postura do corpo (p = 0,796) e da cabeça (p = 0,439). 53% 50% 50% 47% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Mastigação Bilateral Mastigação Unilateral

P o rc e n ta g e m d e p a c ie n te s

Postura Horizontal Postura Alterada

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40% 35% 60% 65% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Mastigação Bilateral Mastigação Unilateral

P o rc e n ta g e m d e p a c ie n te s

Postura Horizontal Postura Alterada

p = 0,731

Postura do Corpo Postura da Cabeça Alterada

(D ou E)

Não alterada

Total

Mastigação Bilateral – n

(%)

Alterada (Dir ou Esq) 18 ( 45,0) 8 ( 20,0) 26 ( 65,0) Não alterada 2 ( 5,0) 12 ( 30,0) 14 ( 35,0) Total 20 ( 50,0) 20 ( 50,0) 40 (100,0) Comparação kappa = 0,50 p = 0,001 *

Mastigação Unilateral – n

(%)

Alterada (Dir ou Esq) 3 ( 20,0) 6 ( 40,0) 9 ( 60,0) Não alterada 4 ( 26,7) 2 ( 13,3) 6 ( 40,0) Total 7 ( 46,7) 8 ( 53,3) 15 (100,0) Comparação kappa = 0,32 p = 0,205

Referências

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