Profa. Dra. Aline A. Bolzan VCI/FMVZ/USP
OLHO SECO ou
CERATOCONJUNTIVITE SECA
Porção lipídica (externa)
glândulas de Meibômio (tarsais) Porção aquosa (média)
glândulas lacrimal e superficial da TP Porção mucosa (interna)
células caliciformes conjuntivais
FILME LACRIMAL PRÉ-CORNEANO
Deficiência quantitativa
redução ou ausência da porção aquosa Deficiência qualitativa
redução ou ausência das porções lipídica ou mucosa
Deficiência distributiva
lagoftalmia, buftalmia, paralisia palpebral, alterações anatômicas palpebrais ou ciliares
CERATOCONJUNTIVITE SECA
DEFICIÊNCIA QUANTITATIVA
Inflamação / destruição das glândulas lacrimaisDiminuição da porção aquosa
Manifestações oftálmicas
Teste da lágrima de Schirmer
CAUSAS
− Idiopática imunomediada (maioria dos casos) − Neurogênica nervos V e VII
− Protrusão da glândula lacrimal TP
− Iatrogênica exérese da glândula lacrimal TP Fármacos anestésicos, atropina, sulfas − Doença sistêmica cinomose, endocrinopatias − Predisposição racial braquicefálicos, Cocker
SINAIS CLÍNICOS
relacionados ao tempo e à gravidade Iniciais:
− Hiperemia conjuntival
− Secreção mucoide ou mucopurulenta intermitente
CERATOCONJUNTIVITE SECA
Com a progressão da doença: − Hiperemia conjuntival
− Secreção mucoide ou mucopurulenta constante
− Opacificação, vascularização e pigmentação da córnea, com ou sem ulceração
− Dor / blefarospasmo
CERATOCONJUNTIVITE SECA
DIAGNÓSTICO
– Sinais clínicos oculares e sistêmicos
– Teste da lágrima de Schirmer / fenol vermelho – Tempo de quebra da lágrima
– Corantes rosa Bengala e verde de Lissamina muco, células desvitalizadas e defeitos
epiteliais discretos em córnea / conjuntiva – Corante fluoresceína
CERATOCONJUNTIVITE SECA
TRATAMENTO CLÍNICO − Lacrimoestimulantes − Lacrimomiméticos − Mucolíticos − Anti-inflamatórios − Antibióticos− Ácidos graxos sistêmicos − Acupuntura
CERATOCONJUNTIVITE SECA
tópicos
Lacrimoestimulantes (imunomoduladores) – Ciclosporina tópica 0,5 a 2%, SID-TID
pomada ou colírio manipulados pomada 0,2% (Optimmune®)
– Tacrolimus 0,02-0,03%, BID-TID
CERATOCONJUNTIVITE SECA
Lacrimomiméticos (substitutos da lágrima) – Colírios, géis e pomadas
hialuronato de sódio metilcelulose dextran álcool polivinílico polivinilpirrolidona (povidona) sulfato de condroitina
CERATOCONJUNTIVITE SECA
Mucolíticos
− Acetilcisteína 5%, BID-QID
Anti-inflamatórios (se não houver úlcera) − Dexametasona 0,1%, BID-QID
Antibióticos (suspeita de infecção bacteriana) − Cloranfenicol, tobramicina, quinolonas, TID-QID
CERATOCONJUNTIVITE SECA
TRATAMENTO CIRÚRGICO
− Oclusão de pontos ou canalículos lacrimais − Transplante de glândulas salivares − Transposição do ducto parotídeo − Tarsorrafia parcial
CERATOCONJUNTIVITE SECA
UVEÍTE
UVEÍTE
inflamação da úvea
Reação primária ou secundária
Linfonodo acessório
LOCALIZAÇÃO
– Anterior
Íris e corpo ciliar iridociclite
– Posterior
Coroide coroidite
– Panuveíte
Íris, corpo ciliar e coroide
UVEÍTE - CLASSIFICAÇÃO
CORPO CILIAR ESCLERA ÍRIS RETINA CÓRNEA COROIDE ETIOLOGIA – Infecciosa – Imunomediada – Traumática – Neoplásica – Idiopática
UVEÍTE - CLASSIFICAÇÃO
TIPO DE INFLAMAÇÃO relação com o agente etiológico – Não supurativa / – Supurativa – Não granulomatosa – Granulomatosa
UVEÍTE - CLASSIFICAÇÃO
TEMPO DE EVOLUÇÃO – Aguda – Crônica – Crônica recorrenteUVEÍTE - CLASSIFICAÇÃO
LESÕES - danos teciduais:
Desestabilização das barreiras sangue-olho
– Sangue-humor aquoso
– Sangue-retina
Liberação de mediadores químicos
INFLAMAÇÃO OCULAR
Aumento da permeabilidade vascular
fibrina, leucócitos e hemácias na câmara anterior hipópio / hifema
Aumento da concentração de proteínas turbidez (flare)
Edema e infiltrados celulares na íris Adesão de células inflamatórias à córnea
precipitados ceráticos
INFLAMAÇÃO OCULAR
SINAIS CLÍNICOS
– Dor / fotofobia / blefarospasmo – Hiperemia conjuntival
– Congestão de vasos ciliares – Miose
– Hipópio / hifema / flare
UVEÍTE ANTERIOR
SINAIS CLÍNICOS
− Edema de córnea / precipitados ceráticos − Edema de íris / alteração na coloração − Diminuição da pressão intraocular − Deficiência visual
− Resistência à ação de midriáticos
UVEÍTE ANTERIOR
SINAIS CLÍNICOS
– Opacidade vítrea
– Neurite óptica (papiledema) – Exsudação coroidiana
– Exsudação e hemorragia retinianas – Descolamento de retina – Deficiência visual
UVEÍTE POSTERIOR
SÍNDROME ÚVEO-DERMATOLÓGICA (Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada) – Enfermidade imunomediada– Destruição dos melanócitos da úvea e da pele – Raças: Akita, Bernese, Chow Chow, Fila Brasileiro, Golden Retriever, Husky Siberiano, Samoieda, São Bernardo, Setter, Sheepdog – Animais jovens 3 anos
SÍNDROME ÚVEO-DERMATOLÓGICA
SINAIS CLÍNICOS
−Uveíte granulomatosa anterior ou panuveíte bilateral, despigmentação da úvea, descolamento de retina e cegueira
− Sequelas: glaucoma, catarata
− Vitiligo: pálpebras, plano nasal, lábios, escroto e coxins
− Poliose: face ou generalizada
SEQUELAS
− Sinéquias anterior e posterior Pupila seclusa e íris bombé − Atrofia de íris / corpo ciliar − Catarata / luxação de cristalino − Glaucoma secundário
− Phthisis bulbi (atrofia)
DIAGNÓSTICO
– Anamnese
– Exame clínico geral e oftálmico sinais sistêmicos sinais oculares – Exames auxiliares
UVEÍTE
Exames auxiliares – Hemograma / plaquetas – Bioquímica sérica – Sorologia– Análise do humor aquoso / vítreo – Diagnóstico por imagem
UVEÍTE
Tonometria
medida da pressão intraocular em mmHg
− Aplanação 17 a 21 mmHg − Rebote aplanação
UVEÍTE
TRATAMENTO
deve ser rápido e agressivo!
–Identificar e tratar a causa
– Controlar a inflamação e seus efeitos – Minimizar as sequelas
– Preservar a visão
UVEÍTE
TRATAMENTO
− Anti-inflamatórios esteroidais (corticóides) tópicos e sistêmicos
− Anti-inflamatórios não esteroidais tópicos e sistêmicos − Imunossupressores* tópicos e sistêmicos
UVEÍTE
TRATAMENTO − Cicloplégicos e midriáticos tópicos e subconjuntivais − Antibióticos (amplo espectro) tópicos e sistêmicos − Analgésicos
sistêmicos opióides
UVEÍTE
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS TÓPICOS –Prednisolona 1% Pred Fort®
–Dexametasona 0,1 % Maxidex®
TID-QID ou mais vezes ao dia
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS SISTÊMICOS
Indicações
uveíte anterior moderada a severa / posterior – Prednisolona
– Dexametasona
Contra-indicações
micoses sistêmicas, bacteremia, diabetes, HAC
– Cetorolaco de trometamina Acular®
– Nepafenaco Nepavac ®
– Flurbiprofeno Ocufen®
BID-QID ou mais vezes ao dia
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS TÓPICOS
CICLOPLÉGICOS tópicos evitar sinéquias, dor e estabilizar barreira sangue-humor aquoso
– Atropina (Atropina 1%®)
4 a 6 1 a 2 vezes ao dia
MIDRIÁTICOS tópicos evitar sinéquias – Fenilefrina 10% (Fenilefrina 10%®)
1 a 3 vezes ao dia
GLAUCOMA
GLAUCOMA
DEFINIÇÃO
• Neuropatia óptica progressiva frequentemente associada a aumento da pressão intraocular.
(GELATT, 2007)
Alterações estruturais e funcionais em retina (células ganglionares) e nervo óptico.
PRODUÇÃO
1. Secreção pelo corpo ciliar (processo ativo) Participação da anidrase carbônica 2. Difusão e ultrafiltração (processos passivos)
GLAUCOMA - humor aquoso
DRENAGEM
1. Ângulo iridocorneano (via convencional) 2. Via úveo-escleral (via alternativa)
CLASSIFICAÇÃO
– Etiologia
congênito, primário ou secundário – Gonioscopia
ângulo aberto, estreito ou fechado – Estágio ou duração agudo ou crônico
GLAUCOMA
CLASSIFICAÇÃO - etiologia: • Congênito – Raro em animais– Anomalias do segmento anterior – Uni ou bilateral
– Manifestação precoce 3 a 6 meses – Progressão rápida buftalmia
GLAUCOMA
CLASSIFICAÇÃO - etiologia:
• Primário
– Ausência de doença ocular concomitante – Ângulo normal ou alterado
anomalias funcionais ou estruturais – Hereditariedade raças puras – Potencial para bilateralidade
GLAUCOMA
CLASSIFICAÇÃO - etiologia:
• Secundário
– Doença ocular pré-existente ou concorrente – Ângulo obstruído / fechado (80%)
– Goniodisgenesia ou DLP susceptibilidade – Ausência de hereditariedade
– Uni ou bilateral
– Maior acometimento da espécie canina
GLAUCOMA
SINAIS CLÍNICOS
– Hiperemia conjuntival
– Congestão de vasos episclerais – Dor e blefarospasmo
– Alterações comportamentais – Aumento da pressão intraocular – Buftalmia
SINAIS CLÍNICOS
– Córnea edema, linhas, vasos e pigmento – Midríase paralítica / atrofia de íris
– Arrasamento da câmara anterior / íris bombé – Subluxação e luxação do cristalino
– Escavamento DO / atrofia DO e retina – Deficiência visual
GLAUCOMA
DIAGNÓSTICO
– Exame físico geral e oftálmico sinais clínicos – Tonometria – Gonioscopia – Oftalmoscopia – Ultrassonografia
GLAUCOMA
TRATAMENTO 1.Diagnóstico correto 2. Considerar etiopatogenia3. Glaucoma agudo tratamento de urgência 4. Glaucoma primário considerar bilateralidade 5. Objetivos controlar dor e preservar visão
GLAUCOMA
TRATAMENTO CLÍNICO
• Controle da PIO
– Redução da produção do humor aquoso – Aumento da drenagem
• Neuroproteção
# Alterações intercorrentes
GLAUCOMA
Glaucoma agudo - redução imediata da PIO
• Agentes hiperosmóticos
– Manitol 20% 1-2 g/kg, IV, 15-30 minutos
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Redução da produção do humor aquoso
via tópica
• Inibidores da anidrase carbônica • Agonistas adrenérgicos ( e )
•Antagonistas adrenérgicos ( -bloqueadores)
Redução da produção do humor aquoso
• Inibidores da anidrase carbônica tópicos
– Dorzolamida 2% (Trusopt®) BID-TID – Brinzolamida 2% (Azopt®) BID-TID – Dorzolamida + Timolol (Cosopt®) BID
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Redução da produção do humor aquoso
• Agonistas adrenérgicos tópicos ( e )
–Epinefrina 1% TID-QID – Dipivefrina (Propine®) BID-TID – Apraclonidina (Iopedine®) BID-TID – Brimonidina (Alphagan®) TID
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Redução da produção do humor aquoso
• Antagonistas adrenérgicos tópicos ( -bloqueadores)
– Timolol 0,5 % (Timoptol®, Glautimol®) BID – Timolol 0,1% gel (Nyolol®) SID
– Betaxolol (Betoptic®) BID
– Levobunolol (Betagan®, B-tablock®) BID
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Aumento da drenagem do humor aquoso
via tópica
• Análogos das prostaglandinas • Agonistas adrenérgicos ( e ) • Colinérgicos
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Aumento da drenagem do humor aquoso
• Colinérgicos (parassimpatomiméticos) tópicos
– Pilocarpina 2% (Isoptocarpine®) BID-TID – Ecotiofato SID-BID
– Brometo de demecário SID-BID
GLAUCOMA - TRATAMENTO CLÍNICO
Neuroproteção
• Apraclonidina e brimonidina • Betaxolol
• Dorzolamida e brinzolamida • Unoprostona
• Inibidores de radicais livres • Antagonistas do glutamato • Bloqueadores dos canais de cálcio
Aumento da drenagem do humor aquoso
• Implantes
Olhos visuais
Glaucoma refratário à terapia clínica
GLAUCOMA - TRATAMENTO CIRÚRGICO
Redução da produção do humor aquoso
• Ciclodestruição
– Ciclodiatermia – Ciclocriotermia – Ciclofotocoagulação – Cicloablação química
GLAUCOMA - TRATAMENTO CIRÚRGICO
Remoção do conteúdo intraocular ou bulbo
Olhos cegos
Glaucoma refratário com dor
• Evisceração com colocação de prótese • Enucleação
GLAUCOMA - TRATAMENTO CIRÚRGICO
PROGNÓSTICO
• Tempo de evolução • Resposta pupilar à luz
• Condição do nervo óptico e da retina