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TERRORISMO NA CONTEMPORANEIDADE: O DESCASO POLÍTICO

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Academic year: 2021

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TERRORISMO NA CONTEMPORANEIDADE: O DESCASO POLÍTICO

Marcos José Lopes Frate

Resumo: O terrorismo tem se apresentado cada vez mais organizado, expressivo e violento. O presente trabalho aborda esta temática na contemporaneidade. A influência política, econômica, forma de financiamento dos grupos terroristas e a postura reativa da humanidade perante essa onda desenfreada de violência que envolve o cenário mundial, são pontos aqui tratados. Pretende-se dar enfoque na dimensão mais atual sobre o tema, para isso busca-se apropriar-se de artigos/matérias recém divulgados, através das mídias sociais, no Brasil e Mundo.

Palavras-chave: Religião. Opressão. Economia. Política.

Introdução

O fenômeno do terrorismo engloba diversas categorias, como por exemplo política, economia, geografia, religião e psicologia. Segundo o dicionário britânico Oxford Dictionary a definição de terrorismo é “o uso não oficial ou não autorizado de violência e intimidação na busca de objetivos políticos”.1

Este artigo tem como objetivo apresentar como os grupos terroristas são organizados e como está conduta de confronto dos governantes diante as agressões.

Em um primeiro momento será apresentada a visão atual do terrorismo no cenário mundial e, em seguida, como as potências mundiais têm se posicionado de forma insatisfatória, apresentando-se com até uma certa impotência perante os frequentes eventos de ações extremistas.

A pesquisa que fundamenta o desenvolvimento é baseada em artigos e matérias feita publicadas em revistas e jornais reconhecidos por comprometimento e com o jornalismo de forma séria e credível.

Aluno do curso Bacharelado Filosofia da Faculdade Católica de Fortaleza - Disciplina Ética II Prof.

Pe Marcos Mendes.

1 James Murray, Oxford English Dictionary, 2016. Em: www.oxforddictionaries.com.

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Encarando o Terrorismo

A capacidade de uma pessoa ou grupo cometer atos violentos com intenção de causar danos intimidando um grupo ou uma pessoa que se diferencia em crença ou opinião é uma marca expressiva da ação terrorista.

O Estado Islâmico, Boko Haram e Al Qaeda são os grupos mais conhecidos na contemporaneidade, agem de forma sistemática aliciando jovens para poder fazer parte do exército.

Investem em superproduções cinematográficas, apresentando o terrorismo como algo ético e justificado através dos seus propósitos. O que é pouco comentado é que os jovens na maioria das vezes são atraídos, não somente pelo desejo de encontrar os irmãos na fé islâmica, pelas imagens divulgadas nas redes sociais ou o perfil de soldado jovem aventureiro, mas por receberem promessa de salários generosos de mais de 4 mil reais e terem funções específicas de acordo com sua formação e interesse de trabalho.

Segundo o analista de segurança Hisham al Hashimi, que teve acesso aos documentos, cada membro da organização tem uma tarefa a desempenhar e recebe entre 300 e 2.000 dólares por mês (665 a 4.400 reais), dependendo do posto ocupado. Todos têm como chefe Baghdadi, um comandante em campo de batalha que faz tudo aquilo de que seus seguidores gostam, incluindo planejar atentados com carro-bomba contra civis e decapitação de infiéis, sejam xiitas ou sunitas imperfeitos do ponto de vista dos fundamentalistas – na tomada de Mosul, a segunda maior cidade iraquiana, as ruas estavam coalhadas de corpos mutilados.2

Estes grupos se especializaram em gestão e arrecadação, sua principal fonte de dinheiro é por iniciativa de donatários (pessoas extorquidas ou fiéis que concordam com a ação do Estado Islâmico), receitas de atividade criminal e a venda de petróleo, à medida que avançam nas invasões as cidades confrontadas assumem o controle a administração dos pontos de distribuição de petróleo.

2 Redação Veja, Grupo terrorista paga salário de mais de 4 mil reais a jihadistas. Em:

http://veja.abril.com.br/mundo/grupo-terrorista-paga-salario-de-mais-de-4-mil-reais-a-jihadistas.

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4 O Estado Islâmico já conseguiu novas fontes de financiamento.

Várias doações dos países do Golfo Pérsico foram identificadas, embora não haja comprovantes de pagamento para identificar os doadores. Aparentemente, pessoas simpáticas às ideias do EI apoiam o grupo com quantias generosas. Outros pagam justamente pelo motivo contrário: temem que a organização se torne ativa na Península Arábica.(...) Essa organização também é financiada significativamente pela atividade criminal. Contrabandeia cigarros, medicamentos, telefones celulares e até antiguidades iraquianas.

Além disso, ao entrar no Iraque e na Síria, combatentes estrangeiros vendem seus passaportes por milhares de dólares. A venda do passaporte não só engorda os cofres da milícia, como tem valor político simbólico: o combatente deixa sua antiga identidade para trás.3

O Boko Haram tem ações mais discretas para a mídia internacional, porém agem com a mesma agressividade e violência. Os povos africanos são os mais atingidos pelo extremismo religioso do Islã, diante dos ataques ficam coagidos sem poder reagir e tem suas vidas destruídas.

No total, são 1,4 milhões as pessoas que tiveram de abandonar suas aldeias para se refugiar nesse tipo de ilha urbanas sem qualquer recurso. O calafrio chega quando um jornalista nigeriano especialista em Boko Haram, que pede que seu nome não seja publicado, explica que cerca de outro milhão e meio de pessoas permanecem ainda no interior do Estado, longe das cidades protegidas. “Alguns estão escondidos, me pergunto se alimentando do quê; outros vivem em aldeias controladas pelo Boko Haram, obrigados a obedecer. São os esquecidos.4

A Nigéria, por exemplo, sendo a economia mais forte da África, é dividida entre duas partes, o Norte dominado pelos muçulmanos, e a região do Sul povoada pela sua maior parte de comunidades cristãs. A população cristã e todos aqueles que apresentam pensamentos divergentes da religião islâmica são fortemente perseguidos, como alvos de sequestro, tortura e assassinato.

3 Redação Deutsche Welle, De onde vem o dinheiro do Estado Islâmico. Publicado por Carta Capital.

Em: www.cartacapital.com.br/internacional/de-onde-vem-o-dinheiro-do-estado-islamico-7231.html Acesso em: 04 de junho de 2017.

4 Ignácio Carretero, Dentro do inferno no Boko Haram, El País. Em: <brasil.elpais.com/brasil/2017/02- /23/internacional/1487852862_930917.html > Acesso em: 04 de junho de 2017.

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O Descaso Político

A intolerância e agressividade são marcas essenciais do movimento terrorista.

Os exércitos terroristas perseguem principalmente pessoas que divergem do movimento. O objetivo de base da ação terrorista pode ser muitas vezes exigir a inclusão de assuntos de interesse político nas pautas dos parlamentos e congressos.

Os governantes das nações com maior poder bélico e influência diplomática política que poderiam retaliar agem de forma tímida diante destes atos de grande impacto na sociedade. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em referência a postura de indiferença ao o crescimento dos ataques terrorista, acusou o presidente americano Barack Obama de fundar o grupo terrorista Estado Islâmico.

O candidato à Casa Branca Donald Trump (...) criticou a resposta de Obama ao terrorismo internacional e considerou que o Presidente é

"o fundador" do Estado islâmico e que Hillary Clinton, sua rival nas eleições presidenciais deste ano, é a "cofundadora". "Ele é o fundador do ISIS", disse Trump, usando uma das designações por que é conhecido o Estado Islâmico. 5

Angela Merkel, a chanceler alemã, reconhece que atualmente a problemática do terrorismo islâmico é a maior e mais difícil provação vivida pela Alemanha, pois aparentemente as pessoas que cometem os atos terroristas, entram no país, aproveitando-se da política de refugiados, com o falso intuito de encontrar abrigo e proteção.

“Nossos valores serão mais fortes que o terrorismo”, afirmou. Ela reiterou empenho na luta contra o terrorismo e disse que o Estado garantirá segurança e liberdade para todos. “Em 2017, nós, como governo, vamos agir onde as mudanças políticas e legais são

5 Eric Thayer, “Trump diz que Obama é o fundador do Estado Islâmico”, Diário de Notícias. Em:

< www.dn.pt/mundo/interior/trump-diz-que-obama-e-o-fundador-do-estado-islamico-5333259.html>

Acesso: 04 de junho de 2017.

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6 necessárias, conduzindo e aplicando as medidas necessárias rapidamente”, anunciou a chanceler.6

O presidente russo, Vladimir Putin, em depoimento público durante a ocasião do 72 aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, afirmou que a Rússia é capaz de vencer qualquer agressor. Putin reconhece, que com a união do mundo para confrontar as ações terroristas, elas serão neutralizadas.

“Nossos valores serão mais fortes que o terrorismo”, afirmou. Ela reiterou empenho na luta contra o terrorismo e disse que o Estado garantirá segurança e liberdade para todos. “Em 2017, nós, como governo, vamos agir onde as mudanças políticas e legais são necessárias, conduzindo e aplicando as medidas necessárias rapidamente”, anunciou a chanceler.7

As promessas de segurança e liberdade são frequentes nos discursos dos líderes políticos, porém ainda não foi feito nada de eficaz para deter as ações invasivas e agressivas dos grupos extremistas no mundo. As ondas de ataques continuaram durante o decorrer do primeiro semestre de 2017.

Neste cenário de impunidade e incontinência dos ataques terroristas, tem sido frequente, a presença de soldados e reforço policial nos ambientes públicos, como por exemplo nas galerias comerciais, museus e estações de trem. A população dos grandes centros urbanos tem demonstrado sintomas de fobia generalizada e insegurança urbana.

6 Redação Deutsche Welle, “Somos mais fortes que o Terrorismo”, Folha de São Paulo. Em:

<http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/12/1845978-somos-mais-fortes-que-o-terrorismo-afirma- merkel.shtml>. Acesso: 04 de junho de 2017.

7 Redação Agence France-Presse, “Putin pede que o mundo se uma contra o Terrrosismo”, Diário de Pernambuco. Em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2017/05/09/inter- na_mundo,702880/putin-pede-que-mundo-se-una-contra-o-terrorismo.shtml. Acesso: 04 de junho de 2017.

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Considerações finais

As medidas reativas ao terrorismo têm sido paliativas e insuficientes para resolver o problema, estudiosos afirmam que em poucas décadas haverá uma dominação total do islamismo.

A problemática em questão é preocupante, pois não é vista como algo que deva ser trabalhado em comum entre os países. Não existe um movimento de se responsabilizar pela retaliação, nem mesmo os países que são fortemente atacados têm ações de contenção do terrorismo efetivas.

O confronto às ações agressivas e violentas precisam ser retaliadas de forma proporcional através da união das nações. O resultado da não retaliação e a dificuldade de parar a onda desenfreada de ataques terroristas é um expressivo medo generalizado nas populações das grandes metrópoles.

É importante que haja um maior comprometimento, principalmente das nações que tem mais influência política, para encarar de forma séria o confronto com os grupos terroristas, é possível, a partir da desarticulação dos grupos, como por exemplo o corte do financiamento e a desarticulação da organização dos movimentos extremistas, chegar ao fim dos grupos, e logo, dos ataques.

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Referências bibliográficas

Dicionário Oxford English Dictionary, James Murray, Universidade de Oxford. 1990.

“De onde vem o dinheiro do Estado Islâmico?”. Carta Capital por Deutsche Welle, publicado em 06 de março de 2015.

“Suposto bombardeio de coalizão internacional mata 35 pessoas na Síria”. Por Agência Brasil, Jornal OPOVO. Publicado em 15 de maio de 2017.

“Inside the leadership of Islamic State: how the new 'caliphate' is run”. The Telegraph por Ruth Sherlock publicado em 09 de Julho de 2014.

“How the Terrorists Got Rich”. The Telegraph por Juan Zarate e Thomas sandersonjune publicado em 28 de junho de 2014.

“Grupo terrorista paga salário de mais de 4 mil reais a jihadistas”. Por redação Veja publicado em 09 de julho de 2014.

“Dentro do inferno no Boko Haram”, por Ignácio Carretero, El País. Publicado em: 28 de fevereiro de 2017.

“Trump diz que Obama é o fundador do Estado Islâmico”, Por Eric Thayer, Diário de Notícias. Publicado em 11 de agosto de 2016.

“Somos mais fortes que o Terrorismo”. Por redação Deutsche Welle, Folha de São Paulo. Publicado em 31 de dezembro de 2016.

“Putin pede que o mundo se uma contra o Terrrosismo”. Por Redação Agence France-Presse, Diário de Pernambuco. Publicado em 09 de maio de 2017.

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