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Idoso institucionalizado e a caracterização das instituições de longa permanência no estado do Tocantins

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Pós-Graduação e Pesquisa Stricto Sensu em Gerontologia

IDOSO INSTITUCIONALIZADO E A CARACTERIZAÇÃO DAS

INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIANO ESTADO DO

TOCANTINS

Autora: Marleide Alexandre Aguiar

Orientadora: Profª. Drª. Maria Liz Cunha de Oliveira

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MARLEIDE ALEXANDRE AGUIAR

IDOSO INSTITUCIONALIZADO E A CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação, “Stricto Sensu” em Gerontologia, da Universidade Católica de Brasília, como requisito para a obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Maria Liz Cunha de Oliveira

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12,5 cm

7,5 cm 7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB 17/04/2013 A282i Aguiar, Marleide Alexandre.

Idoso institucionalizado e a caracterização das instituições de longa permanência no Estado do Tocantis. / Marleide Alexandre Aguiar – 2013.

129 f : il. ; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2013. Orientação: Profa. Dra. Maria Liz Cunha de Oliveira.

1. Idosos. 2. Assistência a velhice. 3. Estado. 4. Epidemiologia. I. Oliveira, Maria Liz Cunha de, oriente. II. Título.

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Defesa da Dissertação de autoria de Marleide Alexandre Aguiar,intitulada

IDOSO INSTITUCIONALIZADO E A CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS,apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília,comorequisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia, em 22 de fevereiro de 2013,deferida e aprovada pelabanca examinadora assinada:

______________________________________________________ Professora Drª Maria Liz Cunha de Oliveira

Orientadora

_______________________________________________________ Professora Drª Izabel Cristina Rodrigues da Silva

Examinadora Externa

_______________________________________________________

Professor Dr. VicentePauloAlves Examinador Interno

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, fonte de inspiração, determinação, coragem e sabedoria para obtenção deste título.

Aos meus pais, pelo carinho e apoio incondicional.

Ao meu companheiro André Cals, que soube compreender e participar desse sonho.

As minhas irmãs, Leida, Leide e Elna, pelo apoio, incentivo e alegria na busca pelo título.

A minha amiga, colega e enfermeira Msc. Luciana Marques Ferreira, pela boa vontade e disposição, que não mediu esforços até alta madrugada contribuindo para obtenção deste título, o meu muito obrigado.

A minha amiga e companheira de luta e enfermeira Joseane Araújo Franco, pela disposição em colaborar na coleta de dados em viagem a município, meu muito obrigado.

A Drª Profª Maria Romana Friedlander, pela colaboração na elaboração do projeto de pesquisa, que foi muito solicita, meu muito obrigado.

A enfermeira Patrícia Mendonça, pelo carinho e disposição em colaborar nas horas necessárias.

A minha amiga Maria Evandir Silva, pelo carinho e apoio em acolher-me no seu apartamento em Brasília-DF.

Ao meu cunhado Josafá Cardoso, pela disposição e contribuição na visita ao município.

Aos meus sobrinhos pelo carinho e alegria na obtenção deste título.

Ao Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, pela bolsa concedida para realização do curso de mestrado.

Aos idosos participantes da pesquisa, pela alegria e disposição em colaborar, muito obrigada.

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Aos coordenadores das instituições de longa permanência do Estado do Tocantins, pela disposição e boa vontade em colaborar na expectativa de melhoria nas instituições.

Aos meus colegas de trabalho pela compreensão e colaboração.

A profª Drª Izabel Cristina Rodrigues da Silva pela colaboração e apoio na realização dos dados estatísticos.

A profª e orientadora Drª Maria Liz Cunha de Oliveira, muito obrigada pelas orientações, ensinamentos e paciência.

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Instituição G

Somos transição, somos processo, e isso

nos perturba. Viver deveria ser até o

último e o derradeiro olhar –

transformar-se.

O fluxo de dias e anos e décadas servem

para crescer e acumular, não só perder e

limitar […].

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Instituição C

Tudo que existe e vive precisa ser

cuidado para continuar existindo. Uma

planta, uma criança, um idoso, o planeta

Terra.

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RESUMO

AGUIAR, Marleide Alexandre. Idoso Institucionalizado e a Caracterização das Instituições de longa Permanência no Estado do Tocantins. 129f. 2013. Mestrado em Gerontologia-Universidade Católica de Brasília-(DF) 2013.

O objetivo deste estudo foi determinar o perfil epidemiológico do idoso institucionalizado, delineando os aspectos sociodemográfico, econômico, cultural e de saúde e as enfermidades prevalentes. Quanto ao método, trata-se de estudo epidemiológico com uma série de casos, observacional, transversal e descritivo com abordagem quanti-qualitativa, realizado no período de março a setembro de 2012. Os idosos responderam um questionário sociodemográfico, Mini- exame Estado mental, avaliação da capacidade das AVD e AIVD. Os resultados foram: a amostra foi composta de 27 idosos com idade de 60 anos ou mais residentes, distribuídos em 10 ILPIs. Destes, 23 (85,2%) eram do sexo masculino e 4(14,8% ) do sexo feminino. Constatou-se que a idade média foi de 73,59 anos (±7,12), com a idade mínima de 61 anos, e a idade máxima de 86 anos de idade. Foi observado que a idade média das mulheres era de 80,5 e dos homens 72,43. A renda é de um salário mínimo na maioria dos indivíduos: 26 (96,3%). Nível de escolaridade: 12(44,4%) dos idosos eram analfabetos, 6(22,2%) eram alfabetizados, 5(18,5%) possuíam ensino fundamental incompleto, 2(7,4%) ensino fundamental completo e 1(3,7%) ensino médio incompleto. Quanto à religião, 21 (77,8%) afirmam possuir religião e4 (14,8%) responderam que não; do total, 18(72%) disseram que são católicos e 6(24%) dos idosos disseram são evangélicos. Quanto ao tempo, 9 (33,3 %) estão internados há menos de um ano e 11 (40,7%) recebem visitas uma vez por mês. Em relação às visitas, 16(59,3%) idosos recebem visita da família e 9 (65,3%) recebem visitas de amigos. As doenças mais relatadas foram hipertensão arterial por4(15,4%) nos idosos, e 12(38,1%),além da hipertensão, têm outras doenças, como diabetes mellitus. Os resultados do estudo sugerem a necessidade de efetivação da política do idoso no Estado, de forma que o poder público exerça seu papel de regulador, fiscalizador e executor das ações dessas instituições, avaliando as condições de seu funcionamento, infraestrutura e dos serviços ofertados, para que o idoso se sinta acolhido e seguro.

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ABSTRACT

The aim of this study was to determine the epidemiological profile of institutionalized elderly, outlining aspects sociodemographic, economic, cultural and health, disease prevalent. As for the method, it is epidemiological study with a number of cases, observational, cross-sectional and descriptive quantitative and qualitative approach, conducted from March to September 2012. The seniors completed a sociodemographic questionnaire, Miniexame state mental capacity assessment of ADL and IADL. The results were: the sample consisted of 27 elderly aged 60 years or more residents, distributed in 10 NHs,. Of these 23 (85.2%) were male and 4 (14.8%) females. It was found that the mean age was 73.59 years (± 7.12), with a minimum age of 61 years and maximum age of 86 years old. It was observed that the average age of women was 80.5 and 72.43 of men. Rent is a minimum wage in the absolute majority of 26 individuals (96.3%). Level of education: 12 (44.4%) of the elderly were illiterate, 6 (22.2%) were literate, 5 (18.5%) had incomplete primary education, 2 (7.4%) and 1 elementary school (3.7%) finished high school. Regarding religion, 21 (77.8%) claim to have religion and 4 (14.8%) answered no, the total, 18 (72%) say they are Catholic, and 6 (24%) of older evangelicals are told. As to the time 9 (33.3%) are hospitalized for less than one year and 11 (40.7%) are visited once per month. Regarding visits, 16 (59.3%) seniors receive family visits and 9 (65.3%) receive visits from friends. The main illnesses reported were hypertension 4 (15.4%) in the elderly and 12 (38.1%) accompanied by other diseases, hypertension and diabetes mellitus. The results of the study suggest the need for effective policy for the elderly in the state, so that the government exercises its role as regulator, watchdog and enforcer of the shares of such institutions, assessing the conditions of its operation, infrastructure and services offered to the elderly feel welcome and safe.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 IDOSO INSTITUCIONALIZADO ... 17

3 CARACTERÍSTICA DO ESTADO DO TOCANTINS ... 21

4 TRAJETÓRIA DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS . ... 25

5 POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO ... 30

6 REVISÃO DE LITERATURA ... 36

6.1 PESQUISAS DESENVOLVIDAS ENVOLVENDO INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA – ILPIs ... 36

7 OBJETIVOS ... 47

7.1 OBJETIVO GERAL... 47

7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 47

8 MATERIAL E MÉTODO ... 48

8.1 TIPO DE ESTUDO ... 48

8.2 LOCAL DE ESTUDO ... 49

8.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO ... 50

8.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA... 51

8.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 52

8.6 ASPECTOS ÉTICOS... 52

9 CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES - ILPI ... 54

9.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 65

9.1.1 Objetivo específico 1 ... 65

9.2 PERFIL DOS IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS NO ESTADO DO TOCANTINS... ... 72

9.2.1 Objetivo Específico 2 ... 73

9.2.2 Objetivo Específico 3 ... 76

9.2.3 Objetivo Específico 4 ... 78

10 DISCUSSÃO ... 83

11 CONCLUSÕES ... 90

12 CONSIDERAÇÕES ... 92

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APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO .. 103

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM IDOSO ... 104

APÊNDICE C – OFICIO DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA: O IDOSO INSTITUCIONALIZADO E A CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS. ... 108

ANEXO A – AVALIAÇÃO FUNCIONAL... 109

ANEXO B – AVALIAÇÃO FUNCIONAL... 110

ANEXO C – MINI-MENTAL (Folstein, Folstein & McHugh, 1975) ... 111

ANEXO D – PARECER CONSUBSTANCIADO DE PROJETOS DE PESQUISA .. 113

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1. INTRODUÇÃO

As transformações histórico-culturais que vêm ocorrendo na família devem-se, em grande parte, aos novos arranjos familiares, a partir dos quais a família brasileira tem mudado tanto com a modernização da sociedade aliado ao processo de mudança na estrutura familiar quanto pela inserção da mulher no mercado de trabalho. Fatores como esses contribuem para a redução dos cuidados com o idoso, fazendo com que a família ou o próprio idoso faça opção pela institucionalização (MEDEIROS, 2004; OLIVEIRA, 2003).

Nos países considerados de primeiro mundo, as opções para se manter o idoso na comunidade, por meio de uma rede de serviços, têm mudado o perfil da institucionalização. Isso se reflete em que, atualmente, nas instituições, é crescente o número de idosos com idade avançada, com perdas funcionais sérias e com demência (BORN; BOECHAT, 2006).

A institucionalização não é um hábito cultural de nossa sociedade, existe a expectativa de que os filhos cuidem de seus pais durante a velhice, provendo-os de conforto material, afetivo e social (SILVA et al., 2009). Esse fato é reforçado pela legislação vigente que estabelece-o atendimento ao idoso, preferencia, seja realizado pela família (BRASIL, 1994).

No Brasil, especialmente devido às condições socioeconômicas, o abandono da família e outros fatores, alguns idosos acabam sendo levados para as instituições asilares, ou casa de repouso, tendo como consequências o distanciamento do espaço familiar em que viveram por muito tempo, mesmo que tenha sido um tempo de difícil convivência. Na maioria das vezes, os idosos são internados contra a própria vontade, tornando um “prisioneiro da instituição”. A maioria dos familiares, após a institucionalização do seu idoso, não retorna mais à instituição, para visitá-los, delegando os cuidados do idoso a profissionais, muitas vezes sem preparo para o desempenho da função (CHAIMOWICZ, 1997).

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melhoria nas suas condições de vida, recursos e alternativas para o acompanhamento e cuidados com aos seus idosos.

Entre as alternativas ao cuidado familiar do idoso, a mais antiga são as instituições asilares que, recentemente, foram renomeadas para Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). A residência em ILPIs não é uma prática comum nos países do hemisfério sul. Neles, essas instituições têm sido vistas com resistência e preconceito, tradicionalmente como “depósito de idosos”, como lugar de exclusão, dominação e isolamento ou, simplesmente, “um lugar para morrer” (NOVAES, 2003).

As instituições que abrigam os mais velhos são geralmente chamadas de asilos. Considerando os estereótipos negativos agregados à pobreza, abandono ou rejeição familiar, uma forma empregada para suavizar esses termos, tanto em instituições públicas como privadas, é a de substituí-los por outros, como lar dos idosos, jardim ou Casa de repouso, Residência, Casa da vovó, entre outros. São expressões encontradas para encobrir a discriminação presente na palavra (DEBERT, 1999).

A institucionalização é uma das opções para os familiares resolverem a falta de um cuidador que se responsabilize pelo idoso. No entanto o idoso institucionalizado é obrigado a adaptar-se à rotina de horários, dividir seu ambiente com desconhecidos e à distância da família. A individualidade e o poder de escolha são substituídos pelo sentimento de ser apenas mais um na coletividade (GALHARDO, MARIOSA, TAKATA, 2010).

De acordo com o levantamento censitário realizado em todo território nacional nos anos de 2007 a 2009, o país possui, aproximadamente, 3.549 ILPIs responsáveis por abrigar 84 mil idosos (CAMARANO; KANSO, 2010).

A busca pela institucionalização tende acrescer à medida que as limitações surgem, o que provoca a dependência física e/ou psíquica da pessoa idosa (SILVA et al., 2009).

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2. IDOSO INSTITUCIONALIZADO

Diante da necessidade de buscar uma instituição de longa permanência para idosos (ILPIs), o idoso empobrecido no Brasil tem como possibilidades instituições sem fins lucrativos, que se constituem de públicas ou privadas. A ausência e a impossibilidade de arcar com os custos de alternativas anteriores à institucionalização, bem como a diminuída existência de vagas em instituições sem fins lucrativos, provocam um mercado de (des)cuidado ao idoso de baixa renda, com aparecimento de estabelecimentos muitas vezes irregulares, com características iatrogênicas, realidade de total abandono, negligência, violência e maus-tratos (CREUTZBERG, 2000).

A institucionalização pode ser considerada uma modalidade de experiência denominada por Martins (2007) de “evento”, na qual ocorrem mudanças ou transformações na vida do idoso. Essa experiência “caracteriza-se, não por dotar o sujeito de um maior saber, mas por abrir o sujeito à possibilidade como ‘obrigação’ de compreender-se a partir do que lhe sucede “O autor apresenta a definição de evento nas palavras da institucionalização do filósofo Claude Romano (apud MARTINS, 2007, p. 175): “[....]” o evento consiste na reconfiguração impessoal das minhas possibilidades e do mundo, que sobrevém com um fato e que institui uma fratura na minha aventura. Uma transformação de mim mesmo e do mundo, indissociável da experiência que faço dela”.

De acordo com Pavarini (1996), quando a família decide pela institucionalização do idoso, em geral ela se baseia em um ou mais dos três significados dados aos asilos: asilo-isolamento-resulta da concepção dada pelo

senso comum como depósito de velhos abandonados; asilo-saúde-principalmente

para idosos de baixa renda, que o associam com o hospital, onde possivelmente teriam melhor assistência médica; e o asilo-refúgio confundido como um lugar onde

o idoso pode ter um espaço próprio, resguardando seu poder de decisão.

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ocorre em consequência das condutas e comportamentos regidos pelas normas das instituições asilares (CUPERTINO, 1996; ZIMERMAN, 2000; GUIMARÃES; SIMAS; FARIAS, 2005).

As instituições de longa permanência desempenham funções de guarda, proteção e alimentação, abrigando idosos que tenham características apontadas rejeitadas pelos grupos diretos à medida que sua presença torna-se incômoda, difícil e insustentável, ficando sua participação familiar e social limitada ou impossibilitada (CORTELETTI, 2004).

A transferência do próprio lar para uma instituição de longa permanência (ILPI) sempre é um desafio para os idosos, pois se deparam com uma transformação muitas vezes radical do seu estilo de vida, sendo desviado de todo seu projeto existencial. Segundo Born (1996), muitos idosos encaram o processo de institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximação da morte, além da ansiedade quanto à condução do tratamento pelos funcionários. Contudo, não devemos esquecer que, muitas vezes, essa ILPI cumpre papel de abrigo para o idoso excluído da sociedade e da família, abandonado e sem um lar fixo, podendo se tornar o único ponto de referência para uma vida e um envelhecimento digno (TAVARES, 2004; FREIRE JUNIOR, 2005, p.152).

O idoso institucionalizado constitui, quase sempre, um grupo privado de seus projetos, pois se encontra afastado da família, da casa, dos amigos, das relações nas quais sua história de vida foi construída. Pode-se associar a essa exclusão social as marcas e sequelas das doenças crônicas não transmissíveis, que são os motivos principais de sua internação, inclusive nas Instituições de Longa Permanência (ILPI) (TAVARES, 2004; FREIRE JUNIOR, 2005, p.148).

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da institucionalização, as perdas da identidade e de autonomia e a segregação geracional.

Bosi (1999) acredita que a própria família apresenta uma cumplicidade por parte dos adultos em conduzir os velhos, em provê-los de cuidados “para o próprio bem”, privando-os da liberdade de escolha, estimulando-os a ficarem dependentes, gerenciando sua aposentadoria, decidindo que mudem de casa, submetendo-os a internação e iludindo-os com a ideia de que a nova moradia é temporária. Muitas vezes se inicia o abandono.

Assim a internação deve ser a última opção, depois que todas as outras foram ponderadas e exauridas. Feliz o idoso que pode permanecer até o fim dos seus dias em sua própria casa, cercado por familiares que aliam amor e competência para cuidar dele, dispondo de espaço habitacional e condições financeiras para prover suas necessidades (FREITAS et al., 2002).

Residir em ILPI é um fato complexo para quem vivencia o envelhecimento, em decorrência de uma série de mudanças em relação à vida habitual. Durante esse processo, o idoso pode sentir-se perdido quanto à sua capacidade de governabilidade em relação ao tempo, ao espaço e às preferências ao se submeter às regras da instituição (BESSA; SILVA, 2008; HEREDIA et al., 2004).

Porém os idosos institucionalizados são mais sedentários, demonstram maior carência afetiva, apresentam incapacidades físicas e mentais em maior proporção em relação aos outros idosos (PEREIRA et al., 2004). Constata-se ainda que os idosos encaminhados para institucionalização possam apresentar sinais sugestivos de depressão, alteração do nível de consciência, alienação, despersonalização e senso de isolamento e de separação da sociedade (ARAÚJO; CEOLIM, 2007).

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simbólicas e a ruptura das suas relações e história, o que determina a perda da identidade (PIMENTEL, 2001).

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3. CARACTERÍSTICA DO ESTADO DO TOCANTINS

O Estado do Tocantins foi criado por determinação da Constituição no dia 5 de outubro 1988, a partir da divisão do Estado de Goiás (parte Norte e Central), oficialmente instalado em 1º de janeiro de 1989. Após esse processo, houve um acelerado crescimento demográfico, impulsionado pelos fluxos migratórios regionais. O Tocantins está localizado no centro geográfico do Brasil e integra a Região Norte do território nacional. Sua extensão territorial é de 277.621,858 Km2, limita-se ao Norte com os Estados do Maranhão e Pará, ao Sul com Goiás, a Leste com Maranhão, Piauí e Bahia e a Oeste com Pará e Mato Grosso.

As taxas de crescimento populacional foram de 3% para o período de 1990, de 2,6% entre 1990-2000 e na década de 2000 a 2010, houve um decréscimo importante, caindo para 1,8% (Tabela 1), ou seja, um decréscimo de 66,7%, no período observado. Se a taxa de crescimento daquela época (1990) fosse mantida, a população do Estado dobraria de tamanho e seria atualmente de 1,8 milhões de habitantes.

A Região Norte apresentou o crescimento populacional mais elevado nas três décadas, as taxas foram 3,9% no período de 1990, 2,9% em 2000 e de 2,1% em 2010, com isso contribuiu para expansão de fronteira agrícola, atrativas pelas correntes migratórias.

Tabela 1 - Taxa de crescimento populacional, Tocantins, Norte e Brasil, 1990,2000.

Anos População Taxa de Crescimento

Tocantins Norte Brasil Tocantins Norte Brasil

1990 902.074 9.695.245 144.090.756 3,0 3,9 1,9

2000 1.157.098 12.900.704 169.799.170 2,6 2,9 1,6

2010 1.383.453 15.865.678 190.732.694 1,8 2,1 1,2

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Entre os períodos de 1990 e 2010, houve declínio expressivo das taxas anuais de crescimento populacional, determinado, principalmente, pela redução da fecundidade. Na Região Norte, a taxa de crescimento no período 1990 foi o maior do período, possivelmente pela diminuição da emigração para as áreas de expansão da fronteira agrícola.

A partir do ano 2000, o processo de crescimento populacional tocantinense do Norte e brasileira começam a se estabilizar. Novo cenário começa a delinear com a redução de óbitos infantis, a ampliação da esperança de vida ao nascer há um aumento da população de idosos, com isto a razão de dependência é ainda maior, modificando substancialmente a estrutura etária da população.

Essas mudanças caracterizam a transição demográfica, com menores taxas de fecundidade e aumento da expectativa de vida, ou seja, o envelhecimento da população, o que acaba repercutindo no perfil de morbimortalidade, com aumento das doenças crônico-degenerativas, como também no modelo de atenção à saúde, com incremento no custo do sistema de saúde.

Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população tocantinense é de 1.383.445 habitantes. Sua divisão territorial jurídico-administrativa é de 139 municípios, organizado em 8 regiões de saúde. Aproximadamente 80% desses municípios apresentam uma população com menos de 10.000 habitantes, e somente dois desses contam com mais de 100.000 habitantes, esses concentram 27,4% da população do Estado.

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Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo (IBGE), a população idosa de 60 anos e mais no Tocantins corresponde no total de 117.554 idosos, sendo a predominância do sexo masculino representando 61,3%, e a população feminina corresponde 56,2%. Neste contexto a população idosa representa 8,3% do total geral de habitantes do Tocantins. A Figura 1 mostra o percentual da população idosa no período de 2000 a 2010 no Tocantins, na Região Norte e no Brasil, de acordo com censo demográfico.

Figura 1 - Percentual da população idosa 2000 - 2010 no Tocantins, na região Norte e no Brasil.

Fonte: Censo demográfico, 2000,2010.

No Estado do Tocantins, o índice de envelhecimento, embora seja menor do que o índice do Brasil, vem apresentando crescimento médio anual de 32,3%, passando de 22,3% (2005) para 29,5% (2010). Incremento este maior do que da Região Norte para período avaliado de 2005 a 2010, com 16,6% e 21,8%, respectivamente. A participação crescente de idosos em relação aos jovens na população brasileira representa principalmente a redução da taxa de fecundidade e o aumento da esperança de vida dos idosos. (IBGE, 2011).

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população como um todo e em particular para os idosos, tendo em vista, o impacto econômico e social sobre suas vidas. No Brasil, a ampliação da sobrevida do idoso contribui sobremaneira para o aumento do envelhecimento da população, uma vez que em 2005 a participação da população acima de 60 anos era de 33,9% incrementando para 32,4% em 2006 e em 2010 correspondendo a 44,8 %.

Figura 2 - Índice de envelhecimento. Tocantins, Norte e Brasil, 2005 a 2010.

Fonte: IBGE, 2010

No Tocantins, o índice de envelhecimento ( Figura 2), embora seja menor do que os índices do Brasil, estes representam crescimento médio anual de 24,8%, passando no período de 22,3% (2005) para 29,5% (2010) apresentando um aumento de 7,2% num período de cinco anos. Incremento maior do que da Região Norte para período avaliado de 2005 a 2010 com 16,6% e 21,8%, respectivamente.

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Tocantins 22,3 20,6 23,9 25,8 26,9 29,5

Norte 16,6 15,8 18,2 19,0 19,9 21,8

Brasil 33,9 32,4 36,2 37,9 39,5 44,8

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Pe

rc

en

tu

al

(%

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4. TRAJETÓRIA DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS

Historicamente, o surgimento das primeiras instituições conhecidas como asilo foi a fundação de instituições por pessoas religiosas que se preocupavam com a alimentação e a habitação no atendimento aos idosos. No período da Idade Média, no século XVIII, a prática de atendimento aos pobres pela sociedade era mediada pela caridade do “[...] mais forte em direção aos deserdados e despossuídos” (FALEIROS, 1997, p.182). A institucionalização era encarada como um mecanismo do controle da liberdade, por meio do isolamento e da limitação, e era trocada pelo mínimo de sobrevivência.

Assim, o surgimento das instituições para idosos não é recente. O cristianismo foi pioneiro no amparo aos velhos: “Há registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em hospital para velhos” (ALCANTARA, 2004, p. 149).

Foucault (1995, p. 102) ensina que “o asilo destinado ao abrigo de idosos desprovidos de recursos tem uma história que se confunde com a história do hospital” que, desde a Idade Média, não era concebido para curar, não era uma instituição médica, e, sim, uma entidade “[...] essencialmente de assistência aos pobres, não só de assistência como também de separação e exclusão”.

Até o início do século XVIII, o personagem central do hospital não era o doente que precisava da cura, mas o pobre que estava morrendo. Era alguém que deveria ser assistido material e espiritualmente, alguém a quem deveriam se dar os últimos cuidados e o último sacramento.

No decorrer do século XVIII, “[...] se constitui uma medicina hospitalar ou um hospital médico terapêutico” (ROCHA, 2002, p. 123), assim a instituição asilar começa a se estruturar como tal, inclusive selecionando por idade e por condições econômicas os indivíduos que poderiam usufruir de seus benefícios.

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Groisman (1999, p. 27) assevera que:

Homem de ideias avançadas para o seu tempo, o Vice-Rei teria decidido mandar construir o que Filizzola considera a primeira instituição de velhos no Brasil: A Casa dos Inválidos. [...] A nova instituição destinava-se a recolher soldados avançados em anos e cansados de trabalhos, teriam vindo de Portugal para a campanha de 1762 e que pelos seus serviços se faziam dignos de uma descansada velhice.

Essa instituição teve vida curta. Com a transferência da família real Portuguesa para o Brasil, em 1808, por ordem do Rei D. João VI, a Casa dos Inválidos foi desativada para se transformar na residência do médico particular do Rei, o Barão de Alvaiazar, e os ali internos foram transferidos para Santa Casa de Misericórdia, para serem cuidados, geralmente, por freiras.

A história dos hospitais se assemelha à de asilos de velhos, pois em seu início ambas abrigavam idosos em situação de pobreza e exclusão social. No Brasil, o Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada, criado em 1890, foi a primeira instituição para idosos no Rio de Janeiro. O surgimento dele dá visibilidade à velhice (GROISMAN, 1999, p. 67-87).

Na Europa, no século XVIII, os asilos da Era Elisabetana eram instituições que abrigavam mendigos. A partir do século XIX, foram criados os asilos grandiosos, com alta concentração de velhos. O maior era o Salpêtriere, que abrigava oito mil doentes, entre os quais dois a três mil idosos. Esse pode ser considerado o núcleo da primeira instituição geriátrica, espaço que possibilitou a coleta de dados clínicos e sociais sobre os idosos (BEAUVOIR, 1999, p. 711).

A instituição era um mundo à parte e ingressar nela significava romper laços com a família e a sociedade. Quando não existiam instituições específicas para idosos, esses eram abrigados em asilos de mendicidade, junto com outros pobres, doentes mentais, crianças abandonadas e desempregados. Em fins do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo dava assistência a mendigos e, conforme o aumento de internações para idosos passou a definir-se como instituição gerontológica em 1964 (BORN, 2002).

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a seus pertences sociais e à privacidade, com relação difícil ou inexistente com funcionários e o mundo exterior (MORENO, 1999).

Para Goffman (1999), as instituições totais da nossa sociedade podem ser agrupadas em cinco categorias, uma das quais está destinada ao cuidado de pessoas inofensivas e incapazes: cegos, velhos, órfãos e indigentes. Nessa perspectiva, consideram-se as instituições para idosos, na sua origem, local de segregação, o que até hoje ainda são em sua maioria. Algumas se denominavam asilo de mendicidade, posto que a problemática da velhice se confundisse com a pobreza.

Loureiros (2011; prelo) entende asilo como sendo “[...] um espaço destinado a receber idosos carentes do aconchego familiar e/ou social, por vários motivos. Por vezes, organizam-se como hospitais de categorias discutíveis: misturam idosos saudáveis com velhos doentes acamados na promiscuidade indesejável”.

Desse tempo para os dias atuais, pouca coisa mudou em relação às instituições brasileiras, pois muitas não oferecem os cuidados básico e pessoal qualificados, os espaços físicos são, às vezes, inapropriados, na sua maioria abrigam idosos carentes, abandonados pela família, sem condições financeiras para atender suas necessidades.

Em grande parte as instituições possuem características filantrópicas ou privadas, raras são as mantidas pelo o Estado, poucas possuem pessoal especializado para a assistência social, na saúde não dispõe de propostas de mudanças voltadas para a manutenção da independência e autonomia do idoso.

Segundo Goffman (2007, p. 11) ensina que “[...] uma instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida fechada e formalmente administrada". O mesmo autor classifica as instituições totais em cinco grupamentos, ressaltando que embora todas elas tenham a característica comum de promover o isolamento do internado e fechamento da instituição em diversos graus, “nenhuma apresenta todas as características por ele descritas em estado puro” (GOFFMAN, 2007, p.17).

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1. instituições criadas para cuidar das pessoas que, segundo se pensa, são

incapazes e inofensivas;

2. locais estabelecidos para cuidar de pessoas consideradas incapazes de cuidar de si mesmas e que são também uma ameaça à comunidade, embora de maneira não intencional;

3. instituição total organizada para “proteger a comunidade contra perigos intencionais, e o bem-estar das pessoas assim isoladas não constitui o problema imediato […]”;

4. instituições estabelecidas com a intenção de realizar de modo mais adequado alguma tarefa de trabalho e que se justificam apenas por meio de tais fundamentos instrumentais;

5. os estabelecimentos destinados a servir de refúgio do mundo, embora muitas vezes sirvam também como locais de instrução para os religiosos.

O aspecto central das instituições totais é a ruptura das barreiras que separam as três esferas básicas da vida (brincar/divertir-se, trabalhar e dormir). Todos os aspectos da vida são realizados em um só lugar, sob uma única

autoridade. Cada fase da atividade diária é realizada em companhia de um grupo

grande de outras pessoas, obrigadas a fazer as mesmas coisas em conjunto, em horários pré-determinados e, em sequência, tudo imposto verticalmente por regras formais explícitas aplicadas por funcionários. Controle é o fato básico das instituições totais, determinando muitas de suas características, entre as quais a vigilância exercida por uma pequena equipe de funcionários, integrada ao mundo externo. “Cada grupo tende a conceber o outro por meio de estereótipos limitados e hostis” (GOFFMAN, 2007, p.19).

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Segundo Goffman (2007, p. 22), tais instituições são incompatíveis com o trabalho pago e com a família.

É esse caráter binário e a dimensão do controle, descritos no trabalho de Goffman, que o sociólogo brasileiro Vicente de Paula Faleiros (2007) retoma para construir sua teoria sobre as relações sociais nas Instituições de Longa Permanência – quer sejam para doentes mentais ou para idosos, hospitais ou asilos, considerando que estas são marcadas pela desigualdade nas relações de poder entre equipe, direção e usuários.

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5. POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO

A Política Nacional do Idoso (PNI), estabelecida em 1994, percorreu um trajeto longo, desde a década de 1970, quando o Ministério do Trabalho e Previdência Social assinou a primeira medida normativa de assistência social aos idosos, restrita aos beneficiários do sistema previdenciário (Portaria nº 82, de 04/07/1974).

A velhice despossuída, dependente historicamente da ação caritativa dos indivíduos, das santas casas de misericórdia, foi contemplada, alguns meses após, com a renda mensal vitalícia (Lei 6.179/74). Nesse mesmo ano, o Estado, separando a Previdência do Trabalho, criou o Ministério da Previdência e Assistência Social (Lei 6.062/74) (HADDAD, 1998, p. 29).

Apesar de conquistas e anacronismos, até 1994 não existia no Brasil uma política nacional para os idosos, o que havia era um conjunto de iniciativas privadas e algumas medidas públicas consubstanciadas em programas destinados a idosos carentes.

Passaram-se vinte anos para que fosse sancionada a Lei nº 8.842 de 4/1/1994, dispondo sobre a Política Nacional do Idoso, a qual foi regulamentada pelo Decreto 1.948 (3/7/1996). A Lei. 8.842, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso no Brasil, regulamentada pelo Decreto 1.948, de 3 de julho de 1996, define asilo da seguinte forma:

Art.3º Entende-se por modalidade asilar o atendimento, em regime de internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a própria subsistência de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação, saúde e convivência social.

Parágrafo único. Assistência na modalidade asilar ocorre no caso da inexistência do grupo familiar, abandono, carência de recursos financeiros próprios ou da própria família.

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das linhas de ação das políticas públicas. Tal documento sofreu várias modificações e adequações, resultantes de amplo debate com a sociedade e entidades ligadas à questão do idoso (BRASIL, 2003).

O Estatuto do Idoso foi criado e sancionado pela Lei 10.741 de 1º de outubro de 2003 e entrou em vigor a partir de 1º de Janeiro de 2004, garantindo direitos e estipulando deveres para melhorar a vida de pessoas com mais de 60 anos. Ele corrige e normatiza algumas deficiências detectadas na PNI, pois criminaliza ações de preconceito e discriminação e estabelece punições que variam, conforme sua gravidade, de dois meses a doze anos de prisão, dependendo do crime. Dispõe, também, sobre os planos de saúde que, a partir daquela data, não podem promover reajuste por idade para clientes com mais de 60 anos. Outra garantia é a da distribuição gratuita de medicamentos para idosos.

O Estatuto estabelece mudanças nos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8.742 de 07.12.93, que prevê o direito a receber o benefício de um salário mínimo aos idosos com mais de 65 anos e sem condições financeiras (BRASIL, 1993, 7/12/1993).

A Política Nacional do Idoso define asilo como um atendimento integral institucional e considera prioritário o atendimento daqueles que se apresentam sem família e em situação de vulnerabilidade (BRASIL, 1994).

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) adotou o termo de Instituição de Longa permanência para Idoso (ILPI), correspondente a Long term care institution para classificar o tipo de instituição. Define como estabelecimento os que prestam assistência integral institucional à população de idosos de 60 anos e mais, dependentes e independentes, ou seja, conforme as necessidades, que não dispõem de recursos socioeconômicos para permanecer em seu domicílio (SBGG, 2001).

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que dispõem de funcionários capazes de atender a todas as necessidades da vida institucional.

Já o termo Atendimento Integral Institucional define aquele atendimento prestado em instituição asilar os idosos sem família, vulneráveis, oferecendo-lhes serviço na área social, psicológica, médica, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de enfermagem, de odontologia e outras atividades específicas para esse segmento social. Trata-se de estabelecimentos com denominações diversas, correspondentes aos locais físicos equipados para atender pessoas com 60 anos ou mais, sob regime de internato, mediante pagamento ou não, e dispõe de recursos humanos para atender às necessidades de cuidados.

Define-se, ainda, aquele prestado em instituições de longa permanência para idosos, oferecendo às pessoas de 60 anos e mais serviço nas áreas social, psicológica, médica, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de odontologia e outras, conforme necessidades específicas desse grupo etário. Esse atendimento deve ser realizado em local apropriado, adequado e equipado para proporcionar cuidados aos idosos, sob regime de internato, mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado.

Essas Instituições devem dispor de um quadro de recursos humanos para atender as necessidades de assistência social, saúde, alimentação, higiene repouso e lazer aos residentes que garantam qualidade de vida aos idosos.

A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (RDC nº 283/2005) classifica e define as instituições de longa permanência (ILPI) como sendo instituições governamentais e não governamentais, de caráter residencial destinados a domicílio coletivo de pessoas igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condições de liberdade e dignidade e cidadania. Possuem características físicas, de equipamentos e de recursos humanos mínimos para seu funcionamento e garante os critérios de acesso (ANVISA, 2005).

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Modalidade I – é a instituição destinada a idosos independentes para atividades da vida diária (AVD). A capacidade máxima recomendada por unidade é de quarenta pessoas, com 70% de quartos para quatro idosos e 30% para dois idosos.

Modalidade II – é a instituição destinada a idosos dependentes e independentes que necessitam de auxílio e de cuidados especializados e exijam controle e acompanhamento adequado de profissionais de saúde. A capacidade máxima recomendada é de vinte e duas pessoas, com 50% de quartos para quatro idosos e 50% para dois idosos.

Modalidade III – é a instituição destinada a idosos dependentes que requeiram assistência total no mínimo em uma atividade da vida diária (AVD). Necessita de uma equipe interdisciplinar de saúde. Capacidade máxima recomendada: vinte pessoas, com 70% de quartos para quatro idosos e 30% para dois idosos (BRASIL, 2001).

A Portaria do Ministério da Saúde (Brasil, Nº 2.528 de 19 de outubro de 2006) aprovou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSI). Essa política visa à promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo a capacidade funcional e a autonomia (BRASIL, 2006).

A rede de atenção à saúde da pessoa idosa é composta por serviços de saúde, nos vários níveis de complexidade, que integram a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na manutenção e recuperação da capacidade funcional da pessoa idosa e na melhoria de sua qualidade de vida. A transição demográfica e epidemiológica implica uma dupla carga de doenças e a necessidade do manejo de cuidados continuados das condições crônicas. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ( 2003), o processo incapacitante corresponde ao desenvolvimento de uma condição crônica que abrange fatores de risco, e entre as sequelas destacam-se a hospitalização e a institucionalização, que interferem na qualidade de vida das pessoas idosas.

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de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. As prioridades e objetivos para 2006 do Pacto pela Vida são expostos a seguir.

Na saúde do idoso: implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral. Os estados/região/município devem pactuar as ações necessárias para o alcance das metas e dos objetivos propostos.

As prioridades pactuadas na portaria 399/MS são: promoção do envelhecimento ativo e saudável; atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; estímulo às ações Intersetoriais, visando à integralidade da atenção; implantação de serviços de atenção domiciliar; acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de risco; provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; fortalecimento da participação social; formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

As ações estratégicas são: Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa – instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde; Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa – para indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa; Programa de Educação Permanente a Distância -

implementação de programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica em saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do processo de envelhecimento populacional para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde.

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Art. 1º Regulamentar a implementação das Diretrizes Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seus desdobramentos para o processo de gestão do SUS bem como a transição e o monitoramento dos Pactos, unificando os processos de pactuação de indicadores e metas.

A Portaria do Ministério da Saúde (BRASIL, nº 91 de 10/01/2007) regulamenta a unificação do processo de pactuação de indicadores e estabelece os indicadores do Pacto pela Saúde, a serem pactuados por Municípios, Estados e Distrito Federal:

Art. 1º - Instituir um único processo de pactuação, unificando o Pacto da Atenção Básica, o pacto de indicadores da Programação Pactuada e Integrada da Vigilância em Saúde - PPIVS e os indicadores propostos no Pacto pela Saúde.

A Portaria do Ministério da Saúde (BRASIL, nº 325, de 21/02/2008) estabelece prioridades, objetivos e metas do Pacto pela Vida para 2008, os indicadores de monitoramento e avaliação do Pacto pela Saúde e as orientações, prazos e diretrizes para a sua pactuação.

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6. REVISÃO DE LITERATURA

6.1 PESQUISASDESENVOLVIDAS ENVOLVENDO INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA – ILPIs

Na operacionalização da revisão de literatura, realizou-se um levantamento bibliográfico nos anos de 2002 a 2011, em bases de dados indexados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) via Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientifi EletronicLiberany Online (SCIELO), Literatura do Caribe na Ciência da Saúde (MEDCARIBE) Portal Capacitação e pesquisa do ensino superior (CAPES).

Os critérios utilizados para seleção da amostra foram: artigos completos disponíveis eletronicamente, nos idiomas: português, inglês ou espanhol que abordam a temática ILPI.

Para o levantamento dos artigos, utilizaram-se os descritores controlados da Biblioteca Virtual em Saúde: idoso, asilo, ILPI, anciano institucionalizacion. Foram

encontradas as seguintes referências bibliográficas: SCIELO, doze; LILACS, dez; e MEDICARIBE, dois. No Portal CAPES, foram dez dissertações e duas teses, totalizando nessa área.

Os resultados obtidos na revisão de literatura nos mostra um avanço na produção cientifica após a implantação da Política Nacional do Idoso, o que despertou o interesse pelo crescente aumento no número de produção científica. De acordo com as pesquisas realizadas, foram encontrados os seguintes resultados: resumo, objetivo, método, resultado e conclusão.

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principais causas que os levaram à instituição foram: baixo poder aquisitivo, contato familiar conflituoso e problemas de saúde (DAVIM, 2004).

Na Bahia, em Jequié, em 2007, em uma única ILPI, de caráter filantrópica, com capacidade para sessenta e oito idos os, sessenta idosos aceitaram participar da pesquisa. Concluiu-se que das características socioeconômicas encontradas na população, 50% era do sexo masculino e 50% do feminino; o nível escolaridade e renda são baixos; 73,3% dos idosos institucionalizados são analfabetos; 100% recebem um salário mínimo; 85% moram no intervalo de um a dez anos na Instituição, e a faixa etária era de 60 a 80 anos. 60% têm familiares, mas apenas 20% recebem visitas; 100% apresentam motivo de abandono familiar; 75% dos idosos apresentam pelo menos três patologias; e 73,3% referiram-se à dor (REIS, 2008).

No Distrito Federal (DF), de 2005 a 2006, determinou-se o perfil epidemiológico, demográfico e psicossocial de idosos institucionalizados, as enfermidades prevalentes, os medicamentos utilizados e as intercorrências comuns durante a permanência nas referidas ILPIs, com cento e quarenta e nove idosos, com idade igual ou superior a sessenta anos, residentes em quatro ILPIs. Constatou-se a idade média de 76,6 anos, sendo 42,3% do sexo masculino; 66% dos idosos estavam na ILPIs há menos de três anos; 55,5% dos homens e 60,5% das mulheres recebiam visitas familiares; 100% dos homens e 79,3% das mulheres relatam gostar da ILPI. As doenças foram: hipertensão arterial sistêmica (51,6%), acidente vascular (26,5%) e diabetes melitus (19,4%). A média de medicamentos em uso foi de 4,7 (homens) e 4,4(mulheres) ± 2,4. Os resultados contribuem na determinação da tipologia dos idosos em ILPI no Distrito Federal (DANILOW, 2007). No município de Campinas-SP, com o objetivo de caracterizar as ILPIs quanto aos seus residentes, aos recursos humanos e às rotinas realizadas, foram investigadas seis ILPIs de caráter privado, com residentes, em sua maioria, dependentes e recursos humanos insuficientes qualitativa e quantitativamente. Foi possível verificar que a capacitação dos profissionais, na área de geriatria e gerontologia, em particular, da equipe de enfermagem, é imprescindível para a melhoria da assistência prestada aos idosos (YAMAMOTO, 2002).

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participaram seis familiares responsáveis por idosos em ILPIs. A análise confluiu para duas categorias denominadas: o alisamento como forma de atender às necessidades do idoso e a busca pelo melhor local para o idoso morar e manter o vínculo com a família. Quando a essa deliberação, a família vai a busca do melhor local para o idoso morar em termos de estrutura física, cuidados e convívio social com iguais e outras pessoas, pois entendem que por meio de visitas podem manter vínculos familiares e afetivos. (PERLIN; LEITE; FURINI, 2006).

Em Alto Uruguai (RS), o objetivo foi entender os efeitos do processo de institucionalização na vida de idosas e as estratégias para enfrentar essa situação. Realizada em uma ILPI, que atende cento e dez pessoas, a coleta foi organizada em grupos de discussão com a participação de dez idosas. Na análise de conteúdo, foram identificadas três categorias: asilo como instituição total, gênero e estratégias de enfrentamento à institucionalização. Metade das mulheres escolheu viver no asilo, enquanto que outras denunciaram a situação de internação e considera o asilo "um depósito de velhos". A categoria gênero atravessa o fazer das mulheres que realizam atividades domésticas no "lar", para ajudar a passar o tempo. As estratégias para enfrentar o asilamento compreendem os rituais religiosos, as atividades artesanais e os passeios (PAVAN; MENEGHEL; JUNGES 2008).

Na região Noroeste do Rio Grande do Sul (RS), de 2002 a 2003, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de identificar como vem sendo o relacionamento idoso/família, motivos que levaram os familiares a optarem pela ILPIs, obtendo-se também a visão da família sobre o cuidado no lar. O instrumento com perguntas abertas alcançou os sujeitos e os familiares de idosos de ILPIs. Por meio de análise de conteúdo, constatou-se que a maior dificuldade encontrada pela família, visando a dispensar cuidados ao idoso, é a "falta de tempo para cuidar" do seu familiar idoso, pois a maioria deles exige cuidados em tempo integral (TIER; FONTONA; VIEIRA, 2004).

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sofrimentos, decorrentes das perdas naturais, pelo distanciamento da família, sentimentos de solidão e abandono foram condições associadas ao aparecimento de doenças. O fato social do asilamento configurou-se, principalmente, pelo abandono, constituindo-se o principal motivo, o que vem influenciando diretamente as condições de saúde dessa população. (PESTANA; ESPIRITO SANTO, 2008).

Em Porto Alegre (RS), realizou-se pesquisa com o objetivo de identificar acoplamentos estruturais das ILPIs com o sistema econômico, para a manutenção das instituições que abrigam idosos pobres, no contexto brasileiro. Realizada por meio de entrevistas com sete dirigentes e oito idosos, houve análise de comunicações de cinquenta e dois ILPIs sem fins lucrativos, de caráter público ou privado. A análise de conteúdo foi processada na teoria de sistemas de Niklas Luhmann. Verificou-se que, diante da escassez de recursos econômicos dos idosos, a maior parte das despesas para a manutenção das ILPIs é assumida pelas próprias Instituições e a busca desses recursos é feita por dirigentes, equipe, idosos e comunidades. O excessivo envolvimento das instituições na elaboração de programas em busca de fontes de recursos pode prejudicar o desempenho da função essencial de cuidado ao idoso pobre (CREUTZBENG, 2010).

Em Assis (SP), o estudo propôs a investigar como os idosos, residentes em uma ILPI, representavam a si mesmo e ao lugar em que viviam. Procurou-se, também mapear as possíveis relações entre essas representações e o processo de institucionalização. Foram entrevistados vinte e um idosos (treze homens e oito mulheres). A análise mostrou que a percepção que os idosos asilados têm de si mesmos e da instituição asilar é heterogênea. Apesar de reconhecerem o processo de institucionalização pelo qual passam, poucos o apontaram claramente, nomeando os aspectos positivos e negativos. Em geral, utilizaram assertivas curtas ou a contraposição da vida anterior à entrada no asilo à vivida atualmente no mesmo para demarcar as diferenças que sentiram. (FALEIROS, 2007).

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27% eram homens com idade média de 76,8 anos. 36% tinham incontinência urinária; 19% assistência necessária para alimentação; 38% precisavam de ajuda para andar e se mover e 57% estava na categoria mais baixa de complexidade. Poucos foram os moradores classificados como reabilitação e apenas 0,7% estava em cuidados especiais. Esse estudo é um ponto de partida para aprender mais sobre os idosos que vivem em lares de idosos no Chile. (MARÍN, 2004).

Em Cachoeira do Sul (RS), efetivou-se uma pesquisa objetivando conhecer as ILPIs, as características demográficas, socioeconômicas, culturais e de lazer e os motivos da institucionalização. A amostra teve sete ILPIs, entrevista com setenta idosos, sobre o grau de instrução, condição socioeconômica, de saúde, familiar, atividades socioeducativas, legislação e dos órgãos representativos do idoso. 69% eram do sexo feminino e 31% do sexo masculino, com idade entre sessenta e noventa e sete anos. Os motivos da institucionalização eram: moravam sozinhos; não queriam depender dos filhos; doença; não possuíam familiares; mau relacionamento familiar, e outros. As atividades antes da institucionalização, para as mulheres, eram em atividades domésticas. Dos homens, 9% ocupavam-se em atividades rurais, 22% em outras, como comércio, serviço público e marcenaria. Apesar das instituições atenderem às necessidades básicas como suporte, abrigo, assistência e cuidados de saúde, expressam o desejo de retorno ao convívio familiar, devido à solidão e isolamento. Poucas ILPIs têm observado atividades que promovam a valorização e a vida ativa dos idosos.

Com a aprovação do Estatuto do Idoso em 2003, houve o crescimento de Universidades da terceira idade e o aumento do número de grupos de convivência. Vislumbram-se novas alternativas de atendimento ao idoso como: centros-dia, centros de cuidados noturnos, casas lares, de acordo com o preconizado pela Política Nacional do Idoso (HIDALGO, 2003).

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de 74,9+-8,3 anos e de escolaridade e renda baixas, e 68,1% indivíduos independentes, porém 62,7% com um grau de insatisfação de autonomia (CASTELLAR, 2005).

Em Barueri (SP), no Solar Ville Garaude, foi feita uma investigação com um grupo de dez idosos, de ambos os sexos, com idade de sessenta anos ou mais, sobre os motivos que levam o idoso à institucionalização: por vontade própria a sair de casa para morar em hotel-residência? Os motivos encontrados foram a solidão, a sensação de insegurança, as dificuldades quanto à acessibilidade, o cansaço em relação à administração da casa, a percepção de fragilidade e o medo de não ter a quem recorrer, além de relatos de estados de depressão. Mostrou-se a possibilidade de uma nova cultura de acolhimento ao cidadão que envelhece em que a sensação individual de bem estar e felicidade seja o parâmetro principal. Um ensaio que abre espaço para a discussão de uma nova visão sobre o morar no século XXI (GRAVEN, 2007).

Na cidade do Rio Grande (RS), foram realizados dois estudos em uma ILPI para se conhecer os fatores que levaram as pessoas idosas a residirem em ILPI. Os objetivos eram identificar como percebiam a instituição, os outros residentes e os trabalhadores, identificar a percepção acerca dos cuidados de enfermagem que recebiam e elaborar cenários futuros de atuação do enfermeiro brasileiro em 2026.

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no ano de 2026, acerca do cuidado de Enfermagem para idosos em ILPI, cuidados de Enfermagem com os idosos em ILPI, preparar o enfermeiro brasileiro para enfrentar o cuidado de Enfermagem aos idosos em ILPI, em 2026.

O cuidado de enfermagem com as pessoas idosas residentes em ILPI serviu para direcionar a um futuro impactante na enfermagem gerontogeriátrica, no que diz respeito à necessidade da realização de cuidados de enfermagem voltados à pessoa idosa institucionalizada (SILVA, 2008).

Em 2006, discutiram-se as alternativas de moradia para idosos, em ILPI, no contexto da sociedade contemporânea brasileira. Investigaram-se os motivos que levaram idosos, na faixa de sessenta e oito e oitenta e sete anos de idade, independentes e saudáveis, a optarem por morar em um prédio residencial de uma instituição religiosa cristã. Considerou-se o esgarçamento dos laços sociais característicos da vida contemporânea; as representações da velhice e da velhice institucionalizada para analisar-se com base no encontro polifônico dos participantes da pesquisa, dentro da visão dialógica e sociointeracional da linguagem. A discussão teórica ancora-se nas contribuições da psicanálise, da gerontologia e da sociolinguística interacional. (SCHARFSTEIN, 2006).

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na sociedade atual, mas a caridade a filantropia não garantem ao idoso viver uma velhice saudável. (FREITAS, 2009).

Em Juiz de Fora, foi realizada uma pesquisa sobre o perfil epidemiológico dos idosos institucionalizado, com o objetivo de obter o perfil epidemiológico dos idosos institucionalizados, de modo a relatar as necessidades e carências, tanto dos abrigados como das instituições, que possam servir de obstáculos à tentativa de suprir essa nova demanda. A amostra foi 8 ILPIs (53,35%) das existentes no município. Utilizamos entrevista estruturada com trinta perguntas aplicadas aos diretores ou responsáveis pelas instituições. Resultados: há predomínio de idosas 237 (64,75%), a maioria 287 (78,4%) se autos sustentam, foram encaminhadas por familiares 230 (62,84%). Os problemas de saúde mais frequentes foram cardiovasculares e/ou metabólicos e em nenhum dos asilados ingerem-se bebidas alcoólicas. Em relação às ILPIs: possuem altas taxas de ocupação (87,14%), recebem assistência religiosa 5 62,5% ), todas oferecem atividades de lazer e há critérios para alocação de idosos em 6 (75%). Uma oportunidade de melhoria no atendimento das ILPIs, manifestada pelos entrevistados, é a criação de parcerias com instituições de ensino ou empresas da região (NETO; SIRIMARCO, 2011).

No Estado de Alagoas, foi realizada uma pesquisa nos municípios, com o objetivo de avaliar o funcionamento das ILPI quanto aos critérios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O estudo de caso ocorreu com dados secundários coletados dos roteiros de inspeções sanitárias efetuadas nos anos de 2007 e 2008, pela Vigilância Sanitária Estadual e dos Municípios. Resultados: das 17 ILPI analisadas, a maioria (94,1%) foi considerada de alto ou médio risco para saúde do idoso, ou seja, não alcançaram os padrões mínimos necessários para seu funcionamento e não ofereciam assistência adequada ao idoso institucionalizado. Conclusão: os resultados apontam para a necessidade de intervenções que busquem garantir o atendimento adequado e qualificado dos idosos institucionalizados (MELO KUBRUSLY, JUNIOR, 2010).

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realizado no período de 2004 a 2005 em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). A coleta de dados ocorreu com 31 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos residentes na ILPI. Constatou-se a predominância do sexo feminino em situação de institucionalização, solteiras, sem filhos e alto índice de analfabetas. A maioria são portadores de morbidades e com algum grau de dependência tanto para as Atividades da Vida Diária (AVDs) quanto para as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). Consideram-se esses dados determinantes das condições de saúde e de capacidade funcional dos idosos, o que indica a necessidade de qualificar a assistência a esse público (AIRES; PAZ; PEROSA, 2009).

No Distrito Federal, foi realizado um estudo com objetivo de conhecer a prevalência de indivíduos idosos (≥ 60 anos) fumadores regulares internados em Instituições de Longa Permanência do Distrito Federal (DF). Métodos: foram avaliadas 13 instituições no Distrito Federal. Fez-se a identificação dos indivíduos tabagistas por meio de informações da equipe de enfermagem local, somadas à observação do entrevistador e confirmação fornecida pelo próprio idoso. Foram questionados quanto ao uso do tabaco, a intenção de deixar o fumo nos próximos seis meses e a auto avaliação quanto aos malefícios do tabagismo para a sua saúde. Resultados: a prevalência foi de 17,3%, sendo 11,2% homens e 6,1% mulheres (p < 0,05).A média de idade é de 68,6 (± 8,6) anos, variando de 60 a 94

anos. Intenção de deixar o tabagismo: 63,6% sim, sendo 46 (71,9%) do sexo masculino e 17 (48,6%) do sexo feminino (p < 0,05). Auto avaliação dos malefícios

do tabaco à saúde: 58,6% sim (p < 0,05). Conclusão: alta prevalência de idosos

tabagistas internados em Instituições de Longa Permanência, sendo necessário a implementação de medidas para controle do tabagismo nesses locais. (CARVALHO, 2008).

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aqueles que atenderam aos critérios de inclusão no estudo. A análise das informações foi realizada concomitante à coleta, em domínios, taxonomias e temática. Os domínios culturais que emergiram foram: motivos que levaram a viver na ILPI; as maneiras de viver na ILPI: atividades do cotidiano; as atividades promovidas pela ILPI; sentimentos atribuídos à vivência na ILPI; atributos da ILPI segundo os idosos e os atributos das pessoas que residem na ILPI, segundo os idosos – e o tema cultural ILPI: em busca pelo néctar da vida. Esteve ressaltada, nos discursos dos idosos, a busca por um local onde eles possam sentir-se cuidados. Esse cuidado foi compreendido de uma forma abrangente, como a condição para a sobrevivência. O contexto institucional para os residentes significa a possibilidade do cuidado como forma de manutenção da vida e otimização de seu bem-estar. Os idosos buscam adaptar-se às normas e rotinas da instituição e desenvolvem estratégias próprias contra a mortificação do eu. Embora a ILPI não se caracterize como uma instituição total podem-se identificar alguns traços delas no cotidiano, os quais foram discutidos nos domínios culturais (MICHEL, 2010).

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instituição, evidenciando sua condição de desamparo e de vulnerabilidade social (ARANGO et al.,2008).

Neste estudo, pode-se ressaltar que o maior acervo encontrado e consultado no banco de dados foi de trabalhos publicados no Brasil, em seguida Chile, depois Colômbia. No entanto, constatamos um avanço na produção científica nesta temática de idoso institucionalizado.

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7. OBJETIVOS

7.1. OBJETIVO GERAL

Determinar o perfil epidemiológico do idoso institucionalizado, delineando os aspectos sociodemográficos, econômico, cultural e de saúde às enfermidades prevalentes.

7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Caracterizar as instituições de acordo com Reunião de Diretoria do Colegiado da ANVISA, RDC 283 de 26 de setembro de 2005.

 Descrever as características do idoso institucionalizado no Estado do Tocantins, segundo: sexo, idade, escolaridade, estado civil, renda e religião.

 Descrever os fatores que contribuíram para institucionalização do idoso.

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8. MATERIAL E MÉTODO

8.1. TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo epidemiológico com uma série de casos, observacional, transversal e descritivo com abordagem quanti-qualitativa, composta com uma amostra de 27 idosos institucionalizados com idade igual ou superior a 60 anos. A coleta foi realizada no período de março a setembro de 2012.

O estudo observacional são estudos realizados pelo observador (pesquisador) em que este apenas observa, de modo passivo, a ocorrência dos eventos sobre os sujeitos da pesquisa. Pode ser descritivo, quando observador apenas descreve os eventos ocorridos, ou analítico, quando o observador esta hipóteses ou estabelece associações, correlações ou inferências.

O estudo transversal ‘causa’ e ‘efeito’ é detectado simultaneamente, é somente a análise dos dados que permite identificar os grupos de interesse, os expostos, os não ‘expostos’, os ‘doentes’ e os ‘sadios', de modo a investigar a associação entre exposição e doença (PEREIRA, 2000, p. 271-275).

Os estudos descritivos objetivam informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos quantitativos. “Eles podem ser de incidência ou prevalência”. A abordagem quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis (MINAYO; SANCHES, 1993)

A opção pela pesquisa quantitativa tem por objetivo garantir uma maior precisão na análise e interpretação dos resultados, aumentando a margem de confiabilidade quanto às inferências dos resultados encontrados (BAPTISTA; CUNHA, 2007).

Imagem

Tabela 1 - Taxa de crescimento populacional, Tocantins, Norte e Brasil, 1990,2000.
Figura 1 - Percentual da população idosa 2000 - 2010 no Tocantins, na região Norte e no Brasil
Figura 2 - Índice de envelhecimento. Tocantins, Norte e Brasil, 2005 a 2010.
Figura 3 - Mapa do estado do Tocantins
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Referências

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