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PROJETO DE LEI Nº 29/2017 Poder Executivo

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PROJETO DE LEI Nº 29/2017 Poder Executivo

Dispõe sobre a prevenção de acidentes ambientais advindos do transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos no território do Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências.

Art. 1º As empresas que realizam o transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos com potencial de risco ambiental no território do Estado do Rio Grande do Sul estão condicionadas à observância das disposições constantes nesta Lei, respeitadas as exigências de transporte, sanitárias e ambientais da legislação federal e estadual vigentes.

§ 1º O transporte com fontes móveis a que se refere esta Lei está limitado aos modais terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo.

§ 2º Para os efeitos desta Lei, são considerados produtos perigosos aqueles definidos pela legislação federal de transportes vigente, bem como os resíduos perigosos Classe I, classificados conforme norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

§ 3º O acidente ambiental a que essa Lei faz referência é o advindo de fontes móveis no transporte de produtos perigosos.

§ 4º São consideradas fontes móveis com potencial de risco ambiental os veículos e equipamentos utilizados para o transporte de produtos perigosos.

Art. 2º A atividade de transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos com potencial de risco ambiental no território do Estado do Rio Grande do Sul deverá, atendidas as exigências da legislação estadual, ser autorizada junto ao órgão ambiental estadual licenciador.

§ 1º A Licença de Operação fornecida pelo órgão ambiental estadual licenciador terá validade pelo prazo definido na legislação ambiental em vigor e especificará a(s) classes(s) de produto(s) e de resíduo(s) perigoso(s) para a(s) qual(is) a empresa estará licenciada, o número de veículos licenciados, as condições e restrições de operação com fontes móveis com potencial de risco ambiental no território do Estado do Rio Grande do Sul.

§ 2º O órgão ambiental estadual licenciador manterá um cadastro dos empreendimentos que realizam a atividade de transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos, com o objetivo de facilitar as medidas de fiscalização e controle.

§ 3º A Licença de Operação da atividade de transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos não inclui o licenciamento ambiental para as instalações físicas da empresa, devendo o mesmo ser objeto de licenciamento específico junto ao órgão de meio ambiente competente.

§ 4º O licenciamento ambiental tem por finalidade a prevenção e minimização dos riscos à saúde, à segurança da população, seus bens e ao meio ambiente, inerentes a esta atividade, e se fará mediante a apresentação dos seguintes documentos:

I – cartão do CNPJ;

II - prova de instalações fixas (Alvará Municipal de localização atualizado);

III – anotação de Responsabilidade Técnica – ART do profissional de nível superior, contendo

expressamente a atividade de responsabilidade pelo transporte terrestre e fluvial de produtos perigosos e

Certidão de Habilitação emitida pelo Conselho Profissional;

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IV - plano de Ação de Emergência - PAE, conforme Termo de Referência constante no Anexo I desta Lei;

V - autorização emitida pela Agência Nacional do Petróleo – ANP para exercer a atividade de coletor de óleos lubrificantes usados ou contaminados - no caso de transporte de óleo lubrificante usado;

VI - comprovante de pagamento ou ressarcimento dos custos de licenciamento ambiental.

Art. 3º As empresas que operarem com fontes móveis com potencial de risco ambiental deverão comprovar a contratação de responsável técnico de nível superior, devidamente registrado e habilitado no respectivo Conselho Regional de Classe, para atuar nas situações de emergência, com as seguintes atribuições:

I - orientar quanto às características físicas, químicas ou biológicas, toxicidade e compatibilidade dos produtos e/ou resíduos perigosos;

II - orientar quanto às exigências legais de simbologia, ficha e envelope de emergência, uso de equipamentos de proteção individual e de atendimento a emergências;

III - realizar o treinamento periódico dos funcionários da empresa e de seus agregados, com relação aos riscos nas operações de manuseio, carga, descarga, transbordo e transporte de produtos e/ou resíduos perigosos, bem como atuar nas situações emergenciais que possam ocorrer na empresa ou durante o transporte;

IV - gerenciar as ações de minimização de danos ambientais e riscos à saúde e à recuperação das áreas afetadas.

Art. 4º As empresas que realizam a atividade de transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos no território do Estado do Rio Grande do Sul poderão agregar na sua relação de frota cadastrada junto ao órgão estadual ambiental licenciador os veículos de propriedade de terceiros.

Art. 5º Os produtos perigosos definidos como resíduo perigoso Classe I, segundo o art.1º, §2º, desta Lei, somente poderão ser transportados acompanhados do Manifesto de Transporte de Resíduos – MTR, conforme estabelecido na legislação estadual que dispõe sobre a gestão de resíduos sólidos no território do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 6º A empresa responsável pela atividade de transporte de produtos perigosos, solidariamente com a empresa expedidora do produto e/ou resíduo perigoso, responde pela recuperação da(s) área(s) afetada(s) decorrente(s) de acidente ambiental, bem como pela destinação adequada dos resíduos gerados com o evento danoso.

Parágrafo único. Os custos de recuperação da(s) área(s) afetada(s) decorrentes de acidentes do transporte de produtos perigosos envolvendo veículos ou equipamentos agregados são de responsabilidade solidária da empresa responsável pelo transporte do produto, assim como da respectiva empresa expedidora do produto.

Art. 7º As empresas expedidoras de produtos e/ou resíduos perigosos não poderão contratar para a atividade de prestação de serviços de transporte os veículos e equipamentos que não atenderem às exigências da legislação em vigor ou não portarem a Licença de Operação para operarem com fontes móveis com potencial de risco ambiental junto ao órgão ambiental estadual licenciador.

Art. 8º As empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, cuja frota seja composta por até 15 veículos, deverão apresentar, para fins de licenciamento, Plano de Ação de Emergência - PAE, conforme art. 2º, § 4º, inciso IV, desta Lei, constante no Termo de Referência Anexo I.

Art. 9º As empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, cuja frota

seja composta por mais de 15 veículos, deverão comprovar, para fins de licenciamento, que possuem equipe

própria especializada em atendimento e resposta a acidentes ambientais, ou terceirizar o serviço através de

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celebração de contrato de prestação de serviço com empresa de atendimento e resposta a emergências ambientais, bem como apresentar Plano de Ação de Emergência - PAE, conforme art. 2º, § 4º, inciso IV, desta Lei, constante no Termo de Referência Anexo I.

Art. 10. As empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, nos modais hidroviário e ferroviário, deverão comprovar, para fins de licenciamento, que possuem equipe própria especializada em atendimento e resposta a acidentes ambientais, ou terceirizar o serviço através de celebração de contrato com empresa de atendimento e resposta a emergências ambientais, independentemente de seu porte, bem como apresentar Plano de Ação de Emergência - PAE, conforme art.

2º, § 4º, inciso IV, desta Lei, constante no Termo de Referência Anexo I.

Parágrafo único. Toda embarcação, excetuadas aquelas de navegação interior, que transportar produtos perigosos no território do Estado do Rio Grande do Sul sob forma de matéria-prima ou manufaturada, só poderá ultrapassar o vão móvel da Ponte Getúlio Vargas conduzida por rebocadores.

Art. 11. Em caso de acidente envolvendo fontes móveis com potencial de risco ambiental, deverá ocorrer o imediato atendimento por equipe especializada, conforme PAE apresentado e aprovado, de acordo com art. 2º, §4º, inciso IV, desta Lei.

Art. 12. Aplicam-se subsidiariamente, a Lei Complementar nº 140/2011 assim e o Decreto Federal nº 96.044/1988, naquilo que couber.

Art. 13. As exigências constantes nesta Lei deverão ser implementadas em até 90 (noventa) dias, a contar da sua publicação.

Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 15. Fica revogada a Lei n.º 7.877, de 28 de dezembro de 1983, que dispõe sobre o Transporte de Cargas Perigosas no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

ANEXO I

Termo de Referência para elaboração de Plano de Ação de Emergência – PAE

Este Termo de Referência orienta a elaboração de um Plano de Ação de Emergência – PAE, para fins de licenciamento do transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos no território do Estado do Rio Grande do Sul.

Requisitos essenciais exigíveis para as empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, cuja frota seja composta com até 15 veículos, conforme o art. 8º desta Lei.

Introdução;

Objeto;

Identificação do Empreendimento: razão social, endereço, CNPJ, nome do responsável técnico perante o órgão ambiental, nome do profissional responsável pela execução do Plano, telefone de contato de emergência (24h), e-mail institucional de contato, ramo de atividade, outras informações que permitam visualizar a estrutura da empresa;

Área de Abrangência do Plano: descrever as principais rotas utilizadas;

(o PAE deverá abranger somente rotas utilizadas dentro do território do RS, incluindo os trechos

utilizados para transporte interestadual e internacional);

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Principais produtos/resíduos transportados: informar os principais produtos/resíduos transportados, com nome apropriado para embarque, respectiva classe de risco e número ONU (as FISPQ dos produtos não precisam ser anexadas ao PAE);

Definição da estrutura de ação de emergência: informar se possui ou não equipe especializada em atendimento a situações de emergência, e caso possua, informar se é própria ou terceirizada, bem como os dados da mesma;

Descrição dos procedimentos de ação de emergência: descrever as responsabilidades e atribuições dos envolvidos no atendimento de emergência, incluindo os procedimentos de comunicação (fluxograma), ações imediatas, disponibilização de mão de obra e equipamentos necessários, deveres e responsabilidades do motorista do veículo, etc;

Procedimentos de atualização do Plano: deverá ser mantido atualizado e conter o número da revisão e a respectiva data e assinatura do responsável pelo plano.

Requisitos essenciais exigíveis para as empresas que operam com fontes móveis com potencial de risco ambiental, cuja frota seja composta com mais de 15 veículos, conforme o art. 9º desta Lei.

Introdução;

Objeto;

Identificação do Empreendimento: razão social, endereço, CNPJ, nome do responsável técnico perante o órgão ambiental, nome do profissional responsável pela execução do Plano, telefone de contato de emergência (24h), e-mail institucional de contato, ramo de atividade, outras informações que permitam visualizar a estrutura da empresa, como por exemplo, se participa de algum Plano de Auxílio Mútuo – PAM, se possui Programa de Treinamento de funcionários, se possui seguro de responsabilidade civil de riscos ambientais com Companhia de Seguros, com cobertura para danos por poluição acidental;

Área de Abrangência do Plano: informar as principais rotas utilizadas

(o PAE deverá abranger somente rotas utilizadas dentro do território do RS, incluindo os trechos utilizados para transporte interestadual e internacional);

Principais produtos/resíduos transportados: informar a relação dos principais produtos/resíduos transportados, com nome apropriado para embarque, respectiva classe de risco e número ONU (as FISPQ dos produtos não precisam ser anexadas ao PAE);

Principais hipóteses acidentais: considerar todas as hipóteses acidentais com base em análise histórica de acidentes do empreendedor, podendo ser utilizadas ferramentas de avaliação de riscos, contemplando período representativo, causas, consequências, etc., bem como associar a ferramentas de análise de riscos; correlacionar perigos identificados com os produtos perigosos transportados e suas consequências ao meio ambiente e saúde pública na região passível de ser atingida;

Descrição dos procedimentos de ação de emergência: descrever as responsabilidades e atribuições dos envolvidos no atendimento de emergência, incluindo os procedimentos de comunicação (fluxograma), ações imediatas, disponibilização de mão de obra e equipamentos necessários, deveres e responsabilidades do motorista do veículo, de funcionários, etc;

Definição da estrutura de Ação de Emergência: a empresa deve disponibilizar equipe especializada

para atendimento imediato a situações de emergência. Informar se é própria ou terceirizada (se terceirizada,

incluir a identificação da empresa e cópia do contrato celebrado no mesmo arquivo de upload do PAE);

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Procedimentos de atualização do Plano: deverá ser mantido atualizado, contendo o número da revisão e a respectiva data e assinatura do responsável pelo plano.

JUSTIFICATIVA

O Projeto de lei que ora encaminho a essa Egrégia Casa Legislativa tem por escopo a prevenção de acidentes ambientais advindos da atividade de transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos no âmbito do território do Estado do Rio Grande do Sul.

Inicialmente, a atividade em epígrafe foi regulamentada pela Lei nº 7.877, de 28 de dezembro de 1983.

Todavia, com o advento do tempo, referida Lei restou superada, na medida em que diversos dos seus dispositivos foram derrogados pela legislação federal superveniente, em especial pelo Decreto Federal n.º 96.044, de 18/05/1988, que aprova o Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos e dá outras providências e pelo Decreto Federal nº 98.973, de 21/02/1990, que aprova o Regulamento para o Transporte Ferroviário de Produtos Perigosos e dá outras providências.

Com efeito, a partir da inclusão desta atividade como sujeita ao licenciamento ambiental em nível federal, através da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA nº 237/1997, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM, deu início a emissão da Licença de Operação de Fontes Móveis de Poluição com base nessas duas legislações.

Mais recentemente, a Lei Complementar nº 140/2011, que estabeleceu como competências administrativas da União o controle ambiental do transporte marítimo e o interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos perigosos (art. 7º, XXIV e XXV), assim como da competência do Estado o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos, exceto os de caráter interestadual (art. 8º, XXI), alterou as bases do licenciamento ambiental dessas atividades.

Destarte, é proposto o presente projeto de Lei para o aprimoramento da legislação ambiental, visando à sua adequação à legislação federal, bem como alterar a responsabilidade técnica pelo transporte, que até então é restrita a Químicos e Engenheiros Químicos, para outros profissionais, pois existem modalidades de transporte de determinados produtos perigosos afeitos a outras profissões e especialidades.

Estas são as razões que justificam a presente proposição.

______________________________________________

OF.GG/SL – 24 Porto Alegre,14 de março de 2017.

Senhor Presidente:

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Dirijo-me a Vossa Excelência para encaminhar-lhe, no uso da prerrogativa que me é conferida pelo artigo 82, inciso III, da Constituição do Estado, o anexo Projeto de Lei que dispõe sobre a prevenção de acidentes ambientais advindos do transporte terrestre, ferroviário, fluvial e marítimo de produtos perigosos no território do Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras providências, a fim de ser submetido à apreciação dessa Egrégia Assembleia Legislativa.

A justificativa que acompanha o Expediente evidencia as razões e a finalidade da presente proposta.

Atenciosamente,

JOSÉ PAULO CAIROLI, Governador do Estado, em exercício.

Excelentíssimo Senhor Deputado EDEGAR PRETTO, Digníssimo Presidente da Assembleia Legislativa, Palácio Farroupilha,

NESTA CAPITAL.

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