3. Elementos de Sistemas Elétricos de Potência
3.1.3 Indutância e Reatância Indutiva das Linhas
Sistemas Elétricos de Potência
3.1.3 Indutância e Reatância Indutiva das Linhas de Transmissão
Professor: Dr. Raphael Augusto de Souza Benedito
E-mail:raphaelbenedito@utfpr.edu.br
disponível em: http://paginapessoal.utfpr.edu.br/raphaelbenedito
1
- Introdução;
- Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D;
- Indutância de uma Linha a dois fios (bifilar);
- Indutância de uma Linha Trifásica;
Conteúdo
- Indutância de uma Linha Trifásica;
- Indutância de uma Linha Trifásica com arranjo equilátero de Condutores;
- Transposição de Condutores;
- Múltiplos Condutores por fase e Raio Médio Geométrico (RMG);
- Reatância Indutiva
2
• A indutância, assim como a resistência ôhmica, é um dos parâmetros que mais afetam a capacidade de transporte de energia em linhas de transmissão.
• A corrente elétrica que flui através de um condutor de uma linha produz um campo magnético e um fluxo magnético
Introdução
linha produz um campo magnético e um fluxo magnético associado a este campo.
• Por sua vez, a intensidade do fluxo magnético depende de alguns fatores:
– do valor da corrente elétrica;
– da geometria e distribuição espacial do condutor;
– do meio no qual o condutor está inserido.
H d l j d s
s
r r r r
⋅
=
⋅ ∫
∫
γLei de Ampère
3
• Por outro lado, a variação de fluxo magnético que concatena (fluxo concatenado) o circuito (espira) induz uma tensão elétrica. Pela lei de Faraday:
Introdução
) ( V dt
e d φ
c=
onde ϕc é o fluxo concatenado em Webers-espiras (Wb-e).
onde ϕc é o fluxo concatenado em Webers-espiras (Wb-e).
• Considerando que o meio onde se estabelece o campo magnético tenha permeabilidade constante, temos uma relação linear entre ϕc e corrente elétrica, logo:
sendo L a indutância, também chamada indutância própria
) (H i
di
L dφc φc
=
=
) (V dt
L di dt
e = dφc =
4
• Além da indutância própria, existirá a indutância mútua quando existe mais que um circuito. A indutância mútua entre dois circuitos, por exemplo, é definida como a relação entre o fluxo concatenado com um circuito (devido à corrente no outro circuito) pela corrente.
Introdução
• Se uma corrente i2 produz num circuito 1 o fluxo concatenado ϕ12, a indutância mútua será:
) 2 (
12 12
12 H
L i
M
φ
C=
=
5
• Considere um condutor cilíndrico de raio “r”, conduzindo corrente
i,e que está a uma distância “D” de um condutor de raio ínfimo “P”
(com
i=0).Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
• Para calcularmos a indutância total causada pelo condutor até “P”, devemos considerar duas parcelas:
- a indutância devido ao fluxo interno;
- a indutância devido ao fluxo externo ao condutor
Figura : Condutor de raio r e condutor de raio ínfimo sem carga
6
Cálculo da indutância interna (L
int):
• Considerando a corrente uniforme dentro do condutor, e aplicando a lei de Ampère para uma distância “x”, sendo 0< x ≤ r, podemos calcular a intensidade do campo magnético (Hx) devido à parcela Ix :
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
parcela da corrente devido ao raio “x” em relação ao raio “r”
densidade de corrente no interior do condutor
Aem i
r H x
x r
x i H
I A d j s
d H
x x
A x x
⋅
⋅
=
⋅
⋅
=
⋅
⋅
=
⋅
=
⋅
∫
∫
2
2 2
2 2
π
π π π
r r r r
7
Cálculo da indutância interna (L
int):
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
A partir da intensidade de campo magnético (H), calcula-se a densidade de campo
2 2
2 m
i Wb r
B x
H B
x
x x
⋅ ⋅
= ⋅
⋅
= π
µ µ
2 2
2 r m
x π ⋅
onde µ é a permeabilidade magnética do meio (µ = µr µo).
Observe que Bx é a densidade de campo magnético calculada a uma distância “x” do centro do condutor.
• Aproveitando o resultado acima, vamos calcular o fluxo magnético considerando uma espessura dx, conhecido como fluxo incremental.
Assim o fluxo incremental dϕ (ou dB) será Bx vezes a área da seção transversal do elemento, que neste caso é (L dx), sendo L o comprimento do
condutor. 8
Cálculo da indutância interna (L
int):
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
Logo, para 1 metro de comprimento do condutor temos a seguinte expressão para fluxo incremental (dϕ):
Wbm d
r i d x
d L B d
x x x
⋅
⋅
⋅
= ⋅
⋅
⋅
= 2π 2
φ µ φ
• Já o fluxo incremental concatenado (dϕc), corresponderá a uma parcela de dϕ, pois o fluxo incremental dϕ se concatena (enlaça) apenas com uma fração da corrente i. Logo:
d m r
d ⋅ x
⋅
= 2
2π φ
Wbe m dx
i r d x
dx i r x r
d x
d r
d x A d A
c c
r x c
⋅
⋅
⋅
= ⋅
⋅
⋅
⋅
⋅
=
⋅
⋅
= ⋅
⋅
=
4 3
2 2
2
2 2
2
2 π φ µ
π φ µ
π φ φ π
φ
9
Cálculo da indutância interna (L
int):
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
A partir da integral da equação anterior para um intervalo de (0, r), obtemos o fluxo concatenado interno:
dx i r x
r r
c π
φ µ
0 2 4
3
⋅
⋅ ⋅
=
∫
⋅Wbem i
r r i
x r
dx i x
r i
c
r r
c
π µ π
φ µ
π µ π
φ µ
8 8
) (
2 4 2
4 4
0 4 4
0 3 4
= ⋅
⋅
⋅
= ⋅
⋅
⋅
= ⋅
⋅
⋅
= ⋅
∫
Como ϕc = L i ,temos que
H m
L π
µ
int = 8
10
Cálculo da indutância interna (L
int):
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
Considerando µ = µo = 4π ⋅10−7, obtemos:
H m
L 7
7
int 10
2 1 8
10
4 − −
⋅
⋅ =
= π
π
• Obs.: a expressão acima é a equação para cálculo da indutância por unidade de comprimento devido ao fluxo magnético interno ao condutor.
11
Cálculo da indutância externa (L
ext):
• Para o condutor de raio ínfimo “P”(i=0) afastado “D” metros do centro do condutor de raio “r”, com D >> r, a intensidade e a densidade do campo magnético externa ao condutor de raio “r” podem ser calculados por :
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
Aem x
H i
= ⋅ π 2
2 m2
Wb x
H i
B ⋅
= ⋅
⋅
= π
µ µ
12
Cálculo da indutância externa (L
ext):
• Diferentemente da situação anterior, neste caso o fluxo incremental concatenado (dϕc), externo ao condutor de raio “r”, será igual ao fluxo incremental (dϕ). Isto porque o fluxo externo ao condutor concatena toda a corrente do condutor uma vez. Logo:
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
Wbem x dx
dx i B d
d c
⋅
= ⋅
⋅
=
= π
φ µ
φ 22π ⋅ x m
• Por conseqüência, o fluxo concatenado externo, entre o condutor de raio
“r” e “P”, pode ser calculado através da seguinte integral:
Wbem r
D i
r i D
i x
x dx x
dx i x i
c
D c r
D r D
cext r
⋅
=
⋅ −
⋅ =
=
⋅ ⋅
= ⋅
⋅
⋅ ⋅
= ∫ ⋅ ∫
2 ln
] ln 2 [ln
2 ln
1 2
2
π φ µ
π µ π
φ µ
π µ π
φ µ
13
Cálculo da indutância externa (L
ext):
Como ϕc = L i ,temos que
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
H m r
Lext D
= ln 2π
µ
Considerando µ = µo = 4π ⋅10−7, podemos escrever:
H m r
Lext D
⋅
= 2 10−7 ln
14
Indutância causada por um Condutor até um Condutor de raio ínfimo a uma distância D
Indutância Total
r D e
r e D
L
r D r
L D
L L
L ext
⋅
=
+
=
+
=
+
=
+
=
2 ln ln
2 ln
4 ln 1 ln 2
2 8
4 / 1 4
/ 1 int
π µ π
µ
π µ π
µ π µ
H m r
D e
r
L D
=
⋅
= − ln '
ln 2
2 1/4 π
µ π
µ
O termo é chamado de raio reduzido de “r” (ou RMG), e representa a parcela do fluxo concatenado pelo próprio condutor de raio “r”.
Assim, de modo geral:
H m r
L D
ln ' 2π
= µ
ou
H m r
L D
⋅
= −
ln ' 10
2 7
7788 ,
0 '= r ⋅e−1/4 = r ⋅ r
15
• Considere um condutor cilíndrico de raio “r
1” e outro condutor de raio “r
2” (retorno), que estão distantes entre si em “D” metros, e que
i2= -
i1.
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)
• Como a corrente do condutor 2 (i
2) tem o sentido oposto à corrente
i1, o fluxo concatenado por ela produzido envolve o circuito com o mesmo sentido do fluxo produzido pela corrente
i1.
• Logo, o fluxo resultante é a soma dos fluxos dos dois condutores e, como conseqüência, a indutância total do circuito será:
Figura: Condutores de raios distintos
2
1
L
L
L = +
16Através de resultados anteriores, temos:
Indutância de uma linha a dois fios (bifilar)
r r
D r
r L D
r D r
L D
L L L
2 1
2
2 1
2
2 1
2 1
) ' ' ln ( )
' ' ln ( 2
ln ' 2
ln ' 2
= ⋅
== ⋅
+
== +
=
π µ π
µ
π µ π
µ
Se , teremos:
H m r
r L D
2 1 ' ' ln
⋅
= π µ
Considerando µ = µo = 4π ⋅10−7, podemos escrever:
' '
'2 r 1 r r = =
H m r
L D
ln ' π
= µ
H m r
L D
ln ' 10 4⋅ −7
= 17
Exercício
1) Em uma fazenda, um condutor cilíndrico de alumínio (unifilar) com retorno pelo solo e tensão de 127 Volts eficazes, fornece energia elétrica para iluminação de um galpão que está a 500 metros de distância da sede da fazenda. Considerando que o raio deste condutor é de 1,5 cm e que a distância entre o condutor e o solo seja de 3 metros de altura, calcule: a) a indutância para um metro deste condutor até o solo; b) a indutância total causada por este condutor até o solo, considerando a distância total entre a sede e o galpão.
até o solo, considerando a distância total entre a sede e o galpão.
10 7
4 ⋅ −
=
= µ π
µ o
7788 ,
0 '= r ⋅e−1/4 = r ⋅ r
18
• Considere 3 condutores retilíneos, paralelos e de raios distintos, que constituem uma linha trifásica onde . Considere também um ponto
P(ou condutor de raio ínfimo) afastado desses condutores conforme a figura abaixo:
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
3 0
2
1 + I + I =
I& & &
Figura: Condutores de uma Linha Trifásica distantes de um ponto P
19
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
⋅
=
3 2 1
33 32
31
23 22
21
13 12
11
2 2 1
I I I
L L
L
L L
L
L L
L
P C
P C
P C
&
&
&
φ φ φ
• Nosso objetivo é calcular a matriz de indutância trifásica:
• Inicialmente, calcularemos o fluxo concatenado total entre
Pe o condutor 1. Entretanto, tal fluxo é composto de três parcelas:
- A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I1 ; - A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I2 ; - A parcela do fluxo concatenado devido à corrente I3 .
3 2
1 1 1
1
1P C PI C PI C PI
C
φ φ φ
φ = + +
20
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
• O fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I1, pode ser calculado como:
Wbem r I
D P
P
C I 1
1 1
1 ln '
1 2
&
⋅
= π φ µ
• Já o fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I2, pode ser expresso por:
D & Wbe
µ
Wbem D I
D P
P
C I 2
12 2
1 ln
2
2
&
⋅
= π φ µ
Wbem D I
D P
P
C I 3
13 3
1 ln
2
3
&
⋅
= π φ µ
• De modo análogo, temos o fluxo concatenado em P com o condutor 1, devido à corrente I3:
21
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
• A partir das três equações anteriores, o fluxo concatenado total em P com o condutor 1 é:
A expressão acima ainda pode ser escrita da seguinte forma:
Wbem D I
I D D
I D r
D P P P
P C
P C P
C P
C P
C I I I
⋅ + ⋅ + ⋅
=
+ +
=
3 13 3 2
12 2 1
1 1 1
1 1
1 1
ln ' ln
2 ln
3 2
1
&
&
&
π φ µ
φ φ
φ φ
A expressão acima ainda pode ser escrita da seguinte forma:
Wbem I
D I
D I
D D I
D I
r I P P P
P
C
⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅ + ⋅
= 3 1 1 2 2 3 3
13 2
12 1
1
1 1 ln ln ln
1 ln ' ln
ln 1 2
&
&
&
&
&
&
π φ µ
como a soma fasorial das três correntes é igual a zero, temos e a parcela X pode ser reescrita como a seguir:
3 2
1 I I
I& = −& − &
( )
3 1
3 2
1 2
3 3 2
2 3
1 2
1
3 3 2
2 3
2 1
ln ln
ln ln
ln ln
ln ln
ln
D I I D
D X D
I D I
D I
D I
D X
I D I
D I
I D
X
P P P
P
P P
P P
P P
P
&
&
&
&
&
&
&
&
&
&
⋅ +
⋅
=
⋅ +
⋅ +
⋅
−
⋅
−
=
⋅ +
⋅ +
−
−
⋅
=
X
22
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
Fazendo , as parcelas e tenderão para 1, e os
logaritmos respectivos se anulam. Assim, a parcela X será nula e o fluxo concatenado no condutor 1 torna-se:
∞
→
P P
P D D
1 2
P P D D
1 3
Wbem D I
D I r I
P
C
⋅ + ⋅ + ⋅
= 3
13 2
12 1
1 1
ln 1 ln 1
' ln 1 2
&
&
&
π φ µ
• Utilizando o mesmo raciocínio, podemos calcular os fluxos concatenados
• Utilizando o mesmo raciocínio, podemos calcular os fluxos concatenados com os condutores 2 e 3, respectivamente por:
Wbem D I
r I D I
P
C
⋅ + ⋅ + ⋅
= 3
23 2
2 1
12 2
ln 1 '
ln 1 ln 1
2
&
&
&
π φ µ
Wbem r I
D I D I
P
C
⋅ + ⋅ + ⋅
= 3
3 2
23 1
13
3 '
ln 1 ln 1
ln 1 2
&
&
&
π φ µ
23
Indutância de uma linha trifásica com espaçamento assimétrico
• Matriz de indutância trifásica da linha de transmissão (desprezando efeito do solo):
⋅
=
3 2 1
23 2
12
13 12
1
2 2 1
' ln 1 ln 1
ln 1
ln 1 '
ln 1 ln 1
ln 1 ln 1
' ln 1
2 I
I I
r D
D
D r
D
D D
r
C C C
&
&
&
π µ φ
φ φ
• Outra forma de representar a equação matricial acima pode ser obtida utilizando-se a hipótese inicial de que . Assim, eliminando I
3
da primeira e da segunda equação, e eliminando I
da terceira equação, temos:
1
D13 D23 r'3
3 0
2
1 + I + I =
I& & &
⋅
=
3 2 1
3 13 23
13 2 23 12
23
12 13 1
13
2 2 1
ln ' ln
0
' 0 ln ln
0 ' ln
ln
2 I
I I
r D D
D r D D
D
D D r
D
C C C
&
&
&
π µ φ
φ φ
24
Indutância de uma linha trifásica com arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado através da figura a seguir:
Inspecionando-se a última equação apresentada anteriormente e substituindo , obtemos a seguinte simplificação:
Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero
D D
D
D12 = 13 = 23 =
⋅
=
3 2 1
2 2 1
ln ' 0
0
' 0 ln 0
0 ' 0
ln
2 I
I I
r D r
D r
D
C C C
&
&
&
π µ φ
φ φ
25
Indutância de uma linha trifásica com arranjo equilátero de condutores
• Considere um arranjo equilátero entre os condutores, assim como ilustrado através da figura a seguir:
Concluímos que a disposição equilátera dos condutores elimina (ou minimiza) a indutância mútua causada pelos condutores quando
Figura: Linha trifásica com arranjo equilátero
3 0
2
1 + I + I = I& & &
26
Transposição de Condutores
• A transposição dos condutores pode ser aplicada a qualquer tipo de arranjo e serve como uma transformação da linha original em uma linha equilátera equivalente (minimizando ou eliminando as indutâncias mútuas).
• A transposição é realizada conforme mostrado na figura a seguir:
27
Transposição de Condutores
Considerando os raios iguais para os três condutores (r), obtemos a seguinte expressão matricial simplificada:
⋅
=
3 2 1
2 2 1
ln 0
0
' 0 ln 0
0 ' 0
ln
2 I
I I
D r
D r
D
eq eq
eq
C C C
&
&
&
π µ φ
φ φ
0 0 ln '
r
sendo que
Deqé a Distância Média Geométrica entre os condutores (de fases distintas), e calculada neste caso (3 condutores) como:
3 D12 D23 D13
Deq = ⋅ ⋅
Observe que
Deqé o espaçamento equilátero equivalente das três distâncias, causado pela transposição dos três condutores.
28
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico (RMG)
Raio Médio Geométrico de um Cabo
• Usualmente, cada condutor elétrico utilizado em transmissão de energia elétrica é composto por um conjunto de subcondutores, formando assim um cabo encordoado ou um feixe.
( ) ( ) ( )
2 '1 12 ... 1 21 '2 ... 2 1 2 ... 1 1 '
n n n n n n n
eq
s r r D D D r D D D D r
D = = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅
No caso de cabos ou feixes, o raio equivalente considerando o conjunto de subcondutores é expresso pela Distância Média Geométrica Própria (DS), também chamada de Raio Médio Geométrico (RMG). Podendo ser calculada através de:
29
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico (RMG)
Raio Médio Geométrico de
Cabos Múltiplos• Em sistemas elétricos cujas tensões são maiores que 230kV (EAT) é usual a utilização de cabos (ou condutores) múltiplos por fase. Isto é feito, principalmente, para diminuir o gradiente de potencial elétrico nos condutores, e assim, evitar ou minimizar a ocorrência do Efeito Corona.
• Além disso, a utilização de cabos múltiplos reduz a indutância por fase e total da linha, já que o raio reduzido formado pelo grupo de condutores múltiplos (chamado de Raio Médio Geométrico de cabos múltiplos -
DsCM) aumenta.
Em situações práticas, os cabos múltiplos apresentam sempre condutores iguais, espaçados uniformemente, circunscritos em um círculo (o que facilita os cálculos do raio equivalente, que é feito conforme a última equação mostrada no
slideanterior). Veja a
seguir:
30Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico (RMG)
Raio Médio Geométrico de
Cabos MúltiplosFig.: Casos mais comuns de cabos múltiplos por fase
Considerando Ds como raio médio geométrico de um cabo (ou raio reduzido de um cabo), e DsCM como o raio médio geométrico de cabos múltiplos (ou raio reduzido de cabos múltiplos), temos:
- p/ dois cabos por fase: =>
- p/ três cabos por fase: =>
- p/ quatro cabos por fase: =>
( )
222 2
d D d
D
DSCM = S ⋅ = S ⋅
( )
3 232 3
d D d
d D
DSCM = S ⋅ ⋅ = S ⋅
( )
4 34 4
09 , 1
2 2
d D d
d d D
DSCM = S ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ S ⋅ 31
Múltiplos condutores por fase e Raio Médio Geométrico (RMG)
Raio Médio Geométrico de
Cabos MúltiplosObservação importante:
• A partir do valor de
DsCM, devemos substituir este valor no lugar de
r’ (raio reduzido) nas equações anteriores de fluxo concatenado e indutância, onde considerávamos a existência de apenas um condutor indutância, onde considerávamos a existência de apenas um condutor por fase.
• Já para o cálculo das distâncias entre fases, devemos adotar as distâncias entre os centros dos cabos múltiplos.
32
Expressão Geral de Indutância por Fase (resumo)
• A expressão geral para cálculo da indutância por fase em circuitos trifásicos com transposição de condutores é:
) (
2 ln H m
D L D
s
⋅ eq
= π µ
sendo: a distância média geométrica entre as três fases;
raio médio geométrico de um cabo ou raio reduzido de um
3 ab bc ca
eq D D D
D = ⋅ ⋅
raio médio geométrico de um cabo ou raio reduzido de um condutor, considerando também o efeito pelicular (geralmente é fornecido pelo fabricante do condutor);
RMG Ds =
• Para cabos múltiplos por fase, temos:
) (
2 ln H m
D L D
CM S
⋅ eq
= π µ
sendo DsCM o raio médio geométrico de cabos múltiplos e calculado como mostrado anteriormente.
33
Reatância Indutiva
• A reatância indutiva (X
L) por fase da linha de transmissão corresponde à parte imaginária da impedância complexa em série (Z) da linha, e depende do valor da freqüência (f) e da indutância (L), sendo calculada por:
) (
2 f L m
L
X
L= ω ⋅ = π ⋅ ⋅ Ω
• O resultado da reatância acima pode ser utilizado em sua forma
• O resultado da reatância acima pode ser utilizado em sua forma matricial, desde que
Lseja a matriz de indutância trifásica.
• Observe que a parcela real da impedância complexa em série da linha é dada pela resistência por fase associada ao condutor (ou aos cabos múltiplos), assim podemos escrever a impedância de uma fase da linha como:
)
( m
X j
R
Z = + ⋅
LΩ
34
[1] MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a Sistemas de Energia Elétrica. Editora UNICAMP, 1ª. Edição, Campinas, 2003.
[2] STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de Potência. 2ª ed. Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo.1986.
[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:
Referências Bibliográficas
[3] FUCHS, RUBENS DARIO. Transmissão de Energia Elétrica:
linhas aéreas; teoria das linhas em regime permanente. 2ª. Edição;
Editora Livros Técnicos e Científicos, Rio de janeiro, 1979.
[4] ZANETTA Jr., LUIZ CERA. Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência. 1ª. Edição; Editora Livraria da Física, São Paulo, 2005.
35
Transposição de Linhas
Colaborador: Alain Toyama
Figura 1 – transposição Fonte: wikimedia (2013).
Figura 2 – transposição modificado Fonte: wikimedia (2013).
Figura 3 – transposição de média tensão Fonte: Myinsulators (2013).
Figura 4 – transposição de média tensão Fonte: BUTLER (2013).
Figura 5 – transposição na federação russa -Рондоль Fonte: Panoramio (2010).
Referências:
• Panoramio. Disponível em:
<http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=photo&position=218
&with_photo_id=34990768&order=date_desc&user=4043981>. Acesso em: 16 fev.2013.
• Wikimedia. Disponível em:
<http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Facility4508_Pylo n206.JPG>. Acesso em: 16 fev.2013.
• BUTLER, Lloyd. The transmission section of the postmaster generals department in adelaide. Mar. 2011. Disponível em:
<http://users.tpg.com.au/users/ldbutler/TranSectPMG.htm>. Acesso em: 17 fev.2013.
• Interference Between Power and Telecom Lines. Disponível em:
<http://www.myinsulators.com/acw/bookref/interference/index.html>.
Acesso em: 17 fev.2013.