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A For¸ ca de Lorentz

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Academic year: 2022

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NH2802–Fundamentos da Eletrodinˆ amica

Prof. Jos´e Kenichi Mizukoshi

Aula 1 (vers˜ao 04/11/2013)

(2)

A For¸ ca de Lorentz

A For¸ca de Lorentz

(3)

Campos magn´ eticos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 3 / 19

Problema b´asico da eletrodinˆamica: calcular a for¸ca que atua sobre uma carga Q (que chamaremos de carga teste) devida `a uma cole¸c˜ao de cargas q1, q2, · · · (as cargas fontes).

Cargas fontes

Carga teste q1

q2

q3

Q

Na eletrost´atica, onde as cargas fontes est˜ao em repouso, a tarefa ´e relativamente simples: obtemos primeiro os campos el´etricos E1, E2,· · ·

devidos `as cargas q1, q2, · · · , respectivamente, na posi¸c˜ao em que se encontra Q. De acordo com o princ´ıpio de superposi¸c˜ao, a for¸ca resultante ´e

Feletrost´atica = QE1 + QE2 + · · · = F1 + F2 + · · · = QE

onde Fi ´e a for¸ca da carga qi sobre Q e E ´e o campo el´etrico resultante.

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Campos magn´ eticos

A For¸ca de Lorentz

Como proceder quando as cargas estiverem em movimento? Observa-se experimentalmente que correntes em sentidos opostos se repelem e no mesmo sentido se atraem.

Bateria Bateria

Corrente

Corrente

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Campos magn´ eticos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 5 / 19

As for¸cas de atra¸c˜ao e repuls˜ao entre os fios n˜ao s˜ao de natureza

eletrost´atica. De fato, em ambas as situa¸c˜oes, a soma das cargas negativas em movimento (corrente el´etrica) e das cargas positivas em repouso d´a zero, ou seja, o fio como um todo ´e eletricamente neutro.

As for¸cas observadas s˜ao de origem magn´etica. Cargas el´etricas estacion´arias produzem somente campo el´etrico E em torno delas, enquanto que as em movimento produzem tamb´em o campo magn´etico B.

O campo magn´etico pode ser detectado por uma b´ussola – a extremidade da agulha de magnetita (Fe3O4) da b´ussola interage com o campo magn´etico.

No caso, ela aponta aproximadamente em dire¸c˜ao ao polo norte geogr´afico da Terra. Por conven¸c˜ao, esta ex- tremidade ´e denominada polo norte do ´ım˜a. O oposto

´e denominado polo sul.

Polo norte geogr´afico

Polo sul geogr´afico

A b´ussola interage com o campo magn´etico da Terra.

(6)

Campos magn´ eticos

A For¸ca de Lorentz

Se aproximarmos uma b´ussola de um fio conduzindo corrente el´etrica,

verificamos tamb´em que a agulha sofre uma deflex˜ao. No caso, passa a se orientar circularmente em torno do fio, conforme mostra a figura abaixo

I I

O comportamento acima da b´ussola indica que o fio cria um campo magn´etico circular, em torno dele, cujo sentido pode ser determinado pela regra da m˜ao di- reita.

Corrente

Campo magn´etico

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Campos magn´ eticos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 7 / 19

Qual a for¸ca que age sobre um segundo fio, conduzindo uma corrente I, tamb´em para cima?

Conforme mostra a figura ao lado, como a for¸ca F sobre o fio 2 ´e atrativa, ela deve ser horizontal e apontar para `a esquerda.

O campo magn´etico B devido ao fio 1, no fio 2, aponta para dentro da p´agina;

A corrente no fio 2 ´e para cima. Isto significa que (de acordo com a conven¸c˜ao padr˜ao), h´a carga el´etrica positiva subindo com velocidade v.

Fio 1 Fio 2

Vamos `a seguir discutir a for¸ca que age sobre o fio conduzindo corrente

(carga em movimento); mais adiante, veremos como uma corrente gera um campo magn´etico.

(8)

For¸ cas magn´ eticas

A For¸ca de Lorentz

Considere uma carga puntiforme Q movendo-se com velocidade v em uma regi˜ao do espa¸co com presen¸ca dos campos el´etrico E e magn´etico B. A for¸ca resultante sobre esta carga ´e dada por

F = Q[E + (v × B)]

A express˜ao acima ´e conhecida como a lei da for¸ca de Lorentz

A figura ao lado mostra a dire¸c˜ao e o sentido da for¸ca magn´etica, para Q > 0, cuja magnitude ´e dada por

|Fmag| = Q|v||B| sen φ

Q φ

B

v Fmag

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For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 9 / 19

Ex. 1 Movimento em um acelerador c´ıclotron. Considere uma part´ıcula de massa m e carga el´etrica Q > 0, com velocidade inicial

v0 = v0

movendo-se numa regi˜ao com campo magn´etico B =

−B0ˆz uniforme. Obtenha a frequˆencia com que a part´ıcula executa o movimento circular.

y

x

R

F

Q

v0

Solu¸c˜ao:

Num dado instante, a part´ıcula ter´a velocidade v = vx xˆ + vy yˆ e sentir´a uma for¸ca dada por

F = Qv × B

que ´e perpendicular a v e portanto radial, apontando para o centro do

c´ırculo. Como se trata de uma for¸ca resultante, ela ´e igual a pr´opria for¸ca centr´ıpeta.

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For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Observando-se que v ⊥ B, temos que

|F| = QB0|v| = |F~cp| = m|v|2

R ()

Como a for¸ca resultante ´e radial e constante em m´odulo, a part´ıcula vai se mover em uma trajet´oria circular de raio R, com m´odulo de velocidade

|v| = v0 constante. Da Eq. (), obt´em-se R = mv0

QB (✻✻)

Relembre que no movimento circular v0 = ωR, onde ω ´e a velocidade

angular. No caso de um movimento circular uniforme, ela est´a relacionada com a frequˆencia (inversa do per´ıodo T), que ´e dada por

ν = 1

T = ω 2π

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For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 11 / 19

Utilizando a Eq. (✻✻), obtemos ν = v0

2πR = v0

1

mv0 QB

⇒ ν = QB

2πm

A frequˆencia acima, que n˜ao depende da velocidade da part´ıcula, ´e conhecida como frequˆencia de c´ıclotron.

Por outro lado, como p = mv (limite cl´assico), tem-se da Eq. (✻✻) que

|p| = mQBR

m ⇒ |p| = QBR

Com o aux´ılio da express˜ao acima, ´e simples encontrar o momento da part´ıcula, caso se conhe¸ca a carga: basta envi´a-la para uma regi˜ao com campo magn´etico conhecido e medir o raio da trajet´oria circular.

(12)

For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Ex. 2 Movimento cicl´oide. Uma trajet´oria mais ex´otica pode ser obtida se

incluirmos um campo el´etrico uniforme, em certos ˆangulos em rela¸c˜ao ao campo magn´etico. Suponha, por exemplo, que B aponta para a dire¸c˜ao x e E para a

dire¸c˜ao z, conforme a figura abaixo. Se a part´ıcula ´e solta em repouso e da origem, qual o caminho que ela seguir´a?

Solu¸c˜ao:

An´alise qualitativa. Inicialmente, como a part´ıcula est´a em repouso, a for¸ca magn´etica ´e nula. Por outro lado, a for¸ca el´etrica ir´a acelerar a part´ıcula na dire¸c˜ao z. `A medida que o m´odulo da velocidade for aumentando,

aumenta-se tamb´em a for¸ca magn´etica (que muda a dire¸c˜ao da velocidade).

(13)

For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 13 / 19

O movimento ocorre no plano yz, que ´e perpendicular ao campo B. Ap´os atingir um z m´aximo, a part´ıcula come¸ca a retornar, devido `a for¸ca

magn´etica, at´e atingir o eixo y em a, com velocidade zero. `A seguir, o movimento se repete, sempre ciclicamente.

An´alise quantitativamente. Como n˜ao h´a for¸ca na dire¸c˜ao x, a velocidade da part´ıcula em qualquer instante ´e dada por

v = ˙yyˆ + ˙zˆz Assim,

v × B =

ˆ

x yˆ zˆ 0 y˙ z˙ B 0 0

= Bz˙yˆ − Byˆ˙z

Aplicando-se a segunda lei de Newton,

F = Q(E + v × B) = Q(Eˆz + Bz˙yˆ − Byˆ˙z) = ma = ¨yyˆ + ¨zˆz

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For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Portanto, as componentes y e z levam, respectivamente, `as equa¸c˜oes QBz˙ = my¨ e QE − QBy˙ = mz¨

Introduzindo, por conveniˆencia, a frequˆencia angular de c´ıclotron, dada por ω = 2πν = QB

m (veja p´ag. 11), as equa¸c˜oes acima ficam

¨

y = ωz˙ e z¨ = ω

E

B − y˙

Fazendo u ≡ y, temos que diferenciando a primeira equa¸c˜ao, obtemos˙

¨

u = ωz. Substituindo-a na segunda equa¸c˜ao, obtemos¨

¨

u + ω2u = ω2E B

Ou seja, obtemos uma equa¸c˜ao diferencial de segunda ordem inomogˆenea, cuja solu¸c˜ao ´e

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For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 15 / 19

u(t) = up(t) + uc(t)

onde up(t) ´e a solu¸c˜ao particular e uc(t) a solu¸c˜ao complementar, que ´e a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencial ordin´aria. Temos que

up(t) = C e uc(t) = Acosωt + B sen ωt

Substituido u(t) na equa¸c˜ao diferencial, obtemos C = E/B. Portanto, u = ˙y = Acosωt + B sen ωt + E/B

⇒ y(t) = C1 cosωt + C2 senωt + (E/B)t + C3 Substituindo a ´ultima express˜ao em z˙ = ¨y/ω, obtemos

˙

z = −ω(C1 cosωt + C2 sen ωt) Portanto, z(t) = C2 cosωt − C1 sen ωt + C4.

(16)

For¸ cas magn´ eticas – exemplos

A For¸ca de Lorentz

Podemos obter as constantes Ci, i = 1 a 4, impondo-se as seguintes condi¸c˜oes iniciais (t = 0):

˙

y(0) = ˙z(0) = 0 (velocidade inicial zero) y(0) = z(0) = 0 (part´ıcula parte da origem)

Obtemos assim,

y(t) = E

ωB (ωt − sen ωt) e z(t) = E

ωB(1 − cos ωt)

Fazendo R ≡ E/ωB, temos

(y(t) − Rωt = −R senωt

z(t) − R = −R cosωt ⇒ (y − Rωt)2 + (z − R)2 = R2

A equa¸c˜ao acima ´e uma equa¸c˜ao do c´ırculo, cujo centro (0, Rωt, R) viaja com velocidade constante Rω = E/B na dire¸c˜ao y.

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Trabalho de for¸ cas magn´ eticas

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 17 / 19

Se uma part´ıcula sob a¸c˜ao de uma for¸ca F sofre um deslocamento infinitesimal dl, o trabalho dessa for¸ca

´e definido como sendo

dW = F · dl

C F

dl

Para o caso particular em que a for¸ca ´e magn´etica, dWmag = Fmag · dl

Como Fmag = Q(v × B) e dl = vdt, tem-se que

dWmag = Q(v × B) · vdt = 0

For¸cas magn´eticas n˜ao realizam trabalho. Elas podem mudar a dire¸c˜ao da velocidade, mas n˜ao o seu m´odulo.

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Problemas

A For¸ca de Lorentz

Probl. 1 Em 1897, J. J. Thomson descobriu o el´etron ao medir a raz˜ao

carga-massa dos raios cat´odicos (na verdade, uma corrente de el´etrons, com carga q e massa m) como segue:

(a) Primeiro ele passou o feixe atrav´es dos campos el´etrico e magn´etico, E e B, uniformes e cruzados (mutuamente perpendiculares, ambos perpendiculares ao feixe) e ajustou o campo el´etrico at´e obter deflex˜ao zero. Qual era, ent˜ao, a velocidade da part´ıcula (em termos de E e B)?

(b) Ele ent˜ao desligou o campo el´etrico e mediu o raio da curvatura, R, do feixe desviado somente pelo campo magn´etico. Em termos de E, B e R, qual ´e a raz˜ao carga-massa (q/m) das part´ıculas?

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Referˆ encias

A For¸ca de Lorentz

Aula 1 19 / 19

David J. Griffiths, Introduction to Electrodynamics, Third Edition, Prentice Hall, 1999.

Referências

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